16
EM BUSCA DE UMA ARQUITETURA VIVENCIADA: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense nos anos 1940/50. SILVA, DENISE (1); SILVA, MARIA ANGÉLICA. (2) 1. Universidade Federal de Alagoas. Pós-graduação em Dinâmicas do Espaço Habitado - DEHA FAU- UFAL [email protected] 2. Universidade Federal de Alagoas. Pós-graduação em Dinâmicas do Espaço Habitado - DEHA FAU- UFAL [email protected] RESUMO O uso da imagem no campo da arquitetura e urbanismo acumulou uma tradição de cenários desabitados. Seja nos desenhos gráficos seja na fotografia, as imagens arquitetônicas usualmente afastaram e afastam a figura humana que, quando comparece, é apenas pontualmente como recurso para conceder escala gráfica aos ambientes. Num estudo que visa repertoriar a moradia em Maceió, capital do estado de Alagoas, busca-se através das imagens, refletir sobre as formas de morar reveladas por desenhos gráficos e registros fotográficos. As fontes documentais contemplaram amplo material de acervos públicos e privados. A investigação documental da história da arquitetura residencial urbana de Maceió deu-se além do debruçar sobre os arquivos técnicos qualificando-a por correntes arquitetônicas estilísticas, mas buscou acessar também seu lado humanizado e a vivência dos personagens que lhe deram expressividade. No que tange aos documentos oficiais, ou seja, os projetos expressos graficamente, a pesquisa incluiu um longo trabalho inicial, onde os arquivos da municipalidade de Maceió foram extensivamente explorados e catalogados totalizando cerca de 1.000 documentos entre as décadas de 1940 e 1950. Nesta época, as novas formas de morar, sendo aquelas ligadas à tradição ou ao repertório moderno, também foram documentadas através dos novos recursos tecnológicos providos pelas máquinas fotográficas, sejam eles produzidos pelos profissionais autores ou por mãos amadoras. No caso destas fontes, foram elencados material produzido por moradores da época, sobretudo em busca de um foco na vivência do morar, revisitou- se seus álbuns de família. Diferindo do desenho que a concebeu, a imagem fotográfica da casa revelou com mais nitidez os costumes e hábitos dos moradores e de sua época. Utilizou-se o recurso de reunir, catalogar e sistematizar a fotografia “informal”, dos acervos de família, organizados como narrativas pessoais fixadas em álbuns que atravessaram gerações. A fotografia, por vezes, mesmo sendo posada, pôde flagrar a ambiência, com figuras humanas circundadas pela arquitetura, e a essência que escapara da descrição textual e que o desenho gráfico, na maior parte das vezes, sequer buscou contemplar. A tipologia “casa” foi repertoriada num período da consolidação e expansão do bairro Farol, onde se concretizou o morar ligado aos processos locais de modernização urbana. Neste bairro, ocorre a construção de novas avenidas em busca por cenários urbanos altos e ventilados, obedecendo à mentalidade da época. Abordou-se a nova morada, em geral, próxima ao estilo neocolonial ou protomoderno, solta no lote, dotada de terraço de entrada e atraentes jardins, que se expõe numa maior interação com a rua e seus transeuntes. Se o desenho gráfico forneceu à

álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

  • Upload
    vunhan

  • View
    216

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

EM BUSCA DE UMA ARQUITETURA VIVENCIADA: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense nos anos 1940/50.

SILVA, DENISE (1); SILVA, MARIA ANGÉLICA. (2)

1. Universidade Federal de Alagoas.

Pós-graduação em Dinâmicas do Espaço Habitado - DEHA – FAU- UFAL [email protected]

2. Universidade Federal de Alagoas.

Pós-graduação em Dinâmicas do Espaço Habitado - DEHA – FAU- UFAL [email protected]

