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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC. PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM ALICE SILVA JESSILAINE PRISCILA MÔNICA MORAES NÁDIA LINO PARTO HUMANIZADO PALMITAL 2014

ALICE SILVA JESSILAINE PRISCILA MÔNICA MORAES NÁDIA … · da mulher. Quando a gestante entra em trabalho de parto este pode ser dividido em 3 ou 4 fases clínicas, após a fase

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC. PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

ALICE SILVA

JESSILAINE PRISCILA

MÔNICA MORAES

NÁDIA LINO

PARTO HUMANIZADO

PALMITAL 2014

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ALICE SILVA

JESSILAINE PRISCILA

MÔNICA MORAES

NÁDIA LINO

PARTO HUMANIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à ETEC. Prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Enfermagem. Orientadora: Daniele Cristina Molero Polcelli.

PALMITAL 2014

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ALICE SILVA

JESSILAINE PRISCILA

MÔNICA MORAES

NÁDIA LINO

PARTO HUMANIZADO

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________

DANIELE CRISTINA MARIN MOLERO POLCELLI– ORIENTADORA

__________________________________________________________

NOME DO PROFESSOR (NOME COMPLETO) – EXAMINADOR

__________________________________________________________

NOME DO PROFESSOR (NOME COMPLETO) – EXAMINADOR

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A Deus.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por ter nos dado força, sabedoria, discernimento, paciência,

calma e fé para conseguirmos concluir esse trabalho e o curso técnico.

.

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O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. Albert Einstein

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SILVA, Alice;PRISCILA, Jessilaine;MORAES, Mônica;LINO, Nádia. Parto humanizado. 2014. Trabalho de Curso (Técnico em Enfermagem) – Etec. Prof. Mário Antônio Verza, Palmital, 2014.

RESUMO Este trabalho destaca a importância da humanização do parto para a gestante, a retomada e o respeito do seu papel na hora do parto, tanto para seu bem físico quanto emocional, visando esclarecer quais são os atos para a humanização do parto. Tem como objetivo informar sobre a implantação da humanização nos diferentes tipos de parto, e que quando as vontades da parturiente são desrespeitadas ela pode estar sofrendo violência obstétrica. O estudo pretende informar sobre tal assunto para maior conscientização sobre o tema visando ajudar a minimizar o demasiado índice de cesáreas no Brasil. As pesquisas bibliográficas que deram suporte e base para esse trabalho foram encontradas em sites, artigos, livrose documentários que abordam o assunto. Enfatiza-se que para humanizar o parto os profissionais da saúde devem se colocar no lugar do próximo dando o tratamento e a atenção da mesma forma que gostariam de receber. Palavras-chave: Parto; humanização; parto humanizado; violência obstétrica.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

OMS – Organização Mundial de Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10

CAPÍTULO 1 – O PARTO NORMAL/NATURAL ....................................................... 11

1.1 Vantagens do parto normal .............................................................................. 12

1.2 Indução de parto .............................................................................................. 12

CAPÍTULO 2 – CESÁREA ........................................................................................ 14

CAPÍTULO 3 – VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA............................................................... 15

3.1 A violência obstétrica na gestação ................................................................... 15

3.2 A violência obstétrica no parto ......................................................................... 15

3.3 A violência obstétrica no atendimento em situações de abortamento. ............. 16

CAPÍTULO 4 – A HUMANIZAÇÃO DO PARTO ........................................................ 17

4.1 Condutas para uma assistência humanizada no trabalho de parto.................. 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21

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INTRODUÇÃO

A humanização do parto está se tornando cada vez mais utilizada. O parto

humanizado não deve ser visto como um tipo especifico de parto, pois todo parto é

humanizado desde que as vontades da mulher sejam respeitadas.

