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UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO-
OESTE
MAIARA GOMES CAIXETA
FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO APLICÁVEL ÀS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DE LUZIÂNIA-GO
LUZIÂNIA-GO
2012
MAIARA GOMES CAIXETA
FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO APLICÁVEL ÀS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DE LUZIÂNIA-GO
Relatório final apresentado ao Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste como parte das exigências para obtenção do título de bacharel em Administração.
Orientadores: Bruno Siqueira do Valle e Izabela Calegário Visentin
LUZIÂNIA-GO
2012
MAIARA GOMES CAIXETA
FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO APLICÁVEL ÀS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS DE LUZIÂNIA-GO
Artigo apresentado ao Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, como parte das exigências do Programa de Graduação em Administração para obtenção do título de bacharel em Administração.
APROVADO: 06 de julho de 2012.
_________________________________________
Izabela Calegário Visentin
(Orientadora)
(UNIDESC)
_________________________________________
Bruno Siqueira do Valle.
(Orientador)
(UNIDESC)
_________________________________________
Raquel Lima
(Avaliador)
(UNIDESC)
Dedico este trabalho à minha família, pelo
incentivo e paciência e aos meus amigos de
sala pelo companheirismo.
Maiara Caixeta
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me conceder sabedoria, paciência e saúde para a realização
deste trabalho.
Aos meus pais Valdomiro e Marli e à minha irmã Valéria, por serem a base
sólida em mais uma etapa da minha vida.
Aos meus amigos, Andrea, Carla Mônica, Carlos Henrique, Carlos Cley,
Lygia, Sebastião Alan e Werberton que estiveram comigo durante os quatro anos
desta jornada sendo meus pilares.
Aos professores, que me ajudaram a crescer intelectualmente e a ser uma
profissional qualificada.
E a todos que diretamente ou indiretamente colaboram para a concretização
deste trabalho.
Maiara Caixeta
“Para o sucesso, atitude é igualmente tão importante quanto capacidade. ·(Harry F. Banks)”.
RESUMO
É sabido que as micro e pequenas empresas possuem dificuldades financeiras devido o seu caixa ser limitado. Pensando nisso, o objetivo deste artigo é demonstrar um estudo sobre a aplicabilidade do fluxo de caixa como uma ferramenta de gestão financeira, e ainda analisar o grau de conhecimento dos gestores a cerca de sua elaboração. As informações provindas dessa ferramenta possibilitam um controle mais eficiente das entradas e saídas de recursos na empresa, apresentando aos gestores a situação real do caixa facilitando a tomada de decisão. Para concretizar tal objetivo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para conceituações básicas a cerca do tema e ainda um levantamento nas micro e pequenas empresas situadas em Luziânia-GO. Ao término da análise dos dados, chegou-se a conclusão que a utilização do fluxo de caixa como uma ferramenta gerencial é condição chave para uma administração financeira eficiente e para perpetuação da empresa no mercado, no entanto poucas empresas da cidade adotam essa ferramenta. Palavras-chave: Fluxo de Caixa, Administração Financeira, Micro e Pequenas
Empresas.
ABSTRACT
It is known that micro and small companies have financial difficulties because that the cash is limited. Thinking about this, the objective of this paper is demonstrate a study of the applicability of cash flow as a financial management tool, and also analyze the degree of knowledge and preparation of their managers. The information of this tool enable a more efficient control of inputs and outputs of resources in the company, giving the managers the real situation of the cash flow so facilitating decision to make done. To achieve this goal, we realized a literature search of basic concepts about the topic and also a survey on micro and small companies in Luziânia-GO. At the end of the analysis of data´s, we reached the conclusion that the use of cash flow as a management tool is a key condition for efficient financial management and perpetuation of the company in the market however few companies in the city adopt this tool. Keywords: Cash Flow, Financial Management, Micro and Small Companies.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Fluxo de caixa pelo método direto ............................................. 19
FIGURA 2 - Fluxo de caixa pelo método indireto ............................................ 20
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Classificação de Gênero .......................................................................... 23
GRÁFICO 2: Tempo de atuação no mercado ............................................................... 24
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Formação Homens X Mulheres .................................................................. 23
TABELA 2: Aplicação X Formação ................................................................................ 25
TABELA 3: Aplicação X Relevância .............................................................................. 26
TABELA 4: Aplicação X Grau de Conhecimento ........................................................... 26
TABELA 5: Aplicação X Eficiência ................................................................................ 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa
MPE - Micro e Pequenas Empresas
SEBRAE - Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil
PIB – Produto Interno Bruto
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................ 12
2. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 13
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .................................................................... 13
2.2 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ........................................................... 15
2.3 CONCEITOS DO FLUXO DE CAIXA ................................................................ 16
2.4 UTILIDADE E RELEVÂNCIA .......................................................................... 17
2.5 MÉTODOS DE ELABORAÇÃO E ESTRUTURA .................................................. 18
2.6 FLUXO DE CAIXA PROJETADO ................................................................... 20
3.METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................ 21
4. RESULTADO DA PESQUISA .................................................................... 22
4.1 FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA GERENCIAL ...................................... 24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 29
ANEXO I ......................................................................................................... 30
12
1.INTRODUÇÃO
A contabilidade de uma empresa tem como principal fundamento a
elaboração de informações para auxiliar os administradores na tomada de decisão,
por isso é imprescindível a qualidade destas informações. As alterações na Lei n.