RESUMO

O uso da imagem no campo da arquitetura e urbanismo acumulou uma tradição de cenários desabitados. Seja nos desenhos gráficos seja na fotografia, as imagens arquitetônicas usualmente afastaram e afastam a figura humana que, quando comparece, é apenas pontualmente como recurso para conceder escala gráfica aos ambientes. Num estudo que visa repertoriar a moradia em Maceió, capital do estado de Alagoas, busca-se através das imagens, refletir sobre as formas de morar reveladas por desenhos gráficos e registros fotográficos. As fontes documentais contemplaram amplo material de acervos públicos e privados. A investigação documental da história da arquitetura residencial urbana de Maceió deu-se além do debruçar sobre os arquivos técnicos qualificando-a por correntes arquitetônicas estilísticas, mas buscou acessar também seu lado humanizado e a vivência dos personagens que lhe deram expressividade. No que tange aos documentos oficiais, ou seja, os projetos expressos graficamente, a pesquisa incluiu um longo trabalho inicial, onde os arquivos da municipalidade de Maceió foram extensivamente explorados e catalogados totalizando cerca de 1.000 documentos entre as décadas de 1940 e 1950. Nesta época, as novas formas de morar, sendo aquelas ligadas à tradição ou ao repertório moderno, também foram documentadas através dos novos recursos tecnológicos providos pelas máquinas fotográficas, sejam eles produzidos pelos profissionais autores ou por mãos amadoras. No caso destas fontes, foram elencados material produzido por moradores da época, sobretudo em busca de um foco na vivência do morar, revisitou-se seus álbuns de família. Diferindo do desenho que a concebeu, a imagem fotográfica da casa revelou com mais nitidez os costumes e hábitos dos moradores e de sua época. Utilizou-se o recurso de reunir, catalogar e sistematizar a fotografia “informal”, dos acervos de família, organizados como narrativas pessoais fixadas em álbuns que atravessaram gerações. A fotografia, por vezes, mesmo sendo posada, pôde flagrar a ambiência, com figuras humanas circundadas pela arquitetura, e a essência que escapara da descrição textual e que o desenho gráfico, na maior parte das vezes, sequer buscou contemplar. A tipologia “casa” foi repertoriada num período da consolidação e expansão do bairro Farol, onde se concretizou o morar ligado aos processos locais de modernização urbana. Neste bairro, ocorre a construção de novas avenidas em busca por cenários urbanos altos e ventilados, obedecendo à mentalidade da época. Abordou-se a nova morada, em geral, próxima ao estilo neocolonial ou protomoderno, solta no lote, dotada de terraço de entrada e atraentes jardins, que se expõe numa maior interação com a rua e seus transeuntes. Se o desenho gráfico forneceu à

Page 2: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

pesquisa dados significativos sobre os tipos de projeto, seu estilo, sua localização na cidade, seus autores e formas de representação gráfica adotadas à época, a difusão das imagens de memórias do cotidiano familiar, em termos comunicacionais, destacou não só o sentimento afetivo particular, mas atrelou aspectos que demonstram o vínculo da consciência do valor da história pessoal para construir a história urbana . Os álbuns de família proveram os acervos documentais em análise de um escopo mais profundo, no que tange aos estudos que têm como meta focar os conteúdos vivenciais da arquitetura e da cidade objetivando refletir a cerca da produção dos espaços domésticos no tempo presente.

Palavras-chave: arquitetura residencial; Maceió; fotografia.

1 - A CIDADE DE MACEIÓ: trama da história nos anos 1940/50

Maceió, cidade situada numa região predominantemente dominada pela oligarquia agrária,

alcançara a condição de vila, cidade e capital dentro do século XIX. Não possuía heranças

coloniais relevantes na paisagem, contudo seu desenho inicial ainda manteve a tradição,

com ruas estreitas, bordeadas por casas geminadas, de um ou dois pavimentos. O arruado

se abria em largos, que aos poucos receberam edificações públicas condizentes com uma

capital, como o palácio do governo, a tribunal, o teatro municipal, todos em linhas ecléticas,

desenhadas por um único arquiteto, o italiano Luigi Lucarini, residente na cidade.

Figura 1: Aspectos da cidade: arruado e edificações públicas. Fonte: Maceió Antigo.

No que tange à arquitetura residencial, as mais distintas miravam-se nos monumentos e

trazem para si seus detalhes decorativos: “O gosto pelo azulejo nas fachadas, os enfeites no

alto das casas – as pinhas, as figuras mitológicas, os abacaxis; as casas imprensadas umas

nas outras, quase sem ar, sem ventilação...” (Diégues Jr, 1939, p. 156).

Na década de 1930, após a revolução, Alagoas já sob intervenção federal, apresentou

relativo crescimento e modernização, porém manteve as antigas tradições da aristocracia

Page 3: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

rural, e esta comporia a classe burguesa em Maceió juntamente com os prósperos

comerciantes.

Com as novas prerrogativas econômicas geradas pelo regime republicano, seu movimento

demográfico de Maceió vê-se incrementado. O censo de 1900 já revelara uma população de

36.427 habitantes, que em 20 anos se duplicaria e em 1938 chegaria a 143.895 (Diégues Jr,

1939, p. 155). Neste período, a cidade conviveu com um movimento cultural na área literária

que influenciaria pensamentos, hábitos e a mentalidade da sociedade local. Essa

modernidade e avanço tão apregoados nos escritos da época, também refletiriam no espaço

do morar, imprimindo o desejo de estar em consonância com as novas tendências nacionais

e internacionais. As cidades nordestinas no Brasil pouco acompanhavam o processo de

contato com outras culturas comuns nas grandes metrópoles do sudeste do país, que

atraíam muitos imigrantes no contexto das duas grandes guerras mundiais. A presença dos

imigrantes, conforme Amaral (1995, p. 9) promovia a valorização de novos costumes e por

vezes, o desprestígio dos tradicionais em algumas partes do país, mas sem grande força na

cena alagoana. Havia ainda a proximidade com o movimento do regionalismo tradicionalista

de Pernambuco, estado vizinho e importante referência cultural, encabeçado pelo sociólogo

