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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ALICE EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA: A percepção de um professor e seus alunos NATAL/RN 2015

ALICE EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA AS ... EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA A percepção de um professor e seus alunos Trabalho de Curso apresentado,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ALICE EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA: A percepção de um professor e seus alunos

NATAL/RN

2015

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ALICE EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA A percepção de um professor e seus alunos

Trabalho de Curso apresentado, como parte

dos requisitos para obtenção do título do

grau de licenciatura, no Curso de Pedagogia

da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte/RN, sob a orientação da professora

Odenise Maria Bezerra.

NATAL/RN

2015

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ALICE EMANUELLY ANDRADE DE SOUSA

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA: A percepção de um professor e seus alunos

Aprovado em:_____/_____/_____

Banca Examinadora

_____________________________________________ Prof. Odenise Maria Bezerra

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Orientadora

_____________________________________________

Prof. Elaine Souza de Macêdo Examinadora externa

_____________________________________________ Prof. Claudia Krans

Universidade Federal da Paraíba – UFPB Examinadora interna

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AGRADECIMENTOS

Ao longo do curso de Pedagogia até a produção desse estudo pude contar

com a colaboração e compreensão de várias pessoas queridas.

- A Deus por ter me dado coragem e discernimento para prosseguir;

- Aos meus familiares e amigos pelos momentos que estive ausente;

- Ao meu esposo por ter me apoiado e ajudado em todos os momentos;

- A minha mãe que me incentivou na escolha do curso de Pedagogia;

- A minha professora e orientadora Odenise Bezerra, que me ensinou a

pensar em matemática de uma forma diferente.

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RESUMO

Este trabalho busca identificar as dificuldades de aprendizagem em Matemática na

percepção de um professor de sala de aula e alunos do 5º ano do Ensino

Fundamental - anos iniciais, de uma escola pública. Foram utilizados como

instrumentos de pesquisa, dois questionários com questões abertas e fechadas, um

para os alunos e outro para o professor. Os questionários foram analisados e seus

resultados apresentados a fim de identificar quais eram as dificuldades de

aprendizagem que geralmente permeiam o cotidiano escolar. Foi possível identificar

algumas das possíveis dificuldades de ensino aprendizagem em matemática, que

permeiam o cotidiano escolar dos alunos.

Palavras-chave: Aprendizagem. Educação matemática. Dificuldade de

aprendizagem.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO 2 - DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM 9

CAPÍTULO 3 - DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA 13

CAPÍTULO 4 - O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO 15

4.1 Análise dos dados oriundos do questionário dos alunos 15

4.2 Análise dos dados oriundos do questionário da professora 20

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 29

REFERÊNCIAS 32

APÊNDICES 33

Apêndice A – Questionário aplicado aos alunos 34

Apêndice B – Questionário aplicado ao professor 37

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

De acordo com o documento oficial da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Brasileira - LDB, o ensino é direito de todos independente de raça e/ou cor. Embora

esse direito seja concedido, há vários fatores que permeiam o cotidiano escolar,

desde as metodologias de ensino e aprendizagem adotadas pela escola, como

fatores pessoais dos alunos, que dificultam a garantia de que todos irão conseguir

de fato aprender de forma igualitária. Sendo assim, a escola não deve focar seu

ensino apenas para obtenção do êxito nas avaliações, institucionais ou de caráter

nacional. Alguns dados de avaliações nacionais, que medem o desempenho dos

alunos, mostram que eles apresentam um nível baixo quanto ao seu desempenho

em matemática. Podemos citar, por exemplo, o Sistema de Avaliação da Educação

Básica - SAEB, que é realizado a cada dois anos e avalia o conhecimento de alunos

em relação aos componentes curriculares de Português e Matemática, denominado

Prova Brasil. Nesse trabalho buscaremos abordar algumas dificuldades de ensino-

aprendizagem em Matemática.

A educação precisa perpassar os muros da escola, de modo que os

conteúdos aprendidos se relacionem com o ambiente não escolar. Uma vez que o

aluno possa enxergar o mundo de maneira reflexiva, podendo transformar,

positivamente, o contexto social em que vive. Por isso, torna-se tão importante

identificar as possíveis dificuldades que o aluno apresenta buscando contribuir com

a melhoria do ensino. Assim, os professores podem avaliar sua prática e buscar

outras estratégias de ensino-aprendizagem objetivando diminuir, ou até mesmo

sanar tais dificuldades. Nesse processo, o aluno contribui de maneira ativa, sendo

um objeto de estudo e análise, podendo colaborar para o entendimento da origem

das dificuldades existentes. Algumas vezes, o aluno se deixa influenciar pela ideia

de que a matemática é difícil e não se permite avaliar, pela própria experiência o

nível de dificuldade que esse componente curricular pode apresentar, sendo assim,

um fator negativo proveniente do pensamento cultural.

Contudo, há inúmeros outros fatores pelos quais os alunos podem apresentar

dificuldades, tais como não entender a explicação do professor, por não estudar em

casa, ter uma relação de conflito com o professor, pela ausência de intimidade com

a simbologia matemática, entre outros fatores externos. Este trabalho tem a

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finalidade de detectar algumas dessas dificuldades. Para isso, adotamos como

metodologia a abordagem qualitativa de pesquisa que, observando o que Bodgan e

Biklen (1994) defendem, que as questões a serem investigadas são estabelecidas

com o intuito de averiguar o fenômeno em seus aspectos naturais, procurando

descrevê-los de forma mais detalhada possível, com questões que orientem o

trabalho.

A identificação das dificuldades que os alunos podem apresentar proporciona

ao professor a possibilidade de modificar suas estratégias para melhorar sua prática,

visando uma maior participação dos alunos, melhorando a sua postura, de forma a

ter interesse em aprender, tendo em vista que a matemática tem uma importância

significativa na sociedade, uma vez que ela é necessária para várias áreas do

conhecimento.

Para melhor compreender as dificuldades de aprendizagem dos alunos,

elaboramos dois questionários para serem aplicados com um professor atuante em

sala de aula e seus alunos, sobre os possíveis fatores que levam ao insucesso em

matemática. Esses questionários foram analisados no sentido de observar as

percepções dos participantes no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e

afetivo em diferentes contextos.

O presente trabalho tem por objetivo geral identificar as dificuldades de

aprendizagem em Matemática na percepção de um professor atuante em sala de

aula e seus alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, de uma escola pública. A

partir dessa análise, podemos desenvolver um estudo mais detalhado por meio dos

objetivos específicos, praticando as ações descritas a seguir:

Analisar os métodos utilizados em sala de aula;

Elaborar, testar e avaliar dois questionários;

Identificar métodos de ensino utilizados pelo professor em sala de aula;

Identificar os conteúdos de matemática que os alunos têm mais dificuldade em

aprender.