11.638 (Lei das Sociedades Anônimas) de 28 de dezembro de 2007 traz a
obrigatoriedade da elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) que é
objeto desta pesquisa. A DFC é considerada uma ferramenta essencial na análise e
controle financeiro e agora uma demonstração obrigatória para as Sociedades
Anônimas juntamente com os demais relatórios exigidos pela lei.
Mesmo as Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) não tendo a obrigatoriedade
de elaborar a DFC, a sua aplicação torna-se fundamental, pois é uma ferramenta
que possibilita a identificação das entradas e saídas de moeda corrente bem como a
visão antecipada do que pode ocorrer no caixa em determinado período de tempo.
Segundo Sá (2008), constantemente as empresas deparam-se com situações
financeiras desagradáveis. Algumas com um déficit de caixa outras com excesso de
recursos. Tal fato ocorre, muitas vezes, porque os gestores não utilizam
ferramentas adequadas para os auxiliarem na tomada de decisão. Diante disso, este
estudo foca na administração eficiente do fluxo de caixa, e para isso formulou-se a
seguinte questão/problema: qual o grau de conhecimento e a utilização do fluxo de
caixa na gestão financeira dos administradores das micro e pequenas empresas de
Luziânia-GO?
Para tentar responder essa pergunta, o estudo tem como objetivo geral
demonstrar a utilização do fluxo de caixa como uma ferramenta essencial na gestão
financeira através de referenciais teóricos e de um levantamento de natureza
exploratória e quantitativo realizado nas micro e pequenas empresas de Luziânia-
GO. Além disso, a pesquisa busca alcançar os seguintes objetivos específicos:
identificar, com base em amostras, as micro e pequenas empresas de Luziânia que
utilizam o fluxo de caixa e de que forma fazem isto; demonstrar a importância do
fluxo de caixa como ferramenta de auxilio na tomada de decisão.
Sá (2008) afirma que para uma empresa ter saúde financeira é fundamental
que seu fluxo de caixa apresente liquidez, mesmo diante de uma conjuntura
econômica em inflação ou recessão, pois só assim a empresa conseguirá honrar
13
com suas obrigações financeiras e dar continuidade em seus processos produtivos.
Diante disso, a escolha do tema deu-se a partir da necessidade que as empresas
têm de obter informações reais do caixa, diferente das demais demonstrações
contábeis que são elaboradas com base no Princípio da Competência auxiliando na
tomada de decisões.
Para Sá (2008) o fluxo de caixa é uma ferramenta capaz de planejar, controlar
e analisar as entradas e saídas auxiliando na tomada de decisão e fazendo com que
a empresa sobreviva no mercado. Ao utilizar o fluxo de caixa as empresas podem
identificar a capacidade de gerar fluxos positivos e a partir disso obter alternativas de
investimentos, ou ainda verificar os motivos que levaram a um resultado negativo e
qual ponto deve ser mudado para reverter a situação.
O fluxo de caixa é uma ferramenta fundamental, pois envolve todos os
setores da empresa com o objetivo de maximizar a produtividade, as receitas e
ainda controlar os prazos de pagamentos, planejar compras e demais negociações,
entre outros benefícios. Neto (2009) destaca que o interessante desta ferramenta é
a facilidade de compreensão além de poder ser aplicada em todas as empresas
independente do tamanho.
Sendo o fluxo de caixa uma ferramenta de gestão financeira capaz de
demonstrar a solvência da empresa, além de projetar suas receitas e despesas, o
estudo pressupõe que as empresas que o utilizarem terão um controle financeiro
eficiente. Acredita-se que a uso do fluxo de caixa pode dizer se a empresa fechará
suas portas ou se manterá no mercado.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Administração financeira
A administração financeira é um elemento importante para o crescimento e
desenvolvimento de toda empresa. Por meio dela é possível aumentar os lucros,
controlar os fluxos de entrada e saída de caixa e ainda ter uma previsão da
quantidade de recursos financeiros disponíveis na empresa.
A conjuntura econômica faz com que as empresas busquem ferramentas que
auxiliem na gestão financeira e assim elas possam manter-se no mercado de forma
competitiva. Além disso, o mercado atual conta com a presença de consumidores
14
mais exigentes, fornecedores antenados, investidores à procura de investimentos
sólidos e seguros, entre outros diversos fatores que afetam diretamente a empresa,
portanto existe a necessidade das empresas estarem preparadas para atender e
saber lidar com esses fatores.
Contudo, não é possível manter uma gestão financeira eficiente se não tiver
um bom planejamento financeiro, o qual permite um controle dos recursos
financeiros, seus ingressos e desembolsos. Para Sá (2009) planejamento financeiro
é um agrupamento de operações financeiras realizadas para atingir um determinado
objetivo.
Uma das grandes dificuldades dos empresários das micro e pequenas
empresas é exercer uma administração financeira eficiente, de tal forma a alavancar
o crescimento da empresa. Para Neto (2009), administração financeira é um campo
de estudo que tem como objetivo assegurar a melhor captação e alocação de
recursos. Ter o controle financeiro certamente proporcionará à empresa a
maximização do seu valor de mercado e consequentemente os empresários
aumentarão sua própria riqueza. Hoji (2001), afirma que a maximização do valor de
mercado da empresa só é possível por meio de uma geração de lucro e caixa, bem
como do uso de ferramentas de gestão financeira adequadas.
