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1 Dissertação Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu em Economia FATORES DETERMINANTES DA ECONOMIA INFORMAL: ESTUDO DE CASO COM DADOS EM PAINEL DE 2004 A 2008 Autor: Ádba Makarem da Silva Orientador: Prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira Brasília – DF 2012

Adba makarem da silva

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Page 1: Adba makarem da silva

1

Dissertação

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu em Economia

FATORES DETERMINANTES DA ECONOMIA

INFORMAL: ESTUDO DE CASO COM DADOS EM

PAINEL DE 2004 A 2008

Autor: Ádba Makarem da Silva

Orientador: Prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira

Brasília – DF 2012

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ÁDBA MAKAREM DA SILVA

FATORES DETERMINANTES DA ECONOMIA INFORMAL: ESTUDO DE CASO

COM DADOS EM PAINEL DE 2004 A 2008

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Economia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Economia.

Prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira

Brasília 2012

Page 3: Adba makarem da silva

3

Dissertação de autoria de ÁDBA MAKAREM DA SILVA, intitulada “FATORES

DETERMINANTES DA ECONOMIA INFORMAL: ESTUDO DE CASO COM DADOS

EM PAINEL DE 2004 A 2008”, apresentada como requisito parcial para obtenção do

grau de Mestre em Economia da Universidade Católica de Brasília, em 8 de junho

de 2012, defendida e assinada pela banca examinadora abaixo assinada:

_______________________________________________________

Prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira

Orientador

Universidade Católica de Brasília (UCB)

_______________________________________________________

Prof. Dr. Oswaldo Cândido da Silva Filho

Examinador Interno

Universidade Católica de Brasília (UCB)

_______________________________________________________

Prof. Dr. Paulo Roberto Loureiro

Examinador Externo

Universidade de Brasília (UNB)

Page 4: Adba makarem da silva

4

Aos meus pais, Humberto e Zoé, que

muito me ajudaram nessa caminhada e

deram-me o dom de viver e a sabedoria

para vencer os desafios sem pensar em

desistir.

Ao meu irmão Enã, que se mostrou um

grande companheiro nos momentos mais

difíceis.

Page 5: Adba makarem da silva

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por me oportunizar o dom de ter uma vida

feliz.

A todos que estiveram comigo nesta caminhada, apoiando-me e incentivando-

me a continuar nos momentos em que pensei em desistir.

Ao meu querido e sábio orientador, prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira, que,

com muita paciência e dedicação, orientou-me até o fim de mais esta etapa da

minha vida acadêmica.

Aos meus grandes amigos, Rejane Marinho França e Breno França, que, com

muita humanidade, acolheram-me em sua morada durante o período em que estive

em sua cidade.

Page 6: Adba makarem da silva

6

É importante num país como o Brasil, mencionarmos que a estabilidade econômica não é apenas um índice financeiro.

Henrique Meirelles

Page 7: Adba makarem da silva

7

RESUMO

Referência: SILVA, Ádba. Fatores determinantes da economia informal: Estudo de Caso com dados em painel de 2004 a 2008. 2012. 39f. Dissertação (Mestrado em Economia). Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2012.

Esta dissertação analisa a contribuição do programa do Governo Federal, Bolsa Família, para a redução do trabalho informal no Brasil. Para tanto, buscou-se, por meio de uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto e da análise de dados (anuais) de painel por Unidade da Federação no período de 2004 a 2008, verificar a eficácia do referido programa. Os dados obtidos possibilitaram, também, avaliar a contribuição do aumento do PIB estadual para reduzir o grau de informalidade da economia, assim como os fatores que contribuem para o crescimento da economia informal no Brasil. Foram analisadas, ainda, as definições de mercado de trabalho formal e informal.

Palavras-chave : Economia informal. Bolsa Família. Governo Federal. Pobreza. PIB.

Page 8: Adba makarem da silva

8

ABSTRACT

Reference: SILVA, ADBA. Determinants of the informal economy: Case study with panel data from 2004 to 2008. 2012. 39f. Dissertation (Master in Economics). Catholic University of Brasilia, Brasilia, 2012.

This dissertation analyzes the contribution of the Federal Government program, Bolsa Familia, for the reduction of informal labor in Brazil. To this end, we sought, through a literature search on the subject and analysis of data (annual) panel by State from 2004 to 2008, to verify the effectiveness of the program. The data obtained allowed also to evaluate the contribution of GDP growth state to reduce the degree of informality in the economy, as well as the factors that contribute to the growth of the informal economy in Brazil. We analyzed also the definitions of the formal labor market and informal.

Keywords: Informal economy. Family Allowance.. Federal Government. Poverty.

GDP.

Page 9: Adba makarem da silva

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Descrição das variáveis .................................................................. 26

Quadro 2 – PIB Estadual a preços constantes de 2004 a 2008 ........................ 37

Quadro 3 – Programa Bolsa Família (PBF) – número de benefícios em

dezembro ........................................................................................................... 38

Quadro 4 – Programa Bolsa Família (PBF) – valor total dos benefícios em

dezembro ........................................................................................................... 39

Quadro 5 – PIB Estadual– valor adicionado a preços constantes – var.(%) ..... 40

Page 10: Adba makarem da silva

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados Empíricos: Modelo de Efeitos Fixos Variável dependente: Grau de informalidade .....................................

31

Tabela 2 – Resultados Empíricos: Modelo de Efeitos Fixos ................................ 32

Page 11: Adba makarem da silva

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 15

2.1 MERCADO DE TRABALHO FORMAL E INFORMAL ................................... 15

2.2 FATORES CONTRIBUINTES PARA O CRESCIMENTO DA ECONOMIA INFORMAL NO BRASIL ...................................................................................... 17

2.3 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA COMO UMA ESTRATÉGIA PARA A DIMINUIÇÃO DO MERCADO INFORMAL NO PAÍS .......................................... 20

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 25

3.1 BASE DE DADOS ......................................................................................... 25

3.2 MÉTODO ECONOMÉTRICO ........................................................................ 27

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS EMPÍRICOS .................................................. 30

5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 33

ANEXO A – PIB Estadual a preços constantes .............................................. 37

ANEXO B – Número de benefícios do PBF/dezembro ................................... 38

ANEXO C – Valor total do PBF/dezembro ....................................................... 39

ANEXO D – PIB Estadual: valor adicionado a preços c onstantes ................ 40

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1 INTRODUÇÃO

A informalidade no Brasil cresceu muito nas últimas décadas. O crescimento

econômico do País permitiu que muitas pessoas pudessem abrir seu próprio

negócio.

