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BIBLIOGRAFIA
VEYNE, P. Acreditavam os gregos em seus mitos. Lisboa: Edições 70, 1983.
Princípio
- Programas de verdade
- Existem diversas formas de experimentar a verdade.
- Os critérios usados para separá-la da falsidade variam com o tempo.
- Ex.: a História. Até o começo da Idade Moderna, a tradição e aparência de
imparcialidade do historiador eram a fonte de credibilidade histórica. Não se
costumava a citar as fontes.
Os gregos e os mitos
- Os mitos contam coisas maravilhosas acontecidas em uma outra era, antes da
História. Os gregos acreditam nos mitos, mas não consideram que esses
eventos maravilhosos possam acontecer na nossa era.
- Os gregos acreditavam nos mitos porque não estavam sob o programa de
verdade da investigação histórica.
- Acreditavam nos mitos em seus aspectos gerais, pois os detalhes podiam ser
alterados pelos poetas.
- O conhecimentos das narrativas míticas não vem de uma revelação, mas
daquilo que dizem; alguns acreditavam nessas histórias, outros adotavam uma
atitude de indiferença (é o que dizem); outros, os tratavam como uma hipótese
possível, pensando ser difícil saber a verdade do que aconteceu em eras tão
recuadas; outros, passaram a criticar essas tradições.
A crítica dos mitos na Grécia
- Quando surgem a História e a Filosofia, aparecem novas modalidades de
discurso sobre o mundo que não o mitológico. Com isso, ele perde o monopólio
cultural e pode ser criticado.
- Os filósofos os criticam por serem imorais ou irracionais. Os historiadores por
falarem de coisas fantásticas que não acontecem nos dias de hoje.
- Mas a crítica dos mitos nunca os pensa como uma falsidade completa.
- Os historiadores tentam expurgar os elementos fantásticos para encontrar sua
verdade.
- Os filósofos tentam pensar os deuses de uma maneira mais elevada e assim,
passam ou a criticar os mitos, como Platão, ou a considerá-los alegorias (como
os estoicos e neoplatônicos).
- A crítica aos mitos, assim, não é sintoma de impiedade; é a descrença nos ritos
e oráculos que a caracterizam. Pausânias é um homem piedoso. Cícero, ao
ridicularizar os oráculos, nem tanto.
Correntes e pensadores
- Píndaro: rejeita mitos incríveis, como o de Tântalo e Pelops.
- Xenófanes: contra o antromorfismo de Homero e as ações condenáveis dos
deuses.
- Teágenes de Régio (séc. VI a.C.): os deuses representam faculdades humanas
ou forças naturais.
- Evêmero (séc. III a.C.), Historia sacra, os deuses são antigos reis divinizados.
- Crisipo: os deuses são princípios físicos e éticos.
- Heráclito (I d.C.), Quaestiones Homericae: interpretações alegóricas.
Quando se deixou de acreditar nos mitos
- Mesmos os filósofos que não acreditavam nos mitos e os cristãos que os
combatiam não deixavam de acreditar na existência dos herois da mitologia.
Também Bossuet parecia acreditar neles.
- Os cristãos não negam os mitos, mas os combatem, considerando-os indignos.
- Alguns cristãos adotam o evemerismo; outros, consideram os deuses como
demônios.
- Mas deixa-se definitivamente de acreditar nos mitos no iluminismo. Fontenelle,
que acreditava não haver nenhuma verdade nos mitos.
- No século XIX, essa era a concepção mais comum. H. Schliemann vai contra
ela e descobre Troia. Ainda no século XIX, os românticos retomam a ideia do
mito como um símbolo que expressa verdades profundas. No século XX, Jung
toma os mitos como arquétipos constituintes da psique humana.