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Ambiente marinho
Análise do Ambiente Físico
1. Razões da escolha do tema
2. Os oceanos2.1. A extensão relativa das áreas emersas e das submersas
2.2. O Oceano ou os oceanos ?
2.3. A composição da água oceânica
2.4. A biodiversidade oceânica2.4.1. Importância do ciclo do carbono2.4.2. Importância do ciclo do oxigénio2.4.3. Os ambientes biológicos oceânicos
2.5. As dinâmicas das águas oceânicas2.5.1. As correntes superficiais2.5.2. As ondas superficiais
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3. Os recursos oceânicos3.1. A água salgada
3.2. As fontes energéticas dos fundos oceânicos
3.3. Os movimentos da água: recurso energético3.3.1. A energia das ondas3.3.2. A energia das marés
3.3. Recursos piscatórios
3.4. Recursos aquícolas
3.5. A importância dos recifes artificiais
3.6. O oceano como meio de transporte
4. Os riscos oceânicos
3.6. O oceano como meio de transporte
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4. Os riscos oceânicos
4.1. Riscos de erosão
4.2. Riscos de assoreamento
4.3. Riscos de maremoto
4.4. Riscos de poluições
• piscatórios
• algas
• energéticos (ondas, marés, eólico)
• minerais (extracção de inertes)
• aquicultura
• industrial
• portuário
• lazer
• militar e estratégico
sobrecaptura
sobrecaptura
perturbação dos sistemas litorais
poluição de solos e aquíferos
perturbação dos sistemas litorais e/ou poluição de solos e aquíferos
Recursos litorais Riscos
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Situações de conflito no litoral são de dois tipos:
• troços em erosão mais ou menos acelerada e que só é tornada pública quando ocorre em áreas densamente ocupadas ou onde os investimentos turísticos são postos em risco;
• assoreamento dos pequenos estuários e lagunas costeiras, promovendo a sua eutrofização e pondo em causa as comunidades locais que vivem da aquocultura.
Vilamoura Quarteira
W E
4.1. Riscos de erosão
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1975-1980⇒ 7,5m/ano1980-1991 ⇒ 2,5-1,3m/ano
1975-1996 ⇒ ±5m/ano
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A erosão no litoral não se deve exclusivamente à subida do nível do mar, mas sobretudo ao mau uso que tem sido feito do território, nomeadamente:a) à ocupação do litoral, com construções em dunas e até em praias, como sucedeu em Ofir, que impedem a livre circulação de areias entre a praia e a duna;b) à sua artificialização, fazendo desaparecer praias e dunas, que constituem os sistemas naturais de protecção à erosão marinha, e substituindo-os por paredes de betão;c) à construção de esporões, que impedem a livre circulação das areias no mar, promovendo a acumulação a barlamar (norte na costa ocidental e oeste na costa meridional), mas desencadeando forte erosão a sotamar, onde as areais devido ao obstáculo (constituído pelo esporão) não chegam.
A tudo isto deve acrescentar-se que a construção das barragens impede a chegada de sedimentos à foz dos rios e que o mar se encarregaria depois de distribuir, criando um défice de sedimentos (nomeadamente areias).
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Storm surge é a sobreelevação do nível do mar de origem meteorológica. É uma subida anormal do nível médio das águas do mar. Mede-se pela diferença entre o nível da maré prevista e o nível alcançado pelo mar.
Pode resultar da acção individual ou combinada de:• Efeito barométrico inverso (0,01m por cada hPa);• Entumescência da água devido à acção de ventos fortes (depende não apenas
da intensidade, mas também do período de tempo de actuação no varrido, da densidade e da estratificação da coluna de água);
• Ressonância de ondas de longo período• Acumulação de água junto a costa derivada de ondas de curto período
• temporais (storm surge - elevação do nível do mar de natureza meteorológica)
O único estudo sistemático em Portugal diz respeito ao estudo de séries maregráficasde apenas dois anos (Gama 1996) ou a temporais específicos (Morais & Abecassis1978, Taborda & Dias 1992, Gama et al 1994, Pereira et al 1996). No caso português, a investigação mostra existir uma correlação mais forte entre a pressão atmosférica e o nível atingido pela maré. A sobreelevação máxima registada na costa portuguesa foi, até ao presente, de 1,2m, em 1981.