Gilberto Freyre que defendia a valorização da cultura nordestina adaptada ao meio. Freyre

discutia a relação do Brasil, em especial o Nordeste, frente às culturas europeias e

enfatizava que a singularidade da sociedade brasileira consistia na experiência da

permeabilidade entre as tradições culturais aqui existentes e as que chegavam de fora

(Veloso, 2000).

A codificação do “moderno” chegaria não só pela iniciativa de intelectuais literatos que

traziam à discussão o momento artístico e social, mas também pela fantasia das telas do

cinema e nos anúncios de revistas que despertavam o gosto por consumir bens

manufaturados de uso pessoal e doméstico norte-americana no pós-guerra. Como comenta

Kornis em artigo sobre a era JK, no Brasil de maneira geral, germinava um espírito de

otimismo e de esperança, um novo modo de viver propiciado pela produção em massa.

“...chegaram o progresso, os novos costumes, desfilando aos nossos olhos o modernismo,

os banhos de mar a fantasia, o “americanismo”, as misses, as melindrosas, os

almofadinhas, os brôtos, as balzaquianas, a juventude transviada...”(Felix Lima Junior,

1966,pg 25).

Neste cenário a arquitetura em Maceió vai se transformando interrompendo a monotonia do

domínio das “casas de meia-morada”, moradias geminadas de pouca testada e em lotes

profundos que obedeciam ainda ao parcelamento colonial. Entre casas conhecidas como de

Page 4: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

“porta e janela” que já adotavam uma composição mais limpa e geométrica, o centro da

cidade ia se compondo, unindo a arquitetura residencial às edificações voltadas para o uso

comercial.

Mas a cidade cresce e sobe para a parte mais alta, favorecida pelos ventos, disponível para

a abertura de avenidas e para a novidade das praças arborizadas, bem como para as

tentativas de novas tipologias arquitetônicas. É ai que surgem com mais intensidade os

pitorescos bangalôs já avalizados pelas metrópoles e bastante divulgados por veículos de

difusão da ideologia do Panamericanismo. Juntamente com o cinema hollywoodiano, exibido

nas telas dos primeiros cinemas da cidade, cumpriam esse papel as publicações periódicas,

que traziam a idealização do american-way-of-life. Durante a segunda guerra o contato com

a cultura yankee fortalece-se com a permanência de soldados americanos na cidade.

O final da década de 1940 correspondeu a uma etapa significativa na paisagem urbana

residencial. Os coronéis e barões que moravam até o início do século XX em Bebedouro,

bairro próximo à lagoa, aliaram-se na ocupação da parte alta da cidade, que mesmo

próxima ao centro oferecia tranquilidade, clima saudável e o afastamento de zonas úmidas

consideradas focos dos temidos miasmas. O bairro Farol, no antigo e desabitado Planalto

do Jacutinga, já teria sido referenciado no Indicador Geral do Estado de Alagoas de 1902,

como: “o bairro da elegância, justamente procurado pela população abastada (...) pela

salubridade e amenidade do clima”, ganhou esta nomenclatura por abrigar o primeiro farol

para orientar navios durante a noite, construído na borda da encosta em 1853. Esta torre

luminosa sobressaía na paisagem e na escuridão da cidade iluminada por lampiões até fins

do século XIX, tornando-se referência para a memória coletiva dos moradores (Fortes, 2011,

p. 82).

As mudanças em curso no país afetaram também as práticas profissionais e a figura do

engenheiro passa a ser reconhecida como de grande futuro. Em meados dos anos 1950, os

primeiros jovens engenheiros e arquitetos formados em Recife, Pernambuco, metrópole

mais próxima, retornam à terra natal e vão se incumbir de diversas tarefas seja nas

secretarias de Estado, seja na atividade de escritório, promovendo um avanço nas

possibilidades construtivas dos edifícios públicos, mas também, das residências no tocante

à ousadia estética e à racionalidade no uso de materiais. A nova postura desperta maior

interesse e inquietude em relação ao pensar o projeto da moradia e produzir um novo

habitat voltado para o atendimento às condições impostas pelo pensamento higienista da

época, às novas noções de conforto trazidas pelo desenvolvimento industrial e ao bem-estar

coerente com a mentalidade predominante no meio local.