Todos os acontecimentos na gestão financeira são importantes, certamente a
principal função do administrador financeiro é o controle da tesouraria, ou seja,
cuidar da entrada e saída de caixa, além da preservação do retorno dos
empresários. Silva (2008) ressalta que a geração de valor da empresa é
responsabilidade principalmente do administrador financeiro, pois ele se envolve
profundamente com o negócio da empresa, desde as decisões estratégicas de
investimento e financiamento de longo prazo à gestão de caixa e negociação com
fornecedores à curto prazo.
A administração financeira de uma empresa precisa de acompanhamento
constante, de modo a avaliar sua evolução e ainda agir com as correções
necessárias. Em síntese, Neto e Silva (2009), afirmam que a função da
administração financeira é promover à empresa recursos de caixa suficientes de tal
forma ao cumprimento com os compromissos assumidos e ainda a maximização da
riqueza da empresa.
15
2.2 As Micro e Pequenas Empresas
As MPE’s (Micro e Pequenas Empresas) têm desempenhado um papel
eminente para o crescimento do Brasil. A participação significativa na economia e no
mercado de trabalho são provas concretas dessa atuação eficiente no País.
Segundo o SEBRAE (Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas),
são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais no
Brasil. Sendo desse total, mais de 99% micro e pequenas empresas e
empreendedores individuais. Pesquisas realizadas por esta mesma fonte no ano de
2010 apontam que as micro e pequenas empresas são responsáveis por 52% dos
empregos formais do Brasil. Além de ter uma participação 20% no PIB ( Produto
Interno Bruto), o que é um percentual baixo com relação à quantidade de empresas
existentes.
A sobrevivência das MPE’s é pertinente para o desenvolvimento econômico
do país. Entretanto, para que uma empresa consiga se perpetuar no mercado é
necessário, entre outros fatores, uma gestão financeira eficiente. Infelizmente
algumas MPE’s não conseguem manter suas portas abertas por mais de dois anos.
É o que aponta uma pesquisa do SEBRAE (2010), onde relata que 22% das MPE’s
decretam falência antes de completarem dois anos de existência. Os principais
fatores que contribuem para essa mortalidade precoce são, entre outros:
• Falhas gerenciais: a ausência de administradores capacitados
prejudica a qualidade da gestão das empresas;
• Problemas financeiros: em geral, o caixa das MPE’s é limitado, o que
requer um gerenciamento mais eficiente com o uso de ferramentas de
auxilio na tomada de decisão, além da falta de capital de giro;
• Alta competitividade: as empresas precisam sempre inovar para se
tornarem mais competitivas e ter um diferencial no mercado para
conseguirem concorrer.
Os controles financeiros das MPE’s precisam ser minuciosamente analisados,
pois essas empresas já possuem o caixa limitado. Silva (2008) destaca alguns
fatores que podem levar a dificuldade financeira: ausência de planejamento
estratégico; controles financeiros deficientes; mudança na conjuntura econômica;
lentidão na tomada de decisão e ações; estrutura de capital inadequada.
16
É importante os empresários entenderem que mesmo quando a empresa
apresenta lucros em seu balanço patrimonial não significa que ela tenha caixa para
cumprir com as obrigações. Neto e Silva (2009) apontam que empresas lucrativas
podem apresentar problemas de caixa. Isso ocorre porque para a apuração do
balanço patrimonial adota-se o regime de competência e já para o fluxo de caixa,
adota-se o regime de caixa. Silva (2008), explica que o regime de competência é
utilizado para apurar o resultado econômico e a rentabilidade da empresa, ou seja, o
regime reconhece as receitas no momento da venda e as despesas no momento
que acontecem. E o regime de caixa apura a liquidez da empresa, que nada mais é
que a capacidade da empresa honrar seus compromissos financeiros. Neste sentido,
o autor ainda afirma que a administração financeira adota o regime de caixa para
controlar os superávit e déficit de caixa, pois esse regime reconhece as receitas e
despesas no momento em que elas efetivamente ocorrem. Por essa razão, há
diferença entre o lucro contábil da empresa e a sua liquidez. Cabe ressaltar que os
dois regimes não são conflitantes, eles são interdependentes e se completam.
Uma gestão financeira eficiente reduz a mortalidade precoce das MPE’s, e
mais, contribui para a sua perpetuação no mercado. Então, pensar na qualidade das
informações oferecidas pelos relatórios financeiros é pensar em tomadas de
decisões mais assertivas e no crescimento da empresa.
2.3 Conceitos do fluxo de caixa
Manter um controle financeiro é essencial para a sobrevivência da empresa,
bem como a sua evolução e permanência no mercado. O fluxo de caixa surge como
uma ferramenta peculiar, pois possibilita ao administrador planejar, controlar e
analisar as receitas, despesas e investimentos em determinado período de tempo
(SILVA, 2008). Essa visão pode ser ainda antecipada através da projeção do fluxo
de caixa, o qual será abordado no decorrer do estudo. Para Neto (2009), o fluxo de
caixa é uma ferramenta prática de fácil elaboração e entendimento que demonstra
as operações financeiras que serão realizadas pela empresa, facilitando a tomada
de decisão.
Sá (2008) entende o fluxo de caixa como o método de captura e registro de
fatos e valores que alteram o saldo do caixa. A palavra caixa significa moeda e todos
os valores que possam ser facilmente convertidos em moeda, como depósitos
17
bancários, cheques e aplicações de curtíssimo prazo e de alta liquidez, conhecidos
também como equivalentes de caixa.