A realidade brasileira, a partir do final da década de 90 do século XX,

alavancou o empreendedorismo, trazendo também um grande número de

trabalhadores com ou sem registro em carteira. Essa abertura de novos negócios

levou muitas pessoas a iniciarem um trabalho informal, sem a preocupação de

estarem amparadas por leis que lhes garantissem benefícios trabalhistas.

A última década do século XX iniciou com recessão e seguiu com políticas

anti-inflacionárias. Isso manteve o lento crescimento da atividade econômica. As

crises financeiras e as mudanças estruturais (dentre elas a abertura comercial e

financeira), a reestruturação produtiva, a privatização, a ampla incorporação da força

de trabalho pelo setor de serviços e a queda do emprego industrial modificaram a

dinâmica do mercado de trabalho e o avanço da informalidade tornou-se evidente.

A necessidade de sustentar a família e a falta da escolaridade exigida para

permanecer empregado no mercado de trabalho levou uma grande quantidade de

pessoas para a economia informal. Esse fenômeno econômico não favoreceu o

País, visto que houve uma perda na arrecadação de tributos. Também se percebe

que o crescimento da carga tributária (impostos, taxas, contribuições sociais), a

aposentadoria precoce e o desemprego são considerados fatores que contribuem

para o aumento do comércio informal.

Com o passar dos anos, é perceptível a melhoria da escolaridade dos

trabalhadores que pertencem à economia informal. Isso se deve, de forma geral, aos

programas desenvolvidos pelo Governo Federal, com o intuito de oferecer acesso à

educação a um maior número de pessoas.

Um dos programas do Governo Federal que vem se destacando nos últimos

anos é o Programa Bolsa Família (PBF). O Programa foi criado em 2003 e substituiu

os demais programas criados no início dos anos 2000, os quais, na verdade, foram

unificados e deram origem ao Bolsa Família. O PBF tem como objetivo ajudar

Page 13: Adba makarem da silva

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famílias de baixa renda por meio de um auxílio financeiro, como parte da renda

mensal familiar, propondo-se, assim, a diminuir o alto índice de pobreza e ao mesmo

tempo reduzindo o trabalho informal.

Assim como os demais programas do Governo Federal, o Bolsa Família

também é muito questionado e criticado. Algumas pessoas acreditam que se trata

de mais uma medida paliativa do governo, que só deixará os beneficiários mais

dependentes do Estado, desestimulando-os a procurar emprego, não evitando,

assim, o trabalho informal nem a redução da pobreza.

Dessa forma, esta dissertação tem como objetivo analisar se o programa

Bolsa Família realmente diminui o trabalho informal, já que o Programa tem esse

intuito. É interessante ressaltar que esse recurso apenas complementa a renda

mensal das famílias. Para aquelas que não têm um trabalho formal, o benefício

ajuda na manutenção das necessidades básicas, como alimentação e saúde.

No entanto, foi possível verificar com este estudo que o Programa não atinge

por completo seu objetivo, pois o recurso disponibilizado é muito inferior às reais

necessidades das pessoas que o recebem, obrigando as mesmas a procurar outras

fontes de renda, o que as leva ao trabalho informal, sem as garantias oferecidas ao

trabalhador formal. Assim, esse recurso acaba se tornando uma fonte de renda fixa

e, o trabalho informal, uma fonte alternativa para aumentar essa renda.

No que se refere à diminuição da pobreza, também se constatou que o

Programa não atinge o objetivo proposto, pois, como já mencionado anteriormente,

o valor do recurso é muito baixo. Além disso, nem todas as famílias que realmente

precisam do benefício são contempladas pelo Bolsa Família, vivendo ainda em

condições de pobreza extrema.

Assim, percebeu-se que o Programa, embora tenha ajudado muitas famílias

e, com isso, contribuído para diminuir o índice de pobreza extrema bem como o

número de trabalhadores informais, ainda não atingiu os objetivos em sua totalidade.

Muitas pessoas que estão vivendo numa situação de extrema pobreza ainda não

recebem o benefício, enquanto outras, que não precisam deste recurso, foram

contempladas pelo Bolsa Família. Isso demonstra as falhas na implementação e

desenvolvimento do programa.

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Além desta breve introdução, o trabalho foi desenvolvido de acordo com a

seguinte sequência. Na seção 2, apresentou-se a revisão da literatura sobre o tema,

dividida em três tópicos, a saber: o mercado de trabalho formal e informal, os fatores

contribuintes para o crescimento da economia informal no Brasil e o programa Bolsa

Família como estratégia para a diminuição do mercado informal no País.

Na seção 3, abordam-se os aspectos metodológicos da pesquisa. Neste

tópico, foram descritas as bases de dados anuais em painel por Unidades da

Federação, correspondente ao período de 2004 a 2008, e o Método Econométrico.

Na seção 4, foram apresentados os principais resultados empíricos. Por fim, na

seção 5, foram relatadas as principais conclusões do trabalho.

Page 15: Adba makarem da silva

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MERCADO DE TRABALHO FORMAL E INFORMAL

O mercado de trabalho está dividido em formal e informal. Para Cacciamalli

(1983), Chahad (1988) e Mattoso (1999), o conceito de mercado de trabalho formal

pode ser entendido como aquele que está voltado e atende às relações contratuais

de trabalho, que, na maioria, são determinadas pelas forças do mercado e

regulamentadas por legislação específica.

Outra definição acrescenta que o mercado de trabalho formal pode ser

entendido como um conjunto de trabalhadores que possuem contrato jurídico, e que

trabalham no setor público, como também podem ser profissionais liberais e

trabalhadores vinculados à Previdência Social, além daqueles que são protegidos

pelo seguro desemprego e ainda os que possuem Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS) (CACCIAMALLI, 1983; CHAHAD, 1988).

