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Maio de 2015 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico As expectativas relacionadas à condução da política econômica continuam dividindo as atenções com a desaceleração em curso da atividade econômica brasileira. Por ora, o ajuste fiscal ainda depende em grande medida do ambiente político, que segue volátil. A despeito disso, mantemos nossa projeção de superávit primário de 1,2% do PIB, levando em conta as medidas de aumento das receitas e redução das despesas já adotadas e o bom desempenho das finanças dos governos regionais. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem fracos, sugerindo uma retração do PIB de 0,7% e 1,2% no primeiro e segundo trimestres, respectivamente – o que é compatível com nossa projeção de queda do PIB de 1,5% neste ano. Nesse sentido, destacamos os estoques ainda elevados na indústria, os baixos índices de confiança dos empresários e dos consumidores e a piora do mercado de trabalho (com aumento da taxa de desemprego e desaceleração dos ganhos salariais), que devem limitar uma recuperação mais evidente da atividade daqui para frente. Somado a isso, a inflação ao consumidor encerrou o primeiro trimestre bastante pressionada e, a partir de agora, deve mostrar alguma descompressão, com alta do IPCA de 8,3% no acumulado de 2015 e de 5,2% em 2016. Esperamos que a taxa Selic chegue a 14% ao final de deste ano e a taxa de câmbio deverá seguir ao redor de R$/US$ 3,00 nos próximos meses. Os dados globais conhecidos recentemente sustentam nossa expectativa de que o crescimento do PIB mundial em 2015 será um pouco inferior ao registrado no ano passado (prevemos expansão de 3,1% ante 3,4% em 2014). A economia chinesa segue fraca, o que levará o PIB do segundo trimestre crescer abaixo da meta de 7%. Nos EUA, após frustração com o desempenho da economia no primeiro trimestre, ainda não notamos uma recuperação mais evidente, o que reduz a pressão para a subida da taxa de juros nos próximos meses. De todo modo, mantemos nossa visão de que o Fed começará a normalizar a política econômica em setembro. Por fim, a economia europeia – depois de exibir significativo crescimento no começo do ano – começa a se acomodar, com destaque para a Alemanha. Não esperamos alteração significativa desse cenário no curto prazo e entendemos que a perda de ritmo da economia chinesa segue como risco baixista importante, ao mesmo tempo em que os movimentos dos bancos centrais seguirão concentrando as atenções dos mercados. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Sumário Executivo Soja – Apesar da menor safra de soja nos EUA, os estoques globais permanecerão elevados, chegando a relação estoque consumo global a 31%, o nível mais alto da série. Com isso, as cotações deverão continuar em baixos patamares, mas sem tendência de quedas adicionais, pois as cotações no mercado futuro já estão apreçando o excedente de oferta. Milho – As cotações internacionais devem seguir em leve alta nos próximos meses, refletindo o recuo da safra norte-americana que está em período de plantio. No mercado doméstico, os preços também seguem em alta moderada, como resultado da menor expectativa para a segunda safra. Café – A melhor regularidade climática no Sudeste do País está elevando as estimativas para a safra 2015/16, em início de colheita, pressionando as cotações para baixo, porém com volatilidade em razão das incertezas sobre o potencial da safra brasileira. Boi – As cotações devem continuar em alta nos meses à frente, como resultado da baixa oferta de animais para abate e da entrada do clima seco. Mas há riscos que podem exercer pressão de baixa, como a possibilidade de queda do consumo doméstico decorrente da elevação do desemprego e de continuidade de queda das exportações para os países produtores de petróleo. Açúcar e Etanol – Cotações de açúcar devem continuar sustentadas, como resultado do melhor ajuste da oferta global, possibilitado pela estabilidade da produção no Brasil e pelo recuo nas safras da Ásia. Preços do etanol devem seguir acomodados em baixos patamares, à medida que avança o processamento da safra, já que é esperado aumento 4,3% da produção neste ano.