Já Hoji (2004) ressalta que “o fluxo de caixa é um esquema de entradas e
saídas de caixa ao longo do tempo, em um fluxo de caixa deve existir pelo menos
uma saída e pelo menos uma entrada (vice-versa)”. É sabido que as empresas, ao
logo de seu ciclo operacional, precisam de recursos para honrar com as obrigações
e vencimentos. Para isso, a empresa deve contar com um planejamento financeiro
eficiente que seja suporte para e execução bem sucedida desse processo. Neste
contexto, é importante destacar que as empresas não precisam manter um nível
elevado de saldo em caixa, conforme afirmam Neto e Silva (2009), onde relatam que
as empresas devem buscar um volume mais adequado de caixa de maneira a
sincronizar seu ciclo operacional com o desempenho de caixa.
Gitman (1997, apud Sá, 2008) aborda o fluxo de caixa de uma forma bastante
interessante:
O fluxo de caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando haverá necessidade de financiamentos bancários. Empresas que necessitam continuamente de empréstimos de última hora poderão se deparar com dificuldade de encontrar bancos que as financiem. (GITMAN, 1997:586).
Deste modo, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta eficaz na
gestão financeira e que permite ao administrador obter um controle financeiro
eficiente. Além de ter informações indispensáveis da disponibilidade de recursos
para honrar com os compromissos da empresa.
2.4 Utilidade e relevância
O fluxo de caixa visa proporcionar para as organizações segurança e
agilidade em suas rotinas financeiras, já que é uma ferramenta que apresenta a real
situação do caixa, contemplando os embolsos e desembolsos que fizeram com que
o saldo variasse.
Para Ribeiro (2009), as informações contidas no fluxo de caixa podem ajudar
os gestores a avaliarem a geração de caixa para o cumprimento das obrigações com
terceiros, tais como distribuição de dividendos, pagamento de fornecedores, entre
outros. Ainda de acordo com Ribeiro, através do fluxo de caixa é possível identificar
as necessidades de financiamento, elaborar um planejamento para a captação
18
destes recursos e finalmente revelar o efeito das transações de investimentos e
financiamentos, origem versus aplicação.
A análise do fluxo de caixa permite a visualização antecipada de fragilidades
no capital de giro em tempo hábil para tomar as medidas necessárias para a
regularização. Segundo Matarazzo (2003), as principais finalidades da análise do
fluxo de caixa são: avaliar alternativas de investimento; avaliar e controlar ao longo
do tempo as decisões que são tomadas na empresa, com reflexos monetários;
avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que
não chegue a situações de iliquidez e certificar que os excessos momentâneos de
caixa estão sendo devidamente aplicados.
Silva (2008) aponta que através da utilização do fluxo de caixa, a empresa
poderá coordenar os recursos a serem usados pelas diversas atividades da
empresa; identificar o prazo médio de contas a receber, contas a pagar, estoque e
pagar as obrigações dentro do prazo de vencimento. É interessante ressaltar que,
para o gestor financeiro, ter essa visão ampla da empresa faz com que esse controle
seja facilitado.
2.5 Métodos de elaboração e estrutura
As variações ocorridas no caixa da empresa que são informadas através do
fluxo de caixa precisam está organizadas de acordo com as atividades
desenvolvidas na empresa. Ribeiro (2009) afirma que diante a variedade de
transações que ocorrem no caixa, é importante agrupar as ocorrências de mesma
natureza tornando o fluxo de caixa mais claro, possibilitando aos gestores identificar
as origens e os destinos dos recursos financeiros ingressados.
Neste contexto, envolvendo a estrutura do fluxo de caixa, de acordo como
Pronunciamento Técnico Contábil - CPC n. 03/2008, o ideal é que os grupos de
atividades de entrada e saída de caixa sejam:
• Atividades operacionais: estão relacionadas com o objetivo social da
empresa, como por exemplo, o recebimento de venda, pagamento de
fornecedores, pagamentos de funcionários.
• Atividades de investimentos: estão relacionadas com a transação de
ativos financeiros, participações em outras empresas, venda ou
compra de ações.
19
• Atividades de financiamentos: estão relacionadas à captação de
recursos para financiar as operações e investimentos.
Além da classificação das atividades, o fluxo de caixa pode ainda ser dividido
em dois métodos, sendo eles direto ou indireto. Para Ribeiro (2009), o método direto
demonstra os recebimentos e pagamentos relativos às atividades operacionais, ou
seja, da atividade social da empresa.
FIGURA 1 - Fluxo de caixa pelo método direto
Fonte: Sá (2008)
Já o método indireto, é obtido através de informações contidas nas
demonstrações contábeis. Por essa razão, o fluxo de caixa indireto é também
conhecido como fluxo de caixa contábil é o que relata Sá (2008).
FIGURA 2 - Fluxo de caixa pelo método indireto
20
Fonte: Sá (2008)
Sá (2008) destaca ainda que a atualização dos dados do fluxo de caixa deve
ser preferencialmente diária, pois assim o gestor terá a informação real e imediata
do que está ocorrendo com o caixa. Contudo, o fluxo de caixa quando bem
estruturado proporcionará que as tomadas de decisões aconteçam em tempo hábil.
