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AGROECOLOGIA
E
MANEJO AGROECOLÓGICO
AGROECOLOGIA = CIÊNCIA
Conjunto de conhecimentos práticos e teóricos que pretendem
contribuir na transição para uma agricultura sustentável
(Embrapa, 2006).
Considera-se Agroecologia como ciência ou campo de conhecimentos
de natureza multidisciplinar, cujos ensinamentos pretendem contribuir
na construção de estilos de agricultura de base ecológica e na
elaboração de estratégias de desenvolvimento rural, tendo-se como
referência os ideais da sustentabilidade numa perspectiva
multidimensional.
Agroecologia é uma ciência que incorpora diversas outras e tem
o propósito de desenvolver e validar metodologias para a
produção em bases sustentáveis, que chamamos de agricultura
de base agroecológica, dentro desta há diversas linhas como a
orgânica, biodinâmica, natural, permacultura etc..
A prática agroecológia é uma decisão geralmente familiar e, na
maioria das vezes, ocorre após algum alerta incidental e, ou
acidental. É mais ou menos como tomar a decisão de
emagrecer, fazer exercícios ou fazer dieta.
MANEJO AGROECOLÓGICO
Definindo-se Agroecologia como uma ciência, busca-se conhecimentos para embasar a transição
dos atuais modelos de agricultura para modelos de agricultura sustentável.
Transição Agroecológica
Conversão do modelo de produção agrícola convencional para estilos de agricultura mais evoluídos
sob o ponto de vista da conversão dos recursos naturais.
Agricultura
Convencional
Agricultura
Sustentável
Agroecologia
(princípios,
conceitos e
metodologias)
Agroecologia e Sustentabilidade
AGROTÓXICOS
Venda sob prescrição de profissional habilitado.
AGROTÓXICO DE USO AGRONÔMICO
Engenheiros Agrônomos e Florestais, Técnicos Agrícolas (limitado)
AGROTÓXICO DE USO VETERINÁRIO
Médico Veterinário, Zootecnistas e Técnicos Agrícolas (limitado)
Biocida
Fungicida, Acaricida, Inseticida, Herbicida, Moluscicida, Rodenticida, Bactericida, Carrapaticida etc..
Classes – 4 Classes
Culturas Registradas
Equipamento Individual de Proteção (EPI)
Restrições de Uso
Carências
Tríplice Lavagem e Devolução
CONTAMINAÇÃO
Resíduos NO Período de Carência
Resíduos APÓS Período de Carência
Resíduos de Produtos NÃO Autorizados (registro
– cultura ou molécula/fórmula, contrabando etc.).
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO (ou do Estresse)
AMBIENTEFÍSICO E BIOLÓGICO
NUTRIENTESTEMPOMICROORGANISMOS
PLANTA
Então, todo organismo se desenvolve em condições ideais para seu
genótipo, isso quer dizer que os fatores genéticos e ambientais estão
intrinsecamente correlacionados (interação genótipo X ambiente).
Se positiva, populações saudáveis. Se negativa, populações doentes.
Isso se deve ao estresse que variações no ambiente ou no manejo
podem causar nos indivíduos, levando-os à vulnerabilidades e baixa
resistência.
O surgimento de problemas ocorre quando o ambiente favorece uma
população patogênica e a população hospedeira encontra-se vulnerável.
Então temos uma tríade a ser observada, envolvendo o ambiente, o
hospedeiro e o agente causal.
A pergunta certa do agricultor:
O quê ? --- Por quê?
Nunca pergunte : “O que faço?” Como se tivesse pedindo uma receita.
Somente pergunte:
“Por quê acontece?” E procure a causa.
Ana Primavezi.
AMBIENTE >>>> ADAPTABILIDADE
FÍSICO NATURAL:
Geo localização;
Insolação;
Luminosidade;
Temperatura;
Pluviosidade/Umidade do ar.
