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7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
1/80Administrao Financeira|1
Universidade Aberta do Brasil
Universidade Federal do Esprito Santo
Cincias Contb
Administrao FinanceiraLeonardo de Resende Dutra
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2/80A1|Administrao Financeira
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTONcleo de Educao Aberta e a Distncia
Administrao Financeira
Leonardo de Resende Dutra
Vitria2012
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Presidente da RepblicaDilma Rousse
Ministro da EducaoAloizio Mercadante
DED - Diretoria de Educao a Distncia
Sistema Universidade Aberta do BrasilJoo Carlos Teatini de Souza Climaco
ReitorReinaldo Centoducatte
Pr-Reitor de Ensino de GraduaoMaria Auxiliadora de Carvalho Corassa
Diretor Geral do ne@adReinaldo Centoducatte
Coordenadora UAB da UFESMaria Jos Campos Rodrigues
Direo Administrativa ne@adMaria Jos Campos Rodrigues
Diretor Pedaggico do ne@adJulio Francelino Ferreira Filho
Diretor de Centro de Cincias Exatas
Gelson Junquilho
Coordenadora do Curso de Graduaoem Cincias Contbeis - Bacharelado,
modalidade a distnciaMarlia Nascimento
Design GrfcoLDI - Laboratrio de Design Instrucional
ne@adAv. Fernando Ferrari, n.514 -CEP 29075-910, Goiabeiras - Vitria - ES
(27)4009-2208
A reproduo de imagens de obras em (nesta) obra tem o carter pedaggico e cientifco, amparado pelos limites dodireito de autor no art. 46 da Lei n o 9610/1998, entre elas as previstas no inciso III (a citao em livros, jornais, revistas ou
qualquer outro meio de comunicao, de passagens de qualquer obra, para fns de estudo, crtica ou polmica, na medidajustifcada para o fm a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra), sendo toda reproduo realizada comamparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil.
Copyright 2012. Todos os direitos desta edio esto reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material poderser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, por otocpia e outros, sem a prvia autorizao,por escrito, da Coordenao Acadmica do Curso de Licenciatura em Cincias Contbeis, na modalidade a distncia.
LDI CoordenaoHeliana Pacheco
Jos Otavio Lobo Name
Ricardo Esteves
GernciaSamira Bolonha Gomes
EditoraoThiers Ferreira
CapaThiers Ferreira
IlustraoThiers Ferreira
ImpressoGrfca e Editora GSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO
Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)(Biblioteca Central da Universidade Federal do Esprito Santo, ES, Brasil)
Dutra, Leonardo de Resende.Administrao nanceira / Leonardo de Resende Dutra. -
Vitria : UFES, Ncleo de Educao Aberta e a Distncia, 2012.75 [1] p. : il.
Inclui bibliograa.ISBN:
1. Administrao nanceira. I. Ttulo.
CDU: 658.15
D978a
Laboratrio de Design Instrucional
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5/80Administrao Financeira|3
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1.1 Administrao Financeira e a Contabilidade
Funo do Administrador Financeiro 07
2.1 Capital de Giro2.1.1 Subcapitalizao x Capital de Giro2.2 Ciclo de Caixa2.3 Reexo da poltica de crdito nas vendas e no Resultado2.3.1 Poltica de Desconto Financeiro2.3.2 Poltica de Flexibilizao de Prazos2.4 Administrao dos Estoques2.4.1 Poltica de Estocagem2.4.2 Mtodos de Administrao de Estoque2.4 Administrao Contas a Pagar
Capital de Giro e Gesto de Ativos Circulantes 15
10
16161722222324272830
3.1 Introduo3.2 Estimativa de Fluxo de Caixa
3.2.1 Mensurao do Fluxo de Caixa Incremental3.3 Tcnicas de Anlise de Investimentos3.3.1 Taxa Mdia de Retorno3.3.2 Payback3.3.3 Valor Presente Lquido3.3.4 Taxa Interna de Retorno
35
3638394041424349
Anlise de Investimento de Capital
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4.1 Introduo
4.2 Alavancagem Financeira4.3 Custo de Capital4.3.1 Custo da Fontes de Capital
53
54
546061
5.1 Fontes de fnanciamento de curto e mdio prazo5.2 Fontes de fnanciamento de longo prazo
66
7070
Estrutura de Custos e Capital
Fontes de Financiamento
6.1 Principais causas da alta de recursos nas empresas
72
75
Fluxo de Caixa
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8/80
Ao optar por azer o Curso de Cincias Contbeis distncia, voc
optou por participar de um novo mtodo de ensino. Dessa orma,
voc ter bastante fexibilidade para realizar as atividades previs-
tas. Embora voc possa denir o tempo que ir dedicar a este tra-
balho, ele oi planejado para ser concludo em um prazo determinado. Verique
sempre, no calendrio, o tempo de que voc dispe para dar conta das ativida-
des nele propostas. L, estaro agendadas todas as atividades, inclusive aquelasa serem encaminhadas, em data previamente determinada, ao Proessor-Tutor.
Na disciplina ADMINISTRAO FINANCEIRA, trataremos das questes que se
azem presentes nos contextos empresariais. Como a qualidade do ensino est
diretamente articulada ao que realizamos no processo de aprendizagem, dis-
cutiremos e abordaremos os principais instrumentos dos quais podemos lanar
mo para alcanar os objetivos de nosso trabalho, que a anlise da alternativa
que maximize a riqueza da empresa.
O autor
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9/80Administrao Financeira|7
Funo do
Administrador
Financeiro
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10/808|Administrao Financeira
Finanas so aplicaes de uma srie de princpios econmicos e
nanceiros para maximizar a riqueza ou o valor dos negcios. A
incerteza e o risco so aspectos que devem ser considerados no pro-
cesso de deciso nanceira, pois quando um administrador nan-ceiro toma a deciso de investir, ele objetiva aproveitar os ativos
de maneira mais eciente, a m de obter retornos mais rpidos as-
sumindo o menor nvel de risco possvel.
Isto posto, Administrao Financeira um processo decisrio que
se baseia amplamente em conceitos econmicos e na contabilidade
como cincia da inormao.
De acordo com Gitman (1987), a importncia da Economia para
o desenvolvimento de um ambiente nanceiro e da teoria nanceira
pode ser mais bem descrita em uno de suas reas mais amplas:
macro e microeconomia.
Macroeconomia: estuda a estrutura institucional do sistema
bancrio, intermedirios nanceiros, as polticas econmicas
que o governo dispe para controlar o nvel de atividades eco-
nmicas. A teoria e a poltica macroeconmica analisam tam-
bm a estrutura internacional, de orma que os recursos fuam
entre os pases, que a atividade econmica seja estabilizada e o
desemprego possa ser controlado.
Microeconomia: envolve os conceitos de oerta e demanda e
as estratgias de maximizao dos lucros, composio dos ato-res produtivos, nveis timos de vendas e estratgias de deter-
minao de preo dos produtos.
Assim, possuir conhecimentos das demais cincias, tais como
a contabilidade e a economia para entender o complexo ambiente
econmico, constituem a base de conhecimento do administrador -
nanceiro, pois, de acordo com Solomon (1987), a lgica undamental
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11/80Administrao Financeira|9
da maximizao da riqueza estabelecida pelas nanas corporativas
refete a utilizao eciente dos recursos econmicos da sociedade.
O papel e a importncia da uno nanceira esto diretamente
associados ao porte das empresas. Nas micro e pequenas empresasa administrao nanceira normalmente vinculada aos prprios
scios. Nas grandes instituies empresariais, a uno nanceira
normalmente exercida em uma determinada unidade departamental,
ligada diretamente presidncia da companhia.
De acordo com Gitman (1987) ao administrador nanceiro esto
relacionadas trs atividades bsicas:
Anlise e Planejamento Financeiro: Envolve a transormao
dos dados nanceiros de orma que possa orientar a posio -
nanceira da empresa, avaliar os investimentos uturos e os -
nanciamentos necessrios para a realizao destes projetos.
Administrao da Estrutura de Ativos da Empresa: A partici-
pao dos diversos itens de ativos lquidos que devem ser man-
tidos para garantir a solvncia da empresa e quanto pode ser
investido em itens no circulantes, com o objetivo de minimizar
os riscos e maximizar o retorno.
Administrao da Estrutura Financeira da Empresa:Anali-
sar quais so as melhores alternativas de endividamento para
a empresa, o custo do capital de terceiros e as melhores on-
tes de nanciamento.O objetivo do administrador nanceiro a maximizao da ri-
queza dos proprietrios da empresa ou acionistas, e as atividades
descritas so refetidas no balano patrimonial como aplicao e ori-
gem de recursos e anlise das demonstraes contbeis, que refetem
a situao nanceira da empresa.
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12/8010|Administrao Financeira
1.1Administrao Financeira e a Contabilidade
De acordo com o artigo 176 da lei 11.638/07, ao trmino de cada exer-
ccio social, a diretoria dever elaborar, com base na escriturao con-
tbil, as demonstraes contbeis, que devero exprimir com clareza
a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no
perodo, assim, as inormaes geradas pela contabilidade equivalem
a um conjunto de dados apurados e divulgados pelas empresas, reve-
lando os vrios resultados do seu desempenho em um exerccio social.
As demonstraes contbeis obrigatrias s sociedades annimas
de acordo com a lei 11.638/07 so:
Balano patrimonial;
Demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados;
Demonstrao do resultado do exerccio; Demonstrao dos fuxos de caixa;
Demonstrao do valor adicionado (se S/A de capital aberto).
As sociedades annimas esto obrigadas societariamente e/ou
estatutariamente a elaborar as demonstraes contbeis ao trmino
do exerccio social. No entanto, na prtica so elaboradas em per-
odos menores de tempo (mensais, trimestrais), de orma a permitir
que a administrao da sociedade possa acompanhar periodica-
mente aperormanceda empresa.
De acordo com Almeida (2010) os objetivos dessas demonstraes
contbeis so:
Balano Patrimonial (BP) relata a situao patrimonial
e nanceira da Sociedade na database de encerramento do
exerccio social;
Demonstrao do Resultado (DRE) relata os vrios resulta-
dos obtidos (lucros ou prejuzos) em um exerccio social;
Demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados (DLPA)
relata as alteraes ocorridas durante o exerccio social na
conta de lucros ou prejuzos acumulados;
Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) relata principal-mente os pagamentos e recebimentos ocorridos durante o exer-
ccio social, relacionados com as atividades operacionais, de
investimento e de nanciamento da sociedade;
Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) relata a ri-
queza gerada pela sociedade e como oi distribuda e retida,
durante o exerccio social.