No entanto, sabe-se que a primeira denominação de mercado de trabalho

informal teria sido usada por Hart (1971), num estudo feito sobre Ghana. É

importante destacar que esta interpretação sobre mercado informal aparece em

pesquisas feitas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) referente ao

Programa Mundial de Emprego de 1969, que tinha como objetivo desenvolver

estratégias para o crescimento econômico por meio da criação de novos empregos,

em oposição ao crescimento rápido do produto (SETHURAMAN, 1976).

Segundo Souza Filho (2004), no Brasil, o entendimento que se tem sobre

trabalho formal e informal vem da ordem jurídica. Esse entendimento aparece no

início do século XX, com a implantação do corporativismo da Era Vargas e,

posteriormente, prolongou-se entre as décadas de 30 e 40 do século XX,

aparecendo o binômio formalidade e informalidade no cenário nacional.

Para Smith (1994), a economia informal pode ser conceituada como aquela

em que a produção de bens e serviços está baseada no mercado tanto legal como

ilegal, e que foge da detecção das estimativas oficiais do produto interno bruto, ou

seja, pagamentos de impostos, recolhimento de taxas e benefícios.

Page 16: Adba makarem da silva

16

Sendo assim, pode-se afirmar que aqueles que trabalham na informalidade

não possuem previdência social nem FGTS. Logo, em caso de demissão, tais

trabalhadores não têm direito ao seguro desemprego e a outras garantias

asseguradas pela legislação trabalhista, como é o caso da multa de 40% sobre o

saldo da conta do FGTS.

Cacciamali (1983) afirma que, para se delimitar o setor informal, devem-se

levar em consideração as unidades econômicas, sendo estas orientadas para o

mercado, com algumas diferenciações, por exemplo: o fato de que o dono do

negócio é, ao mesmo tempo, patrão e empregado, não existindo dissociação entre

atividades de gestão e de produção.

Os termos formais e informais foram convencionalmente usados com o

objetivo de descrever grandes variedades de situações, tanto urbanas como rurais,

além de tentar classificá-las e mensurá-las por meio de diversas metodologias de

institutos de estatísticas nacionais e internacionais (JATOBÁ, 1990).

Setor Informal, termo aplicado ao mercado de trabalho urbano e que em sua origem, significa a maneira de produzir caracterizada por: facilidade de entrada; recursos nativos; propriedade familiar do empreendimento; pequena escala de operações; intensidade de trabalho e tecnologia adaptada; qualificações (no trabalho) adquiridas fora do sistema escolar formal e mercados não regulados e concorrenciais. (CACCIAMALI, 1982, p. 06)

Noronha (2003) afirma que a obscuridade do conceito atribuído à

informalidade trouxe uma gama de insuficiência de visões que realmente pudesse

identificar tal termo, bem como que quase todas estavam relacionando-o a algum

tipo de pobreza ou de práticas criminosas, ou ainda a outras situações ilegais de

caráter não criminoso, mas que não estavam previstas em lei.

Para Ulyssea (2006), como no Brasil a legislação faz exigência de que todo

trabalhador assalariado deva possuir carteira de trabalho assinada, tende-se a

relacionar a falta desse registro à informalidade do trabalho. Dessa forma, é possível

entender a afirmativa que muitos autores fazem ao chamar de informal aqueles

trabalhadores que não possuem carteira registrada e que não contribuem para a

previdência social.

Page 17: Adba makarem da silva

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Sobre isso, Oliveira (1998) salienta que não se devem confundir os termos

atividade informal com atividade ilegal, que, na maioria dos casos, são mal

interpretados. Isso se deve ao fato de se relacionar, quase sempre, a visão de

economia informal à baixa escolarização ou à falta de qualificação profissional, bem

como à pobreza e ao fracasso daqueles que não conseguem entrar no mercado

formal. Quanto à ilegalidade, vincula-se a esta aquelas atividades feitas ou exercidas

de forma velada, que promovam a violência urbana e que, geralmente, são

caracterizadas pelas lutas entre policiais e traficantes.

Mas, apesar da real diferença entre atividade informal e ilegal, estudiosos

afirmam que os termos são colocados num mesmo contexto, denominando-os de

economia subterrânea ou submersa.

Este amplo segmento populacional é também considerado marginalizado economicamente, pois se encontra exercendo atividade de baixa qualificação e remuneração na estrutura ocupacional e/ou atividade na chamada “economia submersa”, que se caracterizam por não serem regidas por uma ordem jurídica, sendo divididas em dois tipos: ilegal e informal. (MOVIMENTO NACIONAL DE MENINOS E MENINAS DE RUA; INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS; NÚCLEO DE ESTUDOS DA VIOLÊNCIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO/NEV – USP, 1992, p. 44)

Oliveira (1998) completa dizendo que nem todas as atividades do mercado

informal são de baixa qualificação ou remuneração, pois estas vão desde as

atividades dos “flanelinhas” de rua até de profissionais liberais do ramo da

informática e da consultoria, além daqueles que trabalham com grifes particulares,

alimentação e joias que apresentam grandes remunerações.

2.2 FATORES CONTRIBUINTES PARA O CRESCIMENTO DA ECONOMIA INFORMAL NO BRASIL

O conceito de mercado informal surge nos anos de 1970, como uma proposta

para tentar explicar um fenômeno muito antigo, cuja evolução e crescimento,

principalmente nos países pobres, deixavam em questão a teoria econômica

presente, ou seja, a economia formal.

Page 18: Adba makarem da silva

18

Estudos mostram que, no Brasil, o crescimento dos trabalhos informais foi

aumentando nos últimos trinta anos por conta de uma redução significativa na

criação de postos de trabalho assalariados e formais, levando o País a conhecer o

chamado processo de “desassalariamento” de sua força de trabalho. Com isso,

houve uma progressiva eliminação dos empregos com carteira assinada e altos

índices de desemprego (POCHMANN, 2001).

Outros autores, como Ramos (2002), Sabadini e Nakatani (2002), também

acreditam que o trabalho informal no Brasil ampliou-se muito nas últimas décadas,

devido à grande recessão que o País vinha passando, além da reestruturação

econômica que foi imposta à sociedade de modo geral. Assim, os empregos

informais que já vinham crescendo desde os anos 80 do século XX, chegaram a

aumentar consideravelmente na década seguinte, passando de 36,6% da

população, em 1986, para 40%, em 1991, ultrapassando a marca de 59% em 1999.