O parto humanizado não deve ser visto como um tipo específico de parto,

pois todo parto é humanizado desde que as vontades da mulher sejam

respeitadas.Segundo a Cartilha do Humaniza SUS, do Ministério da Saúde, por

humanização entende-se a valorização dos diferentes sujeitos implicados no

processo de produção de saúde (usuários, trabalhadores e gestores). Tal

valorização é fundamentada na autonomia eno protagonismo dos sujeitos, bem

como na corresponsabilidade, no estabelecimento de vínculos solidários ena

construção de redes de cooperação com participação coletiva no processo de

gestão.

Humanizar é pensar no próximo, se preocupar com o bem físico e

emocional, respeitar opiniões, cultura, religião e decisões, é se colocar no lugar do

próximo e dar-lhe o tratamento que gostaria de receber, tendo respeito, carinho e

compaixão, promovendo uma assistência de qualidade.

No Brasil o índice segundo um estudo realizado pela a OMS em 2014 é de

que até 15% dos partos sejam cesarianas, mas esse índice acabou chegando a

52%.Em muitos casos esse procedimento é indicado sem a real necessidade.

É mais cômodo e lucrativo para um médico realizar uma cesariana com dia e

hora marcada e voltar para seu consultório médico particular, do que acompanhar

um trabalho de parto normal que pode durar mais de 15 horas, como também é mais

confortável para a gestante a ideia de saber o dia e a hora que seu filho virá ao

mundo, tendo um parto com anestesia e sem sentir as temidas dores do parto

normal.

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CAPÍTULO 1 – O PARTO NORMAL/NATURAL

Durante a assistência ao parto e ao nascimento, faz-se necessário observar

a mulher como um todo, permitindo que sua parte instintiva apareça no momento de

dar a luz.

O parto normal é a forma fisiológica e natural da expulsão do feto do corpo

da mulher. Quando a gestante entra em trabalho de parto este pode ser dividido em

3 ou 4 fases clínicas, após a fase premonitória do parto. (CARVALHO, 2007, p. 135).

A fase premonitória do parto apresenta sinais de que o trabalho de parto e o

nascimento do bebê estão se aproximando, isso costuma acontecer de 10 a 15 dias

antes do parto. Ocorre a descida e o encaixe da cabeça do bebê na pélvis da

gestante, dores lombares, contrações de Braxton-Hicks, chamadas de contrações de

treinamento, pressão e dor em baixo ventre, aumento de edema, aumento do muco

cervical e perda do tampão mucoso.

As quatro fases clínicas do parto:

A primeira fase é a dilatação, ela ocorre desde o inicio do trabalho de parto

até a dilatação total do colo uterino. Esta fase é a mais demorada, pois sua duração

varia de 1hora até mais de 24horas, depende da paridade nas primíparas (primeira

gestação) dura mais tempo do que para as multíparas (segunda gestação), tamanho

fetal, capacidade do colo de dilatar e do diâmetro fetal e pélvico.

Nessa fase a gestante começará a sentir contrações irregulares e

espaçadas,podendo se tornar mais frequentes, longas e fortes. Intensificaram-se

também as dores lombares e a pressão no canal vaginal e ocorrerá a ruptura da

bolsa.

A segunda se inicia após a dilatação completa e prolonga-seaté a expulsão

do feto. Essa fase dura de poucos minutos a horas dependendo dos esforços

expulsivos, frequência, duração intensidade das contrações, proporção fetal e

pélvica e paridade: nas primíparas dura mais tempo do que para as multíparas.

Observa-se que a intensidade das contrações aumenta com intervalos de 3 a 5

minutos, provocando cansaço e desconforto físico e mental.

A terceira fase é composta pela dequitação, que ocorre após a expulsão do

feto até a expulsão da placenta, com duração entre5e 30 minutos.

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A quarta fase é o período de recuperação pós- parto.

Destaca-se a necessidade de se ter bastante atenção nas atitudes tomadas

no momento de realização do parto normal, dando total apoio físico e emocional à

parturiente. (CARVALHO, 2007, p. 135-136).