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13/80Administrao Financeira|11
Essas demonstraes so elaboradas de acordo com normas ou
princpios (princpios contbeis) que norteiam os contadores no de-
sempenho de suas atividades.
De acordo com o princpio contbil da competncia, a contabi-
lidade reconhece a receita quando esta or gerada independente-
mente de ter sido recebida, e a despesa quando houver o consumo
independentemente de ter sido pago. J ao administrador nanceiro
interessam receitas e despesas quando estas representarem eetivas
entradas e sadas de caixa. Assim, o regime de caixa a base para a
tomada de decises do administrador nanceiro.
A dierena entre regime de caixa e de competncia signi-
cativa, pois uma empresa pode apresentar um balano patrimonial
com bons ndices de liquidez e uma situao nanceira dicil, comindisponibilidade de recursos para saldar suas obrigaes.
Exemplo:
A Empresa S/A realizou no exerccio ndo uma nica venda a
prazo de mercadorias pelo valor total de R$ 100.000,00, as quais o-
ram adquiridas vista por R$ 80.000,00. O resultado contbil base-
ado na competncia do exerccio e a perspectiva nanceira baseada
no fuxo de caixa so representados pela Demonstrao do Resul-
tado e do Fluxo de Caixa, respectivamente:
Perspectiva Contbil
Empresa S/A
Demonstrao do Resultado exerccio fndo em 31/12
Receita de Venda R$ 100.000,00
(-) Custo mercadorias R$ 80.000,00
= Lucro exerccio R$ 20.000,00
Perspectiva FinanceiraEmpresa S/A
Demonstrao do Fluxo de Caixa exerccio fndo em 31/12
Entrada de Caixa R$ 0,00
(-) Sadas de Caixa R$ 80.000,00
= Fluxo Lquido de caixa (R$ 80.000,00)
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14/8012|Administrao Financeira
Comparando as duas demonstraes observa-se que sob o ponto
de vista contbil a Empresa S/A apresentou um lucro equivalente a
20% do valor das vendas, porm sob a tica nanceira no dispe de
entradas de caixa para saldar seus compromissos nanceiros
Assim, como o administrador nanceiro preocupa-se em manter
a solvncia da empresa, utiliza-se desses demonstrativos no pro-
cesso de tomada de decises. E uma adequada gesto dos ativos cir-
culantes de extrema importncia na mensurao da necessidade
de capital de giro para o nanciamento das atividades operacionais.
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15/80Administrao Financeira|13
Exerccio Proposto:
1) Descreva a relao entre Administrao Financeira e Economia
e explique como o administrador nanceiro se baseia nos princpios
de macro e microeconomia.
2) Quais so as maiores dierenas entre Contabilidade e Administra-
o Financeira com respeito ao reconhecimento das receitas e despesas?
3) Quais os demonstrativos contbeis obrigatrios pela Lei 11.638?
4) possvel uma empresa ter um resultado lquido negativo, mas
a apresentar uma gerao de caixa positiva? Justique sua resposta.
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16/8014|Administrao Financeira
Reerncias:
ALMEIDA, Marcel Cavalcanti. Manual prtico de interpretao
contbil da lei societria. 1 ed. So Paulo: Atlas, 2010.
SOLONON, Erza. Teoria da Administrao fnanceira. 3 ed. So
Paulo, 1987.
GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3 ed.
So Paulo, 1987.
BRASIL. Lei 11.638, de 27 Dezembro de 2007. Dispe sobre a elabo-
rao e divulgao das demonstraes nanceiras. Dirio Ofcial da
Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 28 de dez. 2007. Disponvelem .Acesso em: 20 de ago. 2010.
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17/80Administrao Financeira|15
Capital de Giro
e Gesto de
Ativos Circulantes
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18/8016|Administrao Financeira
2.1Capital de Giro
De acordo com Gitman (1987), o capital de giro de uma empresa se
reere aos recursos aplicados no ativo circulante, e o capital circu-
lante lquido ou capital de giro lquido reere-se dierena entre os
ativos e passivos circulantes.
O retorno e os ganhos de uma empresa vm, em princpio, de seus
investimentos em ativos. Nesse caso, a manuteno do capital de
giro se az necessrio para que a empresa possa operacionalizar sua
atividade e aastar o risco de insolvncia.
A necessidade de Capital de Giro varia conorme o tamanho, po-
ltica operacional e o setor em que a empresa est inserida, e tambm
pela sazonalidade. Empresas com atividades cclicas como agricul-
tura e indstria de brinquedos tm variada necessidade de capitalde giro conorme a poca do ano. As usinas de acar e lcool, por
exemplo, possuem elevados estoques no nal da sara de cana de
acar, para suportar a entressara que vai se seguir.
Assim, o volume de recursos que a empresa deve ter em capital
de giro infuenciado pelos seguintes atores:
Setor em que a empresa atua;
Volume de Vendas;
Poltica de Estocagem;
Poltica de Crdito e de Compras;
Ecincia Operacional.
A alta de capital de giro para expandir a produo e o volume
de vendas pode resultar em perda de mercado e de lucros, aetando
negativamente o crescimento da empresa. Por outro lado, excesso de
recursos aplicados em itens do ativo circulante pode reduzir a ren-
tabilidade e gerar problemas de liquidez, caso os ativos no sejam
convertidos em caixa.
2.1.1 Subcapitalizao X Capital de GiroDe acordo Gitman (1987), a consequncia da subcapitalizao pode
ser atal, pois medida que o volume de negcios da empresa au-
menta, tambm aumenta a necessidade de capital de giro; sem uma
estrutura de capital adequada, a empresa comea a enrentar proble-
mas de liquidez. Essa situao decorre de pelo menos trs atores:
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19/80Administrao Financeira|17
Subcapitalizao Inicial: Os scios subestimam o nvel de ca-
pital de giro necessrio para manter a operacionalidade da em-
presa, azendo com que o capital prprio se torne insuciente
para as necessidades da empresa.
Excesso de crescimento: Quando uma empresa se expande a um
nvel em que a sua base de capital se torna insuciente para custear
seu novo nvel de atividade, a empresa se torna subcapitalizada.
Utilizao ineciente do seu capital de giro: Mesmo quando
a empresa no sore de subcapitalizao inicial nem de cres-
cimento excessivo, ela pode sorer alta de capital de giro de-
vido aos problemas a seguir:
Lucros e fuxos de caixa abaixo dos previstos podem signi-
car menor liquidez para a empresa;
Investimento de capital no previsto, ou excesso de gas-tos em projetos que desviam recursos originalmente desti-
nados para giro;
Pagamento excessivo de dividendos signica menos re-
cursos retidos;
Recursos excessivos aplicados em estoques e contas a receber.
Assim, como as obrigaes da empresa so pagas com caixa e
no com lucros, o capital de giro um volume de recurso necess-
rio para manter a empresa em uncionamento at que se complete
seu ciclo de caixa.
2.2Ciclo de Caixa
O ciclo de caixa de uma empresa, de acordo com Matarazzo (2003),
uma unidade de tempo, ou seja, o tempo decorrido entre o ins-
tante em que a empresa az o desembolso para pagamento das
compras e da mo de obra e o recebimento dos recursos provenien-
tes das vendas. Este o perodo em que a empresa tem de nanciar
suas atividades operacionais com recursos prprios, e, caso no pos-sua recursos sucientes para nanciar sua necessidade de capital de
giro, ter que recorrer a capital de terceiros.
Assim, sob a tica nanceira, quanto menor o ciclo de caixa de
uma empresa menor ser sua necessidade de capital de giro.
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20/8018|Administrao Financeira
As estratgias bsicas que so empregadas pelas empresas na
gesto do ciclo de caixa so:
Retardar, tanto quanto possvel, via negociao de prazos,
o pagamento das duplicatas, sem prejudicar o conceito de
crdito da empresa;
Girar os estoques com a maior rapidez;
Receber num menor prazo possvel as duplicatas a receber,
sem, contudo, prejudicar vendas uturas devido a uma poltica
de crdito muito restritiva.
O diagrama abaixo ilustra o ciclo econmico e nanceiro ou ci-
clo de caixa da empresa, e os Prazos Mdios que evidenciam a e-
cincia operacional da gesto, a partir da vericao da velocidade
com que determinados itens do Balano, principalmente do Ativo
Circulante, se renovam durante o exerccio.
O ciclo econmico signica o perodo de tempo decorrido entre a
aquisio de matrias primas at o recebimento das duplicatas pro-
veniente das vendas a prazo.
O ciclo nanceiro ou ciclo de caixa compreende o tempo de-corrido entre o pagamento das duplicatas at o recebimento das
duplicatas proveniente das vendas a prazo.
Compra deMaterial
Venda PAa prazo
CobranaDuplicatas
RecebimentoPagamentoDuplicatas
PMP35 dias
PME85 dias
Ciclo de Caixa120 dias
0 35 85 155
PME85 dias
Ciclo Operacional 155 dias
Ciclo Econmico e Financeiro
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
21/80Administrao Financeira|19
Com base no diagrama, nota-se que:
CO = PME + PMR
CF = CO PMP
Onde:
CO = Ciclo Operacional
PME = Prazo mdio de estocagem
PMR = Prazo mdio de recebimento das vendas
CF = Ciclo Financeiro
PMP = Prazo mdio de pagamento das compras de matria prima.
Estes conceitos caro mais claros a partir do seguinte exemplo:
A empresa KLM paga suas duplicatas em mdia com 35 dias e re-
cebe de seus clientes com 70 dias. Passam-se 85 dias entre o mo-mento em que a matria prima comprada at a poca em que seu
produto acabado vendido.
Com base nos dados calcule o ciclo de caixa da empresa.
CO = PME + PMR CF = CO PMP
CO = 85 + 70 CF = 155 - 35
CO = 155 dias CF = 120 dias
Veremos a seguir as principais polticas operacionais, tais comopoltica de crdito, de estocagem e de compras, que podem ser adota-
das na gesto de itens do circulante que impactam no ciclo de caixa
da empresa e, consequentemente, na necessidade de capital de giro.
ESTOQUE
COMPRA
VENDE
PAGAMENTOS
RECEBE
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
22/8020|Administrao Financeira
Administrao das Contas a Receber
A conta a receber de uma empresa nasce no momento em que a
empresa vende bens e servios a prazo. Nesse momento, o estoque
baixado e uma duplicata emitida contra esse cliente, criando-se
ento uma conta a receber; medida que esses bens e servios so
pagos, o valor do contas a receber se reduz no mesmo montante.