(observar épocas do ano)
FÍSICO ARTIFICIAL – Orquidário (interferirão nos Naturais)
Cobertura;
Pé direito e, ou, altura;
Sistema de irrigação
Piso;
Sistema de circulação de ar etc..
BIOLÓGICO
Espécies cultivadas – Fenologia e Fisiologia (C3, C4, resposta a foto-período etc.);
Qualidade das plantas;
Idade das plantas;
Circulação de pessoas etc..
TEORIA DA TROFOBIOSE – EMBRAPA HORTALIÇAS
Em 1980, o pesquisador francês Francis Chaboussou, publica na
França, o livro “Lês Plantes Malades des Pesticides”, que seria
publicado no Brasil em 1987.
Segundo a Teoria da Trofobiose todo ser vivo só sobrevive se houver
alimento adequado e disponível para ele. A planta, ou parte dela, só
será atacada por um inseto, ácaro, nematoide ou microrganismos
(fungos e bactérias), quando tiver na sua seiva, o alimento que eles
precisam, principalmente aminoácidos. O tratamento inadequado de
uma planta, especialmente com substâncias de alta solubilidade, conduz
a uma elevação excessiva de aminoácidos livres. Portanto, um vegetal
saudável, equilibrado, dificilmente será atacado por pragas e doenças.
Resistência a doenças de planta induzida pela nutrição
mineralLaércio Zambolim¹, Fabrício Ávila Rodrigues², Alexandre Sandri Capucho³
Os efeitos dos nutrientes minerais no crescimento e na produção são
usualmente estudados em termos das funções desses elementos no
metabolismo das plantas, conforme mostra o Quadro1. Além disso, a
nutrição mineral pode influenciar o crescimento e a produção das
plantas cultivadas de forma secundária, mas imprescindível, causando
modificações na forma de crescimento, na morfologia e na anatomia das
plantas e na sua composição química. Os nutrientes minerais podem
também aumentar ou diminuir a resistência das plantas a patógenos.
Os sais, por meio de excesso de adubação, também podem
prejudicar o desenvolvimento das plantas. Todo adubo é um
sal, fosfATO, clorETO, sulfITO etc..
Os sais são hidrofílicos e, por isso, disputam água com as
raízes, micro-organismos e com o ambiente.
Então, as adubações devem ser extremante rigorosas,
seguindo criteriosamente as recomendações (dosagem e
turno/intervalo) de rótulo dos produtos. Os adubos são cotadosem dólar, são caros e, por isso, economia é fundamental.
Costumamos dividir os nutrientes em macro e micronutrientes, esta
divisão é dada devido as dosagens necessárias. É muito
importante o equilíbrio entre nutrientes nas adubações, pois a linha
entre o alimento e a toxidez é tênue. Também há estrita correlação
entre os nutrientes (macro X macro, macro X micro e micro X
micro), isto é, nutrientes serão ou não absorvidos se houver
correlação nas dosagens entre eles (ex.: para absorção de 1 A e
necessário que se absorva 20 B). Então, se não tem 20 B não
adianta fornecer A, pois este não será absorvido.
Uma atenção especial deve ser dada aos micronutrientes. Estes
são como se fossem o acabamento da peça. Então, folhas, raízes
e flores mal formadas ou plantas fracas geralmente é falta destes.
7) Proporções entre os nutrientes - Equilíbrio entre:
7.1) Ácidos Bases
P – S – NO3 – Cl K – Ca – Mg – Na – NH
7.2) Entre macronutrientes:
N/K = 2;
Ca/K = 8;
Ca/Mg = 3 A 6;
P/S = 0,7 a 1,0.
7.3) Entre macro/micronutrientes :
N / Cu = 1250 a 2500
K / B = 35 a 100
P /Zn = 35
Ca / Mn = 530
7.4) Entre micronutrientes
Fe / Cu / Co = 500/10/1
Fe / Cu / Mo = 500/10/2
Ex.: O ferro, mesmo em excesso, pode faltar se o Cobalto estiver
deficiente.
7.5) Deficiências podem ser induzidas pelo excesso de um
outro nutriente.