2.6 Fluxo de Caixa Projetado
A ideia principal da projeção do fluxo de caixa é a previsão das entradas e
saídas de recursos em determinado período de tempo, em busca do controle dos
excessos e escassez de caixa. É válido ressaltar que projeção de fluxo de caixa
diferente de planejamento financeiro. O fluxo de caixa é parte integrante do
planejamento financeiro. Sá (2008) conceitua projeção do fluxo de caixa como:
“... produto final da integração das contas a receber com as contas a pagar. Seu objetivo é identificar as faltas e os excessos de caixas, as datas em que ocorrerão, por quantos dias e em que montantes. É a partir do fluxo de caixa projetado que fazemos o planejamento financeiro” (SÁ 2008 pg. 59).
Neste sentido, a projeção do fluxo de caixa proporcionará ao gestor financeiro
uma visão antecipada das entradas e saídas de moeda e consequentemente
auxiliará em decisões mais seguras.
Entretanto, a projeção do fluxo de caixa gera incerteza, pois está se tratando
de uma visão do que irá ocorrer com o caixa da empresa com base em diversos
elementos financeiros como, por exemplo, o orçamento. De acordo com Sá (2008), a
consequência dessa incerteza é que sobrarão ou faltarão recursos no caixa, e
21
logicamente, as empresas deverão captar recursos ou deixá-los ociosos. E dentro
desse conjunto de operação será gerado o custo de projeção, ou seja, quando a
empresa projeta o fluxo de caixa de tal forma que os recursos não sejam suficientes
para cumprir com seus compromissos ela será obrigada a captar recursos externos
(financiamentos, empréstimos bancários) e essa transação gerará juros, ou seja,
custo de projeção.
Com base nas informações oferecidas pela projeção do fluxo de caixa é
possível traçar um planejamento financeiro. Sá (2008) define planejamento
financeiro como uma estratégia que se baseia na projeção do fluxo de caixa, em
uma política de saldo mínimo de caixa e em conjunto de capitação e aplicação de
recursos objetivando mínimo custo de erros de projeção. O planejamento financeiro
visa minimizar os custos de projeção e ainda manter o controle dos recursos ociosos
e subutilizados na empresa.
O planejamento financeiro através da projeção do fluxo de caixa é de grande
importância para qualquer empresa, independente do seu porte, pois proporciona
aos gestores a visão antecipada dos embolsos e desembolsos de caixa. Sua
utilização torna-se, deste modo, indispensável.
3.METODOLOGIA DA PESQUISA
O objetivo desta pesquisa é identificar as micro e pequenas empresas
situadas no centro de Luziânia-GO que utilizam o fluxo de caixa como uma
ferramenta de gestão, considerando a relevância desta ferramenta para a
manutenção da saúde financeira da empresa. Além disso, visa analisar o grau de
conhecimento dos gestores a cerca da elaboração do fluxo de caixa.
Para a concretização deste objetivo, realizou-se uma pesquisa de natureza
exploratória. Gil (2010), aponta que essa pesquisa é a forma de se familiarizar com o
problema visando torná-lo mais explícito ou ainda a construir hipóteses,
considerando os mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
Quanto à técnica de pesquisa foi realizado um levantamento ou survey com
abordagem quantitativa. Ainda de acordo com Gil (2010), levantamento é uma forma
de interrogação direta a um grupo de pessoas que se deseja conhecer à cerca do
problema estudado e mediante análise quantitativa obter as conclusões.
Na captura das informações foi realizada uma pesquisa bibliográfica para
conceituações básicas relativas ao tema estudado. Essas teorias foram encontradas
22
em materiais publicados em revistas; livros; internet e artigos. Realizou-se ainda
uma pesquisa de campo, onde ocorreu a aplicação de um questionário estruturado
contendo 16 com perguntas fechadas direcionadas aos funcionários e gerentes das
micro e pequenas empresas.
O universo da pesquisa foi em micro e pequenas empresas de Luziânia-GO
localizadas no centro da cidade. A pesquisa não focou em um ramo de atividade
específico, pois como já citado no referencial teórico, a utilização do fluxo de caixa é
essencial em qualquer empresa independente do seu porte ou ramo de atividade.
Deste modo, as empresas foram escolhidas de acordo com a sua disponibilidade em
responder o questionário. A aplicação do questionário deu-se de 29 de maio de 2012
a 02 de junho de 2012 em uma amostra de 70 empresas, no entanto, apenas 30
destes questionários foram respondidos, o que representa 42,85% do total.
Para testar a hipótese apresentada, foi utilizado o método estatístico do qui-
quadrado (x²), o qual avalia se há dependência entre as variáveis analisadas,
admitindo-se 5% de significância. A fórmula utilizada para realizar este cálculo é:
F0= Frequência observada, Fe = e a frequência esperada.
Fonte: Cooper e Schindler (2003)
A análise dos dados foi realizada em três etapas: num primeiro momento
procurou conhecer o perfil do respondente, em seguida conhecer a empresa e
finalmente a análise do fluxo de caixa como ferramenta gerencial que é objeto desta
pesquisa.
4. RESULTADO DA PESQUISA
A pesquisa possibilitou perceber que as micro e pequenas empresas de
Luziânia-Go são, em sua maioria, geridas por homens. É que demonstra o gráfico
abaixo, onde destaca um percentual de aproximadamente 53%. Contudo, as
mulheres também se destacam, mesmo com um percentual um pouco menor, sendo
47%.