Com esses objetivos, poderemos identificar as dificuldades de aprendizagem

que permeiam o cotidiano escolar da referida turma, analisando o método utilizado

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pelo professor, e os conteúdos que os alunos dizem ter mais dificuldade. Assim,

possibilitamos apresentar uma situação pertinente em outras salas de aula e

proporcionar o questionamento de sua prática para outros professores, podendo os

mesmos criar estratégias para superar as possíveis dificuldades de seus alunos.

Nesse contexto, buscamos fazer com que a matemática deixe de ser a “vilã” do

ensino escolar e passe a ser vista como componente importante para o

entendimento de muitas questões do nosso cotidiano.

Para uma melhor percepção desses objetivos, pretendemos neste estudo

apresentar respostas às seguintes questões:

Quais as principais dificuldades de aprendizagem em matemática, baseada nas

falas do professor e dos alunos?

Como analisar essas dificuldades de aprendizagem recorrentes nos anos iniciais?

As questões anteriormente relacionadas fazem referência a uma discussão

acerca das dificuldades de aprendizagem, tomando como base a disciplina de

matemática.

A seguir, uma breve descrição dos assuntos abordados, em cada um dos

capítulos. Esclarecemos que a estrutura do trabalho se apresenta da seguinte forma:

Capítulos 1, 2, 3, 4 e 5, referências e apêndices.

No capítulo 1 apresentamos a introdução do trabalho, com a problemática, os

objetivos e as questões norteadoras.

No capítulo 2, discutimos sobre as dificuldades de aprendizagem.

No capítulo 3, discorremos sobre as dificuldades de aprendizagem em

matemática.

No capítulo 4, apresentamos o desenvolvimento do trabalho;

Em seguida, no capítulo 5, apresentamos as considerações finais, fazendo

uma reflexão sobre o estudo e recomendações para a busca de um ensino de

matemática que tenha significado para o aluno. Finalmente, são apresentados as

referências e os apêndices que deram suporte a este trabalho.

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CAPÍTULO 2 – DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

O processo de aprendizagem está diretamente ligado ao interesse do assunto

estudado. Quando o aluno se sente motivado, consegue empenhar-se

proporcionando uma apreensão mais rápida do conhecimento, facilitando o

desenvolvimento dos conteúdos abordados pelo professor. Tal profissional pode

utilizar os conhecimentos dos alunos para, a partir deles aprimorar, buscando o

novo. Nesse processo, muitas vezes há a necessidade do professor utilizar várias

metodologias devido às especificidades de cada aluno, cuja aprendizagem é

desenvolvida de maneiras diferentes.

Determinadas abordagens utilizadas em sala de aula podem estimular a

associação dos conteúdos estudados com as ações diárias. Isso também é uma

etapa de aprendizagem onde se pode ampliar o conhecimento dos alunos a todo o

momento. Com essa busca pela compreensão e aplicação dos conteúdos, podem

surgir também as dificuldades. É preciso a atenção do professor para compreender

e diferenciar a origem das possíveis dificuldades através do questionamento a

respeito de uma deficiência ou dificuldade para aprender.

Podemos citar como exemplos de fatores que podem contribuir para as

dificuldades de aprendizagem as práticas pedagógicas que divergem das

necessidades dos alunos ou as escolas superlotadas, mal equipadas, carentes de

materiais inovadores além de profissionais desestimulados.

Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB, o seu artigo 2º

ressalta que “a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana e tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.” Segundo Paulo Freire, 1999, a educação é prática da

liberdade, pois é a partir do conhecimento que conseguimos ser cidadão atuante da

sociedade em que vivemos. Com isso, é possível reafirmar a significância da

educação de qualidade, ou ainda, uma educação que de fato o aluno aprenda e não

apenas compreenda superficialmente. É também dever da família contribuir para a

formação educacional desse aluno, não cabendo jogar a responsabilidade apenas

para a escola.

Atualmente muitas palestras, seminários, encontros e pesquisas estão sendo

realizados para identificar as origens das dificuldades que os alunos apresentam em

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matemática. Nota-se que alguns dos alunos revelam um pré-conceito quanto à

matemática antes mesmo de estudá-la continuamente, mesmo assim já possuem

um pré-julgamento que a matemática é “chata”, não é legal. Algumas crianças que

ainda não estudaram esse componente curricular de uma forma mais aprofundada,

muitas vezes, já fazem julgamentos que é difícil, apenas de escutar outras pessoas

dizerem. Sendo assim, o pré-conceito já começa bem cedo e essa ideia pode

percorrer até os anos finais do Ensino Fundamental ou mesmo até o Ensino Médio.

Contudo, esse pré-conceito não é fator definidor para que a matemática seja

vista como vilã pelos alunos. Percebe-se que a quantidade de alunos que reprovam

em matemática é exorbitante, em comparação com outros componentes

curriculares. Dessa forma, é importante saber os motivos dessas dificuldades.

Muitos fatores são resultantes desses estereótipos que rodeiam a matemática.

Muitos comentam que a matemática não é uma das disciplinas favoritas. Ela é

julgada, muitas vezes, como aquela que poderia ser excluída do currículo escolar,

pois não faz sentido para alguns alunos estudar certos assuntos, como por exemplo:

Equação de 1º grau, equação de 2º grau, logaritmo, geometria, entre outros. No

entanto, sem dúvida, a matemática tem enorme contribuição para formação do

cidadão, pois ela é utilizada em diversas áreas do conhecimento. Os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN, 1997, p.15) ressaltam que,

O ensino de Matemática costuma provocar duas sensações contraditórias, tanto por parte de quem ensina, como por parte de quem aprende: de um lado, a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante; de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos com muita freqüência em relação à sua aprendizagem. A constatação da sua importância apóia-se no fato de que a Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. Do mesmo modo, interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilização do raciocínio dedutivo do aluno.

O aluno precisa aprender matemática de modo que ele consiga perceber

importância naquilo que está sendo estudado. O professor deve ter uma

metodologia que trabalhe com a significância do conteúdo ensinado, aproximando o

assunto explorado com o contexto de convívio do aluno. Dessa forma, o conteúdo

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que o professor ensina torna-se significativo para o aluno. No que diz respeito ao

ensino, Libâneo (1994, p. 78) comenta:

A atividade de ensinar é vista, comumente, como transmissão da matéria aos alunos, realização de exercícios repetitivos, memorização de definições e fórmulas. O professor “passa” a matéria, os alunos escutam, respondem o “interrogatório” do professor para reproduzir o que está no livro didático, praticam o que foi transmitido em exercício de classe ou tarefas de casa e decoram tudo para a prova. Este é o tipo de ensino existente na maioria de nossas escolas, uma forma peculiar e empobrecida do que se costuma chamar de ensino tradicional.

