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JOSUÉ RAABE SANSÃO ABIGAIL GEAZI MARTA NAAMÃ DORCAS ABSALÃO JOANA JUDAS PRISCILA ANANIAS REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS – Nº 282 – JANEIRO/MARÇO 2008 v idas que e nsinam Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar. (Rm 15:4)

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REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS – Nº 282 – JANEIRO/MARÇO 2008

vidasqueensinam

Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para

nos ensinar. (Rm 15:4)

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FUMAP – (11) 3106-6509RUMAP Sul – (41) 3224-7456 e-mail: [email protected]

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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através do ensino e da prática da palavra de Deus.

——— ——— ——— ——— ——— ——— ——— ———— ———

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Copyright © 2008 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial

ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA RELIGIOSA

Diretor Pr.JoséLimadeFariasFilho

ConselhoEditorial Pr.WilliamsCorrêaSoares Pr.GilbertoFernandesCoelho Pr.SebastiãoLinoSimão Pr.JoséLimadeFariasFilho Pr.IzaiasdosReis Pr.OtonielAlvesdeOliveira Pr.HermesPereiraBrito Pr.ManoelPereiraBrito Pr.GenilsonSoaresdaSilva Pr.ValdeciNunesdeOliveira Pr.GenésioMendes Pr.AléssioGomesdeOliveira Dsa.RutedeOliveiraSantos

REDAÇÃO

Jornalista responsável Pr.EliasPitombeiradeToledo MTb.24.465

Autores desta série Pr.AlanK.P.daRocha Pr.GenilsonSoaresdaSilva Pr.JoséLimadeFariasFilho Pr.ValdeciNunesdeOliveira Dsa.VilmadeOliveiraPimentel

Redação e preparação Pr.JoséLimadeFariasFilhode originais Pr.GenilsonSoaresdaSilva

Revisão de textos EudoxianaCantoMelo

Editoração FarolEditorialeDesign

Seleção de hinos Dsa.RutedeOlivieraSoarese leituras diárias

Capa MarcorélioMurta

Atendimento e tráfego GeniFerreiraLima Fone:(11)6955-5141

Assinaturas Informaçõesnapágina104

IMPRESSÃO

Gráfica Regente Av.Paranavaí,1.146–ParqueIndustrialBandeirantesFone:(44)3366-7000–Maringá–PR

ExPEDIENTE

REDAÇÃO –RuaBoaVista,314–6ºandar–Conj.A–Centro–SãoPaulo–SP–CEP01014-030Fone:(11)3104-6457–Fax:(11)3107-2544–www.iapro.com.br–[email protected]

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SUMÁRIO

vidasqueensinam

Josué– Um homem obediente 8

RaabE – Uma mulher confiante 16

sansão – Um homem vacilante 23

abigail – Uma mulher pacificadora 30

gEazi – Um homem mudado 37

MaRta – Uma mulher atarefada 44

naaMã – Um homem poderoso 51

DoRCas– Uma mulher generosa 58

absalão– Um homem astucioso 64

Joana– Uma mulher apoiadora 72

JuDas– Um homem avarento 80

PRisCila– Uma mulher cooperadora 88

ananias– Um homem acolhedor 96

123456789

10111213

aPREsEntaÇão 5

abREViatuRas 4

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ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIAUTILIZADAS NAS LIÇÕES

Antigo testAmentoGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros NmDeuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute RtISamuel ISmIISamuel IISmIReis IReIIReis IIReICrônicas ICrIICrônicas IICrEsdras EdNeemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel EzDaniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias ObJonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

noVo testAmentoMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos RmICoríntios ICoIICoríntios IICoGálatas GlEfésios EfFilipenses FpColossenses ClITessalonicenses ITsIITessalonicenses IITsITimóteo ITmIITimóteo IITmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago TgIPedro IPeIIPedro IIPeIJoão IJoIIJoão IIJoIIIJoão IIIJoJudas JdApocalipse Ap

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

BLH –BíblianaLinguagemdeHojeRA –RevistaeAtualizadaRC –RevistaeCorrigidaNVI –NovaVersãoInternacional

BV –BíbliaVivaBJ –BíbliadeJerusalémTEB –TraduçãoEdumênicadaBíbliaNTLH –NovaTraduçãonaLing.deHoje

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APRESENTAÇÃO

PESSOAS E MÁQUINAS

É grande o número de pessoas que lêem a Bíblia e a vêem meramente como um conjunto de regras a serem obedecidas pelo ser humano. Essa percepção deficiente sobre as Escrituras Sagradas vê também a pessoa de Deus como um ser indiferente a sua criação; vê, ainda, as pessoas como se fossem máquinas criadas unicamente para cumprir ordens e tarefas programadas por seu Criador.

Essa concepção vê as pessoas como seres que não precisam de nada, não têm outras necessidades, a não ser serem alimentadas por doutrinas, princípios morais e regras comportamentais. Contudo, quando lemos a Bíblia Sagrada com atenção, facilmente percebemos que ela trata acerca do Deus Criador e da forma como ele se relaciona com as pessoas que criou: ele se mostra, se apresenta, se revela a homens e mulheres cheios de virtudes, defeitos, desejos, vontades.

PESSOAS E DEUS

Quando lemos a Bíblia Sagrada com atenção, vemos Deus falando, trabalhan-do, encorajando, disciplinando, amando e castigando homens e mulheres.� Cada pessoa é tratada por Deus com singularidade, seja negro ou branco, baixo ou alto, forte ou fraco, culto ou inculto. Antes de revelar suas verdades, Deus se revela às pessoas; antes de dar-lhes regras, mostra-se a elas. Primeiramente, ele se apresen-ta: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão (Êx 20:2). Depois, revela seus princípios: Não terás outros deuses diante de mim (Êx 20:3). Esse é o padrão de relacionamento de Jesus com a sua igreja: ele se apresenta a ela, repreende-a e faz-lhe elogios, censuras e recomendações (Ap 2–3).

Quando lemos a Bíblia Sagrada com atenção, constatamos que o Senhor Deus nunca vê o homem como um cérebro ambulante, mas como um ser que pensa, sente e têm vontade. Conquanto seja Deus soberano, cuja vontade sempre preva-lece, deu ao homem livre arbítrio para analisar, sentir e decidir sobre as questões da vida. É por isso que a Bíblia mostra homens e mulheres fracos “que confiam em Deus e o adoram, e são usados por Ele (...) e poderosos deste mundo, que não con-

� GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002.

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fiam no Senhor nem o adoram, despojados de seus tronos, quando Deus exerce sua soberana vontade”.2 Da mesma forma, a Bíblia apresenta pessoas pecadoras sendo perdoadas, porque se voltaram com fé para Deus, e pessoas sendo castigadas, “por se recusarem até mesmo a ouvir os avisos sobre o juízo de Deus”.3

PESSOAS DA BÍBLIA E PESSOAS DE HOJE

Ao ter contato com esta série de estudos sobre personagens bíblicos, o estudante logo perceberá que todos eles são pessoas pecadoras, e, por isso, se identificará com suas qualidades e seus defeitos, constatando que os homens e as mulheres da Bíblia são como qualquer outro ser humano, em qualquer época da vida. não obstante, verá, também, como Deus perdoou todos os que se arrependeram, e “assim, temos esperança para nós mesmos, se também confiarmos em seu perdão e salvação”.� Tudo isso produzirá no estudante um conhecimento mais profundo “do Deus que ama, perdoa, salva o homem do castigo e o conduz à eternidade junto consigo”.�

Ao estudar sobre a vida de Josué, Raabe, Sansão, Abigail, Geazi, Marta, Na-amã, Dorcas, Absalão, Joana, Judas, Priscila e Ananias, você entenderá melhor “o lugar de cada servo de Deus dentro dos propósitos divinos e da história de seu povo”;� isso porque a melhor maneira de entender o relacionamento de Deus com os seres humanos é estudando “os homens e as mulheres [da Bíblia] em sua comunhão com Deus”.� Por outro lado, talvez uma das formas mais eficientes de se ter uma visão geral das Escrituras Sagradas seja através da vida dos homens e das mulheres que viveram as experiências escriturísticas; afinal, a história dessa gente também nos dá experiência com a Bíblia. Quando lemos, na Bíblia, o que aconteceu com nossos semelhantes, entendemos, com mais clareza, a batalha que se trava ao nosso redor, em nossa alma, em nossa busca por Deus.

Desta forma, é garantido ao estudante que, se se envolver com esta série de es-tudos, terá ricas experiências com o Deus das pessoas com quem ele se relacionou no passado, incluindo, entre essa gente, “pacificadores e guerreiros, santos e mar-ginais, reis e camponeses, profetas e rebeldes (...), homens reais cujas dificuldades e vitórias muitas vezes espelham nossa própria luta para crer e obedecer”.� E mais:

2 Idem.3 Idem.� Idem.� Idem.� Idem.� Idem.� SPAnGLEr, Ann e WOLGEMUTH, r. Eles: 54 homens da Bíblia que marcaram a história do

povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 200�.

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“você vai poder apreciar melhor como o Senhor trabalha na vida dos indivíduos e também obterá maior apreciação da natureza e caráter dele”.�

Portanto, a esperança do Departamento de Educação e Cultura da Igreja Adventista da Promessa é que estes estudos bíblicos lhe possibilite se envolver com as verdades que enchem as páginas da Bíblia. Os responsáveis por esta pu-blicação estão seguros de que, ainda que as pessoas da Bíblia tenham vivido num tempo e numa cultura extremamente diferentes dos nossos, “suas perspectivas, vitórias, derrotas e paixões são notavelmente similares às que você e eu experi-mentamos todos os dias”.�0

Toda honra e glórias sejam dadas a Jesus Cristo!

Pastor José Lima de Farias FilhoDiretor do DEC

� Idem.�0 Idem.

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LEITURA DIÁRIA

tExtobásiCo: Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados. ( Js �:� – nVI)

intRoDuÇão: Mais conhecido como o sucessor de Moisés, na liderança do povo de Israel, Josué é, sem dúvida, um dos personagens mais interessantes de toda a Bíblia. Sua história tem muito a nos ensinar. Ele foi um exemplo de servo de Deus e um excelente líder; foi considerado um herói da fé e sua trajetória é marcada por inúmeras vitórias e conquistas. Portanto, o estudo de hoje objetiva analisar um pouco de sua vida e sua obra, a fim de extrairmos lições importantes para nossas vidas. Veremos que ele confiava em Deus. Isso o fez destacado, em meio a uma geração desobediente; e, por conta disso, Deus o escolheu para pastorear o povo de Israel, conduzindo-o à conquista da terra prometida.

A lição de hoje nos mostrará que, se desejamos agradar a Deus e ter uma vida cristã vitoriosa, devemos seguir o exemplo de Josué.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE JOSUÉ

Josué era filho de num, da tribo de Efraim; nasceu no Egito, por volta do ano �.�0� a.C., quando o seu povo ainda era escravo ali (Êx �:�2-��); cresceu nutrindo a esperança de que o Deus de seus antepassados os libertaria da mão opressora do terrível Faraó. Ainda moço, teve o privilégio de ver este sonho se realizar. Ele pre-senciou e participou de todos os acontecimentos relacionados ao Êxodo. Todavia, aparece de forma mais notável na primeira batalha que Israel precisou enfrentar,

Autor: Pr. Alan K. Pereira da Rocha

15 JAneiRo 2008

jOSUÉUm homem obediente

Hinos sugeridos: BJ 223 – CC 346 / BJ 146 – CC 349

OBJETIVO

Domingo, 30 de dezembro: Js 1:1-9Segunda, 31: Ex 17:8-16Terça, 1º de janeiro: Nm 14:5-10Quarta, 2: Nm 14:26:30Quinta, 3: Nm 27:18-23Sexta, 4; Js 5:13-15Sábado, 5: Js 6:1-21

Mostrar, através da história de Josué, a importância de se confiar em Deus e ser fiel a sua palavra, pois é nisto que consiste uma vida cristã vitoriosa.

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num lugar chamado refidim, contra os amalequitas, que eram um grupo de nô-mades ferozes e vorazes. neste conflito, enquanto Moisés, no monte, com o apoio de Arão e Hur, intercedia a Deus, ininterruptamente, pelo povo, Josué combatia os inimigos no vale. Como resultado, Josué derrotou completamente os amalequitas (Êx ��:�-��). Este é o primeiro registro bíblico sobre Josué.

na caminhada pelo deserto, Josué logo se tornou assistente direto de Moisés, com quem aprendeu a amar a Deus, de modo leal e fiel. Ele foi a única pessoa autorizada a subir com Moisés ao Monte Sinai, para receber os dez mandamentos (Êx 2�:�3, 32:��). na Tenda da Aliança, enquanto o líder conversava com Deus, para transmitir a mensagem ao povo, Josué, ainda jovem, ficava à porta, montando guarda (Êx 33:��). De acordo com o dicionarista bíblico J. D. Douglas, este período de proximidade e convi-vência com Moisés foi extremamente importante para a formação do caráter de Josué, pois ele “aprendeu a esperar no Senhor e nos anos que se seguiram, algo da paciência e da mansidão de Moisés certamente foi também adicionado ao seu valor pessoal”�.

Quando foi escolhido um membro de cada uma das doze tribos para espiar a terra de Canaã, Josué foi o eleito da tribo de Efraim. Só que seu nome não era Josué, mas, sim, Oséias (nm �3:�). Foi Moisés quem mudou o nome de Oséias – que significa “salvação” – para Josué – que significa “Iavé é a Salvação” (nm �3:��). na verdade, o que Moisés fez não foi, propriamente, uma troca de nome, mas um acréscimo de nome. Ele apenas acrescentou o nome do Deus da aliança (Yahweh) ao nome Oséias. Com isso, Moisés estava lhe ensinando uma importante lição: com a sua dependência e a sua esperança depositadas em Deus, vitórias seriam alcançadas. Com o poder de Deus, inimigos poderosos seriam tombados, cidades fortificadas seriam conquistadas.

A prática dessa atitude de confiança em Deus é vista claramente em Josué, quando ele e mais onze homens foram enviados para inspecionar e examinar não somente a terra, mas também o povo de Canaã. Após quarenta dias de reconhe-cimento, os espias retornaram e relataram que a terra era realmente muito boa, manava leite e mel; todavia, dez deles vieram bastante desanimados, quanto à con-quista daquele território, alegando que os seus habitantes eram mais fortes que os israelitas e aconselhando o povo à desistência: E, diante dos filhos de Israel, infama-ram a terra que haviam espiado (nm �3:32a). Disseram que a terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura (nm �3:32b). Somente Josué e seu amigo Calebe, num ato de coragem e fé, insistiram em confiar em Deus para aquela conquista.

O povo preferiu acreditar nos medrosos; revoltou-se contra Moisés e Arão. A revolta foi tão grande, entre os israelitas, que se discutiu a escolha de um coman-dante que os levasse de volta ao Egito. Eles não queriam mais seguir o comando de Moisés. Em meio aquele motim, Moisés se prostrou em oração, diante de Deus, e

� DOUGLAS, J. D. (Editor Geral). O novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida nova, ����, p. ���.

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Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dois dos líderes que haviam espionado a terra, rasgaram as suas roupas em sinal de tristeza (nm ��:� – nTLH). A seguir, Josué e Ca-lebe fizeram um discurso inflamado e veemente, instando os israelitas a confiarem na vitória de Deus: ... não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o SENHOR é conosco; não os temais (nm ��:�b). O povo, porém, não lhes deu ouvido. não fosse a manifestação da glória do Senhor, na tenda da congregação, os dois teriam sido violentamente apedrejados.

Deus reagiu a isso tudo com muito furor; declarou que nenhum homem daque-la geração que saíra do Egito entraria na terra prometida, exceto Josué e Calebe. O Senhor declarou, ainda, que iriam peregrinar no deserto, durante quarenta anos, um ano para cada dia da missão dos espiões (nm ��:2�-3�). Muito tempo depois, quando Moisés estava prestes a morrer, preocupando-se com a liderança do povo, pediu um sucessor a Deus, que escolheu Josué: ... chame Josué, filho de Num, homem em quem está o Espírito, e imponha as mãos sobre ele. Ao impor as mãos sobre Josué, Moisés estaria lhe concedendo autoridade e lhe transferindo responsabilidades. Após isto, Deus pediu a Moisés que levasse Josué ao sacerdote Eleazer e a toda a comunidade e o comissionasse na presença deles; desse-lhe parte da sua autorida-de para que toda a comunidade de Israel lhe obedecesse (nm 2�:��-20).

Assim como o Senhor Deus ordenou, Moisés obedeceu, e, de modo solene e pú-blico, investiu Josué com autoridade sobre o povo, como seu sucessor. Após a morte de Moisés, coube, então, a Josué a desafiadora tarefa de conquistar a terra prome-tida. Quando isso ocorreu, ele tinha, provavelmente, �0 anos de idade.2 na leitura do primeiro capítulo do livro de Josué, temos a sensação de que, com a ausência de Moisés, todo o povo fora tomado de muita tristeza e muito desânimo. O próprio Josué se deixou abater pela perda do amigo e líder. O servo do Senhor morrera, mas havia muita coisa a ser feita. Deus, então, disse a Josué: ... dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel ( Js �:2).

A missão não seria fácil, mas Josué não estaria sozinho. Deus lhe garantiu a sua presença pessoal e constante, dizendo: Assim como estive com Moisés, estarei com você, nunca o deixarei, nunca o abandonarei. Alguém já disse que a presença de Deus é a melhor das bênçãos, porque inclui todas as outras. nada inspira mais as pessoas que a promessa e a garantia da companhia divina. Assim, todas as vezes que a empreitada é gigante e complexa, o Senhor faz questão de enfatizar àqueles que são chamados a realizá-la a garantia da sua presença (Êx 3:�2; Jr �:�; Mt 2�:2�), sem a qual ninguém pode ser bem-sucedido. As palavras animadoras de Deus continuam: Seja forte e cora-joso, porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi (...). Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde andar ( Js �:�,�,�).

Em sua missão de conquistar a terra de Canaã, Josué deveria estar o tempo todo atento à lei do Senhor. O livro da Lei do Senhor deveria ser estudado, meditado, cumprido e ensinado por Josué:

2 Ibdem.

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Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.

Quando olhamos para a história desse líder, vemos que cumpriu esse man-damento. Sua relação com a palavra de Deus era de confiança e obediência, e, certamente, era esse o segredo de suas vitórias.

Apesar da manifesta aprovação de Deus, Josué ainda não desfrutava da com-pleta confiança do povo. Ainda precisava provar que Deus estava com ele, e o primeiro teste foi a travessia do rio Jordão ( Js 3:�). Seguindo a orientação di-vina, colocou os sacerdotes para irem à frente do povo com a Arca da Aliança, que representava Deus adiante do seu povo, preparando o caminho. Quando os sacerdotes tocaram os pés nas águas, elas se partiram, formando uma grande barreira de contenção, e todo Israel, a pé enxuto, atravessou o Jordão e entrou na terra prometida: Naquele dia o Senhor exaltou Josué à vista de todo o Israel; e eles o respeitavam enquanto viveu, como tinham respeitado Moisés ( Js �:��).

Seu desafio, agora, era conquistar a fortificada Jericó, com seus enormes muros. Essa cidade era importante por seu tamanho, sua riqueza, mas era também um empecilho à entrada dos israelitas na terra prometida. Aquela batalha estava além das possibilidades humanas disponíveis. Josué precisava de ajuda, e buscou em Deus. O Senhor, então, falou-lhe como devia organizar o seu exército para tomar Jericó. Ele, um estrategista militar já experiente, ficou surpreso com as orientações que o Senhor lhe deu para o ataque: cidade rodeada, sacerdotes com trombetas tocando, e gritos! Seria isso possível? no entanto, Josué aprendera a confiar e obedecer; acatou a ordem de Deus e a cumpriu, e todos viram um grande milagre acontecer: as muralhas ruíram e Israel foi vitorioso naquele dia.

O próximo passo, então, era conquistar a pequena cidade chamada Ai. Aquela batalha parecia ser fácil demais, que nem precisava consultar ao Se-nhor. Menosprezando o inimigo, enviaram apenas três mil homens, menos de dez por cento do que podia ser enviado. Qual foi o resultado? Tiveram uma derrota humilhante; perderam vários homens ( Js �:3-�). Muito entristecido, Josué orou, buscando entender aquele fracasso, e o Senhor lhe mostrou a causa: havia pecado no meio do povo ( Js �:��). Um homem chamado Acã, na batalha contra Jericó, havia desobedecido à ordem divina e apoderou-se, indevidamente, de objetos de valor. Então, no vale Acor, Acã e sua família foram mortos e queimados com seus pertences e com os objetos roubados. Logo após, Josué e seu exército invadiram a cidade de Ai e, com uma excelen-te estratégia militar, venceram facilmente.

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Muitas outras batalhas foram enfrentadas e vencidas pelo povo de Israel. Contudo, “o êxito de Israel era sempre pelo poder do Alto, e não pelo próprio poder ou habili-dade do povo”.3 Ao final das muitas batalhas, Josué, já bem velho, reúne todo o povo, em Siló, e, ali, estabelece o santuário nacional e faz a divisão oficial das terras. Todavia, o Senhor lhes afirma: Ainda resta muita terra para conquistar ( Js �3:�). Esta afirmação divina sugere que o processo histórico de conquista de Canaã foi mais complicado do que costumamos imaginar.� A caminhada ainda prosseguia. A conquista completa e o povoamento das terras dependiam da iniciativa de cada tribo. Josué, então, aconselhou o povo a ser fiel, de modo a poder herdar o restante das terras, e o alertou sobre a ira do Senhor, caso desobedecessem aos seus mandamentos. Josué era o pastor daquele povo (nm 2�:��) e, enquanto pôde, sempre o exortou a se manter firme diante do Senhor.

O último ato público deste herói da fé encontra-se no livro de Josué 23 e 2�, quando ele reuniu todas as tribos em Siquém, a fim de fazer uma renovação da Aliança, pois, naquele momento, todos já possuíam suas terras e muitos deles estavam se esquecendo e se afastando de Deus. Josué fez lembrar aos israelitas tudo o que Senhor havia feito por eles e as promessas a seus antepassados, que estavam se cumprindo em suas vidas. Portanto, era necessário tomar uma decisão: escolher ao Senhor ou aos outros deuses pagãos. Os últimos conselhos de Josué consistiram no desafio emocionante de escolherem o Deus Todo-Poderoso, que os libertara do Egito e os introduzira naquela terra abençoada. Josué lhes mos-trou, ainda, os perigos e os riscos de servirem aos falsos deuses. Ele apelou: Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade... se, porém não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir (...). Mas eu e a minha família ser-viremos ao Senhor ( Js 2�:��-��). O povo deveria fazer uma decisão de amor, não por força, nem por obrigação, por que o amor é a base da verdadeira adoração. naquele dia, Israel escolheu servir ao Senhor.

Josué foi fiel até o fim e faleceu aos ��0 anos de idade; foi sepultado em sua própria terra ( Js 2�:2�-30). Ele deixou uma linda história a ser contada, de um homem que confiou em Deus, que nascera escravo e tivera um sonho de liberdade, tornara-se livre, herói e líder de uma grande nação.

1. Com base em Êx 17:9-10, 24:13, 33:11; Nm 13:8,16, responda: Quem era Josué e o que podemos dizer sobre sua infância e sua juventude? Qual é o significado do seu nome?

3 WILKInSOn, Bruce & BOA, Keneth. Descobrindo a Bíblia. São Paulo: Candeia, 2000, p. ��. � CHOUrAQUI, André. Os Homens da Bíblia. São Paulo: Companhia das letras, ���0, p.3�.

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2. Leia Nm 13:1,2,26-31, 14:6-9 e responda: Qual era a diferença de Josué e Calebe para os outros dez espias?

3. Após ler Js 1:8, responda: Além da missão de conquistar a terra de Canaã, que incumbência adicional recebeu Josué do Senhor Deus? Como isso se refletiu em seu ministério?

4. A vida de Josué é marcada pela obediência e pela confiança no Senhor. Comente como essas duas atitudes se manifestaram em suas vitórias: na travessia do rio Jordão (Js 3:1-17) e na conquista de Jericó (Js 6:1-21), e como foi, também, crucial para a derrota na cidade de Ai (Js 7:1-4).

II – LIÇÕES DA VIDA DE JOSUÉ

1. A vida de Josué nos ensina a importância do aprendizado.Sem dúvida, muito do que foi Josué deve-se ao aprendizado que recebeu de

Moisés, quando era o seu auxiliar. Segundo Clasen�, suas ações e qualidades evoca-vam as de seu predecessor, pois seguia as suas pegadas. Como bom aprendiz, Josué reunia, em si, muitas das atitudes exigidas para aqueles que desejam ser discípulos de Jesus (Mc �:3�; Jo �:3�): disposição a aprender, entrega, obediência, compro-misso, humildade, entre outras. Aquele que é muito maior do que Moisés disse: ... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt ��:2�).

Então, a exemplo de Josué, devemos estar prontos a aprender de nosso mestre. Outra importante fonte de aprendizado para Josué era o livro da lei do Senhor ( Js �:�), a leitura dele e a obediência aos mandamentos nele contidos foi fator determinante para o sucesso deste servo de Deus.

5. Leia o comentário e responda: De que modo a vida de Josué nos ensina a importância do aprendizado?

� CLASEn, Jaime (Editor em português). Quem é quem na Bíblia. rio de Janeiro: reader’s Digest, 200�, p. 2��.

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2. A vida de Josué nos ensina que Deus pode mudar nossa história.Ao olharmos a trajetória abençoada de Josué, devemos lembrar que ele não

teve um início fácil: nasceu sob o jugo de Faraó e, como escravo, não tinha perspectiva alguma de futuro, a não ser a espera de um milagre. E o milagre aconteceu! Pelas fortes mãos do Senhor, ele e seu povo foram libertos do Egito. Logo foi colocado como comandante do exército israelita e, tempos depois, foi escolhido pelo próprio Deus para liderar todo o Israel, na conquista de Canaã. Tornou-se, então, um herói para seu povo e saiu da posição de escravo para a de líder de uma grande nação. Assim como Deus mudou a vida deste personagem, transformando-o em um vencedor, pode mudar a nossa. não existe problema insolúvel para o nosso Deus e nem há situação que ele não possa mudar. Então, devemos agir como Josué: entregar nossa causa ao Senhor e mantermo-nos fiéis à Palavra, confiantes em suas promessas.

6. Com base em Js 1:1-9 e no comentário, responda: O que aprendemos com Josué, no que diz respeito à realização de nossos sonhos e à transformação de nossa história?

3. A vida de Josué nos ensina a importância de sermos confiantes.A palavra de Deus nos diz que os que confiam no Senhor são como o monte Sião,

que não se pode abalar, mas permanece para sempre (Sl �2�:�). Este texto expressa muito bem a vida e a obra de Josué. Entre as suas muitas qualidades, a que muito se ressaltava era a confiança no Senhor. Ele sabia que o Deus de Israel era a razão de seu sucesso, em todos os combates. Essa era a diferença entre ele e os outros dez espias de Canaã (nm �3:2�-3�). Estes, embora tivessem saído do Egito, em seus corações, não eram realmente livres; por isso, no primeiro desafio, ficaram apavo-rados; escolheram desistir e voltar atrás. Por outro lado, Josué teve uma atitude de fé, por que, em sua vida, estava o Espírito de Deus (nm 2�:��).

O crente cheio do poder de Deus é confiante, não se abala com facilidade, não desiste diante de desafios e provações, mas é ousado na fé, pronto a viver uma tra-jetória de conquistas na caminhada espiritual. Assim como Josué foi perseverante até a conquista da Terra Prometida, nós também devemos estar firmes, até nossa entrada na pátria celestial.

7. Após ler Sl 125:1; Nm 14:6-9; Js 1:6, responda: Como a vida de Josué nos ensina a importância de sermos confiantes?

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ConClusão: Josué foi exemplo, como servo de Deus e como líder. Sua vida transmite-nos fé e esperança, mostra-nos que vale a pena confiar no Senhor e obedecer a sua Palavra, porque, assim como Deus abençoou a Josué, desde a saída do Egito, até a entrada na terra prometida, também estará conosco, abençoando e cumprindo todas as suas promessas em nossas vidas.

Peçamos, portanto, ao Senhor Deus, que tenhamos a mesma firmeza de pro-pósito, perseverança, franqueza e decisão que encontramos em Josué, pois, agindo desta forma, seremos vencedores como ele foi. Assim como ele prevaleceu, diante de todos os desafios e alcançou seu principal objetivo, que era a terra que manava leite e mel, do mesmo modo, nós prevaleceremos, até a volta de Cristo, quando entraremos na Canaã celestial.

