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X Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA • 04 a 06 de Julho de 2001 • Manaus - AM
ALTERAÇÕES NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DOSSOLOS EM QUATRO ECOSSISTEMAS DE TERRA FIRME NAAMAZÔNIA CENTRAL: MATA PRIMÁRIA, MATA SECUNDÁRIA,PLANTIO FLORESTAL E ÁREA DEGRADADA.
Andreza Pereira Mendonça'; João Baptista da Silva Ferraz/: Patrícia Carla de Sales3.
'Bolsista CNPq/PIBIC; 2Pesquisador INPAlCPST; 3Técnica I INPAlCPST
A amazônia brasileira tem como uma de suas características comuns a pobreza de
seus solos, os quais dependem basicamente das entradas de nutrientes pela atmosfera e da
recirculação desses nutrientes na biomassa. Tal pobreza torna-se acentuada a partir da
derrubada e queima da floresta primária, uma vez que ocasiona mudanças tanto na estrutura
quanto no funcionamento do ecossistema natural, e conseqüentemente, o empobrecimento e a
degradação dos solos. (Jordan, 1989).
O reaproveitamento das áreas degradadas representa tanto o gerenciamento dessas
áreas quanto a redução da pressão do desmatamento sobre as áreas ainda recobertas pela
floresta. Portanto, uma alternativa viável para recuperação de áreas degradadas na Amazônia
é o reflorestamento com espécies nativas, combinando os conhecimentos silviculturais das
espécies da região com os fatores de sítios do solo. Logo, viabiliza-se os plantios florestais a
fim de avaliar os locais mais apropriados às diferentes espécies florestais, indicando a que
níveis de fertilidade os solos devem ser recuperados. Dentre as espécies recomendadas para
programas de reflorestamentos encontra-se o cedro (Cedrela Odorata L.), pois é considerada
uma espécie adequada ao repovoamento das áreas degradadas. O objetivo deste trabalho é
caracterizar as alterações nas propriedades tanto físicas (granulometria, compactação e cor)
quanto químicas (macronutrientes, matéria orgânica e acidez) nos solos sob plantio de cedro,
em relação ás áreas de florestas primárias e secundárias e área degradada.
O trabalho foi realizado na Cooperativa Agrícola Mista Efigênio Salles (Rodovia
Am-Ol O, Km 41). O plantio foi realizado em 2000. Em cada uma das áreas de estudo foram
coletadas três amostras simples de solos com três repetições para cada profundidade de solos:
0-2,5; 2,5-7,5 em (anéis de Kopecky 100 cm3); 7,5-20,0; 20,0-40,0 em (trado holandês). Foi
determinada a compactação dos solos pelo penetrometro tipo sonda de impacto; a cor pela
carta de MUNSELL, a granulometria pela método EMBRAP A (1997), assim como o pHH20e
pHKC1 e os macronutrientes (EMBRAPA, 1997). Foram calculadas a matéria orgânica, CTC
total e efetiva, V% e a relação CIN. A análise estatística foi feita através de análises de
variância, utilizando o teste de Tukey a 5% de probabilidade.
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Os solos apresentaram um predomínio das famílias de cores Y (amarelo) e YR(
vermelho amarelado), o que pode indicar maior hidratação dos óxidos de ferro e teores de
Mangânes e Alumínio (Prado, 2000). A coloração do solo indica a sua produtividade
potencial, em escala decrescente têm-se: preto, bruno, bruno-acinzentado, vermelho, cinzento,
amarelo e branco. A partir desta escala observou-se um gradiente de produtividade na
seguinte ordem: floresta primária, floresta secundária, plantio de cedro e área degradada.
Provavelmente, devido ao maior teor de matéria orgânica, a qual estar em vários estágios de
decomposição.
Observou-se que na floresta primária os solos apresentaram-se como franco-arenoso
a franco-argiloso, tais texturas apresentam propriedades físicas e químicas medianas. Para
todas as profundidades estudadas, os solos na mata secundária, plantio de cedro e área
degradada apresentaram-se como muito argilosos, o que pode indicar alta porosidade, boa
drenagem e adsorção de cátions.
Nos solos da floresta foram contabilizados os menores números de impactos para
atingir a profundidade de 40 em. Devido, provavelmente a estrutura granulométrica, a maior
espessura na camada de liteira e ao menor grau de perturbação antrópica na área. Enquanto, o
número de impactos para atingir as profundidades até 40 em na mata secundária, plantio e
área degradada aumentaram progressivamente, devido provavelmente aos reduzidos teores de
matéria orgânica no solo, maior densidade aparente e a desestruturação do solo (Figura 1).