Alguns professores não se importam com a aprendizagem do aluno,

reproduzindo apenas os conteúdos em sala de aula sem a preocupação de verificar

se o aluno atingiu o conhecimento sobre o que foi abordado. O que comumente

importa para esses professores é cumprir o cronograma da escola. Tal situação

pode possibilitar a insatisfação da turma, de modo a tornar as aulas

desinteressantes, pois, uma vez que o aluno não consegue aprender um

determinado conteúdo, ele pode se sentir desmotivado ou ainda, incapaz de

compreender os próximos, tendo em vista que, geralmente os conteúdos seguem

uma sequência de ensino. Fernandez (1991, p. 47), defende que quando há um

fracasso na aprendizagem, é preciso pensar sobre estas situações, pois o problema

pode estar no professor, na escola, nos pais e não exclusivamente no aluno.

Savieni (1980) e Libâneo (1989) afirmam que na pedagogia tradicional o ator

principal era o professor e o aluno um mero espectador que recebia o conhecimento

de forma vertical, elemento passivo da ação educacional. Com o avanço das novas

metodologias das práticas de ensino-aprendizagem é considerado que na

matemática, como qualquer outra área de conhecimento, é necessário que o

conteúdo se aproxime do contexto em que o aluno está imerso, o aluno passa de

mero espectador a protagonista do processo. Onde deve ser considerado tudo que

ele já sabe e o que ele ainda precisa aprender, pois o conhecimento não tem limites.

Segundo o PCN (1997, p. 19):

A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de

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conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar; A Matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização do seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente; A atividade matemática escolar não é “olhar para coisas prontas e definitivas”, mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade.

Dessa forma, vários estudos foram realizados sobre as dificuldades de

aprendizagem em matemática. Sanchez (2004, p. 174-175) apresenta algumas

dessas dificuldades:

Dificuldades na resolução de problemas, o que implica a compreensão do problema, compreensão e habilidades para analisar o problema e raciocinar matematicamente. Dificuldade quanto às crenças, às atitudes, às expectativas e a fatores emocionais acerca da Matemática. Dificuldades relativas à própria complexidade da Matemática, como seu alto nível de abstração e generalizações, a complexidade dos conceitos e de alguns algoritmos; a natureza lógica exata de seus processos; a linguagem e a terminologia utilizada. Podem ocorrer dificuldades mais intrínsecas, como bases neurológicas alteradas. Atrasos cognitivos gerenciados ou específicos. Problemas linguísticos que se manifestam na Matemática; dificuldades motivacionais, dificuldades na memória, etc.

Comumente as salas de aula são heterogêneas, alguns alunos apresentam

pouca dificuldade em matemática, mas pode ter em outra componente curricular. E

como já citado, há inúmeros fatores que possibilitam que o aluno tenha tais

dificuldades. Mesmo que as dificuldades sejam de bases neurológicas, será possível

determinar os objetivos específicos para esses alunos.

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CAPÍTULO 3 – DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

As dificuldades em matemática é um tema recorrente às pesquisas e

momentos de estudo e reflexão, objetivando identificar suas origens. Nesse

processo surgem questionamentos a respeito da deficiência, se estão relacionadas

ao sistema de ensino, ou aos professores que não estão conseguindo lidar com sua

prática, ou aos alunos que estariam desmotivados. Questões tais como, quais os

motivos da ineficiência na aprendizagem em matemática dos alunos, são comuns

nas discussões sobre o tema. Porém, podem ser diversas as dificuldades de

aprendizagem em matemática e não existe uma única solução que irá resolver todos

os problemas. Os motivos que permeiam as dificuldades podem estar relacionados

às peculiaridades que envolvem o ensino. Contudo, seu conhecimento possibilita

aos professores e estudiosos no tema, condições de melhor analisar o desempenho

escolar dos alunos buscando propor melhorias no trabalho pedagógico.

A matemática é um dos principais componentes curriculares que grande

número de alunos apresenta dificuldades de aprendizagens e os professores

precisam saber lidar com essa situação. Nem todos os alunos conseguem perceber

a relação entre os conteúdos matemáticos e seu cotidiano, com as mudanças

tecnológicas ou até mesmo com outros componentes curriculares. Para muitos

alunos essa visão pode contribuir para o desinteresse na matemática, podendo

evoluir para criação de ideias negativas quanto ao conhecimento matemático, tais

como: inacessível, difícil ou até mesmo impossível de ser compreendida. Tais

pensamentos podem proporcionar um medo, podendo evoluir para um bloqueio

mental no qual impede o aluno de aprender. Essa situação pode ser agravada pela

metodologia inadequada utilizada por alguns professores que reforçam a ideia de

incapacidade nos alunos.

Segundo Machado (2011, p. 101), muito mais do que a aprendizagem de

técnicas para operar com símbolos, a Matemática relaciona-se de modo visceral

com o desenvolvimento da capacidade de interpretar, analisar, sintetizar, significar,

conceber, transcender o imediatamente sensível, extrapolar, projetar. O aluno

precisa sentir que faz parte do processo investigativo matemático, tornando-se

confiante perante a prática do seu conhecimento, possibilitando a percepção da

importância da aprendizagem para não resultar em reprovação ou evasão escolar.

Nesse processo, se faz necessário a sensibilidade do professor perante a

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metodologia utilizada por ele. Buscar novas referências que venham a contribuir

para que o professor não se acomode com a formação recebida. Pesquisar e discutir

experiências auxilia na renovação do processo de aprendizagem.

.

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CAPÍTULO 4 – O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

No intuito de investigar possíveis problemas evidenciados sobre as

dificuldades de aprendizagem em Matemática, foram aplicados dois questionários

em dois momentos, com dois grupos distintos: o professor de sala de aula e alunos

do 5º ano, do Ensino Fundamental - anos iniciais, na intenção de descobrir os

fatores relacionados ao insucesso em Matemática.