O valor total da conta clientes ou contas a receber determinado
pelo volume de vendas a prazo e o perodo mdio de recebimento
dessas vendas. Assim, da mesma orma que qualquer outro ativo, o
investimento em contas a receber precisa ser nanciado de alguma
orma, com capital prprio ou capital de terceiros.
A administrao do contas a receber de orma eciente, de
acordo com Groppelli; Nikbakht (2005) comea pelo estabeleci-mento de uma poltica de crdito para as empresas, bem como um
sistema de monitorao e controle.
A poltica de crdito uma das principais variveis que aetam
as vendas da empresa. Uma poltica de crdito restritiva retrai o
volume de vendas, enquanto uma poltica mais fexvel de prazo
pode maximizar as vendas da empresa, porm, aumenta o risco de
inadimplncia. Os crditos problemticos podem aetar a liquidez
das empresas e aumentar as possibilidades de perdas, que resultam
na diminuio do capital prprio.
De acordo com Blatt (1999) os principais erros na concesso do
crdito so:
Conceder crditos que no atendam aos princpios da seletivi-
dade, garantias, liquidez e diversicao do risco;
Renovar crditos a credores problemticos;
Admitir crdito alm dos limites denidos pela analise de crdito;
Conceder crditos a clientes que possuam restries cadastrais;
Conceder crdito a clientes que tenham se maniestado proble-
mticos em transaes comerciais, ainda que com outros credores;
Conceder crdito sem a constituio de um documento ou t-tulo de crdito adequado, representativo de dvida.
O acompanhamento do contas a receber deve ser constante
para detectar qualquer variao e permitir que sejam tomadas
medidas corretivas.
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
23/80Administrao Financeira|21
O prazo mdio de recebimento das vendas mede o tempo decor-
rido entre a venda a prazo e o recebimento das duplicatas. O ideal
que o recebimento das vendas se eetue no menor prazo possvel.
Na apurao do prazo mdio de recebimento das vendas, na com-
posio do numerador da rmula abaixo, deve-se considerar que no
valor de Clientes devero estar contidos os crditos de curto e longo
prazo. No caso da Receita Operacional Bruta, devero ser desconta-
dos os valores reerentes s devolues ocorridas no perodo.
O resultado obtido demonstrar o prazo mdio em que a empresa
est recebendo suas vendas.Na maioria das vezes, a empresa possui diversos clientes, aos
quais vende com prazos dierentes, dependendo das negociaes es-
peccas que so realizadas. Neste caso, deve-se utilizar a mdia
aritmtica (simples ou ponderada) para clculo do prazo mdio de
recebimento das vendas, conorme exemplos abaixo:
Determinada empresa possui 08 clientes, os quais compram regu-
larmente, com os seguintes prazos:
Cliente A: 15 dias de prazo
Cliente B: 30 dias de prazo
Cliente C: Somente vista
Cliente D: 45 dias de prazo
Cliente E: 20 dias de prazo
Cliente F: 35 dias de prazo
Cliente G: 10 dias de prazo
Cliente F: 21 dias de prazo
Obs: Todos os clientes tm a mesma representatividade no volume de
vendas. Qual o Prazo Mdio de Recebimento das Vendas?
Soluo:
Prazo Mdio de Recebimentos das Vendas (PMRV)
Frmula:Clientes
x 360Receita Operacional Bruta
= 22 dias de prazo na mdia15 + 30 + 0 + 45 + 20 + 35 + 10 + 21
8
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
24/8022|Administrao Financeira
Supondo que determinada empresa possua um volume mdio de ven-
das mensais de R$ 100.000,00 distribudo conorme abaixo:
20 % das vendas ( vista)
45% das vendas: 30 dias de prazo
35% das vendas: 45 dias de prazo
Qual o Prazo Mdio de Recebimento das Vendas?
Soluo:
Observe que, nesse caso, cada categoria de clientes possui um peso
dierente no total das vendas da empresa. Utilizaremos ento a m-
dia ponderada.
20% x 100.000,00 = 20.000,00 vista
45% x 100.000,00 = 45.000,00 com 30 dias de prazo
35% 100.000,00 = 35.000,00 com 45 dias de prazo
2.3Reexo da Poltica de Crdito nasVendas e no Resultado das Empresas
As polticas de crdito adotadas pelas empresas especicam os pro-
cedimentos para avaliar os solicitantes de crdito e as condies de
reembolso dos crditos concedidos. Com o objetivo de maximizar o
volume de vendas, a empresa pode adotar uma poltica de desconto
ou de fexibilizao ou retrao dos prazos concedidos aos clientes,
sendo que ambas aetam o volume de vendas e resultado.
2.3.1 Poltica de Desconto Financeiro
Quando uma empresa passa a oerecer ou elevar o desconto nan-
ceiro, pode-se esperar as seguintes variaes ou eeitos sobre o lucro:
Aumenta Aumenta
Aumenta
Aumenta
Diminui
Diminui
Diminui Diminui
Volume de Vendas
Prazo mdio de
Recebimentos
Lucro por unidade
Perda com devedores
duvidosos
Direo da Variao Efeito sobre o Lucro
(20.000,00 x 0) + (45.000,00 x 30) + (35.000,00 x 45)
100.00= 29,25 dias (mdia)
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
25/80Administrao Financeira|23
2.3.2 Poltica de Flexibilizao de Prazos
Quando uma empresa fexibiliza o prazo concedido aos clientes, po-
dem-se esperar os seguintes eeitos sobre o lucro:
O volume de contas a receber de acordo com Groppelli; Nikbaknt
(2005) basicamente determinado pelos padres de crdito da com-panhia. Se orem rigorosos, poucos clientes sero qualicados ao
crdito, as vendas a prazo vo declinar e consequentemente as con-
tas a receber diminuiro. Caso contrrio, com padres mais fexveis,
as vendas a prazo aumentaro e haver mais contas a receber.
A poltica de crdito deve ser adaptada realidade da empresa,
assim, az-se necessrio analisar as diversas variveis envolvidas para
que se determine a implicao que a alterao na gesto das duplica-
tas a receber exercero sobre a lucratividade global da empresa.
Antes da deciso de fexibilizar os padres de crdito deve-se
comparar o custo do contas a receber adicionais e os benecios pelo
aumento das vendas. Caso o resultado dessa anlise custo x bene-
cio or uma maximizao do lucro lquido, a empresa deve fexi-
bilizar os padres de crdito, conorme demonstrado por Groppelli;
Nikbaknt (2005), no exemplo abaixo:
A empresa L. Trnica vende atualmente 100.000 unidades de apa-
relhos eletrnicos. Cada unidade vendida por R$ 50,00. O custo
varivel de R$ 40,00 por unidade; portanto, a margem de con-
tribuio de R$ 10,00. Se os padres de crdito orem relaxados,espera-se que as vendas devam crescer em 30.000 unidades, das
quais espera-se que 5% no seja recebido, devido aos maus pagado-
res. Supondo-se que o custo dos produtos vendidos seja de 80% das
vendas e que os custos de nanciamento sejam de 12%, determine
se o relaxamento dos padres de crdito seria uma deciso lucrativa
para a empresa L. Trnica.
Aumenta Aumenta
Diminui
Diminui
Aumenta
Aumenta
Volume de Vendas
Prazo mdio de
Recebimentos
Perda com devedores
duvidosos
Direo da Variao Efeito sobre o Lucro
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26/8024|Administrao Financeira
Soluo:
O benecio esperado o lucro das vendas adicionais de R$
300.000,00 (30.000 unidades adicionais x a margem de contribuio
de R$ 10,00); os custos de R$ 75.000,00 referentes a devedores du-
vidosos, e um custo de nanciamento de R$ 48.000,00 do aumento
do contas a receber (R$ 500.000,00 x 80% x 12%).
Quadro demonstrativo da anlise custo x benecio para novas con-
tas a receber:
Benecios:
Lucro das Vendas Adicionais
(30.000 unidades x R$ 10,00 Margem de contribuio) R$ 300.00,00
Custos:Custo com devedores duvidosos
(30.000 x R$ 50,00 x 5%) (R$ 75.000,00)
Custo do Financiamento Adicional
(R$ 500.000,00 x 80% x 12%) (R$ 48.000,00)
LUCRO LQUIDO R$ 177.000,00
Considerando os dados acima, a empresa L. Trnica obter um
Lucro Lquido de R$ 177.000,00 se fexibilizar seus padres de cr-
dito. Porm, nem sempre o resultado da exibilizao do crdito ser
interessante, pois, algumas vezes, os custos de devedores duvidosos
e custo de nanciamento do aumento do contas a receber superam
os lucros das vendas adicionais.
2.4Administrao do Estoques
O principal propsito da administrao de estoque manter um n-vel de estoque que assegure o atendimento pontual dos pedidos dos
clientes em quantidades satisatrias.
Os estoques so signicativos na estrutura de ativos da maio-
ria das empresas, e, assim como o Contas a Receber, os nveis de
estoque dependem das vendas da empresa. Um erro na previso de
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27/80Administrao Financeira|25
estoques acarreta perda de vendas ou custos nanceiros desneces-
srios na manuteno dos estoques.
Em outras palavras, o custo de manuteno de estoque impede
o aproveitamento de outras oportunidades lucrativas. Por exemplo,
se houver uma oportunidade de obter 15% de lucro sobre o inves-
timento, a manuteno de um nvel de estoque de R$ 100.000,00
custa anualmente R$ 15.000,00.
Os estoques podem ser classicados em trs tipos: matria-prima,
produtos em elaborao e produtos acabados. Como os estoques pre-
cisam ser adquiridos antes das vendas, muito importante que a
previso de vendas seja realista para que se possa ter uma adminis-
trao de estoque eciente, conorme exemplo abaixo:
A loja de roupas de praia Estrela Muda precisa fazer o pedido de
biqunis para o prximo vero at junho, para receber o pedido emnovembro e estar sucientemente estocada para o perodo de alta
demanda entre os meses de dezembro a evereiro. Os biqunis apre-
sentam uma grande variedade de estilos, cores e tamanhos, se a em-
presa errar na quantidade ou nos modelos que escolher ela poder
ter problemas. Perder vendas se estocar menos do que necessrio,
e ter que reduzir seus preos e sorer prejuzos se estocar demais,
ou se os modelos que estocar no carem no gosto de seus clientes.
