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14/Junho/2007 8 A mãe de Alberto Adrego Pinto, sente-se orgulhosa da carreira do filho O professor associado com agregação, do Departamento de Matemática da Universidade do Porto e irá ingressar no próximo ano lectivo como Professor Catedrático, do Departamento de Matemática da Universidade do Minho desen- volveu alguns dos mais notáveis trabalhos no âmbito da Matemática. Em entrevista, exclusiva, ao jornal Defesa de Espinho, Alberto Pinto revela alguns dos aspectos mais importantes da sua vida académica. Alberto Pinto descreve, também, de uma forma muito simples e muito sintética os com- portamentos dinâmicos periódicos e caóticos da natureza, o aparecimento de estruturas fractais e o estudo e compreensão de algumas proprie- dades do comportamento dinâmico destes siste- mas na fronteira entre a ordem e o caos. Alberto Pinto ganhou, recentemente, o con- curso a Professor Catedrático no Departamento de Matemática da Universidade do Minho e prepara-se para, em co-autoria com o professor David Rand e o professor Flávio Ferreira (seu ex- aluno de Doutoramento e actual vice-presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão), concluir um livro, que engloba parte dos trabalhos científicos que têm vindo a desenvolver e que será publica- do por uma das mais prestigiadas, senão a mais prestigiada, editoras – a Springer-Verlag. Mas Alberto Pinto não vive enclausurado no seu trabalho. “Gosto muito de correr, andar na praia, nadar, ir ao ginásio, ir ao cinema, ir ao teatro e de acompanhar outras actividades cul- turais, assim como desportivas. Já desfilei no sambódromo do Rio de Janeiro pela escola de samba que foi campeã nesse ano. O mergulho fascina-me”. Na entrevista concedida ao jornal Defesa de Espinho, Alberto Pinto também fala de Espinho, a terra que o viu nascer – “é um lugar onde eu gosto muito de viver. Nas esplanadas de Espinho, com a vista da imensidão do mar, gosto muito de ler, estudar e encontrar amigos. Os meus colegas estrangeiros que têm ficado hos- pedados em Espinho, em particular no Hotel Solverde, fazem os maiores elogios à cidade”. – Gostaria que recordasse, de forma sucinta, os seus tempos de estudante nas escolas de Espinho. – Estudei na Escola Primária n.º 1, na Escola Preparatória Sá Couto (antigo Ciclo), e na Escola Secundária Dr. Manuel Laranjeira, em Espinho, das quais só guardo boas recordações, tendo sido um dos seis vencedores ex-aequo das Mini- Olimpíadas de Matemática em 1981. – Numa família com tradições na medi- cina, como surge o Alberto Pinto no meio da Matemática; o que o motivou para a Matemática? – Sob a influência do meu irmão, Dr. António Adrego Pinto, de um amigo, Leonel Pias, e do professor Matos Coelho, optei por ingressar na Licenciatura em Matemática Aplicada, na Facul- dade de Ciências da Universidade do Porto. Segundo a opinião deles eu possuía uma boa intuição para a Matemática. Da minha parte, foi o gosto pela Matemática assim como a sua utilidade, teórica e prática, para um melhor entendimento das outras Ciências. – O que o levou a enveredar pela carrei- ra de docente universitário? – Aconteceu de forma natural. No ano lectivo de 1984-85 recebi o Prémio Augusto Martins e, durante o último ano da Licenciatura, fui monitor no Grupo de Matemática Pura. Após a conclusão da Licenciatura, ingressei na carreira docente Alberto Pinto, Professor Catedrático da Universidade do Minho aos 43 anos “Mantermo-nos activos como investigadores é o que mais me fascina na carreira académica” Precisa-se EMPREGADA para cuidar de idoso e tarefas domésticas. Com referências. Segunda a domingo (9 - 12 e 14 - 18 horas) Telef. 227 341 427 seleccionamos e torramos na nossa fábrica as melhores qualidades aos melhores preços Rua 19, 294 - ESPINHO CAFÉS Casa Alves Ribeiro Alberto Adrego Pinto é uma das figuras proeminentes de Espinho ligada à ciência e ao mundo académico. O Professor Catedrático de 43 anos completou o seu doutoramento com 27 anos e é tido como um dos ‘experts’, a nível mundial, no âmbito da Matemática Aplicada. Manuel Proença

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A mãe de Alberto Adrego Pinto, sente-se orgulhosa da carreira do filho

O professor associado com agregação, doDepartamento de Matemática da Universidadedo Porto e irá ingressar no próximo ano lectivocomo Professor Catedrático, do Departamentode Matemática da Universidade do Minho desen-volveu alguns dos mais notáveis trabalhos noâmbito da Matemática.

