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PROJE TOS EXPOS ITIVOS TOTEM E TABU VAMOS FALAR DE PAZ? Propostas para eventos expositivos / de participação comunitátia endereçados a: Proponentes: www.numdiaperfeito.com 2016

Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitária 2016

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Propostas Expositivas para o segundo semestre do ano de 2016 para o Coletivo Aka Artes e para o POP- Projeto Oficina de Pintura. para saberes mais visita: www.numdiaperfeito.com

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PROJETOSEXPOSITIVOS

TOTEM E TABU

VAMOS FALAR DE PAZ?

Propostas para eventos expositivos / de participação comunitátia endereçados a:

Proponentes:

www.numdiaperfeito.com

2016

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Falos poderosos, proibições e a estrutura primeva do Humano.Já era este o primeiro olhar sobre o tema, resultado na nossa profícua cultura ocidental, aberta e livre que cres-ceu nos últimos 100 anos quase tanto como toda a nos-sa espécie nos últimos 100 mil.O olhar de uma cultura que conhece ou acede com facilidade à sua história, geografia, ciência e que em apenas um século refundou todas as suas organizações, culturas e crenças num processo imparável de globaliza-ção e normalização.Pelo menos assim gostamos de acreditar.Há pouco mais de 100 anos, em 1913 Sigmund Freud fazia uma apreciável contribuição à antropologia social publicando a obra “Totem e tabu, alguns Pontos de Con-cordância Entre a Vida mental dos Selvagens e dos Neu-róticos”, onde constrói uma teoria psicanalítica em torno da origem da civilização.Nesta obra Freud aborda o mito da Horda Primeva e da morte às mãos dos seus filhos do Pai Totêmico do qual extrai algumas hipóteses sobre a origem das nossas ins-tituições sociais, culturais, morais e religiosas.Pegámos no título da obra de Freud e decidimos colocar a nós próprios a seguinte questão:Serão os nossos símbolos contemporâneos mais pode-rosos e importantes ainda influenciados ou dominados por este mito primordial?Segundo este autor, totem e tabu é uma tentativa de explicar questões da psicologia social, relacionando o totemismo aos vestígios da infância, que procura nessa reflexão compreender a transição da organização dos

Clãs Totêmicos para a organização atual da Família, e depois em diferentes graus, em Etnias, Nações ou Em-presas.O livro escolhe como um dos principais exemplos ilus-trativos as tribos primitivas da Austrália onde à chegada dos europeus regia o sistema do totemismo (não exis-tiam instituições sociais ou religiosas) com as caracterís-ticas comuns da proibição de matar o animal totêmico e da exogamia e consequente proibição do incesto, tabu fundamental para a preservação de toda a comunidade.Serão os tabus primordiais as poderosas origens da éti-ca humana?Freud aqui retoma a sua teoria a respeito do Complexo de Édipo na qual afirma que a primeira escolha amoro-sa da criança é incestuosa e desenvolve um pouco sobre o papel destas fixações iniciais da libido na construção da vida mental inconsciente.“As mais antigas e importantes proibições ligadas aos tabus são as duas leis básicas sobre o totemismo: não matar o animal totêmico e evitar relações sexuais com os membros do clã totêmico do sexo oposto. Estes de-vem ser, então, os mais antigos e poderosos dos desejos humanos”.Antes de avançarmos, é importante entender que “Tabu” é um termo que possui em si dois sentidos contraditó-rios: por um lado significa “Sagrado”, mas por outro “Proibido” ou “Perigoso”.É assim suposição geral que o tabu é mais antigo que os deuses e remonta a um período anterior à existência de qualquer espécie de religião.Na análise dos tabus dos povos primitivos, Freud consta-

ta ainda que estes não divergem de alguns costumes das nossas sociedades contemporâneas: restrições sobre o assassínio, restrições sobre a sexualidade, punições, atos de purificação, expiação e reconciliação, cerimó-nias, proteção dos líderes/ governantes, proteção em re-lação a estes, contato com os mortos e rituais funerários.Define ainda três características principais para os tabus - o animismo (objetos inanimados são animados por espíritos, demónios ou alma); a magia (decorrente da necessidade de controle sobre o mundo, as suas forças e recursos através de rituais e atos obsessivos com cará-ter mágico); omnipotência dos pensamentos (crença nos desejos de forma desligada da realidade, narcisismo e indiferenciação entre ego e objeto) – e compara as di-ferentes conceptualizações do Homem em relação ao Universo com as fases do desenvolvimento libidinal: a animista correspondente com a Narcisista, a religiosa com a escolha do Objeto e a científica com a Matu-ridade (renuncia ao princípio do prazer e regresso ao primado da realidade/ mundo externo).Como Autores também viajámos entre o princípio do prazer e o princípio da realidade?Pintámos e navegámos nesta cartografia.Em Totem e Tabu, com base no mito, é também afir-mado que a religião totêmica teria surgido a partir do sentimento filial de culpa, “num esforço para mitigar esse sentimento e apaziguar o Pai por uma obediência a ele que fora adiada” e teria como finalidade impedir a repetição do ato que causara a destruição do Pai real.Este remorso e em simultâneo triunfo sobre o Pai está,

segundo Freud, ainda persistente nas religiões – sacri-fício do animal totêmico, comunhão no corpo de Cris-to – e a ideia de Deus estabelecida, pelo remorso/ ad-miração, num Pai Glorificado que também afetaria as organizações sociais estabelecendo o seu modelo nas Famílias tradicionais de base patriarcal.Desejo, Morte, Culpa e a tentativa de reconstrução desta ordem instituída pelo Pai Primordial, através de um to-tem, fálico, grande e poderoso, em torno do qual pode-ríamos encontrar e reconstruir a nossa identidade.As obras aqui expostas não são totens, nem sinaléticas ou alertas consagrados aos nossos tabus.Antes são expressão deste interessante conflito inter-no que ao longo dos tempos, desde as nossas origens imemoráveis, tem sido motor e fogo intrínseco do nosso próprio processo de Humanização.