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Autor: Pr. Genilson Soares da Silva

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

212 JAneiRo 2008

RAABEUma mulher confiante

Hinos sugeridos: BJ 337 – HC 459 / BJ 74 – CC 375

tExtobásiCo:Raabe subiu ao terraço e disse a eles: — Eu sei que o SENHOR deu esta terra a vocês, os israelitas. O Deus de vocês, o SENHOR, é Deus lá em cima no céu e aqui em baixo na terra. ( Js 2:�a-�a,��b – nTLH)

intRoDuÇão: A lição de hoje gira em torno da vida de raabe, a pros-tituta cuja história é narrada nos capítulos dois e seis do livro de Josué. O que uma mulher que teve uma vida imoral pode nos ensinar? Ela pode nos ensinar o modo certo de se confiar em Deus! Parece chocante, mas é verdade. raabe é um incrível exemplo de confiança em Deus. Há, no novo Testamen-to, dois extensos, instrutivos e valiosos capítulos a respeito da fé (Hb ��; Tg 2). Em ambos capítulos, a fé autêntica é conceituada e exemplificada. Sabe quem é também citada nestes capítulos, como exemplo de fé autêntica? raa-be. Diante disso, vale a pena prestar atenção no que a Bíblia tem a nos dizer sobre a vida desta mulher.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE RAABE Por ordem de Deus, Josué assumiu o lugar e a missão de Moisés de levar o povo

para tomar posse da tão sonhada e desejada Canaã. Deus disse a Josué: Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. não era nada fácil para Josué assumir o lugar de Moisés. nunca é fácil substituir líderes notáveis e tementes a Deus. Ele, porém, não tinha razão para temer nem para tremer, pois Deus garantira a vitória: Você nunca será derrota-do. Eu estarei com você como estive com Moisés. Nunca o abandonarei. Então, depois de

Domingo, 6:Js 2:1-16Segunda, 7: Js 1:17-24Terça, 8: Js 6:22-25Quarta, 9:Mt 1:5-6Quinta, 10: Hb 11:31;Mt 24:13 Sexta, 11: Tg 2:24-26Sábado, 12: Tt 2:14; Pv 4:18

Mostrar ao estudante das Escrituras Sagradas que a confiança em Deus precisa ser afirmada, mostrada e guardada.

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ser grandemente encorajado pelo Senhor, Josué tomou as primeiras providências para a conquista da Palestina Ocidental.

no mais absoluto sigilo, Josué enviou dois homens a Jericó. Esta missão foi cui-dadosamente mantida em segredo, até mesmo dos israelitas, para que uma possível circulação de um relatório desfavorável não desanimasse o povo. Os espias deve-riam examinar bem a terra, especialmente a cidade de Jericó. Josué precisava de infor-mações detalhadas a respeito da identidade e do território do inimigo. Eles foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e pousaram ali. Muitos afirmam que raabe não era uma prostituta, mas, sim, uma estalajadeira, isto é, alguém que administra uma estalagem. Isto, porém, é muito improvável, porque a palavra hebraica traduzida por prostituta é zônah – que, normalmente, é empregada para descrever uma prostituta comum.

Mesmo tendo tomado medidas de precaução, a chegada daqueles homens à cidade de Jericó foi percebida pela população, que estava bastante vigilante. O rei foi imediatamente informado da presença dos israelitas: Eis que, esta noite, vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. Canaã, durante esse período, não possuía nenhum governo centralizado. Ao invés disso, tinha um sistema de organização política de cidades-estados. Os governantes dessas cidades são cha-mados de reis, no livro de Josué. Tão logo soube disso, ele mandou um grupo de busca à casa de raabe para prendê-los. Eles disseram: Os homens que estão na sua casa vieram para espionar toda a terra! Traga esses dois para fora!

raabe escondeu os dois israelitas, e mentiu para os homens que o rei lhe mandara, dizendo que eles já haviam ido embora. A mentira oportuna de raabe foi um pecado de fraqueza de alguém, cuja consciência estava começando a ser despertada das tre-vas do paganismo. Uma pessoa de fé desenvolvida aprende a responder sem mentir.� Ao proteger esses homens, ela estava arriscando sua própria vida. Ela não precisava fazê-lo, pois, ao que parece, eles não a ameaçavam. Pelo tipo de vida que levava, seria natural que fizesse o que fosse mais fácil e seguro para ela, e isto implicaria, à primeira vista, entregar os homens para que fossem punidos. Ela, porém, os fizera subir ao eirado e os escondera entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado ( Js 2:�).

Então, os soldados saíram em busca dos espiões, até chegarem à parte rasa do rio Jordão. Antes que os espiões dormissem, raabe foi falar com eles, e disse-lhes: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados ( Js 2:�). raabe e os demais moradores de Jericó estavam bem informados a respeito das pode-rosas intervenções de Deus. Como ele secara o Mar Vermelho, a fim de que os israelitas pudessem escapar dos feitores de escravos egípcios. Como lhes dera

� PFEIFFEr. Charles F. e HArrISOn, Evereste F. (Editores). Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista regular, ����, volume 02, p. �.

2 SPAnGLEr, Ann. & SYSWErDA, Jean. Elas: 52 mulheres da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 2003, p. �02.

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vitória na batalha contra Seom e Ogue, dois reis dos amorreus.2 Ela ainda afirma: quando ouvimos essas coisas, perdemos a coragem e todos nós f icamos com muito medo por causa de vocês ( Js 2:��a).

Após admitir que o Deus de Israel é Deus soberano, que controla os eventos celestiais e terrenos, raabe suplicou por misericórdia: Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai ( Js 2:�2a). Este seu pedido evidencia o quanto o coração daquela prostituta era amoroso. Ela não pensou apenas na sua própria sal-vação, mas se importou, também, com a salvação de seus familiares e parentes. Ela bem poderia ter proposto um acordo de livramento pessoal, ou, talvez, até mesmo ter fugido com os espias, deixando Jericó entregue à destruição. Porém, pediu pela família: Salvem o meu pai, a minha mãe, os meus irmãos e as minhas irmãs e as famílias deles. Não deixem que nos matem ( Js 2:�3 – nTLH).

Os espias prometeram à prostituta que seus familiares não seriam aniquilados, desde que ela observasse três medidas de cooperação e precaução. Ela deveria amar-rar um cordão vermelho na janela ( Js 2:��a), reunir toda a sua família dentro da casa e mantê-la ali ( Js 2:��b), e guardar segredo, quanto ao combinado com os espias ( Js 2:20). Qualquer que faltasse com a observação dessas medidas seria responsável pela sua própria morte. Depois de ouvir todas estas condições, raabe disse aos espias: Segundo as vossas palavras, assim seja ( Js 2:2�a). Assim que os despediu, raabe atou o cordão de escarlata à janela ( Js 2:2�b). Ela creu e agiu!

Os espias, então, seguindo orientações da prostituta, seguiram para as monta-nhas circunvizinhas, onde permaneceram três dias, escondidos. Enquanto isso, os soldados do rei os procuravam por toda aquela região. não conseguindo localizá-los, voltaram para Jericó. Tão logo viram que não corriam mais risco de serem presos, os dois espias voltaram para junto de Josué. Passaram para ele as informa-ções que puderam colher, sobretudo, a notícia de que o pânico se alastrava entre os habitantes de Jericó. E terminaram o relatório com uma declaração de confiança: Estamos certos de que o SENHOR nos deu toda esta terra. Todo mundo aqui está mor-rendo de medo de nós ( Js 2:2� – nTLH).

no dia seguinte, o povo partiu de Sitim para atravessar o Jordão e entrar em Ca-naã. Por uma ação de Deus, as águas do Jordão se abriram para o povo passar para outro lado. A notícia da travessia milagrosa espalhou-se rapidamente. Assim que os reis amorreus, que habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos ca-naneus que estavam ao pé do mar, ouviram dizer que o SENHOR tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passassem; desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel ( Js �:�). O Senhor estava dando a terra a Israel, e, perante a sua poderosa mão, ninguém podia resistir.

Josué estava ao pé de Jericó, a cidade cananita mais próxima de Gilgal. Podia ver as fortificadas muralhas da cidade, que, aparentemente, eram inconquistáveis. Possivelmente, imaginava como haveria de tomá-las. De repente, um visitante so-brenatural apareceu-lhe. Ele viu um homem com uma espada na mão parado na

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sua frente. Josué se aproximou rapidamente dele, perguntando: És tu dos nossos ou dos nossos adversários? Aquele homem identificou-se como sendo o príncipe do exército do Senhor. Esta visão, sem dúvida, foi um encorajamento para Josué; ser-viu para lembrar-lhe de quem seria o verdadeiro comandante naquela campanha militar. Logo depois dessa visão, disse o SENHOR a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes ( Js �:2).

Deus ordenou a Josué que fizesse os homens de guerra de Israel rodearem a cida-de, cercando-a uma vez, e isto por seis dias. Sete sacerdotes, marchando à frente da arca da aliança, levariam consigo sete trombetas. no sétimo dia, os homens rodea-riam a cidade sete vezes, os sacerdotes tocariam as trombetas e o povo todo gritaria com grande grito. Então, disse o Senhor: ... o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele ( Js �:2-�). E foi assim que se deu a queda de Jericó. Deus ordenou a Israel que destruísse totalmente a cidade e a tudo o que nela houvesse, incluindo sua popu-lação: Tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio de espada, tanto homens como mulheres, tanto meninos como velhos, também bois, ovelhas e jumentos ( Js �:2�).

raabe havia feito tudo que os espias tinham dito. O cordão vermelho estava amarrado na janela. E os seus familiares? Também estavam todos reunidos em sua casa. O clima era de apreensão e agitação, pois, a qualquer momento, Jericó seria invadida e arrasada. O povo de Israel já havia atravessado, milagrosamente, o Jordão. Os portões da cidade estavam rigorosamente fechados. ninguém saía nem entrava. raabe vivia numa casa sobre o muro de Jericó. Da janela, podia detectar qualquer movimentação externa. Foi dali que raabe notou cerca de uns quarenta mil homens de guerra armados ( Js �:�3), que marchavam uma vez ao redor da cidade. Com eles, havia outros sete que tocavam trombetas de chifre de carneiro. não se ouvia nenhuma palavra; somente o barulho das trombetas.

Por seis dias, raabe assistiu àquela mesma cena. no sétimo dia, ainda muito cedo, raabe observou aqueles homens marchando ao redor da cidade novamente. Desta vez, porém, eles não marcharam uma única vez, mas sete vezes. na sétima vez, quando as trombetas foram tocadas, ela ouviu também o povo gritando. De repente, raabe sentiu um forte tremor. Era o tremor da queda da muralha de Jericó. Dificilmente se poderia creditar uma vitória ao exército que só fez marchar em círculos e gritar. Mas foi assim que se deu a queda de Jericó. Todos subiram, entraram na cidade e a tomaram. A cena que se seguiu era horrível: pessoas e ani-mais sendo destruídos pela espada dos israelitas.

De repente, os mesmos espias que haviam sido salvos por raabe, apareceram em sua casa de novo. A missão deles fora dada por Josué: Entrai na casa da mulher prostituta e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe jurastes ( Js �:22). Eles foram e fizeram sair raabe, o seu pai, a sua mãe, os seus irmãos e o restante da família. Tiraram todas as pessoas da casa e colocaram-nas do lado de fora do acampamento israelita. Depois, incendiaram a cidade inteira e tudo o que nela havia. A história de raabe, porém, não acaba aqui. Ela viveu em Israel pelo resto de seus dias; casou-se com Salmon, que foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi

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Raabe. Boaz foi pai de Obede, e a mãe de Obede foi Rute. Obede foi pai de Jessé, que foi pai do rei Davi (Mt �:�-� – nTLH), de cuja descendência nasceu Jesus, o Messias e Salvador do mundo.

Por volta do ano �� e �� depois de Cristo, o Espírito Santo estava inspirando a produção de mais uma carta para compor o novo Testamento. O nome da carta? Hebreus. no décimo primeiro capítulo desta epístola, o Espírito Santo registra grandiosos exemplos de fé, que devem ser seguidos pelos cristãos. Dentre este exemplos, encontra-se o de raabe (Hb ��:3�), que não tinha educação judaica, herança religiosa, família piedosa, marido devoto, caráter decente. Por ter tido fé em Deus, raabe não morreu com os que tinham desobedecido a Deus! Ela foi trans-portada da raça infame para a raça eleita.

1. Leia Js 2:1 e responda: Qual era a missão dos espias enviados por Josué a Jericó e onde eles se hospedaram? Baseie-se também no comentário anterior.

2. Com base em Js 2:2-7, responda: Qual foi a reação de Raabe, quando a presença dos espias em sua casa foi denunciada?

3. Após ler Js 2:12-21, reconte, com suas palavras, a súplica eloqüente de Raabe por sua vida e pela de seus familiares?

4. Leia Js 6:22-25; Mt 1:5-6 e responda: De que modo a fé de Raabe foi grandemente recompensada por Deus?

II – LIÇÕES DA VIDA DE RAABE

1. Precisamos afirmar nossa confiança em Deus.na sua conversa com os espias, raabe fez uma declaração de fé que revela, com

clareza, o seu conhecimento acerca da pessoa e do caráter de Deus. E quanto a

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você, prezado estudante? O que você o conhece a respeito da natureza de Deus e de sua relação com o seu povo? Quais os atributos de Deus que você conhece? Você é capaz de declarar claramente o conhecimento que tem a respeito de Deus? Após pensar um pouco, diga em voz alta em que você acredita e, depois, siga o exemplo de raabe e declare, ousadamente, a sua fé a outras pessoas.

5. Por que é importante afirmar a nossa confiança em Deus? De que modo esta atitude pode nos ajudar em tempos de aflição? Leia o comentário.

2. Precisamos mostrar nossa confiança em Deus.A fé de raabe não consistia somente de declarações e de afirmações teológica

corretas e bonitas. A sua fé era cheia de boas obras. Ela escondeu de seu rei os espias de Josué; salvou a vida deles, fazendo-os sair da cidade por um caminho secreto (Tg 2:2�). Uma pessoa entra no reino de Deus somente pela fé, inde-pendentemente das obras (rm 3:2�; Gl 2:��). Deus, porém, exige e aguarda boas obras daqueles que já estão dentro do seu reino (At �:3�; Ef 2:�0; I Tm �:��; Tt 2:��; I Pe 2:2). As boas obras são uma prova da fé autêntica. Uma fé que não se mostra em obras é uma fé inútil, vazia e morta. Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta (Tg 2:2�). Uma fé sem obras não pode salvar. Deus é glorificado com as boas obras praticas por seus filhos e filhas (Mt �:��).

6. Tiago 2:26 instrui os crentes a não esquecerem que as obras são um produto importante da fé. Como os atos de Raabe demonstram essa verdade?

3. Precisamos guardar nossa confiança em Deus. raabe acreditou que a sua cidade estava definitivamente destinada à condena-

ção e à destruição. Suplicou, então, por livramento pessoal e familiar; recebeu a promessa de que ela e sua família seriam poupados, quando a cidade fosse invadida pelos soldados israelitas ( Js 2.�2-��). E foi o aconteceu. Graças a sua espera pa-ciente, raabe e a casa de seu pai, e tudo quanto tinham foram preservados! não basta conhecer as promessas divinas; é preciso esperar a sua realização, ainda que demore. Guardemos firmemente a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas (Hb �0:23 – nTLH). Que, no final da nossa vida, possamos declarar: ... combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé (II Tm �:�). Aquele que perseverar até ao fim será salvo (Mt 2�:�3).

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7. Leia Hb 10:23; Mt 24:13 e responda: O que significa guardar a confiança em Deus? O que Raabe tem a nos ensinar acerca disso?

ConClusão: A Bíblia diz: Os pecadores não têm futuro; eles são como uma luz que está se apagando (Pv 2�:20 – nTLH). O que ocorreu com os habitantes de Jericó mostra que é isso mesmo. O pecador não arrependido não tem futuro. Ele é como palha que o vento dispersa. O seu fim é terrível, frustrante, trágico e, além de tudo, definitivo e irreversível. Por outro lado, os pecadores arrependidos têm futuro. Eles são como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito (Pv �:��). O que aconteceu com raabe mostra que é isso mesmo. Garanta o seu futuro. Faça como raabe: apresente-se diante de Deus como uma pessoa falida, extremamente necessitada da graça, humilde, suplicante e, ao mes-mo tempo, cheia de fé. Valorize o seu futuro.

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Autor: Pr. José Lima de Farias Filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

319 JAneiRo 2008

SansãoUm homem vacilante

Hinos sugeridos: BJ 339 – HC 171 / BJ 306 – HC 193

tExtobásiCo:E disse: Com uma queixada de jumento um montão, outro mon-tão; com uma queixada de jumento feri mil homens. ( Jz ��:��)

intRoDuÇão:A maioria das crianças cristãs nascem ouvindo incríveis his-tórias sobre personagens bíblicos: Davi e Golias, Jonas e o grande peixe, Sansão e os filisteus. Este último é o tema do estudo de hoje. Diferentemente do que ouvimos na infância, quando os heróis nos são apresentados de uma forma um tanto lúdica, veremos que Sansão não é um exemplo bom, não é um modelo a ser seguido, ainda que tenha sido escolhido por Deus, desde a sua infância.

A história de Sansão, conforme narrada nas Escrituras Sagradas, mostra-nos que ele se transformou num homem vacilante e pecaminoso, uma pessoa que mi-grou do espiritual para o carnal. Ele foi um homem que falhou na sua missão de juiz e teve um fim terrivelmente trágico. Estudemos com atenção sua história e aprendamos a não praticar os seus erros.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE SANSÃO

Sansão, cujo nome significa “pequeno sol”, é conhecido por sua força incomum, por suas façanhas violentas, por sua performance muscular, por sua fúria incontro-lável. Poesias e canções são feitas em sua homenagem, sem, contudo, haver lem-brança de que a maioria de suas ações espelhava a sua total ausência de domínio próprio. Ele, que nasceu por volta de �0�0 a.C., deve ter dado início à sua missão de

Domingo, 13: Jz 13:1-7.24Segunda, 14: Jz 14:1-9Terça, 15: Jz 14:10-20Quarta, 16: Jz 15:1-8Quinta, 17: Jz 15:14-20Sexta, 18: Jz 16:1-22Sábado, 19: Jz16:23-31

Levar o estudante a refletir seriamente sobre a maneira como Sansão lidou com a graça de Deus e a forma vacilante como se comportou, na função de juiz de Israel, para que tenha atitudes opostas às desse personagem bíblico.

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juiz pouco tempo depois da “terrível batalha que se feriu perto de Afegue, por volta de �0�0 a.C., quando os filisteus capturaram a arca e incendiaram Silo (� Sm �)”.�

no livro de Juízes, nos capítulos �3 a ��, encontramos a história de Sansão, que viria a ser o último dos doze juízes de Israel, antes da ascensão de Samuel. Os juízes eram líderes carismáticos que Deus levantava para livrar seu povo de perigos especí-ficos, em tempos específicos. Deus levantou esse tipo de liderança, porque, Naqueles dias, não havia rei em Israel; e cada um fazia o que achava mais reto ( Jz 2�:2�). Sansão surge nesse ambiente caótico. Tudo em sua vida começou quando os israelitas volta-ram a pecar contra Deus, e, como castigo, o Senhor os entregou nas mãos dos filis-teus, por quarenta anos ( Jz �3:�). Foi nesse tempo que o Anjo do Senhor veio à es-posa de Manoá, que era estéril, e lhe garantiu um filho, advertindo-a: Não corte nunca o cabelo dele, pois ele será consagrado a Deus como nazireu desde o dia do seu nascimento. Ele vai começar a livrar o povo de Israel do poder dos filisteus ( Jz �3:� – nTLH).

O voto de nazireu é bem explicado no livro de números, capítulo �. nazireu significa “separado para Deus desde o nascimento”.2 A pessoa consagrada ao na-zireato não poderia beber vinho ou bebida alcoólica, nem comer uva ou algo de-rivado da vinha; também, não poderia cortar o cabelo e se aproximar de cadáveres (nm �:�-�). Havia outras regras a que o nazireu tinha de se submeter (cf. nm �:�-2�). Desta forma, conforme dissera o Anjo do Senhor, a mulher de Manoá deu à luz um filho e pôs nele o nome de Sansão. O menino cresceu, e o SENHOR o abençoou ( Jz �3:2� – nTLH). Já crescido, Sansão estava no campo de Dã, entre Zora e Estaol, quando começou a sentir que o Espírito do SENHOR o dirigia ( Jz �3:2� – nTLH). Ambos os versículos citados não deixam dúvidas: Sansão tinha a bênção de Deus e era dirigido pelo Espírito Santo. De tal forma o Espírito de Deus estava com ele que lhe dava força física para realizar coisas incríveis (cf. Jz ��:�,��, ��:��).

não bastasse a presença de Deus em sua vida, Sansão recebeu toda a herança tra-dicional de seus pais, quanto aos mandamentos, estatutos, juízos e princípios divinos; ele também foi, criteriosamente, treinado por seus pais, quanto ao modo de viver e ao serviço que viria a fazer para Deus ( Jz �3:�,�2-��). Em outras palavras, Sansão tinha tudo para dar certo. Mas, lamentavelmente, fracassou. na verdade, ele teve sucessos esporádicos, durante o período de vinte anos ( Jz ��:20, ��:3�); resolveu muitos pro-blemas que atingiam as tribos de Dã e Judá, ambas envolvidas diretamente em graves conflitos com os impiedosos filisteus. A propósito, a Bíblia, não nega que Sansão con-fiava em Deus (Hb ��:32-3�); mas mostra que ele não tinha essa atitude em certas ocasiões. Logo no início de sua vida adulta ele se mostrou descuidado com seu voto de nazireu, ao se aproximar de um cadáver de Leão ( Jz ��;�-�; cf. nm �:�).

Mais à frente, Sansão não hesitou em fazer um banquete como os moços cos-tumavam fazer, ou seja, com vinhos ou bebidas alcoólicas, na ocasião da festa de

� DOUGLAS, J. D. (Editor Organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida nova, ���2, p. ����.

2 GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. ���.

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seu casamento com uma filistéia ( Jz ��:�0; cf. nm �:3). Aprofundando-se na de-sobediência, Sansão quebrou o voto nazireu: ele deixou de dedicar-se exclusiva-mente a Deus e se relacionou sexualmente com uma prostituta da cidade de Gaza e com Dalila ( Jz ��:�-�). nessa etapa da vida, Sansão era fisicamente forte, mas, moralmente, fraco (cf. Jz ��:�-20, ��:�-3, ��:�-22). À semelhança de Salomão, perdeu-se entre as mulheres.

A facilidade com que Sansão eliminava até mil homens num dia ( Jz ��:20), a maneira humilhante como vencia seus adversários ( Jz ��:2-3), provavelmente, fizeram que se engrandecesse, e, portanto, se enfraquecesse espiritualmente e es-quecesse de sua sagrada missão de juiz de Israel. Ele passou a se gabar de sua força monumental: Com uma queixada de jumento um montão, outro montão; com uma queixada de jumento feri mil homens ( Jz ��:�� – Grifo nosso). Ele não diz: “A força de Deus que em mim habita feriu mil homens”, mas diz: “Eu feri mil homens!”. Certo estava Davi, quando disse: O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte (Sl ��:2).

O que vemos na vida de Sansão é a função de juiz sucumbir à força física; a missão de livrar Israel desaparecer, diante da performance humana; a essência do voto nazireu ser engolida pelo desempenho individual. Quantos cristãos, nos dias de hoje, não se deixam levar pela aparência da força e do desempenho pessoal? A força de Sansão vinha de Deus, mas ele usou a graça do Senhor para impressionar os inimigos. Com suas façanhas físicas, chamou a atenção dos filisteus para si pró-prio, ao invés de fazê-los saber que deviam temer ao Deus de Israel, de quem vinha sua colossal energia muscular. Em situação semelhante, à frente de um poderoso filisteu, Davi agiu de forma bem diferente (I Sm ��:��-��).

Desta forma, o homem que era cheio do Espírito Santo se tornou carnal, impulsivo, incontrolável, violento, vingativo. Certa vez, foi à cidade de As-quelom e matou trinta homens inocentes; tirou-lhes a roupa fina e deu-as aos rapazes que haviam respondido à sua adivinhação. Enquanto isso ocorria, sem que Sansão estivesse presente, o pai de sua esposa deu-a em casamento a outro homem ( Jz ��:�-20).

Quando Sansão voltou à cidade – sua esposa morava em Timinate e ele, pro-vavelmente, em Hebrom, segundo Jz ��:�, ��:3 –, seu sogro recusou-se a entre-gar-lhe a filha. Se, antes, já havia agido com violência gratuita, agora, encontrara uma justificativa para destilar toda a sua fúria: ele incendiou todos os campos e as plantações dos filisteus, levando pânico aos adversários. Como resultado, os filis-teus queimaram vivos sua esposa, seu sogro e toda a família. Como Sansão não era homem de diálogo nem de paz, vingou-se com uma grande matança ( Jz ��:�-�).

Sansão sucumbiu pela autoconfiança, pelo excesso de violência, pela con-cupiscência da carne; caiu nas garras da manhosa Dalila, a quem os filisteus subornaram para descobrir a fonte da força dele. não resistindo aos encantos, carícias e amores de Dalila, Sansão lhe contou que o segredo de sua força estava

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em seus cachos de cabelo. Ao revelar seu voto nazireu, Sansão rompeu a aliança com Deus. na verdade, ele sabia que sua força não vinha de seu cabelo, mas do Senhor. Desde então, retirou-se dele a sua força, mas ele não sabia ainda que já o SENHOR se tinha retirado dele ( Jz ��:��-20). Ambos os versículos mencionados não deixam dúvidas: Sansão não tinha mais a bênção de Deus, não era mais di-rigido pelo Espírito Santo. nesta vida, não pode haver tragédia maior, pois, sem Deus, nada de bom se pode fazer ( Jo ��:�).

“Sansão, os filisteus chegaram!”, gritou Dalila para um Sansão sonolento. Ele se levantou, partiu em direção aos poderosos inimigos, mas foi pego com incrível facilidade. O Senhor se fora de sua vida. A fé em Deus se esvaziara, se enfraquecera, se esfacelara, acabara. Assim como o Espírito Santo deixara Esaú, Gideão, Saul (Hb �2:��-��; Jz �:2�; I Sm ��:2�-2�), deixou Sansão. Em situação semelhante, Davi clamou a Deus: Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito (Sl ��:��). Mas Sansão não era homem de ver seus próprios defeitos; não enxergava que, sem Deus, seus braços de nada valiam. Ele confiava nos músculos, na forma física, na impostação da voz.

Com um ferro vermelho em fogo, o carrasco filisteu se aproximou de Sansão levando a peça ardente até seus olhos, que explodiram, diante do ferro em brasa; uma outra possibilidade é que tenham arrancado violentamente seus olhos. O certo mesmo é que, fraco e cego, Sansão foi levado a Gaza para o cárcere. Como escravo, foi posto para trabalhar humilhantemente, empurrando uma pesada mó, onde o trigo era moído, para alimento de seus adversários. num dos dias de festa em que os filisteus cultuavam seu deus, Dagom, trouxeram o ilustre prisioneiro para ser zombado. nesse tempo, o cabelo de Sansão já havia crescido. Ele pediu a um dos moços que o guiava para ser colocado entre as duas colunas que sus-tentavam o templo.

A casa estava cheia de homens e mulheres; também ali estavam todos os prín-cipes dos filisteus. Sobre o teto, havia uns três mil homens e mulheres, que olha-vam, enquanto Sansão os divertia ( Jz ��:2�). Então este clamou ao Senhor e disse: SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos ( Jz ��:2�). Em seguida, ele abraçou as duas colunas e fez força sobre elas, falando alto: Morra eu e os filisteus! Sansão se inclinou com toda a sua força e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida ( Jz ��:30).

Sansão foi um homem que começou bem e terminou mal. Seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, tomaram-no, subiram com ele e o sepultaram entre Zorá e Es-taol, no sepulcro de Manoá, seu pai ( Jz ��:3�). Sansão foi um homem que começou no Espírito e terminou na carne.

Estejamos atentos, para levarmos a sério esta triste história, pois, como diz a Escritura: ... tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (rm ��:�).

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1. Com base em Jz 13:1-5, explique a origem de Sansão, e, com base em Jz 13:4-5,14; Nm 6:1-6, explique o “voto nazireu”.

2. Com base em Jz 13:5b,25, responda: Além de ser homem separado pelo nazireato, Sansão foi cheio do Espírito Santo para executar que missão?

3. Com base em Jz 14:6,19, 15:14, explique os atos de Deus que demonstram sua fidelidade, no acordo que fez com Sansão.

4. Com base em Jz 14:8-10, 16:1-4, explique os atos de Sansão que demonstram sua infidelidade no acordo que fez com Deus.

5. Com base nos fatos narrados no capítulo 16 de Juízes ou no comentário,

explique as graves conseqüências da desobediência de Sansão.

II – LIÇÕES DA VIDA DE SANSÃO

1. Precisamos reagir corretamente à ação de Deus em nossa vida. Sem dúvida, o Espírito de Deus estava na vida de sansão ( Jz �3:2�-2�).

Da mesma forma, não há dúvida de que ele, pelo poder de Deus, fez proezas para proteger Israel dos inimigos (Hb ��:32-3�). Contudo, não podemos negar que Sansão vacilou, quando usou a força, que a graça de Deus lhe dera, para se vingar, e o carisma que essa graça lhe conferira, para desfrutar de prazeres pecaminosos. Atenção: não usemos o poder do Espírito Santo para ameaçar pessoas que discordam de nós ou criticam nossa conduta impura, nem usemos

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a imagem carismática, que Deus gera em nós, pelo mesmo Espírito, para atrair pessoas e envolvê-las em pecados carnais. Tais atitudes provam que a pessoa, conquanto possa fazer prodígios publicamente, na verdade, não reflete mais a obra do Espírito Santo (Gl �:22-23).

6. Com base em Is 11:12; Gl 5:22-23 e na primeira aplicação, dê exemplos práticos sobre como reagir corretamente à ação de Deus.

2. Precisamos ter uma visão de longo prazo sobre a ação de Deus em nossa vida. As atitudes vacilantes de Sansão comprovam que ele era um homem que agia

motivado por resultados imediatos, urgentes; seus atos não demonstram preocu-pação com o futuro. De fato, somente no livro de Juízes encontramos a história de Sansão. Ele ficou lá, quase que restrito ao Antigo Testamento. Fora dos capítulos �3 a �� de Juízes, seu nome não aparece em nenhum outro lugar da Bíblia, à ex-ceção de Hebreus ��:32. não é estranho que nenhum profeta, nenhum apóstolo nem Jesus o citem como exemplo? Até mesmo Jonas, o profeta desobediente, foi lembrado por Jesus (Mt �2:3�-�2, ��:�). Atenção: Há crente que pensa que suas atitudes erradas de hoje não têm conseqüências no futuro: mente com facilidade, negocia com bases mundanas, dá sempre um “jeitinho” no pecado. Contudo, a Bíblia nos alerta: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará (Gl �:�).