Page 5: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

A prática da “casa” liberta do lote, com o desfrutar usual de varandas, jardins e quintais

arborizados, recantos essenciais de integração da família em sua intimidade e ou sua

visibilidade para o exterior, se tornou parte expressiva da paisagem urbana da cidade e aos

poucos influenciou também os bairros mais periféricos, delineando uma fase significativa da

modernização da cidade.

Há poucas décadas atrás, o crescimento da cidade, a valorização das zonas de praia e as

demandas pelo adensamento urbano, foram trazendo outras configurações para o bairro

Farol. Aos poucos, as casas edificadas nas décadas de 40 e 50, com seus lotes generosos,

ares de sítio, sombreadas por frondosas mangueiras, foram deixando o uso residencial ou

mesmo foram aniquiladas na paisagem para o surgimento de prédios.

Observou-se o enfraquecimento e a seguir, a supressão paulatina dos modos de

convivialidade existentes no local. As relações de vizinhança foram se apagando pelo

abandono de atividades e comportamentos agregadores antes tão fortes naquele bairro.

Estas edificações foram esvaziadas e atualmente poucos exemplares sobreviveram

contando sobre épocas passadas.

Uma história de vida nesta região somada à importância em documentar esta conformação

do morar tão significativa para a história da cidade motivou a construção deste trabalho 1.

As fontes catalogadas vão desde o material gráfico arquivado pelo município, até registros

que chegam mais perto do cotidiano dos moradores e de suas lembranças. Trata-se das

imagens ou da materialidade das próprias casas remanescentes e dos “álbuns de família”,

onde entre os parentes ou por trás da família reunida, surgem pedaços das antigas casas.

2 – ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO: registros gráficos

O rico universo composto pelos registros de edificações residenciais em Maceió

correspondentes às décadas de 1940 a 1950, no Farol, bairro na parte alta da cidade,

quando viver à beira mar ainda não havia adquirido o status de hoje, documentou o

processo de transformação no espaço e no modo de morar da privilegiada parcela da

população que se apropriou deste espaço urbano. A documentação técnica foi encontrada

1- O tema deste artigo faz parte da pesquisa para a dissertação de mestrado que está sendo desenvolvida no

Programa de Pós-graduação em Dinâmicas do Espaço Habitado-DEHA, da Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Page 6: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

nos arquivos de obras residenciais no órgão SMCCU - Superintendência Municipal de

Controle e Convívio Urbano. Tratam-se de arquivos físicos que mantêm o registro gráfico

dos projetos arquitetônicos aprovados pela prefeitura, no intervalo do início do ano de 1940

até os últimos dias de 1959. No que tange à apresentação, os desenhos eram arquivados

em papel vegetal ou cópias heliográficas, em geral indicando a autoria do projeto

arquitetônico, quando existente, apenas no carimbo das pranchas, nunca explícita no livro

de registro de obras. O acesso à consulta efetiva aos projetos arquitetônicos destas

residências muito contribuiu para a identificação e distinção estilística, bem como para a

identificação das regiões de expansão da cidade entre outros aspectos. Recorreu-se ao

método de levantamento do montante de obras nas duas décadas propostas, cujos

endereços constavam a classificação de bairro “Farol”, abrangendo, a princípio, áreas que

não corresponderiam à delimitação atual do bairro. Consideraram-se apenas construções e

reformas de residências unifamiliares, inclusive projetos de remodelação de fachadas. A

inclusão dos projetos de fachada como parte do universo de pesquisa foi feita por terem sido

consideradas manifestações do desejo de atualização e adaptação a nova forma estética e

espacial de morar. As edificações comerciais, os recorrentes desenhos de levantamentos e

projetos de muros ou balaustradas, assim como os de prédios de apartamentos que

começavam a despontar na cidade, foram excluídos da área de concentração da pesquisa.

As condições do arquivo, ainda não digitalizado e bastante manuseado, dificultaram esta

etapa da investigação. Além disso, geralmente os acervos de arquitetos e urbanistas, como

salienta Rigueira citando Castriota (RIGUEIRA, 2012), por serem incômodos e ocuparem

muito espaço, tendem a serem descartados. Somaram-se a essa dificuldade, a má

conservação dos livros de registros, as denominações ultrapassadas ou divergentes dos

logradouros públicos, o excesso de abreviações na escrita dos nomes dos profissionais e a

existência do campo “construtor” no livro de registro, apenas a partir de 1950, (Fig. 2). A

identificação e catalogação dos profissionais foram exclusivamente baseadas nas

informações constantes nos livros de registro de projetos, mesmo sem garantia quanto à

legitimidade das autorias, devido à prática da camaradagem dos profissionais, que

assinavam trabalhos de desenhistas ou leigos práticos para regularização da obra perante a

municipalidade.

Page 7: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Figura 02: Folhas do livro de registro da SMCCU-Maceió. Fonte: SILVA, 2015.