Na floresta primária de 0-0,75 em apresentaram os maiores teores de Ca variando de
0,05 a 0,01 crnol.ikg", em relação a mata secundária e área degradada, cujos teores variaram
de 0,03 a 0,01; 0,04 a 0,01 cmol.ikg" ,respectivamente. Contudo, na área degradada 2
(baixio) e no plantio 23 (encosta) os teores respectivamente foram entre 0,03 a 0,80; 0,08 a
0,31 cmol..kg", o que sugere possível acúmulo de húmus nestas áreas (Figura 2).
Nas áreas estudadas, os teores de Mg tiveram pouca variação até 40 em de
profundidade (0,08 a 0,01 cmol.ikg" ). Contudo, na área degradada 2 e nos plantios 21 e 23
(baixio e encosta) apresentaram os maiores teores variando de 0,26 a 0,05; 0,21 a 0,05; 0,24 a
0,05 cmol..kg", respectivamente.
Os valores de Alumínio trocável foram menores em todas as profundidades
estudadas, em relação a acidez total. Da superfície aos 40 em de profundidade, o teor de AI
variou de 1,85 a 0,75 cmol..kg' na floresta primária; de 1,65 a 0,01 cmol.ckg' no plantio.
Os valores de pH H20 para as áreas estudadas variaram de 4,70 a 3,34, os valores do
pH aumentaram com o aumento da profundidade, entretanto nos plantios 21 e 23 devido
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provavelmente a maior incorporação de matéria orgânica não houve uma diminuição do pH
com o aumento da profundidade.
Para o delta pH os valores encontrados foram predominantemente negativos variando
de -0,26 a -0,83 indicando a predominância de carga negativa e, portanto, maior capacidade
de reter cátions.
Quanto maior o grau de influência antrópica , maior a compactação dos solos, mas
independentemente da influência antrópica, todos os solos apresentaram baixos teores de
nutrientes e altos teores de Alumínio trocável.
PEmetrometro de sonda de impacto
60-+- plantio 21
-+-floresta 16050
_planti023 __ floresta 2501/1 plantio 25 til floresta 3o 40 o 40- Õo[30
ca 30a.E .5 2020 '"'" zz 1010 .:»
O .•. O5 10 15 20 25 30 35 40
5 10 15 20 25 30 35 40Profundidade (em)
profundidades (em)-+-degradada 1---tI--- degradada 2 6060 -+- capoeira 1
degradada 3 5050 __ capoeira 2
40 40 capoeira 3
30 3020 2010 10
O O5 10 15 20 25 30 35 40 5 10 15 20 25 30 35 40
Figura 1: Número de impactos necessários ao deslocamento do penetrômetro no solo até 40cm deprofundidade, em área de florestas primária e secundária, plantio de cedro e área degradada.
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Teor de Cálcio0.35
1
0,35
• floresta 1 0,30• secundária 1
0,30- • floresta 2 li secundária 2'7 0,25C) 0,25 secundária 3~ floresta 3..2 0,20 0,20O li •E 0,15 0,15 • •(,) •- li 0,10ctI 0,10 • •o r,' •0,05 • • 0,05 J\I n
~ ~ ~;~ 'ir :à~~ f" • •0,00 ~;:)
0,00 •
° 20 40 60 ° 20 40 60
Profundidade (em)
0,350,35
0,30 I • cedro 210,30
- • cedro 23 0,25- 0,25 •oO)~ cedro 25 0,20...J.} 0,20o
0,15E 0,15 * /\() •- 0,10ctI 0,10 • liO • • I0,05 0,05 ,~• • /\
li, I 0,00 • 1\
0,00O 20 40 60 ° 20
Profundidade (em)
• degradada 1
• degradada 2
degradada 3
40 60
'Figura 2: Teores de Cálcio nos solos das florestas primária e secundária, plantio de cedro e área degradada nasprofundidades de 0-2,5; 2,5-7,5; 7,5-20 e 20-40cm.
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária), 1997. Manual de Métodos de
Análise de Solo, 2ed., Rio de Janeiro: Embrapa-Cnps, 212 p.
Prado, H. 2000. Solos do Brasil : gênese, morfologia, classificação e levantamento.
Piracicaba: H. do Prado. 182 p.
Jordan, C.F. 1989. An Amazoniam rain florest: the structure and function of nutrient stressed
ecosystem and the impact of slash and agriculture. V.2. Paris: UNESCO.176 p.
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