7. Com base em Gl 6:7 e na segunda aplicação, dê exemplos práticos sobre como o cristão pode ter uma visão de longo prazo, quanto às ações de Deus em sua vida.

3. Precisamos usar à ação de Deus em nossa vida de forma construtiva.

Sansão colheu o que semeou. Ele plantou violência? Seus adversários ma-taram sua esposa e seu sogro, torturaram-no e vazaram-lhe os olhos. Ele se entregou à prostituição? Deus lhe tirou as forças e seus inimigos o humilharam publicamente. Contudo, Sansão era teimoso: até no último dia de sua vida, que-ria vingança ( Jz ��:2�); usou o poder de Deus para se autodestruir. É evidente que Deus, em sua soberania, usou Sansão para punir os filisteus, mas jamais usou os pecados dele como meio de fazer justiça. “não teria sido melhor se ele [Sansão] tivesse sido um instrumento finamente lapidado e moldado [por Deus]

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para realizar o propósito divino para sua vida?”3 Se Deus lhe devolveu as forças, não poderia devolver-lhe a visão e a missão de juiz? Sim! Atenção: O cristão só triunfará, nesta vida e no porvir, se usar as bênçãos de Deus construtivamente. (cf. rm ��:2; I Co ��:�2,2�; II Co �0:�, �3:�0).

8. Com base na terceira aplicação, dê exemplos práticos sobre como o cristão pode usar as ações de Deus de forma construtiva.

ConClusão: Diante de uma história triste e, em certo sentido, comovente, Deus nos ensina que, sem ele, por mais forte que pareçamos ser, não passamos de vaidade (Ec �2:�). A vaidade fez de Sansão um homem fraco, cego e escravo. Mas o castigo é útil para nos humilhar. rodando o moinho pesado, Sansão teve tempo para pensar nos seus erros; voltou a orar. Apesar de sua oração ter sido motivada por vingança, “talvez mostre evidência de arrependimento, de dispo-sição para ser usado como instrumento de Deus para derrotar um povo que por tanto tempo oprimiu o seu”.� não podemos negar o fato de que “Deus ouviu suas últimas palavras, ele [Deus] falou e respondeu a sua oração, tornando-o ainda mais eficiente na morte do que fora na vida”.�

3 SPAnGLEr, Ann e WOLGEMUTH. Eles: 54 homens da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 200�, p. �3�.

� Idem, p. �3�. � Idem.

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Autor: Pr. Genilson Soares da Silva

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

426 JAneiRo 2008

AbigailUma mulher pacificadora

Hinos sugeridos: BJ 07 – CC 547 / BJ 22 – HA 146

tExtobásiCo:Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe. (I Sm 2�:3)

intRoDuÇão:Há pessoas que são especialistas em contruir muros: vivem erguendo barreiras entre aqueles com os quais convivem, com os quais trabalham, com os quais estudam, com os quais congregam. Fazem isto promovendo discór-dias, semeando contendas, espalhando fofocas, denegrindo a imagem de outro, inventando histórias. não é sem razão que, de um modo geral, tantas crises façam parte das relações humanas. Mas, hoje, vamos estudar sobre uma mulher que era especialista em construir pontes. O seu nome? Abigail. Além de linda, ela era sábia, muito sábia. Ela usou essa sabedoria para construir uma ponte entre Davi e nabal, o seu marido. Esta sua atuação pacificadora é extremamente instrutiva e edificante. Vamos aprender muito com esta mulher, cuja história está registrada no primeiro livro de Samuel (2�:2-�2).

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ABIGAIL

1) O pedido humilde: Logo depois do sepultamento de Samuel, Davi partiu e desceu de Parã, região desértica e inóspita. Desse lugar, soube que nabal estava cortando a lã das suas ovelhas, num vilarejo chamado Carmelo. Esse pecuarista, extremamente poderoso e próspero, descendente do famoso Calebe, era casado

Domingo, 20: I Sm 25:2-17Segunda, 21: I Sm 25:2:18-35Terça, 22: I Sm 25:36-38Quarta, 23: I Sm 25:39-42Quinta, 24: Pv 31:30; Mt 5:9Sexta, 25: Pv 15:1, 25:15Sábado, 26: Pv 25:11; Hb 12:14

Mostrar ao estudante da palavra de Deus, com base na história de Abigail, que os conflitos interpessoais precisam ser resolvidos com urgência, prudência e paciência.

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com Abigail, uma mulher muito linda e muito gentil. O tempo da tosquia era um tempo de mostrar hospitalidade e generosidade, quando os envolvidos eram servidos com muita comida e bebida. Sendo assim, esta era a ocasião certa para Davi pedir uma ajuda a nabal. Foi o que fez. Enviou a nabal dez homens, com o objetivo de solicitar-lhe ajuda material para suprir as necessidades daqueles que o acompanhavam.

Davi e os que o seguiam nunca tiveram contato pessoal e direto com aquele homem abastado. Mas, em outro tempo, em campo aberto, tiveram contato com aqueles que pastoreavam o seu rebanho. nessa época, Davi e o seu bando – for-mado, na maioria, por pessoas endividadas, insatisfeitas, empobrecidas – poderiam ter atacado os pastores e roubado o rebanho de nabal. Mas fizeram exatamente o contrário: foram como um muro ao redor deles, protegendo-os e ajudando-os contra possíveis ataques de ladrões violentos e animais ferozes do deserto. O pedi-do de Davi, portanto, era razoável. Ainda hoje, esta espécie de “preço de proteção” é regularmente arrecadado pelos beduínos, nas fronteiras entre as terras desérticas e as terras cultivadas.�

2) A recusa estúpida: Ao chegarem à presença de nabal, os homens enviados fizeram uma abordagem altamente diplomática, civilizada e conveniente. Fizeram exatamente conforme a orientação de Davi. não se utilizaram, em tempo algum, de mecanismos chantagistas ou ameaçadores para extorquir dinheiro e favores de na-bal. Eles simplesmente disseram: ... dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer coisa que tiveres à mão (I Sm 2�:�b). Assim que deram este recado, sentaram-se e aguardaram a resposta. Eles devem ter imaginado uma resposta igualmente educa-da e bondosa. nabal, porém, fiel ao significado do seu nome, respondeu aos polidos mensageiros de Davi de maneira altamente grosseria e insultuosa.

Apesar de possuir um nome com significado negativo – nabal significa es-tupidez e insensatez –, aquele homem poderia ter reagido de maneira positiva e agradecida, oferecendo sua bebida e sua comida àqueles homens. A pessoa não está obrigada a comportar-se negativamente, somente porque o seu nome tem um sentido negativo. O nome – quer seja “positivo”, quer seja “negativo” – não exerce influência no caráter, na conduta e no destino de uma pessoa. Se fosse assim, pessoas com “bons” nomes jamais teriam maus comportamentos e pessoas com “maus” nomes jamais teriam bons comportamentos. Tudo depende da decisão pessoal. Logo, nabal respondeu com grosseria, não por causa do “nome negativo”, mas por causa da opção pessoal.

3) O desejo vingativo: Os homens enviados retornaram e relataram a Davi que foram tratados com profundo descaso e completo desprezo por nabal. Davi ficou grandemente indignado com aquele tratamento desrespeitoso. Convocou, imedia-tamente, quatrocentos homens bem armados com afiadas espadas, para subirem

� PFEIFFEr, Charles F. e HArrISOn. Evereste F (Editores). Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista regular, ����, volume 0�, p. ��. , p. �0�.

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ao encontro daquele homem mesquinho. nabal pagou o bem de Davi com o mau. Agora, pois, Davi iria pagar o mal de nabal com o mal. nabal e toda a sua casa se-riam brutalmente assassinados por aquele exército movido pela vingança imediata. Perseguido por Saul, Davi não foi vingativo; antes, entregou tudo a Deus. no caso de nabal, porém, ficou irado, e dispôs-se a vingar-se dele. As Escrituras Sagradas condenavam abertamente esta reação rancorosa e esta atitude vingativa.

Davi sabia que o seu Deus era favorável à realização da justiça, mas contrário à manifestação da vingança. Isto estava registrado em Levítico, capítulo dezenove, versículo dezoito: Não se vingue, nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o SENHOR (Lv ��:�� – nTLH). não se podia mesmo esperar uma reação diferente daquela mostrada por nabal. Que outra reação teria um filho de Belial? A reação dele era, portanto, condizente com seu caráter autoritário e com sua natureza dominadora. Mas a reação de Davi é espantosa e assustadora. Por quê? Porque Davi tinha o Espírito do Senhor. Desde que fora ungido por Samuel, o Espírito do SEnHOr se apossara de Davi (I Sm ��:�3). Por isso, a sua reação poderia e deveria ser diferente.

4) A notícia terrível: nabal ignorou o favor de Davi e de seu grupo, mas um dos seus servos o reconheceu. Este foi às pressas até Abigail, mulher de nabal, para anunciar o ocorrido: Davi enviou do deserto uns mensageiros com saudações para o nosso patrão, mas ele os tratou mal (I Sm 2�:��b). A seguir, o mesmo servo confir-mou a bondade de Davi e dos que o seguiam: ... no entanto, eles têm sido muito bons para a gente: nunca nos incomodaram e, durante todo o tempo em que estivemos com eles nos campos, eles não roubaram nada que era nosso (I Sm 2�:�� – nTLH). Disse mais ainda: Eles nos protegeram dia e noite todo o tempo em que estivemos com eles tomando conta dos nossos rebanhos (I Sm 2�:�� – nTLH).

Logo depois, o sábio servo fez um sombrio alerta a Abigail, ao mostrar que a vida de nabal e a de todos os demais que viviam na sua casa corriam risco: ... pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está, de fato, determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa. nabal era mesmo desajuizado, pois arriscou sua vida e de toda a sua família, por conta de sua ingratidão, sua arrogância, sua prepotên-cia. O pior de tudo era que ele não permitia a ninguém lhe advertir ou lhe alertar sobre o perigo que estava correndo. O servo admitiu isso, quando disse: ... e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar (I Sm 2�:��b).

5) A decisão prudente: Abigail, depois de ser avisada do perigo a que seu marido havia exposto toda a família, apressou-se para reverter a situação. Ela, porém, agiu com extrema prudência. O momento inspirava cuidado, pois a sua missão era salvar vidas e não destruí-las. Qualquer gesto ou qualquer fala fora de lugar poria tudo a perder. Mas, além de bela, Abigail era muito sábia. O seu gesto de enviar a sua fren-te algo para Davi e sua gente comerem e beberem serviria para apaziguar aqueles homens dominados pela cólera e pela amargura. Assim que os servos dela foram, Abigail partiu, em cima do seu animal. De repente, numa curva, na descida, encontrou Davi e os seus homens, que vinham na sua direção (I Sm 2�:20 – nTLH).

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De novo, Abigail se mostrou sábia. Tão logo viu Davi, desceu do animal, pros-trou-se com o rosto em terra e pediu uma chance para lhe falar. Primeiramente, Abigail pediu perdão a Davi: Ah! Senhor meu, caia a culpa sobre mim (...) eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste (I Sm 2�:2�a,2�b). A seguir, Abigail pediu a Davi que deixasse seus inimigos com o Senhor, que os jogaria longe, como um homem que atira pedras com a sua funda (I Sm 2�:2�b). Depois, após afirmar que, no tempo certo, o Senhor poria Davi no trono de Israel, Abigail fri-sou: E, quando isso acontecer, o senhor não terá motivo para se arrepender, ou sentir re-morso por haver matado sem razão, ou por ter se vingado por si mesmo (I Sm 2�:3�a).

6) A mudança imediata:O Espírito de Deus tomou as palavras de Abigail como espada afiada de dois gumes e enterrou diretamente no coração de Davi. O valente guerreiro ficou profundamente comovido. Ele passou a pesar todos os acontecimentos, consultar a consciência, considerar o preço daquela decisão peca-minosa, pensar no futuro. Davi, então, voltou atrás no seu voto. Ele tinha dito: ... que Deus me castigue se eu não matar até o último daqueles homens antes do amanhecer! (I Sm 2�:22 – nTLH). Ele se deu conta de que aquele voto, feito impensada-mente, em momentos de desespero, baseado em raciocínios falazes e gerado pela pecaminosidade latente, não atingiria o alvo e não agradaria a Deus. Ele deveria ser anulado e quebrado. Foi o que Davi fez: recolheu a sua espada da vingança; saiu dos caminhos de destruição e miséria e transferiu-se para o caminho da paz.

O verdadeiro Davi, então, reapareceu. Ficou tão grato que louvou a Deus por aquele encontro, fruto não da casualidade, mas, sim, da providência divina: Ben-dito o SENHOR, Deus de Israel, que, hoje, te enviou ao meu encontro. Davi era um homem especial, escolhido pelo Senhor, não para lutar as próprias batalhas, mas para lutar a batalhas de seu Deus. Ele não tinha o direito de governar sobre si mesmo. Por estão razão, Deus não o deixou andar na teimosia do seu coração (Sl ��:�2). Ele enviou-lhe Abigail, mulher corajosa, temente, sensível, humilde, dis-ponível, bondosa, pacífica, para evitar que se tornasse o causador de uma chacina que mancharia a sua integridade e roubaria a sua autoridade. Diante de tão grande livramento, Davi agradeceu a Deus e a Abigail (I Sm 2�:33-3�). A mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada (Pv 3�:30b).

7) A justiça divina: Após cumprir a sua missão de paz, voltou Abigail a Nabal (I Sm 2�:3�a). Essa volta de Abigail para o marido é incrível. Ela não estava voltando para um marido generoso, carinhoso, tranqüilo, mas para um marido mesquinho, grosseiro e irascível. Abigail, porém, não o abandonou, mas retornou para ele. Ela teve a chance de fugir com Davi, mas não fugiu. Ao chegar a sua casa, Abigail se deparou com um banquete suntuoso e um marido embriagado. Ela logo notou que aquela não seria a melhor ocasião para conversar com ele, pelo que não lhe referiu ela coisa alguma, nem pouco nem muito, até ao amanhecer (I Sm 2�:3�). Pela manhã, Abigail contou a nabal tudo que havia ocorrido. Qual foi a reação de nabal? Ele teve um ataque e ficou completamente paralisado (I Sm 2�:3�b – nTLH). Dez dias após, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu (I Sm 2�:3�).

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Por que Deus deixou que nabal vivesse ainda dez dias? Por causa da sua lon-ganimidade (II Pe 3:�). Deus estava lhe dando um tempo para que mudasse o seu modo de viver, da perversidade para a santidade. Deus amava a nabal e queria muito que aquele homem perverso se convertesse do seu mau caminho (Ez ��:23, 33:��). nabal, porém, não soube aproveitar aquela oportunidade misericordiosa. Então, o Senhor o feriu de morte. Como Abigail havia dito, Deus cuidou da causa de Davi. Ao saber disso, Davi, novamente, louvou a Deus, dizendo: Ele me vingou de Nabal, que me insultou. E assim livrou este seu servo de fazer o mal. O SENHOR castigou Nabal por sua maldade (I Sm 2�:3�a – nTLH). Depois disso, mandou Davi falar a Abigail que desejava tomá-la por mulher (I Sm 2�:3�b). Abigail aceitou e se apressou em partir para junto dele (I Sm 2�:�0-�2).

1. Leia I Sm 25:2-11 e responda: De que modo Nabal respondeu ao educado pedido de Davi? O que esta resposta revela sobre o caráter daquele homem?

2. Leia I Sm 25:9-13 e responda: Qual foi a reação de Davi, ao saber da resposta de Nabal? O que havia de errado nesta reação?

3. Leia I Sm 25:14-31 e responda: Ao saber da reação irada de Davi, como se portou Abigail? Comente sobre a prudência dela.

4. Leia I Sm 25:32-39 e responda: Abigail foi bem sucedida na sua ação pacificadora? Como a justiça divina se manifestou na vida de Abigail e de Davi?

II – LIÇÕES DA VIDA DE ABIGAIL

1. Procuremos resolver os conflitos interpessoais com urgência. O senso de urgência de Abigail fica evidente na narrativa (I Sm 2�:��,23,3�).

Assim que soube, pelo seu servo, das resoluções do coração de Davi, Abigail apres-

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sou-se para apaziguá-lo e pacificá-lo. Uma tragédia foi evitada! Talvez você co-nheça alguém que tenha resolvido nunca mais pôr os pés na igreja, que tenha resolvido abandonar o cônjuge, que tenha resolvido vingar-se de alguém, que te-nha resolvido entregar-se às aventuras da carne, jogar fora toda a herança cristã adquirida até agora. não fique inerte e imóvel diante disso. Mova-se! não seja vagaroso! Trilhe, agora, o caminho da pacificação. Inicie-se na arte de pacificar as relações conflitantes. Deus pode usar você para ajudar alguém a revogar uma decisão tomada, que irá trazer remorso, angústia, tristeza. Bem-aventurados os pa-cificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt �:�).

5. O que significa resolver os conflitos interpessoais com urgência? O que Abigail pode nos ensinar a esse respeito? Leia a primeira aplicação.

2. Procuremos resolver os conflitos interpessoais com prudência. Abigail não tinha somente senso de urgência, mas tinha também senso de pru-

dência. A sua prudência pode ser vista, principalmente, no seu jeito de falar. Seis vezes chamou a si mesma de “tua serva” (I Sm 2�:2�,2�,2�,3�,��), e oito vezes chamou a Davi de “meu senhor” (I Sm 2�:2�-2�,3�,��). A sua fala era humilde e tranqüila. não havia ira em sua fala. Que aula de prudência! não foi à toa que Davi a louvou. Há pessoas que não sabem falar sem elevar o tom da voz. Assim foram criados: obedeciam no grito; agora, também, tudo se resolve no grito. Às ve-zes, até nas igrejas é assim: tudo é gritado. Vence quem fala mais e alto. Há alguns cujas palavras são como pontas de espada (Pv �2:��). Todavia, o falar prudente evita uma sucessão de erros que podem aumentar ainda mais o conflito. Por meio da prudência conserta-se o conflito.

6. Que lições de prudência podemos aprender com Abigail? Por que a prudência é essencial na resolução de conflitos interpessoais? Recorra à segunda aplicação.

3. Procuremos resolver os conflitos interpessoais com paciência.na hora em que ouviu dizer que Davi queria matar o seu marido, Abigail

poderia ter dito: “Pode matar o meu marido. É o que ele merece”. Mas não disse. Ela deixou Deus fazer a justiça na hora certa e do modo certo! Por favor, preste atenção: sempre que você perceber que não pode fazer mais nada, espere pelo Senhor: A pessoa de mau gênio sempre causa problemas, mas a que tem paciência traz

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a paz (Pv ��:�� – nTLH). Só Deus pode gerar justiça, e ele nos convida a sermos seus parceiros, no que se refere a causas que nos envolvem (I Sm 2�:3) ou que en-volvem outras pessoas (I Sm 2�:2�). Coloque a injustiça sofrida diante de Deus, que a tomará como uma causa dele. Deixe-se instruir por ele sobre os caminhos a serem seguidos (I Sm 2�:2�). Quando você faz o que é certo, Deus cuida de encaminhar as situações da melhor forma (I Sm 2�:3�-3�). Sendo o caminho dos homens agradável ao SENHOR, este reconcilia com eles os seus inimigos (Pv ��:�).

7. A falta de paciência na resolução de conflitos interpessoais pode levar-nos a fazer nossa própria justiça? Explique com base na terceira aplicação.

ConClusão: Deus quer que você seja um pacificador, ou seja, alguém que atua restaurando e fortalecendo relacionamentos. Antes, porém, de agir numa situação conflituosa, ore a Deus, pedindo a sabedoria do alto, que é pacífica (Tg 3:��). Peça-lhe autocontrole para neutralizar a gritaria, com pa-lavras suaves; para responder às ameaças, com tranqüilidade; para falar cla-ramente, sem usar de sarcasmo; para não utilizar intrigas; para não ser um permanente alimentador de fofocas e não fomentar contendas; para ser um melhor ouvinte e um melhor observador.

Seja um pacificador ativo; construa pontes de aproximação. O pacífico deseja a paz, mas o pacificador promove a paz, encoraja à reconciliação, e estabelece o en-tendimento. Valorize os relacionamentos e esforce-se, ao máximo, para mantê-los em paz (rm �2:��; Ef �:3).

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Autor: Pr. Valdeci Nunes de Oliveira

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

52 FeVeReiRo 2008

gEAZIUm homem mudado

Hinos sugeridos: BJ 104 – HC 303 / BJ 56 – HC 111

tExtobásiCo:Era isto ocasião para tomares prata, e para tomares vestidos, e olivais, e vinhas, e ovelhas e bois e servos e servas? (II rs �:2�).

intRoDuÇão:É nos capítulos �-� do segundo livro dos reis que vamos encontrar as informações que marcaram a presença de Geazi, como personagem da história do antigo povo de Deus. Embora conhecido como “o moço de Eli-seu”, Geazi é mencionado nesse trecho das Escrituras, pelo próprio nome, pelo menos doze vezes (cf. II rs �:�2,��,2�,2�,2�,3�, �:20,2�,2�, �:�). O significado do seu nome, em hebraico, é negador ou diminuidor. O que vemos na pessoa de Geazi é uma espécie de satélite que brilha sob o reflexo de uma luz maior que era o profeta Eliseu, a quem servia.

Como crente, Geazi demonstrou fraquezas, por mais de uma vez, mas nem todas as suas ações foram marcadas por fragilidades. Analisando o seu modo de proceder, em circunstâncias diferentes, percebemos que errou e acertou, como acontece com qualquer discípulo em processo de aprendizagem. no seu caso, porém, contou com uma grande vantagem: Era acompanhado por um homem de muita fé e suficien-temente amadurecido para reorientá-lo. O presente estudo, portanto, tem como propósito apreciar o modo de agir de Geazi, na busca de alguma lição prática.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE GEAZI

Geazi, o moço de Eliseu: Ao falarmos de Geazi, não podemos deixar de falar a respeito de Eliseu, a quem Geazi chamava de senhor, pois a história de um está

Domingo, 27: II Rs 4:8-17Segunda, 28: II Rs 4:17-37Terça, 29: II Rs 5:20-27Quarta, 30: II Rs 6;8-17Quinta, 31: II Rs 8:1-5Sexta, 1º de fevereiro: Rm 12:2Sábado, 2: Jo15:14; Pv 21-26

Mostrar ao estudante que até as pessoas crentes e bem intencionadas podem cometer erros grosseiros, se não estiverem atentas aos ensinos do grande Mestre, Jesus.

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intimamente ligada à do outro. Em I rs ��:��-2�, encontramos algumas informa-ções sobre Eliseu. nesse texto da Escritura, está escrito que Eliseu era um lavrador, filho de Safate, e, no momento em que foi chamado para o exercício do ministério profético, estava lavrando a terra. Tão entusiasmado ficou com o chamado divino que pediu apenas para ir beijar e se despedir de seus pais. Feito isto, tomou uma das juntas de bois com que estava arando a terra, matou-a e, com a aparelhagem que utilizava no serviço, cozeu as carnes e as deu ao povo; em seguida, acompa-nhou a Elias, por intermédio de quem foi chamado. Depois disto, é só no capítulo 2 do segundo livro dos reis que temos a continuação de sua história. Por esse tempo, havia, em Israel, uma escola de profetas dirigida por Elias, da qual Eliseu devia ser um dos estudantes. Com o arrebatamento de Elias, Eliseu passou a ser o seu sucessor (II rs 2:�-��).

Geazi entra em cena: reconhecido como um santo homem de Deus, Eliseu foi alvo da benevolência de um casal de Suném, que lhe construiu um aposento, nos fundos de sua casa, para que, de passagem por Suném, ali se hospedasse. Cons-trangido com a atitude daquele casal, Eliseu propôs, em seu coração, recompen-sá-lo. É aqui que Geazi entra em cena, pela primeira vez. Eliseu se utilizou dele como mensageiro, para chamar a mulher que lhe fizera tal cortesia, com a seguinte missão: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei ou ao chefe do exército? E dissera ela: Eu habito no meio do meu povo (II rs �:�2-�3). Com estas palavras, a mulher deu a entender que, no momento, não precisava de favores. Mas Eliseu insistia em gratificá-la. Então inquiriu de Geazi: Que se há de fazer, pois por ela? E Geazi disse: Ora, ela não tem filho e seu marido é velho (II rs �:��). E, assim falando, Geazi estava sugerindo que Eliseu intercedesse junto a Deus para que este desse um filho àquela mulher. O profeta acatou a sugestão e, certo de que Deus honraria a sua palavra, prometeu: A este tempo determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um filho (...) E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseu lhe dissera (II rs �:��-��).

Fatos aos quais o nome de Geazi aparece associado: A esta altura do nosso estudo, observamos que, para conhecermos bem uma pessoa, precisamos analisar o seu modo de proceder em situações diferentes. Portanto se quisermos conhecer bem quem era Geazi, precisamos analisar o seu modo de agir em circunstâncias diferentes. Os episódios descritos nos capítulos �-� do segundo livro dos reis, nos quais o nome de Geazi é mencionado, dão-nos uma idéia dos altos e baixos verificados no desenvolvimento do caráter desse homem. Os referidos episódios aconteceram (a) quando sugeriu uma recompensa à mulher sunamita; (b) por ocasião da morte do filho da sunamita; (c) quando ambicionou para si os pre-sentes que Eliseu havia recusado de naamã, o general sírio; (d) quando temeu os exércitos do rei da Síria, no cerco da cidade de Dotã; (e) e quando narrou, perante o rei Jorão, os feitos de Elizeu (II rs �:�2-��, �:20-2�, �:��-��, �:2-�). Analisemos mais de perto sua conduta.

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a) Quando sugeriu uma recompensa à mulher sunamita: Como dissemos an-teriormente, Geazi foi a pessoa a quem Eliseu consultou sobre o que deveria fazer para retribuir à mulher sunamita a cortesia que lhe fizera. Embora Geazi fosse ainda um jovem, deu a Eliseu uma prova de que era inteligente, pois, consideran-do que a mulher não tinha filhos, concluiu que nenhuma dádiva seria melhor que esta. Ele estava atendendo a um dos mais fortes desejos de uma mulher hebréia, que era o de ter um filho. Então, sugeriu a Eliseu que intercedesse junto a Deus pela concessão de um filho àquela mulher. Eliseu acatou a sugestão, Deus ouviu o pedido, e, no tempo determinado, a mulher deu à luz um filho.

b) Quando o menino da sunamita faleceu: O filho que Deus concedeu à mulher sunamita, através da intercessão de Eliseu, estando ainda pequeno, veio a sofrer uma forte dor de cabeça e a morrer. Eliseu e Geazi estavam no monte Carmelo, quando foram avisados da morte do menino. Provavelmente, o profeta estava muito ocupado, pois sua decisão inicial fora a de mandar Geazi em seu lugar. Isso demonstra que este era uma pessoa da confiança de Eliseu. Depois de ter dado todas as instruções sobre como Geazi devia proceder, disse-lhe:

Cinge os teus lombos, e toma o meu bordão na tua mão, e vai. Se encontrares alguém não o saúdes, e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino. Porém disse a mãe do menino: Vive o Senhor e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou e a seguiu. E Geazi passou adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentido. E voltou a encontrar-se com ele, e lhe trouxe aviso, dizendo: “Não despertou o menino” (II rs �:2�-3�).

Coube, pois, a Eliseu ressuscitá-lo. Depois disso, o profeta chamou Geazi e o encarregou de dar à mãe do menino a notícia de que o filho dela vivia.

c) Quando cobiçou os presentes do general Naamã: Esta, talvez, tenha sido a maior demonstração de fraqueza revelada por Geazi. naamã, general sírio, havia sido informado, através de uma escrava israelita, que, se fosse à terra de Israel, o homem de Deus (Eliseu), que estava em Samaria, o curaria de sua lepra. naamã acreditou no que ouviu e, motivado pela esperança de ser curado, formou uma grande comitiva e foi a Samaria, levando muitos presentes a Eliseu, caso fosse curado. Chegando a Israel, obedeceu aos procedimentos determinados pelo homem de Deus e, ao fazê-lo, ficou completamente cura-do. Contudo, quando ofereceu os presentes a Eliseu, este os rejeitou, por não achar que fosse uma boa ocasião para fazer isso. Então naamã retornou a seu país, levando de volta todos os presentes. Inconformado com a atitude de seu senhor e querendo tirar proveito da situação, Geazi decidiu ir atrás de naamã e solicitar dele alguns dos presentes que havia trazido, dando a entender que Eliseu havia mudado de opinião.

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Ao alcançar naamã, esta foi a história de Geazi:

Meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois mancebos dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de vestidos. E disse Naamã: Sê servido toma dois talentos. E instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vesti-dos, e pô-las sobre dois dos seus moços, os quais os levaram diante dele. E, chegando ele à altura, tomou-os das suas mãos, e os depositou em casa; e despediu aqueles homens e foram-se (II rs �:22-2�).