A Escola escolhida para o desenvolvimento do trabalho localiza-se na cidade

de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no bairro Neópolis, conjunto Pirangi,

situada na Rua Governador Valadares. A escolha por essa escola foi devido a fácil

localização e por ela ter uma receptividade muito boa com alunos da UFRN, pois

tem parcerias com essa instituição de ensino. A escola é bem organizada, limpa e

oferece uma alimentação de qualidade para os alunos. Possui várias salas de aula,

biblioteca, pátio, parque, cozinha, banheiros, direção, sala dos professores, sala

multifuncional para crianças com dificuldade de aprendizagem e ginásio

poliesportivo. Escolhemos aplicar o questionário para os alunos do 5º ano – Ensino

Fundamental Anos Iniciais, pois é nesse nível de ensino que geralmente os alunos

passam a ter ainda mais dificuldade para aprender matemática. As mesas e

cadeiras da sala de aula são organizadas de forma diferente do usual, ou seja, são

organizadas no formato de um semicírculo. A turma era composta por 30 alunos,

desses há uma criança com necessidades especiais, acompanhada por uma

professora auxiliar. No dia da aplicação do questionário estavam presentes vinte e

dois (22) alunos regulares, dentre os quais dez (10) eram do sexo masculino e onze

(12) do sexo feminino. Observamos, claramente, que houve uma boa distribuição

desse grupo quanto ao gênero. Quanto à faixa etária do grupo, os estudantes tinham

idades variando de 10 a 13 anos.

Baseado nas informações obtidas no instrumento utilizado no trabalho,

faremos a análise desses dados buscando investigar a respeito das dificuldades na

aprendizagem matemática dos alunos envolvidos nesse processo. Detalharemos, a

seguir, a análise dos dados.

4.1 Análise dos dados oriundos do questionário do professor

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O professor da turma foi bastante atencioso em responder ao questionário

referente a perguntas sobre sua formação e seu trabalho com a turma. Quanto a sua

formação profissional, respondeu que concluiu o curso de Pedagogia em 2011, na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, é especialista em Educação

em Direitos Humanos – UFRN/2015 e atualmente cursa mestrado em Educação –

UFRN. Leciona há 13 anos, com carga horária de trabalho de 60 horas semanais. O

professor participa frequentemente de cursos de aperfeiçoamento na sua área de

ensino. Sua qualificação profissional pode ser percebida com a análise de suas

respostas, nas quais se destaca a aplicação na sua prática pedagógica, do que vem

aprendendo durante a sua educação continuada.

Sua metodologia diferenciada transpareceu nas respostas de seus alunos,

quando foi possível perceber, a partir das respostas do questionário, que em sua

turma do 5º ano, os alunos, em sua maioria, dizem gostar da disciplina de

matemática. Como também, a maioria ressalta que, é a forma como o professor

ensina, que trás facilidade no aprendizado de matemática.

Ao ser questionado sobre: Você acredita que sua prática pedagógica faz com

que os alunos compreendam os conteúdos trabalhados? Ele respondeu: “Posso

afirmar com convicção que a prática pedagógica exercida no espaço escolar é peça

fundamental no processo de construção do conhecimento. Não uma prática estática

e imutável, mas, uma prática dialogada e construída com cada turma. Sendo assim,

a cada ano alguma coisa precisa ser (re)pensada e modificada caso seja

necessário.” O professor reconhece a singularidade e diferenças de seus alunos,

com isso, valoriza as competências e habilidades que cada um possui. É um

professor flexível que reflete sobre sua prática de acordo com cada turma a ser

trabalhada no ano letivo. Esse fator é muito positivo para a construção do

conhecimento, tendo em vista que as pessoas são diferentes e consequentemente,

podem aprender de maneira diferente. É difícil encontrar professores que trabalham

nessa perspectiva, uma vez que muitos repetem os planos de aula de turma

anteriores, alegando não ter tempo para planejar de acordo com as necessidades de

sua turma atual, ou ainda dizem que “fazer um planejamento para cada turma dá

muito trabalho”.

Quanto às dificuldades que o professor percebe nos seus alunos durante o

ano letivo, o mesmo destacou: “No meio educacional se discute muito as

dificuldades de aprendizagem das crianças, observamos um jogo de empurra da

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escola para a família e da família para a escola. No caso específico da turma em

que estudo com meus alunos posso apontar como dificuldade o estranhamento de

um trabalho em que eles podem opinar e também decidir o que vamos fazer. Muitas

vezes eles esperam um professor que vai chegar, mandar abrir o livro e eles

obedecerem. Tento fazer o oposto e eles demoram um pouco até se acostumarem.

Aponto ainda a falta de rotina de estudos em casa, relacionado a independência de

ler e fazer tarefas, que já pode ser trabalhado desde bem pequeno.” Os alunos já

são condicionados à forma tradicional de se estudar, onde o professor dita as regras

e coordenadas do que deve ser feito, sem valorizar e/ou respeitar a opinião deles.

Trabalhar de maneira diferente, obviamente, trás estranhamento aos alunos que já

estão tão acostumados com o método dito tradicional. Vale a pena ressaltar que

muitos professores recém-formados estudam durante a graduação novas

metodologias de ensino, e criticam a postura tradicional, mas infelizmente, o que

comumente encontramos são esses professores reproduzindo o que foi criticado por

eles, alegando, geralmente, que é mais fácil ser tradicional. Deveria ser mais fácil

trabalhar com o diálogo, utilizando metodologias de pesquisa, dando voz ao aluno,

fazendo o aluno refletir sobre seu meio, repensando sua prática, tentando fazer com

que o ensino seja consolidado, entre outros. Mas afinal, qual é o papel do professor?

Com isso, percebe-se que o professor da turma analisada, mostra-se corajoso ao

encarar o novo.

Quanto ao questionamento se o professor frequentemente utiliza recursos

para facilitar/auxiliar na compreensão dos conteúdos matemáticos ele respondeu:

“Sempre busco inovar e fazer com que eles percam o medo da matemática. Temos

aulas no gramado da escolar várias vezes ao ano para discutir diversos temas,

inclusive matemática. Aponto ainda as seguintes atividades:

Horta escolar: mesmo sendo mais direcionada para a disciplina de ciências

fazemos com que as outras disciplinas estejam sempre presentes. Quando vamos

colocar adubo, por exemplo, fazemos a leitura do rótulo que diz que cada saco de

3kg deve ser espalhado em 2m². Nesse momento passamos a relembrar e estudar

medidas, fazer divisão, subtração, o que seja necessário para acharmos o resultado;

Aula de culinária: Geralmente fazemos aula de pizza para aprender fração

que é um conteúdo que muitos alunos chegam ao ensino médio com dificuldades.

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Fazemos as medidas, preparamos a maçã, calculamos o tempo de forno e depois

fazemos diversos problemas (ex: em uma pizza de 8 fatias comi dois

pedaços...quanto comi da pizza?). Obviamente esse problema é apenas ilustrativo,

pois eles já conseguem construir problemas mais complexos que envolvem frações

e expressões numéricas;

Material dourado;

Montamos um supermercado na sala com várias mercadorias e os alunos

trabalham com números fracionários, ficam no caixa, passam e recebem o troco.

Calculam quanto podem gastar, o que precisam realmente comprar de acordo com

uma lista que fizeram antes;

Lista de exercícios”.