Correa e Lopes (2009) ressaltam que o mercado informal interfere no

rendimento dos trabalhadores formais, pois os autônomos quase sempre

desempenham sua função utilizando mais horas do que as estabelecidas pela lei.

Dessa forma, o salário por hora trabalhada tende a cair e a concorrência fica mais

acirrada, resultando em mais demissões, aumentando o número de excluídos do

mercado de trabalho e fazendo com que o padrão de salário permaneça em nível

baixo.

Segundo Mattoso (1999) e Pochmann (2001), em 1999, havia 12 milhões de

brasileiros que trabalhavam sem carteira assinada, sendo que um em cada cinco

brasileiros encontrava-se desempregado, enquanto que os outros dois atuavam no

mercado informal, em empregos de curta duração, com precárias condições de

trabalho e sem contribuir com a previdência social.

Outro fator observado no mercado informal é o aumento de pessoas com boa

qualificação, estando presentes neste grupo engenheiros, consultores, analistas,

professores, além de outros profissionais que atuam em condições temporárias de

trabalho (BECK, 2000 apud PASTORE, 2000).

Autores como Rodrigues (2007) afirmam que um dado importante para o

aumento significativo de pessoas no mercado informal ainda é o desemprego, pois

as mesmas vão à procura de um modo de sobrevivência e, até mesmo, de sustento

Page 19: Adba makarem da silva

19

para suas famílias. Associada ao desemprego está também a falta de credibilidade

dos sindicatos, que permitem a contratação de funcionários apenas por meio de

acordo verbal, sem que as empresas dêem garantias aos trabalhadores, como

tempo predeterminado de contratação, além dos baixos salários oferecidos.

Alguns estudos mostram que as razões para aderir ao mercado informal são

diferentes para homens e mulheres. Para a maioria dos homens, a busca pelo

mercado informal ocorre pela necessidade de sustentar-se, bem como de prover sua

família. Para as mulheres, o motivo seria a possibilidade de aumentar a renda

familiar, conciliando suas tarefas domésticas com o trabalho extra.

Embora os motivos que levam os trabalhadores a inserir-se no mercado

informal sejam múltiplos e complexos, quase todos os estudiosos desse assunto

acreditam que este fato ocorra devido à degradação dos empregos formais aliado ao

aumento do mercado informal, além das mudanças estruturais, baixa capacidade de

geração de postos de trabalho formal e, principalmente, do crescimento exorbitante

do desemprego.

Rodrigues (Ibid.) elenca alguns fatores considerados preponderantes para

que as pessoas optem pelo trabalho informal, como o progresso tecnológico, a

transferência de parte da atividade produtiva para o mercado externo, a deficiência

na formação dos trabalhadores, as políticas de privatização e o enxugamento do

setor público, crises recessivas, encargos tributários altos e a burocracia que

envolve a legalização dos trabalhos, desigualdades sociais e algumas mudanças

nos valores morais e éticos.

Desse modo, o mercado de trabalho informal acabou se tornando uma

alternativa de sobrevivência e complementação de renda mensal daqueles que

apresentam alguma dificuldade em fixar-se no mercado de trabalho formal, seja por

causa de fatores como idade, sexo, habilidade, condições físicas, ou pela diminuição

dos custos nas empresas.

Page 20: Adba makarem da silva

20

2.3 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA COMO UMA ESTRATÉGIA PARA A DIMINUIÇÃO DO MERCADO INFORMAL NO PAÍS

Os primeiros programas do Governo Federal voltados para a transferência de

renda foram implantados no ano 2000. Um dos grandes programas ficou conhecido

como Bolsa Família, que se originou da unificação de outros programas, como o

Bolsa Escola, Cartão Alimentação, Auxílio-Gás e Bolsa Alimentação, criados tiveram

sua criação entre os anos 2001 e 2003 (BARROS et al., 2007).

De acordo com Costa e Salvato (2008), o Bolsa Família foi criado por

intermédio da Medida Provisória de n. 132, de 20 de outubro de 2003. Pouco tempo

depois, a supracitada medida foi transformada na Lei n. 10.836, de 9 de janeiro de

2004, a qual determinou a unificação de todos os demais programas de

transferência de renda do Governo Federal.

Para que uma família seja contemplada pelo programa, a mesma deverá

manter crianças e adolescentes na escola, além de observar os cuidados

necessários à manutenção da saúde dos referidos grupos.

Por meio do Programa Bolsa Família, foi racionalizado o mecanismo de

transferência de renda para a sociedade brasileira. Houve, ainda, a consolidação de

um benefício que não estava vinculado aos riscos existentes no mercado trabalhista,

criando-se, assim, uma maneira de enfrentar a pobreza de uma parte da população

que trabalha e que não trabalha também (COSTA; SALVATO, 2008).

O Bolsa Família permitiu a concretude na luta contra a fome ao instituir a garantia de renda determinada pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e prevista como uma das iniciativas integrantes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME, 2012, p. 1)

Outro critério para que as famílias possam fazer parte do Programa diz

respeito à renda mensal, que deve ser de até R$ 140 (cento e quarenta reais) por

pessoa, sendo necessário que as mesmas façam parte do Cadastro Único para

Programas Sociais (CadÚnico). Esta renda deve ser calculada pela soma do valor

Page 21: Adba makarem da silva

21

que todos os membros da casa ganham por mês. Isso inclui salários e

aposentadorias. Esse valor será dividido pelo número de pessoas que ali residem, a

fim de obter a renda per capita da família (COSTA, 2008).

Para aquelas famílias que possuem renda mensal entre R$ 70,01 e R$

140,00, o ingresso no Programa só ocorrerá se estas possuírem crianças ou

adolescentes com idade entre 0 a 17 anos (Ibid.).

Dessa forma, se a família se encontrar numa das faixas de renda

predeterminadas pelo Programa, então poderá procurar o setor responsável

pelo Bolsa Família do seu município, com os documentos pessoais (título de eleitor

ou CPF) para fazer seu cadastro no CadÚnico (Ibid.).