Para isso, Geazi teve de mentir duas vezes: a naamã e a Eliseu, pois, quando este o inquiriu: Donde vens, Geazi, ele respondeu: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte (II rs �:2�). Agindo assim, Geazi contrariou a vontade de seu mestre e os prin-cípios que regiam a conduta dele. Bem mais tarde, Paulo, numa atitude de reprovação a procedimentos tais como o de Geazi, diz: De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestido (At 20:33). Portanto, ao mentir e ambicionar para si os presentes que já haviam sido recusados por Eliseu, Geazi foi repreendido e castigado. A lepra que, antes, estava em naamã, se transferiu para ele (II rs �:2�-2�). Os fatos mostram que se recuperou da lepra e do seu desvio de conduta, pois continuou servindo a Eliseu como dantes fazia.

d) Quando se intimidou perante o exército do rei da Síria: Quando o rei da Síria cercou a cidade de Dotã, ao saber que Eliseu estava nela, Geazi se levantou bem cedo naquele dia e, vendo a cidade cercada, exclamou:

Ai, meu senhor, que faremos? E ele [Eliseu] disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. E orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu (II rs �:��-��).

não podemos deixar de reconhecer que esta foi mais uma demonstração de fra-queza de Geazi. Mas quem de nós, estando com a visão dele, não sentiria o mesmo? Há situações na vida do crente que, se não forem encaradas com fé, ou seja, com vi-são espiritual, podem causar preocupação e medo. Quando Geazi percebeu que não estavam sozinhos, e que mais eram aqueles que estavam com eles do que os que esta-vam com os seus inimigos, com certeza, se sentiu seguro, fortalecido e encorajado.

e) Quando relatou, perante o rei Jorão, os feitos de Eliseu: Algum tempo depois de Eliseu ter ressuscitado o filho daquela mulher, o Senhor lhe revelou que mandaria sobre Israel uma grande seca, e que esta se estenderia por sete anos. Então, aconselhada pelo profeta, aquela mulher viu-se obrigada a ir peregrinar na terra dos filisteus, tendo lá ficado por todo o tempo que durou a seca. Ao cabo desse tempo e, melhorada a situação em sua terra de origem, ela decidiu voltar. Ao chegar, constatou que tinham se apoderado indevidamente de sua casa e de suas terras. Certo dia, estando Geazi, a pedido do rei Jorão, a relatar os feitos de

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Eliseu, incluiu, em seu relato, a ressurreição do filho daquela mulher. Coinciden-temente, naquele mesmo dia, a mulher, cujo filho fora ressuscitado por Eliseu, compareceu perante o rei para reclamar a reintegração de posse de sua casa e de suas terras, e Geazi a reconheceu. Então, apontando para a mulher, disse: Ó rei meu senhor, esta é a mulher e este é o seu filho a quem Eliseu vivificou (II rs �:�). Depois de se certificar da veracidade de suas palavras, o rei determinou que todos os bens daquela mulher lhe fossem restituídos (II rs �:�-�).

1. Leia II Rs 4:12a, 5:20a, a introdução e responda: Quem foi Geazi?

2. Leia o comentário e sintetize sua resposta: Que relação havia entre Geazi e Eliseu?

3. Em que situações o nome de Geazi aparece no cenário bíblico? Reflita sobre cada uma das situações descritas nas letras: a, b, c, d, e (II Rs 4:12-14, 5:20-24, 6:15-17, 8:2-5).

II – LIÇÕES DA VIDA DE GEAZI

1. Como Geazi, precisamos passar por um processo de aprendizagem. Geazi era um discípulo de Eliseu e, como tal, deveria estar permanentemente

atento às ordens recebidas de seu senhor. não é seguro e nem confiável, especial-mente no início de qualquer processo de aprendizagem, o discípulo agir por ini-ciativa própria, sem a supervisão de seu mestre. nessa fase, o discípulo ainda está muito inseguro e, por isso, pode cometer muitos enganos. É preciso muito cuidado para que as coisas aconteçam da maneira como foram estabelecidas. Um pequeno descuido, em muitos casos, pode resultar em erros irreparáveis.

Precisamos aceitar o fato de que, quando estamos sendo discipulados, quando es-tamos em fase inicial de aprendizagem, somos como um bebê espiritual em formação. Devemos fazer apenas aquilo que o nosso mestre manda ou em acordo com ele, por-que ainda não estamos preparados para agir por conta própria; isto só vai acontecer

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bem depois. Contudo, Geazi agiu impelido pelo seu próprio impulso. A despeito disto, porém, ele superou sua fraqueza e acabou sendo bem-sucedido no seu aprendi-zado, porque continuou como assistente de Eliseu. Isso, com certeza, não teria acon-tecido sem uma significativa mudança em sua vida. Que tenhamos esse progresso.

4. Leia o comentário referente à primeira aplicação e responda: O que somente deve fazer o discípulo, em início de processo de aprendizagem? (Jo 15:14)

2. Como Geazi, busquemos a ajuda e a compreensão de um bom orientador. O papel de Geazi era o de um estagiário ou discipulando, sob acompanhamen-

to. Tudo que lhe fosse ensinado, na teoria ou na prática, com certeza, se refletiria em sua formação. na maioria dos casos, o sucesso de um estagiário ou discipulan-do vai depender da forma como é orientado e quando é orientado. não duvidamos da forma de orientação dada a Geazi por Eliseu. Este foi chamado de “o santo homem de Deus”. no Antigo Testamento, Eliseu foi o profeta que mais realizou milagres. Ele foi um homem de muita fé em Deus.

A atitude ambiciosa demonstrada por Geazi não foi por falta de ensinamentos; com certeza, ele os recebeu na medida certa. O erro de Geazi consistiu em fazer algo sem ter consultado o seu mestre, como quando desejou para si os presentes do general Sírio, mostrando-se ambicioso (II rs �:2�-2�). O próprio Eliseu, ao re-preendê-lo, mostrou que o momento e a forma como agiu não foram apropriados, ou melhor, foram de todo condenáveis (II rs �:2�-2�). Porém, Eliseu foi tolerante e compreensivo para com o seu servo.

Busque, estudante, se cercar de pessoas capazes de orientar bem a sua vida! Felizes são aqueles discípulos que podem contar com um mestre como foi Eliseu para Geazi.

5. Leia o comentário referente à segunda aplicação e responda: Como um bom

discipulador, que fez Eliseu para reorientar Geazi, quando este mentiu e tentou enganá-lo? (II Rs 5:25-26).

3. Diferentemente de Geazi, tenhamos cuidado para não irmos além do que nos foi ensinado. Enquanto Geazi fez apenas o que lhe mandara o seu senhor, tudo foi muito

bem. O próprio Eliseu chegou ao ponto de ser influenciado por ele, como no caso da sugestão que deu para gratificar a mulher sunamita (II rs �:��-��). Era tão

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grande a confiança que Eliseu depositava em Geazi que o mandou cumprir a qua-se impossível missão de ressuscitar um morto (II rs �:2�). Quando Geazi relatou ao rei Jorão os feitos de Eliseu, foi tão persuasivo e convincente que acabou in-fluenciando na decisão do rei Jorão, em favor da mulher sunamita (II rs �:�-�).

Geazi foi um jovem com virtudes e defeitos como acontece com todos os outros. Desta forma, não é seguro para o jovem de hoje, agir contrariando a orientação dada pelos mais velhos e mais experientes, principalmente se está em fase inicial de aprendiza-gem. Só depois de um bom período de aprendizado é que o discípulo pode, aos poucos, ir se libertando da tutela de seu mestre. A grande vantagem de Geazi foi ter contado com um discipulador compreensivo, tolerante e perdoador, pois, com certeza, isso contribuiu para mudar o rumo das coisas, com o passar do tempo. Geazi foi restaurado, felizmente. A prova que temos disto está no fato de ter ele continuado como assistente de Elizeu.

6. Leia o comentário referente à terceira aplicação e responda: O que aconteceu a Geazi, quando agiu por conta própria, contrariando o que lhe havia ensinado o seu mestre? (II Rs 5:25-27).

7. Há alguma indicação de que Geazi foi curado da lepra e também do caráter? Explique.

ConClusão: na análise que fizemos sobre Geazi, concluímos ter sido ele um jovem como qualquer outro, com virtudes e defeitos. Se o julgarmos como digno de censura, com base em um único episódio de sua vida, poderemos cometer uma injustiça, pois há, na conduta daquele jovem, aspectos positivos que precisam ser levados em conta. Há, na igreja, muitos jovens impetuosos, que, no afã de realizar determinadas coisas, acabam fugindo aos padrões de comportamento recomen-dados. Porém, o que esses jovens mais precisam é de líderes que os orientem, que saibam trabalhar os seus pontos fracos, que sejam tolerantes e pacientes. Elizeu cumpriu muito bem o papel que lhe coube, no tocante a Geazi. Como prova disso, este continuou sendo o servidor de Eliseu.

Todos nós somos discípulos, e o Senhor Jesus Cristo é o nosso grande Mestre e Senhor. Diante dele temos cometido muitas falhas; se não fosse a sua misericórdia, há muito que teríamos perecido. Mas ele tem sido compreensivo e perdoador. Tem nos dado novas chances e é por isso que temos permanecido de pé em sua presença até agora. Que o Senhor nos faça servos submissos e obedientes, mas que seja tam-bém misericordioso para conosco, quando surpreendidos em alguma fraqueza.

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44 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2008

Autora: Dsa. Vilma Pimentel de Oliveira

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

69 FeVeReiRo 2008

MartaUma mulher atarefada

Hinos sugeridos: BJ 103 – HC 151 / BJ 48 – CC 306

tExtobásiCo:E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lc �0: ��-�2)

intRoDuÇão:Jesus tinha por costume percorrer as aldeias da Galiléia e da Judéia com os seus discípulos. nessas viagens, ele se aproximava das pessoas com quem se encontrava e interagia com elas, procurando comunicar-lhes quem era e a sua Missão na terra. Seu desejo era ser recebido por todos com quem se comunicava, convidando-os a ter um relacionamento íntimo com ele. numa certa viagem, ele entrou em uma aldeia chamada Betânia, distante quase uns “quinze estádios” de Jerusalém ( Jo ��:��), sendo isso, na nossa medida, aproxi-madamente, uns 2,� km. Ali, foi hospedado por Marta, uma mulher judia, que morava com seus dois irmãos, Maria e Lázaro ( Jo ��:�). Os três se tornaram amigos amados de Jesus ( Jo ��:�). Após aquele dia, Marta aprendeu com Jesus a administrar suas prioridades, pois a ocupação frenética e exaustiva a que se submetia afetava seus relacionamentos pessoais.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE MARTA

A pouca distância de Jerusalém, do outro lado do Monte das Oliveiras, está Betânia, um pequeno povoado, rodeado de tamareiras. Aliás, seu nome quer dizer isso mesmo: terra das tâmaras. Esta cidade encontrava-se na encosta L do monte das Oliveiras, num antigo acesso a Jerusalém, vindo de Jericó e do Jordão (Mc

Domingo, 3: Lc 10:38-42Segunda, 4: Jo 11:1-27Terça, 5: Jo 11:28-46Quarta, 6: Jo 12:1-8Quinta, 7: Hb 13:2; Rm 12;13Sexta, 8: Fp 2:13-16Sábado, 9: Hb 11;6; Rm 10:17

Mostrar a necessidade de separar tempo para estar com Deus, mesmo nos dias atuais, em que múltiplas ocupações materiais, sociais e virtuais preenchem nosso tempo.

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�0:��, ��:�; Lc ��:2�). Atualmente, o local é assinalado pela pequena aldeia de el-’Azariyeh (El ‘Eizariya), nome árabe que significa “o Lugar de Lázaro”. Devido à hospitalidade de Marta e seus irmãos, Betânia poderia ser chamada de o lar de Jesus na Judéia, assim como Cafarnaum era seu lar na Galiléia (Mc 2:�).

Aquela mulher hospedou Jesus e seus discípulos em sua casa, quando eles pas-savam por lá. O grupo vinha de longas viagens, cansado, faminto. não era qual-quer comidinha que satisfaria seu apetite, e isto deixou Marta bastante atarefada, pois era uma mulher muito responsável pela boa ordem e pelo conforto do seu lar. Como boa cozinheira, esmerava-se em preparar pratos variados para receber os convidados e andava distraída em muitos serviços (Lc �0:�0). Marta e sua irmã, Ma-ria, possuíam temperamentos bem diferentes; enquanto Marta era preocupada com detalhes, Maria era mais despreocupada e desprendida dos afazeres domésticos. Enquanto Marta se agitava, Maria, calmamente, ficava assentada aos pés do Se-nhor, ouvindo-o (Lc �0:3�). Esta maneira de agir de Maria irritou Marta, porque esta percebeu que Jesus observava tudo o que acontecia; então ela o censurou, para que ele mandasse Maria ajudá-la (Lc �0:�0).

Jesus não chamou Marta à atenção porque achasse errado que ela se preparasse para receber hóspedes, ou desempenhasse suas tarefas domésticas; ele lhe chamou a atenção para o fato de ela se desgastar tanto em sua ocupação e se exasperar com sua irmã. Marta faria muito melhor em preparar menos coisas e reservar um tempo para estar com ele, pois ele logo iria embora. A intenção do Mestre não era fazer comparações desagradáveis entre as duas, mas conscientizar Marta de que ela não precisava se preocupar tanto, nem ter expectativas exageradas com seu desempenho de hospedeira, para que pudesse aproveitar a chance de fazer o que realmente era necessário: ouvir a sua palavra (Lc �0:��-�2).

Apesar de estar “distraída”, Marta também amava e ouvia Jesus, tan-to que tinha profundidade espiritual suficiente para saber que ele tinha poder para operar milagres e curar enfermos. O evangelho de João relata que, quando o irmão de Marta e Maria ficou muito doente, ambas enviaram uma mensagem para Jesus, solicitando-lhe que fosse à casa delas, com urgência ( Jo ��:3). Ao saber do fato, Jesus disse que aquela doença de seu amigo não seria para a morte, mas, sim, para a glória de Deus. Jesus ficou ainda dois dia onde estava. Lázaro, de fato, morreu. E quando Jesus, finalmente, chegou ao lugar onde seu amigo estaria, já não havia tempo para que ele pudesse ser curado.

Quando soube que Jesus estava chegando, Marta foi a primeira a correr ao seu encontro, e a sua maior prova de fé no poder de Jesus está expressa em suas palavras: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão ( Jo ��:20,2�). Marta sabia do grande amor de Jesus por Lázaro. Por isso, não questionou a demora dele, mas, por trás das palavras dela, está uma pequena dúvida: “Por que o Senhor não viera a tempo”? Como Marta, nós, às vezes, gostaríamos de perguntar a Deus: “Por que o Senhor não curou?”; “por que o Senhor não deu mais tempo?”; “por que o Senhor deixou essa pessoa tão querida morrer?”.

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Como muitos de nós, Marta, apesar das dúvidas e da falta de entendimento, ainda tinha fé. Ela expressou essa fé quando disse isto a Jesus: ... sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá ( Jo ��:22). Ela acreditava em Jesus e a sua fé era grande, mas, como todo cristão, Marta não chegava aonde de-veria. Por querer que a sua fé aumentasse, Jesus levou a conversa com Marta mais adiante: Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Aqui, ele não estava se referindo àquela ressurreição que ocorrerá por ocasião da sua segunda vinda. Mas Marta pensou que se tratasse da ressurreição do último dia. Ela disse para Jesus: Eu sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.

Ainda havia algo em que ela não era capaz de acreditar. Marta, como muitos judeus daquela época, cria na ressurreição do último dia. Mas Jesus a surpreendeu com uma declaração chocante: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente ( Jo ��:2�-2�). Essa declaração implica que a ressurreição não é algo apenas teórico, para daqui a centenas de anos; é centralizada e realizada numa pessoa, Cristo, que, aqui, se declara a própria ressurreição. É por isso que a sua pergunta, de apenas duas palavras, é tão carregada de sentido: Crês isto?.

Poderíamos supor que ele queria que Marta, além de crer nas promessas de coi-sas maravilhosas, para dali a séculos, em conceitos, idéias, cresse que, através dele, Deus poderia ressuscitar Lázaro, naquele momento. Essas não são as palavras de um amigo qualquer; são as palavras de Deus. Só ele pode dizer algo assim. Embora Marta tenha afirmado crer que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo, o que ela falou dá-nos a entender que sua fé se limitava a este ponto: Jesus poderia curar Lázaro, mas não o ressuscitaria naquela hora ( Jo ��:22,23,2�).

Então, ela, secretamente, mandou chamar Maria. Sem explicar o que estava ocor-rendo, Maria levantou-se depressa e foi ter com ele ( Jo ��:2�). Os seus amigos judeus a acompanharam também. Diante de Jesus, ele se prostrou e disse o mesmo que sua irmã havia dito: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido ( Jo ��:32). Ao ver o choro de Maria e dos demais, Jesus ficou profundamente comovido e an-gustiado. A caminho do túmulo de Lázaro, ele irrompeu em lágrimas. Por ser sensí-vel e solidário à angústia e à tristeza humana, Jesus chorou com os que choravam. Os que o observavam se admiraram, dizendo: Vede quanto o amava ( Jo ��:3�).

Jesus solicitou a Marta que o levasse ao sepulcro. Em frente ao túmulo, havia um ambiente de tristeza, desapontamento e angústia ( Jo ��:32,33), mas a presen-ça de Jesus ali é algo perturbador. naquele lugar, estava presente a própria vida. neste instante, Jesus pediu que fosse removida a pedra que tampava o sepulcro ( Jo ��.3�a). Marta tentou argumentar com Jesus, dizendo-lhe que o corpo de seu irmão já estava em estado de decomposição e, por isso, já cheirava mal. Era como se ela dissesse: “O Senhor chegou tarde, agora nos poupe de tal situação, pois isto nos seria incômodo! Deixe-o lá; agora já não pode fazer nada!” Só que, com Jesus, as argumentações mais racionais são sempre rebatidas pela sua palavra vivificadora. Ele, então, respondeu: Não te hei dito que se creres verás a glória de Deus? ( Jo ��:�0).

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As pessoas devem ter ficado atônitas e curiosas, pois não entendiam o moti-vo de Jesus estar fazendo tudo aquilo. Elas simplesmente não criam que algo de extraordinário poderia acontecer; não sabiam que estavam diante do Príncipe da Vida, que já havia declarado: Eu sou a ressurreição e a vida! ( Jo ��:2�). Jesus não estava dizendo palavras sem sentido, apenas para impressionar, mas dizia clara-mente à sua platéia: Eu sou o Deus de vossos pais, o Deus que vossos pais adoravam na antiguidade está agora entre vós para vos trazer vida, pois eu sou o princípio da própria vida, tudo se iniciou em mim!.

novamente Jesus fez algo inusitado para o momento: começou a orar. Mas sua oração era diferente. Para Jesus, o céu parecia um lugar muito próximo, pois ele simplesmente conversava com o Pai como se estivessem lado a lado, e de forma rápida e simples; ele sabia que o Pai o ouvia e que ansiava por este momento. Então, aconteceu algo incrível: Jesus se dirigiu ao defunto: Lázaro, vem para fora ( Jo ��:�3).

Tudo parou naquele instante, e todos esperavam, apreensivamente, para ver o que aconteceria. Um silêncio total deve ter envolvido o ambiente, enquanto todos olhavam fixamente para a entrada da gruta. Se nada acontecesse, saberiam que estavam na presença de um louco; mas, se Lázaro saísse do sepulcro, entenderiam que estavam na presença de alguém que possuía um poder que jamais tinham vis-to. O inesperado aconteceu: o irmão de Maria e Marta, morto há quatro dias, saiu vivo do túmulo ( Jo ��:��a). Como foi que o morto voltou a viver e andar? Jesus apenas chamou o nome dele, e ele voltou a viver.

Essa deve ter sido uma cena marcante; deve ter sido a imagem que todos aqueles presentes jamais esqueceram. Se houvesse canais de televisão, certamente, haveria repórteres falando o resto da semana do grande milagre que houve em Betânia. Essa cena é real porque representa a verdade que esperam todos aqueles que crêem em Jesus: naquele dia, Marta viu a glória de Deus. Como era de se esperar, muitos dos que viram esses acontecimentos creram em Jesus, naquele dia ( Jo ��:��).

Encontramos uma nova Marta, no jantar, em Betânia ( Jo �2:�-�), que continua servindo, mas, desta vez, sem preocupações exageradas. Maria, por sua vez, se per-mite expressar a Jesus toda a sua gratidão e o seu amor, derramando um jarro de perfume caríssimo em seus pés e enxugando-os com seus próprios cabelos. Marta contempla a cena satisfeita, e continua demonstrando amor ao Mestre, com seus serviços caseiros. Ela aprendeu a administrar as suas prioridades, respeitar as dos outros e viver em paz: administra seu tempo de forma a poder estar com Jesus e com seus familiares, sem deixar de lado as suas obrigações.

1. Leia Lc 10:38 e responda: Em que circunstâncias Marta conheceu Jesus, e o que ela fez?

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2. Leia Jo 11:1-2,5 e responda: Onde e com quem Marta morava? Em que resultou a visita de Jesus a essa família?

3. Leia Lc 10:39-40 e responda: Qual o perfil de hospedeira de Marta e o que a levou a reclamar de sua irmã a Jesus?

4. Leia Lc 10:41 e responda: Que lição ela aprendeu na resposta que recebeu?

II – LIÇÕES DA VIDA DE MARTA

1. Aprendamos a aliar a contemplação à ação, na prática da hospitalidade.O desafio para o cristão que luta pela libertação de seus irmãos é o de

viver a contemplação na ação. não adianta só orar para que o Senhor con-verta as almas perdidas; é preciso recebê-las com hospitalidade, ouvi-las e servir-lhes. não se trata de orar por um lado e atuar por outro, mas de orar no próprio processo de libertação, de contemplar a Deus ali: nas necessidades das pessoas. A Bíblia nos incentiva a sermos hospitaleiros: Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos (Hb �3:2). Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade (rm �2:�3). Marta e Maria são modelos distintos de como devemos nos compor-tar na hospitalidade. Como é triste visitar uma congregação e não ser bem recepcionado por alguém! Estejamos atentos para aliarmos atenção à ação, na hospitalidade cristã, sem desgastes e agitações.

5. Leia Lc 10:38-39; Rm 12:13, o comentário, e responda: Como poderemos aliar a atenção à ação, na hospitalidade cristã?

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2. Aprendamos a administrar o nosso tempo, para não ficarmos atarefados demais.na maioria das vezes, quando as pessoas ficam muito atarefadas, a primeira

coisa de que se esquecem é de ler a palavra de Deus e orar. não “sobra” tempo; afinal de contas, há muito que fazer. As obrigações domésticas, o atendimento às necessidades familiares, o trabalho secular, o convívio social e até o planejamento das atividades da igreja tomam todo o tempo e não há como encaixar as práticas devocionais no dia-a-dia. nessa correria, essas pessoas arriscam-se a trabalhar demais, ficam estressadas e chegam ao final do dia sem energia para outra coisa que não seja ficar frente a um televisor ou um computador. Saber administrar o tempo tem muito a ver com o equilíbrio. É muito importante aprender a estabe-lecer prioridades, e a primeira tem que ser a nossa comunhão com Jesus, pois, sem ele, nada se pode fazer. Ele é quem nos dá a energia e o ânimo para o trabalho.

6. Leia Lc 10:41-42; Fl 2:13 e responda: Por que temos de estabelecer a comunhão com Deus como nossa prioridade, antes de todas as outras ocupações?

3. Aprendamos a cultivar a fé para ver a glória de Deus.A fé é um bem valiosíssimo, que deve ser cultivado, protegido e mantido, cui-

dado, pois, através da fé, vê-se a maravilhosa manifestação da glória de Deus. Se ela acabar, tudo estará acabado, uma vez que, sem fé, você não é possível crucificar o eu; sem fé, não há como dizer não à carne; sem fé, ninguém consegue obedecer a Deus; sem fé, ninguém consegue contemplar, à distância, o galardão de Deus, ver o invisível, tirar força da fraqueza, passar por escárnios e açoites, olhar firmemente para Jesus; enfim, sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor (Hb ��:�). Sen-do assim, cuide bem da sua fé em Deus. Faça-a engordar, faça-a progredir, faça-a constante, saudável, robusta, alimentado-a diariamente com a palavra de Deus, pois a fé vem pelo ouvir e ouvir da palavra de Deus (rm �0:��).

7. Leia Jo 11:40; Hb 11:6 e responda: Qual é a condição para que vejamos a glória de Deus no que realizamos agora e no porvir?

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ConClusão: no íntimo de cada ser humano, há uma luta entre Marta e Maria; entre o material e o espiritual, uma vez que a carne e o Espírito estão sempre em conflito. Parece que Marta, a atarefada, sempre quer sobrepor-se, mas, por mais válido que seja um trabalho, a vida cristã autêntica prioriza a comunhão, a devoção, a amizade com Cristo. Às vezes, somos como Marta, tão ansiosos e tão afadigados com o serviço do Senhor que até nos esquecemos de ouvir a sua voz, de o adorar, de desfrutar da sua companhia; sem contar que, algumas vezes, fazemos o trabalho para o Senhor murmurando e reclamando dos demais irmãos e irmãs. Jamais deixemos que o trabalho nos envolva tanto, a ponto de não termos tempo para aprendemos de Cristo. Escolhamos sempre a melhor parte: estarmos aos pés do Senhor.

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Autor: Pr. José Lima de Farias Filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

716 FeVeReiRo 2008

NAAmãUm homem poderoso

Hinos sugeridos: BJ 184 – CC 292 / BJ 317 – HC 77

Domingo, 10: II Rs 5:1-4Segunda, 11: II Rs 5:5-8Terça, 12: II Rs 5:9-14Quarta, 13:II Rs 5:15-19Quinta, 14: Lc 4:27, Is 2:11,17Sexta, 15: Ob 4; Mt 23:12Sábado, 16: Pv 15:33; I Pe 5:6

Mostrar ao estudante a experiência espiritual vivenciada pelo poderoso general sírio, naamã, curado de lepra em Israel; encorajá-lo a colocar em prática as lições de humildade e submissão ao único e verdadeiro Deus, expressas na história desse importante homem.

tExtobásiCo:Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande ho-mem diante do seu senhor e de muito conceito, porque, por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso. (II rs �:�)

intRoDuÇão:nós, cristãos, estamos acostumados a ver e a ter Deus para nós mesmos; sentimos como se ele fosse nossa propriedade particular. Apesar de crermos que só existe um Deus verdadeiro, admitimos que outros povos e nações tenham outros deuses; e, de fato, infelizmente, eles têm outros deuses. Mas, a des-peito de tudo isso ser verdade, a lição de hoje nos mostrará que o único e verdadei-ro Deus pode perdoar e salvar qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo.

A experiência de naamã nos ensinará que Deus é livre, que é soberano para agir como e onde quer. Veremos que Deus é misericordioso e bondoso para com qual-quer pessoa que dele se aproxima e nele acredita, independentemente de cor, cul-tura, posição social, nacionalidade. O gentio e pagão naamã foi alcançado e trans-formado por essa maravilhosa graça, tornando-se um adorador do Deus vivo.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE NAAMÃ

Para compreendermos corretamente a incrível experiência de naamã, narrada em II reis �, é necessário olharmos o recente ambiente político e espiritual da época. naquele tempo, a realidade em Israel era profundamente degradante, pois a nação estava em profunda apostasia. O rei Acabe e a rainha Jesabel haviam enlameado a fé

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do povo de maneira tão grande que a feitiçaria assumiu o lugar da fé no Deus vivo. Morto Acabe, Acazias assumiu o poder; doente, o novo rei fez questão de aprofun-dar o declínio espiritual da nação, dando a seguinte ordem a seus servos:

Ide e consultai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença. Mas o Anjo do SENHOR disse a Elias, o tesbita: Dispõe-te, e sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom? (II rs �:�-2)

Foi nesse ambiente de enfrentamento da falsa espiritualidade pagã com a ver-dadeira espiritualidade do Deus vivo que Elias exerceu seu ministério (cf. I rs ��-��). Depois de Elias, Deus levantou Eliseu. Elias enfrentou a falsa e arrogante espiritualidade interna dos reis de Israel. Internamente, Eliseu, por sua vez, teria de lutar contra a arrogância espiritual dos reis e dos sacerdotes de Israel, e, externa-mente, teria de lutar contra a arrogância espiritual dos reis e sacerdotes pagãos.

naamã, por exemplo, que era comandante do poderoso exército da Síria, cujo rei era Bem-Hadade (II rs �:�), com a permissão de Deus, obtivera grande vitória contra um de seus inimigos. Essa façanha militar deixou-o famoso entre seu povo. no capítulo � de II reis, a Bíblia diz que naamã era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito (...); era ele herói da guerra, porém leproso (v.�). Se naamã fosse um israelita, jamais teria alcançado ascensão profissional tão alta, pois, em Israel, um leproso era banido da sociedade (cf. Lv �3-��).

Mas, conquanto naamã se sentisse respeitado, evidentemente, desejava se ver livre da lepra. A medicina da época não tinha competência para curar sua doença. Por sua vez, o deus da Síria, rimom, também se mostrara incompetente para curar o general. Por conta disso, este homem, mesmo famoso, era infeliz, desesperado. Essa situação incomodou muito o coração de uma menina israelita, que havia sido levada cativa para a Síria e se tornado escrava a serviço da mulher se naamã (�:2). não resistindo, a menina “intrometeu-se” no problema de seu patrão, dizendo à sua esposa: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra (II rs �:3).

Imagine a situação: um grande general submetendo-se à sugestão de uma es-crava. Como não havia alternativas, naamã compartilhou a idéia da menina com o rei (II rs �:�). Em resposta, o monarca lhe disse: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele foi, levando muito dinheiro (II rs �:�). não é de hoje que as pessoas tentam comprar as bênçãos de Deus. não é de hoje que as pessoas tentam pagar pelo dom de Deus. A carta do rei da Síria ao rei de Israel era curta e direta: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra (II rs �:�).