O professor realiza atividades, em sua maioria simples, que podem ser

reproduzidas por outros professores. Tais atividades fazem com que o aluno se

aproxime do conteúdo, de modo que eles se sentem motivados a aprender.

Sobre o tratamento diferenciado com os alunos que têm dificuldade de

aprendizagem: “Se levarmos em consideração que cada aluno tem uma

especificidade e que elas podem ser superadas com o trabalho em equipe, tudo fica

mais fácil. No caso dos alunos que apresentam mais dificuldades os pais são

orientados desde o início do ano a procurar ajuda. Em sala temos momentos de tirar

dúvidas e eles sempre trabalham em dupla, assim os que sabem um pouco mais do

conteúdo podem ajudar os outros.” É uma estratégia bastante interessante, pois

proporciona que o aluno consiga entender os conteúdos a partir de outra forma de

ensinar, que é através de um colega. Essa estratégia facilita na consolidação do

aprendizado de quem ensina e possibilita outra maneira de explicação para o aluno

que ainda não aprendeu apenas pela intervenção do professor.

Por fim, o professor respondeu sobre a sua sugestão para trabalhar as

dificuldades dos alunos que são reprovados: “A reprovação, muitas vezes, é o

retrato de uma realidade que pode estar apresentando problemas. Problemas que

não são somente dos alunos, como até hoje muitas escolas e profissionais jogam a

culpa. Trabalhamos com seres humanos que passam por dificuldades e muitos

enfrentam problemas que não são nem de longe compatíveis com suas idades.

Quando acontece de um aluno ser reprovado há todo um diálogo para tentar mostrá-

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lo que aquela situação, mesmo sendo ruim, pode trazer coisas boas, como por

exemplo, ele conseguir aprender coisas que por algum motivo (maturação,

ausências, problemas emocionais e familiares, etc.) ainda não conseguiu.” O

professor tem consciência de que fatores externos podem influenciar no

desempenho escolar do aluno e que mesmo em um momento ruim é possível

identificar um fator positivo, podendo vê-lo como uma lição a ser aprendida pelo

aluno.

O professor utiliza uma metodologia diferenciada, onde valoriza as

competências e habilidades do aluno, reflete sobre sua prática, tentando encontrar a

melhor estratégia para que seus alunos aprendam, dá voz aos alunos, de modo que

o aluno opine sobe o que será feito na aula, utiliza jogos e brincadeiras para facilitar

o entendimento dos conteúdos. As estratégias de ensino do mesmo permitem que

os alunos percebam a significância dos conteúdos de matemática, de modo a

perceber que estudar matemática é bom e servirá para sua vida em sociedade. Além

disso, percebe-se que o professor não é interessado apenas em apresentar o

conteúdo para os alunos, com o interesse exclusivo de cumprir um cronograma

escolar, mas tem uma intenção primordial, que é tornar o conhecimento concreto a

todos os alunos, preocupando-se com a qualidade e não meramente com a

quantidade do que é ensinado. Ele faz uma reflexão de quem é cada aluno, seus

problemas e dificuldades. Reconhece que os alunos são diferentes e aprendem de

formas variadas. São alunos, que embora muito novos alguns vivenciaram ou

vivenciam situações complicadas na vida. Há aqueles que não têm uma família que

dê assistência e carinho, não têm pais presentes, ainda há os que assumem um

compromisso de adulto com seus irmãos menores, passam fome, entre outras

inúmeras situações que devem ser levadas em consideração no processo de

aprendizagem, pois certamente esses fatores contribuem para que o aluno tenha

dificuldade de aprendizagem.

No momento de aplicação do questionário e a partir da análise do mesmo,

percebi que o professor mantém um relacionamento muito bom com os alunos,

permitindo o diálogo entre eles. Isso é um recurso extremamente importante, pois

conquista e faz com que o professor conheça cada vez mais seus alunos, facilitando

ainda mais sua proposta pedagógica, que é constituído também da valorização do

individuo.

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4.2 Análise dos dados oriundos do questionário dos alunos

Os alunos mostraram-se bastante interessados para responder as questões.

Responderam ao questionário 22 alunos, desses uma aluna possui paralisia

cerebral. Apesar de a mesma ter um acompanhamento com uma professora

auxiliar, suas respostas não foram contabilizadas. Devido suas limitações, fez

apenas rabiscos na folha que continha o questionário.

Foi perguntado aos alunos se já tinham sido reprovados. De acordo com as

respostas:

TABELA 1: NÚMERO DE ALUNOS QUE FORAM REPROVADOS

Sim Não

3 19

Fonte: Autora

Um dos alunos, com 13 anos afirma não ter sido reprovado, apesar de estar

fora da faixa de idade dos alunos do 5º ano que normalmente é de 11 a 12 anos.

Dois alunos com 12 anos disseram que reprovaram no componente curricular de

matemática e um aluno com 10 anos reprovou na de geografia.

Os alunos que já reprovaram em matemática, disseram que isso aconteceu

por encontrarem muita dificuldade em entender os assuntos ensinados pelo

professor, e ambos disseram que no ano corrente acham as aulas de matemática

boas. Um dos alunos que reprovou disse que agora gosta de matemática e o outro,

disse que às vezes gosta. Então, o gostar ou não da disciplina pode estar

relacionada à metodologia adotada pelo professor.

Em relação ao comparativo masculino e feminino em relação ao apreciamento

da matemática obtivemos o seguinte resultado:

TABELA 2: QUANTIFICAÇÃO DOS MENINOS QUE "GOSTAM", "NÃO GOSTAM" E "GOSTAM ÀS VEZES" DE MATEMÁTICA

Masculino

Gostam 4

Não Gostam 3

Gostam às vezes 3

Fonte: Autora

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TABELA 3: QUANTIFICAÇÃO DAS MENINAS QUE "GOSTAM", "NÃO GOSTAM" E "GOSTAM ÀS VEZES" DE MATEMÁTICA

Feminino

Gostam 7

Não Gostam 1

Gostam às vezes 3

Fonte: Autora

Nota-se que nesta turma as meninas têm mais interesse em matemática.

Quanto aos alunos que foram reprovados a pesquisa mostrou que:

TABELA 4: QUANTIFICAÇÃO DOS ALUNOS QUE NÃO FORAM REPROVADOS, OS QUE FORAM REPROVADOS E OS QUE NÃO LEMBRAM SE FORAM REPROVADOS

Não Sim Não lembra se já foi reprovado

16 3 2

Fonte: Autora

Quanto à quantidade de alunos da turma que dizem que gostam ou não de

matemática, obtivemos como resultado:

TABELA 5: ALUNOS QUE GOSTAM DE MATEMÁTICA, OS QUE NÃO GOSTAM E OS

QUE GOSTAM ÀS VEZES

Gosta de

matemática

Não gosta de

matemática

Gosta às vezes

11 4 6

Fonte: Autora

Nesta turma percebe-se uma situação que geralmente não é encontrada em

uma turma de 5º ano, uma vez que a maioria dos alunos gosta de matemática.