23
GRÁFICO 1 – Classificação gênero
Fonte: Elaboração própria
O cargo dos entrevistados está distribuído de forma que 26,6% das mulheres
são sócias ou gerentes e 20% dos homens são sócios. Quanto à formação ou
escolaridade, os homens mostraram-se mais preocupados com a capacitação
profissional, sendo que 40% deles estão cursando ou concluíram o nível superior,
enquanto que para as mulheres esse percentual é de 33,3%. Os demais estão
distribuídos entre o nível médio e a pós-graduação. É interessante destacar que
apenas 3,3% dos profissionais conseguiram ingressar em uma pós-graduação. Um
número considerado pequeno com relação aos 73,3% que estão se graduando ou já
se graduaram.
TABELA 1 – Formação Homens X Mulheres
Formação Homens Mulheres Total
Frequência % Frequência % %
Nível Médio 1 3,3 2 6,7 1,0 Nível Superior Completo 5 16,7 5 16,7 33,3 Nível Superior Cursando 7 23,3 5 16,7 40,0 Pós-graduação Completa 2 6,7 2 6,7 13,3 Pós-graduação Cursando 1 3,3 0 0,0 3,3
Total 16 53,3 14 46,7 100
Fonte: Elaboração própria
Dentre os diversos ramos de atividades pesquisados, o que mais se destacou
foi o comércio com 43,3% do total. Em seguida destaca-se o serviço com 36,7% e
por último a indústria com 20%. Quanto à permanência das empresas no mercado,
verificou-se que 46,7% atuam a mais de três anos.
24
GRÁFICO 2 – Tempo de atuação no mercado
Fonte: Elaboração própria
Contudo, entende-se que são empresas estáveis, considerando que,
conforme citado no referencial teórico, 22% das micro e pequenas empresas fecham
as portas antes dos dois anos de vida. Vale destacar que o comércio é o ramo de
atividade que participa em 23,3% do total dessas empresas atuantes a mais de três
anos. Com relação ao porte das empresas pesquisadas, 63,3% são enquadradas
como micro empresa e 36,7% são empresas de pequeno porte.
4.1 Fluxo de Caixa como Ferramenta Gerencial
Com o objetivo de fundamentar a pesquisa, os respondentes foram
questionados quanto ao conhecimento a cerca do fluxo de caixa bem como a sua
aplicação. Diante disso, identificou-se que 63,3% dos respondentes disseram
conhecer o fluxo de caixa e 36,7% desconhecem a ferramenta. No entanto, nem
todos os gestores que conhecem o fluxo de caixa fazem uso em sua gestão. Apenas
40% deles utilizam o fluxo de caixa como ferramenta gerencial. Um número pequeno
considerando a eficiência da ferramenta. O que torna evidente que não há relação
entre conhecer a ferramenta e de fato aplicá-la na empresa.
Verifica-se que há uma dependência entre a aplicação do fluxo de caixa e a
formação dos gestores, pois grande parte dos gestores que utilizam a ferramenta
possuem nível superior e pós-graduação completos. Enquanto os gestores que não
aplicam, nenhum possui essa formação estão ainda cursando o nível superior.
25
TABELA 2 – Aplicação X Formação
Aplicação
Sim Não Total Formação Frequência % Frequência % %
Nível Médio 0 0,0 3 10,0 10,0 Nível Superior Completo 4 13,3 6 20,0 33,3 Nível Superior Cursando 3 10,0 9 30,0 40,0 Pós-graduação Completa 4 13,3 0 0,0 13,3 Pós-graduação Cursando 1 3,3 0 0,0 3,3
Total 12 40 18 60 100 Fonte: Elaboração própria
Essa relação pode ser comprovada através do coeficiente do qui-quadrado
7,593 que identifica que a frequência observada e diferente da frequência esperada,
logo há associação entre as variáveis.
Buscando evidenciar qual o ramo de atividade se destaca na aplicação da
ferramenta, o comércio mostrou-se mais preocupado com as questões financeiras,
com 26,6% do total, enquanto que o ramo do serviço é o que menos utiliza.
Procurando entender o motivo de 60% dos respondentes não aplicarem o
fluxo de caixa, foi questionado se os gestores utilizavam outro tipo de ferramenta de
auxílio na gestão financeira. Diante disto, destaca-se que 33,3% dos gestores
alegaram que o fluxo de caixa é uma ferramenta complicada para se elaborar e
interpretar, e 26,6% disseram não ter tempo para se dedicar à sua elaboração. Se
tratando de outras ferramentas utilizadas na gestão, os respondentes informaram
que 33,3% utilizam o orçamento, em seguida 26,6% aplicam a DRE e o Balanço
Patrimonial.
É interessante ressaltar que essas ferramentas utilizadas pelos gestores que
não aplicam o fluxo de caixa passam informações contábeis, obedecendo ao regime
de competência, como já citado no referencial teórico, já o fluxo de caixa mostra a
realidade financeira, obedecendo ao regime de caixa.
Ao serem questionados da importância do fluxo de caixa, foi possível
perceber que alguns gestores, mesmo aplicando a ferramenta, não a considera
importante. Tal fato torna-se espantoso, pois as teorias deixam visíveis os benefícios
oriundos da utilização do fluxo de caixa. Neste contexto, 30% dos 40% que disseram
aplicar o fluxo de caixa em suas gestões o considera importante, já 10% se
manifestam de forma contrária.