Ao ler a carta, o rei Jorão se desesperou: rasgou suas roupas e declarou: Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra? (II rs �:�a) Que decepção: o principal líder do povo de Deus não confiava no poder de Deus! Jorão era um burocrata, um tecnocrata

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da fé. Ele lia os acontecimentos tecnicamente: Notai, pois, e vede que [o rei da Síria] procura um pretexto para romper comigo (�:�b). Deus estava enviando gen-tios para serem abençoados pelo povo eleito, mas o líder desse povo não tinha o menor discernimento espiritual. Friamente, Jorão interpretou a carta como uma declaração de guerra militar, sem se dar conta de que a guerra era outra: a luta ente o falso deus sírio, rimom, e o verdadeiro Deus israelita, Yahweh.

A chegada de um grande general estrangeiro em Israel logo foi conhecida de todos, inclusive do profeta Eliseu, que, ao saber do desespero de Jorão, mandou-lhe este recado: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel (II rs �:�). Que diferença! Jorão rejeitara naamã; porém, Eliseu se aproximara. De fato, há líderes espirituais e líderes carnais (cf. I Co 3:�). É pena que, muitas vezes, os carnais tendam a se tornar cada vez mais intolerantes e os espirituais cada vez mais arrogantes. Como é difícil o equilíbrio!

O grande general leproso foi ao profeta de Deus, com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu (II rs �:�). naamã chegou com pompa, com glamour, como chegam as celebridades. Por ser comandante de uma grande potência mundial, pensava que Eliseu iria admirá-lo como um “grande homem”, como um “poderoso general”. Talvez naamã pensasse que Eliseu fosse jogar-lhe confetes, recepcioná-lo curvando-se, beijando-lhe pés e mãos (II rs �:��a). Como é lamentável ver, muitas vezes, certa parcela da igreja dar tratamento diferenciado a determinadas pessoas que julga ser “importante”. E o que é mais grave: às vezes, se trata de aproveitadores, interesseiros de ocasião, gente mundana que é aplaudida como se fosse regenerada. A palavra de Deus, porém, alerta: Ninguém dirá que um sem-vergonha é uma pessoa de valor, nem que o malandro merece respeito (Is 32:� – nTLH).

Para a decepção de naamã, o profeta de Deus sequer se dignou a recebê-lo; tão somente lhe mandou este recado: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e f icarás limpo (II rs �:�0). Teria sido isso uma grosseria de Eliseu? não! Ele era um homem verdadeiramente espiritual, e, por isso, sabia discernir as coisas espiritualmente (cf. I Co 2:�3-��); sabia que estava lidando com um homem profundamente arrogante. Eliseu estava certo, pois o general leproso ficou indignado:

Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e f icar limpo? E voltou-se e se foi com indignação. (v.�2)

Explicitamente, o general verbalizou sua arrogância interior; mostrou seu des-prezo pela terra e pelos rios israelitas; deixou claro que estar ali era uma grande humilhação e que lhe era ridículo ter de obedecer às ordens de um homem que sequer se dignara a recepcioná-lo.

nesse ínterim, um subordinado de naamã entrou em cena, e, com ousadia, di-rigiu-se ao grande general, dizendo-lhe: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma

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coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo (II rs �:�3). Primeiramente, naamã teve de se submeter à sugestão da escra-va de sua esposa, depois à ordem do servo de Eliseu, e, agora, à orientação de seu próprio servo. Ele não tinha alternativas: ou se humilhava ou voltava para a Síria leproso. O grande general tinha de obedecer àqueles que, segundo suas concepções mundanas, eram “gentalha”. na verdade, os homens orgulhosos têm imensa dificul-dade de escolher entre a vaidade pessoal e a humildade, entre a maneira como acham que devem ser tratados e o jeito arrogante como se conduzem diante das pessoas.

O arrogante naamã sabia que os rios Abana e Farfar, da Síria, eram limpos; ele estava ciente de que suas nascentes estavam nas montanhas alimentadas por coli-nas. Também era de seu conhecimento que o rio Jordão era barrento, lamacento e sujo, porque sua nascente era nos vales. naamã usou a seguinte lógica: seria mais natural que as águas limpas dos rios da Síria pudessem curá-lo, e não as do Jordão. Acontece que Deus não trabalha com a “lógica natural” dos homens. naamã esta-va equivocado: as águas não têm poder de curar e o problema não era a qualidade delas, mas, sim, a arrogância dele. Por essa razão, Deus decidiu humilhá-lo, fazen-do-o mergulhar num rio lamacento e fedorento, para, depois, curá-lo, não com água suja, mas com seu imenso poder, sua graça e sua misericórdia.

E assim foi feito: naamã engoliu o orgulho e entrou no rio. Enquanto emergia e submergia, sentia que algo acontecia com seu corpo; a dor das feridas parecia arrefecer-se, a textura da pele dava a sensação de estar alterada; as mãos de naamã correram por todo o seu corpo e constataram que a pele já não estava cascuda, mas macia como a de um adolescente. naamã estava curado! Seu coração acelerou, suas emoções se intensificaram, a voz embargou.

O general estava molhado, suas roupas estavam amareladas pela água barrenta, mas agora nada disso importava, diante do milagre; nada importava mais do que ver seu corpo limpo, totalmente purificado.

Ao mergulhar sete vezes (o número que expressa perfeição na Bíblia), naa-mã aprendeu que só há um Deus perfeito, verdadeiro e Todo-Poderoso, ou seja, o Deus daquele rio sujo de Israel. E isso ele declarou pessoalmente a Eliseu: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel (�:��a). Que ironia! Por incontáveis vezes, Israel trocou o Deus vivo pelos falsos deuses dos gentios ( Js 2:��; Jz �0:�3; II rs ��:��; Jr �:��; Os 3:�), enquanto que o gentio naamã estava abandonando seus deuses e declarando haver só o Deus de Israel. Infelizmente, não são poucas as vezes em que os não crentes dão melhor testemunho do que os crentes.

naamã estava com um novo corpo e uma nova fé. Ele fez um pedido ao profeta: ... te peço aceites um presente do teu servo (�:��b). Mas Eliseu recusou na hora: Tão certo como vive o SENHOR, em cuja presença estou, não o aceitarei (II rs �:��). Ao negar-se a recepcioná-lo, Eliseu havia ensinado humildade ao ge-neral; agora, ao negar-se a receber seus os presentes, o profeta estava ensinando a integridade espiritual a naamã, pois o favor de Deus não tem preço (cf. I Pe

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�:��-��). Em muitas igrejas de nossos dias, o que se mais vê são as bênçãos de Deus sendo vendidas.

De alguma forma, porém, naamã desejou agradecer a Eliseu: pediu ao profeta que lhe autorize levar para a Síria uma carga de terra de Israel; seu desejo era nunca mais oferecer holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao SENHOR (II rs �:��). Ao levar essa terra, talvez naamã estivesse dando uma clara “indicação de sua convicção que Yahweh só podia ser adorado em Sua própria terra (cf. Êx 20:2�)”;� ou, quem sabe, ele levou a terra “e com ela levantou um altar ao Deus de Israel”.2

O general sírio desejava expressar, de forma contundente, que reconhecia a graça e a misericórdia de Deus em sua vida, e o fez não apenas se tornando um de seus adoradores fiéis, mas, também, pedindo-lhe “perdão por ser obrigado a acompanhar o rei da Síria ao templo de rimom e ajoelhar-se com ele diante da imagem, pois o rei apoiava-se em seu braço”3 (II rs �:��). naamã percebeu, portanto, “que o certo era adorar apenas o único Deus verdadeiro”.� Desta vez, porém, por ver que naamã estava agindo corretamente, o profeta Eliseu não rejeitou seu aceno: ouviu seu pedido de perdão e lhe disse: Vai-te em paz (II rs �:��). Foi-se o poderoso general; agora, ex-leproso, ex-arrogante, adorador do verdadeiro Deus, feliz pelo seu novo caminho.

1. Com base em II Rs 5:1, explique quem era Naamã e qual a gravidade de seu problema físico.

2. Com base em II Rs 5:2-8, explique os episódios ocorridos, até que Naamã fosse à terra de Israel.

3. Com base em II Rs 5:10-13, explique a razão das ações de Eliseu e das reações insubmissas de Naamã.

� DOUGLAS, J. D (Editor Organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida nova, ���2, p. ����.

2 DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Tradução rev. J. r. Carvalho Braga. rio de Janeiro, Junta de Educação religiosa e Publicações, ���0.

3 GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. ���. � Idem.

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4. Com base em II Rs 5:14-19, apresente os resultados das ações positivas de Naamã, em submissão às ordens do profeta de Deus.

II – LIÇÕES DA VIDA DE NAAMÃ

1. Cuidemos para não nos tornarmos arrogantes.A arrogância acompanha de perto a fama e o sucesso. As conquistas humanas

são regadas pelo reconhecimento público, pela veneração aos vitoriosos. não é pecado ser reconhecido por algo que fazemos bem feito. De fato, as Escrituras Sagradas determinam: a quem respeito, respeito; a quem honra, honra (rm �3:��). naamã não sabia lidar com o respeito, nem com a honra; era jactancioso, orgu-lhoso, vaidoso. Do cume de sua altivez, o general não enxergava o Deus de Israel, nem o valor espiritual desse povo. Quanta gente, em nossos dias, escudadas por algumas conquistas pessoais, vivem como se Deus não existisse? Quantos des-prezam a igreja de Cristo? Essa indiferença é como lepra a corroer-lhes a alma, porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças (rm �:2�). Cuidemos, irmãos, para que nossas conquistas pessoais não nos transformem em pessoas arrogantes e insensatas.

5. Com base na primeira aplicação, dê exemplos práticos sobre como evitar a arrogância.

2. Cuidemos para não nos tornarmos incrédulos.A arrogância gera incredulidade e desprezo. O altivo naamã não crera volunta-

riamente na empregada de sua esposa, nem no empregado de Eliseu. Ele despreza-ra a palavra da serva e do servo de Deus. Aquele general fora além: ridicularizara a forma que Deus providenciara para salvá-lo e curá-lo (II rs �:�2). A increduli-dade, sem dúvida, é mais danosa que a lepra, pois tem o poder de manter o não-salvo condenado e afastar o salvo de seu Salvador. O autor aos hebreus garante que muitos não puderam entrar [no descanso de Deus, isto é, obter a salvação] por causa da incredulidade (Hb 3:��). Aos que já entraram nesse descanso, ele faz um apelo: Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo (Hb 3:�2). Cuidemos, irmãos, para que a incredulidade não invada o nosso coração, a ponto de desprezarmos as pessoas simples e a maneira simples que Deus usa para nos salvar e abençoar.

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6. Com base na segunda aplicação, dê exemplos práticos sobre como evitar a incredulidade.

3. Cuidemos para que a humildade seja uma marca em nossa vida. Enquanto se manteve altivo e arrogante naamã amargou a lepra e a perdição. Hu-

milhado por pessoas “inferiores” a si, decidiu engolir o orgulho e obedecer ao profeta de Deus. Seu ato de humildade resultou em salvação e cura. A arrogância cedeu à adoração e perdão. nasceu um novo homem para a vida! Sua transformação foi tão real que, séculos depois, Jesus deu testemunho dela com estas palavras: Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Na-amã, o siro (Lc �:2�). A Síria ganhou um general com uma nova estrela: a humildade.

Portanto, o cristão precisa lembrar este alerta divino: Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR (Ob �). Aja ao contrário disso: Faça da humildade a marca mais importante de sua vida. E lembre-se também: Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado (Mt 23:�2).

7. Com base na terceira aplicação, dê exemplos práticos sobre como o cristão pode manter a humildade como uma marca em sua vida.

ConClusão: Sem dúvida, naamã passou por uma experiência transforma-dora: de homem poderoso e arrogante, a uma pessoa humilde na presença de Deus. Ao voltar curado e salvo para seu país, levou consigo o compromisso de ser fiel ao único e verdadeiro Deus. não sabemos como viveu, que testemunho deu, que resultados obteve na Síria, mas podemos dizer que sua vida nunca mais foi a mesma; ele mudou para melhor. Podemos até imaginar a alegria da menina, serva de sua esposa, ao ver o poderoso general entrando em casa, limpo da lepra e rendido ao Deus de Israel. Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra, dissera ela. Seu desejo fora satisfeito, sua oração fora respondida. Só o Senhor é Deus!

Que as bênçãos derramadas na família de naamã alcancem a nossa vida e a nossa casa. Amém!

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Autora: Dsa. Vilma Pimentel de Oliveira

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

823 FeVeReiRo 2008

DOrcasUma mulher generosa

Hinos sugeridos: BJ 309 – HC 93 / BJ 175 – CC 410

tExtobásiCo:E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. (At �:3�)

intRoDuÇão: Dorcas foi chamada por Lucas de discípula, o que signifi-ca que ela era uma seguidora de Jesus Cristo. O seu amor pelo Mestre era de-monstrado pelo amor e pela dedicação aos seus semelhantes, e, para isto, usou seu talento natural de costureira, auxiliando os outros na confecção de pe-ças de vestuário. Desta maneira, ela praticava obras de caridade em favor da comunidade em que vivia. Era o tipo de mulher que qualquer pessoa gostaria de ter como vizinha e amiga. Sensível às necessidades das pessoas, estava cheia de boas obras e esmolas que fazia (At �:3�b). Uma mulher assim faria muita falta a essa comunidade, acostumada com seus benefícios; então, Deus usou o apóstolo Pedro para que Dorcas continuasse servindo.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE DORCAS

Dorcas tinha não só um nome grego, mas, também, um nome semítico. Talvez um deles fosse uma espécie de nome carinhoso para indicar especial afeição. Tabita, em aramaico, e Dorcas, em grego, significavam “corça”, um animal que anda pelas alturas, protegendo o rebanho e estando alerta para adverti-lo dos perigos. Assim era comparada a solicitude daquela mulher: sempre pronta a proteger alguém, do alto de sua alma nobre. Dorcas poderia ser chamada pelos dois nomes, porque a cidade

Domingo, 17:At 9:36-42Segunda, 18: Tg 2:14-18Terça, 19: Ex 23:11; Dt 15:7-8Quarta, 20: Rm 12:6-8Quinta, 21: Pv 22:9; I Tm 6:18Sexta, 22: II Co 9:6-15Sábado, 23: Pv 19:17; Tg 4:17

Conscientizar o estudante de que, ajudando aos necessitados, além de cumprir uma obrigação humanitária, trará, também, para si mesmo, o amor e o respeito comunitário.

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DOrcasde Jope, onde morava, sendo um porto marítimo, era habitada por judeus e gentios. Assim, era comum que tivessem um nome hebraico e um nome grego ou latino.

Jope ficava na fronteira do território original de Dã, embora não fizesse, neces-sariamente, parte dele (cf. Js ��: �0-��,��). Pode-se dizer que Jope era antigo por-to marítimo, situado a uns �� km de Jerusalém, e, atualmente, é a cidade Yafo, com o nome árabe Jaffa, que foi fundida com Tel Aviv, em ���0, e se chama, agora, Tel Aviv-Yafo. Seu porto, o único porto natural entre o monte Carmelo e a fronteira do Egito, é formado por um recife baixo a uns �00m da costa. Em Jz �:��, Dã é associado a navios, o que pode indicar que os danitas controlavam o porto ma-rítimo de Jope. Essa cidade lembra-nos do profeta Jonas, que, querendo fugir do mandado do Senhor, tomou um navio em Jope para ir a Tarsis ( Jn �:3). Após o exílio babilônico, Jope, de novo, serviu como porto para receber os cedros do Lí-bano, empregados na reconstrução do templo (Ed 3:�).

Havia uma congregação cristã em Jope, no primeiro século da Era Cristã. nessa congregação, servia Dorcas, que é a única mulher mencionada na Bíblia a quem se aplica a forma feminina da palavra discípulo. não se faz nenhuma menção suge-rindo que ela fosse casada, ou que tivesse alguma família. Portanto, deduzimos que ela morava sozinha e que era costureira (At �:3�-3�). Dorcas usava o seu talento e suas mãos para fazer roupas para os pobres, principalmente para as viúvas. Ela con-fortava os tristes, ajudava os pobres e levava alegria a muitas pessoas. Ela era amada por muitos em Jope. Suas boas ações a tornaram grandemente amada. Era uma digna discípula de Jesus e estava repleta de atos de bondade. Sabia carecia de roupa confortável e quem necessitava de simpatia, e, liberalmente, supria essas pessoas.

Esta discípula tinha um ministério incrível, o ministério da vida. Era uma construtora de uma sociedade de amizades, uma arquiteta de comunidades fra-ternais. Quando a vida das pessoas transborda de amor em ação é porque elas se tornaram mais eficientes em retratar o caráter de Deus. O mundo aprende a confiar no que os cristãos fazem, através de fortes exemplos que causam grandes impactos no viver diário, mais do que nas palavras que dizem. Dorcas exercia um serviço cristão poderoso, a favor da reputação de Deus, por toda a cidade de Jope. Vidas como a dela acrescentam valores espirituais àqueles que as cercam. Pessoas como Dorcas são raras, pois vivem para construir vida em vidas. Ela cumpria muito bem o propósito existen-cial do seu nome, pois sabia viver em conjunto, ser agregadora de vidas.

Isto fica explícito quando ela ficou enferma e veio a falecer. Após a con-firmação da sua morte, suas amigas lavaram-na e colocaram-na em um quarto alto (cf. At �:3�). Um sofrimento indescritível atingiu os que fo-ram beneficiados por suas mãos. Desta maneira, podemos ver que aque-las viúvas não eram meras carpideiras (senhoras que eram contratadas para prantear em velórios), mas amigas que construíam algo em conjunto. Dor-cas era conhecida pelos valores que construía, assim como por esmolas e ofertas que oferecia. Isto causava tamanho impacto no coração de seus amigos que eles diziam: “Uma pessoa destas não pode ficar morta!” E, in-

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conformados, mandaram chamar Pedro, que estava em Lida, distante de Jope uns ��k, a sudeste. Lucas narra o incrível episódio com estas palavras:

E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não demorasse em vir ter com eles. E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com elas. Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva (At �:3�-��).

O milagre da ressurreição de Dorcas não objetivou apenas o retorno de uma pessoa, mas a preservação de vidas que dependiam dela. Pedro também não estava trabalhando sozinho; estava recebendo instruções de Deus. E Deus vê coisas que, muitas vezes, não vemos ou que omitimos. Talvez os crentes de Jope necessi-tassem de alguma poderosa evidência da solícita atividade de Deus em seu meio. restituir a vida a Dorcas, para que seu testemunho pudesse continuar a favorecer aquela igreja, era a maneira de Deus dizer o quão vital era o dom de Dorcas em fa-vor de seu reino, de sua causa na terra. Sem dúvida, a Dorcas ressurreta continuou a oferecer, generosamente, seus préstimos a quem necessitasse.

Dizem que custa entre 2�0.000 e �00.000 dólares substituir um administrador-executivo-chave que se aposentou ou ficou doente. Isto explica por que grandes empresas estão dando tanta ênfase à conservação da saúde dos seus homens que ocupam os cargos mais altos. Isto tem bom sentido financeiro. Por motivos muito maiores do que financeiros, a igreja primitiva mantinha suas pessoas de impor-tância trabalhando para o Senhor o mais longo tempo possível. Como poderiam substituir um apóstolo Paulo, ou João, o discípulo amado, mesmo que se tivessem grandes somas de dinheiro? Sua sabedoria, sua maturidade espiritual, seus dons seriam insubstituíveis! Assim era aquela humilde discípula naquela comunidade: insubstituível, pelo menos por aquele tempo.

Isto deveria comunicar-nos uma nova apreciação daqueles bondosos e, muitas vezes, desconhecidos santos, cujo falecimento talvez nunca se constitua manchete de jornal, mas leve os pobres e necessitados a chorar. Estão ensinando verdades essen-ciais acerca de Deus. Alguém que vive a fé através das boas obras é verdadeiro cris-tão (Tg 2:��-��). A vida de Dorcas é um perfeito exemplo de alguém cujos talentos foram usados para beneficiar os semelhantes. Por suas obras, ela glorificava a Deus e propagava o seu reino. O relato de sua vida é uma admoestação para nós. Se usarmos nossos dons e talentos para servirmos as outras pessoas, elas começarão a crescer. Deus nos incentiva a nos lançarmos a isto com fé. Aceitemos ser incentivados a usar nossos talentos com sabedoria. Se assim fizermos, seremos recompensados.

Devemos notar, também, que o ministério de Pedro foi especialmente marcado por milagres. Em Lida, ele curou um homem chamado Enéias (At �:32-3�). Em

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Jope, Deus o usou para ressuscitar Dorcas (At �:3�-�2). Por fim, recebeu de Deus uma visão que o convocava para Cesaréia, onde apresentou o evangelho aos gen-tios (At �0:�-��). Ele foi o líder maior dos apóstolos, e seu ministério reanimou o entusiasmo da igreja primitiva.

Apóstolo era uma pessoa a quem Cristo havia escolhido para um treinamento especial no ministério (Gl �:�2). Os apóstolos lançaram o alicerce da igreja, me-diante a pregação do evangelho de Cristo (I Co 3:�0-��; Ef 2:20; Jd 3-2�). Assim, Deus usou Pedro para abrir a porta da salvação aos gentios, através da manifesta-ção do seu poder, em milagres e prodígios, sendo que foi isso notório em toda a Jope, e muitos creram no Senhor (At �:�2).

1. Leia At 9:36a, consulte o comentário e responda: Quem era Dorcas, qual o significado do seu nome e onde ela morava?

2. Leia At 9:36b e responda: Qual o testemunho que se dava de Dorcas?

3. Leia At 9:39 e responda: Que habilidade especial Dorcas possuía e que classe especial de pessoas era beneficiada por ela?

4. Leia At 9:37-41 e responda: Diante do que aconteceu a Dorcas, que providência tomaram seus amigos?

II – LIÇÕES DA VIDA DE DORCAS

1. Aprendamos a usar nossos dons na ajuda ao próximo.Embora não tenhamos todos os dons de Pedro e Dorcas, nós também podemos

servir aos outros. Podemos levar alegria às pessoas que nos rodeiam, por simples atos de bondade e amor. Portanto, nossa vida pode ser uma bênção aos outros, se

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pegarmos o pouco que temos e começarmos a usá-lo para servir outras pessoas. Somos incentivados a ser generosos com o que Deus nos deu. Devemos estar dispostos a emprestar aos pobres (Êx 23:��; Dt ��:�-�). Também nos é dito que devemos ser ávidos para compartilhar e dar aos outros (At �:3�-3�; I Co ��:2; Gl 2:�0). Leia II Coríntios �:�-�� e veja o quanto Deus ama ao que dá com alegria, e nós ceifaremos o que semearmos.

5. Leia Rm 12:6-8; Is 1:17; Tg 2:14-17, 1:27 e responda: Como podemos usar nossos dons em benefício do nosso próximo, para praticarmos a verdadeira religião?

2. Aprendamos a testemunhar de Cristo, através das boas obras.É necessário que nós todos, enquanto igreja, tenhamos consciência do que seja

uma igreja que realmente testemunha o senhorio de Cristo. Para isso, precisamos definir o que é testemunho. Testemunho é a marca distinta que cada cristão mos-tra ao mundo, através de atos sacrificiais que mostrem Jesus Cristo como Senhor da sua vida. Testemunho é o compromisso diante de Deus em expressar o que ele faz, o que ele quer e o que ele é; é mostrar a obra de Deus na nossa vida; é viver de tal forma que a pessoa de Cristo seja vista em nossa vida; são atos de sacrifício praticados pela fé e por amor a Jesus. Isso traz algumas implicações na nossa maneira de viver; mostra que o testemunho envolve ética e caráter, isto é, a forma pela qual vivemos o nosso dia-a-dia, a nossa boa conduta diante da sociedade. Também mostra que, enquanto a proclamação aponta, verbalmente, para Cristo, o testemunho aponta, silenciosamente, para Cristo, especialmente através das boas obras que realizamos aos nossos semelhantes.

6. Leia Tt 1:16, 3:14; Cl 1:10; II Co 9:5-13, e responda: Como as nossas obras podem demonstrar se somos ou não servos de Deus?

3. Aprendamos a usar os milagres divinos para atrair os pecadores a Cristo.no princípio de seu ministério, Jesus adquiriu a estima e a admiração do

povo, porque, na região do mar da Galiléia, ele foi a uma festa de casamento e transformou água em vinho. Este foi o primeiro de seus milagres que a Bí-blia menciona. Este milagre, da mesma forma que os últimos, confirmou que ele era verdadeiramente Deus. Quando João Batista começou a pregar e atrair grandes multidões na Judéia, Jesus voltou para a Galiléia, onde operou muitos

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milagres e grandes multidões o cercavam. Antes de subir aos céus, ele deixou a ordem para que os apóstolos evangelizassem e garantiu o poder para efetuarem sinais e maravilhas (Mc ��:��-��). Pedro falou à igreja no dia de Pentecostes, revelando a importância de Cristo como Senhor da salvação (At 2:��-�0), e o Espírito Santo revestiu a igreja de poder para operar sinais e maravilhas que confirmavam a veracidade dessa mensagem (At 2:�3). A ressurreição de Dorcas foi uma prova significativa de que a igreja deve buscar os milagres de Deus, não como um fim em si mesmo, mas como uma forma santa de atrair os incrédulos, a fim de lhes mostrar a salvação em Cristo Jesus.

7. Leia Mt 4:23-25; At 31-9, 4:1-4, 9:32-42 e responda: Qual o resultado da operação de milagres no ministério de Jesus e de Pedro? Como os milagres podem contribuir para levar os incrédulos de hoje à salvação em Cristo?

ConClusão:Aprendemos muito através da vida simples de uma verdadeira discípula de Cristo. Agora, devemos aplicar estes princípios em nossa vida. De que maneira nossa generosidade poderia ser expressa? Estamos escutando o cla-mor dos pobres? Como poderíamos fazer mais pelos pobres e necessitados, tanto dentro quanto fora da nossa igreja? Se semearmos o amor, a benevolência e a paz, Deus multiplicará nossos talentos também! Mostraremos, então, ao mundo, através de atos praticados, que amamos ao Senhor Jesus, pois os nossos atos falam mais que nossas palavras.

Isto significa que, quando testemunhamos de Cristo ao mundo, estamos sendo continuadores da sua obra, e, nesse sentido, podemos dizer que a nossa atuação, como cristãos, envolve sacrifício em benefício do outro e prova que não somos omissos, uma vez que Aquele (...) que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado (Tg �:��). Além disso, a cura divina é algo sobrenatural que Deus disponibiliza para a sua igreja.

A Igreja Adventista da Promessa é abençoada com este maravilhoso dom. Esperamos que com esta capacidade espiritual em nossa vida, possamos bene-ficiar aos de fora e aos de dentro da igreja.

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64 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2008

Autor: Pr. José Lima de Farias Filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

91 mARÇo 2008

AbsalãoUm homem astucioso

Hinos sugeridos: BJ 85 – CC 129 / BJ 296 – CC 301

tExto básiCo: Absalão também dizia: “Ah! Se eu fosse o juiz aqui! Então qualquer pessoa que tivesse uma questão ou um pedido poderia me procurar, e eu faria justiça”. (II Sm ��:� – nTLH)

intRoDuÇão:A história de Absalão é uma das mais tristes e comoventes do Antigo Testamento. Ele era um jovem bonito, cheio de vida e de sonhos. Criado no palácio real, conheceu e experimentou tudo o que há de bom e de ruim no mundo restrito dos poderosos. Mas os atos pecaminosos da família real foram decisivos para que o jovem Absalão se transformasse, aos poucos, num homem astucioso, vingativo e traidor.

neste estudo, veremos como é danoso o pecado numa família. Quando não é enfrentado e combatido com severidade, suas conseqüências são imensamente terríveis. na casa de Davi, por um período, o pecado esteve presente de forma tão intensa que a vida do jovem Absalão foi tragada prematuramente. Que a história desse jovem nos ajude a lidar corretamente com os perigos que a vida nos impõe.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ABSALÃO Absalão, cujo nome significa “pai [é] de paz”, foi um homem de guerra. Ele era

o terceiro filho de Davi, e sua mãe chamava-se Maaca, filha do rei de Gesur, cha-mado Talmai (II Sm 3:3). nascido em Hebrom (II Sm 3:2), Absalão foi um dos

Domingo, 24: II Sm13:1-22Segunda, 25: II Sm 13:23-39Terça, 26: II Sm 14:1-24Quarta, 27: II Sm 14:25-33Quinta, 28: II Sm15:1-18Sexta, 29: II Sm 16:15-23Sábado, 1º de março: II Sm 18:9-18

Alertar os estudantes, através da curta e trágica vida de Absalão, para que não venham a agir com astúcia, vingança e traição, especialmente quando tiverem de enfrentar situações pecaminosas, dentro de suas famílias.

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Absalãohomens mais belos da história bíblica: Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum (II Sm ��:2�). Ele tinha uma beleza que também fora transmitida à sua irmã: Tinha Absalão, filho de Davi, uma formosa irmã, cujo nome era Tamar (II Sm �3:�). A história deste homem é narrada em II Samuel �3-��.