Existem, ainda, duas situações para as famílias que desejam ingressar no

programa Bolsa Família. A primeira diz respeito àquelas que já eram beneficiárias de

algum outro programa remanescentes (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão

Alimentação e Auxílio-Gás). Neste caso, as famílias devem aguardar sua inclusão, a

qual depende de vários fatores, como: pactuação entre União, Estados e Municípios,

disponibilidade de vagas no estado/município e expansão dos recursos

orçamentários, dentre outros. Vale a pena ressaltar que, até a inclusão no novo

programa, a família continuará recebendo normalmente seus benefícios na mesma

data, sem nenhuma alteração (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E

COMBATE À FOME, 2012).

A outra situação diz respeito às famílias que ainda não são beneficiárias de

nenhum programa remanescente, mas que já são cadastradas. Neste caso, as

famílias devem esperar sua inclusão, o que ocorrerá após uma avaliação baseada

nas regras do programa (Ibid.)

Várias foram as discussões sobre o potencial do PBF para reduzir e, até

mesmo, tentar combater a pobreza e a desigualdade econômica existente no Brasil.

Sobre isso, muitos estudos apontaram que o crescimento do programa, vinculado a

outras formas de transferências de renda somadas ao salário mínimo, obteve

resultados relevantes quanto à redução da pobreza e ao combate à desigualdade.

(Ibid.)

É notório que, nos últimos anos, o Governo brasileiro começou a promover

algumas políticas de transferência de renda para aquelas pessoas com menos poder

Page 22: Adba makarem da silva

22

aquisitivo, tendo como principal meta o combate à pobreza; mas, apesar disso,

muitas pesquisas de cunho teórico e empírico demonstraram a existência de muitas

contradições referentes à eficiência dessas políticas (CARVALHO JR., 2006).

Para a maioria dos autores, este processo de transferência de renda pode

gerar certa desmotivação para as pessoas beneficiadas, estimulando-as a não

procurar emprego ou alguma qualificação profissional, tornando-as totalmente

dependentes dos recursos recebidos. Isso geraria comodismo nessas famílias,

fazendo com que estas permanecessem na pobreza, já que assim continuariam

recebendo os benefícios sociais. (RECTOR; LAUDER, 1995)

Os programas de transferências de renda do governo são alvo de muitas controvérsias [...] os principais argumentos contra tal programa são: a diminuição dos incentivos ao trabalho; os aumentos dos incentivos a divisão das famílias e o esforço do espírito de dependência dos beneficiários em relação ao governo. (MARINHO; LINHARES; CAMPELO, 2011, p. 270-271)

Alguns artigos que utilizaram a base de dados da Pesquisa Nacional de

Amostragem de Domicílios (PNADs) mostraram aspectos contrários ao

posicionamento de alguns autores sobre o assunto, comprovando que os programas

do governo não levam a população à dependência desses recursos; mas que os

mesmos atingem seu objetivo: diminuir a desigualdade social e a pobreza no Brasil

(IPEA, 2006).

Segundo Schwartzman (2005, 2006), baseado nos dados da PNAD de 2004,

as políticas que têm como objetivo a transferência de renda obtiveram resultados

limitados no que diz respeito à diminuição da pobreza e da desigualdade social. Isso

só ocorreu devido ao pequeno volume dos recursos que foram transferidos para as

famílias, ocasionado pelo mau direcionamento dos gastos, uma vez que os recursos

são distribuídos da mesma forma tanto para famílias muito pobres como para

aquelas menos pobres.

Afirmações como a que fora feita em uma nota técnica do IPEA (2006)

destacam que a criação dos programas voltados para a transferência de renda

surgiu como uma das mais importantes ações desenvolvidas pela política social

brasileira nesta última década, com o objetivo de garantir renda às populações

pobres. Esses programas atingem prioritariamente famílias cujos membros adultos

Page 23: Adba makarem da silva

23

encontram-se em idade economicamente ativa, sendo estes participantes ou não do

mercado de trabalho formal.

Também usando dados obtidos pelas PNADs, Hoffman (2006) afirma que tais

programas contribuíram com 28% para a redução e diminuição da desigualdade

social no Brasil no período compreendido entre os anos de 1998 a 2004, em

especial na região Nordeste, onde tal porcentagem cresceu em quase 66%. Mas,

apesar desses números, o programa Bolsa Família não aparece como sendo o

principal motivo da redução da desigualdade de renda no País; pois, de 2003 a

2004, houve apenas uma pequena redução da pobreza. No entanto, é possível

afirmar que ocorreria um crescimento maior da pobreza se tais programas de

transferência de renda não fossem expandidos.

Para Sen (2000), a perda de potencialidades das pessoas de baixa renda,

sem emprego, e que estão recebendo algum auxílio do governo, justifica-se pela

queda da autoestima. Aqueles que defendem os programas de transferência de

renda do governo afirmam que os benefícios recebidos são muito baixos, o que não

configuraria um desestímulo ao trabalho formal.

Dados apontam que, no ano de 2003, o total de famílias beneficiadas pelo

programa foi de 3,6 milhões, em aproximadamente 5.461 municípios. A

porcentagem de famílias pobres atingidas foi de 32% e o orçamento executado foi

na marca dos R$ 3,4 bilhões (HOFFMAN, 2006).

No ano de 2004, o número de famílias chegou a 6,5 milhões, praticamente o

dobro das atendidas no ano anterior. Os recursos direcionados a essas famílias

somaram R$ 5,7 bilhões (Ibid.).

Em junho de 2005, estando o programa implantado em 5.542 municípios

brasileiros, o Bolsa Família destinou recursos com valores superiores a R$ 459,7

milhões, visando atender mais de sete milhões de famílias em todo o País (Ibid.).

Para Lavinas e Varsano (1997), a importância de programas como estes é

tanta que os autores chegam a afirmar que, se não forem implementados mais

programas voltados para a educação e para a geração autônoma de renda, há

grandes probabilidades de as famílias beneficiadas por um programa de

transferência de renda voltarem à condição inicial de pobreza, quando do término da

concessão do benefício. Os autores ressaltam, ainda, que os programas funcionam

Page 24: Adba makarem da silva

24

como uma espécie de elo entre governo e a população pobre, favorecendo a

obtenção de melhores informações sobre as reais condições de pobreza do País.

Page 25: Adba makarem da silva

25

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta seção descreve a base anual de dados em painel por Unidades da

Federação (UF) no período de 2004 a 2008 e aborda, também, o método

econométrico utilizado.

