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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MARIA KEIL Rua das Escolas • 2680-321 Apelação • Código 172 108 • NIF: 600 079 198 Tel.: 219 487 520 • Fax: 219 472 778 · Correio eletrónico: diretor@emariakeil.pt • www.emariakeil.pt Agrupamento de Escolas Maria Keil Departamento de Educação Pré Escolar Departamento do 1º Ciclo do Ensino Básico Projeto de Sequencialidade Curricular

Agrupamento de Escolas Maria Keilemariakeil.pt/Projeto de Sequencialidade Curricular.pdf · Introdução Este projeto assenta no pressuposto que a Educação Pré-Escolar e o Ensino

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MARIA KEIL

Rua das Escolas • 2680-321 Apelação • Código 172 108 • NIF: 600 079 198 Tel.: 219 487 520 • Fax: 219 472 778 · Correio eletrónico: [email protected] • www.emariakeil.pt

Agrupamento de Escolas Maria Keil

Departamento de Educação Pré Escolar

Departamento do 1º Ciclo do Ensino Básico

Projeto de Sequencialidade Curricular

“A articulação entre as várias etapas do percurso educativo implica uma sequencialidade

progressiva, conferindo a cada etapa a função de completar, aprofundar e alargar a etapa

anterior, numa perspetiva de continuidade e unidade global de educação/ensino. “

In Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007

Introdução

Este projeto assenta no pressuposto que a Educação Pré-Escolar e o Ensino Básico têm

características, objetivos e metodologias diferenciadas.

A filosofia educativa que está na base dos agrupamentos subentende o favorecimento de um

percurso sequencial e articulado dos alunos, o que implica a ideia da existência de uma

articulação vertical do currículo entre os diferentes níveis educativos que dela fazem parte.

Dar valor e sentido aos níveis educativos antecedentes e consequentes alicerçará uma relação

mais forte entre os diferentes patamares educativos que lhes conferirá ”uma unidade baseada na

especificidade de cada um” (Serra, 2004, p. 112), pelo que será necessário, como base para uma

verdadeira articulação, que educadores e professores percebam como cada nível se organiza,

quais os seus objetivos educativos, que conteúdos curriculares são veiculados, que metodologias

são utilizadas.

A articulação vertical do currículo deverá ser da responsabilidade dos departamentos curriculares

e tem como objetivo garantir a sequência e coerência nas várias etapas de aprendizagem que se

traduzem na progressão gradual do conhecimento disciplinar nos vários níveis de ensino.

Objetivos:

― Articular o currículo entre o pré-escolar e o 1ºano promovendo a melhoria dos resultados

escolares com vista a integrar saberes, atividades e projetos dando sentido às aprendizagens.

― Promover a articulação curricular e pedagógica entre os estabelecimentos escolares que

compõem este Agrupamento.

― Sensibilizar os intervenientes para as dinâmicas do Pré-Escolar e do 1ºCiclo.

― Antecipar às crianças do pré-escolar vivências relacionadas com o 1ºano minimizando receios,

angústias e inadaptações que podem advir da transição.

― Proporcionar vivências do pré-escolar a crianças do 1º ano minimizando impactos da transição.

Estratégias:

• Realização de reuniões de trabalho trimestrais com os educadores e os professores titulares de

turma a lecionarem o 1º ano.

• Elaboração conjunta das fichas de avaliação diagnóstica do 1ºano.

• Sensibilização dos encarregados de educação e dos educandos para a importância da transição

harmoniosa entre ciclos.

• Planificação e implementação de atividades comuns a realizar ao longo do ano letivo, que

impliquem a participação dos educadores, professores e respetivos grupos de crianças com o

objetivo de articular e sequencializar conteúdos e aprendizagens.

• Realização de debates que permitam às crianças explicitar as suas expetativas, colocar questões,

confrontar o que já sabem e esclarecer as suas interrogações.

• Organização de visitas das crianças do pré-escolar à escola do 1º Ciclo (salas, refeitório e outros)

e vice-versa como meio de colaboração e conhecimento mútuo.

• Realização de uma listagem de alguns recursos, na EB1/ JI e JI 2, com material didático que

possa ser útil aos dois níveis de ensino.

No seguimento deste projeto as dinâmicas resultantes do seu desenvolvimento serão transversais

aos dois espaços de ensino EB1/JI e JI Nº2.