Em Israel, desde os tempos mais remotos, até os dias de hoje, toda criança aprende a decorar a lei de Deus (cf. Dt �:�-�). Um dos mandamentos é este: Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá (Êx 20:�2). Absalão havia decorado a lei, desde a sua tenra infância. Mas suas atitudes mostram que, para ele, a lei de Deus nada mais era do que pura retórica. Criado no palácio, acostumado a conforto e riqueza, informado sobre os bastidores do governo, sabedor das intrigas palacianas, Absalão foi lentamente desejando o poder; seu coração tornava-se possuído por um desejo incontrolável de ser rei. Tudo isso começou depois que seu pai adulterou com Bate-Seba e man-dou matar o marido desta, chamado Urias (cf. II Sm ��-�2). Davi jamais chamou Absalão para conversar sobre seu terrível pecado.

Enquanto Absalão desenvolvia seus planos de poder, seu irmão paterno, Am-nom, primeiro filho de Davi com outra mulher, desenvolvia um plano repugnante: ele queria deitar-se com a bela Tamar, sua meia irmã. Amnom alimentou um amor pecaminoso, e, ao ser rejeitado, usou a força e estuprou Tamar (II Sm �3:�-��). Davi se indignou muito, mas nada fez (II Sm �3:2�). Este episódio absurdo, contu-do, revela outra faceta do coração de Absalão: ele era um homem violento e vinga-tivo. Ao saber do ocorrido, não falou com Amnom nem mal nem bem; porque odiava a Amnom, por ter este forçado a Tamar, sua irmã (II Sm �3:22). Absalão manteve-se em silêncio, porque era homem astuto, sabia a hora de agir. Dois anos mais tarde, ele deu vazão ao seu coração violento: armou uma cilada e mandou matar Amnom (II Sm �3:23-2�). Outra vez Davi se indignou muito, mas nada fez (II Sm �3:3�).

Absalão fugiu para a cidade de Gesur, e lá ficou exilado, por três anos (II Sm �3:3�-3�). Davi chorava todos os dias a morte de Amnom, mas nada fazia (II Sm �3:3�). Diante disso, Joabe usou uma mulher habilidosa nas palavras para conven-cer Davi a receber seu filho em Jerusalém. Com o consentimento do rei (II Sm ��:�-22), Joabe repatriou Absalão, mas Davi disse ao filho: Torne para a sua casa e não veja a minha face (II Sm ��:2�a). Por dois anos, Absalão ficou sem ver o rosto de seu pai (II Sm ��:2�). Sentindo-se isolado e discriminado, o jovem mandou chamar Joabe, e, por seu intermédio, mandou este recado ao rei: Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, quero ver a face do rei; se há em mim alguma culpa, que me mate (II Sm ��:32). Finalmente, Davi recebeu seu filho e o beijou (II Sm ��:33).

Mas, o coração de Absalão já não estava disposto a conviver em harmonia com o pai. Ele perdera o respeito por Davi. O quinto mandamento nada mais signi-ficava para ele. O jovem príncipe, então, decidiu colocar em prática um astucioso plano para arrancar Davi do trono. Para mostrar força, aparelhou-se com carro,

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cavalos e cinqüenta homens; passou a fazer contato com o povo; desde a manhã, ficava à porta da cidade de Jerusalém, recepcionando, ouvindo, conversando com as pessoas simples, que vinham de várias cidades de Israel, cumprimentando-as, fazendo-se amável, doce, educado, gentil, solícito com os israelitas.

“Absalão falava com todos, ouvindo seu clamor e queixas contra o rei”.� Mas ele não estava interessado nos problemas do povo, nem em ajudar seu pai a governar bem; o que ele queria era saber o nível de insatisfação do povo contra o rei e ter o apoio popular contra seu pai. Para tanto, apresentou-se como alguém que sofria as mesmas dores e enfrentava as mesmas dificuldades do povo. “Sou como vocês!” Absalão era homem astuto nas palavras: “Olhe! A lei está do seu lado, mas não há um representante do rei para ouvir o seu caso” (II Sm ��:3 – nTLH). E dizia mais: “Ah! Se eu fosse o juiz aqui! Então qualquer pessoa que tivesse uma questão ou um pedido poderia me procurar, e eu faria justiça” (II Sm ��:� – nTLH).

Absalão sabia falar ao coração das pessoas. O povo não percebeu o engodo. Infelizmente, na maioria das vezes, a maioria não percebe quando os fraudu-lentos se aproximam, e, com palavras mansas e manhosas, os enganam. “Aos olhos do povo, a figura de Absalão começou então a distanciar-se de Davi, seu pai”.2 A cada dia, a imagem de Davi era desgastada e a de Absalão, fortalecida. As pessoas começaram a dar razão àquele jovem astuto. “Eles consideravam os atos e palavras de Absalão como sendo genuínos, e não traiçoeiros”.3 ninguém discerniu que ali estava um filho traindo o pai. A Bíblia mostra que, por quatro anos, Absalão se disfarçou de amigo do povo: E, quando alguém chegava perto de Absalão para se curvar diante dele, ele o segurava, abraçava e beijava (II Sm ��:� – nTLH). Quanta dissimulação! ninguém percebeu que ele furtava o coração dos homens de Israel (II Sm ��:�).

Quando Absalão teve certeza absoluta de que o povo o amava mais do que a Davi, quando viu que a revolta contra o rei ficou mais forte, e os [seus] seguidores (...) aumentaram (II Sm ��:�2b – nTLH), armou o último passo para seu golpe de Estado: Mentiu para Davi, dizendo-lhe que teria de ir a Hebrom para prestar um culto a Deus, como cumprimento de um voto que, na verdade, nunca fizera (��:�-�). Ele usou Deus, o culto, tudo o que pôde para seus fins políticos. Como Absalão é atual! Traições como a de Aitofel são ainda mais atuais (��:�2a). O príncipe astuto sentiu-se seguro e ofereceu sacrifícios públicos em Hebrom, para manter a farsa (II Sm ��:�2). Em secreto, porém, mandou as últimas orientações aos líderes das doze tribos, para que o golpe fosse perfeito: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão é rei em Hebrom! (II Sm ��:�0). Os homens de bem, contudo, de nada sabiam (II Sm ��:��).

� SPAnGLEr, Ann e WOLGEMUTH, r. Eles: 54 homens da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 200�, p. ���.

2 Idem. 3 Idem.

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Quando Davi foi informado de que os israelitas haviam passado para o lado de Absalão (��:�3 – nTLH), já era muito tarde. O conspirador maldoso acabara de realizar o sonho de sua vida: ser rei, ser poderoso, ser único. Como um rei tão capacitado como Davi permitira que atos tão reprováveis se desenvolvessem ao seu redor, sem que de nada soubesse? não há respostas fáceis, mas não é exagero dizer que seu pecado com Bate-Seba e os subseqüentes atos pecaminosos de seus filhos deixaram-no profundamente fragilizado espiritualmente. O astuto Absalão se aproveitou desse “vácuo” espiritual do rei. não é à toa que a Bíblia adverte: Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (I Pe �:�).

A notícia de que o povo seguia a Absalão equivalia a uma declaração de guerra. Por essa razão, Davi temeu muito e teve de sair correndo de Jerusalém, levando a arca da Aliança. Ele, sua família, seus sacerdotes e conselheiros, fugiram chorando em voz alta (��:��-��,23). Sem palácio, longe do Templo, Davi mandou os sacerdotes oferecerem sacrifícios a Deus, ordenou a devolu-ção da arca a Jerusalém e, com o coração aos pedaços, revelou um desejo in-contido: Se o SENHOR está satisfeito comigo, um dia ele me deixará voltar para ver a arca e a casa onde ela f ica. Mas, se ele não está satisfeito, que faça comigo o que quiser! (��:2�-2� – nTLH).

Davi mandou Husai a Jerusalém como seu informante, disfarçado de conse-lheiro de Absalão, a fim de contrapor-se aos conselhos do traidor Aitofel (II Sm ��:3�). A estratégia deu certo: Absalão acreditou na lealdade de Husai (��:��-��). A diferença entre os dois conselheiros estava no caráter. Seguindo o conselho ma-ligno de Aitofel, Absalão cometeu imensa torpeza, ao se relacionar sexualmente com as concubinas de Davi, em frente de todo o povo de Israel (��:20-23). Tal ato foi uma afronta a Davi e ao Deus de Davi. Seguindo os conselhos do amigo de Davi, Husai, Absalão aceitou armar seu exército para a guerra contra seu pai, fazendo exatamente o que Davi queria (��:�-��), mas, sobretudo, era a justiça divina que estava em curso (��:2�,3�).

Husai mandou informar Davi sobre tudo (��:��-22). nesse ínterim, Aitofel se sentiu preterido pelo rei e se enforcou (��:23). Husai passou a influenciar sozinho a cabeça de Absalão, que de nada desconfiava. Como nossas atitudes se voltam facilmente contra nós! Absalão armara o golpe, sem que seu pai soubesse; agora, estava provando de seu próprio veneno. A palavra de Deus nos alerta a esse respeito: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem se-mear, isso também ceifará (Gl �:�). Com um servo de Davi, Aitofel, Absalão traíra sei pai; com um servo de Davi, Husai, Absalão era traído. É a lei espiritual da semeadura. não há como escapar.

Sob a orientação de Husai, o exército de Absalão se encontrou com o exército de Davi, na floresta de Efraim. Pai contra filho, filho contra pai. Ao invés de amigos, inimigos. Davi e Absalão frente a frente. Só um sairia com vida: o pai ou o filho. O coração de pai tremeu e Davi fez um pedido a

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seus comandantes, Joabe, Abisai e Itai: Tratai com brandura o jovem Absalão, por amor de mim (II Sm ��:�). “Joabe, Abisai e Itai ficaram espantados com essas palavras. Brandura?, pensaram eles. Depois do que Absalão fez a você? Mas permaneceram calados”.� A guerra começou no bosque: Ali, foi o povo de Israel batido diante dos servos de Davi; e, naquele mesmo dia, houve ali grande derrota, com a perda de vinte mil homens (II Sm ��:�).

no final da batalha, porém, algo inesperado aconteceu: Alguns homens de Davi viram Absalão. Ele ia montado numa mula, e, ao passar por baixo de um grande car-valho, a sua cabeça ficou presa nos galhos. A mula continuou a correr, e Absalão ficou pendurado (II Sm ��:� – nTLH). A notícia chegou a Joabe, que, sem perder tem-po, encontrou Absalão vivo. Decidido, enfiou-lhe três lanças no coração; então, dez soldados de Joabe cercaram Absalão e acabaram de matá-lo. Ali, pendurado numa grande árvore, morreu o jovem mais bonito da nação, o jovem que ousara usurpar o trono de seu pai (II Sm ��:��-��). Ele quebrara o quinto mandamento; não viu seus dias serem prolongados.

Davi estava sentado, quando soube da morte de seu filho (II Sm ��:2�,32). Profundamente abalado, entrou numa sala e chorou em alta voz, andando de um lado para outro: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho! (II Sm ��:33). Aquela era uma guerra que ele preferiria ter perdido, como mostra o texto bíblico: Então, a vitória se tor-nou, naquele mesmo dia, em luto para todo o povo; porque, naquele dia, o povo ouvira dizer: O rei está de luto por causa de seu filho (II Sm ��:2).

Davi se agitava; passava a mão no peito, na testa, na cabeça; prostrava-se, levantava-se, gemia numa espécie de tortura e remorso, enquanto sua mente pensava velozmente e lhe dizia que poderia ter feito algo, enquanto era tempo; mas agora nada mais poderia fazer, a não ser chorar e gritar: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão!

1. Com base em II Sm 3:2-3, 14:25, comente sobre a origem de Absalão.

2. Com base no comentário, explique o comportamento de Absalão, depois do adultério de seu pai, Davi, e do incesto de seu irmão, Amnom.

� SPAnGLEr, Ann e WOLGEMUTH, r. Eles: 54 homens da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 200�, p. 200.

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3. Com base em II Sm 15:1-13, explique que plano astuto Absalão desenvolveu.

4. Com base no comentário, explique como Absalão colocou em prática seu astuto plano, como Davi agiu, qual o fim de Absalão e como Davi reagiu à morte de seu filho.

II – LIÇÕES DA VIDA DE ABSALÃO

1. Estejamos certos: beleza não é tudo, nem é fundamental.Absalão era um rapaz, como se diz na Bíblia, formoso de porte e de aparência,

como José, como Moisés (II Sm ��:2�; Gn 3�:�; At �:20). O tipo de homem agradável aos olhos femininos (Gn 3:�). Hoje, vivemos uma espécie de ditadura do corpo: musculação, drenagem linfática, exercícios físicos, dietoterapia, ender-moterapia, botox, massagem terapêutica, reiki, acupuntura, etc. É uma verdadeira guerra aos “pneuzinhos”, às celulites, às rugas. não temos nada contra a saúde ou a beleza, mas tudo contra o endeusamento do corpo. De que adianta o corpo ficar magro e esguio, mas a alma continuar obesa, pecaminosa e astuta? É isso também que Jesus nos ensina, quando diz: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc �:3�).

Beleza é fundamental, já dizia o poeta Vinícius de Morais. Beleza é importante, sim, mas não é tudo, nem fundamental. Aos olhos do Senhor, antes da beleza, vale a retidão de coração (Dt �2:2�,2�), pois o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração (I Sm ��:�).

5. Com base em Dt 12:15,28; I Sm 16:7, explique por que beleza não é tudo, nem fundamental.

2. Estejamos firmes: obedecer a Deus é tudo. Absalão decorou os mandamentos; desde pequeno, a lei de Deus foi gravada em

sua mente (Dt �:�-�). Davi lhe ensinava: “não terás outros deuses. não matarás. não adulterarás. não cobiçarás. Lembra-te do dia de sábado. Honra teu pai e tua

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mãe”. Os mandamentos estavam vivos em sua mente jovem. Davi era seu herói, seu modelo de conduta. Mas, ao ver seu “herói” quebrar o �º, o �º e o �0º man-damento, Absalão se desestruturou e passou a agir destrutivamente. revoltado e cheio de astúcia, quebrou o �º, o �º, o �º e o �0º mandamento.

Fique atento: o pecado de nossos irmãos não nos autoriza a fraquejarmos na fé, nem a desobedecermos a Deus! na vida do crente, não existe competição sobre “quem peca mais”. O salvo em Cristo não pode “ir na onda”, “na tendência”, “na pressão dos amigos”. nesta vida, o cristão vê e ouve muitas coisas; mas de tudo o que tem visto e ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem (Ec �2:�3).

6. Com base em Ec 12:13; Jo 14:21, explique por que obedecer a Deus é tudo.

3. Estejamos seguros: diálogo na família é fundamental.Absalão soube do gravíssimo pecado de seu pai, mas através dos outros. Ele

esperou, por dois anos, que seu pai punisse Amnom, mas não viu o irmão se-quer ser repreendido. Com o coração cheio de ódio, fez justiça própria: matou Amnom. Exilado por três anos, jamais foi repreendido por seu ato assassino. Ele decidiu buscar o diálogo com seu pai, que o aceitou de volta, mas lhe virou a cara, por dois anos. Irritado, mandou dizer ao pai: Agora, pois, quero ver a face do rei; se há em mim alguma culpa, que me mate (II Sm ��:32). Em outras palavras, Absalão estava dizendo: “Vamos conversar sobre nossos problemas, pai!” Mas Davi ape-nas o beijou (��:33). Que pena! O filho encheu-se de amargura e ódio, e passou a agir com astúcia, dissimulação, até usurpar o trono do pai e morrer.

Você que é pai, que é mãe, esteja atento: diálogo em casa é fundamental! Se errou, chame os filhos, converse com eles e diga: “O pai pecou, fez besteira; me perdoem, me ajudem a superar minha fraqueza”. Eles vão entender e apoiar. Que pais e filhos se inspirem em Ef �:�-� e conversem bastante.

7. Com base em Ef 6:1-4, explique por que diálogo na família é fundamental.

ConClusão: Muita gente pensa que é vantagem fazer parte de uma família real, morar num palácio, ter empregados à disposição, viver conforta-velmente. nem sempre é tão bom. Absalão tinha tudo isso, mas teve de lidar com o pecado de seu pai, morar numa casa com várias mulheres de seu pai, com vários meios-irmãos. Ele teve de lidar com um irmão estuprador e uma

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irmã estuprada e um pai ausente. Pense nisso.� nada disso, porém, justifica suas atitudes violentas e traiçoeiras. Ele não poderia ter usado o seu livre arbítrio para cometer impiedade (Gl �:�3). Quantas pessoas passaram por situações piores ( José, Moisés, por exemplo), e não agiram pecaminosamen-te! Que fique a lição: Quando tivermos de enfrentar pecados graves em nos-sa casa, tenhamos atitudes sensatas, honestas, transparentes e verdadeiras, como nos diz a palavra de Deus:

Nós rejeitamos tudo o que é feito escondido e tudo o que é vergonhoso. Não agimos de má fé, nem falsificamos a mensagem de Deus. Pelo contrário, agimos sempre abertamente, de acordo com a verdade, e assim as pessoas têm uma boa impressão de nós, que vivemos na presença de Deus. (II Co �:2)

� SPAnGLEr, Ann e WOLGEMUTH, r. Eles: 54 homens da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 200�, p. 20�.

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Autor: Pr. Genilson Soares da Silva

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

108 mARÇo 2008

jOanaUma mulher apoiadora

Hinos sugeridos: BJ 416 – MV 17 / BJ 299 – CC 308

tExtobásiCo: Algum tempo depois Jesus saiu e viajou por cidades e povoa-dos, anunciando a boa notícia do Reino de Deus. Os doze discípulos foram com ele, e também algumas mulheres que haviam sido livradas de espíritos maus e curadas de doenças. (Lc �:�-2a)

intRoDuÇão:Jesus olhou as mulheres com olhos diferentes; tratou-as com uma ternura até então desconhecida, defendeu sua dignidade, acolheu-as como discípulas; tratou-as como seres humanos com necessidades, falhas e talentos. Ele reconheceu o valor delas. ninguém as havia tratado assim. As pessoas viam-nas como fonte de impureza ritual. rompendo tradições e costumes, Jesus se apro-ximou delas sem temor algum; assentou-se à mesa com elas e até deixou que os seus pés fossem tocados por uma prostituta que lhe estava muito grata. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus; podiam rela-cionar-se com ele da mesma maneira que os homens se relacionavam. Este foi, por exemplo, o caso de Joana, cuja história é comentada na seqüência.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE JOANA

Lucas, o segundo mais longo livro do novo Testamento, é também o que mais destaca o papel e o valor das mulheres. As mulheres têm presença e atuação mar-cantes em seus escritos. Desde o início do seu evangelho, as mulheres dão o tom. A primeira mulher a surgir, em sua narrativa, é Isabel, que não podia ter filhos (Lc �:2�-2�). Entre o povo judeu, havia a crença de que uma mulher sem filhos era

Domingo, 2: Lc 8:1-3Segunda, 3: Lc 23:44-56Terça, 4: Lc 24:1-10Quarta,5: I Tm 5:1-2Quinta, 6: At 1:13-14Sexta, 7: Rm 16:1-5Sábado, 8: Rm 16:6-15

Mostrar, através da história de Joana, que as mulheres que apóiam a obra de Cristo devem ser tratadas com santidade, dignidade e confiança.

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inferior às que os tinham. Assim era vista Isabel, mulher do sacerdote Zacarias. Ela, porém, por obra de Deus, ficou grávida. A sua gravidez foi mantida no mais absoluto segredo. Se contasse que estava grávida, dificilmente acreditariam. Então, ela esperou até que as evidências físicas da gravidez surgissem.

Após abordar sobre a mãe do precursor (Lc �:��-��), Lucas passa a tratar da mãe do Salvador. A narrativa do nascimento de Jesus feita por Lucas é diferente da narrativa feita por Mateus. Enquanto Lucas destaca a pessoa de Maria, Mateus destaca a pessoa de José. Há, ainda, outro detalhe interessante na narrativa de Lu-cas: rompendo uma linhagem patriarcal, o anjo Gabriel, mensageiro de Deus, apa-rece a Maria (Lc �:2�-30) e não a José, como no evangelho de Mateus (Mt �,20-2�). Para Lucas, Maria foi a primeira a acreditar no Deus da Vida (Lc �:3�,��, 2:��,��). Zacarias, homem idoso e sacerdote, reagiu com dúvidas à anunciação do anjo Gabriel, enquanto Maria, a moça simples de nazaré, acreditou.

O normal seria um homem idoso, portanto, experiente e sábio, entender a mensagem de Deus com mais sensibilidade e dar-lhe mais credibilidade. Afinal, Zacarias era sacerdote, alguém considerado santo, intermediário entre Deus e o povo. Ele, ao contrário de muitos sacerdotes do seu tempo, exercia o seu ofício de maneira correta e piedosa, sempre atento às exigências divinas, prescritas no Anti-go Testamento. no entanto, ao ouvir as alegres novas do anjo Gabriel de que a sua mulher, Isabel, teria um filho, Zacarias não acreditou. Sua incredulidade o levou a pedir um sinal de que a promessa seria cumprida. O sinal dado se ajustou a sua incredulidade: ele ficou mudo, até o filho nascer. Quem, portanto, se revelou mais dócil à mensagem de Deus é Maria, uma leiga, mulher nova, pessoa simples.

Ao retratar a cerimônia de circuncisão e apresentação de Jesus, Lucas destaca outra mulher: uma profetisa, chamada Ana (Lc 2:3�a). A descrição desta mulher é marcada por um número incomum de detalhes preciosos. Lucas diz que ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara (Lc 2:3�b-3�a). A preocupação mais importante do evangelista é enfatizar a extraordinária devoção de Ana, desde que perdera o marido: ... esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações (Lc 2:3�b). Lucas não pára por aí. Ele diz, ainda, que Ana dava graças a Deus pelo envio do Messias e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2:3�).

Após se referir a mulheres que não menciona pelo nome, tais como a viúva de naim (Lc �:�-�2) e à pecadora que ungiu os pés de Jesus (Lc �:3�), Lucas diz que Jesus era seguido também por mulheres: ... e os doze iam com ele, e também algumas mulheres (Lc �:�b-2a). Isto é incomum, pois os rabis ou mestres da época de Je-sus não permitiam que mulheres os seguissem em suas andanças. na vida dessas mulheres, milagres foram operados: ... haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades (Lc �:2b). Quais eram essas mulheres? Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras (Lc �:2c-3a).

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Dentre as mulheres identificadas pelo evangelista, está Joana, que significa “agraciada por Deus”. Lucas volta a citá-la na narrativa da ressurreição de Jesus (Lc 2�:�0). O nome do seu marido era Cuza, nome de origem incerta, que signi-fica “vidente”. O fato de ele ser procurador de Herodes indica que se tratava de um homem que ocupava uma posição de destaque no governo de Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia (Lc 3:�) e assassino de João Batista (Lc 3:��). De acordo com a nTLH, Cuza era alto funcionário do governo de Herodes. Há até quem diga que Cuza pode ter sido o oficial cujo filho Jesus curou de uma grave febre ( Jo �:��). não se diz muita coisa sobre Joana, mas, mesmo assim, é notável a nobreza do caráter dessa mulher, como veremos daqui por diante.

�) Joana era uma mulher agraciada: Lucas nos informa que as mulheres que acompanhavam Jesus haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades (Lc �:2a). Joana era uma das mulheres que havia sido fisicamente curada ou espiritu-almente liberta pelo poder de Jesus. Ela vivia uma situação bastante angustiante, mas, em Jesus, encontrou perdão para os seus pecados, purificação para as suas injustiças, esponja para o seu passado, alívio para a sua dor, provisões para a sua ansiedade, consolo para as suas lágrimas, luz para o seu caminho, vida eterna para o seu presente e o seu futuro. Desde que se voltou para Jesus, Joana nunca mais foi a mesma. Ela foi grandemente agraciada e abençoada por Jesus.

2) Joana era uma mulher agradecida: Joana tomou parte no ministério itine-rante de Jesus, que, de cidade a cidade, anunciava, com autoridade e sabedoria, o gracioso reinando de Deus, que traz salvação a homens e mulheres perdidos. É bom que se diga que ela não o seguia e não o apoiava porque tivesse sido par-ticularmente convidada ou especialmente designada por Jesus. Ela também não o seguia por interesse político ou material. O que a levou a seguir e apoiar Jesus nessa missão? Gratidão. na vida de Joana, as boas novas do reino de Deus torna-ram-se realidade libertadora e abençoadora. A graça de Jesus mudou o rumo da vida daquela mulher para sempre! Por causa disso, ela tornou-se uma constante seguidora do Libertador.

3) Joana era uma mulher generosa: Jesus sendo rico, se fez pobre (II Co �:�), ao ponto de não ter onde reclinar a cabeça (Mt �:20; Lc �:��). Sendo assim, o seu ministério era totalmente dependente da generosidade dos outros. Sabe-se que o grupo apostólico tinha uma bolsa em comum ( Jo �2:�, �3:2�), da qual tiravam dinheiro não somente para custear o alimento, mas, também, para auxiliar os ca-rentes. Contudo, os outros evangelhos não informam como era enchida. Aqui, no evangelho de Lucas, sabemos que grande parte das doações vinha das mulheres que seguiam Jesus, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens. Joana era des-sas mulheres que, de maneira generosa, usava os seus próprios recursos terrenos para sustentar o ministério de Jesus.

�) Joana era uma mulher corajosa: Ainda no território Galileu, Joana ouvi-ra Jesus dizer, várias vezes, que, em Jerusalém ele seria denunciado, capturado, julgado, condenado e crucificado (Lc �:3�, �:22, �3-��, �2:�0, �3:32-33, ��:2�).

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Joana, porém, continuou seguindo Jesus, até o fim! A fúria dos judeus não a deixou amedrontada. Ela viu Jesus, na cruz, se retorcendo em dor e presenciou a vida se esvaindo de seu corpo (Lc 23:��). Ela – e não os discípulos homens – seguiu e ob-servou José de Arimatéia e nicodemos prepararem e sepultarem o corpo de Jesus (Lc 23:��). A seguir, ela voltou a Jerusalém para preparar especiarias e perfumes para o corpo do Mestre (Lc 23:��-��).

�) Joana era uma mulher obediente: Jesus fora rejeitado e crucificado, mas lhe é dado um enterro honrado, graças à iniciativa e à bondade de um membro do próprio Sinédrio, chamado José de Arimatéia. Joana foi uma das mulheres que assistiram a este piedoso homem depositar o corpo de Jesus num túmulo aberto em rocha, onde ainda ninguém havia sido sepultado (Lc 23:�3). Depois disso, Joana e as outras foram para casa com o objetivo de preparar as espe-ciarias e os ungüentos. Logo a seguir, Lucas frisa: ... e, no sábado, descansaram, segundo o mandamento (Lc 23:�). Ao longo do tempo que andou com Jesus, Joana ouviu várias instruções e pregações do Senhor do sábado. Ela, porém, jamais o ouviu ensinar que, depois da sua morte, o descanso sabático estaria anulado. Por esta razão, Joana descansou no sábado.

�) Joana era uma mulher ensinável: Antes de partir da Galiléia, Jesus falou abertamente acerca de sua crucificação e sua ressurreição. Os seres angelicais fize-ram alusão a este ensino para convencer Joana e as outras acerca da realidade da ressurreição de Jesus (Lc 2�:�-�). Então, se lembraram das suas palavras (Lc 2�:�). Joana absorveu e guardou, em sua memória, as palavras do amado Mestre e Se-nhor Jesus, que prediziam a ressurreição dele. Ela não era uma ouvinte displicente e descuidada, nem como aquelas mulheres instáveis da igreja de Éfeso, que estão sempre tentando aprender, mas nunca chegam a conhecer a verdade (II Tm 3:�). Joana e as demais rapidamente entenderam que o corpo de Jesus não havia sido removido, mas ressuscitado! Joana, que constatou, pessoalmente, a crucificação e o sepulta-mento de Jesus, presenciou, também, a realidade da sua ressurreição.

�) Joana era uma mulher crédula: Quando os dois seres angelicais afirma-ram: ... ele [ Jesus] não está aqui, mas ressuscitou (Lc 2�:�a), Joana e as demais do grupo não somente entenderam aquelas palavras, mas também acreditaram plenamente nelas. Elas, então, foram ao lugar onde os onze e os demais discí-pulos estavam, para anunciar-lhes a incrível realidade da ressurreição de Jesus. Mas a história narrada pelas mulheres foi recebida por eles como fantasia: ... tais palavras lhes pareciam um como delírio (Lc 2�:��a). O termo grego “leros”, traduzido por “delírio”, significa, literalmente, “tolices”. A seguir, Lucas desta-ca: ... e não acreditaram nelas (Lc 2�:��b). Vale dizer que, “como as mulheres, os apóstolos tinham ouvido as profecias dos lábios de Jesus, mas eles estão completamente céticos. Eles se recusam a acreditar.”�

� ArrInGTOn, L. French e STrOnSTAD, roger (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. ���.

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E assim termina a história de Joana. nada mais é dito sobre ela. não há menção dela nas cartas de Paulo, Tiago, João, Judas, Pedro. Uma coisa, porém, ficou clara: a devoção de Joana pelo Senhor fica evidente pelo serviço constante que dedicou a ele. Cuidou de Jesus, até mesmo depois da morte. A essa altura, devemos nos per-guntar: por que Joana resistiu ao escândalo da cruz? Por que ficou perto de Jesus, mesmo quando tudo parecia acabado e, inclusive, seus discípulos mais íntimos o haviam abandonado? A resposta contém quatro letras: amor. Joana amava a Jesus de todo o seu coração, de toda a sua força e de todo o seu entendimento. Ela, po-rém, o amava porque ele a amou primeiro.