3.1 BASE DE DADOS

Quadro 1 – Descrição das variáveis

Nomenclatura da variável

Descrição da variável Fonte

GI1 Grau de Informalidade – Definição I. – 2004 Comentário : Uma das três diferentes definições do grau de informalidade oferecidas no Ipeadata com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, esta taxa corresponde ao resultado da seguinte divisão: (empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria) / (trabalhadores protegidos + empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria). Elaboração: Disoc/Ipea.

IBGE

GI2 Grau de Informalidade – Definição II. – 2004 Comentário : Uma das três diferentes definições do grau de informalidade oferecidas no Ipeadata com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, esta taxa corresponde ao resultado da seguinte divisão: (empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria + não-remunerados) / (trabalhadores protegidos + empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria + não-remunerados + empregadores). Elaboração: Disoc/Ipea. Atualizado em : 16/02/2011

IBGE

BFq Quantidade de beneficiados do Bolsa Família em dezembro – 2004 Comentário : O Bolsa Família é um programa de transferência de renda com condicionalidades, focalizado em famílias pobres cadastradas em cada município do país. Resultante da unificação de

IBGE

Page 26: Adba makarem da silva

26

diferentes programas, foi instituído por lei em 2004. O valor do benefício, reajustável por decreto, varia conforme a renda domiciliar per capita da família, o número e a idade dos filhos. Esta série apresenta o número de famílias beneficiadas pelo programa em dezembro de cada ano. Para participar do Programa é necessário que além da família comprovar baixa renda ou mesmo renda nenhuma, estas devem ter seus filhos na escola, todos devem estudar e não desenvolver atividades informais, e para que as pessoas continuem recebendo o benefício é necessário que todas as crianças continuem na escola e a família apresente uma renda mensal igual ou inferior a um salário mínimo. Atualizado em : 19/01/2012

BFv Valores totais dos beneficiados do Bolsa Família – 2004 Comentário : O Bolsa Família é um programa de transferência de renda com condicionalidades, focalizado em famílias pobres cadastradas em cada município do país. Resultante da unificação de diferentes programas, foi instituído por lei em 2004. O valor do benefício, reajustável por decreto, varia conforme a renda domiciliar per capita da família, o número e a idade dos filhos. Esta série apresenta o número de famílias beneficiadas pelo programa em dezembro de cada ano. Atualizado em : 19/01/2012

IBGE

PIB PIB Estadual – 2004 Comentário : Fontes: Para 2002-2006: Sistema de Contas Regionais Referência 2002. Para 1985-2001: Antigo Sistema de Contas Regionais. As estimativas do PIB a custo de fatores e a preços básicos é igual à soma dos setores: agropecuária, indústria e serviços. Conceito utilizado antes de 1985: a custo de fatores. A partir de 1985, o conceito do PIB utilizado é o de preços de mercado, neste período deve ser acrescentado a dummy financeira e os impostos sobre produtos. Para os anos de 1970, 1975 e 1980, Produto Interno Bruto a custo de fatores elaborado pelo IBGE. Para os anos de 1939, 1947 a 1969, Produto Interno

IBGE

Page 27: Adba makarem da silva

27

Líquido a custo de fatores elaborado pela FGV, neste período os dados referentes aos territórios de Rondônia e Roraima e ao estado do Acre estão incluídos no estado do Amazonas e o território do Amapá está incluído no Pará. As estimativas do PIB não são consistentes com o PIB por atividades. O problema se deve à utilização de conceitos distintos. O PIB refere-se a preços de mercado e as atividades a preços básicos. Atualizado em : 15/03/2012

Fonte: IBGE, 2012.

3.2 MÉTODO ECONOMÉTRICO

O modelo de dados em painel compreende dados de corte que corresponde

às 27 Unidades da Federação, combinados com séries temporais para cada uma

das variáveis do modelo. Nesse contexto, a estimativa via dados em painel pode ser

realizada com base nos modelos de efeitos fixos ou modelos de efeitos aleatórios.

Nos modelos de efeitos fixos, a estimação é feita assumindo que a

heterogeneidade dos indivíduos é captada na parte constante, que é diferente de

indivíduo para indivíduo tal que:

ititiit ubXaY +++= ....

onde há heterogeneidade na parte constante e, homogeneidade, nas inclinações.

A parte constante ia é diferente para cada indivíduo (UF), captando

diferenças invariantes no tempo, por exemplo, dimensão dos países, recursos

naturais e outras características que não variam no curto prazo.

Nos modelos de efeitos aleatórios, a estimação é feita introduzindo a

heterogeneidade dos indivíduos no termo de erro, tal que:

Page 28: Adba makarem da silva

28

( )itiitit ubXaY ++++= η....

onde ai=a+ηi , e iη representa o efeito aleatório individual não observável.

Os modelos com efeitos aleatórios consideram a constante não como um

parâmetro fixo, mas como um parâmetro aleatório não observável. Os modelos com

efeitos fixos consideram que as diferenças dos indivíduos (países, regiões, setores

etc.) são captadas na parte constante. Os modelos com efeitos aleatórios

consideram que estas diferenças são captadas no termo de erro. Essas são as

principais diferenças entre os dois modelos em painel.

Utiliza-se o Teste de Hausman para escolher qual o modelo mais adequado,

fixo ou aleatório. A hipótese nula do Teste de Hausman assegura que o modelo de

efeito aleatório é o mais adequado. Se a hipótese nula não for aceita, ou seja, se for

rejeitada, o modelo de efeito fixo é o mais apropriado.

Os modelos a serem estimados apresentam-se a seguir:

ititititit uBFqPIBGILog +++= )log()log()( 0 ββα

e

ititititit uBFvPIBGILog +++= )log()log()( 0 ββα

onde i = 1, 2, ...., 27 U.F e t = 2004,...., 2008.

A variável dependente é o logaritmo do grau de informalidade, Log(GI). As

variáveis independentes, com os respectivos sinais esperados, são as seguintes:

Log(BFq) = Logaritmo da quantidade de beneficiados do Bolsa Família, tal que:

0)(

)( <∂∂

BFq

GI ;

Log(BFv) = Logaritmo do valor total recebido pelos beneficiados do Bolsa Família, tal

que:

Page 29: Adba makarem da silva

29

0)(

)( <∂∂

BFv

GI ;

Log(PIB) = Logaritmo do PIB estadual a preços constantes que é uma proxy para a

renda estadual, tal que:

0)(

)(<

∂∂

PIB

GI.

