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Acidentes e Doenças dos Trabalhadores da Construção Civil

Acidentes e Doenças dos Trabalhadores da Construção Civilcerestijui.com/arquivos/M_dicas.pdf · No Brasil, já no início da década de 70, quando as atenções se voltaram para

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Acidentes e Doenças dos

Trabalhadores da Construção

Civil

A Indústria da Construção é um dos ramos de

atividade mais antigos do mundo, em que desde

quando o homem vivia em cavernas até os dias

de hoje passou por um grande processo de

transformação, seja na área de projetos, de

materiais, de equipamentos, seja na área de

pessoal.

O segmento da construção é determinante para o

desenvolvimento da economia brasileira. No ano de 2006, o

setor foi responsável por 4,68% do Produto Interno Bruto -

PIB nacional e ocupou 5.741.064 pessoas segundo dados do

IBGE (PNAD, 2006).

A Indústria da Construção é um dos setores de atividade

econômica que mais registra acidentes de trabalho e onde o

risco de acidentes é maior. De acordo com as estimativas da

Organização Internacional do Trabalho - OIT, dos

aproximadamente 355 mil acidentes mortais que acontecem

anualmente no mundo, pelo menos 60 mil ocorrem em obras

de construção (Dias, 2005).

No Brasil, já no início da década de 70, quando as

atenções se voltaram para a construção da Ponte Rio-

Niterói, o país conquistou o triste recorde de detentor

da maior taxa mundial de acidentes fatais na

construção civil (PROTEÇÃO, 2005).

Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal, ou

seja, trabalhadores inscritos na Previdência Social,

havia se acidentado, e isso foi a pior marca na história

acidentária do Brasil.

A proporção dos acidentes notificados em

relação ao número de trabalhadores segurados

identifica uma queda vertiginosa na incidência

dos acidentes do trabalho no país. Em 1970,

ocorriam 167 acidentes para cada grupo de

1.000 trabalhadores; em 1980, esta relação

reduz-se a 78 por 1.000; em 1990, a 30 por

1.000 e em 2.000 para 16 por cada 1.000

trabalhadores.

O setor possui algumas características que desafiam a

melhoria das condições de Segurança e Saúde do

Trabador: - transitoriedade de processos e instalações;

- opera sob intensa pressão de tempo e custos;

- emprego intensivo de mão-de-obra;

- precariedade na contratação de trabalhadores;

- terceirização;

- excesso de jornada de trabalho;

- baixa qualidade de vida nos canteiros de obras

- pouco investimento em SST e formação profissional.

Por décadas, as causas acidentárias têm sido agrupadas em

duas categorias básicas: Condições Inseguras e Atos

Inseguros, forma simplista e insuficiente para a efetiva

compreensão da problemática.

As análises das causas de acidentes de trabalho sob a

dualidade de condições e atos inseguros encontram-se

superada pelos estudiosos da segurança e saúde no trabalho,

que desenvolveram várias correntes ou teorias abordando a

questão de forma mais abrangente como o método de análise

de árvore de causas.

Em pesquisas realizadas por Araújo (2002), a autora cita

que o custo de implementação da NR-18 (Brasil, 1995) não

ultrapassa 1,5% do custo total da obra, porém, em

contrapartida um canteiro bem organizado e planejado pode

levar a uma economia de 10%.

De acordo com Barkokébas Jr. et al (Proteção, 2007), a

implementação das diretrizes sobre sistemas de gestão de

Segurança e Saúde no Trabalho – ILO-OSH 2001

(FUNDACENTRO, 2005) em uma empresa de grande porte,

apresentou a redução de 97% nos riscos de acidentes de

trabalho. Segundo os autores, o passivo trabalhista da empresa

que em 2003 atingiu a cifra de R$ 305 mil, em 2005 chegou a

R$ 18 mil, o que confirma a eficácia dos investimentos para a

implementação de sistemas de gestão.

Saúde-Doença e suas relações com

o Trabalho

“Os trabalhadores apresentam um viver, adoecer

e morrer compartilhado com o conjunto da

população, em um dado tempo, lugar e inserção

social, mas que é também específico, resultante

de sua inserção em um processo de trabalho

particular.”