No florescer do Farol, em meados dos anos 1940, novas ruas, avenidas e praças foram

inauguradas expandindo e atualizando seu cenário, o que gerou a perda da denominação

informal de muitos logradouros públicos, criada intuitivamente pela comunidade e com a

qual se identificava: beco do Conforto, rua do Cajueiro, beco dos Cachorros, ladeira das

Freiras, rua dos Tabaqueiros, rua das Vacas, beco da Padaria, praça do Futebol. Essa

mudança toponímica dificultou a localização das obras registradas, agravada pela ausência

de mapas atualizados da cidade, sendo o último datado de 1932.

Descobertas curiosas ocorreram na pesquisa aos arquivos: plantas arquitetônicas para

remodelação da popular casa de meia-morada através de incorporação de elementos

protomodernos esmeradamente desenhada e colorida, residências com características

modernas ainda incipientes, (Fig.3) “palacetes” suntuosos de estilo neocolonial, marajoara,

missões ou chalet, modelos diversos de singelos bangalôs (Fig. 4) e alguns raros projetos

elaborados dentro da estética modernista, inclusive no que diz respeito à apresentação

gráfica (Fig. 5).

Figura 3: Meia-morada protomoderna e casa com elementos modernos. Fonte: Acervo

técnico SMCCU Maceió.

Page 8: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Figura 4: Palacete neocolonial e bangalô. Fonte: Acervo técnico SMCCU Maceió.

Figura 5: Casa modernista. Fonte: Acervo técnico SMCCU Maceió.

Com o registro da produção arquitetônica da época em estudo, as informações coletadas

apenas nos livros de registro foram sintetizadas em infográficos para possibilitar a análise da

ocupação do bairro do Farol por década 1940 e 1950 (Fig.6), e revelar o grau de atuação

dos profissionais mencionados (Fig.7) ou sobrepô-las em mapa atual do bairro para traduzir

o trajeto de expansão no tempo e espaço (Fig. 8).

Fonte 6: Porcentagem de casas construídas nas décadas de 1940 e 1950. Fonte: SILVA, 2015.

DÉCADA BIÊNIOS Nº DE CASAS

1940-1941 12

1942-1943 25

1944-1945 51

1946-1947 36

1948-1949 130

1950-1951 133

1952-1953 115

1954-1955 136

1956-1957 167

1958-1959 214

TOTAL

REGISTRO DE CASAS CONSTRUÍDAS POR DÉCADA

1.019

2541940

1950 765

TOTAL CASAS/DÉCADA

Page 9: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Figura 7: Gráfico de atuação de profissionais. Fonte: SILVA, 2015.

Figura 8: Mapa de ocupação de casas por década. Fonte: SILVA, 2015.

O trabalho inicial de pesquisa nos arquivos mostrou-se eficiente no sentido de confirmar a

coerência e relevância do recorte espacial e desvendar aspectos da configuração física do

cotidiano e morar urbano e, de certa forma, concedeu imagem e forma a conteúdos

narrados em crônicas e livros de autores locais, trazendo novos dados sobre Maceió

enquanto cidade que se modernizava. O desencontro de informações quanto a endereços e

autoria foi sanado pela pesquisa junto ao livro “Memórias de minha rua” de Félix Lima Jr,

específico sobre as ruas da cidade, e por entrevistas com profissionais, antigos moradores e

seus descendentes, o que também possibilitou o acesso a antigas fotografias de família dos

habitantes originais.

LEGENDA:

DÉCADA DE 1940

DÉCADA DE 1950

CASA N°596

Page 10: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

3 – ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO: registros fotográficos

A princípio pensada como documentação complementar, pois não se previa o acesso a um

número expressivo delas, os acervos fotográficos se tornaram fundamentais nesta pesquisa.

Eles conformaram dois tipos de coleção: fotos de época e as resultantes de visitas a casas

remanescentes do período estudado.

Foram arquivadas digitalmente 50 pastas nomeadas por rua e número das casas

selecionadas para a pesquisa. Constam destas pastas fotografias atuais, mostrando ângulos

da fachada, interiores e alguns detalhes como gradis, esquadria, textura das paredes

externas, piso, etc. Até o presente momento, já foram reunidas imagens fotográficas

reproduzidas dos álbuns de família de cerca de dez.

Essas fotografias fontes históricas complementares acabaram por se tornar importante

forma de documentação, leitura e interpretação, por trazerem, além de dados espaciais

sobre os imóveis, contribuições mais sutis acerca do modo de morar da época, além de

agregar questões relativas à emoção do fotógrafo e à sensibilidade do observador. O

material imagético até então agregado a partir dos documentos gráficos trazia menos pistas

acerca da vivência familiar nas casas e saber quais as atividades na casa no seu cotidiano,

como se realizam e qual a situação socioeconômica e cultural da família é determinante na

compreensão do espaço (Homem, 1998, p.64). O modo de vida e de morar, representado

pela casa, espelha o momento histórico, a organização familiar, as noções de conforto e

privacidade, as relações de vizinhança, a condição feminina, masculina e do universo

infantil, as relações econômicas, políticas e culturais que se entrelaçam para revelar as

particularidades do cotidiano.