26
TABELA 3 – Aplicabilidade X Relevância
Aplicação
Sim Não Total Relevância Frequência % Frequência % %
Sim 9 30 13 43,3 73,3 Não 3 10 5 16,7 26,7 Total 12 40 18 60 100
Fonte: Elaboração própria
Para conseguir identificar se os gestores utilizam o fluxo de caixa como uma
ferramenta gerencial, questionou-se quanto às tomadas de decisões. Todos os
gestores que afirmaram aplicar a ferramenta destacaram utilizá-la para auxiliarem na
tomada de decisões. Fazendo uma relação com o grau de conhecimento dos
gestores que aplicam o fluxo de caixa, foi possível perceber que dos 40% que
utilizam a ferramenta em suas gestões 26,7% acreditam ter um bom conhecimento,
o que pode ser considerado como um alto nível capaz de levar esses gestores a
uma excelência em suas decisões.
TABELA 4 – Aplicação X Grau de Conhecimento
Aplicação Sim Não Total
Nível de conhecimento Frequência % Frequência % % Bom 8 26,7 0 0 26,7
Regular 4 13,3 0 0 13,3 Péssimo 0 0 18 60 60,0
Total 12,0 40,0 18,0 60,0 100,0
Fonte: Elaboração própria
Ainda no intuito de conhecer se as informações oferecidas pelo fluxo de caixa
estão sendo bem elaboradas, foi questionado quanto à periodicidade da
manutenção desta ferramenta. Neste sentido, 20% dos gestores que usam o fluxo
de caixa como base em suas decisões atualiza a ferramenta diariamente. Em
seguida, destaca-se os gestores que elaboram mensalmente, sendo 16,6% do total.
Sá (2008) afirma que o ideal é que a ferramenta seja atualizada diariamente, pois
assim os gestores têm, em tempo real, a situação financeira da empresa e podem
tomar decisões com mais agilidade e eficazes.
Em contrapartida, quando analisamos o conhecimento dos gestores que não
aplicam o fluxo de caixa, percebemos que os 60% consideram ter pouca
familiaridade com a ferramenta.
27
Refletindo o fluxo de caixa como uma ferramenta de gestão financeira,
procurou identificar se os gestores aplicam essa ferramenta no planejamento
financeiro. Diante disso, questionou-se sobre a utilização do fluxo de caixa projetado,
onde apenas 13,3% usam essa ferramenta em seu planejamento. Um número
razoavelmente baixo, considerando que o fluxo de caixa projetado é capaz de prever
as entradas e saídas de caixa, além de evitar excessos e escassez de recursos.
Como objetivo de testar a hipótese de que as empresas que utilizam o fluxo
de caixa como ferramenta de gestão terão um controle financeiro eficiente, aplicou-
se os dados no qui-quadrado onde mostrou que há associação estatisticamente
significativa entre as variáveis. Neste sentido, admitiu-se que a hipótese é válida,
pois o qui-quadrado mostrou um coeficiente 3,445, o que representa a dependência
entre o uso do fluxo de caixa com uma gestão financeira eficiente. A pesquisa
confirma o que foi relatado na teoria de Sá (2008), onde destaca que as empresas
que fazem uso da ferramenta possuem suas finanças mais apuradas de modo a
trazer segurança para a empresa e para os empresários.
TABELA 5 – Aplicação X Eficiência
Aplicação Sim Não
Eficiência Frequência % Frequência % Sim 10 33,3 0,0 0,0
Não 2 6,7 0,0 0,0
Total 12 40 0,0 60,0
Fonte: Elaboração própria
A aplicação do fluxo de caixa como ferramenta gerencial não implica dizer
que a empresa resolverá todos os seus problemas financeiros, mas que minimizará
os erros visando um equilíbrio financeiro.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa pesquisa foi demonstrar o fluxo de caixa como ferramenta
essencial para uma gestão financeira eficiente, evidenciando seu conceito através
das teorias existentes e fazendo um levantamento nas micro e pequenas empresas
situadas em Luziânia-Go. Para isso, formulou-se a seguinte questão: qual o grau de
conhecimento e a utilização do fluxo de caixa na gestão financeira por parte dos
administradores das micro e pequenas empresas de Luziânia-GO?
28
Os números mostraram que 40% dos gestores aplicam a ferramenta e 26,7%
consideram ter pleno conhecimento a cerca do fluxo de caixa. Testando esse
conhecimento perguntou-se sobre periodicidade de manutenção dos dados onde,
20% atualizam os dados diariamente. O que evidencia que grande parte desses
gestores possui um bom conhecimento a cerca da ferramenta. Quando questionados
quanto ao planejamento financeiro e a utilização do fluxo de caixa projetado, apenas
13,3% informaram fazer as projeções de caixa orientada para o futuro. Todos os
gestores que aplicam a ferramenta a utiliza como base para tomadas de decisões.
O resultado da pesquisa mostrou que mesmo o fluxo de caixa sendo uma
ferramenta essencial uma parte significativa dos gestores das micro e pequenas
empresas de Luziânia o adotou em seus controles financeiros. Além disso, ficou
claro que um motivo crucial para isso é a falta de conhecimento a cerca da
ferramenta e falta de capacitação profissional. Fica evidente também que essa
dificuldade no manuseio está ligada à falta de interesse dos gestores em conhecer
melhor o fluxo de caixa, pois mesmo os autores deixando explicito a sua relevância,
não há uma difusão quanto aos seus benefícios por parte dos gestores.
Diante disso, cabe uma reflexão quanto à gestão financeira dessas empresas,
pois sendo o fluxo de caixa uma ferramenta capaz de demonstrar a liquidez da
empresa além de ser um instrumento que auxilia nas decisões estratégicas, como
esses gestores têm tomado suas decisões? Como essas empresas fazem seu
planejamento financeiro se não utilizam o fluxo de caixa projetado? Certamente isso
explica o porquê da grande dificuldade financeira das empresas e a busca constante
por empréstimos à longo prazo, o que torna frágil a solvência e liquidez da empresa.