1.1 Vantagens do parto normal

De acordo com a ginecologista Sheila Sedicias (2013) o parto normal traz

vantagens tanto para a mãe, quanto para o bebê. Dentre as vantagens do parto

normal para a mãe destacam-se: menor risco de infecção; recuperação mais rápida;

favorecimentoda produção de leite materno; estreitamentodos laços sentimentais

com o bebê; economia financeira; menor tempo de internamento hospitalar; melhor

recuperação no pós-parto; o útero volta ao seu tamanho normal mais rapidamente; a

cada parto normal, o tempo de trabalho de parto fica mais curto.

Também são várias as vantagens do parto normal para o bebê, dentre elas a

autora destaca: a diminuição do desconforto respiratório, pois ao passar pelo canal

vaginal, seu tórax é comprimido e isso faz com que os líquidos de dentro do pulmão

sejam expelidos com mais facilidade; o bebê também se beneficia das alterações

hormonais que ocorrem no corpo da mãe durante o trabalho de parto, fazendo com

que ele seja mais ativo e responsivo ao nascer; durante a passagem pelo canal

vaginal, o corpo do bebê é massageado, fazendo com que ele desperte para o toque

e não estranhe tanto ao ser manipulado ao nascer.

Outros benefícios destacados pela ginecologista supracitada dizem respeito

a rápida proximidade entre mãe e filho, uma vez que ao nascer, o bebê pode ser

imediatamente colocado em cima da mãe, o que acalma ambos. Após estar limpo e

vestido, o recém-nascido pode permanecer todo o tempo junto da mãe, se ambos

estiverem saudáveis, pois nenhum dos dois precisa ficar em observação.

1.2 Indução de parto

A indução do parto é uma maneira artificial de provocar as contrações

uterinas.

Usando medicamentos hormonais, a infusão de ocitocina que é considerado

o hormônio do amor faz com que as contrações uterinas sejam desencadeadas.

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A indução é indicada quando a gestante apresenta pré-eclâmpsia, diabetes,

ruptura da bolsa amniótica, ou quando passa das 40 semanas.

Para poder ocorrer a indução a gestação deve ser simples, a proporção feto

pélvica deve ser normal, o feto deve estar com a cabeça encaixada na pélvis, feto

deve estar com maturidade e com o colo do útero ligeiramente dilatado e esvaecido.

Quando a parturiente não apresenta nenhum desses critérios ou

complicações a indução não é indicada. Sendo necessária a realização de uma

cesariana. (CARVALHO, 2007, p.167).

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CAPÍTULO 2 – CESÁREA

De acordo com a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama, cesariana

humanizada existe e querer cuidados para ser feita, “caso o parto normal não seja

possível, o obstetra pode realizar o parto cesariana de uma forma mais próxima do

nascimento pela via vaginal” (MURAYAMA, 2014).

Este procedimento permite que o acompanhante escolhido esteja presente

na hora do parto. Além disso, permite que logo após o nascimento , o bebê possa

ser colocado Imediatamente no colo da mãe, caso esteja em boas condições.

Diferente de uma cesárea normal.

Na cesárea humanizada o procedimento deve chegar o mais perto possível

de um parto normal. sendo assim, o corte costuma ser do mesmo diâmetro de uma

dilataçãovaginal, aproximadamente 10 centímetros. e o bebê deve ser retirado bem

devagar , sem que o corte do cordão seja imediato.

Após isso, o bebê pode ir para o colo da mãe para o aaleitamento. para que

não haja separação dos dóis rapidamente, os primeiros cuidados devem ser feito ali

mesmo, ao lado da mãe, enquanto a equipe termina o procedimento.

A principal vantagem desse tipo de parto, e o aleitamento materno.

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CAPÍTULO 3 – VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, em folheto explicativo,

destaca três tipos de violência obstétrica, a violência obstétrica na gestação, durante

o parto e no atendimento em situações de abortamento.