Quanto à opinião dos alunos em relação ao que acham das aulas de

matemática:

TABELA 6: OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE A AULA DE MATEMÁTICA

Boas Normais Cansativas

13 4 4

Fonte: Autora

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Mesmo os alunos que só gostam de matemática “às vezes” acham boas às

aulas. O número de alunos que não gosta de matemática equivale ao número de

alunos que a acham as aulas cansativas.

Quanto à relação dos alunos com o professor:

TABELA 7: RELAÇÃO ALUNO/PROFESSOR

Ótima Boa Regular Péssima

10 9 1 1

Fonte: Autora

Quanto aos alunos que dizem ter uma relação “ótima” com o professor, 8

deles gostam de matemática e 2, gostam às vezes. Quanto aos que dizem ter uma

relação “boa”, 3 disseram que gostam, 3 não gostam de matemática e 3 gostam às

vezes. O aluno que tem uma relação “regular”, não gosta de matemática e o que tem

uma relação péssima, diz que gosta às vezes.

No dia da aplicação do questionário percebi que o professor mantém um laço

afetivo com todos os alunos, tratando-os com carinho e atenção. Além disso, a partir

na análise dos dados dos questionários, a maioria dos alunos diz ter uma boa

relação com o professor.

Em termos gerais, quando o aluno gosta do professor, também gosta do

componente curricular. Nessa visão, identificamos essa interação através da fala do

aluno. Dos que afirmaram gostar de matemática, todos tem uma relação ótima ou

boa com o professor, nenhum dos alunos que afirmaram “não gostar de matemática”

disse que tem uma relação ótima com o professor. Os que “às vezes” gosta de

matemática, tem uma relação bastante variável, pois há aqueles que têm uma

relação “ótima” até uma escala dos que dizem ter uma relação “péssima”. Percebe-

se que a quantidade de alunos que não tem uma relação tão boa com o professor é

muito pequena.

Dessa forma, pode-se chegar à conclusão de que o professor da turma

investigada é bastante querido pela maioria dos alunos, com uma variação muito

baixa em relação aos comparativos de: gostar do professor = gostar de matemática.

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Ou seja, o professor e os alunos, em maioria, têm uma relação boa, e essa relação

pode contribuir com que os alunos também tenham afinidade com matemática.

Sobre a matemática que estuda na escola:

TABELA 8: O QUE OS ALUNOS ACHAM SOBRE A MATEMÁTICA QUE É ENSINADA NA ESCOLA

Faz parte do dia a

dia

Não tem nenhuma

relação com o dia a dia

É muito difícil Não tem nenhuma

dificuldade

8 1 5 7

Fonte: Autora

Nota-se que o professor de fato trabalha com uma metodologia que

geralmente outros professores não utilizam, como por exemplo: explicar a

matemática de modo que os alunos percebam utilidade no dia a dia e o uso de jogos

e brincadeiras. Usar o cotidiano do aluno para se ensinar pode ser um dos fatores

primordiais para consolidação dos conteúdos. Por isso, a maioria dos alunos dessa

turma diz que gosta de matemática, pois conseguem perceber a matemática como

componente curricular importante para sua vida em sociedade.

Apesar da maioria dos alunos gostarem de matemática, os mesmos não

deixaram de evidenciar suas maiores dificuldades. Como também aqueles que

gostam “às vezes”, e os que “não gostam”. Os alunos que dizem gostar de

matemática consideram, em sua maioria, os conteúdos de fração e/ou expressões

numéricas os mais difíceis. Os alunos que dizem não gostar de matemática

ressaltam, em sua maioria, que sentem mais dificuldade em “tudo”, ou dizem que

sente dificuldade em “somar”, mesmo seno considerado menos complexo do que

fração ou expressões numéricas.

Seguem abaixo os gráficos demonstrando a quantificação dos conteúdos que

os alunos julgam como sendo os mais difíceis e o gráfico onde quantifica o que os

alunos mais gostam em matemática.

GRÁFICO 1 – DEMONSTRA OS CONTEÚDOS QUE OS ALUNOS CONSIDERAM MAIS DIFÍCIL NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

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Fonte: Autora

É notável que os alunos consideraram mais difícil resolver uma “divisão” e/ou

resolver uma “expressão numérica”. Poucos alunos consideram resolver uma “soma”

difícil. Há ainda o número daqueles que consideram “tudo” difícil, no entanto, essa

quantidade não é grande.

GRÁFICO 2- DEMONSTRA OS CONTEÚDOS QUE OS ALUNOS CONSIDERAM GOSTAR MAIS NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

Fonte: Autora

Sobre o que os alunos mais gostam em matemática, nota-se que há uma

variedade maior de conteúdos julgados. A maioria considera a “multiplicação” o

assunto mais querido. Poucos alunos assumiram gostar de tudo em matemática.

Quanto à facilidade de aprender os conteúdos de matemática:

0

2

4

6

8

O que considera mais difícil em matemática:

Dividir Expressões Numéricas Multiplicação Fração Resolver as Perguntas Somar Tudo

0

2

4

6

8

10

O que os alunos mais gostam em matemática:

Fração Divisão Multiplicação Expressões Numéricas Tudo Subtração Adição Não Respondeu Nada

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TABELA 9: QUANTIDADE DE ALUNOS QUE ACHAM FÁCIL APRENDER MATEMÁTICA

Sim Não Às vezes

10 2 9

Fonte: Autora

Quanto à pergunta: A forma que o professor ensina faz com que você tenha

dificuldade em aprender a matéria?

TABELA 10: A FORMA COMO O PROFESSOR ENSINA FAZ COM QUE O ALUNO TENHA DIFICULDADE EM APRENDER

Sim Não Às vezes

0 18 3

Fonte: Autora

Com a análise dos dados das duas tabelas anteriores percebe-se que a

maioria dos alunos aprende os conteúdos com facilidade e nenhum deles disse que

a forma com que o professor ensina faça com que ele tenha dificuldade em

matemática, embora três deles digam que às vezes isso aconteça. No entanto,

muitos alunos responderam que a forma como o professor ensina não é a causadora

de sua dificuldade.

Para completar essa análise em relação à metodologia que o professor

ensina, segue a tabela que mostra a quantificação em relação à pergunta:

A forma como o professor ensina ajuda na aprendizagem dos conteúdos?