Análise e debate comum das propostas curriculares

Através da análise dos respetivos currículos, educadores e professores constataram que as áreas

de conteúdo da educação pré‐escolar são semelhantes com as componentes do currículo do 1ºciclo

do ensino básico delineando estratégias para dar continuidade nas diferentes áreas de

aprendizagem, o que facilita uma articulação curricular entre os dois níveis.

Assim, serão realizadas atividades com conteúdos, objetivos e uma avaliação de forma integrada e

sequencial de modo a atingir as metas preconizadas para cada nível de ensino.

Esta articulação será dinamizada pelos coordenadores de departamentos curriculares, pelos

educadores e pelos professores do 1º ano de escolaridade.

Quadro 1 - Comparação entre os Objetivos gerais para a Educação Pré-Escolar e para o Ensino Básico

Objetivos gerais da Educação Pré-Escolar Objetivos gerais do Ensino Básico

Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a cidadania (artº 10, alínea a)

Proporcionar a aquisição de atitudes autónomas, visando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes na vida comunitária (artº 7, alínea i)

Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade (artº 10, alínea b)

Fomentar a consciência nacional aberta à realidade concreta numa perspetiva de humanismo universalista, de solidariedade e de cooperação internacional (artº 7, alínea f)

Desenvolver o conhecimento e o apreço pelos valores característicos da identidade, língua, história e cultura portuguesas (artº 7, alínea g)

Proporcionar aos alunos experiências que favoreçam a sua maturidade cívica e sócio afetiva, criando neles atitudes e hábitos positivos de relação e cooperação, quer no plano dos seus vínculos de família, quer no

da intervenção consciente e responsável na realidade circundante (artº 7, alínea h)

Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem (artº 10, alínea c)

Criar condições de promoção do sucesso escolar e educativo a todos os alunos (artº 7, alínea o)

Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas (artº 10, alínea d)

Assegurar uma formação geral comum a todos os portugueses que lhes garanta a descoberta e o desenvolvimento dos seus interesses e aptidões, capacidade de raciocínio, memória e espírito crítico, criatividade, sentido moral e sensibilidade estética, promovendo a realização individual em harmonia com os valores da solidariedade social (artº 7, alínea a)

Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança (artº 10, alínea h)

Assegurar às crianças com necessidades educativas específicas, devidas, designadamente, a deficiências físicas e mentais, condições adequadas ao seu desenvolvimento e pleno aproveitamento das suas capacidades (artº 7, alínea j)

Despertar a curiosidade e o pensamento crítico (artº 10, alínea f)

Fomentar o gosto por uma constante atualização de conhecimentos (artº 7, alínea l)

Quadro 2 - Comparação entre as competências preconizadas para a Educação Pré-Escolar e para o 1º ciclo na área de formação pessoal e social Formação Pessoal

Formação Pessoal e Social Formação Pessoal e Social

Construir e desenvolver a identidade, reconhecendo as suas capacidades e limitações;

Atribuir valores a comportamentos e atitudes sociais, promovendo a tolerância, respeito pela diferença, reconhecendo os seus próprios direitos e os dos outros;

Perceber, aceitar e cumprir regras que lhe permitam a integração num grupo ou grupos, de convivência e de vida social;

Seguir orientações e concluir tarefas;

Adquirir autonomia, saber-fazer indispensáveis à sua independência, aprendendo a escolher e a tomar decisões assumindo responsabilidade;

Cooperar com outros em tarefas e projetos comuns;

Alcançar princípios de cidadania, desenvolvendo espírito crítico e interiorizando valores no âmbito da multiculturalidade, da estética, da sexualidade, da saúde, da prevenção de acidentes e rodoviária, do consumidor, da prevenção

Desenvolver a identidade pessoal e social;

Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa perspetiva pessoal e interpessoal promotora da saúde e da qualidade de vida;

Conhecer e atuar de acordo com as normas, regras e critérios de atuação pertinente, de convivência, trabalho, de responsabilização e sentido ético das ações definidas pela comunidade escolar nos seus vários contextos, a começar pela sala de aulas.