3.1 A violência obstétrica na gestação

Toda mulher tem direito a um pré-natal de qualidade e este é um direito que

visa à saúde e ao bem-estar não apenas da mulher, mas também da criança. A

violência obstétrica neste período pode se caracterizar pela negação ao atendimento

à mulher ou por imposições de dificuldadespara a realização do pré-natal nos postos

de saúde.

Ofender, humilhar ou falar mal da mulher ou de sua família, bem como

negligenciar o atendimento de qualidade também são formas de violentar os direitos

da gestante.

3.2 A violência obstétrica no parto

No Brasil, há leis que garantem a toda mulher o acompanhamento de sua

gestação durante todo o período de duração do trabalho de parto, parto e pós-parto.

Assim, são garantidas a sua dignidade eintegridade física e psicológica.

Dentre as formas mais comuns de violência obstétrica no parto, conforme

divulgado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo (2013), estão: a recusa

da admissão no hospital ou maternidade (peregrinação do leito); o impedimento da

entrada do acompanhante escolhido pela mulher; a cesariana sem indicação clínica

e sem consentimento da mulher; o impedimento ou retardamentodo contato do bebê

com a mulher logo após o parto; o impedimentodo alojamento conjunto da mãe com

o bebê, levando o recém-nascido para o berçário sem nenhuma necessidade

médica, apenas por conveniência da instituição.

Também são ações caracterizadoras de violência obstétrica no parto:

impedir ou dificultar o aleitamento materno sem justificativa médica; realizar ou

induzir a procedimentos que incidam sobre o corpo da mulher, que interfiram,

causando dor ou dano físico (de grau leve a intenso) e praticar violência verbal ou

comportamental que cause na mulher sentimento de inferioridade.

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3.3 A violência obstétrica no atendimento em situações de

abortamento.

As complicações decorrentes do aborto são as principais causas de morte

de mulheres registradas no Brasil. Esse problema não é apenas dos profissionais

diretamente atuantes na área da saúde, mas sim de toda a sociedade. Dada a

amplitude do problema, é imprescindível para sua resolução, a atuação de equipes

multiprofissionais, respeitando a mulher em sua liberdade, dignidade, autonomia,

afastando-se preconceitos, estereótipos e discriminações de quaisquer naturezas,

que possam negar e desumanizar o atendimento.

Nas situações de abortamento, a violência obstétrica caracteriza-se em:

negar ou demorar no atendimento; questionar a mulher quanto à causa do

abortamento (se intencional ou não); ameaçar, coagir, acusar ou culpabilizar a

mulher; realizar procedimentos invasivos, sem explicação e sem anestesia.

Todo paciente tem direito a requerer cópia de seu prontuário junto à

instituição de saúde onde foi atendido, tal documentação pertence ao paciente,

portanto não deve ser cobrado nada além do custo referente às cópias. Em casos de

violência hospitalar ou obstétrica de quaisquer naturezas nos serviços de saúde

público ou privado, o paciente deve denunciar de maneira formal, acionando os

órgãos competentes.

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CAPÍTULO 4 – A HUMANIZAÇÃO DO PARTO

O parto humanizado não deve ser entendido como um tipo específico de

parto.Humanizar o parto é dar total respeito às vontades e a fisiologia da mulher, é

ela a protagonista do seu parto. A parturiente deve ter direito de poder escolher onde

quer ter seu bebê, ter o seu acompanhante ao lado durante todo o trabalho de parto,

caminhar livremente pelos corredores do hospital enquanto sente contrações,

receber banhos quentes e massagem de conforto para alivio da dor, escolher qual

posição se sente mais confortável para o nascimento do bebê, ter seu filho em seus

braços após o nascimento e amamentá-lo na primeira hora de vida.