Ex.: Existem equilíbrios muito delicados entre:
N / Cu = 1.250 a 1.500;
P / Zn = 35;
K / B = 35 a 100;
Ca / Mn = 350;
Fe / Mn = 3 / 2;
Fe / Cu = 50;
Substratos podem absorver ou adsorver concentrações
elevadas de sais, tornando-se salinizados, que também
promovem a emissão de raízes para fora do mesmo.
O excesso de sal também pode prejudicar os fungos
simbiontes das raízes.
Quando se usa muita adubação é necessário atenção à
irrigação, isto é, aumentar a irrigação para lavar
literalmente o substrato objetivando a retirada dos sais.
PRINCÍPIOS DE CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS
Para organizar de forma lógica os conhecimentos relativos ao controle de doenças de plantas, as
diferentes medidas disponíveis foram agrupadas em cinco conjuntos denominados “métodos de
controle de doenças de plantas”. Os cinco métodos de controle de doenças são: cultural, físico,
biológico, resistência e químico. Por sua vez, estes métodos podem ser organizados em seis
conjuntos denominados “princípios de controle de doenças de plantas”
(Figura 1)
As recomendações de “quarentena” e de “desinfecção de ferramental”
são fundamentais.
CARACTERÍSTICAS DE PRAGAS E DOENÇAS
Os insetos têm aparelhos bucais especializados como, por exemplo: sugadores – tripes e pulgões; raspadores –
cochonilhas; mastigadores – lagartas e brocas etc..
Existe também os ácaros (sugador - não é inseto) que são muito perigosos em algumas culturas (fitófago e
predador).
Os “fitófagos” que têm a capacidade de se movimentar rapidamente na cultura são os que mais causam danos,
tripes e pulgões por exemplo.
Os fungos (pH+ ácido) geralmente são manchas secas e com bordas. Podem apresentar estruturas reprodutivas
ou vegetativas. Quando com estruturas são de relevo áspero, como uma verruga no dedo e odor de mofo.
As bactérias (pH+ alcalino) geralmente são manchas úmidas, sem borda e com odor. Quando em manchas, são
lisas e depressivas e podem apresentar odores fétidos.
Vírus ainda não ouvi vocês falarem.
Os insetos sugadores e ácaros, nas demais culturas, o maior perigo é a transmissão de viroses. Porém tod@s as
pragas, quando em grandes populações, debilitam as plantas rapidamente.
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP).
MIP é a integração dos diferentes métodos de controle, com o objetivo de melhorar a ação dos agentes de controle,
levando em consideração as características ecológicas e econômicas das culturas.
A) escolher áreas que recebam o sol pelo menos 6 horas diárias e que tenham lençol freático baixo;
B) Prover substrato ou madeira adequado ao cultivo;
C) identificar as espécies/variedades/cultivares resistentes aos problemas locais;
D) respeitar os espaçamentos mínimos indicados para as respectivas culturas;
E) prover as plantas de nutrientes (macro e micro) necessário ao seu pleno desenvolvimento;
F) promover e manter a qualidade do substrato (pH+ e salinidade);
G) monitorar a umidade do ambiente e substrato, para calibrar as irrigações;
H) fazer irrigação nas horas frescas do dia;
i) Fazer as pulverizações nas horas frescas do dia e algumas horas após a irrigação farta;
J) fazer inspeção diária no orquidário a procura de pragas e doenças;
K) eliminar (queimar) rapidamente as plantas ou parte destas que apresentarem sintomas graves de pragas e
doenças;
L) iniciar o controle pragas e doenças logo que os sintomas forem identificados;
M) fazer rotação de vasos/plantas para melhor observar as plantas;
N) fazer limpeza de bancadas (cal, vassoura de fogo etc.);
O) Inserir plantas repelentes e plantas indicadoras no orquidário;
P) eliminar plantas hospedeiras;
Q) promover quarentena nas plantas recém adquiridas; e,
R) alocar plantas observando os ambientes do orquidário.