Realizar atividades de forma autónoma, responsável e criativa e também cooperar com outros em tarefas e projetos comuns;

Identificar, selecionar e aplicar métodos de trabalho e de estudo adequados à resolução de problemas e à tomada de decisões, formulando opiniões, sugestões e propondo alterações, exprimindo dúvidas ou dificuldades;

Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para

ambiental;

Possuir atitudes positivas face à escola.

compreender a realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano;

Revelar atitudes de sensibilidade pela natureza e ambiente, pelos outros, de interesse pelo que se passa no mundo, de consumidor, de prevenção de acidentes e rodoviária.

Nesta área existem preocupações comuns com o desenvolvimento da identidade, da vivência em

grupo/comunidade escolar e suas regras, da aquisição de autonomia no desenvolvimento de

atividades e de atitudes de sensibilidade pela diferença. Contudo, para o 1º ciclo, implementam-

se métodos de trabalho e de estudo que não se verifica na EPE, pois neste nível a aprendizagem

deve decorrer das vivências lúdicas das crianças.

Quadro 3 - Comparação entre as competências preconizadas para a Educação Pré-Escolar e para o 1º ciclo na área de conhecimento do mundo/estudo do meio

Conhecimento do Mundo Estudo do Meio

Desenvolver a curiosidade e o desejo de saber;

Saber manusear e utilizar materiais diversos;

Participar em atividades lúdicas de investigação e descoberta;

Utilizar diferentes materiais de consulta da vida corrente (livros, enciclopédias, computador…), selecionar e tratar alguma informação;

Contactar com o método científico – observação, registos, construção de conceitos, através de experiências;

Contactar com algumas características dos principais elementos do meio físico e social e perceber as suas interações;

Adquirir sensibilidade para as ciências, biologia, físico/química, história, geografia, história, meteorologia...

Adotar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a objetivos visados;

Pesquisar, organizar, tratar e produzir informação em função das necessidades, problemas a resolver e dos contextos e situações;

Participar em atividades lúdicas de investigação e descoberta e utilizar processos científicos na realização de atividades experimentais;

Identificar os principais elementos do meio físico e natural, analisa e compreende as suas características mais relevantes e o modo como se organizam e interagem, tendo em vista a evolução das ideias pessoais na compreensão do meio envolvente.

Após a análise do quadro, constatamos que as designações divergem. Em ambos os níveis

pretende-se que as crianças iniciem e desenvolvam competências de pesquisa, seleção e produção

de informação, investigando e descobrindo ludicamente, assim como de utilização de processos

científicos em atividades experimentais. Mais uma vez se verifica que, apenas para o 1º ciclo se

preconiza a adoção de metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a

objetivos visados, enquanto na EPE se visa desenvolver a curiosidade e o desejo de saber.

Quadro 4 - Comparação entre as competências preconizadas para a Educação Pré-Escolar e para o 1º ciclo no domínio da linguagem oral e abordagem à escrita/ português

Domínio da linguagem oral e abordagem à à Escrita

Português

Compreender as mensagens e as intenções comunicadas pelos outros, valorizando a comunicação oral como meio de relação;

Exprimir sentimentos e ideias de forma clara e lógica e relatar acontecimentos através da linguagem oral, ajustando-se aos contextos e interlocutores e com frases corretas;

Aumentar o vocabulário e aperceber-se de relações entre sons e palavras;

Emitir opiniões de forma oportuna e promover o diálogo;

Utilizar diferentes formas de leitura de histórias, imagens, criação de legendas, ordenação de sequências, reconto de histórias;

Contactar com a linguagem escrita, de forma a conhecer as suas diversas funções;

Conhecer a correspondência entre código oral e escrito;

Utilizar diferentes formas de comunicação verbal e não-verbal, expressando sentimentos através de mímica ou gestos;

Contactar com códigos simbólicos convencionais e convencionados;

Representar situações de forma escrita, através de imagens e com tentativas de escrita, reproduzindo letras por iniciativa própria ou por imitação e reprodução do que foi dito;

Compreender que o que se diz se escreve, com determinadas normas;

Reconhecer letras, compará-las, o que leva ao reconhecimento de palavras e até de pequenas frases, assim como à sua reprodução por imitação e depois por memória ou associação com o que já identifica.