Dentre as casas catalogadas, 20 delas tiveram sua condição atual fotografada por se

constatar que mantinham as características originais mencionadas nas falas dos

entrevistados que as definiram como pitorescas, modernas, inovadoras ou “de estilo

bangalô”. A ambiência e a classe privilegiada que compuseram o bairro do Farol a partir da

década de 1940 foram descritas em textos de Félix Lima Júnior e Manuel Diégues Jr, em

publicações que expressavam a relação entre público x privado na cidade e ao preconceito

de que a rua era para o homem e que para a mulher, significava a perda de virtude,

começava a mudar (Fig. 9).

“...o contato com a rua não é mais privativo dos moleques, dos negros,

dos vagabundos, das mulheres perdidas. As famílias já procuram as

ruas...” pois “... a frequência à praça – oportunidade de contato

coletivo para amostra de vestidos , de chapéus, de sapatos, tão ainda

ao gosto da cidade – tornara-se mais assídua.” ( Diégues Jr. 1939)

Page 11: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Quando as fotos trazem estas famílias para o exterior, quando as mulheres bem vestidas

posam frente às residências que exibem estas novas fachadas ou nos seus jardins, isto

significa possivelmente a constatação de mudanças que estão aliadas a uma outra forma de

morar e de valorar o espaço público, este inclusive, também mais cuidado que no passado.

Foto 9: Convívio com o espaço externo. Fonte: Fotos de álbuns de família. (SILVA, 2015).

A pesquisa pretende contribuir para a historiografia de Maceió, quando a cidade completa

200 anos, e entender a constituição da sociedade local buscando montar séries

documentais, em especial as imagéticas e complementá-las com o registro das falas dos

seus habitantes, pois consideramos ser a narrativa pessoal uma importante fonte histórica

quando remete à visão de mundo, aos valores e anseios e ao clima da época tanto no

âmbito do público, quanto do privado. Também há de se considerar, nesta soma de fontes,

como um depoimento se faz mais instigado quando os olhos percorrem fotos dos álbuns de

família, com imagens possivelmente do próprio depoente ou de seus parentes e amigos, em

seu habitat particular, motivando certamente outros campos de lembranças. A pretensão é,

além disso, possivelmente obter maior número de fotos com os contatos e encontros

agendados para entrevistas com as famílias desses antigos moradores, ampliando as séries

já montadas.

4 – FOTOGRAFIAS: álbuns e vivências

A fotografia encontrada nos álbuns de família dos proprietários, muito contribuiu na leitura

dos valores e significados da casa nas décadas de 1940 e 1950 e análise do modo de viver

nesses ambientes, que ao mesmo tempo o espelhava como influencia sua composição

física e a história do bairro e da cidade. Pesavento (2003, p. 58) acredita que “para o

pesquisador resgatar as emoções, é preciso que elas estejam materializadas, registradas de

Page 12: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

alguma forma” e a fotografia é a que se revelou melhor trazendo a materialidade e a

sensibilidade do espaço construído.

A casa foi apreendida na presente pesquisa como resultado da criação autoral do projetista

que solidifica uma ideia sobre sua época histórica e como retrato edificado das relações

familiares e de convívio de uma sociedade. As opções arquitetônicas do projetista adquirem

um resultado para além de sua intenção inicial de definir e modelar o espaço, quando são

submetidas ao efetivo uso pelos seus habitantes e pelas domesticidades que o envolvem.

Além disso, o significado de uma obra, como afirma Weisman, não se esgota na instância

de sua criação, mas é adquirido no momento que é percebida (WEISMAN, 2013, p. 155) e

apreciada, e não apenas quando é experimentada como habitação. Daí sua importância

para o entorno e a conformação da cidade.

Na totalidade de obras que foram identificadas no bairro através da pesquisa na

documentação técnica, as mais significativas, num total de 20 foram também submetidas a

registro em sua situação atual. Paralelo a isso, está sendo desenvolvimento o registro

fotográfico de projetos na SMCCU, correspondentes a outras casas para complementar o

conjunto imagético.

Diante do universo do material obtido, fez-se o cruzamento entre as casas efetivamente

visitadas e fotografadas, as casas que apresentam projetos arquitetônicos na SMCCU e

aquelas cujos antigos moradores mantem dentro de seus álbuns particulares retratadas

junto à família. Na interseção desses conjuntos imagéticos selecionamos uma única casa

para ilustrar a observação do morar através da imagem da casa sendo vivenciada (Fig. 10).