INDICADORES BIOLÓGICOS
Plantas Amigas;
Plantas Inimigas/Antagônicas;
Plantas Atrativas/Indicadoras;
Plantas Repelentes
Plantas Hospedeiras
CONTROLE BIOLÓGICO
A) Controle Biológico Clássico – Envolve a importação de agentes de controle
biológico da região de origem da praga, seja de um país para outro, ou de uma região
para outra, de modo a estabelecê-los permanentemente como novos elementos da
fauna local.
B) Controle Biológico Aumentativo ou por Incremento – Nessa estratégia, o
inimigo natural é multiplicado massalmente em laboratórios especializados, portanto,
envolve a criação ou produção massal do inimigo natural. Posteriormente, eles são
liberados no campo no momento apropriado.
C) Controle Biológico por Conservação - Envolve a manutenção dos inimigos
naturais nos agroecossistemas por favorecer ou fornecer condições de sobrevivência
e reprodução e, consequentemente, aumentando sua efetividade.
Sobre agrotóxicos, eu não uso, e há poucos produtos registrados para orquídeas ou
plantas ornamentais. Isso é pelo fato de não haver interesse econômico em gastar
muito dinheiro para registrar um produto para pouca venda.
Todas as pulverizações devem ser feitas nas horas frescas da tarde e devem ser
precedidas de irrigação nas horas frescas da manhã.
Inseticida geral: Uso óleo de Neen com estrado de pimenta malagueta e alho que eu
mesmo faço. Não uso óleo na florada, mas uso nos botões florais ou espátulas.
Fungicida geral: Produtos cúpricos para fungos ou calda Viçosa, que se faz em casa.
Estes produtos não mancham. Alerta: alguns fungicidas mancham flores e frutos (no
caso de frutíferas) e, por isso, devem ser testados antes. Se o trem é mais
complicado, calda Sulfocálcica (feito em casa), que não uso na florada, nem em
botões florais ou espátulas.
Os micro-organismos são muito sensíveis às alterações bruscas de pH+. Meios
ácidos favorecem aos fungos, meios alcalinos às bactérias. Como há uma
simbiose entre raízes de orquídeas e fungos, os substratos devem estar levemente
ácidos, não inferior a 5,5. Substratos extremamente ácidos ou alcalinos podem
interferir no desenvolvimento radicular ou forçar a emissão de raízes para fora do
mesmo.
Alterar o pH+ das folhas, por meio de pulverizações, ora levemente ácidas e ora
levemente alcalinas, podem inibir o desenvolvimento de populações patogênicas
(fúngicas ou bacterianas), pois a variação brusca do pH+ nas folhas dificulta sua
instalação.
Lembrem-se, fungos geralmente estão em meio ácido e seco, têm cheiro
característico de mofo e enxerga-se suas estruturas a olho nu (ex.: bolores em
pão, casca de laranja, arroz etc.). Bactérias geralmente estão em meio alcalino e
úmido, tem odor desagradável e suas estruturas não são vistas a olho nu (ex.:
carne, feijão, leite etc.).
Bacillus thuringiensis (bactéria) se aparecer comedores.
Beauveria bassiana (fungo) para tudo (é o bicho).
Baculovirus (virus) - Díptera, Himenóptera e Lepidóptera.
Gesso (sulfato de cálcio) - controle de fungos e fortalecimento de botões florais.
Calda Sulfocálcia - ácaros
Urina de vaca - repelente, controle de ácaros e insetos e adubação foliar (micronutrientes).
Bactericida de uso doméstico - doenças bacterianas;
Soro de leite - doenças fúngicas.
Óleo de soja com detergente neutro - alguns fungos, cochonilhas e pulgões.
Sal para gado no chão, para diminuir formigas, lesmas e caramujos. R$12,00 o saco
de 20kg.
Borra de café (do coador) – para formigas.
Canela – podridões e cortes;
Esmalte e, ou, pasta de dentes – cortes.