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50 km
Pe rigo sísmicoPe rigo de movimento de massaPe rigo de maremotoPe rigo de inundaçãoTr oço crítico sujeito a inundaçãoPo nto crítico sujeito a inundaçãoTr oço de influência d eru ptura de barragemTr oço crítico de er osão litoral
10Nº estab elecimentos Industria is com Re latório de Segurança em 200 352,5
Ga soduto em estudo/p rojectoGa soduto em operaçã oOl eoduto
Projecto SIAM
4.2. Riscos de assoreamento
(relacionado com flutuações do nível do mar e uso do território)
Atouguiada Baleia
Foz Velha
Amorim Girão (1949-51) - Geografia de Portugal
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Laguna litoral herdada de uma lagoa relativamente grande, que foi sendo colmatada pelos sedimentos transportados pelos rios e também pelo lastro dos navios que nela aportavam. É também o exemplo de uma laguna onde se desenvolveram aglomerações que viviam das trocas comerciais nos portos que a laguna abrigava.
As lagunas do litoral de Portugal continental começam a ser submetidas a um regime de colmatação desde o século XV, fenómeno que se acelerou no século XIII. No caso de S. Martinho do Porto, tal deveu-se ao afluxo de sedimentos trazidos pelos rios, em consequência da deflorestação das vertentes dos seus vales. As povoações que cercam a laguna (Salir do Porto, Alfeizerão, entre outras) situam-se acima da cota de 20m e eram pequenos portos. No século XVIII, a extensão da lagoa seria aproximadamente a sugerida pela fig. e estaria já em franco assoreamento, tendo sido interditado aos navios que nela aportavam de aí deixar o lastro. A tendência para o assoreamento prosseguiu e, em cerca de 200 anos, a lagoa ficou reduzida àpequena concha que hoje existe.
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4.3. Riscos de maremoto
podem ter diversas causas:
• sismo com epicentro no fundo oceâmico;
• grande deslizamento submarino;
• queda de um meteorito;
• erupção vulcânica submarina
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Ondas podem percorrer milhares e milhares km, c/ velocidade de cerca de 700 km/h e mais de 10 metros de altura. Diferem das ondas superficiais por terem: muito > comprimento de onda (o.s. c/ c.o. cerca de 150 m, uma onda de maremoto possui um comprimento de onda até 100 km.
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Dezembro de 2004O que originou os recentes sismos de Sumatra (26/12/2004, Mw=9.3 e 28/03/2005, Mw=8.7) foi o choque das placas tectónicas da Índia e de Burma, em que a primeira mergulha obliquamente sob a segunda na direcção e sentido NNE com uma velocidade média de 6 cm/ano
Comprimento total da ruptura de mais de 1000 km para o mega sismo (Mw=9.3).
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Tailandia
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Portugal, pela sua posição geo-estrutural, é particularmente susceptível a tremores de terra. Do recenseamento levado a cabo por Barata et al (1989), extrairam-se algumas referências e citações de diversos autores sobre as transformações no litoral e a maremotos que afectaram o território de Portugal continental.
· 68-60 aC: grande maremoto afectou o litoral da Galiza e de Portugal. As populações fugiram para as montanhas porque o mar cobriu os campos.
· 382: grande terramoto e muitas ilhas foram submergidas das quais hoje ainda se vêm vestígios junto ao Cabo de S.Vicente.
· 1198: reinado de D Sancho I, terramoto com tempestade de mar (?).
· 1356, 24 de Agosto: grande dano nas cidades marítimas, Lisboa incluída (não são referidas causas).
· 1504: ocorreu fenómeno idêntico ao anterior as populações foram viver para os montes, tendo abandonado as casas para viver em barracas (não são referidas causas).