Ser capaz de extrair e reter a informação essencial de discursos em diferentes variedades do Português, incluindo o Português padrão;

Familiarizar-se com o vocabulário e as estruturas gramaticais de variedades do Português e conhecimento de chaves linguísticas e não linguísticas para a identificação de objetivos comunicativos;

Adquirir a capacidade de se exprimir de forma confiante, clara e audível, com adequação ao contexto e ao objetivo comunicativo;

Possuir vocabulário diversificado e estruturas sintáticas de complexidade crescente;

Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural, científico e tecnológico para se expressar, sabendo utilizar também diferentes formas de comunicação verbal, adequando a utilização do código linguístico aos contextos e às necessidades e resolvendo dificuldades ou enriquecendo a comunicação através da comunicação não-verbal com aplicação das técnicas e dos códigos apropriados.

Ter capacidade para decifrar de forma automática cadeias grafemáticas, para localizar informação em material escrito e para apreender o significado global de um texto curto;

Dominar estratégias básicas para a decifração automática de cadeias grafemáticas e para a extração de informação de material escrito;

Conseguir produzir textos escritos com diferentes objetivos comunicativos;

Conhecer técnicas básicas de organização textual;

Usar o conhecimento da língua como instrumento na aprendizagem da leitura e da escrita;

Reconhecer e usar paradigmas flexionais e de regras gramaticais básicas.

Em relação ao domínio da linguagem oral e abordagem à escrita/português, como se observa no

quadro, há logo uma sequencialização até nas denominações atribuídas, tal como é evidente nas

competências preconizadas, valorizando-se, em ambos os níveis, o desenvolvimento da

comunicação oral. No pré-escolar promove-se o contacto com a leitura e sua exploração e o

contacto com a escrita assim como a representação gráfica de situações ou ideias, no 1º ciclo já

há decifração e produção de textos.

Quadro 5 - Comparação entre as competências preconizadas para a Educação Pré-Escolar e para o 1º ciclo no domínio da matemática/matemática

Domínio da Matemática Matemática

Reconhecer propriedades dos objetos – cor, forma, tamanho, material, noções topológicas, diferenças e semelhanças;

Agrupar, seriar e ordenar objetos;

Classificar objetos, coisas e acontecimentos de acordo com uma ou várias propriedades;

Recolher e organizar dados em tabelas e contactar com gráficos;

Reconhecer e formar sequência e padrões;

Construir noções numéricas: números ordinais e cardinais, correspondência entre número e quantidade;

Fazer pequenas operações de cálculo e resolver pequenos problemas de lógica;

Estabelecer relações espaciais;

Construir a noção e sequências temporais e espaciais;

Compreender e iniciar-se no processo de medições e estimativas;

Desenvolver o raciocínio lógico, identificando elementos de situações problemáticas, procurando hipóteses e estratégias de resolução, explicitando-as e debatendo-as.

Compreender o sistema de numeração de posição e do modo como este se relaciona com os algoritmos das quatro operações;

Reconhecer os números inteiros e decimais e formas diferentes de os representar e relacionar, bem como adquirir a aptidão para usar as propriedades das operações em situações concretas, em especial quando aquelas facilitam a realização de cálculos.

Reconhecer formas geométricas simples, bem como adquirir aptidão para descrever figuras geométricas e para completar e inventar padrões;

Ser capaz de realizar construções geométricas simples, assim como de identificar propriedades de figuras geométricas;

Compreender o processo de medição e conseguir fazer medições e estimativas em situações diversas do quotidiano utilizando instrumentos apropriados;

Resolver situações problemáticas, usando raciocínios lógicos, identificando os elementos constitutivos das mesmas e escolhendo e aplicando estratégias de resolução, explicitando, debatendo e relacionando a pertinência das soluções encontradas em relação aos problemas e às estratégias adotadas.

Também quanto ao domínio da matemática/matemática, destaca-se uma continuidade e

aprofundamento nas competências a promover, sendo que, no pré-escolar se promove o

reconhecimento das propriedades dos objetos, de modo a poder classificá-los, ordená-los,

percebendo a noção de número, forma, padrões, assim como a relação entre objetos e situações,

incluindo operações simples para resolver situações concretas. No 1º ciclo estimulam-se novas

aprendizagens, adaptando-as a situações cada vez mais complexas, promovendo a capacidade de

representação gráfica cada vez mais clara e simbólica das situações e operações em uso. Em

ambos os níveis se refere a capacidade de desenvolver o raciocínio lógico para resolver situações

problemáticas, de procurar hipóteses e estratégias de resolução, explicitando-as e debatendo-as