TABELA 11: A FORMA COMO O PROFESSOR ENSINA AJUDA NO APRENDIZADO DO

CONTEÚDO

Sim Não Às vezes Não respondeu

18 1 1 1

Fonte: Autora

A maioria dos alunos afirma que a “forma” como o professor ensina ajuda

“sim” para que eles aprendam matemática. Inclusive, os dois alunos que reprovaram

em matemática estão na quantificação dos alunos que responderam “sim”, ou seja,

talvez quando eles foram reprovados em matemática seu professor não ensinasse

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com uma metodologia que facilitasse seu aprendizado. Dois, dos três alunos que

responderam “às vezes”, afirmaram que a forma como o professor ensina ajuda

“sim” na aprendizagem dos conteúdos.

Em relação a pergunta se a escola oferece outros momentos, além dos

momentos da sala de aula, para ajudar no desenvolvimento da aprendizagem de

matemática, os alunos responderam:

TABELA 12: OFERTAS DE MOMENTOS ALÉM DA SALA DE AULA

Sim Não Às vezes

12 7 2

Fonte: Autora

A partir da análise, percebe-se que o professor utiliza bastante o uso de jogos

e atividades, possibilitando ser o diferencial nas aulas dele. Sendo assim, segue o

gráfico que identificou o que os alunos achavam que era feito na escola de maneira

diferente, afim de promover aulas melhores de matemática.

GRÁFICO 3 – INDICA O QUE É FEITO NA ESCOLA DE DIFERENTE PARA

MELHOR O APRENDIZADO DO ALUNO

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Fonte: Autora

Em relação a pergunta se eles estudam apenas quando tem prova, a turma

novamente superou as expectativas, pois a maioria diz não estudar apenas quando

vai fazer prova. A pergunta realizada foi:

Você só estuda quando tem prova? Segue a quantificação na tabela:

TABELA 13: QUANTIFICAÇÃO DOS ALUNOS QUE ESTUDAM APENAS QUANDO VAI

TER PROVA

Sim Não Às vezes

5 13 3

Fonte: Autora

Quanto à relação professor/aluno:

- Você se sente a vontade para fazer perguntas ao professor quando não entende o

conteúdo?

0

5

10

O que é feito na escola de diferente para ajudar nas aulas de matemática:

Uso de jogos e atividades

Pesquisa sobre a história da matemática

Uso de paradidáticos de matemática

Uso de programa de computador envolvendo matemática Gicanas de matemática

Atividade no cardeno

Atividade no quadro

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TABELA 14: QUANTIFICAÇÃO DOS ALUNOS QUE SE SENTEM A VONTADE PARA FAZER PERGUNTAS AO PROFESSOR

Sim Não Às vezes

14 5 2

Fonte: Autora

Quanto ao que mais atrapalha na relação do aluno com o professor:

TABELA 15: O QUE ATRAPALHA NA RELAÇÃO DO ALUNO COM O PROFESSOR

Timidez Autoritarismo do

professor

Indisciplina/

bagunça

Normas

rígidas

Nada atrapalha a

relação com o

professor

11 0 3 2 5

Fonte: Autora

Nota-se que nenhum dos alunos disse que o professor age de forma

autoritária, a maioria se sente a vontade para fazer perguntas. Os alunos que não se

sentem a vontade, ou que se sentem a vontade às vezes para fazer uma pergunta

ao professor quando não entende o conteúdo, na maioria com o total de sete alunos,

seis acham que o que atrapalha sua relação com o professor é a timidez.

Com a análise dos questionários percebi que o professor é um dos principais

agentes facilitadores de aprendizagem, e tem uma grande contribuição para fazer

com que os alunos gostem ou não de matemática. Apesar dos alunos apontarem no

questionário que acham determinados conteúdos de matemática mais difíceis que

outros, a maioria dos alunos gostam de matemática. O fato dos alunos, em sua

maioria, dizer gostar de matemática foi sem dúvida um resultado não esperado. Uma

vez que, é mais comum turmas de alunos que não gostam de matemática. Isso foi

um fator bastante positivo, ainda mais, quando foi possível analisar o que faziam os

alunos terem afinidade com a disciplina. A metodologia utilizada pelo professor

chamou atenção durante a análise do instrumento aplicado, destacando-se a

valorização do aluno como pessoa ativa e participante do processo de ensino –

aprendizagem, como também trabalhar os conteúdos relacionados com o dia a dia

do aluno. Essas ações contribuem para aproximar o aluno do processo didático

possibilitando ampliar o interesse dele em estudar qualquer componente curricular,

inclusive matemática.

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CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Neste capítulo, apresentamos uma síntese do trabalho, seguida de algumas

considerações a respeito dos elementos que nos conduziram na busca de respostas

às questões inicialmente formuladas. Além de outros aspectos que se evidenciaram

no estudo, faremos, também, algumas recomendações para a melhoria do trabalho

do professor em sala de aula.

As partir do estudo apresentado, foi possível identificar algumas das possíveis

dificuldades de ensino aprendizagem em matemática, que permeiam o cotidiano

escolar dos alunos. Dentre eles, o método utilizado pelo professor, foi considerado

um fator determinante. A pesquisa em campo foi enriquecedora, pois revelou que há

possibilidade do professor usar estratégias de ensino de modo a contribuir para

aprendizagem dos alunos, dando oportunidade para que os alunos gostem de

estudar matemática e com isso, tenham menos dificuldade para aprender seus

conteúdos.

Uma vez que, segundo a pesquisa em campo, a maioria dos alunos da turma

gostava de matemática e muitos ressaltaram achar a matemática fácil. Esse

resultado pode ser reflexo de um bom trabalho do professor em sala de aula,

oportunizando ao aluno momentos de dialogar, sugerir e participar das aulas de

maneira mais ativa.

Em síntese, os alunos mostraram de um modo geral que gostavam de

matemática. A princípio, era evidente que seria mais provável encontrar turmas que

não gostassem da componente curricular, no entanto a pesquisa em campo

proporcionou o contrário. A turma era bastante incomum, uma vez que tivemos uma

visão inicial bastante pessimista em encontrar alunos, que em sua maioria, não

gostasse de matemática. Não fugindo da intenção de promover o reconhecimento

das maiores dificuldades dos alunos, pois, apesar deles dizerem que gostam de

matemática, também apresentaram os conteúdos que julgam como mais difíceis e

consequentemente, os que eles tinham mais dificuldade. As dificuldades de

aprendizagem em Matemática podem ocorrer por diversos fatores, sejam eles

afetivos, cognitivos ou mesmo físicos. Quanto aos inúmeros fatores externos que

promovem essa dificuldade de aprendizagem, foi realizada uma quantificação em

relação à: metodologia do professor, se haviam alunos já reprovados, se os alunos

têm uma relação ruim com o professor, se estuda em casa, entre outros.