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Maio de 2015

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

As expectativas relacionadas à condução da política econômica continuam dividindo as atenções com a desaceleração em curso da atividade econômica brasileira. Por ora, o ajuste fiscal ainda depende em grande medida do ambiente político, que segue volátil. A despeito disso, mantemos nossa projeção de superávit primário de 1,2% do PIB, levando em conta as medidas de aumento das receitas e redução das despesas já adotadas e o bom desempenho das finanças dos governos regionais. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem fracos, sugerindo uma retração do PIB de 0,7% e 1,2% no primeiro e segundo trimestres, respectivamente – o que é compatível com nossa projeção de queda do PIB de 1,5% neste ano. Nesse sentido, destacamos os estoques ainda elevados na indústria, os baixos índices de confiança dos empresários e dos consumidores e a piora do mercado de trabalho (com aumento da taxa de desemprego e desaceleração dos ganhos salariais), que devem limitar uma recuperação mais evidente da atividade daqui para frente. Somado a isso, a inflação ao consumidor encerrou o primeiro trimestre bastante pressionada e, a partir de agora, deve mostrar alguma descompressão, com alta do IPCA de 8,3% no acumulado de 2015 e de 5,2% em 2016. Esperamos que a taxa Selic chegue a 14% ao final de deste ano e a taxa de câmbio deverá seguir ao redor de R$/US$ 3,00 nos próximos meses.

Os dados globais conhecidos recentemente sustentam nossa expectativa de que o crescimento do PIB mundial em 2015 será um pouco inferior ao registrado no ano passado (prevemos expansão de 3,1% ante 3,4% em 2014). A economia chinesa segue fraca, o que levará o PIB do segundo trimestre crescer abaixo da meta de 7%. Nos EUA, após frustração com o desempenho da economia no primeiro trimestre, ainda não notamos uma recuperação mais evidente, o que reduz a pressão para a subida da taxa de juros nos próximos meses. De todo modo, mantemos nossa visão de que o Fed começará a normalizar a política econômica em setembro. Por fim, a economia europeia – depois de exibir significativo crescimento no começo do ano – começa a se acomodar, com destaque para a Alemanha. Não esperamos alteração significativa desse cenário no curto prazo e entendemos que a perda de ritmo da economia chinesa segue como risco baixista importante, ao mesmo tempo em que os movimentos dos bancos centrais seguirão concentrando as atenções dos mercados.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Sumário Executivo Soja – Apesar da menor safra de soja nos EUA, os estoques globais permanecerão elevados, chegando a relação estoque consumo global a 31%, o nível mais alto da série. Com isso, as cotações deverão continuar em baixos patamares, mas sem tendência de quedas adicionais, pois as cotações no mercado futuro já estão apreçando o excedente de oferta.

Milho – As cotações internacionais devem seguir em leve alta nos próximos meses, refletindo o recuo da safra norte-americana que está em período de plantio. No mercado doméstico, os preços também seguem em alta moderada, como resultado da menor expectativa para a segunda safra.

Café – A melhor regularidade climática no Sudeste do País está elevando as estimativas para a safra 2015/16, em início de colheita, pressionando as cotações para baixo, porém com volatilidade em razão das incertezas sobre o potencial da safra brasileira.

Boi – As cotações devem continuar em alta nos meses à frente, como resultado da baixa oferta de animais para abate e da entrada do clima seco. Mas há riscos que podem exercer pressão de baixa, como a possibilidade de queda do consumo doméstico decorrente da elevação do desemprego e de continuidade de queda das exportações para os países produtores de petróleo.