Quadro 6 - Comparação dos perfis dos educadores de infância e dos professores do 1ºCEB, quanto à conceção e desenvolvimento do currículo

Educação Pré-Escolar 1º Ciclo do Ensino Básico

No âmbito da conceção e desenvolvimento do currículo, o educador de infância: - Concebe e desenvolve o respetivo currículo, através da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e projetos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas. - Mobiliza o conhecimento e as competências necessárias ao desenvolvimento de um currículo integrado, no âmbito da expressão e da comunicação e do conhecimento do mundo. - Organiza o espaço e os materiais, concebendo-os como recursos para o desenvolvimento curricular, de modo a proporcionar às crianças experiências educativas integradas. - Promove a observação e o questionamento da realidade para a integração de saberes, partindo do que a criança sabe. - Disponibiliza e utiliza materiais estimulantes e diversificados, incluindo os selecionados a partir do contexto e das experiências de cada criança. - Procede a uma organização do tempo de forma flexível e diversificada, proporcionando a apreensão de referências temporais pelas crianças. - Mobiliza e gere os recursos educativos, nomeadamente os ligados às tecnologias da informação e da comunicação.

No âmbito da conceção e desenvolvimento do currículo, o professor do 1ºCEB: - Desenvolve o respetivo currículo, no contexto de uma escola inclusiva, mobilizando e integrando os conhecimentos científicos das áreas que o fundamentam e as competências necessárias à promoção da aprendizagem dos alunos. - Promove a aprendizagem de competências socialmente relevantes, no âmbito de uma cidadania ativa e responsável, enquadradas nas opções de política educativa presentes nas várias dimensões do currículo integrado deste ciclo. - Desenvolve as aprendizagens, mobilizando integradamente saberes científicos relativos às áreas e conteúdos curriculares e às condicionantes individuais e contextuais que influenciam a aprendizagem. - Organiza o ensino com base em materiais e recursos diversificados, dando atenção e rentabilizando as questões emergentes do quotidiano e da vida do aluno. - Organiza o ensino prevendo a experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados. - Promove intencionalmente, na sala de aula e fora dela, atividades dirigidas à observação e ao questionamento da realidade e à integração de saberes.

Verifica-se portanto que o educador baseia o desenvolvimento curricular na planificação,

organização e avaliação do ambiente educativo, das atividades e dos projetos curriculares com

vista à construção de aprendizagens curriculares, isto é, deve proporcionar experiências

desafiadoras, através da organização dos espaços. O educador ajuda a criança a mobilizar e

aprofundar, ou seja, a construir conhecimentos e competências, integradas num desenvolvimento

harmonioso da criança. Quanto ao professor do 1º ciclo compete organizar o ensino, de modo a

desenvolver o currículo, mobilizando e integrando os conhecimentos científicos das áreas que o

fundamentam e as competências necessárias à promoção da aprendizagem dos alunos, prevendo a

experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados.

Quadro 7 - Comparação dos perfis dos educadores de infância e dos professores do 1ºCEB, quanto à relação e à ação educativa

Educação Pré-Escolar 1º Ciclo do Ensino Básico

No âmbito da relação e da ação educativa, o educador de infância: - Cria e mantém as necessárias condições de segurança, de acompanhamento e de bem-estar das crianças. - Relaciona-se com as crianças de forma a favorecer a necessária segurança afetiva e a promover a sua autonomia. - Promove o envolvimento da criança em atividades e em projetos da iniciativa desta, do grupo, do educador ou de iniciativa conjunta, desenvolvendo-os individualmente, em pequenos grupos e no grande grupo, no âmbito da escola e da comunidade. - Fomenta a cooperação entre as crianças, garantindo que todas se sintam valorizadas e integradas no grupo. - Envolve as famílias e a comunidade nos projetos a desenvolver. - Apoia e fomenta o desenvolvimento afetivo, emocional e social de cada criança e do grupo, promovendo o desenvolvimento pessoal, social e cívico numa perspetiva de educação para a cidadania.