Para simplicar vamos assumir que a Estrela Mida tem R$ 10.000,00
investidos em estoque bsico, e que oi totalmente nanciado com ca-
pital prprio. Teremos ento a seguinte estrutura patrimonial:
Ativo Passivo
Circulante No Circulante
Estoque Bsico 10.000,00 Patrimnio Lquido
Capital Social 10.000,00
Total do Ativo 10.000,00 Total do Passivo 10.000,00
As compras de biqunis para o prximo vero sero de R$100.000,00, e o lucro estimado para as vendas na alta estao ser de
30%. Como as compras tm de ser pagas vista, a empresa recorre
a capital de terceiros para nanciar sua encomenda. Seu balancete
antes do incio do vero apresenta-se conorme abaixo:
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Ativo Passivo
Circulante Circulante
Estoque Vero 100.000,00 Emprstimo 100.000,00
Estoque bsico 10.000,00 No Circulante
Patrimnio Lquido
Capital 10.000,00
Ativo Total 110.000,00 Passivo Total 110.000,00
Se tudo correr como previsto, as vendas sero realizadas, os es-
toques se convertero em dinheiro, a dvida com o banco ser paga
e a empresa realizar um lucro, e estar pronta para enrentar o
prximo vero. O balancete da empresa aps o vero de sucesso
seria o seguinte:
Ativo Passivo
Circulante No Circulante
Caixa 30.000,00 Patrimnio Lquido
Estoque Bsico 10.000,00 Capital Social 10.000,00
Lucro 30.000,00
Total do Ativo 40.000,00 Total do Passivo 40.000,00
Mas suponha que o vero no tenha sido bom, e a empresa ven-
deu apenas 20% do Estoque de Vero. O balancete em abril apre-
senta-se conorme abaixo:
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa 6.000,00 Emprstimo 80.000,00
Estoque Vero 80.000,00
Estoque bsico 10.000,00 No Circulante
Patrimnio Lquido Capital 10.000,00Lucro 6.000,00
Ativo Total 96.000,00 Passivo Total 96.000,00
Como a empresa no consegui vender os biqunis no vero, como
vai vender esses biqunis ora de moda agora nas vsperas do in-
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verno? Provavelmente s liquidando-os. Considerando que todo o
Estoque de Vero tenha sido vendido em uma promoo por R$
62.000,00, o resultado seria o seguinte:
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa 6.000,00 Emprstimo Bancrio 18.000,00
Estoque Vero 0,00
Estoque bsico 10.000,00 No Circulante
Patrimnio Lquido
Capital 10.000,00
Prejuzo (12.000,00)
Ativo Total 16.000,00 Passivo Total 16.000,00
Agora a empresa est em diculdades, pois no tem dinheiro su-
ciente para pagar o emprstimo bancrio e, se o banco no renovar
o crdito, a empresa ter de vender seu estoque bsico e, se isso no
or suciente, poder alir.
2.4.1 Poltica de Estocagem
O objetivo de uma boa administrao de estoque manter o estoque
necessrio para as operaes da empresa ao menor custo total pos-
svel. De acordo com Gitman (1987), os principais conceitos e custos
envolvidos na poltica de estocagem so:
Estoque Mdio
Se considerarmos que Q a quantidade pedida de cada vez, que os
estoques so consumidos linearmente ao longo do perodo, e que
o estoque cai a zero imediatamente antes de receber o novo pe-
dido, o estoque mdio do perodo pode ser demonstrado como Q/2.
Custo do Pedido de Compra
O custo do pedido de compras inclui os custos de salrios e or-
denados dos empregados do departamento de compras, a de-
preciao dos equipamentos, e o custo dos suprimentos para
preparar os pedidos de compra. Quanto mais vezes os pedidos
so eitos, mais dispendioso o processo de compra.
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30/8028|Administrao Financeira
Custo de Manuteno do Estoque
Este custo, principalmente o nanceiro, aumenta na proporo
direta do volume de estoque mantido. Alm desse, h o custo de
armazenagem, manuseio, seguro, depreciao, impostos e ou-
tros. O custo de manuteno aumenta medida que o nmero
de unidades em cada pedido aumenta. Assim, o custo de ma-
nuteno do estoque o custo unitrio de manuteno de um
item por perodo multiplicado pelo estoque mdio durante esse
perodo, dado pela rmula:
Custo de Manuteno = Custo Unitrio x Q/2
2.4.2 Mtodos de Administrao de Estoque
A administrao, para operar economicamente, deve aumentar o n-
vel de estoque se isso resultar em benecios superiores ao custo adi-
cional de manuteno desse estoque. Abaixo, de acordo com Gitman
(1987), so apresentados alguns mtodos de gesto de estoque:
Lote Econmico de Compra - LEC
a quantidade de um item que, quando pedido regularmente,
resulta em custos mnimos de pedido e estocagem. As premis-
sas do modelo de Lote Econmico so de que as vendas podem
ser previstas com preciso, as vendas so distribudas unior-
memente ao longo do ano, os pedidos so recebidos no prazo
e os estoques vo completamente a zero antes do recebimento
do novo pedido. O lote econmico pode ser determinado com
o uso da seguinte rmula:
Onde:
Q = nmero de unidades requeridas por perodo de tempo
Cp = custo por pedido de compra
Cm= custo de manuteno
2Q x Cp
CmLEC =
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31/80Administrao Financeira|29
Exemplo:
Em determinada empresa o consumo anual de um determinado
item de 10.000 unidades, o custo de um pedido de compra de R4
120,00, e o custo de manuteno de estoque por unidade de R$
4,00. Sob essas condies, o custo mnimo de compra :
A empresa minimizar o custo total de pedir e estocar se 774 unida-des orem requisitadas em cada pedido de compra. J que o consumo
de 10.000 unidades por ano, a empresa dever emitir 13 pedidos de
compra, solicitando 774 unidades de cada vez.
Sistema ABC
Com o sistema ABC desnecessrio controlar todos os itens in-
dividualmente para se administrar adequadamente o estoque,
pois existem empresas que tem milhares de itens estocados, e o
custo do controle ormal desses itens seria proibitivo.
Nesse sistema, a empresa analisa cada item do estoque, e os itens
que so mais caros, mais utilizados, cuja alta provocaria conse-
qncias danosas, que tem o maior prazo de entrega, so classi-
cados na categoria A. Os menos importantes na categoria B, e
os demais na C. Essa classicao orienta os esoros da adminis-
trao de modo a cuidar prioritariamente dos itens mais relevantes.
Os controles para os itens classicados na categoria A devemser os mais rgidos e completos, estima-se que os itens classi-
cados nessa categoria representem 20% apenas do estoque, e so
responsveis por cerca de 90% dos investimentos eetuados em
estoque. Os itens da categoria B representando certa de 30% do
estoque e os demais produtos classicados como C, correspon-
dem a 50% e representam cerca de 2 a 3% do investimento total.
2Q x Cp
CmLEC =
LEC =
(2 x 10.000) x 120= 600.00 = 774 unidades
4
Consumo Atual
LECN de pedidos ano = = = 12,91 = 13 vezes
10.000
774
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32/8030|Administrao Financeira
Sistema EDI (Eletronic Data Interchange)
Esse sistema est voltado principalmente para o controle de es-
toques de produtos acabados, pois permite uma comunicao
direta entre os sistemas de inormtica da empresa com os de
seus ornecedores para troca automtica de inormaes e soli-
citao direta dos pedidos de compra.
A empresa, ao eetuar a venda, a caixa registradora identica o
produto atravs da leitura do cdigo de barras, e passa essa in-
ormao imediatamente para o sistema de controle de estoque,
que processa sua baixa. Quando o estoque atinge um nvel m-
nimo pr determinado pela administrao, o sistema de inor-
mtica acessa diretamente os computadores do ornecedor com
um novo pedido de compra.
Sistema Kan Ban /JIT
Dierentemente do EDI, o sistema Kan-Ban utilizado principal-
mente para controlar estoques de matria-prima e produtos em
elaborao. Por isso, sua grande utilizao tem sido em empresas
industriais, diretamente na linha de produo. Essa tcnica de
administrao de estoque oi desenvolvida inicialmente por em-
presas japonesas, mas j est bem disseminada em todo o mundo.
A entrega das peas est sincronizada com a linha de mon-
tagem, chegando normalmente algumas horas antes de serem
utilizadas. Esse sistema reduz muito a necessidade de manter
grandes estoques de matria prima, mas requer uma grande
coordenao entre o abricante e seus ornecedores, tanto no
tempo de entrega como no controle da qualidade.
2.5Administrao Contas a Pagar
O objetivo do administrador nanceiro , sem comprometer a imagem
e o crdito da empresa junto ao mercado, encurtar o prazo de recebi-mento das vendas e ampliar o prazo de pagamento aos ornecedores.
Porm, esse enfoque deve ser usado de forma muito cuidadosa, pois
prazos longos de pagamento aos ornecedores podem prejudicar as re-
laes com o mesmo, e acarretar prejuzos para a empresa.
As contas a pagar, de acordo com Nikbakht; Groppelli (2005),
podem ser vistas como emprstimos sem juros obtidos junto aos
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33/80Administrao Financeira|31
ornecedores, pois na ausncia dessa onte de nanciamento a
empresa demandaria um maior volume de capital prprio para -
nanciar seu ciclo nanceiro.
Porm, a utilizao do crdito junto ao fornecedor nem sempre
interessante para a empresa compradora, pois geralmente so oe-
recidos descontos para as compras vista ou com prazos de paga-
mento relativamente pequenos. Nesse caso, o benecio do desconto
deve ser aceito e exceder o custo de oportunidade.
Exemplo:
A companhia ABC tem a opo de um desconto de 3% para pa-
gamento vista em uma compra de mercadoria no valor de R$
100.000,00. Ou usar do crdito junto ao ornecedor e pagar a atura
num prazo de 60 dias.A empresa possui uma linha de crdito para capital de giro no
Banco Beta a uma taxa nominal de 14% ao ano. Qual a opo
mais econmica para a empresa: usar o desconto e pagar vista ou
comprar a prazo?
Neste caso, observa-se uma economia de R$ 736,67 deve-se aprovei-
tar o desconto e o valor de R$ 97.000,00 deve ser tomado empres-
tado ou retirado dos undos disponveis existentes.