Em entrevista, exclusiva, ao jornal Defesade Espinho, Alberto Pinto revela alguns dosaspectos mais importantes da sua vidaacadémica.

Alberto Pinto descreve, também, de umaforma muito simples e muito sintética os com-portamentos dinâmicos periódicos e caóticos danatureza, o aparecimento de estruturas fractaise o estudo e compreensão de algumas proprie-dades do comportamento dinâmico destes siste-

mas na fronteira entre a ordem e o caos.Alberto Pinto ganhou, recentemente, o con-

curso a Professor Catedrático no Departamentode Matemática da Universidade do Minho eprepara-se para, em co-autoria com o professorDavid Rand e o professor Flávio Ferreira (seu ex-aluno de Doutoramento e actual vice-presidentedo Conselho Científico da Escola Superior deEstudos Industriais e de Gestão), concluir umlivro, que engloba parte dos trabalhos científicosque têm vindo a desenvolver e que será publica-do por uma das mais prestigiadas, senão a maisprestigiada, editoras – a Springer-Verlag.

Mas Alberto Pinto não vive enclausurado noseu trabalho. “Gosto muito de correr, andar napraia, nadar, ir ao ginásio, ir ao cinema, ir aoteatro e de acompanhar outras actividades cul-

turais, assim como desportivas. Já desfilei nosambódromo do Rio de Janeiro pela escola desamba que foi campeã nesse ano. O mergulhofascina-me”.

Na entrevista concedida ao jornal Defesade Espinho, Alberto Pinto também fala deEspinho, a terra que o viu nascer – “é um lugaronde eu gosto muito de viver. Nas esplanadas deEspinho, com a vista da imensidão do mar, gostomuito de ler, estudar e encontrar amigos. Osmeus colegas estrangeiros que têm ficado hos-pedados em Espinho, em particular no HotelSolverde, fazem os maiores elogios à cidade”.

– Gostaria que recordasse, de formasucinta, os seus tempos de estudante nasescolas de Espinho.

– Estudei na Escola Primária n.º 1, na EscolaPreparatória Sá Couto (antigo Ciclo), e na EscolaSecundária Dr. Manuel Laranjeira, em Espinho,das quais só guardo boas recordações, tendosido um dos seis vencedores ex-aequo das Mini-Olimpíadas de Matemática em 1981.

– Numa família com tradições na medi-cina, como surge o Alberto Pinto no meioda Matemática; o que o motivou para aMatemática?

– Sob a influência do meu irmão, Dr. AntónioAdrego Pinto, de um amigo, Leonel Pias, e doprofessor Matos Coelho, optei por ingressar naLicenciatura em Matemática Aplicada, na Facul-dade de Ciências da Universidade do Porto.Segundo a opinião deles eu possuía uma boaintuição para a Matemática. Da minha parte, foio gosto pela Matemática assim como a suautilidade, teórica e prática, para um melhorentendimento das outras Ciências.

– O que o levou a enveredar pela carrei-ra de docente universitário?

– Aconteceu de forma natural. No ano lectivode 1984-85 recebi o Prémio Augusto Martins e,durante o último ano da Licenciatura, fui monitorno Grupo de Matemática Pura. Após a conclusãoda Licenciatura, ingressei na carreira docente

Alberto Pinto,Professor

Catedráticoda Universidade

do Minhoaos 43 anos

“Mantermo-nosactivoscomo

investigadoresé o quemais mefascina

na carreiraacadémica”

Precisa-seEMPREGADA para cuidar de idoso

e tarefas domésticas. Com referências.