Baseando-se no pré-natal e no desenvolvimento do feto, o médico deve dar

escolhas e intervir cirurgicamente o menos possível, se a parturiente desejar

anestesia por estar com muita dor, por exemplo, a equipe médica só realizará com

seu consentimento, nenhum procedimento é realizado sem ser de seu conhecimento

e de sua vontade.

Os profissionais de saúde devem dar total apoio físico e psicológico para

parturiente obter o melhor resultado, fazendo com que ela vivencie esse momento

de forma humana, recebendo tratamento adequado, de modo a evitar

comportamentos e técnicas que gerem ou provoquem algum trauma na parturiente.

A respeito da importância do momento do parto, Geraldo Mota de Carvalho,

na obra Enfermagem e obstetrícia, destaca: “o momento do parto é a etapa mais

significativa para a parturiente, recém-nascidos e familiares, processo que depende

de horas e provoca mudanças fisiológicas e psicológicas.” (CARVALHO, 2007,

p.186). Assim, humanizar o parto vai além de procedimentos e técnicas, é ter

empatia e compaixão pela parturiente, reconhecendo a importância do momento

para os pais e para o filho recém-chegado.

Um passo importante para a humanização do parto foi dado pelo Ministério

da Saúde com o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, instituído

através da Portaria/GM n. 569, de 1 de junho de 2000, subsidiado nas análises das

necessidades de atenção específicas à gestante, ao recém-nascido e à mãe no

período pós-parto.A humanização, para oMinistério da Saúde, compreende pelo

menos dois aspectos fundamentais. O primeiro diz respeito à convicção de que é

dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o

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recém-nascido. Isto requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de

saúde e a organização da instituição de modo a criar um ambiente acolhedor e a

instituir rotinas hospitalares que rompam com o tradicional isolamento imposto à

mulher.

O outro se refere à adoção de medidas e procedimentos sabidamente

benéficos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas

intervencionistas desnecessárias, que embora tradicionalmente realizadas não

beneficiem a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam maiores

riscos para ambos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 5-6).

Carvalho destaca algumas diretrizes estabelecidas pela Organização

Mundial da Saúde (2000) sobre as atitudes por parte dos profissionais na assistência

obstétrica e ressalta também os direitos da mulher para um parto humanizado com

base nesses direitos. Entre as atitudes estão:

Respeitar a vontade da mulher em ter um acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto e o parto;

Monitorar o bem-estar físico e emocional, durante todo o processo de atendimento;

Responder as informações e explicações solicitadas;

Permitir à mulher que ela caminhe durante o período de dilatação e adote a posição que desejar no momento da expulsão;

Orientar e oferecer métodos de alivio da dor durante o trabalho de parto, como: massagens, banho morno e outras técnicas de relaxamento;

Permitir contato pele a pele entre mãe e criança e o inicio do aleitamento, imediatamente após o nascimento;

Em relação especifica aos serviços: possuir normas de procedimentos e monitorar a evolução do parto pelo partograma, oferecer alojamento conjunto e estimular o aleitamento materno.

Quanto aos direitos da mulher:

Estar acompanhada durante o trabalho de parto e o parto, por alguém de sua escolha;

Conhecer a identidade do profissional;

Ser informada pelos profissionais sobre os procedimentos que serão realizados com ela e com seu filho;

Receber líquidos e alimentos durante o trabalho de parto, sem excessos;

Caminhar e fazer movimentos durante o trabalho de parto;

Receber massagens ou outras técnicas relaxantes;

Tomar banhos mornos;

Adotar a posição que desejar no momento da expulsão;

Receber o recém-nascido para amamentar, imediatamente após o parto;

Ser chamada pelo nome.(CARVALHO, 2007, p. 187-188)

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4.1 Condutas para uma assistência humanizada no trabalho de

parto.

A respeito das condutas para uma maior humanização da assistência no

trabalho de parto, AnatáliaBasile; Monica Pinheiro e NewtonMiyashita citam, no

livroCentro de Parto Normal Intra-hospitalar(2007,p. 42), a importância de

proporcionar à parturiente uma dieta livre na internação, isto é, a parturiente pode

escolher entre a dieta líquida ou a dieta geral. A necessidade justificada pela

reposição de energia e pela hidratação.