Soluo:
Benecio do desconto vista (3% x R$ 100.000,00) = R$ 3.000,00
Custo Capital de Terceiros (R$ 97.000,00 x 14% x 60/360) = (R$ 2.263,33)
Benecio Lquido R$ 736,67
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Exerccio Proposto:
1) A empresa Micro Chick vendeu 43.200 monitores de computa-
dores no ano de 2010 ao preo de R$ 545,00 cada, dando um prazo
de 30 dias para pagamento a seus clientes. No balano patrimo-
nial em 31/12/2010 a conta Clientes apresentava um saldo de R$2.746.800,00. Considerando que as vendas so uniormes ao longo
do ano, a empresa est recebendo suas aturas em dia?
2) A empresa industrial Delta S/A, considerando sua poltica ope-
racional, est prevendo vendas anuais no total de R$ 10 milhes
para o ano de 2011. Os seus custos variveis representam 80% das
vendas, e seu custo de capital de 16%. No momento, a poltica de
vendas de recebimento em um prazo mdio de 30 dias, e a inadim-
plncia com devedores duvidosos de 2%.
A empresa gasta anualmente R$ 50.000,00 para cobrar os clientes em
atraso, a alquota de imposto de renda sobre o lucro de 35%, seus cus-
tos xos so de R$ 200.000,00. O gestor de crdito est estudando duas
propostas de alterao no prazo mdio de recebimento das vendas:
Proposta 1
Adotar uma poltica de crdito mais liberal, e aumentar o perodo
mdio de recebimento de 30 para 45 dias. As premissas dessa al-
ternativa so as seguintes:
Despesas de cobrana aumentam em R$ 10.000,00
Vendas aumentam em R$ 1 milho por anoPerdas por inadimplncia nas vendas atuais se mantm constantes
Perdas por inadimplncia nas vendas adicionais crescem para 4%
Proposta 2
Restringir a poltica de crdito, reduzindo o prazo mdio de rece-
bimento das vendas de 30 para 20 dias. As premissas dessa alter-
nativa so as seguintes:
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35/80Administrao Financeira|33
Despesas de cobrana reduzem-se em R$ 5.000,00
Vendas se reduzem em R$ 1 milho por ano
Perdas por inadimplncia nas vendas caem de 1% das vendas totais
Elabore uma demonstrao de resultado da empresa industrial Delta
S/A na situao atual, e elabore a seguir uma demonstrao de re-
sultado para cada uma das propostas apresentadas, levando em con-
siderao as alteraes provocadas por cada alternativa. A empresa
deve alterar sua poltica de recebimentos?
3) As lojas Artezanis tem atualmente vendas anuais de R$
1.000.000,00. O prazo mdio de recebimentos de 30 dias, e as per-
das por inadimplncia correspondem a 1% das vendas. A gerncia
da empresa acredita que, se aumentar o prazo de recebimento dasvendas para 45 dias, as vendas aumentaro em R$ 100.000,00, mas
as perdas nessas vendas adicionais montariam a 3% das vendas.
A parcela dos custos variveis do seu CMV equivale a 40% das ven-
das, o custo de nanciamento dos contas a receber de 15% a.a. e
a alquota do IR da empresa de 40%. Assumindo ano de 360 dias
e desconsiderando qualquer custo de oportunidade de investimento
dos excessos de caixa:
1. Qual seria o investimento incremental em contas a receber?
2. Qual seria o custo incremental de nanciamento do contas a
receber?
3. Qual seria a variao incremental na resultado da empresa?
4. Voc recomendaria essa mudana de poltica de crdito para a
empresa?
4) Uma indstria eletrnica consome 2.000 placas de circuito a cada
100 dias na sua linha de produo de micro computadores. Sabendo-se
que o custo de cada pedido de R$ 100,00, e que o custo de estocagem
de R$ 10,00 por placa para o perodo de 100 dias, quantas placas devem
ser encomendadas de cada vez para minimizar os custos?
5) A Companhia AJAX tem as seguintes opes de pagamento para
uma compra no valor de R$ 100.000,00:
Captar recursos a taxa de nominal de 15% a.a. e pagar a fatura
vista com desconto de 3%; ou
Aceitar o crdito ofertado pelo fornecedor, e pagar daqui a 90 dias.
Qual opo a mais econmica?
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36/8034|Administrao Financeira
Reerncias:
BLATT, A. Avaliao de risco e deciso de crdito: um enfoque
prtico. So Paulo: Nobel, 1999.
MATARAZZO, Dante C.Anlise nanceira de balanos: abordagem
bsica e gerencial. 6 ed. So Paulo: Atlas, 2003.
GROPPELLI A.A; NIKBAKHT Ehsan.Administrao fnanceira. 2 ed.
So Paulo: Saraiva, 2005.
GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3 ed,
So Paulo, 1987.
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37/80Administrao Financeira|35
Anlise de
Investimento
de Capital
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38/8036|Administrao Financeira
3.1Introduo
O conceito do valor do dinheiro no tempo surge da relao entre
juros e tempo, pois o dinheiro pode ser remunerado por certa taxa
de juros num investimento, por um determinado perodo de tempo.
Assim, uma mesma unidade monetria recebida no uturo no tem o
valor que uma unidade monetria disponvel no presente.
Esta armativa decorre do ato de que o dinheiro tem um valor
no tempo, que a mesma quantia em $ (Real), em dierentes po-
cas, tem outro valor, to maior quanto a taxa de juros exceda a
zero. Por outro lado, dependendo da inao da economia, pode-
se dizer que este dinheiro varia ao longo do tempo em razo do
poder de compra de um $ (Real).
Para melhor visualizao dos efeitos nanceiros das alternativasde investimentos, ou seja, entradas e sadas de caixa, utiliza-se uma
representao grca denominada de Fluxo de Caixa (Cash-Flow).
O fuxo de caixa apresentado esquematicamente conorme
abaixo, onde se convencionou que os vetores orientados para cima
representam valores positivos de caixa, ou seja, benecios, recebi-
mentos ou receitas recebidas, e os vetores orientados para baixo in-
dicam valores negativos: desembolsos ou pagamentos.
Vale destacar a identicao do ponto de vista que est sendo
traado o fuxo de caixa, pois um fuxo sob a tica de uma institui-
o nanceira que concede um nanciamento dierente do fuxo
de caixa sob a tica do indivduo beneciado por tal transao.A taxa de juros, ou taxa de crescimento do capital, a taxa de lucra-
tividade recebida num investimento e, representa o percentual de ganho
ou perda realizado na aplicao do capital em algum empreendimento.
O capital um recurso limitado e, quando uma empresa az
um investimento de capital, ela incorre em sadas de recursos de
caixa, na expectativa de ganhos uturos. Dessa orma, devemos
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analisar a proposta de investimento de acordo com o retorno esperado, tendo em
mente os riscos especcos.
Ao se deparar com ontes limitadas de capital, a administrao deve decidir
com cuidado se determinado projeto de investimento ou no economicamente
vivel, considerando a taxa de retorno que apresenta, e, no caso de haver mais
de um projeto de investimento, deve-se escolher aquele que mais contribuir
para maximizar a riqueza da entidade.
De acordo com Gitman (1987), o primeiro passo para decidir se um projeto de inves-
timento de capital deve ser aceito ou no a mensurao do seu custo inicial, a estima-
tiva dos benecios uturos e o julgamento se o projeto merece ou no ser implementado.
Para determinar o custo do investimento inicial, o administrador nanceiro
deve conhecer no mnimo:
O preo de aquisio dos novos itens (mquinas, equipamentos, servios, outros).
As despesas adicionais, tais como: custos de instalao, de embalagem do pro-duto, de distribuio, de inspeo, etc...
O ganho de capital no caso de alienao dos equipamentos existentes.
A despesa com impostos no caso da alienao dos equipamentos existentes.
O exemplo abaixo demonstra como determinar o custo de um investimento inicial:
A Companhia Ala est planejando a compra de um novo equipamento em subs-
tituio ao atual pelo valor de R$ 200.000,00. Alm de R$ 4.000,00 pela entrega e
R$ 9.000,00 pela instalao, o equipamento atual oi adquirido h trs anos por R$
100.000,00, depreciado a uma taxa linear de 20% ao ano, e ser vendido atualmente
pelo preo mximo de R$ 50.000,00. Supondo uma alquota de imposto de renda de 35%
sobre o ganho de capital, determine o custo inicial deste equipamento.
Soluo:
Observe que o equipamento oi adquirido h trs anos, assim, ele j oi depreciado em
60%, conorme abaixo:
Depreciao ano 1: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00
Depreciao ano 2: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00
Depreciao ano 3: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00
Depreciao Acumulada R$ 60.000,00
Assim, o valor contbil do equipamento atualmente de R$ 40.000,00 (R$
100.000,00 R$ 60.000,00). Ser vendido por R$ 50.000,00 e haver um ganho de
capital de R$ 10.000,00, sobre o qual dever ser pago imposto de renda sobre o ganho
de capital na alquota de 35%. O imposto de renda sobre o ganho de capital ser de R$
3.500,00 (R$ 10.000,00 x 35%).
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40/8038|Administrao Financeira
Despesas Iniciais:
Preo do Equipamento R$ 200.000,00
Despesa de Entrega R$ 4.000,00
Despesa de Instalao R$ 9.000,00
IR ganho de Capital R$ 3.500,00
Total das Despesas R$ 216.500,00
Receitas Iniciais:
Receita com a Venda do Equipamento R$ 50.000,00
Total da Receita R$ 50.000,00
Custo Inicial do Investimento R$ 166.500,00
Lembre-se que no existir imposto de renda a pagar se o equi-pamento existente for vendido pelo seu valor contbil. Por exemplo,
se o equipamento acima osse vendido pelo seu valor contbil, ou
seja, por R$ 40.000,00, no haveria ganho de capital, e o imposto de
renda devido na operao seria zero.
3.2Estimativa de Fluxo de Caixa
Para a anlise de qualquer proposta de investimento de capital, a
estimativa do fuxo caixa uturo de undamental importncia no
processo de avaliao da viabilidade econmica do investimento.
Na projeo do fuxo de caixa, expressamos os benecios uturos
lquidos, ou seja, entradas menos sadas de recursos a cada perodo,
lquido de imposto de renda e em termos incrementais.
O fuxo de caixa incremental o fuxo de caixa adicional que
a empresa ir receber acima do fuxo de caixa atual, aps o pro-
jeto ser aceito.