Açúcar e Etanol – Cotações de açúcar devem continuar sustentadas, como resultado do melhor ajuste da oferta global, possibilitado pela estabilidade da produção no Brasil e pelo recuo nas safras da Ásia. Preços do etanol devem seguir acomodados em baixos patamares, à medida que avança o processamento da safra, já que é esperado aumento 4,3% da produção neste ano.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção: Conab Elaboração: BRADESCO

Produção Nacional de soja

(em mil toneladas) 1991 – 2015

SO

JA

2

SOJA – Apesar da menor safra de soja nos EUA, os estoques globais permanecerão elevados, chegando a relação estoque consumo global a 31%, o nível mais alto da série. Com isso, as cotações deverão continuar em baixos patamares, mas sem tendência de quedas adicionais, pois as cotações no mercado futuro já estão apreçando o excedente de oferta.

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Fundamentos

O USDA divulgou o 1º levantamento para 2015/16 e apontou estabilidade para a produção global ante a safra passada, somando 317,3 milhões de toneladas. Mas as estimativas para a produção norte-americana são de recuo de 3%, passando de 108 milhões para 105 milhões de toneladas, resultado da queda de 3,8% da produtividade esperada, ao passo que a área deverá ser 1,1% maior. Para o Brasil, o USDA estimou a safra 2015/16 em 97 milhões de toneladas, o que representa uma ampliação de 2,6% ante a safra passada, de 94,5 milhões de toneladas. Apesar da estabilidade apontada para a produção global, o USDA estima que os estoques ainda continuarão elevados, devendo passar a relação estoque consumo para 31,6%, ante 29,3% da safra passada.

A Conab divulgou o 8º levantamento da safra 2014/15 e revisou pela segunda vez para cima a estimativa de produção de soja de 94,7 milhões para 95,1 milhões de toneladas, incorporando a melhor expectativa para a produtividade beneficiada pelo clima mais chuvoso. Isso reverte as expectativas anteriores de que a safra poderia ser frustrada pela estiagem. A safra brasileira, em período de colheita, deverá ser recorde, com ampliação de 10,4% ante a safra passada.

Desde janeiro deste ano, a expectativa para o clima mudou bastante de uma visão de neutralidade para a probabilidade de 70% para a ocorrência de El Niño no segundo semestre do ano (a partir dos modelos climáticos do NOAA, o serviço de meteorologia dos EUA). O El Niño está relacionado a maiores precipitações de chuvas no Centro Sul do Brasil e nos EUA e a seca na Ásia. Esse movimento climático deverá trazer volatilidade às cotações ao longo do ano, mas com tendência de baixa, pela perspectiva de safras boas nas regiões exportadoras.

Apesar do recuo de produção esperado nos EUA, teremos duas safras seguidas de produção superior a 100 milhões de toneladas, ante uma média de 88 milhões nas cinco últimas safras. Para o Brasil, a expectativa também é de nova safra recorde. Assim, os estoques globais estão estimados em níveis muito elevados, chegando a relação estoque consumo a 31%, devendo manter as cotações em baixos patamares. Mas não devemos esperar quedas adicionais, já que as cotações no mercado futuro já estão apreçando esse excesso de oferta.

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Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha) 1991 – 2015

Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração: BRADESCO

Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de soja em grão ao produtor – Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg)

2000 – 2015

3

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Soja - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) 2000 – 2015 Projeção de preço: média dos preços futuros

1.580

2.027

2.1502.221

2.175

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – As cotações internacionais devem seguir em leve alta nos próximos meses, refletindo o recuo da safra norte-americana. No mercado doméstico, os preços também seguem em elevação moderada, como resultado da menor expectativa para a segunda safra

Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração : BRADESCO

Produção Nacional de milho

(em mil toneladas) 1991 – 2015

4

24.096

30.77133.174

37.442 35.71632.393

42.290

35.281

47.411

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Fundamentos

O 1º relatório do USDA de acompanhamento da safra 2015/16 apontou estimativa de recuo de 0,6% da produção global de milho, devendo alcançar 989,8 milhões de toneladas. Para a safra norte-americana, a estimativa é de recuo de 4,1%, o equivalente a 14,9 milhões de toneladas, como resultado da queda de 1,5% da área e de 2,5% a produtividade esperada. A safra brasileira está estimada pelo USDA em 75 milhões de toneladas, recuando 3,8% ante a temporada anterior, que alcançou 78 milhões de toneladas.