No que concerne ao banho, tanto o de aspersão como o de imersão deve

ser estimulado, uma vez que diminui o desconforto, a dor e favorece a circulação,

relaxando e diminuindo o tempo de trabalho de parto. Os autores ainda destacam os

seguintes pontos:

Deambulação: reduz o tempo de trabalho de parto, favorece a descida e ajuda minimizar dores lombares.

Massagem: Aliviar a tensão e promover relaxamento. Realizada principalmente na região lombo sacra.

Movimentação: proporciona relaxamento da tensão muscular pélvica, favorece a rotação e a descida, com movimentos de balanço pélvico e de abaixar e levantar.

Diurese: estimular durante o trabalho de parto, com objetivo de diminuição de presença de retenção urinária e desconforto durante as contrações.

Evacuação: estimular no trabalho de parto, favorecendo no encaixamento e na redução da presença de fezes durante o parto.

Respiração: deve ser estimulada espontaneamente durante as contrações. Se houver dificuldade da mulher ao respirar durante as contrações, deverá soprar lentamente para voltar a respirar normalmente, após cada contração uma respiração profunda deve ser estimulada, pois promove a o relaxamento e a oxigenação da placenta.

Posição de parto: deve ser livre em todo período de trabalho de parto. Mudar de posição proporciona maior conforto para a gestante. A posição para o parto pode ser lateral, cócoras e de quatro.

Cardiotocografia: a monitoração não deve ser feita com muita frequência, evitando que a parturiente fique presa ao leito, ela deve ser feita quando houver alterações, e para verificação da vitalidade fetal.

Medicação: Quando as condutas humanizadas não obterem sucesso, atendendo protocolo, e quando da vontade da gestante. (BASILE; PINHEIRO; MIYASHITA, 2007, p. 42-44).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho permitiu concluir que a humanização do parto é

de grande importância para o emocional, psicológico e físico das gestantes; no

entanto, para que os partos se tornem humanizados, os profissionais precisam de

capacitação e treinamentos para renovar suas técnicas e condutas.

A grande maioria das instituições não estáestruturalmente preparada, uma

vez que não têm os equipamentos necessários para a realização do parto

humanizado, observa-se também um déficitde profissionais preparados para que a

humanização seja realizada em sua integridade.

Por fim, cabe reiterar que o parto humanizado não se limita apenas ao

momento do nascimento do bebê, mas sim a todo o processo da gestação, do nascimento

e do pós-parto. Parto humanizado é uma nova forma de lidar com a gestante respeitando

sua natureza e sua vontade. Parto com amor e respeito é parto humanizado.

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REFERÊNCIAS

BASILE, Anatália Lopes de Oliveira; Pinheiro, Monica de Souza Bomfim; MIYASHITA, Newton Tomio. Centro de parto normal intra-hospitalar. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2007. CARVALHO, Geraldo Mota de. Enfermagem em Obstetrícia. 3.ed. ver. amp. São Paulo: EPU, 2007. DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Violência Obstétrica: você sabe o que é?. 2013. Disponível em: <http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/41/Violencia%20Obstetrica.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Humanização do parto, humanização do pré-natal e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2014. ______. CARTILHA HUMANIZA SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde. 2006 (Textos básicos de saúde). MURAYAMA, Bárbara. Cesariana humanizada existe e pede cuidados para se feita.2014.

Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/familia/materias/17522-cesariana-

humanizada-existe-e-pede-cuidados-para-se-feita>. Acesso em: 08 out. 2014.

SEDICIAS, Sheila. Vantagens do parto normal. 2013. Disponível em: <http://www.tuasaude.com/vantagens-do-parto-normal/>. Acesso em: 08 nov. 2014.