Anaerobios 2011 Medico

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ANAERBIOS

Sir Charles Bell's portrait of a soldier dying of tetanus. Charles Bell, Royal College of Surgeons, Edinburgh

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ANAERBIOSOXIDAO DECONSTITUINTES BACTERIANOS

PRODUTOS REDUZIDOS DE O2

[ex.: O2- (superxido), radicais OH livres]

SUPERXIDO DISMUTASE

CATALASE

2 O2- + 2 H+ O2 + H2O2PEROXIDASE

2 H2O2 2 H2O + O2

H2O2 + H2R 2 H2O + R

Gneros de anaerbios diferem quanto ao grau de intolerncia ao O2.

Anaerbios devem ser transportados e cultivados em atmosfera apropriada

ANAERBIOSInfeces de Origem Endgena: Causada por anaerbios da microbiota: OPORTUNISTAS Ocorrem prximo a uma mucosa

2/3 so polimicrobianas

Infeces de Origem Exgena: Clostridium spp.

Fatores predisponentes para infeces por anaerbiosA) Reduo da [ O2 ] tecidual

Leses de mucosa (tecidos necrticos) Obstruo circulatria

Infeco prvia por aerbios ou facultativosB)Terapia com antimicrobianos Reduo da microbiota C) Queda de hospedeiro resistncia imunolgica do

Infeces de Origem Endgena: SupurativasFATOR PREDISPONENTE PROLIFERAO INFECES LOCALIZADAS OU SISTMICAS

Abscessos cerebrais, em pele, pulmes e tecidos subcutneos Sinusites e otites mdias crnicas Infeces dentrias (abscessos)

Infeces intra-abdominais (ps-cirrgicas, apendicites, peritonites, etc...) Infeces plvicas ou ginecolgicas (aborto sptico, endometrite, etc...) Pneumonias por aspirao

Bacilos Gram Negativos: Bacteroides spp. Fusobacterium spp. Prevotella spp.

Porphyromonas spp.

Anaerbios oportunistas

Cocos Gram Negativos: Veilonella spp. Cocos Gram Positivos: Peptostreptococcus spp. Bacilos Gram Positivos: Actinomyces spp. Propionibacterium spp. Mobiluncus spp. Lactobacillus spp.

Bifidobacterium spp.Eubacterium spp.

Anaerbios Infeces de Origem Exgena

Clostridium spp.Bacilos Gram +, produzem esporos em condies adversasC. perfringens

ESPCIES

Principais: C. tetaniC. botulinum C. difficile

Ampla diversidade de habitat: solo, vegetaes, sedimentos marinhos, gua, esgoto e intestino de vertebrados e insetos

Clostridium perfringensClassificao: 5 tipos toxignicos (A, B, C, D e E), de acordo com os tipos e quantidade de toxinas solveis produzidas. Tipo A mais frequente em infeces humanas. Doenas: Infeces de tecidos moles: celulite, fasciite, miosite

supurativa e mionecrose (gangrena gasosa, mais grave).Intoxicao alimentar (gastroenterite)

C. perfringens: fatores de virulncia

Diversas toxinas e enzimas > destruio de clulas e tecidos. fosfolipase C (lecitinase): lise de vrios tipos celulares > aumento depermeabilidade vascular > hemlise, sangramento, destruio tecidual. Produzida por todos os tipos, mas tipo A produz em maior quantidade.

Enterotoxina: produzida, principalmente, por cepas do tipo A.

Termolbil Altera a permeabilidade da membrana dos entercitos (delgado) > perda de fluidos > diarreia aquosa

Mionecrose (Gangrena Gasosa)Esporos tecidos traumatizados Germinao Formao de bacilos (multiplicao rpida) Produo de toxinas

Fermentao de carboidratos

Destruio de tecidos musculares e conjuntivos

Acmulo de gs (distenso tecidual)

Maior proliferao e disseminao: toxemia Dor intensa, anemia hemoltica, insuficincia renal, choque, morte

[O2]

C. perfringens- mionecroseEpidemiologiaReservatrioEsporos no meio ambiente, solo, intestino (humano e de animais).

TransmissoContaminao de feridas ou tecidos traumatizados com esporos.

Preveno:

- Limpeza cirrgica de feridas - Tratamento com antimicrobianos - No h vacinas

Gastroenterite

C. perfringens

Esporos de C. perfringens tipo A em alimentos (sobrevivem ao cozimento, germinam e multiplicam-se durante resfriamento lento em ambiente e/ou reaquecimento inadequado) Ingesto da forma vegetativa No intestino delgado, bacilo esporula, devido ao pH alcalino Liberao de Enterotoxina Acmulo de fluido Diarria Aquosa

C. perfringens- gastroenteriteEpidemiologiaOcorrncia: Surtos em escolas, hospitais, prises e outros locais onde h larga produo de alimentos preparados com antecedncia.

Reservatrio:Esporos no meio ambiente, solo, intestino (humano e de outros animais).

Transmisso:Ingesto de alimentos contaminados (solo ou fezes) e sob anaerobiose

Maioria dos surtos associada a carnes preparadas em grande quantidade.