O 8º levantamento da safra 2014/15 da Conab revisou para cima a estimativa para a 1ª safra em 1,3% ante o mês anterior. Essa é a terceira revisão positiva, em decorrência da melhora da expectativa para a produtividade, em linha com o clima mais chuvoso. Para a 2ª safra, que está em processo de plantio até setembro, a Conab trouxe revisão para baixo de 1,6% da expectativa de produção, em razão da menor produtividade esperada no Centro-Oeste. A produção total de milho está estimada em 78,6 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 1,8% ante a safra passada.

O NOAA, serviço de meteorologia dos EUA, aponta elevada probabilidade de ocorrência de El Niño neste ano. Os efeitos são clima mais chuvoso e consequentes safras boas no Centro-Sul do Brasil, na Argentina e nos EUA e tempo seco, com possibilidade de quebras de safras na Ásia. Assim, poderemos ter um ano com muita volatilidade nas cotações. De todo modo, a tendência para os preços de milho são de leve alta, refletindo o recuo de produção nos EUA e no Brasil e a retração da relação estoque consumo global de 19,7% para 19,4%.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade – milho (em kg por ha) 1991 – 2015

Fonte: Conab Elaboração : BRADESCO

Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de milho ao produtor – Praça

Paraná (em R$ por saca de

60 kg) 2000 – 2015

5

Milho - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) 2000 – 2015 Projeção de preço: média dos preços futuros

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

11,95

7,05

11,40

22,28

18,96

16,26

10,44

14,14

24,94

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23,29

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fundamentos O 1º levantamento para a safra 2015/16 de café foi divulgado pela Conab em janeiro, apontando

estimativa de produção de 45,4 milhões de sacas. Para o café arábica, a estimativa é de expansão de 3,5% da produção, reflexo dos seguintes fatores: (i) aumento de 2,9% da produção em Minas Gerais, resultado da ampliação de 30,5% da produção na Zona da Mata, que apresenta bienalidade invertida em relação às demais regiões produtoras; (ii) recuperação do nível de produção no Paraná, cuja produção tinha sido fortemente afetada no ano passado pelas geadas; (iii) ampliação da área e da produtividade na Bahia. Para São Paulo, a estimativa da Conab é de recuo de 6,4% da produção, por conta do efeito da bienalidade negativa. No próximo mês será divulgado o 2º levantamento da Conab para a safra brasileira e o relatório semestral do USDA para a safra global.

O USDA divulgou neste mês relatório apontando que a safra brasileira de café na temporada 2015/16 deverá alcançar 52,4 milhões de sacas de 60 quilos, uma ampliação de 2,3% ante a safra passada, que somou 51,2 milhões de sacas, em razão da melhora da produtividade beneficiada pelo clima mais chuvoso.

Ao contrário do mercado de grãos, que conta com levantamentos mensais de produção tanto da Conab quanto do USDA, a cultura do café tem levantamentos semestrais do USDA e trimestrais da Conab. Além disso, há divergências relevantes nas estatísticas que variam de 7 a 10 milhões de sacas. Isso dificulta a previsibilidade e faz com que o mercado oscile mais de acordo com as variações do clima, trazendo mais volatilidade.

Os serviços de meteorologia estão apontando a ocorrência do El Niño no segundo semestre. O fenômeno climático está relacionado a maiores precipitações de chuvas no Centro Sul do Brasil e à seca na Ásia. Assim o clima poderá beneficiar a produção de café no Brasil, mas poderá causar quebras, ainda não possíveis de serem quantificadas no Vietnã e na Indonésia, que juntos representam 26% da produção global e 30% das exportações.

O consumo de café deverá continuar em expansão, refletindo a recuperação da economia na Europa e

nos EUA e a continuidade de ampliação do consumo nos países emergentes.