Segunda a domingo (9 - 12 e 14 - 18 horas)

Telef. 227 341 427

seleccionamose torramos

na nossa fábricaas melhores qualidades

aos melhores preços

Rua 19, 294 - ESPINHO

CAFÉSCasa Alves Ribeiro

Alberto Adrego Pinto

é uma das figuras

proeminentes de Espinho

ligada à ciência e ao mundo

académico. O Professor

Catedrático de 43 anos

completou o seu doutoramento

com 27 anos e é tido

como um dos ‘experts’,

a nível mundial, no âmbito

da Matemática Aplicada.

Manuel Proença

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Alberto Pinto com Welington de Melo

O Professor Catedrático espinhense com Dennis Sullivan

como assistente no Grupo de Matemática Aplica-da da Universidade do Porto, tendo feito asminhas provas de agregação em 2002, ainda naUniversidade do Porto. Recentemente passei aocupar o lugar de Professor Catedrático naUniversidade do Minho. A carreira docente per-mite, e exige, uma actualização permanente porparte dos docentes para que possam passaruma informação de melhor qualidade aos alu-nos. O contacto com os alunos é, também, muitoenriquecedor porque nos rejuvenesce o espírito.Por outro lado a orientação de alunos de Mestradoe Doutoramento ajuda a mantermo-nos activoscomo investigadores, que é o que mais mefascina na carreira académica.

– O que o levou a partir para a Univer-sidade de Warwick, no Reino Unido?

– A Universidade de Warwick possui um dosDepartamentos de Matemática de maior prestí-gio internacional. Fui incentivado a continuar osmeus estudos na Universidade de Warwick pelaprofessora Isabel Labouriau, pela professoraLuísa Magalhães e pelo professor José BastoGonçalves, que fizeram lá os seus estudos dePós-Graduação. A Universidade de Warwick,que é como uma pequena cidade, tem umcampus universitário que nos permite estar numóptimo local de trabalho bem como de lazer. Abiblioteca é enorme com muitos lugares para seestudar com tranquilidade e com uma bela vistasobre o campus. O convívio com alunos de todoo mundo permite-nos entender as diferençasculturais dos diferentes povos, mas mais aindaperceber as suas semelhanças.

– Quais foram os estudos de Pós-Gra-duação que realizou na Universidade deWarwick?

– Sob orientação do professor David Rand,realizei a tese de Mestrado, intitulada “TheSpace of C1+ Structures on a Fractal Partition andApplications to the Rigidity Conjecture forRenormalisation” (1989), com distinção, e a tesede Doutoramento, intitulada “Convergence ofRenormalisation and Rigidity of DynamicalSystems” (1991). Durante este período fuibolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e daFundação para a Ciência e para a Tecnologia.Além disso, fui Assistente de Investigação naUniversidade de Warwick, em 1991. A colabora-ção com o professor David Rand prosseguiu atéaos dias de hoje. Em co-autoria com o professorDavid Rand e o professor Flávio Ferreira, ex-aluno meu de Doutoramento e actual vice-presidente do Conselho Científico da EscolaSuperior de Estudos Industriais e de Gestão,estou a concluir um livro, que engloba parte dostrabalhos científicos que temos vindo a desen-volver. O plano do livro já foi aceite para publi-cação pela prestigiada editora Springer-Verlag.

– De forma muito resumida, para queos leitores possam compreender, podeexplicar em que consistem esses traba-lhos, em particular, os trabalhos desen-volvidos nas suas teses de Mestrado e deDoutoramento?

– De forma muito simplicista, podemos ob-servar na natureza comportamentos dinâmicosperiódicos e caóticos. A fronteira entre estesdistintos comportamentos, às vezes, revela umadinâmica idêntica em diferentes escalas espaci-ais, assim como temporais, que dão origem aoaparecimento de estruturas fractais. Arenormalização permite estudar e compreenderalgumas propriedades do comportamento dinâ-mico destes sistemas na fronteira entre a ordeme o caos.

– Algumas das amizades estabelecidasem Warwick prevalecem até aos dias dehoje?