Figura 10: Conjuntos de imagens da casa. Fonte: SILVA, 2015.

Para uma demonstração preliminar que, no desenvolvimento da investigação, será

aprofundada através uma análise mais detida entre registros fotográficos de um mesmo

objeto arquitetônico estritamente residencial, foi eleita a casa nº 596 da Praça Sergipe,

localizada na área considerada núcleo inicial de ocupação do bairro do Farol (Fig. 8). A casa

596, como chamaremos doravante, de propriedade da família Brandão, apareceu na

Page 13: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

solicitação de registro de projeto na prefeitura sob protocolo nº 2882, datado de abril /1949 e

já fazia parte do acervo fotográfico inicial da pesquisa como exemplar interessante e bem

conservado (Fig. 11).

Figura 11: Imagens da casa 596 retratadas hoje e pela família. Fonte arquivo particular e DLVS.

No contato com os familiares do proprietário da casa 596 e acesso às fotografias de seu

álbum de recordações, foram por nós percebidos os diferentes resultados da fotografia

quando gerados por diferentes motivações.

As fotografias antigas e originais prioritariamente amadoras, da casa captada pelos próprios

moradores revelariam um outro lado, significâncias e sutilezas dos envolvimentos afetivos lá

exercidos. O registro do objeto arquitetônico, neste caso, apresentou-se sempre como pano

de fundo, vinculado a pessoas de apreço, a recantos significativos da casa ou

principalmente a momentos marcantes para a família, de flashes do cotidiano ou compostos

de poses formais. Esse desejo de imortalização de vivências concretizado na fotografia

informal oportuniza revelar a vocação comunicativa e provocativa da imagem da casa

habitada, como representando um refúgio da família ou meramente como ostentação de um

exitoso status cultural e econômico.

Nas conversas com o filho do proprietário, observou-se a recorrente referência temporal a

datas e acontecimentos memoráveis, íntimos ou não, relacionados à fotografia. Como a

leitura social é conduzida pelo transcurso da vida em sociedade e esta é motivada por

significados, aspirações e cargas afetivas, por vezes inexplicáveis, a fotografia mostrou

carregar em si a capacidade de despertar lembranças não apenas nos seus antigos

habitantes, mas também em outros que viveram também na mesma época. Despertou

também simplesmente a curiosidade e o interesse naqueles que sequer puderam

experimentar este modo de morar, mas apreciam as memórias desta época da cidade de

Maceió.

Page 14: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

Dentre os registros encontrados no álbum de fotografias da família que habitava a casa 596,

deparamos com imagens que refletem uma certa intimidade e descontração, que era

permitida ser exposta para os transeuntes ou compartilhada com a vizinhança. Observa-se

isso quando se vê a família usufruindo da varanda aberta à rua ou proseando no batente do

terraço de entrada, tempos de hábitos quando não havia preocupação com a segurança e

restrições quanto a práticas domésticas próximo a esfera pública (Fig. 12).

Figura 12: A casa como cenário. Fonte: Acervos de família (SILVA, 2015).

Foram observados que determinados aspectos da foto deveriam ser considerados em sua

análise, como a ênfase dada à composição, se no cenário ou nos atores, o que foi

valorizado no enquadramento, o ângulo escolhido para enfoque, a intenção principal da foto

e quais mensagens subjetivas foram extraídas da imagem capazes de serem lidas, mesmo

sem um conhecimento prévio da família ou dos fatos. Foi este o exercício aplicado a partir

dessas e outras imagens e que terá aprofundamento no transcorrer da pesquisa, ensejando

somar as informações e os dados objetivos aos sensíveis.

A catalogação e difusão proposta dessas imagens particulares carregadas de emoção e de

registros de comportamentos e valores, pretendem modificar gradualmente a compreensão

do objeto arquitetônico privado, que tem na casa sua melhor representação, como algo

pertencente à cidade e a toda sociedade. Busca-se com as fotografias da arquitetura

vivenciada despertar sentimentos de compromisso e responsabilidade naqueles que

passarão a sentirem-se também partícipe de uma história de vida ora compartilhada. Isso

porque é sabido que há um desejo da sociedade de maneira geral de pertencer à história,

“um complexo de falta de raízes que impulsiona a buscá-las...” (WEISMAN, 2013, p.157),

sentindo-as como autênticas apesar de terem sido apenas incorporadas. O anseio por

reconhecimento de identidade própria ou de equiparação com o alheio foi o que sempre

inclusive, motivou a diversidade de manifestações arquitetônicas residenciais.

A fotografia da casa sendo um silencioso, mas não menos enfático depoimento material de

vidas, hábitos e costumes, incitará, nos próximos passos da pesquisa, a retomada da

Page 15: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

história oral repassada entre contemporâneos e descendentes motivará, como se espera da

documentação organizada, não só o aflorar e a disseminação de novas histórias de vidas

paralelas através da identificação ligada à memória afetiva e aos sentidos básicos de cada

ser humano no presente, mas deixando como legado a outras gerações as formas de

habitar a casa e a cidade .