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Sabemos que muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes de uma

metodologia inadequada, professores desmotivados, métodos de ensino

inadequados, falta de domínio de determinados conteúdos, superlotação das salas

de aula, dentre outras. No entanto, pode ser percebido que o diferencial da turma,

em relação à maioria dos alunos gostarem de matemática pode ser reflexo da forma

com que o professor trabalha em sua sala de aula. Trata-se de uma metodologia

diferenciada das que comumente vemos nas escolas públicas do Brasil. Diria que o

professor trabalha utilizando a metodologia que seria uma boa maneira para

promover uma educação de qualidade, mas, que, no entanto, muitos profissionais

colocam obstáculos em executar. O professor dessa turma é um dos agentes

principais para o bom relacionamento dos alunos com a disciplina de matemática.

Como consequência deste trabalho, é possível indicarmos algumas sugestões

de ações a serem implementadas pelo professor na sala de aula, evidenciando a

importância de aprendê-la. Com isso, ao ensinar matemática é imprescindível que

explique os conteúdos utilizando materiais que façam parte do dia a dia do aluno.

Como por exemplo, brincar de supermercado na sala de aula. Onde as crianças

possam calcular os valores dos objetos, avaliando o que pode comprar com “o

dinheiro que tem”, quanto receberá de troco, trabalhar com receitas, entre outros.

Além disso, os jogos pode ser considerado um dos recursos que mais

facilitam esse aprendizado. O professor pode sugerir até mesmo que os alunos

possam inventar um jogo para aprender determinado conteúdo. Essa proposta

diferente de ensinar matemática dependerá bastante da criatividade do professor e

da vontade que ele tem de tornar o ensino significativo para o aluno.

Finalmente, deste trabalho, reforçamos a ideia da importância de encarar a

matemática como sendo um componente curricular importante e que é necessária

para a vida em sociedade mostrando como poderá ser usada no dia a dia, tornando-

a mais significativa para os alunos. Cabe principalmente ao professor, buscar

métodos de ensino que facilitem a assimilação dos conteúdos, fazendo com que o

aluno consiga aprimorar seus conhecimentos adquiridos e utilize a criatividade a fim

de resolver problemas que envolvem sua realidade, no meio social. Sabe-se que há

inúmeros fatores externos que possibilitam que o aluno tenha dificuldade de

aprendizagem, mas o professor é um dos principais agentes para que essas

dificuldades sejam superadas. Pra isso é preciso muita força de vontade para que o

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professor consiga elaborar uma proposta inovadora, como muitas vezes, o apoio da

direção, criatividade, entre outros.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : matemática / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 142p. FERNANDEZ, A. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre. ARTMED, 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Didática.- São Paulo: Cortez, 1994.- (Coleção magistério. Série formação do professor). LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica social dos conteúdos. São Paulo: Loyola. 1989.243 p. MACHADO, Nilson José. Matemática e Língua Materna análise de uma impregnação mútua. São Paulo: Cortez, 2011. SANCHEZ, Jesús Nicasio Garcia. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção Psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004. SAVIANI, D. Educação e questões da atualidade. São Paulo:Cortez, 1980.242 p.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS ALUNOS

- Idade: ______________ Ano: _______________

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

- Você já foi advertido ou suspenso?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não lembro

- Durante a sua vida escolar, você já reprovou alguma vez?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, em que ano escolar? ____________

- Qual(is) a(s) disciplina(s) que você reprovou?

( ) Língua Portuguesa ( ) Matemática ( ) Ciências

( ) História ( ) Geografia ( ) Artes

- Por que você reprovou?

( ) Não gostava da disciplina ( ) Não estudava para as atividades

( ) Não me interessava pela disciplina ( ) Faltava muito as aulas

( ) Tinha muita dificuldade em entender os assuntos ensinados pelo professor

( ) Outros. Qual? ____________________________________

- Você gosta de matemática? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- Como são suas aulas de matemática?

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( ) boas ( ) normais ( ) cansativas

- Sobre a matemática que você estuda na escola:

( ) Faz parte do seu dia a dia

( ) Não tem nenhuma relação com o seu dia-dia

( ) É muito difícil

( ) Não tem nenhuma dificuldade

- A sua relação com o professor de matemática é:

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima

- O que você mais gosta na disciplina de Matemática?

__________________________________________________________________

- O que você considera mais difícil na Matemática?

__________________________________________________________________

- Como você acha que devem ser as aulas de matemática?

___________________________________________________________________

-Você aprende os conteúdos de Matemática com facilidade?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- A forma como o professor ensina faz com que você tenha dificuldades para

aprender a matéria?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- A forma como o professor ensina ajuda na aprendizagem dos conteúdos?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- A escola oferece outros momentos, além dos de sala de aula, para ajudar no

desenvolvimento da aprendizagem de Matemática?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

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- O que é feito na escola de diferente para ajudar nas aulas de Matemática?

( ) Uso de jogos e atividades

( ) Pesquisa sobre a História da Matemática

( ) Uso de paradidáticos de Matemática

( ) Uso de programas de computador envolvendo Matemática

( ) Gincanas de Matemática

( ) Outros. Qual?___________________________________

- Você só estuda quando tem prova? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- Você se sente à vontade para fazer perguntas ao professor quando não entende o

conteúdo?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

- Marque com um X o que mais atrapalha na sua relação com o professor:

( ) Timidez ( ) Indisciplina/Bagunça

( ) Autoritarismo do professor ( ) Normas rígidas da escola

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

QUESTIONÁRIO

Prezado Professor

Peço a sua colaboração no sentido de responder estas questões. Suas respostas me ajudarão a produzir um trabalho científico. As perguntas têm por finalidade investigar quais são as dificuldades que geralmente os alunos possuem na disciplina de Matemática. Informo que o preenchimento não precisa de identificação e que as informações prestadas serão utilizadas apenas com o propósito de atender aos objetivos da pesquisa, em caráter confidencial. Desde já agradeço.

1. Qual a sua formação?

2. Há quanto tempo você leciona?

3. Qual é a sua carga horária de trabalho?

4. Sobre aperfeiçoamento por meio de cursos, por exemplo, você costuma participar:

( ) Com frequência ( ) Raramente ( ) Não dispõe de tempo

5. Você acredita que sua prática pedagógica faz com que os alunos compreendam os conteúdos trabalhados?

6. Quais as dificuldades que você percebe nos seus alunos durante o ano letivo?

7. Você frequentemente utiliza recursos para facilitar/auxiliar na compreensão dos conteúdos matemáticos? Se sim, quais?

8. Você tem um tratamento diferenciado com os alunos que tem dificuldade de aprendizagem. Comente.

9. Qual a sua sugestão para trabalhar as dificuldades dos alunos que são reprovados?