Suponha que o fuxo de caixa atual de determinada empresa
seja de R$ 300.000,00 por ano. Se este fuxo aumentar para R$450.000,00 aps o incio do novo projeto de investimento, o uxo de
caixa incremental ser de R$ 150.000,00. Portanto, somente os R$
150.000,00 sero considerados como benefcio do projeto.
Vale inormar que se a empresa avalia o lanamento de um novo
produto que competir com sua linha atual de produtos, a conside-
rao desta canibalizao vital no processo de anlise.
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3.2.1 Mensurao do Fluxo de Caixa Incremental
Na mensurao do fuxo de caixa incremental, existe um mtodo
simples para se determinar o incremental de um novo projeto para
cada ano, conforme Nikbakht; Groppelli (2005)
1 - Calcular o lucro lquido adicional
Lucro Lquido Estimado (incluindo o novo projeto)
( ) Lucro Lquido Estimado (sem o novo projeto)
= Lucro Lquido Adicional
2 - Calcular a economia de imposto de renda decorrente da
depreciao adicional.
Depreciao Adicionalx Alquota do imposto de Renda
= Economia de imposto de renda pela depreciao adicional
3 - Calcular o fuxo de caixa incremental somando ao lucro lquido
adicional a economia proporcionada pela depreciao adicional.
Lucro Lquido Adicional
(+) Economia de imposto de renda pela depreciao adicional
(=) Fluxo de Caixa Incremental
O exemplo abaixo ilustra de maneira clara o clculo da mensura-
o do fuxo de caixa incremental:
Os lucros lquidos previstos para os prximos trs anos para a Com-
panhia Beta so de respectivamente R$ 100.000,00, R$ 150.000,00
e R$ 200.000,00. As despesas de depreciao anuais estimadas so
de R$ 30.000,00, R$ 40.000,00 e R$ 45.000,00 respectivamente. Em
consequncia de iniciar um novo projeto, os lucros lquidos projeta-
dos para os prximos trs anos so de R$ 120.000,00, R$ 165.000,00
e R$ 230.000,00. As despesas anuais estimadas de depreciao serode R$ 45.000,00, R$ 62.000,00 e R$ 66.000,00. Considerando uma
alquota de imposto de renda de 40%, calcule o fuxo de caixa incre-
mental do novo projeto (Nikbakht; Groppelli, 2005).
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42/8040|Administrao Financeira
Soluo:
1 - Calcular o lucro lquido adicional para cada ano:
2 - Calcular a economia de imposto de renda decorrente da depre-
ciao adicional.
3 - Calcular o fuxo de caixa incremental somando ao lucro lquido
adicional a economia proporcionada pela depreciao adicional.
Na prxima seo, os benecios anuais uturos lquidos gerados
pelo projeto (R$ 26.000,00, R$ 23.800,00 e R$ 38.400,00) sero con-
rontados com o investimento inicial do projeto.
3.3Tcnicas de Anlise de Investimentos
Uma vez determinado o fuxo de caixa incremental para o projeto, es-
tudaremos agora os principais mtodos de avaliao de investimentos.
De acordo com Nikbakht; Groppelli (2005), os principais mtodos
de anlise de investimento so:
Taxa Mdia de Retorno (TMR)
Lucro Lquido estimado(incluindo o novo projeto)
Lucro Lquido estimado
(sem o novo projeto)
Lucro Lquido Adicional R$ 20.000,00
R$ 100.000,00
R$ 120.000,00
Ano 1 Ano 2 Ano 3
R$ 165.000,00
R$ 150.000,00 R$ 200.000,00
R$ 230.000,00
R$ 15.000,00 R$ 30.000,00
Depreciao adicional
estimada
Alquota do Imposto
de Renda40%
R$ 15.000,00
Ano 1 Ano 2 Ano 3
R$ 22.000,00
40% 40%
R$ 21.000,00
Economia de imposto de
renda pela depreciao
adicional
R$ 6.000,00 R$ 8.800,00 R$ 8.400,00
Lucro Lquido Adicional R$ 20.000,00
Ano 1 Ano 2 Ano 3
R$ 15.000,00 R$ 30.000,00
Economia de imposto derenda pela depreciaoadicional
R$ 6.000,00 R$ 8.800,00 R$ 8.400,00
Fluxo de Caixa Incremental R$ 26.000,00 R$ 23.800,00 R$ 38.400,00
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Payback
Valor Presente Lquido (VPL)
Taxa interna de Retorno (TIR)
exceo dos dois primeiros, os demais mtodos utilizam-se de
fuxos de caixa descontados.
3.3.1 Taxa Mdia de Retorno (TMR)
O clculo da Taxa Mdia de Retorno envolve uma tcnica contbil
simples que determina a rentabilidade de um investimento, talvez,
seja a tcnica mais antiga na avaliao da lucratividade de um inves-
timento. A premissa bsica comparar os benecios anuais uturos
lquidos gerados pelo projeto dividido pelo investimento inicial.
Exemplo:
Suponha que o lucro projetado para os prximos quatro anos seja de
R$ 26.000,00, R$ 23.800,00, R$ 38.400,00 e R$ 40.000,00. Sendo o in-
vestimento inicial de R$ 100.000,00, a taxa mdia de retorno ser de:
Soluo:
Embora o conceito da Taxa Mdia de Rentabilidade seja de fcilentendimento, esse mtodo no recomendado para se eetuar an-
lise de viabilidade de investimento pelas seguintes restries:
No considera o valor do dinheiro no tempo;
Utiliza-se do lucro contbil e no do fuxo de caixa, igno-
rando a depreciao como uma origem de recursos.
R$ 26.000,00 + R$ 23.800,00 + R$ 38.400,00 + R$ 40.000,00
4
1 - Lucro Lquido Mdio =
3 - Taxa Mdia de Retorno =Mdia dos lucros lquidos anuais futuros
Investimentox 100
R$ 32.050,00
R$ 100.000,00Taxa Mdia de Retorno = x 100
Taxa Mdia de Retorno = 32,05%
R$ 128.200,00
4Lucro Lquido Mdio =
Lucro Lquido Mdio = R$ 32.050,00
2 - Investimento = R$ 100.000,00
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44/8042|Administrao Financeira
3.3.2 Payback (Tempo de retorno)
Esse mtodo nos diz o nmero de anos necessrios para recuperar o
investimento inicial, sendo apenas uma relao entre o investimento
inicial sobre o fuxo de caixa do perodo.
A principal diferena entre esse mtodo e o da Taxa Mdia de Re-
torno que os lucros lquidos apurados pela contabilidade so usa-
dos para a mensurao da taxa mdia de retorno, e para o clculo do
payback so consideradas as entradas lquidas de caixa.
Exemplo:
Suponha que o lucro projetado para os prximos quatro anos
seja de R$ 26.000,00, R$ 23.800,00, R$ 38.400,00 e R$ 40.000,00.
A despesa de depreciao contabilizada anualmente oi de R$20.000,00 (linear). Considerando o investimento inicial de R$
100.000,00, opayback ser de:
Soluo
Obs: A depreciao reduz o lucro contbil, mas no representa uma
sada de recursos fnanceiros.
1 - Fluxo de Caixa do Perodo = Lucros Lquido + Despesa de Depreciao
Observa-se que aps 02 (dois) anos a empresa ter recuperado R$
89.800,00 dos R$ 100.000,00 investidos inicialmente. Ento calcu-
lemos a proporo do terceiro ano que a empresa precisar para re-cuperar os R$ 10.200,00 restantes de seu investimento inicial.
Para fazer esse clculo basta simplesmente dividir os R$ 10.200,00
que altam pelas entradas de caixa projetadas para o terceiro ano:
R$ 10.200,00 = 0,17
R$ 58.400,00
Ano Fluxo de caixa (R$)
1 46.000,00
2 43.800,00
3 58.400,00
4 60.000,00
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O resultado da equao 0,17 de um ano representa aproxima-
damente em termos arredondados 9 semanas (0,17 x 52 semanas),
perazendo assim um total de 2 anos e 9 semanas para recuperar o
investimento inicial.
3.3.2.1Vantagens e Desvantagens
O mtodo do perodo de recuperao do investimento, no obstante
sua simplicidade (pois no necessrio azer clculos complicados
para encontrar em quantos anos um projeto demora para recupe-
rar seu investimento inicial) largamente utilizado por empresas de
grande porte para avaliar pequenos projetos e por empresas de pe-
queno porte para avaliar a maioria dos seus projetos. Alm de sim-ples e intuitivo, leva em considerao os fuxos de caixa gerados ao
longo do tempo, e no lucros contbeis.
As principais desvantagens desse mtodo so:
ignorar completamente o valor do dinheiro no tempo, ou seja,
no existe dierena entre o valor de uma entrada de caixa de R$
1.000,00 no primeiro ano e o mesmo montante um ano depois;
ignorar as entradas de caixa produzidas aps o perodo em
que o investimento inicial tenha sido recuperado;
outra importante decincia do perodo de payback que o
perodo apropriado pela administrao para recuperao do in-
vestimento inicial um nmero determinado de orma subjetiva.
3.3.3 Valor Presente Lquido (VPL)
O valor presente lquido (VPL) obtido subtraindo-se o investimento
inicial do valor presente de suas entradas uturas de caixa. Neste
mtodo, todos os valores do fuxo de caixa representativo do
investimento em estudo sero descontados com a utilizao de umataxa mnima de atratividade. A data escolhida para o clculo do va-
lor presente lquido o dia de hoje, da o termo valor presente.
O ponto crtico desse mtodo est na deciso de qual taxa
mnima de atratividade ser utilizada para desconto do fuxo de
caixa, pois, na anlise de viabilidade de dois projetos, aquele que
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46/8044|Administrao Financeira
apresentar um maior risco deve ter o fuxo de caixa descontado a
uma maior taxa de retorno.
E o outro com nvel de risco menor uma menor taxa, pois isso se
deve ao ato de que quanto maior o risco de um investimento maior
ser a expectativa de retorno.
Na anlise da viabilidade do investimento, se o somatrio dos
valores presentes da entradas uturas de caixa (descontados a uma
determinada taxa de atratividade e, deduzidos do valor do investi-
mento inicial no perodo zero) apresentar um resultado de valor po-
sitivo, a proposta de investimento sob a tica nanceira atrativa.
Agora, caso o resultado seja igual a zero, ser indierente, pois as
entradas uturas de caixa a valor presente equivalem ao valor do in-
vestimento inicial. Mas, se o resultado for negativo, a proposta no
atrativa, pois o investimento inicial maior que o valor presentedos recebimentos uturos.