As cotações do café apresentaram forte queda desde o início do ano, refletindo a melhora do volume de chuvas no Sudeste no Brasil e as consequentes especulações sobre o potencial da safra 2015/16.

A ocorrência de chuvas no Sudeste do País tem levado consultorias especializadas e o USDA a apontarem que a safra 2015/16 no Brasil, em início de colheita, deverá ser maior do que a safra passada. As incertezas sobre o potencial da safra brasileira deverão colaborar para que as cotações mantenham o movimento volátil, mas com tendência baixista em razão das estimativas mais otimistas para a safra brasileira.

CAFÉ – A melhor regularidade climática no Sudeste do País está elevando as estimativas para a safra 2015/16, em início de colheita. Isso deve pressionar os preços para baixo, porém com volatilidade em razão das incertezas sobre o potencial da safra brasileira

Produção Nacional de Café (em mil sacas de 60 kg) 1994 – 2015

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.10028.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.342 45.360

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

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6

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco

Preço Café Arábica (em R$ por saca de 60 kg) 2000 – 2015 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por libra peso) 2000 – 2015 Projeção de preço: média dos preços futuros 115,06

63,07 65,9567,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

204,99

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

134,72

146,34

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

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223,6

104,4

239,8

337,0

230,4

291,4

245,8

269,8

247,5282,2

328,0

530,8

457,8

387,5

408,6

247,7

366,3

549,0

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190,0

240,0

290,0

340,0

390,0

440,0

490,0

540,0

590,0

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

70.893

101.746104.974

139.110

127.236

120.133

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

150.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2012201320142015

BO

I

BOI – As cotações devem continuar em alta nos meses à frente, como resultado da baixa oferta de animais para abate e da entrada do clima seco. Mas há riscos de baixa, decorrentes da retração do consumo doméstico e de continuidade de queda das exportações

Fundamentos Nos primeiros quatro meses do ano, os volumes exportados de carne bovina caíram 20% ante o mesmo

período do ano passado, com recuos para os principais destinos, que respondem por 42% dos embarques: Rússia (-35%), Venezuela (-43%) e Irã (-40%). Os embarques em queda estão refletindo os efeitos da queda do preços do petróleo sobre a economia de países produtores da commodity. Some-se a isso, a desvalorização da moeda russa ante o dólar, encarecendo as importações de carnes.

O USDA divulgou seu relatório semestral do mercado de carnes no início de abril. As estimativas para 2015 divulgadas em outubro do ano passado foram revisadas nesse relatório. A projeção para a produção de carne no Brasil foi ajustada para baixo em 4%, sendo que a expectativa para os volumes embarcados também foi revisada para baixo em 10% e o consumo doméstico em 2% sobre os volumes esperados em outubro do ano passado. Ainda assim, segundo o USDA, as exportações brasileiras de carne bovina deverão crescer 5% ante o ano passado. As novas estimativas estão em linha com as novas previsões de importação de carnes pela Rússia e pela Venezuela, cujas compras deverão cair 18% e 28% nessa ordem em 2015.

O consumo doméstico de carnes poderá se enfraquecer nos próximos meses, refletindo a piora do mercado de trabalho e a inflação ainda pressionada. De fato, o relatório semestral do USDA apontou menor estimativa para o consumo doméstico, com recuo de 2% ante a estimativa de outubro de 2014.

A oferta de animais prontos para abate continuará muito justa, como reflexo do abate de fêmeas ocorrido em anos anteriores, que provocou alta de preços dos bezerros. Segundo o Mapa, no 1º trimestre deste ano, os abates caíram 10% ante o mesmo período do ano passado. Em 2014, os preços do bezerro subiram pouco mais de 40% e mais 18% desde o início deste ano.

As cotações do boi devem continuar com tendência de alta nos próximos meses, refletindo a baixa oferta de animais prontos para abate e a entrada do clima seco durante o outono/inverno. Mas devem permanecer no radar outros fatores que poderão exercer pressão de baixa, como o risco de continuidade de queda das exportações para os países produtores de petróleo e a possibilidade de queda do consumo doméstico decorrente da elevação da taxa de desemprego e da inflação pressionada.