1531, 26 de Janeiro: reinado de D.João III, são referenciados vários terramotos, as populações foram para o campos e “O Tejo com os violentos fluxos de maré, e agitação furiosa das suas ondas creceo de modo, que submergindo muitos navios, se affirmar abryo no meyo as suas águas deixando patente as areas do seu fundo”....“Terramoto horrível em Lisboa: cairam na cidade 1500 casas, arruinaram-se vários templos e submergiram-se muitos navios com o temporal”....“...La madre, por donde corre el Rio Tajo, se inchiò de tal manera, que apartando-se las agoas de la una, y otra parte, parecia resultar una manera de Isla”.
· 1571, 26 de Janeiro: submergiram muitos navios no mar; os reis e a população retiraram-se para o campo.
· 1719, 6 de Março: no Algarve, ”Hoje hum quarto antes de nascer o sol, padecendo a lua eclipse, se sentiu pela parte do mar um ruido horrivel e a terra (Villa Nova de Portimão) padeceu hum formidável terramoto por tres ou quatro minutos...”. “Lagos, está quazi arrazada...; o mar entrou pela terra dentro em altura de 7 varas a levou: os fortíssimos muros da Cidade... forão conduzidos com a violencia das agoas”. O mesmo parece ter sucedido em Albufeira, Faro, Tavira e Castro Marim” (descrição idêntica à de 1755). ·
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1755, 1 de Novembro: “Ainda não hera paçado hu quarto de hora q [que] tinha principiado tão horrivel terramoto. qto de repente principiou a crescer o mar com tão a rebatada furia, que em breves instantes entrou pelas prayas, a onde se achava inumeravel povo, q se tinha retirado das ruinas dos idificios; e vendo-se este a cometido das agoas, principiou a fugir pª os campos, e montes clamando aq. m incontravão, q fugissem todos da cidade, porque o mar a vinha a fogar... Assim como o mar impetuozamte subio, sahiando dos seus limites, assim mesmo se tornou logo a retirar, afogando somte alguas pessoas q apanhou nas prayas...“
...” Em todos estes Lugares (Lisboa, Cascais, Peniche, Setúbal, Alentejo e Algarve) o mar extraordinariamente intumecido, affogou muita gente, que se tinha refugiado nas prayas...”. “...ella [Setúbal] ficou reduzida à ultima miseria” ... umas pessoas “acabaram no terramoto, as mais no mar, que entrou na Villa as arrebatou...”. “...veyo o mar com a mayor violencia à terra e entrando pela Villa, destruhio as muralhas, assolou propried.es afogou muita gente q descuidade de semelhante sosseço acolheo repentinamte as agoas, movidas com tanto impulso q trouxerão ao meyo das ruas mtas, e grandes imbarcaçoens, em cujas ruinas, do terramoto, e inundação das agoas dizem morrerião cinco mil pessoas...”.
Pelas descrições é possível estimar que a onda do maremoto atingiu pelo menos 6m em Lisboa, onde parece ter penetrado nalguns locais até 250m, e mais de 10 m no Cabo de S.Vicente, nunca se tendo voltado a tingir tais valores no litoral de Portugal continental, nem mesmo no último tremor de terra de maior magnitude, como o que ocorreu em 28 de Fevereiro de 1969
A poluição é a introdução pelo homem, directa ou indirectamente, de substâncias ou energia no ambiente oceânico, ocasionando consequências nefastas nos organismos vivos, com prejuízo para o homem, com obstrução das actividades marinhas (onde se inclui a pesca e a aquicultura) por diminuição da qualidade da água (Libes, 1992).
A poluição terrestre, que atinge os oceanos, é constituída pelos esgotos domésticos (com microorganismos-batérias, virus, parasitas intestinais) e industriais, pelas descargas de resíduos sólidos, pela contaminação de cursos de água pelo uso de aditivos e pesticidas na agricultura.