Page 30: Adba makarem da silva

30

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS EMPÍRICOS

Os resultados apresentados nas Tabelas 1 e 2, a seguir, mostram que os

coeficientes estimados apresentam os sinais esperados. Os coeficientes estimados

do PIB estadual são estatisticamente significantes ao nível de 5%, apresentando

valores de aproximadamente –0,321 e –0,191, respectivamente. Isso significa que,

para cada 1% de aumento na renda estadual, o grau de informalidade reduz-se em

0,321% e 0,191%, respectivamente.

Os coeficientes estimados da quantidade de beneficiados pelo programa

Bolsa Família e dos valores recebidos pelos mesmos também são estatisticamente

significantes ao nível de 5% e apresentam os seguintes valores negativos: - 0,037 e

- 0,062, respectivamente. Dessa forma, para cada 1% de aumento nas variáveis BFq

e BFv, o grau de informalidade reduz-se em 0,037% e 0,062%, respectivamente.

Comparando-se os efeitos da renda estadual e das transferências do Bolsa

Família, percebe-se que o efeito do aumento da renda estadual é mais eficaz para

reduzir o grau de informalidade da economia.

Tabela 1 – Resultados Empíricos: Modelo de Efeitos Fixos Variável dependente: Grau de informalidade

Variáveis Coeficiente Desvio Padrão Estatística t Valor da Prob.

Constante

9.924596

0.648443

15.30528

<0.0001

LOG(PIB)

-0.321468

0.044310

-7.254972

<0.0001

LOG(BFq)

-0.037621

0.013676

-2.750988

0.0070

R2

0.978808

Estatística F

174.8530

R2 ajustado 0.973210 Prob(Estat. F) <0.0001 Fonte: Elaborada pela autora

Page 31: Adba makarem da silva

31

Tabela 2 – Resultados Empíricos: Modelo de Efeitos Fixos

Variáveis Coeficiente Desvio Padrão Estatística t Valor da Prob.

Constante

8.283419

0.813976

10.17650

<0.0001

LOG(PIB)

-0.191301

0.059835

-3.197110

0.0018

LOG(BFv)

-0.062084

0.014884

-4.171033

0.0001

R2

0.980496

Estatística F

190.3146

R2 ajustado 0.975344 Prob(Estat. F) <0.0001

Fonte: Elaborada pela autora

O Teste de Hausman rejeita a hipótese nula a um nível de significância de

5%, de forma que o modelo de efeitos é o mais adequado para ambos os casos.

Page 32: Adba makarem da silva

32

5 CONCLUSÃO

Esta dissertação teve como objetivo proceder à análise da eficiência do

programa Bolsa Família, do Governo Federal, como mecanismo capaz de causar a

redução do trabalho informal no Brasil. Nesse contexto, avaliou-se o quanto o PIB

das Unidades da Federação reduziu o grau de informalidade da economia e, como

política complementar, o quanto as políticas de transferências de renda para a

população de baixa renda contribuíram para diminuir a economia informal.

Quando os dados foram comparados, constatou-se que o efeito do aumento

da renda estadual é mais eficaz para reduzir o grau de informalidade da economia

do que o programa Bolsa Família. O coeficiente de elasticidade estimado médio dos

PIBs estaduais é aproximadamente três vezes superior ao coeficiente estimado do

valor do programa. Comparando os coeficientes dos PIBs estaduais com a

quantidade de benefícios do Bolsa Família, a diferença entre eles é de mais de oito

vezes.

Dessa forma, fica evidente que o Programa Bolsa Família não reduz o grau

de informalidade no Brasil, pois suas ações conseguem apenas ajudar algumas

famílias a complementar a sua renda. Independente de serem ou não beneficiárias

do programa, as famílias ainda optam pelo trabalho informal, vendo o recurso

ofertado pelo Governo apenas como mais uma contribuição para o pagamento de

despesas domésticas.

Diante do exposto, verificou-se que a solução ideal para a extinção do

problema da economia informal no Brasil seria a oferta de salários dignos para os

trabalhadores do sistema formal assim como a criação de mais postos de trabalho.

Além disso, seria necessário que todos os benefícios fossem pagos corretamente e

que as empresas investissem em seus funcionários, com o propósito de assegurar

uma mão de obra qualificada e, consequentemente, bem remunerada.

Page 33: Adba makarem da silva

33

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Page 35: Adba makarem da silva

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Page 36: Adba makarem da silva

36

ANEXO A – PIB Estadual a preços constantes

Quadro 2 – PIB Estadual a preços constantes de 2004 a 2008

UF 2004 2005 2006 2007 2008

AC 2662080 2824994,4 2870116,3 3230207,2 3483729,1

AL 2004 8910169,2 9348965,5 9977571,1 10081875

AM 20479982 21017463 23245851 23564565 24236929

AP 2598445,6 2748325,4 3122656,9 3376916,7 3501704,3

BA 53428687 57294494 57300392 61487390 62896851

CE 24906882 25796100 27488231 28223377 31109189

DF 47781263 50745328 53208806 56044614 60859175

ES 27170903 29758178 31331869 33835618 36167164

GO 32442989 31845188 33872450 36566660 38964817

MA 14596068 15965059 16990669 17723113 19922098

MG 119800777 121395176 127490652 135305340,1 146243004

MT 14258668,2 13643684,3 14450395,9 15769116,87 17156931,9

MS 24970962,1 23609850,3 20931003,4 23936848,19 27446620,9

PA 24026285 24652905,9 26340461,3 27761184,37 30291170,2

PB 10149143,8 10630083,3 11844279,5 12449655,33 13301441

PE 29733799,8 31459106,7 32944127,5 34909943,7 36462545

PI 6632193,37 7013271,05 7591988,42 7926704,158 8675923,99

PR 82716319 79827741,7 81102522,6 90607193,02 92796260,5

RJ 150621834 155662646 163450455 166412854,8 177642519

RN 10526166,7 11260804,6 12202438 12855534,21 13190050,3

RO 7607550,51 8119119,51 7781351,78 8412799,323 9259430,28

RR 1899167,19 2003486,36 2172841,63 2337546,139 2530866,66

RG 93118511 90881754,3 93101735 99037092,74 103267362

SC 52286762,1 53763622,4 55297418,1 58667430,36 63815395,6

SE 8220324,22 8461546,53 8978660,09 9474276,784 10120667,1

SP 434740625 458122388 476503213 506237251,8 519194510

TO 5592498,28 5709909,28 5701911,69 6221007,993 6776255,14 Fonte: IBGE, 2012.