No âmbito da relação e da ação educativa, o professor do 1º ciclo: - Promove a participação ativa dos alunos na construção e prática de regras de convivência, fomentando a vivência de práticas de colaboração e respeito solidário no âmbito da formação para a cidadania democrática. - Relaciona-se positivamente com crianças e com adultos, no contexto da especificidade da sua relação com as famílias e com a comunidade, proporcionando, nomeadamente, um clima de escola caracterizado pelo bem-estar afetivo que predisponha para as aprendizagens. - Organiza atividades cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração e troca de saberes. - Organiza o ensino valorizando situações de interação e de expressão oral e escrita que permitam ao aluno intervenções personalizadas, autónomas e críticas.

Quadro 8 - Comparação dos perfis dos educadores de infância e dos professores do 1ºCEB, quanto à planificação e à avaliação

Educação Pré-Escolar 1º Ciclo do Ensino Básico

No âmbito da planificação e da avaliação, o educador de infância: - Observa cada criança, bem como os pequenos grupos e o grande grupo, com vista a uma planificação de atividades e projetos adequados às necessidades da criança e do grupo e aos objetivos de desenvolvimento e da aprendizagem. - Tem em conta, na planificação do desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem, os conhecimentos e as competências de que as crianças são portadoras. - Planifica a intervenção educativa de forma integrada e flexível, tendo em conta os dados recolhidos na observação e na avaliação, bem como as propostas explícitas ou implícitas das crianças, as temáticas e as situações imprevistas emergentes no processo educativo. - Estimula a curiosidade da criança pelo que a rodeia, promovendo a sua capacidade de identificação e resolução de problemas, através da pesquisa, tratamento e produção de informação, introduzindo a utilização de tecnologias de informação e de

No âmbito da planificação e da avaliação referido anteriormente o professor do 1º ciclo: - Organiza, desenvolve e avalia o processo de ensino com base na análise de cada situação concreta, tendo em conta, nomeadamente, a diversidade de conhecimentos, de capacidades e de experiências com que cada aluno inicia ou prossegue as aprendizagens. - Utiliza os conhecimentos prévios dos alunos, bem como os obstáculos e os erros, na construção das situações de aprendizagem escolar. - Fomenta a aquisição integrada de métodos de estudo e de trabalho intelectual, nas aprendizagens, designadamente ao nível da pesquisa, organização, tratamento e produção de informação, utilizando as tecnologias da informação e da comunicação. - Aborda os conteúdos da área do saber com base em situações e problemas. - Desenvolve atividades integradoras de diferentes saberes, nomeadamente a realização de projetos. - Promove a autonomia dos alunos, tendo em vista a realização independente

comunicação. - Fomenta capacidades de realização de tarefas e disposições para aprender. - Planifica atividades que sirvam objetivos abrangentes e transversais, proporcionando aprendizagens nos vários domínios curriculares. - Avalia, numa perspetiva formativa, a sua intervenção, o ambiente e os processos educativos adotados, bem como o desenvolvimento e as aprendizagens de cada criança e do grupo.

aprendizagens futuras, dentro e fora da escola. - Avalia, com instrumentos adequados, as aprendizagens dos alunos em articulação com o processo de ensino, de forma a garantir a sua monitorização, e desenvolve nos alunos hábitos de autorregulação da aprendizagem.

No âmbito da planificação e da avaliação, para ambos os níveis, pretende-se que educadores e

professores do 1º ciclo organizem, desenvolvam e avaliem o processo de ensino e aprendizagem

com base na análise dos conhecimentos e competências que vai observando em cada criança e no

grupo, em situações concretas, o que implica a avaliação integrada no processo. Em ambos os

níveis impõe-se que os docentes devem avaliar as aprendizagens (e desenvolvimento, na EPE; com

instrumentos adequados, no 1º ciclo) das crianças em articulação com o processo (educativo, a

intervenção e o ambiente adotados, na EPE; de ensino, de forma a garantir a sua monitorização, e

desenvolve nos alunos hábitos de autorregulação da aprendizagem, no 1º ciclo).

Podemos concluir que ambos os níveis, apontam para o respeito pelas diferenças individuais e

ritmos de aprendizagem de cada criança, para a valorização das interações, trocas de saberes e

experiências, a cooperação entre pares, a habilitação para o exercício de uma cidadania

responsável, onde assume particular importância o incentivo à autonomia, à criatividade e à

promoção de atitudes e valores socialmente aceites. Realçamos a referência à continuidade

educativa e relevância que é atribuída à questão da utilização dos conhecimentos prévios das

crianças e da articulação curricular entre ciclos educativos.