Preveno: Reaquecer ou cozer alimentos em temperatura interna > 75C Resfriar e armazenar alimentos imediatamente

Aspectos do diagnstico laboratorial C. perfringensBacterioscpico (material das leses): Bacilos Gram + retangulares e grandes Geralmente, clulas inflamatrias ausentes (destrudas pelas toxinas). Cultivo: Crescem bem meios ricos; hemolticas. Em fezes ou alimentos: grandes quantidades dos bacilos, logo aps o incio da gastroenterite.

Clostridium tetani

Esporos terminais arredondados: imagem de baqueta de tambor ou raquete de tnis.Doenas: 3 formas clnicas Ttano generalizado (forma clnica mais comum) Ttano localizado Ttano neonatal (alta mortalidade) Fator de virulncia: Tetanospasmina (neurotoxina com tropismo por interneurnios motores inibitrios no SNC).

TtanoEsporos em tecidos traumatizados (anaerobiose) Germinao e multiplicao dos bacilos Liberao da Tetanospasmina(no h invaso bacteriana)

Disseminao da toxina (transporte retrgrado por axnios) Sistema nervoso central Inibio da liberao de neurotransmissores inibitrios (sinapses inibitrias) (GABA, glicina) Paralisia espstica

Atividade da toxina tetnica

Ttano1. Espasmos musculares locais

2. Trismo (espasmo do masseter)3. Riso sardnico (espasmos bucais e faciais)

4. Espasmos generalizados (opisttono)

TtanoEpidemiologia:

No existem surtos, apenas populaes de risco (inclusive emusurios de drogas, piercing) Ttano neonatal (crianas de mes no vacinadas) Medidas de controle: - Vacina trplice (DTP) (toxide tetnico). - Reforos a cada 10 anos. - Doena no gera imunidade

Aspectos do diagnstico laboratorial C. tetaniDiagnstico baseado nas manifestaes clnicas.

No se faz bacterioscopia ou cultura (bactrias so muito lbeis e crescem lentamente). No se consegue detectar anticorpos nem toxina.

Clostridium botulinumClassificao de acordo com tipo antignico da toxina botulnica (neurotoxina) (Tipos toxignicos A a G).A, B, E, e F: maioria dos casos humanos. C e D: doenas em gado e outros animais.

Clostridium botulinum

Doena: Botulismo (3 formas clnicas):a. intoxicao alimentar (clssica):Esporos em alimentos (anaerobiose e pH bsico ou ~ neutro)(germinao: bacilos produzem NEUROTOXINA) ingesto e absoro da toxina no duodeno / jejuno disseminao pela corrente sangnea sistema nervoso perifrico (ligao a membr. pr-sinpticas dos neurnios motores) preveno da liberao de acetilcolina paralisia muscular flcida

Clostridium botulinumb. botulismo infantil: infeco intestinal em crianas < 6 meses.

A bactria prolifera-se e produz a toxina no intestino.

c. botulismo em ferimentos: acidentes, usurios de drogas (raro) A bactria produz toxina no local do ferimento.

Botulismo- Incio sbito

- Manifestaes neurolgicas, de evoluo dramtica e elevada letalidadeIncio:vmitos e constipao, debilidade fsica, vertigem Alteraes da viso, flacidez de plpebras, modificaes da voz, distrbios da deglutio, flacidez muscular generalizada e dificuldade de movimentos

Dificuldades respiratrias, cardiovasculares Morte por parada crdio-respiratria.

Toxina botulnica inibe liberao de neurotransmissores excitatrios

BotulismoEpidemiologia

-

Pouco frequente, mas pode causar surtos Caso acidental aps inalao da toxina >> bioterrorismo?? Fonte: Vrios tipos de alimentos.

Resposta Imunolgica: Doena no induz imunidade-Doena de notificao compulsria e imediata! http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm

BotulismoProfilaxia- Mtodos adequados de processamento e preservao de alimentos (conservas e embutidos): pH deve ser cido ou estocagem < 4.C - Fervura dos alimentos (30 min./ 80C): toxina destruda, esporos no. - Vacinao: toxide (regies endmicas ou laboratoristas )

Aspectos do diagnstico laboratorial C. botulinum Sensibilidade dos mtodos no alta (~60%) Isolamento suspeitos) do clostrdeo (fezes ou alimentos

Pesquisa da toxina (alimentos, fezes, ou soro do paciente) > feitas em animais nos laboratrios de referncia. Outras espcies de clostrdeos podem dar botulismo

Clostridium difficileDoenas intestinais associadas ao uso prolongado de certos antibiticos:

diarreias auto-limitadas ou colite pseudomembranosa (grave e fatal).

Fonte: - ingesto de esporos do ambiente hospitalar (exgena) - bactria da prpria microbiota intestinal.

Colite pseudomembranosaC. difficile na microbiota intestinal

Indivduo submetido a uso de antimicrobianos que eliminam apenas a microbiota (ex. ampicilina, clindamicina)Bactria prolifera-se excessivamente no clon

mucosa intestinalProduo de toxinas

Intensa inflamao, necrose hemorrgica e formao de pseudo-membrana

pseudomembrana contendo fibrina, bactrias e cls. inflamatrias

Diagnstico laboratorial das infeces causadas por C. difficileIsolamento da bactria a partir das fezes, em meios altamente seletivos. Testes de citotoxicidade em culturas de tecidos in vitro Ensaios imunolgicos para a pesquisa da enterotoxina.