Joana foi, sem dúvida, uma mulher extraordinária e perseverante em sua assistência ao seu Senhor. Sendo assim, quando Cristo Jesus, o nosso gran-de Deus, retornar, de maneira visível, pessoal e gloriosa para aqueles que o aguardam para a salvação, a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis (I Co ��:�2b). Joana também ressucitará incorruptível; será uma das milhares de pessoas que ouvirão dos lábios de Jesus: vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 2�:3�). Enfim, Joana, certamente, estará entre aqueles que subirão, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares (I Ts �:��), e, assim, ela também estará para sempre com o Senhor.

1. Leia as partes iniciais dos versículos 2 e 3, do capítulo 8 do evangelho de Lucas e responda as seguintes perguntas: Quem foi Joana? Como ela foi agraciada por Jesus? Observe o comentário.

2. Leia a parte inicial de Lucas 8, versículo 2 e a parte final do versículo 3 e responda: De que modo esses textos revelam o caráter agradecido e generoso de Joana?

3. Leia o capítulo 23, versículos 49,55-56 do evangelho de Lucas e responda: Como estes textos provam que Joana era uma mulher corajosa e obediente? Recorra, também, ao comentário.

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4. Após ler Lucas 24:6-9, responda: O que significa dizer que Joana era ensinável e crédula? Leia, ainda, os dois parágrafos finais do comentário e explique o que levou Joana a ficar com Jesus até o fim.

II – LIÇÕES DA VIDA DE JOANA

1. As mulheres que apóiam a causa de Cristo desejam ser tratadas com santidade.Joana deve ter ficado muito feliz, quando notou que Jesus aceitava com ternu-

ra a presença de mulheres solteiras e casadas nas suas caminhadas missionárias (Lc �:�b-2a). Para Joana, aquela atitude era inédita, pois os rabinos aceitavam as contribuições financeiras femininas (Lc 20:��), mas não a sua companhia, porque não podiam conter seus desejos e olhares impuros sobre elas (Mt �:2�). O jeito de Jesus lidar com as mulheres, porém, era diferente. Ele as tratava como pessoas, não objetos de desejo. Sabe-se que, em grande parte das igrejas locais, as mulheres são maioria. Sendo assim, não é possível evitar a sua companhia, nem é bíblico proibir a sua colaboração no serviço cristão. O que fazer? Como tratar essas mulheres que apóiam a causa de Cristo? Há uma orientação bíblica a esse respeito: Trate (...) as mulheres idosas, como mães e as mulheres jovens, como irmãs, com toda a pureza (I Tm �:�a-2, nTLH).

5. O que significa tratar as mulheres que apóiam a causa de Cristo com santidade? O que Jesus nos ensina a esse respeito? Leia o comentário anterior.

2. As mulheres que apóiam a causa de Cristo desejam ser tratadas com dignidade.Joana viveu numa época em que mulher era vista como alguém incapaz de

aprender, de assimilar, de debater verdades espirituais. Os homens iam às si-nagogas para aprender, mas as mulheres para ouvir apenas. Os rabinos diziam que era melhor queimar os livros da lei que permitir que uma mulher os lesse. Diante disso, foi grande a admiração de Joana pelo Mestre dos mestres, quan-

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do notou que ele admitia que as mulheres eram não somente capazes de apren-der e entender, mas, também, de participar de debates bíblicos (Mt ��:2�-2�; Mc ��:3-�; Lc �0:3�-�2; Jo �:�-�2, ��:20-33). Ela deve ter se sentido profun-damente respeitada e dignificada, quando Jesus se dispôs a ensinar-lhe acerca de sua crucificação e sua ressurreição (Lc 2�:�-�). As mulheres que apóiam a causa de Cristo desejam ser tratadas com dignidade. não podemos pensar que todas as mulheres da igreja de Cristo são como as da igreja de Éfeso: mulhe-res que estão sempre tentando aprender, mas nunca chegam a conhecer a verdade (II Tm 3:�). Há muitas que são capazes, não somente de ouvir e aprender, mas também de ensinar a verdade da palavra de Deus.

6. Com base no exemplo de Jesus, explique como podemos tratar com dignidade as mulheres que trabalham na Igreja de Cristo? Recorra ao comentário anterior.

3. As mulheres que apóiam a causa de Cristo desejam ser tratadas com confiança. Tente imaginar o quanto Joana se sentiu valorizada, ao receber dos seres an-

gelicais a missão de comunicar aos discípulos a extraordinária mensagem da ressurreição de Jesus. Joana vivia num mundo onde ninguém dava credito às palavras de uma mulher. Ela sabia que, nos tribunais, a palavra feminina tinha o mesmo valor da palavra de um escravo gentio, ou seja, quase nenhum. O mundo não acreditava na capacidade da mulher, mas Jesus acreditou (Mc ��:��; Lc 2�:22-2�). no dia de Pentecostes, não foram somente os homens que ficaram cheios do Espírito Santo, mas também as mulheres (At �:�3-��) presentes no cenáculo participaram, igualmente, daquela experiência de revestimento para a proclamação. Talvez Joana tenha sido uma delas. O Espírito Santo, sobre quem Jesus tanto falou, em seus últimos ensinos, não recriminou nem desprezou as mulheres! Ele capacitou (rm ��:�, 3-�a,�,�2-�3) e capacita mulheres para leva-rem o evangelho salvador e poderoso do Senhor Jesus aos perdidos.

7. De que modo a narrativa da ressurreição de Cristo nos ensina a tratar as mulheres que apóiam a igreja do Senhor? Baseie-se no comentário.

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ConClusão: não temos, nos evangelhos, nenhuma mulher opondo-se a Jesus. As mulheres aparecem para apoiar e ajudar o ministério de Jesus. Este é, como vimos anteriormente, o caso de Joana, que foi tratada por Jesus de modo gentil, limpo e digno. O mesmo Jesus de Joana continua buscando tais amizades com milhares de corações femininos. Ele continua esperando a cooperação perseverante e a assistência espontânea das mulheres no minis-tério da sua Igreja, que se pareçam com Joana, em caráter, ou seja, que sejam agradecidas, generosas, obedientes, ensináveis, corajosas, crédulas. A história de Joana não está registrada no evangelho apenas para ser estudada e admi-rada, mas, também, para ser imitada.

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Autor: Pr. Genilson Soares da Silva

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

1115 mARÇo 2008

judasUm homem avarento

Hinos sugeridos: BJ 103 – HC 147 / BJ 102 – CC 89

tExtobásiCo:Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava. ( Jo �2:�)

intRoDuÇão:no mês que vem, mais precisamente, no sábado chamado de sábado de aleluia, em muitas cidades do interior do Brasil, onde o espírito de cole-tividade e os espaços de convivência são, ainda, preservados, inúmeras pessoas irão malhar o Judas, na prática de um costume popular trazido para a América Latina pelos colonizadores portugueses e espanhóis.

A lição de hoje trata de Judas. Assim como as lições anteriores, esta também esta dividida em duas partes. na primeira, “o que diz a Bíblia sobre Judas”, vamos ver o que os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João escreveram sobre Judas. na segunda parte, “as lições da vida de Judas”, veremos o que podemos aprender com o fracasso desse homem. Vamos, então, à primeira parte.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE JUDAS Judas, um dos homens mais repudiados e mais detestados da história, não

seria o traidor que vendera Jesus a seus inimigos por algumas moedas de prata, mas o discípulo obediente e prestativo. De acordo com o manuscrito do frau-dulento “Evangelho de Judas” – provavelmente, produzido no Egito, por volta do quarto século depois de Cristo, descoberto em ���0, com existência anun-ciada em 200� e tradução concluída em 200� –, quando Judas entregou Jesus às autoridades judaicas, estaria fazendo o que seu mestre pedira. Desse modo,

Domingo, 9: Mt 10:1-4Segunda, 10: Jo 12:1-6Terça, 11: Lc 22:3-6Quarta, 12: Jo 13:21-30Quinta, 13: Lc 22:47-48Sexta, 14: Mt 27:1-10Sábado, 15: Tg 4:7; I Pe 5:9

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre os impulsos da carne, as atuações do diabo e os valores do mundo.

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Judas não seria um vilão e um traidor, mas, sim, um herói, que ajudou Jesus a cumprir a sua missão. Mas como evangelhos autênticos de Mateus, Marcos, Lucas e João descrevem Judas? Vejamos.

1) Judas no evangelho de Mateus: Mateus narra que, dentre os capacitados e comissionados pelo Senhor, para serem enviados, prioritariamente, às ovelhas perdidas da casa de Israel, com a missão de anunciar, gratuitamente, o reino dos céus, estava Judas Iscariotes, que foi quem o traiu (Mt �0:�). Judas era um dos no-mes mais belos da Bíblia. Vem de Judá, que significa louvado (no hebraico, yehu-dhâ).� É daqui que vem a palavra judeu, que quer dizer: aquele que louva. O seu bom nome, porém, em nada o ajudou. Seu nome indicava o louvor, mas sua vida é lembrada pela traição. Quanto ao significado do sobrenome “Iscariotes”, inúme-ras explicações são apresentadas pelos estudiosos, mas, de acordo com Gardner,2 a mais antiga e mais aceita, porém, é “homem de Queriote”, que pode ser uma cidade de Moabe ( Jr ��:2�) ou da Judéia ( Js ��:2�). Se este for o caso, Judas seria o único dos doze sem origem galiléia.

Outra alusão a Judas é feita por Mateus, no capítulo 2�, versículos ��-��. neste trecho, ele aparece negociando o preço da traição de Jesus com os princi-pais sacerdotes. Dos quatro evangelistas, apenas Mateus indica o valor da trai-ção, trinta moedas de prata. não há como saber qual seria o valor dessas moedas, hoje. na época do Antigo Testamento, se um boi de alguém chifrasse e matasse um escravo ou uma escrava, o proprietário do escravo receberia, como indeniza-ção, trinta moedas de prata (Êx 2�:32). nos tempos do novo Testamento, este era o valor pago a alguém que trabalhasse quatro meses. Judas vendeu o Mestre muito abaixo do preço de um escravo.

Mateus faz menção a Judas, novamente, no capítulo 2�, versículos 3-�0. Tão logo Judas notou que Jesus seria mesmo morto, sentiu profundo remorso (Mt 2�:3b), que, no grego, é metamellomai. Esta não é a palavra costumeira para indicar arrependimento para a salvação.3 Ela apenas expressa o desejo de que algo fosse desfeito.� Judas tentou reparar a injustiça cometida: ... de-volveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente (Mt 2�:3b-�a). Os sacerdotes, todavia, não se sensibilizaram nem com a sua confissão do pecado, nem com a sua devolução do dinheiro. Eles simplesmente disseram: O que é que nós temos com isso? O problema é seu (Mt 2�:�b). Diante disso, Judas, irado, atirou (Mt 2�:�) – o

� DOUGLAS, J. D (Editor Organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida nova, ���2, p. ��3.

2 GArDnEr, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. 3��. 3 PFEIFFEr, Charles F. e HArrISOn. Evereste F (Editores). Comentário Bíblico Moody. São

Paulo: Imprensa Batista regular, ����, volume 0�, p. ��. � rIEnECKEr, Fritz e rOGErS, Cleon. Chave Lingüista do Novo Testamento Grego. São Pau-

lo: Edições Vida nova, ����, p. �0.

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verbo grego rhipto indica um gesto irado� – as moedas da traição dentro do templo e partiu para se matar.

2) Judas no evangelho de Marcos: O evangelho de Marcos, o mais breve, mais simples e mais antigo dos quatro evangelhos, afirma que Jesus chamou os que ele mesmo quis e vieram para junto dele. As razões do chamado são também explicadas. Em primeiro lugar, Jesus os chamou para “partilharem da presença”: para estarem com ele (Mc 3:��a). Em segundo lugar, Jesus os nomeou para “par-tilharem do seu ministério”: para os enviar a pregar (Mc 3:��b). A relação dos chamados desponta na seqüência. Judas é o último nome da lista, seguido da expressão que traiu Jesus (Mc 3:��-��). nota-se que Judas teve a mesma opor-tunidade, a mesma proximidade e o mesmo treinamento que os demais. Assim como os demais, ele partilhou, também, da presença e do ministério de Jesus, que jamais o rejeitou e nunca o depreciou.

Marcos volta a fazer menção de Judas, quando trata das cenas finais da vida de Jesus; mostra as várias reações do Senhor. Em primeiro lugar, apon-ta que as autoridades judaicas estudavam uma maneira de prender e matar Jesus, sem provocar tumultos e revoltas, pois a cidade estava repleta de peregrinos para as festividades (Mc ��:�-2). Um dos doze discípulos pro-curou-os para entregar-lhes Jesus (Mc ��:�0). Por esta, eles não esperavam! naturalmente, eles, ouvindo-o, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro (Mc ��:��a). Alegraram-se, não com a justiça e a verdade, mas com a injustiça e a mentira. A partir disso, Judas buscava, continuamente, um momento adequado para o entregar (Mc ��:��b).�

Ao cair da tarde, ao redor da mesa da páscoa, Jesus alertou aos doze: Em verdade vos digo que um dentre vós, o que come comigo, me trairá (Mc ��:��). Ele já havia dito que seria traído (�:3�, �0:33), mas, agora, declarava, especificamente, que seria traído, não por um desconhecido, mas por um companheiro: ... é um dos doze, o que mete comigo a mão no prato (Mc ��:20). Por fim, Jesus ainda advertiu: ... ai da-quele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido! (Mc ��:2�). O que o Senhor disse, porém, não produziu em Judas nenhum tipo de quebrantamento e nenhum tipo de arrependimento. Ele levou o seu plano de traição avante (Mc ��:�3-��).

3) Judas no evangelho de Lucas: A primeira aparição de Judas, no evangelho de Lucas, ocorre no capítulo seis. Ali, temos o relato da escolha dos doze discí-pulos. Assim como por Mateus e Marcos, Judas é também o último a ser alistado por Lucas, que, igualmente, acrescenta ao nome do discípulo a expressão: ... que se tornou traidor (Lc �:��). A narrativa que Lucas faz do chamado dos doze, porém, difere num aspecto: ele registra que, antes de escolher os discípulos, Jesus retirou-

� TASKEr, r. V. G. Mateus: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristo e Edições Vida nova, ���0, p. 20�.

� GArDnEr, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. 3��.

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se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus (Lc �:��). O fato de Jesus passar uma noite inteira em oração é extremamente relevante, pois “acentua a importância da direção de Deus na seleção dos Doze”.�

A partir de que momento Judas procurou as autoridades judaicas para ne-gociar a entrega de Jesus? Lucas registra que isso ocorreu após Satanás ter entrado nesse discípulo. Mateus e Marcos não mencionam essa influência satânica. Além disso, Lucas relata, de maneira diferente, a referência indireta que Jesus fez a Judas, durante a Última Ceia (Lc 22:2�-23). A sua narrativa sobre a traição também é mais resumida (Lc 22:��-��). Outra questão que chama à atenção, nos escritos de Lucas, é o seu modo de abordar a morte de Judas. Ele diz que este, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram (At �:��b).

Este relato da morte de Judas diferencia-se um pouco do de Mateus (2�:3-�), mas ambos não se contradizem; antes, se complementam. Postos lado a lado, rela-tam o fim trágico de uma vida que tinha grande potencial.

Possuído de remorso, Judas enforcou-se. Seu corpo ficou pendurado, rejeita-do, até que, finalmente, a corda se rompeu ou ele se decompôs. Quando o seu corpo caiu, o seu abdômen arrebentou-se no solo rochoso do campo do oleiro. Um campo de barro era adquirido por um oleiro fabricante de vasos, que retirava o barro do campo para fazer os vasos. Quando um oleiro abandonava um campo, ele ficava basicamente inútil.

4) Judas no evangelho de João: Dos quatro evangelhos, o de João é o que mais revela e destaca o caráter negativo de Judas. Em Jo �:�0, Jesus faz uma pergunta e uma declaração: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. Este último termo é de origem grega e significa acusador, difamador, caluniador. Jesus estava se referindo a Judas ( Jo �:��,��). Outra descrição negativa do caráter Judas é encontrada na narrativa da unção de Jesus, feita por Maria ( Jo �2:�-�), quando ele contestou o ato desta mulher, observando que o perfume poderia ser vendido pelo equivalente ao salário de um ano de um trabalhador típico e dado aos pobres ( Jo �2:�). João se apressou em explicar a razão de Judas ter reagido daquela maneira: Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava ( Jo �2:�).

João mostra que Jesus, logo depois de praticar e ordenar a cerimônia da humil-dade, passa a falar do traidor, de modo cada vez mais claro ( Jo �3:2,�0,��). Ao ser perguntado sobre quem o haveria de trair, Cristo o indicou: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes ( Jo �3:2�). João prossegue a narrativa, dizendo que, assim que Judas recebeu o pedaço de pão, Satanás entrou nele ( Jo �3:2�a). Diante

� ArrInGTOn, L. French e STrOnSTAD, roger (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 3��.

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disso, Jesus lhe disse: O que pretendes fazer, faze-o depressa ( Jo �3:2�b). E foi o que Judas fez: ... tendo recebido o bocado, saiu logo. E era noite ( Jo �3:30).

Ao concluir sua oração, Cristo foi com os onze para um jardim, lugar muito conhecido pelos discípulos. Para levar adiante o seu plano de traição, João relata que tendo, pois, Judas recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas. A seguir, João, diferentemente de Mateus, Marcos e Lucas, enfatiza a firmeza e a prontidão de Jesus em ser levado, que tornou inútil a traição de Judas ( Jo ��:3). Sendo assim, Jesus não foi preso por aqueles soldados e policiais treinados em perseguir e aprisionar criminosos perigosos, mas se identificou e se entregou, para que o prendessem e o manietassem ( Jo ��:�2).

Judas vinha se conduzindo bem. Seu porte era firme. Ele não tinha o que esconder, nem o de que se envergonhar. Graças ao poder de Jesus, expelia de-mônios, sarava enfermos, realizava milagres, pregava o evangelho. Mas, pouco a pouco, foi se tornando horrível e perigoso. Tudo ocorreu por causa de um descuido de sua parte. Por causa de uma vontade não sufocada, de uma desobe-diência seguida de outra, também seguida de outra desobediência. Judas abriu as comportas da carne, o seu inimigo do lado de dentro, que abriu portas para os seus inimigos do lado de fora, o mundo e o diabo.

O mal, então, foi se agravando, sendo que Judas foi descendo cada vez mais, foi acumulando pecado, foi se distanciando demais de Jesus. Ele esco-lheu andar na teimosia do seu coração, apesar de Jesus o ter advertido várias vezes. Judas não pôs um basta à sua loucura, à sua rebeldia, à sua volúpia. Apesar das muitas loucuras, das muitas fraquezas, das muitas tentações, das muitas maldades, dos muitos perigos, das muitas oposições, os outros onze sobreviveram espiritualmente. O mesmo, porém, não se pode dizer de Judas. Ele foi engolido por um fracasso sem retorno e sem salvação. Enfim, Judas perdeu Jesus para sempre.

1. Após ler o comentário anterior, bem como os textos bíblicos nele citados, explique como Judas é retratado por Mateus.

2. De que modo Judas é descrito pelo evangelista Marcos? Para facilitar a compreensão, leia os textos bíblicos mencionados no comentário anterior.

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3. O que diz o evangelista Lucas sobre Judas? Compare o que ele disse com o que foi dito pelo evangelista Mateus.

4. Por que João é o evangelista que mais destaca o caráter negativo de Judas? Fundamente-se no comentário anterior.

II – LIÇÕES DA VIDA DE JUDAS

1. Não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre os impulsos da carne.Porque não venceu os impulsos da carne, Judas não sobreviveu espiritualmen-

te! Ele não quis dizer não aos desejos inferiores e interiores que procedem do coração e contaminam a pessoa, sua conduta e o seu caráter (Mc �:20-23). Se você não quer acabar como Judas, viva o tempo todo em “atitude de atenção” e em “atitude de oração”, pois, como disse Jesus, o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt 2�:��). Estar em “atitude de atenção” é vigiar, estar de sobreaviso, estar alerta, estar prevenido. Estar em “atitude de oração” é abrir o coração diante de Deus para suplicar sua presença, sua intervenção, sua graça, sua força. Ambas atitudes são recursos necessários e extraordinários para a obtenção da vitória sobre os impulsos carnais.

5. Por que não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre os impulsos da carne?

2. Não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre as atuações do diabo.Porque não venceu as atuações do diabo, Judas não sobreviveu espiritual-

mente! Os evangelhos de Mateus e Marcos mostram, de modo muito claro,

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Jesus dando poder a Judas para expelir e expulsar espíritos malignos. Ele não tinha somente o poder de Jesus, mas tinha também o Jesus do poder, o vencedor de tentações satânicas. Mas Judas não utilizou o poder de Jesus, nem procurou o Jesus do poder para superar as perigosas artimanhas e as insistentes insinua-ções satânicas. Por esta razão, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze discípulos (Lc 22:3), pondo na cabeça dele a idéia de trair Jesus ( Jo �3:2 – nTLH). nós, porém, não precisamos reagir como Judas, diante do ten-tador ( Jo �3:2�). Pela fé no poder de Jesus (I Pe �:�; Tg �:�), que reina acima de todo poder de natureza humana ou espiritual, podemos resistir, com firmeza (Ef �:�0-��), à pessoa e à atuação de Satanás.

6. Explique, com base no comentário acima, a frase a seguir: “não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre as atuações do diabo”.

3. Não pode haver sobrevivência espiritual, se não houver vitória sobre os valores do mundo.Porque não venceu as valores do mundo, Judas não sobreviveu espiritual-

mente. O mundo onde Judas nasceu viveu e morreu era habitado por líderes religiosos avarentos (Lc ��:��; Mt 23:��). Essa cultura religiosa mundana se-duziu-o a tal ponto que ele se tornou ladrão e traidor. Se queremos sobreviver espiritualmente, ouçamos o alerta do Senhor Jesus: ... cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. Esta advertência é encontra, freqüentemente, nas Escrituras Sagradas (Mc �:22; rm �:2�; I Co �:�0-��, �:�-��; Ef �:3,�; Cl 3:�; I Tt �:�0; II Pe 2:��). não olhe para o valores e as glórias deste mundo, pois passam se perdem. Olhe para o reino de Deus, cuja gloria é eterna! Siga o conselho da pa-lavra de Deus, que diz: Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei (Hb �3:�).

7. Como ser vitorioso espiritualmente, numa cultura cujos valores são, cada vez mais, marcados pela avareza? Leia os textos bíblicos do comentário acima.

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ConClusão:A Bíblia lembra que, quando Jesus subiu às alturas, levou cati-vo o cativeiro (Ef �:�). Se ele levou cativo o cativeiro, você está verdadeiramente livre. Sendo assim, você não é obrigado a andar segundo o curso deste mundo, segundo as inclinações naturais da carne e segundo o príncipe da potestade do ar. Em obediência à vontade do nosso Deus e Pai, Cristo se entregou para ser morto a fim (...) de nos livrar deste mundo mau (Gl �:� – nTLH). Sabemos que a nossa ve-lha natureza pecadora já foi morta com Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado (rm �:�, nTLH). Foi na cruz que Cristo se livrou do poder dos governos e das autoridades espirituais. Ele hu-milhou esses poderes publicamente, levando-os prisioneiros no seu desfile de vitória (Cl 2:�� – nTLH). Portanto, por meio daquele que nos amou, podemos ser mais que vencedores sobre os impulsos da carne, as atuações malignas e os valores mundanos! Cristo é o segredo da sobrevivência espiritual.

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Autor: Pr. José Lima de Farias Filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

1222 mARÇo 2008

PriscilaUma mulher cooperadora

Hinos sugeridos: BJ 165 – HC 115 / BJ 10 – CC 422

tExtobásiCo:Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itá-lia, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. (At ��:�-2)

intRoDuÇão: O nome de Priscila é mencionado seis vezes na Bíblia Sagrada (At ��:2,��,2�; rm ��:3; I Co ��:��; II Tm �:��); em quatro dessas ocasiões (At ��:��,2�; rm ��:3; II Tm �:��), a citação de seu nome ocorre antes de Áquila, talvez indicando que “Priscila era elemento de maior proeminência na igreja local.”� Em II Timóteo �:�� – e em rm ��:�, conforme os “melhores manuscritos” –, Paulo a chama de “Prisca”, enquanto Lucas, em Atos, prefere o diminutivo “Priscila”.

O presente estudo pretende realçar a maravilhosa obra que Deus realizou na vida de Priscila, transformando-a numa das mulheres mais relevantes do novo Testamento. Sem dúvida, ela foi uma pessoa que, com seu esposo, Áquila, se constituiu na mais importante cooperadora do apóstolo Paulo, homem escolhido por Jesus para um vigoroso e vitorioso ministério cristão. Com sua cooperação, Deus fez nascer duas igrejas importantes: Corinto e Éfeso. Através dela, Deus salvou Paulo de morrer prematuramente. Através dela, um grande pregador da

� CHAMPLIn, russel norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Pau-lo: Milenium, ����, Vol. 3, p. 3��.

Domingo, 16: At 18:1-4Segunda, 17: At 18:18-23Terça, 18:At 18:24-28Quarta, 19: Rm 16:3-4Quinta, 20: I Co 16:19; II Tm 4:19Sexta, 21: I Co 15:58. Ap 3:5Sábado, 22: Ap 2:10, 22:12

Levar o estudante a compreender o valor da cooperação na expansão do evangelho de Cristo, a entender, também, o valor do trabalho espiritual de uma mulher que ama o evangelho de Cristo; encorajá-lo a aplicar em sua vida os bons exemplos deixados por Priscila.

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PriscilaPalavra, Apolo, teve seu entendimento do evangelho totalmente reestruturado. Através dela, Deus mostrou ao mundo o valor e a importância da cooperação para o progresso de seu reino na terra.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE PRISCILA “Paulo mandou saudações para vocês”, disse Timóteo a Priscila e Áquila, de-

pois de ter lido uma das cartas enviadas pelo apóstolo a ele (cf. II Tm �:��). A mente de Priscila viaja no tempo: lembra o dia em que seu marido e ela se encontraram com Paulo, em Corinto, pela primeira vez. Desde então, os três missionários viveram incríveis experiências com Deus. Em certa ocasião, na cida-de de Éfeso, Priscila viu uma irada multidão voltar-se contra Paulo. A pregação cristocêntrica do apóstolo abalara a cidade de tal maneira que muitos dos que cre-ram vinham e confessavam publicamente as coisas más que haviam feito (At ��:��). Daqueles novos convertidos, muitos eram feiticeiros (At ��:��). Priscila os viu abandonarem a feitiçaria, a magia, a idolatria, queimarem seus livros, deixarem as estátuas de Diana e trocarem-nas por Jesus Cristo. Ela viu que de maneira pode-rosa, a mensagem do Senhor era anunciada e se espalhava cada vez mais (At ��:20). A cooperadora de Paulo viu diminuir muito o interesse pelo templo pagão de Diana, pelas romarias, pela compra de “santinhos”, por imagens de ídolos. A eco-nomia que girava em torno da idolatria sofrera forte abalo.

Como esquecer daquele dia em que Demétrios, um dos homens que mais lucrava com a falsa espiritualidade (At ��:2�), partiu para o ataque a Paulo? Este senhor idólatra jogou toda a sua influência contra o apóstolo, dizendo ao povo: Senhores, sabeis que deste ofício vem a nossa prosperidade e estais vendo e ouvindo que (...) este Paulo tem persuadido e desencaminhado muita gente, afirmando não serem deuses os que são feitos por mãos humanas (At ��:2�-2�). A multidão se enfureceu e começou a gritar: Grande é a Diana dos efésios! (At ��:2�,3�). Priscila soube de todos esses acontecimentos, com grande apreensão, e, com Áquila, provavelmen-te convenceu o apóstolo a não ir ao teatro da cidade para discutir com a massa alucinada (At ��:30). A cidade tornou-se uma grande confusão, mas Deus livrou Paulo de ser linchado (At ��:2�-��).

Antes dessa tensa experiência, porém, Priscila havia presenciado uma cena insólita: viu um homem endemoninhado dar uma surra em sete homens espi-ritualmente despreparados, filhos do sacerdote Ceva. Eles tentaram libertar o possesso usando a autoridade de Paulo; disseram ao demônio: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega (At ��:�3b). E a resposta do demônio foi esta: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? (At ��:��). Em seguida, o homem que estava dominado pelo espírito mau os atacou e bateu neles com tanta violência, que eles fugiram daquela casa feridos e com as roupas rasgadas (At ��:�� – nTLH). “Ah, se fosse com Paulo...”, talvez Priscila tivesse pensado em silêncio. Ela via tudo,

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conhecia, aprendia, crescia, amadurecia na fé. Logo entenderia que a verdadeira fé cristã sofre constantes e graves ataques.

na verdade, o desenvolvimento da fé desta importante mulher sempre se deu num ambiente de total conflito. Ela conheceu a Cristo na cidade de roma, mas logo teve de sair de lá às pressas, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma (At ��:2b). De repente, Priscila teve de deixar tudo para trás. Champlin sugere que seria bem “possível que por intermédio deles [Priscila e Áquila] (...) Paulo sentiu responsabilidade por roma, como um lugar até onde deveria alcançar o seu ministério”.2 De fato, Paulo terminou sua carreira em roma, onde pregou e foi morto (cf. At 2�:��-3�; II Tm �:�-�). naquele momento, porém, Priscila e Áquila estavam fugindo de roma para Corinto, cidade para onde Paulo foi, depois de ter deixado Atenas (At ��:�). Lá, o apóstolo encontrou-se com Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher (At ��:2a). O fato de terem a mesma profissão facilitou a aproximação de Paulo, que passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas (At ��:3).