– Sim. Actualmente, trabalho com o profes-sor Athanasious, que foi meu colega em Warwick,tendo com ele elaborado um Projecto Científicoem Matemática Financeira que permitiu, recen-temente, ao doutor Diogo Pinheiro, que está afazer Pós-Doutoramento sob minha orientação,ser um dos vencedores do Prémio Gulbenkian deestímulo à investigação científica.

A excelência do Departamento de Matemá-tica da Universidade de Warwick faz, também,com que vários dos melhores matemáticos mun-diais queiram visitar o departamento para apre-sentarem os seus trabalhos científicos. Numadessas visitas conheci o professor Dennis Sullivan,Einstein Chair da Graduate School da CityUniversity of New York, que me convidou a

Baltazar de Castro, Director da Faculdade deCiências da Universidade do Porto, a estasiniciativas interdisciplinares.

– A carreira docente também envol-ve algum trabalho administrativo. O quetem feito nessa área?

– Ocupei uma posição de relevo interna-cional enquanto membro do Comité de Direc-ção do Programa “Probabilistic Methods inNon-Hyperbolic Dynamics”, da FundaçãoEuropeia para a Ciência de 1999 a 2001.Desde 1996, tenho sido o investigador res-ponsável de vários projectos em SistemasDinâmicos, Renormalização e Aplicações, fi-nanciados pela Fundação para a Ciência eTecnologia. Fui membro da ComissãoInstaladora do Centro Internacional de Mate-mática, em Coimbra, tendo organizado, emSetembro 1996, o Primeiro Encontro em Sis-temas Dinâmicos, do Centro Internacional deMatemática. Ocupei várias posições de ges-tão na Faculdade de Ciências, entre as quais,membro do Conselho Pedagógico da Faculda-de de Ciências, Coordenador do Mestrado emMatemática Aplicada, um dos coordenadoresda Licenciatura em Matemática, por três ve-zes, presidente da Comissão Pedagógica doCurso de Matemática e Membro da ComissãoRestrita do Conselho Científico do Departa-mento de Matemática Pura.

– Considera que ao enveredar pelasua actual carreira que desperdiçougrande parte da sua juventude?

– Não. O trabalho administrativo conjun-tamente com o trabalho lectivo e de investi-gação ocupa-me quase todos os dias, incluin-do fins-de-semana, a maior parte do tempo.Mas, aprendi que quando me sinto cansadonão devo insistir e paro por uns dias. Gostomuito de correr, andar na praia, nadar, ir aoginásio, ir ao cinema, ir ao teatro e de acom-panhar outras actividades culturais, assimcomo desportivas. Já desfilei no sambódromodo Rio de Janeiro pela escola de samba quefoi campeã nesse ano. O mergulho fascina-me.

– O que é que o fascina no mergulho?– Já tive o prazer de mergulhar, por

exemplo, no Porto Santo, no Mar Vermelho,na Islândia e em Fernando Noronha. No PortoSanto, vi alguns meros e a cor azul que nosenvolve durante o mergulho é fascinante. EmFernando Noronha, mergulhei no naufrágioCorveta Ipiranga V17, que fica a 62 metros deprofundidade, cruzei-me, pacificamente, comalguns tubarões e uma raia gigante. No MarVermelho, mergulhei no naufrágio Thistle-gorm, que é um transatlântico inglês. NaIslândia mergulhei, numa água cristalina, entreas placas europeia e americana.

– O que é que pode justificar a difi-culdade que alguns jovens têm à disci-plina de Matemática?

– A Matemática, como outras discipli-nas e como outras artes que nos rodeiam,tais como a música, a pintura e o futebol, émuito mais fácil para quem tem, desde oinício, um gosto particular por ela. Mas,como tudo na vida, exige muito trabalho ededicação. No entanto, a matemática temalgumas dificuldades adicionais. Quase todoo tempo, são utilizados conceitos anterior-mente leccionados. Assim, pequenas lacu-nas na aprendizagem facilmente se trans-formam em barreiras intransponíveis paraos alunos. Outra dificuldade é a exigênciade alguma abstracção por parte dos alu-nos.

– Acha que esta disciplina é funda-mental para a formação do cidadão?