A pesquisa possibilitou perceber ainda, que a hipótese levantada foi
comprovada, pois o teste realizado através da ferramenta estatística qui-quadrado
mostrou que há dependência entre a aplicação do fluxo de caixa e uma gestão
financeira eficiente. Ou seja, para um controle financeiro adequando, onde as
decisões sejam tomadas de forma ágil e eficaz, a aplicação do fluxo de caixa é
condição indispensável.
O estudo contribui para a propagação do fluxo de caixa como instrumento de
gestão financeira. E para conscientizar os administradores a adotarem instrumentos
gerencias que os auxiliem em tomada de decisão assertivas. Além de fazer a
interação entre a contabilidade e administração, utilizando uma ferramenta contábil
como auxílio nas decisões tomadas na empresa.
29
Por fim, devido às limitações da pesquisa quanto a questões geográficas,
sugere-se aplicar este estudo em outras áreas bem como em empresas de grande
porte com o objetivo de propagar a utilização do fluxo de caixa na gestão financeira.
Outro foco interessante seria aplicar essa pesquisa em empresas formais e informais
fazendo uma correlação entre as gestões financeiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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administração: 7 ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. 640 p.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico 03:
Demonstração de Fluxos de Caixa. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/pdf/cpc_03n.pdf. Acesso em 05 de Maio de 2012.
GITMAN, Lauwrence J. Princípios da administração financeira: 7. Ed. São Paulo:
Harbra, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 Ed. São Paulo: Atlas,
2010.
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária. 7 Ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
______________. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 5 Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
Lei nº 11.638 de 28 de Dezembro de 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em 25 de Maio de 2012.
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NETO, Alexandre Assaf; SILVA, César Augusto Tibúrcio: Administração do Capital
de Giro. 3.Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
30
NETO, Alexandre Assaf: Finanças Corporativas e valor. 4 Ed. São Paulo: Atlas,
2009.
RIBEIRO, Osni Moura. Demonstrações Financeiras – mudanças na lei das
sociedades por ações: como era e como ficou. 2 Ed. Saraiva 2009.
RODRIGUES, et al. A Importância do Fluxo de Caixa como Ferramenta
Gerencial para as Micro e Pequenas Empresas: uma análise em empresas de
Angra dos Reis. Angra dos Reis, 2010.
SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Agosto de 2004. Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/9A2916A2D7D88C4D03256EEE004
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_________. Taxas de Sobrevivência das Empresas no Brasil. Outubro de 2011.
Disponível em:
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/45465B1C66A6772D83257930005
1816C/$File/NT00046582.pdf. Acesso em 20 de Abril de 2012.
SILVA, Edson Cordeiro. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. Ed.
São Paulo: Atlas, 2009.
SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de caixa. A visão da Tesouraria e da Controladoria. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ANEXO I
QUESTIONÁRIO
31
QUAL A APLICABILIDADE E GRAU DE CONHECIMENTO A CERCA DO FLUXO DE CAIXA DOS GESTORES DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE
LUZIÂNIA-GO?
PARTE I – PERFIL DO ENTREVISTADO E DA EMPRESA
1. Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Escolaridade/ Área de Formação
( ) Ensino Fundamental
( ) Nível Médio
( ) Nível Superior Completo
( ) Nível Superior Cursando
( ) Pós-graduação Completa
( ) Pós-graduação Cursando
3. Função que ocupa na empresa
( ) Administrador
( ) Sócio
( ) Gerente
( ) Auxiliar Administrativo
( ) Vendedor
4. Ramo de Atividade
( ) Indústria
( ) Comércio
( ) Serviços
5. Tempo na Atividade:
( ) 1 ano
( ) 2 anos
32
( ) 3 anos
( ) Acima de 3 anos
6. Tipo de Empresa:
( ) M.E – Média Empresa
( ) E. P. P. – Empresa de Pequeno Porte
PARTE II – FLUXO DE CAIXA - APLICABILIDADE E GRAU DE CONHECIMENTO
7. Você conhece o fluxo de caixa?
( ) Sim ( ) Não
• Se sim...
8. Você aplica o fluxo de caixa na empresa?
Sim ( ) Não ( )
9. Como você considera o seu nível de conhecimento sobre o fluxo de caixa?
Bom ( ) Regular ( ) Péssimo ( )
10. Você considera importantes as informações apresentadas no fluxo de caixa?
Sim ( ) Não ( )
11. Você utiliza o fluxo de caixa como ferramenta de auxílio nas tomadas de decisões?
Sim ( ) Não ( )
12. Qual a periodicidade da elaboração do fluxo de caixa?
Diário ( ) Semanal ( ) Mensal ( ) Anual ( ) Outro ( )
13. Você utiliza o fluxo de caixa projetado como ferramenta do planejamento financeiro?
( ) Sim Não ( )
14. Com a utilização do fluxo de caixa você consegue obter um controle financeiro eficiente?
( ) Sim ( ) Não
33
• Se não,
15. Por qual motivo você não utiliza o fluxo de caixa?
Complicado ( ) Tempo ( ) Sem importância ( ) Falta de conhecimento ( )
16. Atualmente qual o ferramenta você utiliza na gestão financeira?
Orçamento ( ) DRE ( ) Balanço Patrimonial ( ) Outro ( )