8

Exportações brasileiras de carne bovina (em mil toneladas) 2012 – 2015

FONTE: SECEX ELABORAÇÃO: BRADESCO

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi Gordo – Preço ao Produtor – Praça São Paulo (em R$ por arroba) 2002 – 2015

FONTE: CEPEA ELABORAÇÃO: BRADESCO

9

Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA

Abate de bois em mil cabeças 2012 - 2015

FONTE: MAPA ELABORAÇÃO: BRADESCO

42,251,7

61,8

93,3

74,5

109,6 106,9

90,897,0

108,4

125,2

143,2 153,5

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

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160,0

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2.256

2.485

2.231

2.138

2.007

1.600

1.700

1.800

1.900

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2.100

2.200

2.300

2.400

2.500

2.600

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429 223.460240.944

287.810314.969

257.592

320.650359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364588.916

658.822634.767

654.613

150.000

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AÇÚCAR E ETANOL – Cotações de açúcar devem continuar sustentadas, como resultado do melhor ajuste de oferta global. Preços do etanol devem seguir acomodados em baixos patamares, à medida que avança o processamento da safra

Fundamentos O 1º levantamento da safra 2015/16, em fase inicial de processamento no Centro-Sul e início de colheita

no Nordeste a partir de setembro, divulgado pela Conab em abril, apontou que a produção de cana no Centro Sul deve atingir 592,7 milhões de toneladas, avançando 3% ante o volume de 575,4 milhões de toneladas da safra passada. A melhora da produção está associada à recuperação da produtividade em 2,4%, com a melhora do regime de chuvas no primeiro trimestre do ano, já que o incremento de área será de apenas 0,7%. O próximo levantamento da Conab será divulgado em meados de agosto.

A Unica divulgou a 1ª estimativa para a safra 2015/16 para a região Centro-Sul do País, onde deverão ser processadas 590 milhões de toneladas de cana, com crescimento de 3,3% ante o volume de 571 milhões de toneladas processadas na safra passada, em razão da melhora climática. No ano passado, o processamento de cana foi 4,3% menor, afetado pela estiagem. A safra deverá ser mais alcooleira, uma vez que a estimativa é de elevação de 4,3% da produção de etanol e recuo de 0,6% da produção de açúcar.

O USDA divulgou a 1ª estimativa para a safra 2015/16 de cana e apontou recuo de 0,5% para a produção global de açúcar. Foram apontadas queda de 1,6% para a estimativa de produção na Índia e de 1,6% na China, países que deverão ser afetados pela estiagem esperada com a entrada no El Niño no segundo semestre deste ano. Para o Brasil, o USDA estimou ampliação de 0,4% para a produção de açúcar. O USDA estimou que o consumo global deverá crescer 1,3% e, com isso, o excedente global antes estimado em 4 milhões de toneladas, será zerado e a relação estoque consumo cairá de 26% para 23,4%, contribuindo para a recuperação, mesmo que gradual dos preços internacionais.

Segundo dados da ANP, no primeiro trimestre do ano, as vendas de etanol hidratado cresceram 27% ante o mesmo período do ano passado, ao passo que as vendas de gasolina caíram 2%. Com a entrada em vigor desde 1º de fevereiro do aumento da tributação sobre a gasolina, de R$ 0,22/litro, a relação entre o preço de etanol e o da gasolina ficou mais favorável ao primeiro, passando de 70% que estava no final do ano passado para 68% recentemente.

Os serviços de meteorologia estão apontando que no segundo semestre o fenômeno climático El Niño estará presente. Os efeitos do El Niño são chuvas no Centro-Sul do Brasil, favorecendo assim a produtividade de cana-de-açúcar nessa região, que é fortemente produtora de cana. Mas, por outro lado, há ocorrências de seca na Ásia, podendo provocar quebra de safra na Índia e na Tailândia, que juntas respondem por quase 25% da produção global.