O valor presente lquido positivo indica que o investimento
est rendendo uma taxa de juros superior taxa mnima de atrativi-
dade (i), o inverso ocorre para valores presentes negativos, ou seja,
quando se apurar um valor presente lquido, signica que a mesma
quantia, se investida taxa mnima de atratividade, renderia mais
do que o projeto em estudo.
Toda vez que se conseguir investir uma quantia com uma taxa
exatamente igual taxa mnima de atratividade, o valor presente l-
quido do projeto ser nulo (VPL = 0).
A frmula de clculo do Valor Presente Lquido (VPL) :
Conorme Gitman (1987), o valor presente lquido de um fuxo de
caixa indica a dierena entre o investimento inicial e o valor atual
das importncias uturas, descontada a determinada taxa de juros.
importante destacar que o mtodo assume sempre a premissade que o reinvestimento do fuxo de caixa eito mesma taxa de
atratividade utilizada no desconto do fuxo de caixa.
Exemplo:
Considerando um investimento de $ 2.000 realizado hoje, que ir
gerar entradas lquidas de $ 500 anuais, nos prximos 8 anos,
taxa mnima de atratividade de 12% ao ano; pergunta-se:
n
n = 0n
n = 0
+ -Recebimentos
(1 + i)nV. Residual
(1 + i)nInvestimentos
(1 + i)nn
n = 0
- > 0Desembolsos
(1 + i)n
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a) Este investimento atrativo?
b) E se a taxa mnima de atratividade osse de 20% a.a.?
Soluo:
1 - Inicialmente vamos azer o diagrama do fuxo de caixa, para
visualizar o investimento:
2 - Abaixo apresentamos uma tabela dos valores presentes lquidosencontrados para as diversas taxas de juros, variando de 0% a 20% .
0
2.000
500 500 500 500 500 500 500 500
1 2 3 4 5 6 7 8
Taxa deDesconto %
Valor Presente doFluxo de Caixa
InvestimentoInicial (R$)
Valor PresenteLquido (R$)
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
1
4.000,00 2.000,00 2.000,00
3.231,61 2.000,00 1.231,61
3.104,90 2.000,00 1.104,90
2.985,65 2.000,00 985,65
2.873,32 2.000,00 873,32
2.767,41 2.000,00 767,41
2.667,46 2.000,00 667,46
2.573,06 2.000,00 573,06
2.483,82 2.000,00 483,82
2.399,38 2.000,00 399,38
2.319,43 2.000,00 319,43
2.243,66 2.000,00 243,66
2.171,80 2.000,00 171,80
17
18
19
20
2.103,58 2.000,00 103,58
2.038,78 2.000,00 38,78
1.977,18 2.000,00 - 22,82
1.918,58 2.000,00 - 81,42
3.825,84 2.000,00 1.825,84
3.662,74 2.000,00 1.662,74
3.509,85 2.000,00 1.509,85
3.366,37 2.000,00 1.366,37
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49/80Administrao Financeira|47
que possamos, ento, calcular o valor presente lquido de cada alter-
nativa, com o uso da taxa mnima de atratividade, comparando os
resultados e optando pelo investimento que apresentar maior VPL.
Exemplo II:
Na produo de determinado produto pode-se utilizar o equipa-
mento A, cujo investimento inicial de $ 100.000 ou o equipamento
B, que de $ 80.000.
O equipamento A requer gastos de manuteno anual de $ 20.000
e tem vida til de 3 anos, sem valor residual. J o equipamento B
com vida til de 5 anos, ir consumir despesas de manuteno
anual de $ 40.000 e possui valor residual de $ 20.000, ao trmino
de sua vida til.
A taxa de juros de 8% a.a.. Qual dos dois equipamentos apresentamaior viabilidade?
Soluo:
1 - Na utilizao do mtodo do valor presente lquido, comparam-se
perodos idnticos para as duas alternativas de investimento. Para
isso, vamos considerar um perodo que represente o mnimo mlti-
plo comum das duraes das alternativas.
Como o mnimo mltiplo comum entre 3 e 5 15, consideraremos
esse prazo para eeito do estudo de viabilidade econmica, ou seja,
cinco investimentos sucessivos em equipamentos do tipo A e trs in-
vestimentos sucessivos em equipamentos do tipo B.
2 - Projeo do uxo de caixa;
EQUIPAMENTO A:
EQUIPAMENTO B:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
20202020202020202020
100120 120 120 120
20
80
40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40
1514131211109876543210
20
120 120
20 20
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50/8048|Administrao Financeira
3 - Calcular o VPL para ambos os equipamentos;
a. Dos investimentos (= 100,00 + 79,38 + 63,02 +50,02 + 39,71)
b. Das despesas de manuteno (= 171,19)
EQUIPAMENTO A:
EQUIPAMENTO B:
Obs.: Os valores esto com sinal negativo, pois representam
sadas de caixa.
4 - Comparando as alternativas de aquisio dos equipamentos A
ou B, verica-se que a alternativa do equipamento B apresenta me-
nor valor presente lquido de fuxo uturo de sada de caixa, sendo
a melhor alternativa.
3.3.2.1Exerccio Proposto
1) (Exame Nacional Estudantes Administrao - 2009) O departamento
de Marketing de uma empresa, estudando a viabilidade de lanamento
de um novo produto, vericou atravs de pesquisas de mercado a pos-
sibilidade de uma demanda anual de 30.000 unidades desse produto,
a um preo de R$ 12,00 a unidade, com um ciclo de vida de 5 anos.
O departamento de produo, vericando o projeto, observou quea manuteno da nova linha de produo custaria R$ 4.000,00 por
ano e que um equipamento adicional no valor de R$ 300.000,00
seria necessrio. Este equipamento adicional tem vida econmica
tambm de 5 anos, valor residual de R$ 20.000,00 e um custo de
manuteno de R$ 10.000,00 por ano. O custo direto envolvido com
a abricao do produto seria de R$ 7,00 a unidade.
Taxa de
Desconto %
8
Vlr Presente Fluxo
de Caixa (R$)
Vlr Presente
Investimentos (R$)
Valor Presente
Lquido (R$)
- 171,19 - 332,13 - 503,32
Taxa de
Desconto %
8
Vlr Presente Fluxo
de Caixa (R$)
Vlr Presente
Investimentos (R$)
Valor Presente
Lquido (R$)
- 313,17 - 171,51 - 484,68
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
51/80Administrao Financeira|49
A rea nanceira, por sua vez, maniestou a necessidade de um
investimento inicial de R$ 50.000,00 a ttulo de capital de giro, e
alertou que a empresa estaria operando com uma taxa mnima de
atratividade de 10% ao ano. Considerando exclusivamente o eno-
que nanceiro, atenda ao que se pede:
O novo produto deve ser lanado? Por qu?
Verique, ainda, a sensibilidade do projeto para a hiptese de
uma variao negativa do preo de venda do produto em 15%
e positiva de custos diretos de 10%.
3.3.4 Taxa Interna de Retorno (TIR)
Neste mtodo, deseja-se encontrar a taxa de juros que, aplicadaao fuxo de caixa, aa com que o valor presente lquido das sa-
das de recursos se iguale no perodo zero, ao valor presente l-
quido das entradas de recursos, ou seja, o Valor Presente Lquido
ser igual a Zero ( VPL = 0 ). A esta taxa de juros d-se o nome
de Taxa Interna de Retorno (TIR).
A Taxa Interna de Retorno a taxa que zera o VPL, portanto, se
a TIR de um investimento or superior taxa mnima de atrativi-
dade, ou custo de oportunidade, o investimento atrativo, ou seja,
possui uma rentabilidade superior ao custo de oportunidade. Agora,
caso seja inerior, o investimento deve se descartado, pois tem uma
rentabilidade inerior ao custo de oportunidade.
A rmula matemtica que expressa o clculo deste mtodo :
Onde i a taxa de retorno procurada que az com que se veri -
que a igualdade.
OBS.: Como o clculo da TIR eito por tentativas e interpolaeslineares, iremos utilizar a calculadora HP 12C para o reerido clculo.
Utilizaremos assim, no s as teclas tradicionais, como sero uti-
lizadas tambm as teclas azuis g - CFo - CFj - Nj - e
as teclas amarelas IRR.
n
n = 0n
n = 0
+ -Recebimentos
(1 + i)nV. Residual
(1 + i)nInvestimentos
(1 + i)nn
n = 0
- = 0Desembolsos
(1 + i)n
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52/8050|Administrao Financeira
Exemplo:
Um investidor adquiriu uma propriedade comercial no incio de
um determinado ano, por $ 220.000. No nal do 7 ano, a proprie-
dade foi vendida por $ 450.000, dos quais 5% foram pagos ao corre-
tor, a ttulo de comisso. Abaixo esto relacionados os recebimentos
e os desembolsos ocorridos no perodo:
Soluo:
Clculo da TIR utilizando a HP - 12C
1 - Limpam-se os registros nanceiros (ou gerais) , digitando-se:
FIN ou REG, respectivamente.
2 - Digita-se o valor do ano zero, com seu respectivo sinal:
g CFo (NO CASO, 220.000 CHS g CFo)
3. A partir da, digita-se, em ordem, todos os demais anos do fuxo
de caixa, at o ltimo, utilizando-se as teclas :
g CFj ou g CFj Nj
(Neste ltimo caso, para simplicar, se houver valores do fuxo de
caixa repetidos)
No exemplo em questo, digitaramos :20.000 g CFj ... 25.000 g CFj ... 24.600 g CFj ... 27.000 g CFj
... 28.800 g CFj ... 27.400 g CFj ... 453.300 g CFj
4. Finalmente, para calcular a taxa de retorno do fuxo de caixa, ire-
mos digitar :
IRR
Ano Investimento Recebimentos Desembolsos Valor ResidualFluxo Lquido
de Caixa
0
1
2
3
4
5
6
7
30.000
36.000
36.000
36.000
36.000
36.000
34.000
- 10.000
- 11.000
- 11.400
- 9.000
- 7.200
- 8.600
- 8.200
- 220.000
20.000
25.000
24.600
27.000
28.800
27.400
453.300427.500
- 220.000
- 220.000 244.000 - 65.400 427.500 386.100
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53/80Administrao Financeira|51
A resposta que ir aparecer no visor 18,841046 %, que a taxa
interna de retorno.