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação com a história do lugar torna-se mais real quando à documentação da

história dos fatos políticos incorpora-se às memórias do cotidiano, dos comportamentos e

hábitos e à vivência dos personagens dos espaços de morar. As imagens gráficas, a que

foram acrescidas em um segundo momento, acervos de fotografia, puderam ampliar o

sentido de humanização das casas. Ao considerar que são as casas, por seu grande

número, o que concede fisionomia à cidade, este estudo de fontes iconográficas deixa a

dimensão restrita e pessoal, para ser instrumento de construção paisagística da cidade. Os

conteúdos vivenciais da arquitetura e da cidade transmitidos na imagem gráfica e fotográfica

contribuem para a reflexão sobre o projetar a moradia, se desejamos a melhora de

ambientes e condutas do homem contemporâneo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALBERNAZ, Maria Paula; LIMA, Cecília Modesto. Dicionário Ilustrado de Arquitetura, Volume I, São Paulo: Pro editores,1998.

AMARAL, Vanine Borges. Expressões arquitetônicas de modernidade em Maceió: uma perspectiva de preservação. 2009, 174f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo: Dinâmicas do Espaço Habitado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, Maceió.

FORTES, Cynthia. Para além do guia dos navegantes: o Farol de Maceió (1827-1951). 2011. 134f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo: Dinâmicas do Espaço Habitado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, Maceió.

HOMEM, Maria Cecília Naclério. O palacete paulistano e outras formas urbanas de morar da elite cafeeira, 1867-1918. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

KORNIS, Mônica Almeida. O Brasil de JK - Sociedade e cultura nos anos 1950. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade/Anos1950. Acesso em: 04/03/2014.

Page 16: álbuns de família e as novas formas do habitar maceioense

4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

LEMOS, Carlos. Transformações do espaço habitacional ocorrido na arquitetura brasileira do século XIX, In: ANAIS DO MUSEU PAULISTA – Nova Serie nº 1. São Paulo, 1993. Disponível em: www.scielo.br/pdf/anaismp. Acesso em: 13 ago 2013.

LIMA JÚNIOR, Félix. Recordações da velha Maceió. Secretaria de Estado dos Negócios de Educação e Cultura – Arquivo Público de Alagoas. Maceió, 1966.

LINDOSO, Dirceu. Interpretação da província: estudo da cultura alagoana. 2ª ed. Maceió: Edufal, 2005.

MACHADO, Maria Lúcia. Interiores do Brasil: a influência portuguesa no espaço doméstico. São Paulo: Olhares, 2011.

NATAL, Caion Meneguello. A retórica da tradição: tempos e espaços da arquitetura neocolonial no Brasil, 1914-1930. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 2009, Fortaleza. Anais do XXV Simpósio Nacional de História – História e Ética. Fortaleza: ANPUH, 2009. Disponível em: anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0259. Acesso em 22 mai. 2015.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2ªed. 2ª reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

QUEIROZ, Marcus Vinicius Dantas de. Quem te vê não te conhece mais: arquitetura e cidade de Campina Grande em transformação (1930-1950). 2008. 248 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.

RIGUEIRA JR, Itamar. Contra os mitos, documentos. Por ângulos diversos, pesquisadores enfatizam em livro importância dos arquivos para se entender a história da arquitetura latino-americana. Disponível em: www.ufmg.br/boletim/bol1793 Boletim UFMG -Nº 1793 - Ano 39, 8.10.2012. Acesso em 15 mai. 2014.

RODRIGUES, Arthur; MOURA FILHA, Maria Berthilde. A elite e seus palacetes: ecletismo e modernidade em João Pessoa no inicio do século XX. In: 3º SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DE ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO, 2013, Belo Horizonte.

SAMPAIO, Maria Ruth A. A casa brasileira. Revista USP, São Paulo. mar/abr/mai. 1990. Disponível em: www.revistas.usp.br. Acesso em: 20 jul.2015.

SCHETTINO, Patrícia Thomé Junqueira. A mulher e a casa. 2012. 322f – Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Arquitetura - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

SILVA, Maria Angélica. Arquitetura Moderna: a atitude alagoana 1950-1964. Maceió: Sergasa,1991.

VELOSO, Mariza. Gilberto Freyre e o horizonte do modernismo. Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 15, n 2, jun /dez, 2000. Disponível em <http://dx.doi.org>. Acesso em: 05 jul. 2015.

WEISMAN, Marina. O interior da história: historiografia arquitetônica para uso de latino-americanos. Tradução de Anita Di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2013.