BibliografiaTotem and Taboo: https://en.wikipedia.org/wiki/Totem_and_Taboo, consultado a 30 de Janeiro de 2016

“Totem und Tabu: Einige Übereinstimmungen im Seelen-leben der Wilden und der Neurotiker” Sigmund Freud, Beacon Press,1913

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TOTEM E TABU1ª Edição na Sala de Exposições do Palácio Ribamar, em Algés, que teve lugar durante o período de 4 a 20 de Março de 2016.

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A Paz

É o mais precioso legado que recebemos dos nossos pais, avós, e é a mais valiosa herança que, se o Mundo e os seus homens e mulheres bem gerirem os prementes e incontornáveis conflitos e desafios, deixaremos à nossa prole, aos nossos amados filhos.Em casa propus aos meus Rapazes: - Vamos falar de Paz. O que é a Paz? Gostava que me desenhasses a Paz.Passados 30 minutos, tinha uma dezena de trabalhos sobre a guerra, apontamentos imaginados e fragmen-tados, obras onde se vêm armas e balas, lanças e espa-das, e tudo o mais que a cultura visual dos seus jovens olhares convocava justamente, porque em oposição, so-bre o tema que ali lhes propunha.Imagens inocentes, sem dúvida, mas retratos de confli-tos, de violência ainda sem sinais de dor ou sofrimento mas também alheadas da empatia com o outro ou das iconografias associadas à Solidariedade ou ao Amor.Foi nesta altura que, enrascado, pensei se teria sido sen-sato incluir o Museu do Exército e o Museu da Marinha no nosso tradicional itinerário de vadiagem por Lisboa, que já incluía o Museu dos Coches, o Museu da Eletrici-dade, o Museu de Arte Antiga, a Gulbenkian, o Jardim Zoológico, e o Museu de História Natural, com o seu Borboletário e todo o seu incrível manto de diversidade botânica.Afinal, se tivesse ficado pelas borboletas, talvez não ti-vesse que atravessar esta angústia e estupefação de pe-dir uma coisa e receber o seu oposto.Ou talvez não… A Arte é afinal o lugar privilegiado para

a catarse e para a mais livre expressão, sobretudo do que é incomportável e inaceitável, noutro contexto senão o de uma folha de papel ou superfície de uma tela.Suponho que os meus Filhos saibam mais do que aquilo que eu lhes ensino, pelo que achei aceitável a propo-sição de que estes desenhos não seriam enfim respos-tas fechadas ao desafio, mas antes perguntas abertas, aquelas que a sua saudável e insaciável curiosidade lhes suscitava, face à consciência que já têm sobre o Mundo em que vivemos.

Pensei e ocorreu-me uma alternativa.- Vou reformular a minha proposta – disse-lhes.- Está ok, aceito, vamos desenhar livremente, mas va-mos falar de Paz, de como ela é preciosa e quão valiosa é a sua construção. Nesta nossa conversa pintarei tam-bém, em diálogo convosco.

Depois convidei algumas famílias para a mesma pro-posta criativa, com fim à reunião de um número incon-tável de obras.Pedi ajuda para fazer uma seleção e convidei amigos e colegas para refletir sobre o produto da experiência.“Vamos falar de Paz” é o título da mostra que agora se propõe.Será uma seleção de obras de filhos em diálogo com as obras dos pais. O mote é o mesmo, os caminhos são diferentes e o destino confunde-se com os seus desti-natários.O destino somos todos nós. O destino são as nossas razões e corações, porque é com estes instrumentos que edificamos a nossa Humanidade e porque há conversas demasiado importantes que importam fazer, repetir, re-percutir e perdurar.

“E a pomba voltou a ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico”Gênesis 8:11

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VAMOS FALAR DE PAZPrimeiras obras, conceitos e alguns momentos de tra-balho coletivo

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No dia 5 de Fevereiro deste ano, por via de um gene-roso convite do Carlos França, tive a oportunidade de reunir convosco e de vos solicitar a utilização das vossas instalações para estes dois eventos que aqui vêm suma-mente explicados e ilustrados.

Na altura, para além da reserva na vossa agenda dos dias 4 e 5 de Junho de 2016 (1º fim de semana logo após o Dia Mundial da Criança que se celebra a dia 1 do mesmo mês) para a exposição e atividades do primeiro evento “vamos falar de Paz?” deixámos um pedido em aberto para a mostra “ Totem e Tabu”, que gostaríamos de realizar também nas vossas instalações.

Vimos assim reforçar estes dois pedidos e solicitar um

segundo encontro para planear sinergias e interações com as vossas atividades habituais – yoga, o baby disco, pintura ao vivo no espaço – assim como a possibilidade de organizar uma tertúlia/ workshop sobre os temas da Paz e da Interculturalidade, num primeiro momento, e sobre o tema “Totem e Tabu”, que se poderá realizar noutro momento que vos pareça adequado e oportuno.

Agradecemos de resto toda esta vossa atenção e dispo-nibilidade e ficamos a aguardar a confirmação ou rede-finição da agenda para estas duas iniciativas.

Atenciosamente,Nuno Quaresma

www.numdiaperfeito.com

SOLICITAÇÃO