4.4. Riscos de poluições
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A contaminação não é fácil de avaliar e quantificar, porque os sistemas biológicos evoluem naturalmente. Por outro lado, os organismos interagem com o meio em que vivem, demorando um certo tempo a reagir à introdução de contaminantes nesse meio.
Por esse motivo, é difícil distinguir as mudanças naturais das induzidas por contaminação e, neste caso, quanto tempo demoram a ocorrer.
Em laboratório considera-se que uma dose contaminante é letal quando origina a morte de 50% dos indivíduos, num determinado tempo. Porém há outras consequências, para além da morte dos indivíduos, como sejam as modificações fisiológicas e de comportamento. Além disso, os dados obtidos para uns organismos não são extrapoláveis para outros.
O stress ambiental que se gera na presença de contaminantes pode causar impactes negativos no crescimento e na taxa de reprodução dos organismos (Vale, 1998).
As respostas dos seres vivos aos contaminantes
Nível de ac-tuação dos contaminantes
Resposta adaptativa
Resposta destrutiva
Bio-químico-celular
• Desintoxicação • Ruptura de membranas
• Desequilíbrio energético
Organismo • Doenças defensi-vas
• Adaptação de fun-ções
• Fugas
• Alterações metabólicas
• Alterações aberrantes
• Maior incidência de doenças
• Redução das taxas de cres-cimento e de reprodução
População • Adaptação ao stress
Alteração na dinâmica das populações
Comunidade • Adaptação ao stress
• Alteração na composição específica e na diversidade
• Redução do fluxo energético
Adaptado de Libes, em Vale (1998).
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A poluição petrolífera pode ser de dois tipos: acidentes em plataformas petrolíferas e derrames de crude acidentais, para além das lavagens dos tanques dos petroleiros.
Estima-se que, em cada ano, mais de 3,6 milhões de toneladas sejam derramadas no oceano, sobretudo resultantes de acidentes com navios petroleiros.
A dispersão dos derrames de petróleo no oceano origina impactes em tempos diferentes. O primeiro, imediato, origina a formação de uma película superficial, condicionada pelas condições de vento e de ondulação. No decurso de alguns dias, os compostos de menor peso molecular tendem a dissolver-se, a evaporar-se ou a degradar-se fotoquimicamente. No decurso de semanas, outra parte éadsorvida ou incorporada em partículas de água e transportada para os sedimentos. Finalmente, ao fim de meses, ocorre a biodegradação.
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(PICKERING, K; OWEN, L. (1994))
Alguns dos principais acidentes com navios petroleiros
Ano e nome do navio Derrame de petróleo/crude (em milhares de toneladas) e principais consequências
1967-Torrey Canyon 118; ao largo da Cornualha, afectou 400km de costa e matou entre 40 000 e 100 000 aves marinhas
1970 - Arrow 10; na Nova Escócia, afectou 300km de costa
1983 - Castillo de Belver 200; ao largo da África do Sul
1987 - Amoco Cadiz 223; afectou 300km da costa da Bretanha
1989 - Exxon Valdez 38; no Alasca, cobrindo uma área de mais de 2300km2 e afectando centenas de quilómetros de costa. A camada de petróleo chegou a atingir 10cm de espessura. Estima-se que tenham morrido 3 500-5 500 lontras, 200 focas e cerca de 400 000 aves marinhas
1991 Guerra do Golfo mais de 1 000; devido à fraca amplitude da maré, só parece ter afectado uma faixa costeira oceânica com 2km de largura
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A poluição por petróleo é desastrosa. Para além de ser tóxico e causar perturbações no aparelho digestivo dos seres vivos marinhos, causa sofucação por formar uma película que cobre os animais e a superfície do oceano, impedindo as trocas de oxigénio com a atmosfera.
http://www.richmond.ca/safety/prepare/city/hazards/tsunamis/Tsunami_Study.htm
http://www.meteopt.com/forum/sismologia-vulcanismo/tsunamis-em-portugal-1225.html
http://www.tsunami.noaa.gov/tsunami_story.html