O melhor ajuste de oferta global, possibilitado pela estabilidade da produção no Brasil e pelo recuo das safras na Ásia, com consequente queda de estoques, deve sustentar os preços do açúcar no mercado internacional. Os preços do etanol devem seguir acomodados em baixos patamares nos próximos meses, à medida que avança o processamento da safra (esperado para aumentar 4,3% da produção neste ano). Mas é esperada valorização das cotações a partir do segundo semestre, em razão da demanda que continua elevada, por conta da expansão da frota de veículos leves ocorrida nos últimos anos.

10

ÚC

AR

E

E

TAN

OL

Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas 1991 – 2016

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

1.062

1.291

1.025

1.146

1.225

1.354

1.150

1.136

1.076

1.316

1.1921.175

1.330

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Preço de Etanol Hidratado (em R$ por metro cúbico) 2012 - 2016

FONTE: BMF BOVESPA ELABORAÇÃO: BRADESCO

11

Preços internacionais de açúcar (em US$ cents por bushel) 2000 – 2015 Projeção de preço: média dos preços futuros

FONTE: BLOOMBERG ELABORAÇÃO: BRADESCO

Produção nacional de açúcar (em mil toneladas) Produção nacional de etanol (em mil litros) 1993 – 2016

FONTE: CONAB ELABORAÇÃO: BRADESCO

Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA

11.700

19.380

16.020

27.500

38.168

35.968

37.878

35.560

37.354

12.692

13.07810.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

28.660 29.199

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

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6

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AÇÚCAR

ÁLCOOL

5,6

10,79,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

8,9

13,1

11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

29,5

24,9

17,7

15,4

12,9

14,3

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de soja 2008 - 2015

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de milho 2008 - 2015

FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais e preços internacionais de café 2008 - 2015

Acompanhamento das posições não comerciais

-16.898

-56.797

203.215

-28.178

260.845

46.808

168.209

-130.404

-74444

1.628,0 1.613

913,3

971,0

-160.000

-120.000

-80.000

-40.000

0

40.000

80.000

120.000

160.000

200.000

240.000

280.000

0

200

400

600

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1.600

1.800

2.000

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/14

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14

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15

mai

/15

US$ c / bushel em número de contratos

posição não comercial

preço soja

16-ju

n-09

113.201

-119.389

413.915

80.111

149.456

32.987

-120.333312

764

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posição não comercial

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posição não comercial Café

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n-09

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, o volume de 43% é exportado e 57% são destinados à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% farelo e 18% óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos.

Países de destino Grão: 75% China, 25% Europa, 10% outros países asiáticos.

Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos.

Óleo: 50% China, 20% Índia. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o

maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%.

Retrato do mercado

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O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa:

64% da avicultura

65% da suinocultura

23% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 28% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 14% Japão, 13% Coréia do Sul, 8,5% Taiwan. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10% Centro-Oeste; 15% Nordeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul (somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste.

Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior

exportador, com 18% de participação.

MIL

HO

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O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão. Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 71,5% Minas Gerais 10,5% São Paulo 9,1% Espírito Santo 4,3% Paraná 2,8% Bahia

Distribuição regional da produção de café robusta: 75,6% Espírito Santo 12,5% Rondônia 6,7% Bahia 2,6% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 15% do consumo mundial.

CA

Retrato do mercado

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O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina. Países de destino A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com

participação de 22%. Hong Kong responde por 18%. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1%

Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,1%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I Retrato do mercado

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Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de

etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh;

Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos;

Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da

mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização 65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são:

Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil.

ÚC

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Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires Economia Doméstica: Andréa Bastos Damico / Igor Velecico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi Estagiários: Ariana Stephanie Zerbinatti / Thomaz Lopes Macetti / Victor Hugo Carvalho Alexandrino da Silva / Davi Sacomani Beganskas / Ives Leonardo Dias / Fernandes / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).

Equipe Técnica

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