Considerando que a taxa interna de retorno apurada para o in-
vestimento oi de 18,84%, se a utilizarmos para calcular o valor
presente lquido teremos:
Valor presente lquido dos fuxos de recebimentos = R$ 220.010,69
Valor do investimento inicial = R$ 220.000,00
Obs. A dierena de R$ 10,69 entre os valores apresentados ocor-
reu em decorrncia de se utilizar apenas 02 casas decimais aps
a vrgula. Caso osse utilizado a taxa de 18,841046% como apu-
rada na HP 12C, o somatrio do valor presente lquido seria
idntico ao valor do investimento inicial e o VPL igual a Zero.
Ano Investimento Inicial Recebimentos LquidosValor Presente
Lquido (R$)
0 220.000,00
1 20.000,00 16.829,35
2 25.000,00 17.701,68
3 24.600,00 14.657,07
4 27.000,00 13.536,71
5 28.800,00 12.150,08
6 27.400,00 9.726,90
7 453.300,00 135.408,90
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54/8052|Administrao Financeira
Reerncias:
GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3.
ed. So Paulo, 1987.
GROPPELLI A.A; NIKBAKHT Ehsan. Administrao fnanceira. 2.
ed. So Paulo: Saraiva, 2005.
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Estrutura
e Custos
de Capital
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56/8054|Administrao Financeira
4.1Introduo
Estrutura de capital a composio de nanciamentos de uma em-
presa, indicando as principais ontes de nanciamento (capital de
terceiros e capital prprio).
A essa combinao capital de terceiros e capital prprio que
chamamos de estrutura de capital da empresa. A combinao ideal
de capital prprio e capital de terceiros, no estudo da estruturao de
capital de uma empresa, importante para mensurar a relao ideal
entre capital de terceiros e capital prprio (PL).
O ndice de Participao de Capital de terceiros tem como princi-
pal objetivo a mensurao do quanto a entidade nancia suas ativi-
dades com capital de terceiros.
Interpretao:
O ndice demonstra de para cada R$ 100,00 de recurso prprio inves-
tido na empresa quanto de origem de terceiros. A interpretao de
que quanto menor seja seu resultado, melhor a situao da entidade.
Quando esse ndice or igual a 100%, estar indicando que os ca-
pitais de terceiros so iguais aos capitais prprios; se o resultado or
maior que 100%, indicar a predominncia de capitais de terceiros
e, quando or menor que 100%, mostrar que os capitais prprios
superam as obrigaes com terceiros.
A anlise desse indicador por diversos exerccios demonstra a po-
ltica de obteno de recursos da empresa. Isto , se a empresa vem
se nanciando prioritariamente com recursos prprios ou de tercei-
ros e em que proporo, pois um nvel elevado de dvidas em relao
ao capital prprio pode aumentar o risco da empresa, tornando os
credores apreensivos acerca de sua capacidade de pagamento, ato
que, por sua vez, pode aumentar o custo de capital.
4.1Alavancagem Financeira
O risco nanceiro da empresa deriva das dvidas que ela contrai para
nanciar seus ativos. At certo ponto, a obteno de recursos para
nanciamento das atividades empresariais via capital de terceiros
Frmula:Capitais de Terceiros
x 100Patrimnio Lquido
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benco, pois propicia alavancagem nanceira, ou seja, a possibili-
dade de deduo dos juros como despesa na apurao do clculo do
imposto de renda permite um maior retorno do capital prprio.
Para otimizar a aplicabilidade da tcnica de alavancagem nan-
ceira, utilizaremos diversas hipteses no exemplo abaixo, com o
propsito de propiciar a aplicao prtica do conceito mencionado.
Exemplo:
Imagine que os acionistas da recm-fundada ALPHA S/A concluam
que precisam de investimentos totais de R$ 50 milhes para montar e
azer operar a empresa, dos quais R$20 milhes para aplicao de ati-
vos imobilizados e o restante R$30 milhes para capital de giro (ativo
circulante). Os acionistas sabem que h possibilidade de se conseguir
nanciamento para parte desses ativos totais e, inclusive, precisamdisso, pois no possuem recursos prprios sucientes.
Suponha que a taxa de juros para nanciamento seja de 12% ao
ano e que se espera, conorme demonstrao de resultado projetada,
um retorno (lucro) de R$ 8 milhes por ano, antes dos encargos -
nanceiros (lucro operacional antes do IR). Admita-se ainda que no
exista IR e no haja infao nessa economia.
DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)
Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
Lucro 8.000
Hiptese 1:
Os acionistas avaliam que, caso ossem capazes de nanciar com
recursos prprios R$ 50 milhes totais do ativo, teriam um retorno
sobre o investimento de 16%, conorme abaixo: Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-
nio Lquido x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 8 milhes / 50 milhes x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 16 %
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Hiptese 2:
Diante da escassez de seus capitais prprios, os acionistas decidem
diminuir desse lucro projetado de 8 milhes o custo de tomar em-
prestados R$ 25 milhes taxa de 12% a.a.
DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)
Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
Lucro antes despesa Financeira 8.000
Despesa Financeira (12% x 25 milhes) 3.000
Lucro 5.000
Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-
nio Lquido x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 5 milhes / 25 milhes x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 20 %
Com a utilizao de capital de terceiros observa-se:
Um aumento sobre o Retorno do Capital prprio investido de
16% para 20%.
Lucro dos acionistas sem nanciamento 8 milhes
Lucro dos acionistas com nanciamento 5 milhes
Capital prprio investido reduziu de 50 milhes25 milhes
Eeitos positivo da Alavancagem nanceira: 16%20%
Hiptese 3:
Os acionistas decidem promover algumas simulaes de como -
nanciar seu negcio, nanciando-o 70% com capital de terceiros
taxa de 12% a.a.
DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)
Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
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Lucro antes despesa Financeira 8.000
Despesa Financeira (12% x 35 milhes) 4.200
Lucro 3.800
Com a utilizao de 70% de capital de terceiros observa-se:
um aumento sobre o Retorno do capital prprio investido de
16% para 25,3%.
Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-
nio Lquido x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 3,8 milhes / 15 milhes x 100
Rentabilidade do Capital Prprio = 25,3 %
Lucro dos acionistas sem nanciamento 8 milhes Lucro dos acionistas com nanciamento de 70% do investi-
mento 3,8 milhes
Capital prprio investido reduziu de 50 milhes15 milhes
Eeito positivo da Alavancagem nanceira: 16%25,3%
Observe que existe uma dierena signicativa no Retorno so-
bre o capital do acionista, os quais estariam tendo um retorno so-
bre o investimento muito maior (percentualmente) isso se deve
utilizao maior de recursos de terceiros, numa alavancagem
nanceira avorvel.
Neste exemplo, os ativos da empresa produzem retorno antes das
despesas nanceiras de 16% a.a. (Laj/Ativo), mas os acionistas esto
ganhando 25,3% a.a. Diz-se que est havendo alto grau de alavan-
cagem fnanceira, j que este denido por:
Grau de Alavancagem Financeira = Retorno Capital Prprio /
Retorno Operacional do Ativo
Grau de Alavancagem Financeira = 25,3% / 16% = 1,58
Assim, conclui-se:
Quanto mais recursos de terceiros os acionistas tomarem,maior rentabilidade tero proporcionalmente a seus prprios
recursos investidos.
Quanto menor a participao de capital prprio, maior a di-
culdade de obter emprstimos e maior tende tambm a ser a
taxa de captao, em razo do maior risco nanceiro assumido
pela empresa.
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Uma empresa que nancia seus ativos com 70% de capital de
terceiros e 30% com capital prprio, apresenta excelentes condi-
es de alavancar os resultados de seus acionistas, com elevados
retornos sobre o capital investido. Porm, se por causa de reces-
so (geral ou setorial) ou mesmo por um problema especco
da empresa, reduzirem-se a taxas de rentabilidade do ativo, ou
ainda tiver um aumento na taxa de captao de seus recursos de
terceiros, poder a empresa no ter condies de continuidade.
Hiptese 4:
Considerando a existncia de um imposto de 34% sobre o lucro, e
admitindo uma estrutura de nanciamento de 40% de capital de ter-
ceiros e 60% de capital prprio:
DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)
Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
Lucro antes despesa Financeira 8.000
Despesa Financeira (12% x 20 milhes) 2.400
Lucro Antes do IR 5.600
Proviso p/ IR (34%) 1.904
Lucro Lquido 3.696
4.2.1 Desmembrando a Economia Tributriano Clculo do Imposto de Renda (IR)
a) Simulao sem a utilizao de capitais de terceiros
Lucro Antes de Imposto de Renda $ 8.000
Alquota do imposto de renda (34%)IR Devido $ 2.720
b) Simulao com a utilizao de 40% de capitais de terceiros
Lucro Antes de Imposto de Renda $ 5.600
Alquota do imposto de renda (34%)
IR Devido $ 1.904
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Demonstrao no Resultado da economia tributria:
Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
Lucro Operacional 8.000
IR sobre Lucro Operacional (34%) 2.720
Lucro Aps o IR 5.280
Despesa Financeira antes do IR (2.400)
Economia de IR (2.400 x 34%) 816 1.584
Lucro Lquido 3.696
O eeito do IR no pode ser ignorado na avaliao do desempe-nho operacional. O retorno sobre os ativos no utilizando capitais
de terceiros reduziu-se de 16% 10,56%.
O custo eetivo da dvida utilizando-se 40% de capitais de terceiros
para nanciamento dos ativos caiu de 12% 7,92%, conorme abaixo:
Rentabilidade do Ativo =
Custo do Cap.de Terceiros =
Custo do Cap.de Terceiros =
Hiptese 5:
Assim, considerando as premissas da hiptese 4, acrescendo uma
depreciao de 10% embutida nas despesas administrativas, teremos
como gerao de recursos:
DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)Receita de Vendas 100.000
Custo dos Produtos Vendidos 60.000
Lucro Bruto 40.000
Despesas com Vendas 12.000
Despesas Administrativas 20.000
Lucro antes despesa Financeira 8.000
7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web
62/8060|Administrao Financeira
Despesa Financeira (12% x 20 milhes) 2.400
Lucro Antes do IR 5.600
Proviso p/ IR (34%) 1.904
Lucro Lquido 3.696
(+) Efeitos da Depreciao 2.000
= Gerao de Recursos 5.696
No risco nanceiro decorrente do alto endividamento, existem
outros riscos, ou seja, a compatibilizao de valores e prazos de
amortizao dos recursos tomados e a conciliao entre taxa de
captao e taxa de retorno dos ativos. Assim, o valor mximo que a
empresa ter para amortizaes de nanciamentos, isso ao se supor
que toda