Em Corinto, a vida dos três missionários não foi nada fácil; a cidade era um grande centro comercial, um lugar onde a liberdade se misturava com a licenciosi-dade, a imoralidade, os vícios, a idolatria, o pecado. Gardner diz que, embora vários deuses fossem adorados em Corinto, “nenhum era tão popular como Afrodite, a deusa grega do amor, cujo templo, em certa época, gabava-se de possuir mais de mil prostitutas sagradas”.3 Prostituição e religião andavam de mãos dadas. “Em todo o império [romano], a frase ‘mulher de Corinto’ era apenas outro nome para ‘prostituta’”.� Olhando humanamente para esse cenário, pode-se dizer que Corin-to seria um lugar totalmente impróprio para um novo convertido, como Priscila, amadurecer na fé. Contudo, foi para essa cidade que Deus a enviou.

Durante a semana, os três faziam tendas; chegado o sábado, iam à sinagoga; lá, Priscila via e ouvia Paulo pregar e ensinar o evangelho de Cristo. Que privilégio! Com grande ousadia e sabedoria divina, o apóstolo persuadia tanto judeus como gregos (At ��:�). Priscila ficou impressionada com a competência espiritual daque-le homem. Ela viu que Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando aos ju-deus que o Cristo é Jesus (At ��:�). Ela gravou na mente que o segredo da mensagem poderosa de Paulo era a pregação e o ensino centralizados em Jesus Cristo. Era a partir de Cristo que ele discorria sobre os demais assuntos da fé cristã. Cristo era sempre a base, o alicerce e a origem de suas palavras poderosas.

Enquanto a cidade de Corinto ardia e se desintegrava no pecado, Deus cuidava da sua nova convertida, enchendo-a, semanalmente, com o poderoso evangelho de Jesus Cristo. Porém, cedo Priscila viu o quanto a verdade é rejeitada com facilida-

2 Idem.3 GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p.3��.� Idem.

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de. Os judeus não apenas se opuseram à sã doutrina, mas também blasfemaram contra a verdade, a ponto de Paulo lhes dizer: Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e, desde agora, vou para os gentios (At ��:�). Mas ela viu, também, que a palavra de Deus não volta vazia: Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados (At ��:�). Priscila estava envolvida num grande aprendizado espiritual.

Durante um ano e seis meses, Paulo ensinou a palavra de Deus em Corinto (At ��:��). Priscila aproveitou cada momento; mas, também, por muitas vezes, viu os judeus se levantarem contra Paulo, viu-os levarem o apóstolo às barras do tribunal, e viu Sóstenes, o líder da sinagoga, ser espancado pelos judeus, diante do tribunal (At ��:�2-��). Priscila, ali, testemunhou cada situação. Mui-tos homens, companheiros de Paulo, ao verem situações semelhantes a essas, abandonaram-no, traíram-no, deixaram-no, com medo de morrer (cf. II Tm �:�0a,��,��). Mas, Priscila e seu marido não abandonaram o homem que Deus colocara em suas vidas como instrumento poderoso, pelo qual a maravilhosa graça de Deus se manifestara, de forma gloriosa e tremenda. Mais tarde, ao que tudo indica, quando Priscila e Áquila voltaram a morar em roma, o próprio Paulo reconheceu que o casal arriscara a própria vida para protegê-lo da morte: Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço (rm ��:3-�). A nTLH diz: Eles arriscaram a sua vida por mim. Sou muito agradecido a eles (rm ��:�).

Ocorre que, quanto mais o evangelho entrava e dominava a mente e o co-ração de Priscila, mais ela ia se tornando cúmplice da verdade; de tal forma ela se sentia comprometida com Cristo e sua palavra que decidiu deixar Co-rinto e seguir com seu marido para a Síria, como cooperadores de Paulo (At ��:��). Por sua vez, o apóstolo, depois de ter pregado, por quase três anos, em Éfeso (At ��:�0), seguiu viagem para Cesaréia, Jerusalém e Antioquia (At ��:2�-22), deixando Priscila e Áquila em Éfeso (At ��:��-20), demonstran-do ter total confiança no casal, quanto à pureza na conduta e na doutrina. O apóstolo entendeu que o casal, especialmente Priscila, já tinha condições de “andar com as próprias pernas”, de testemunhar de Jesus com ousadia, e até, se fosse preciso, de morrer por Cristo.

O apóstolo estava certo: em Éfeso uma igreja havia nascido, na casa de Priscila e Áquila (I Co ��:��, cf. ��:�). Ela arrumou a sala, se preparou es-piritualmente, abriu a sua casa para a pregação do evangelho de Cristo. A capacidade de cooperação dessa missionária de Deus era ilimitada. Certa vez, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem elo-qüente e poderoso nas Escrituras (At ��:2�). Ela prestou atenção no conteúdo da mensagem, analisou a linha de argumentação do pregador, e concluiu que Apolo só havia entendido uma parte do evangelho: ele era eloqüente e pode-roso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor, ensinava com precisão a respeito de Jesus, porém conhecia somente o batismo de João (At ��:2�-2�).

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Em outras palavras, Apolo pregava baseado na visão de João Batista, cuja principal missão era ser o precursor de Jesus, o que fizera com êxito.

Apolo, portanto, precisava atualizar sua pregação, mostrar a seus ouvintes um Jesus pós-João Batista, ou seja, um Salvador que se encarnara, morrera, ressus-citara, que está vivo, à direita de Deus, e voltará para buscar os que nele crêem e lhe obedecem. Diante dessa necessidade urgente, entrou em cena a cooperadora de Deus. Ela e Áquila ensinaram a Apolo o que ele não sabia a respeito da men-sagem bíblica, instruíram-no na fé, tiraram-lhe as inadequações teológicas e de-volveram-no ao campo missionário (At ��:2�). Gardner diz que Priscila e Áquila fizeram um trabalho tão bom com Apolo que “os crentes de Éfeso enviaram eventualmente o pregador talentoso a Corinto, onde ele continuou a obra inicia-da por Paulo”� (cf. At ��:�). De fato, fizeram um trabalho eficiente, pois a Bíblia declara que Apolo com argumentos fortes, derrotava os judeus nas discussões públicas, provando pelas Escrituras Sagradas que Jesus é o Messias (At ��:2� – nTLH).

Priscila e Áquila “deram exemplo de como um homem e uma mulher podem servir juntos a Cristo, sendo obreiros de valor no seio de sua igreja”.� Priscila e Áquila foram, seguramente, os mais importantes amigos de Paulo. Por eles, o apóstolo demonstrava profunda afetividade e gratidão; a recíproca era verdadeira. Priscila ajudou, auxiliou, cooperou com o apóstolo de Cristo no estabelecimento de duas das mais importantes igrejas da Ásia: Corinto e Éfeso. num tempo em que pregar Jesus era perigosíssimo, Priscila e seu marido arriscaram a vida pelo evangelho e por Paulo. Por tudo isso, é seguro dizer que Priscila foi uma mulher “espiritualmente madura, cujos dons a capacitavam para a liderança (...) pondo sua vida em perigo em prol do evangelho que amava”.�

1. Com base em At 18:1-3 e no comentário, explique quem foram Priscila e Áquila.

2. Com base em At 18:4-11, explique as atividades espirituais de Paulo, Priscila e Áquila, em Corinto.

� GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. 3��.� CHAMPLIn, russel norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São

Paulo: Milenium, ����, Vol. 3. p. ��0.� Idem.

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3. Com base nos episódios narrados em At 18:18–19:1-41, explique as incríveis experiências espirituais vividas por Paulo, Priscila e Áquila, em Éfeso.

4. Com base em I Co 16:19 e no comentário, dê ênfase ao mais visível e expressivo resultado do trabalho de Priscila, relacionando esse resultado com sua coragem e sua firmeza de fé em Cristo.

II – LIÇÕES DA VIDA DE PRISCILA

1. A mulher cristã cooperadora faz diferença em qualquer posição ou situação. não sabemos, exatamente, qual era a verdadeira função de Priscila na igreja

local. Contudo, sabemos que ela desenvolveu um papel relevante. O simples fato “de seu nome aparecer sempre junto com o do marido nos diz algo: era uma dis-cípula valiosa, alguém que fez diferença na vida de Paulo e em seu mundo”.� Que função tem você, irmã, na igreja local? Tendo ou não alguma função, sendo ou não relevante aos homens o que você faz, esteja certa: seu trabalho é importan-tíssimo para Deus (cf. I Co ��:��). Se você coopera com algo bom, você é uma mulher que faz a diferença. Cada tarefa, “não importa se pequena ou grande, tem importância na pregação do evangelho. Você faz parte da comunidade de sua igreja, e Deus promete usá-la”.� O Senhor pode fazer com você o que fez com Evódia e Síntique, Pois elas, junto com Clemente e todos os outros meus companheiros [de Paulo], trabalharam muito para espalhar o evangelho. Os nomes deles estão no Livro da Vida, que pertence a Deus (Fl �:3).

5. Com base na primeira aplicação, dê exemplos práticos sobre como a mulher cristã pode fazer diferença, independentemente de posição ou situação.

� GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. �00.� Idem.

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2. A mulher cristã cooperadora conhece o evangelho de Cristo.Quando Apolo começou a pregar, na sinagoga de Éfeso, logo Priscila fixou

a mente no que ele falava. O homem era persuasivo, daqueles que “dominam” o público com facilidade. Tratava-se de um homem carismático, cuja forma de falar encantava os ouvintes mais do que o conteúdo de sua fala. Ele tinha todos os ingredientes para seduzir a platéia, pois sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus (At ��:2�). Todos os ouvintes se impressionavam com a mensagem de Apolo, exceto Priscila e seu esposo. Ela percebeu que, por trás daquele sermão encantador, faltava raiz bíblica, verdades eternas, alicerces escriturísticos.

Priscila era uma mulher que via, percebia, analisava, pensava, raciocinava. Priscila conhecia Deus, conhecia a Cristo e sua palavra; era cheia do Espírito Santo, mas não desprezava o conhecimento do evangelho; era mulher estu-diosa da Bíblia. Como seria bom ouvi-la pregando hoje! Deus, porém, pode fazer de você uma pessoa com conhecimento bíblico acima da média, apta para pregar e ensinar a Palavra. Deus pode dotá-la de um conhecimento bí-blico profundo, para que você possa ajudar pessoas a compreenderem melhor as verdades eternas (At ��:2�).

6. Com base na segunda aplicação, dê exemplos práticos sobre como a mulher cristã pode se aprofundar no conhecimento do evangelho de Cristo.

3. A mulher cristã cooperadora abre sua casa para a pregação do

evangelho de Cristo. Deus usou Paulo para treinar Priscila, na doutrina e na conduta sã; Deus usou

Priscila para ajudar Paulo na pregação, no pastoreio e no companheirismo minis-terial. Priscila amadureceu na fé, tornou-se um modelo de mulher cristã. Com o coração ardendo de amor por Jesus e sua palavra, ela abriu sua casa para Deus. Da sala de sua casa, nasceu uma das igrejas mais vigorosas e importantes da história do Cristianismo: a igreja de Éfeso, que nasceu e se expandiu porque fora alicerçada no amor e no evangelho de Cristo.

Quatro a cinco décadas mais tarde, quando Priscila e Áquila, provavelmente, já estavam em roma, Jesus mandou uma carta à igreja de Éfeso, elogiando-a por suas boas obras, perseverança, sofrimentos, provas, discernimento quanto aos falsos pastores e mestres, mas alertando-a sobre um problema: havia aban-donado o primeiro amor, aquele amor imprimido por Paulo, Priscila e Áquila. E Jesus a admoesta a voltar a esse amor (Ap 2:�-�). Quem imaginaria que, da sala de uma casa, nasceria uma grande igreja, capaz de merecer uma carta de Jesus?

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O lugar onde você mora, irmã, não importa o tamanho nem a estrutura, pode ser o embrião de um grande e glorioso projeto de Deus. Seja uma cooperadora de valor: abra sua casa para Jesus (I Co ��:��; rm ��:�2-�3; Cl �:��).

7. Com base na terceira aplicação, dê exemplos práticos sobre como a mulher cristã pode cooperar na proclamação do evangelho de Cristo.

ConClusão: Ao conhecermos Priscila com um pouco mais de profun-didade, talvez a melhor maneira de agradecer a Deus seja orar pedindo-lhe que não nos permita ser pessoas estagnadas, paralisadas, inertes. nós, que já fomos alcançados pelo amor e pela palavra de Cristo, devemos confessar nossa fé nele, não penas com palavras, mas, principalmente, com atos; devemos, tam-bém, pedir a Deus que nos ajude a sermos como Priscila, mulher notável, cuja fé cresceu, apesar das perseguições e das circunstâncias da vida. Que, como ela, nós possamos fazer a diferença em qualquer situação, conhecer a palavra de Deus, com profundidade, e auxiliar muitos irmãos a entenderem o evangelho de Cristo, de maneira integral, dentro e fora de nossa casa.

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Autor: Pr. José Lima de Farias Filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

1329 mARÇo 2008

AnaniasUm homem acolhedor

Hinos sugeridos: BJ 129 – CC 403 / BJ 316 – CC 417

tExtobásiCo:Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! (At �:�0)

intRoDuÇão: Ananias é, talvez, uma das pessoas menos conhecidas do novo Testamento; pouco se sabe, pouco se fala dele. “não nos surpreende que William Barclay chame Ananias de ‘um dos heróis esquecidos da igreja cristã’”.� Contudo, ele é uma das mais importantes personagens da igreja cristã gentílica. Simplesmente Jesus o escolheu para confirmar o comissionamento que fizera pes-soalmente a Saulo de Tarso, na estrada de Damasco.

neste estudo, constataremos que Ananias realizou uma obra de ajuda que atin-giu tanto o corpo físico como a alma de Saulo. Pelo poder de Deus, Ananias tirou tanto a cegueira material como a espiritual do perseguidor de Jesus. na autoridade do Senhor e com a imposição das mãos, Ananias curou os olhos, confirmou o chamado missionário com o dom do Espírito Santo, batizou nas águas, alimentou fisicamente e acolheu Saulo na Igreja de Cristo.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE ANANIAS Saulo de Tarso era homem cheio de zelo e entusiasmo. Tornava-se ainda

mais fervoroso, quando estava em missão de combate a heresias. Os líderes

� STOTT, John r. W. A Mensagem de ATOS Até os Confins da Terra. São Paulo: ABU, 2003, p. ���.

Domingo, 23: At 9:10-19Segunda, 24: Jo 15:1-5Terça, 25: Jo 15:6-12Quarta, 26: Jo 15:13-20Quinta, 27: Pv 25:21-22Sexta, 28: Lc 6:27-31Sábado, 29: Mt 5:38-48

Mostrar ao estudante a importância da prontidão, da cooperação, da disposição para acolher aqueles a quem Cristo chama para sua igreja; motivá-lo a tornar-se uma pessoa acolhedora, como Ananias.

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Ananiasjudeus a quem Saulo estava submetido não tinham dúvida de que a heresia a ser combatida, naquele momento, era o cristianismo. Ele simplesmente não tolerava opositores a sua fé farisaica. Saulo havia conhecido o diácono Estê-vão, homem cheio de graça e poder, [que] fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (At �:�). Possivelmente, ele vira em Estêvão um poderoso inimigo, uma vez que o diácono enfrentava a liderança judaica na sinagoga dos judeus que haviam sido dispersos; e estes discutiam com Estêvão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava (�:�a-�0).

“Estevão, com a ajuda do Espírito Santo, não se deixava confundir e nem po-dia ser derrotado com argumentos verbais”.2 Tratava-se de um homem que não apenas era sábio, mas que realizava prodígios que autenticavam sua pregação. Sem dúvida, Estevão era uma grande “dor de cabeça” para Saulo. Champlin de-clara que é bem possível que este não somente tenha feito oposição a Estevão, mas também tenha espalhado uma má fama a seu respeito por toda a cidade de Jerusalém, incluindo os membros do Sinédrio.3 Portanto, só havia “uma ma-neira de cuidar do caso de Estevão: fazer com ele o que já se fizera com Jesus, isto é, executá-lo”.� Esse era o método de trabalho de Saulo de Tarso: destruir seus opositores. Ele assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere (At �:3 cf. 22:�).

Entretanto, assim como fez Jesus (Lc 23:3�), na hora de sua morte, Es-têvão orou, pedindo a Deus que o pecado de seus detratores não lhes fosse imputado: ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este peca-do! Com estas palavras, adormeceu (At �:�0). nesse momento, Saulo estava lá: via todas as pedradas, ouvia todas os gemidos, escutava a oração do diácono Estêvão e consentia em sua morte (At �:�0b). Deus ouviu a oração de Estêvão de forma tão poderosa que, em poucos dias, o mais ferrenho perseguidor de cristãos daquela época foi transformado no mais extraordinário missionário da história cristã.

A surpreendente conversão de Saulo de Tarso aconteceu em duas etapas: a primeira ocorreu quando ele chegava a Damasco e fora parado, de repente; era quase meio dia, quando ele fora surpreendido por uma forte luz e uma voz que lhe falava: Saulo, Saulo, por que me persegues? Era Jesus; mas Saulo, porque ainda não o conhecia, perguntou: ... quem és tu, Senhor? Ao que me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues (22:�-�). A resposta do Senhor fora explícita: “Saulo, fique sabendo que perseguir os cristãos é perseguir a mim!” Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou (Lc

2 CHAMPLIn, r. n. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Milenium, ����, Vol. 3, p. ���.

3 Idem. � Idem.

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�0:��). Saulo precisava entender que seu zelo “em prol da causa de Deus tornou-se em ataque contra Deus”.�

Esclarecido sobre o caminho errado em que se encontrava, Saulo recebeu orientações para que pudesse começar a mudar de vida: ... levanta-te e entra na cidade [de Damasco], onde te dirão o que te convém fazer (At �:�). Saulo se levan-tou, mas percebeu que estava cego. Há minutos, ele era o dono da situação, o comandante da tropa, que feriria a igreja de Cristo; agora, era guiado e levado pela mão de outro a Damasco (At �:�b). num instante, conduzia; noutro, era conduzido. Sobre os arrogantes, a Bíblia diz o seguinte: Os arrogantes não per-manecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade (Sl �:�). Saulo estava cego porque os olhos dos altivos são humilhados (Is �:��).

na segunda etapa de sua conversão, entrou em cena um cristão simples e humilde, chamado Ananias, homem piedoso conforme a lei, tendo bom teste-munho de todos os judeus que ali moravam (At 22:�2). Ele era o escolhido de Deus para recepcionar e acolher Saulo na Igreja. Mas Jesus se comunicou, simultaneamente, com Ananias e com Saulo, por intermédio de dois sonhos: Ananias sonhou que o Senhor o chamava e o mandava ir à rua Direita; lá, na casa de Justo, deveria procurar por um homem de nome Saulo, apelidado de Tarso. Tratava-se de uma missão espiritual estratégica, visando à salvação de milhares de pessoas, em todo o mundo.

Por sua vez, Saulo sonhou que um homem chamado Ananias viria até ele, impor-lhe-ia as mãos e o curaria (At �:�0-�2). O ex-fanático religioso sentia no corpo o impacto de seu encontro glorioso com Jesus e o peso de seu chamado missionário. Por causa disso, estava há três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu (At �:�). Saulo orava e jejuava; pedira perdão por seus graves pecados; agradecera por ter sido aceito, em Jesus, como filho de Deus; sentia reconciliado; seu coração desfrutava de uma incrível paz, fruto da misericórdia divina. Saulo sentia, também, que seus pensamentos, vontades e atitudes pas-savam por incríveis mudanças, especialmente, sua forma de se relacionar com Deus; percebia que nunca mais sua relação com a igreja cristã, com o judaísmo e com o mundo seria a mesma. Ele se convencia de que algo notável aconteceria e que saberia com mais nitidez, quando Ananias chegasse.

Ocorre que o nome de Saulo era bem conhecido dos cristãos de Damasco. Ananias estava bem informado sobre o que o perseguidor fizera aos santos em Je-rusalém e sobre o que pretendia fazer: ... para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome [de Jesus] (At �:�3-��). Ananias temia – e não era para menos – ir até Saulo. Seria como se entregar a uma polícia assassina. Ademais, ele ainda não sabia o que seu Senhor já fizera e estava fazendo na vida do famoso opositor.

� MArSHALL, I. H. Atos: Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, ����, p. ���.

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Ananias não tinha noção de que Saulo já estava sendo “transformado naque-le que viria a ser o grande apóstolo Paulo”.� Por essa razão, Jesus ordenou: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (At �:��). Jesus disse, ainda, que, no tempo determinado, Saulo sofreria muito por causa da fé (At �:��).

Em outras palavras, Jesus disse: Ananias vai com fé, porque aquele que feria, agora vai curar; aquele que espancava, agora vai mostrar compaixão; aquele que perseguia, agora vai consolar; quem respirava ameaças, agora vai adorar a Deus.� Jesus também poderia ter dito: “Ananias, não tenha medo, o homem está cego!” Ananias precisava perceber que a salvação de Saulo era algo tão maravilhoso que abalaria a vida de muita gente, porque ficaria demonstrado um poderoso contraste entre sua vida passada e sua vida presente. Ele também precisava en-tender que o Senhor já escolhera a Saulo para sua gloriosa obra e a ele, Ananias, para cooperar com naquela missão.

Ananias abandonou suas dúvidas e foi. Quando entrou na casa, logo impôs as mãos sobre Saulo, chamando-o de “irmão”: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recu-peres a vista e f iques cheio do Espírito Santo (At �:��). na Bíblia, o ato de impor as mãos pode ser entendido como um símbolo de cura divina (Lc �:�0). no caso de Saulo, pode significar algo mais, ou seja, “um gesto de amor por um homem cego, que não podia ver o sorriso do rosto de Ananias, mas podia sentir a pressão de suas mãos”.�

A imposição das mãos também deixa clara a confirmação do comissiona-mento de Paulo, feita por Jesus; agora lhe trazendo a cura e o dom do Es-pírito Santo, que lhe outorgava poder para exercer seu ministério.� Ananias, portanto, sob a autoridade de Jesus, acolheu Saulo, espiritualmente e comu-nitariamente. Como resultado visível dessa autoridade, Imediatamente, lhe caíram dos olhos [de Saulo] como que umas escamas, e tornou a ver. Saulo viu o rosto de Ananias, de Judas, de seus novos irmãos. Aqueles a quem persegui-ria e mataria, agora amaria, e chamaria de irmãos, por toda a sua vida. Sem saber o que dizer, Saulo levantou-se e foi batizado (At �:��). Provavelmente, o próprio Ananias o batizou nas águas.

Sua nova família preparou-lhe uma refeição quente. Ele comeu e se fortaleceu (�:��). Consciente de que agora pertencia àquela nova comunidade, Saulo per-maneceu em Damasco alguns dias com os discípulos (At �:20). Que fez nesses dias?

� CHAMPLIn, russel norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo, Milenium, ����, Vol. 3, p. ���.

� Idem, p. ��3.� STOTT, John r. W. A Mensagem de ATOS Até os Conf ins da Terra. São Paulo: ABU, 2003,

p. ���.� MArSHALL, I. H. Atos: Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, ����, p. ���.

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Algo maravilhoso, que tomaria sua vida, suas energias, seu vigor; algo que faria para o resto de sua vida: pregou a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus (At �:20a). Que mudança! Só mesmo por obra divina Saulo pregaria a favor de Jesus; só mesmo por obra divina os cristãos de Damasco acolheriam Saulo. Tudo era tão incrível e surpreendente que todos os que ouviam a pregação de Saulo sobre Cris-to estavam atônitos, incrédulos, e diziam: Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocavam o nome de Jesus e para aqui veio precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais sacerdotes? (At �:2�).

Stott comenta que o escritor de Atos não registrou as respostas para as perguntas do versículo 2�, mas considera que, “talvez Ananias tenha ajudado a tranqüilizá-los”.�0 Ananias foi acolhedor. Saulo ganhou um grande parceiro, um grande amigo, um cooperador magnífico. Por sua vez, Ananias ganhou um novo irmão, alguém de quem ele ia ouvir falar muito e por muito tempo, alguém que mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Da-masco, demonstrando que Jesus é o Cristo (At �:22).

Ananias era um homem simples de Damasco, um cristão leigo, pouco notado e falado no novo Testamento, um homem santo que Deus escolheu para confirmar o chamado de Saulo de Tarso, o fanático fariseu que Jesus tomou para si e trans-formou no missionário mais eloqüente e influente do cristianismo. na volta de Jesus à Terra, Ananias receberá sua recompensa.

1. Com base em At 8:3, 22:4 e no comentário, explique quem era Saulo de Tarso,

antes de Ananias entrar em cena.

2. Com base em At 22:3-11, explique o que aconteceu a Saulo de Tarso, antes de Ananias o acolher.

�0 STOTT, J. r. W. A Mensagem de ATOS Até os Confins da Terra. São Paulo: ABU, 2003, p. ���.

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3. Com base em At 9:10-19, explique o que aconteceu a Ananias, a ponto de ele tratar um grande inimigo como irmão e o acolher na igreja de Cristo.

4. Com base em At 9:20-22, explique o resultado extraordinário do trabalho de Ananias, um homem simples, mas obediente a Cristo.

II – LIÇÕES DA VIDA DE ANANIAS

1. Se você tem Jesus na vida, acolha sem medo. Certamente, Ananias seria uma das presas de Saulo de Tarso. Se Jesus não

parasse aquele fanático religioso, a história de Ananias seria outra. Se tivesse sorte, seria apenas preso, espancado e encarcerado (At 22:�). Felizmente, Jesus, sempre Jesus, entrou na vida dos dois. Aleluia! Para Saulo, Jesus mostrou Ananias; para Ananias, Jesus mostrou Saulo (At �:�0-�2). Ananias estava com medo de Saulo, Saulo estava esperando Ananias. Jesus desfez o impasse, ao dizer: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (�:��). E Ananias foi.

O ser humano, por si mesmo, não faz nada ( Jo ��:�). Todavia, revestido do poder de Cristo, faz proezas (At �:�3,2�-3�; II Co 3:�2; Ef �:�; Fl �:20). Você tem medo de falar de Jesus a alguém? Há, realmente, alguém a quem você teme falar de Cristo? Se você tem Jesus na vida, não tema! E não se preocupe tanto com o que vai falar, mas confie na promessa divina: ... o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo (Mc �3:�). Apenas creia; vá e acolha.

5. Com base em At 9:15; Mc 13:1, explique por que os cristãos devem acolher os

não-cristãos sem medo.

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2. Se você tem Jesus na vida, acolha sem preconceitos.A experiência na igreja nos diz que temos imensas dificuldades em lidar com

os pecadores de fora; nós, que já viemos do mundo, nos embaraçamos diante de pessoas com estado moral e espiritual degradante. Em vez de amor, sentimos pena, dó, e o que é pior, rejeição. Vemos as prostitutas, os homossexuais, os ladrões, os assassinos, os violentos, como pessoas de segunda categoria. nós nos afastamos. Mas atente para o que Ananias diz: Saulo, irmão (At �:��). Ele chama o ini-migo de “irmão”; diminui distância no evangelismo, quebra preconceitos, nega a discriminação. Como você vê as pessoas do mundo? Como meras criaturas ou potenciais irmãos em Cristo? Como você vê os crentes de outras denominações cristãs? Como crentes em Cristo ou seres de segunda categoria espiritual? Se você realmente tem Jesus na vida, acolha as pessoas sem preconceito, sem discrimina-ção, sem distanciamento, sem rejeição.

6. Com base em At 9:17, explique por que os cristãos devem acolher os não-

cristãos sem preconceitos.

3. Se você tem Jesus na vida, acolha com autoridade. Filipe exercia um maravilhoso ministério de pregação sobre Cristo, acompanha-

do por sinais e prodígios, em Samaria (At �:�-�); mas foi preciso os apóstolos Pedro e João saírem de Jerusalém e imporem as mãos sobre os novos convertidos para que recebessem o dom do Espírito Santo (�:��-��). Comparado a Filipe, Ananias era um homem simples, leigo, desconhecido no cristianismo primitivo; todavia, sendo apenas um discípulo, foi usado pelo Senhor da igreja para que Saulo viesse a receber o Espírito Santo e a se tornar o grande e operoso apóstolo Paulo (At �:��).

Você não tem nenhum título eclesiástico? não é uma pessoa de destaque? não se entristeça! Você tem Jesus na vida? Alegre-se! Você tem tudo. Por meio do Es-pírito Santo, Jesus lhe dá autoridade espiritual para que você recepcione e acolha qualquer pessoa para dentro da Igreja.

7. At 22:12-13; Sl 119:130, explique por que os cristãos devem acolher os não-cristãos com autoridade espiritual.

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ConClusão: não existem tantas passagens na Bíblia a revelar, de maneirara tão dramática, como “as emoções de um cristão são mudadas por meio da Palavra de Deus e como o medo foi transformado em poder e amor na vida de Ananias”.�� Poucas vezes a Bíblia mostra um inimigo sendo transformado em amigo, de forma tão espetacular; poucas vezes se vê um oprimido chamar o opressor de “irmão”. Porém, nas mãos de Jesus, é normal ver um homem piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho (22:�2), sendo instrumento de transformação na vida de um homem fanático e violento (22:�).

Se quisermos ser usados por Jesus para esse glorioso tipo de serviço, basta termos um coração acolhedor e dizermos como Ananias: Eis-me aqui, Senhor! (At �:�0).

�� GArDnEr, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2002, p. �2.

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REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS – Nº 282 – JANEIRO/MARÇO 2008

vidasqueensinam

Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para

nos ensinar. (Rm 15:4)

PRESTIGIE O TRABALHO DO JOVEM PROMESSISTA

ADORANDO AO SENHOR

ENcOMENDAS

FUMAP – (11) 3106-6509RUMAP Sul – (41) 3224-7456 e-mail: [email protected]

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