2
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1512 Junho/2014 Agricultores aderem ao plantio agroecológico Na comunidade Quilombola Contente, no município de Paulistana, Piauí, o resgate da produção do algodão se deu a partir da observação e experimentação de agricultores familiares interessados em voltar a plantar algodão. Mas, desta vez, segundo o agricultor José Luís, com um diferencial: investindo no algodão agroecológico. “A parceria com Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (CELTA), está sendo decisiva no resgate, permitindo importantes avanços na área plantada”, disse. Seu José Luís conta que nasceu na comunidade Quilombola Contente. Relata ainda que seu pai era agricultor e trabalhava com a plantação de milho, feijão e algodão, e que eles continuaram fazendo o mesmo tipo de plantação, trabalhando com o 'algodão'. “A plantação é feito um consórcio agroecológico, que plantamos quatro carreiras de algodão, gergelim, feijão, milho, milho sorgo, melancia. Mas só que esse ano eu só plantei o milho, feijão, melancia e o milho sorgo”, disse seu José Luís. Ele relata que tem grandes expectativas para o futuro e que não é por falta de inverno ou por causa de insetos que ele vai deixar de plantar. “Vamos ter fé em Deus e aproveitar as chuvas que vierem”. Paulistana-PI Agricultor José Luís e sua esposa Jucélia Seu José Luís no seu plantio de algodão

Agricultores aderem ao plantio agroecológico

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Na comunidade Quilombola Contente, no município de Paulistana, Piauí, o resgate da produção do algodão se deu a partir da observação e experimentação de agricultores familiares interessados em voltar a plantar algodão.

Citation preview

Page 1: Agricultores aderem ao plantio agroecológico

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1512

Junho/2014

Agricultores aderem ao plantio agroecológico

Na comunidade Quilombola Contente, no município de Paulistana, Piauí, o

resgate da produção do algodão se deu a partir da observação e experimentação de

agricultores familiares interessados em voltar a plantar algodão. Mas, desta vez,

segundo o agricultor José Luís, com um diferencial: investindo no algodão

agroecológico. “A parceria com Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas

(CELTA), está sendo decisiva no resgate, permitindo importantes avanços na área

plantada”, disse.

Seu José Luís conta que nasceu na comunidade Quilombola Contente. Relata

ainda que seu pai era agricultor e trabalhava com a plantação de milho, feijão e algodão,

e que eles continuaram fazendo o mesmo tipo de plantação, trabalhando com o

'algodão'.

“A plantação é feito um consórcio agroecológico, que plantamos quatro

carreiras de algodão, gergelim, feijão, milho, milho sorgo, melancia. Mas só que esse

ano eu só plantei o milho, feijão, melancia e o milho sorgo”, disse seu José Luís.

Ele relata que tem grandes expectativas para o futuro e que não é por falta de

inverno ou por causa de insetos que ele vai deixar de plantar. “Vamos ter fé em Deus e

aproveitar as chuvas que vierem”.

Paulistana-PI

Agricultor José Luís e sua esposa Jucélia Seu José Luís no seu plantio de algodão

Page 2: Agricultores aderem ao plantio agroecológico

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

A esposa de seu José Luís, a dona Jucélia, chegou à comunidade Contente há 29

anos e na época ele só plantava algodão preto, mas em parceria com CELTA surgiu à

ideia de plantação do algodão orgânico. No entanto, quando essa plantação orgânica

chegou à comunidade, foi uma grande confusão porque era uma salada, tinha que

plantar o feijão, milho e gergelim. Dona Jucélia relata que no início ninguém queria

plantar dessa forma, porque pensava que só daria trabalho, meu esposo mesmo foi

uma das pessoas, mas aí eu falei para ele: “Vamos plantar um pouco e se der certo,

tudo bem”.

Dona Jucélia se mostra esperançosa com a nova forma de plantação, e disse

que sempre vem incentivando toda a comunidade a trabalhar com a forma

agroecológica. “Aqui dá para nós vivermos, o negócio é saber trabalhar”, pontuou

Jucélia.

“Nós que trabalhamos aqui no semiárido, que é difícil chover, temos que

acostumar com o que a gente tem pra viver afirma a agricultora.

Segundo seu José Luís com essa forma de trabalhar quem também ganha é o

meio ambiente, “no começo eu não sabia muito bem, mas hoje não quero nem

saber de passar agrotóxico na plantação, eu faço é me sentir mal quando passo

próximo onde tem. Sempre dou conselho para os amigos não usarem agrotóxico,

porque isso está prejudicando a nossa saúde e a saúde dos consumidores”, concluiu seu

Luís.

De acordo com dona Jucélia, através da plantação de algodão orgânico, muitas

pessoas estão evitando passar agrotóxico em suas plantações. Informou que,

antigamente, na época de inverno, ninguém aguentava morar na comunidade devido o

forte cheiro, “mas a gente vem incentivando pra ver se acaba de uma vez com o uso do

agrotóxico”, ressalta a agricultora.

Realização Apoio

Seu José Luís mostra a qualidade da lã do algodão.