OPERACIONALIZAÇÃO/PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Estas propostas de atividades poderão ser alteradas / ajustadas ao longo do ano de acordo com as

necessidades.

Atividades Áreas

“Era uma vez…”

Português: sequência de histórias Matemática: contagens; identificação números; relação quantidade/ número; noção temporal. Estudo do meio: alimentos/ alimentação saudável, dias da semana.

“Pequenos cientistas” Estudo do meio: Atividades experimentais através da dinamização de um kit de experiências criado para o efeito.

“À descoberta de …” Matemática: contagens com materiais não estruturados; resolução de problemas.

“Toca a mexer…” Ateliers de expressões: motora, plástica, dramática e musical.

“Brincar às rimas…” Português: trabalhar a consciência fonológica.

“Correio voador” Português: Troca de correspondência entre o 1º Ano e os alunos de 5 Anos.

“Apadrinhamento de alunos” Formação Pessoal e Social: Cada aluno do 1º Ano irá ser padrinho/madrinha de um aluno finalista do JI.

“Elaboração de um calendário 16/17 para divulgação do melhor desenho eleito por cada turma.

Ateliers de expressões:

“Quem conta um conto acrescenta um ponto…”

Português: Exploração de algumas histórias em que cada turma irá criar o seu próprio fina.

As atividades propostas irão constar no PAA do agrupamento de escolas.

Conclusão

O convívio entre crianças dos dois níveis, não se limita às festas conjuntas, mas sim à colaboração

efetiva através de um trabalho continuado.

Este apoio intencional às transições, através da definição de estratégias globais a desenvolver e

dos critérios para avaliar os seus efeitos, torna-se uma finalidade da organização. Deste modo,

deverá ser planeado o acolhimento dos alunos do 1º ano, a forma como lhes é apresentada a

escola como são organizadas as turmas, como são recebidos e acolhidos por cada professor, como

também os mais velhos podem ter um papel preponderante na receção e apoio aos mais novos.

Os pais, enquanto principais responsáveis da educação da criança, têm necessariamente um papel

relevante nesta transição, assim é fundamental que os pais tenham um papel ativo neste processo.

Também o esclarecimento coletivo aos pais, sobre a escola para que os filhos vão transitar,

permite decidirem com maior fundamento, colocarem em conjunto as suas dúvidas e

interrogações, aumentando a sua confiança e influenciando a forma como apoiam a criança nesta

transição.

A preparação para a entrada no primeiro ciclo, não significa antecipá-la fazendo atividades

específicas deste grau de ensino, mas sim cruzar metas, conteúdos e operacionalizá-los, tendo em

consideração as didáticas específicas de cada nível.

Avaliação

A avaliação será feita trimestralmente em reunião de articulação.

Será elaborada uma avaliação no programa inovar que deverá ser preenchida em cada atividade

realizada.

Bibliografia

LARANJEIRO, M. (2011). Educação Pré-Escolar e Primeiro Ano do Primeiro Ciclo do Ensino

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1º ciclo do ensino básico (Vol. 21). Porto: Porto Editora.

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de Fevereiro de 1997

ME (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. (OCEPE, 1997). Lisboa:

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Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

ME (2004). Organização Curricular e Programas: Ensino Básico - 1º Ciclo (4ª ed.) (OCPEB,

2004). Lisboa: Ministério da Educação.

Organização Curricular do Ensino Básico (OCEB, 2001). Decreto-Lei nº 6/2001. Publicado

em Diário da República a 18 de Janeiro de 2001.

Perfis gerais de competências definidos para os educadores de infância e para os

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Agosto de 2001.

Procedimentos e Práticas Organizativas e Pedagógicas na Avaliação da Educação Pré-

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Metas Curriculares do Ensino Básico (Despacho n.º 5306/2012)

Despacho n.º 2109/2015 (legislação referente à entrada em vigor, no ano letivo de

2015/2016 do novo Programa e Metas Curriculares de Português)

Despacho normativo nº 17-A/2015 (avaliação e certificação dos conhecimentos adquiridos

e capacidades desenvolvidas pelos alunos)

Matriz Curricular do 1º ciclo (Decreto – lei nº 176/2014, de 12de dezembro)