– Sim. A Matemática permite desenvol-ver raciocínio lógico que possibilita a com-preensão do que nos rodeia. Permite estu-dar, através de modelos, várias feno-menologias que aparecem noutras Ciên-cias.

– Gostaria que me falasse um pou-co da sua terra – Espinho; como a viuontem e como a vê hoje?

– Espinho é um lugar onde eu gostomuito de viver. Nas esplanadas de Espinho,com a vista da imensidão do mar, gostomuito de ler, estudar e encontrar amigos.Os meus colegas estrangeiros que têm fica-do hospedados em Espinho, em particularno Hotel Solverde, fazem os maiores elo-gios à cidade.

desenvolver o meu trabalho de Pós-Douto-ramento com ele.

- Como desenvolveu o seu trabalhode Pós-Doutoramento?

– Desloquei-me, por várias vezes ao“Institute des Hautes Études Scientifique”(IHES), em Paris, para aprofundar os meusconhecimentos científicos. O professor DennisSullivan, figura marcante na Matemática, con-vidou-me a visitar, por três meses, a “CityUniversity of New York” (CUNY), emManhattan, Nova Iorque onde participei emvários seminários e cursos leccionados peloprofessor Dennis Sullivan que transformarama minha visão científica da Matemática. Estecontacto foi decisivo para a continuação daminha carreira científica. Desta colaboraçãoresultou, também, um trabalho científico emco-autoria com o professor Dennis Sullivan.

– Como iniciou o seu trabalho deinvestigação científica com investiga-dores brasileiros?

– No IHES conheci o investigador brasilei-ro professor Maurício Peixoto, cujos traba-lhos pertencem à história da Matemática, queme convidou a visitar o Instituto de Matemá-tica Pura e Aplicada (IMPA). Mais tarde con-videi o professor W. de Melo, que tambémtrabalha no IMPA, a deslocar-se à Universida-de do Porto. Na Universidade do Porto demosinício a um trabalho de investigação queacabou por ser publicado na “Communicationsin Mathematical Physics” que é uma dasmelhores jornais internacionais da área deFísica-Matemática. Para dar continuidade aesses trabalhos continuo a visitar regular-mente o IMPA onde desenvolvi um trabalho,ainda não publicado, com o professor Maurí-cio Peixoto e com o doutor Diogo Pinheiro.

Fiz, também, um outro trabalho com o pro-fessor Welington de Melo e o professor Edsonde Faria da Universidade de São Paulo queveio a ser publicado no “Annals of Mathe-matics” que é um dos melhores jornais inter-nacionais de Matemática.

– Em que outras áreas da Matemáti-ca trabalha?

– Durante as minhas visitas ao NewtonInstitute, de Cambridge, e ao ArbeitsgruppeTheoretische Okologie, Kern-forschun-gsanlage, da Alemanha, interessei-me, sobinfluência do professor David Rand, pelo es-tudo de aplicações da Matemática nas áreasda Biologia e da Economia. Neste âmbito,orientei a tese de doutoramento do professorBruno de Oliveira, professor da Faculdade deCiências da Nutrição e Alimentação. Colaborocom o professor Nigel Burroughs, da Univer-sidade de Warwick, em aplicações de Mate-mática à Imunologia, com o professor NicoStollenwerk, do Instituto Ciência da Funda-ção Calouste Gulbenkian, em aplicações deMatemática e Física à Epidemilogia e àHidrologia, com a professor Barbel Finkens-tadt, da Universidade de Warwick, em aplica-ções de Matemática à Teoria do EquilíbrioGeral em Economia. Nas aplicações da Mate-mática à Hidrologia, co-orientei, com o pro-fessor Francisco Calheiros, a tese dedoutoramento do professor Rui Gonçalves,que estudou o comportamento dinâmico docaudal do rio Paiva, ambos, actualmente,professores da Faculdade de Engenharia. Aminha equipa de investigação tem um projec-to Luso-Espanhol em Teoria de Jogos com aequipa do professor Ignacio Jurado, da Uni-versidade de Santiago de Compostela. É delouvar o apoio demonstrado pelo professor