Page 37: Adba makarem da silva

37

ANEXO B – Número de benefícios do PBF/dezembro

Quadro 3 – Programa Bolsa Família (PBF) – número de benefícios em dezembro

UF 2004 2005 2006 2007 2008

AC 28851 38908 53404 57354 55037

AL 214726 253745 339921 351402 347585

AM 104135 147266 204075 216487 222542

AP 10256 11429 26244 38505 39191

BA 838963 1067291 1391245 1411662 1372763

CE 572730 742454 882220 891418 870153

DF 41943 54159 85725 78294 76414

ES 120911 160836 191421 187927 171419

GO 135758 186866 259524 260368 245268

MA 380742 532126 706878 737539 729610

MG 756335 998011 1128261 1080823 992739

MT 32588 85098 114876 112212 102433

MS 82116 118663 136495 132798 121703

PA 259641 337694 506444 532755 528997

PB 273135 337001 406904 416863 410707

PE 518956 633500 860546 905919 881591

PI 217931 284297 366906 368612 360622

PR 308754 447186 452172 410885 367247

RJ 196330 302733 441667 494051 498378

RN 190116 240828 298643 302720 292522

RO 54942 68343 94953 97270 97270

RR 14522 17583 31850 32344 33622

RG 290660 398132 436169 410540 367631

SC 101247 141744 139098 134704 118648

SE 113147 154332 189304 187470 179875

SP 657099 863799 1114328 1085233 974803

TO 55305 76421 106537 106921 103582 Fonte: IBGE, 2012.

Page 38: Adba makarem da silva

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ANEXO C – Valor total do PBF/dezembro

Quadro 4 – Programa Bolsa Família (PBF) – valor total dos benefícios em dezembro

UF 2004 2005 2006 2007 2008

AC 2082680 2639743 3613324 4701437 5205382

AL 15267302 17000052 21879095 27203068 30525756

AM 7786036 10384571 14238511 18191833 21532020

AP 737502 799585 1795756 3203728 3835505

BA 58927705 71409768 91941563 111384233 122182634

CE 40617841 49486288 57467000 69353410 76775782

DF 2303475 2990953 4820137 5218316 5736920

ES 7500572 9425868 10940628 12892200 13395082

GO 7968297 10271952 14085610 17332445 18769772

MA 28307445 37609150 49767342 62198866 69954216

MG 48149162 59605746 65684111 74869638 78443005

MT 2198575 4781965 6469076 7770423 8182457

MS 5070141 6810707 7719999 9170471 9619364

PA 18796330 23596402 35698177 45256488 51495599

PB 19243076 22484021 26791484 32893911 36640022

PE 35478038 41111877 55834607 70427946 77558086

PI 15777799 19333052 24644594 29522501 32655020

PR 18042936 24459496 24861645 27094213 27669117

RJ 12666225 18261466 26228211 35436711 40864635

RN 12917442 15376636 18580200 22531597 24943935

RO 3537964 4233565 6124750 7534251 8114919

RR 1014268 1230042 2251533 2671482 3296687

RG 17838054 23184507 25457032 28932782 29505953

SC 6188142 8105341 7836577 8997048 9109980

SE 7996762 10196673 12708348 15147787 16590122

SP 39653479 49767031 62663336 73142557 74380199

TO 3803357 4829070 6599166 8027356 8917728 Fonte: IBGE, 2012.

Page 39: Adba makarem da silva

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ANEXO D – PIB Estadual: valor adicionado a preços c onstantes

Quadro 5 – PIB Estadual– valor adicionado a preços constantes – var.(%)

UF 2004 2005 2006 2007 2008

AC 7,38496554 6,69819381 4,58575757 6,293855713 6,63311803

AL 4,50184752 4,27116899 3,96170913 4,106376817 3,94594605

AM 10,3768195 9,66797254 2,33668621 4,470596815 4,18288311

AP 7,93686132 5,79562235 5,58474369 5,041443397 2,78408458

BA 9,4509422 4,60662186 2,35531426 5,204006059 4,97670065

CE 4,82446611 2,70468581 7,89946451 2,930571625 8,2395424

DF 4,95609781 4,7131724 5,14637364 5,475831204 3,42723272

ES 5,76265296 4,00693712 7,16982459 7,474188651 7,32434524

GO 5,00252765 3,96101185 2,71620468 5,28209621 7,65675694

MA 9,00106647 7,09087704 4,79085822 8,760979825 3,907603

MG 5,91778312 3,82407274 3,54922533 5,285171793 4,97656854

MT -2,1573447 3,05782078 4,94807786 6,645274064 5,78219447

MS 16,080113 5,11586545 -5,0853666 11,35023414 7,25653846

PA 7,20361193 4,05072267 6,704308 1,995472092 4,61940932

PB 2,73493988 3,40914227 6,39275359 1,928989118 5,24120066

PE 4,18761982 3,8204739 4,71312685 5,028310978 4,91852596

PI 5,86205827 4,54579203 5,37580582 1,802195745 8,54296106

PR 4,7209903 -0,26208172 1,90230099 6,602158828 3,98142289

RJ 3,31825159 2,72511494 3,69358878 3,339163924 3,54908531

RN 3,64870562 3,59337534 4,63838285 2,432490982 4,12032355

RO 9,14622508 4,37924548 2,93009166 4,732299171 2,21112463

RR 5,80854561 4,23038469 5,80049367 2,33304651 7,25455731

RG 3,09525529 -2,99577533 4,84528326 6,252726458 2,35782173

SC 7,416001 1,41129153 2,33275537 5,742083886 2,60831362

SE 6,6201515 5,20388923 3,76339175 6,077256529 2,40524295

SP 5,92876595 3,44051532 3,64029373 7,14032206 5,45630541

TO 7,48716206 6,92887668 2,53381462 4,334873327 5,56629394 Fonte: IBGE, 2012.