Ramazzini (1700) – As doenças dos trabalhadores

“É forçoso confessar que ocasionam não poucos danos aos artesãos,

certos ofícios que eles desempenham. Onde esperavam obter recursos

para sua própria manutenção e a da família, encontram graves doenças e

passam a amaldiçoar a arte à qual haviam se dedicado.”

CAT – Estatística de 2010 no Brasil

414.824 Acidentes de Trabalho

94.789 Acidentes de Trajeto

15.593 Doenças

176.290 NTE

Total = 701.496

2.712 óbitos

Fonte DATAPREV

CAT – Estatística de 2010 no RS

30.974 Acidentes de Trabalho

6.724 Acidentes de Trajeto

1.026 Doenças

17.772 NTE

Total = 58.237

152 óbitos

Fonte DATAPREV

Anuário Estatístico da Previdência Social 2010

701.496 acidentes de trabalho

(733.365 - 2009)

94.789 acidentes de trajeto

(90.180 - 2009)

2712 mortes decorrentes de acidentes de trabalho

(2560 – 2009)

38

24

22

12

118

0 20 40 60 80 100 120 140

Agricultor/agropecuario/tratorista agrop

Motoristas

Construção Civil/Carpinteiro

Metal/mecânico

Outras causas

Número de óbitos

Ocu

pa

ções

Distribuição dos óbitos relacionados ao trabalho por ocupação, SIM, 2011 (n 214)

12

4

1

1

1

1

1

1

Queda

Choque elétrico

Elevadores e instr transm

Impacto obj lançado

Maquinário

Capotamento de veículo pesado

Acidente

Atropelamento

Número de óbitos

Ca

usa

ba

se

Número de óbitos envolvendo a construção civil por causa base, SIM, 2011 (n 22)

0

2

4

6

8

10

12

0 a 13

anos

14 a 15

anos

16 a 17

anos

18 a 19

anos

20 a 29

anos

30 a 39

anos

40 a 49

anos

50 a 59

anos

60 a 69

anos

70 a 79

anos

mer

o d

e ó

bit

os

Faixa etária

Número de óbitos envolvendo a construção civil por faixa etária, SIM, 2011 (n 22)

Distribuição dos agravos notificados no SIST em 2011, por

sexo

74%

26%

MASC

FEM

Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador – 2011

Notificações: 34.278 casos notificados

Doenças 1861 (5,4%)

Acidentes 32417 (94,6%)

Distribuição dos agravos notificados no SIST em

2011, por ramo de atividade econômica

5976

5285

3590

2989

2108

2077

1061

815

734

482

421

Metalúrgico

Agropecuário

Construção Civil

Saúde

Comércio

Alimentação

Química

Mobiliário

Coureiro-calçadista

Transporte

Educação

Desfecho

CNAE Total Acompanhamento ambulatorialAcompanhamento especializadoAlta Alta a pedidoCura com sequelasEvasão(Fuga)InternaçãoÓbito Outro

Total 34780 16662 2523 14272 6 118 6 338 114 741

PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO 17 5 4 5 1 2

Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operá 1 1

alvenaria e reboco 69 32 9 26 2

Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros Prod 11 2 1 8

construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambie 11 5 1 3 2

Fabricação de Cimento 1 1

fabricação de esquadrias de metal 209 90 15 101 1 1 1

fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem e pav 6 4 1 1

instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e 16 4 12

instalações elétricas 143 70 7 59 1 2 4

instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de p 23 8 1 12 1 1

Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção 170 77 15 70 1 1 2 1 3

Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica 15 6 2 6 1

Obras de Instalações 47 24 3 19 1

obras de outros tipos 216 65 21 116 3 11

obras de urbanização e paisagismo 33 15 1 17

outras obras de instalações 117 54 15 44 3 1

outros serviços auxiliares da construção 559 191 41 312 1 7 3 4

Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil 431 263 18 141 1 4 2 2

Demolição e preparação do terreno 8 5 1 2

edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serv 1341 801 86 407 1 19 10 17

fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, t 322 54 37 227 3 1

perfurações e execução de fundações destinados a construção 115 51 11 48 1 1 3

3881 1827 290 1637 2 5 1 43 23 53

Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundo desfecho, 2011

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Acompanhamento ambulatorial

Acompanhamento especializado

Alta

Alta a pedido

Cura com sequela

Evasão

Internação

Óbito

Outros

Agravos n 3881

Des

fech

o

Agravos com CNAE relacionados à construção civil notificados no SIST por desfecho, 2011

Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundotipo de agravo,

2011

Tipo Agravo

CNAE Total OutrDoenças Acid graves e fataisExposição mat biolOutros AcidentesDermatosLER/DORTPAIR PneumocoTranstor Acidente Doença

Total SIST 34780 306 1209 283 5579 6 279 5 5 16 25718 1374

PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO17 1 5 11

Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operá1 1

alvenaria e reboco 69 1 4 21 43

Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros Prod11 11

construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambie11 1 10

Fabricação de Cimento 1 1

fabricação de esquadrias de metal 209 1 1 59 1 146 1

fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem e pav6 2 2 1 1

instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e16 6 10

instalações elétricas 143 2 26 111 4

instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de p23 1 4 18

Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção170 1 167 2

Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica15 1 14

Obras de Instalações 47 1 45 1

obras de outros tipos 216 1 9 1 51 1 150 3

obras de urbanização e paisagismo 33 1 10 22

outras obras de instalações 117 1 7 23 1 84 1

outros serviços auxiliares da construção 559 1 21 117 3 398 19

Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil431 2 420 9

Demolição e preparação do terreno 8 1 3 2 2

edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serv1341 1 52 237 5 2 1021 23

fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, t322 3 69 3 245 2

perfurações e execução de fundações destinados a construção115 2 7 33 72 1

3881 8 114 2 669 0 15 0 3 1 3003 66

1 12 67

1375

972

825

484

108 21 13

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

5 a 13

anos

14 a 15

anos

16 a 17

anos

18 a 29

anos

30 a 39

anos

40 a 49

anos

50 a 59

anos

60 a 65

anos

66 a 70

anos

mais de

70 anos

Ag

rav

os

Faixa etária n3881

Agravos com CNAE relacionados à construção

civil notificados no SIST por faixa etária, 2011

59% 26%

5%

2% 5%

3%

Agravos com CNAE relacionados à construção

civil notificados no SIST por vínculo, 2011

Celetista

Autônomo

Trabalhador informal

Funcionário público

Outros

Ignorado

n 3881

RISCOS ERGONÔMICOS

decorrem da organização e gestão do trabalho, utilização de

equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, levando a

posturas e posições incorretas, esforço físico intenso, levantamento

e transporte manual de peso, más condições de iluminação e

conforto, trabalho em turnos, esforço físico e visual, a

intensificação e prolongação da jornada, a monotonia ou ritmo

excessivo, fragmentação e perda do caráter intelectual do trabalho,

a intensidade e cobrança por produtividade, a pressão da chefia, o

medo de perder o emprego, e outras situações causadoras de stress

físico e/ou psíquico.

Pela própria natureza das atividades da construção, elas são

problemáticas em termos ergonômicos:

as atividades de execução de pisos e forros requerem

trabalhos abaixo da altura dos joelhos e acima do nível dos

ombros - que são ergonomicamente inadequadas.

RISCOS ERGONÔMICOS

Para a solução dos problemas ergonômicos na

Indústria da Construção, propõem-se: que as cargas

tenham seus pesos limitados; escadas, rampas,

bancadas e prateleiras passem por manutenções e

sejam adaptadas às condições dos trabalhadores;

adequação dos procedimentos de carga e descarga

de materiais, a mecanização de alguns processos de

maior risco, entre outros.

Riscos de Acidentes ou

Mecânicos

Riscos de acidentes ou mecânicos: arranjo físico

inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção,

ferramentas inadequadas e defeituosas, iluminação

inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio

ou explosão, armazenamento inadequado, animais

peçonhentos e outras situações de risco que poderão

contribuir para a ocorrência de acidentes.

Riscos de Acidentes ou

Mecânicos

O soterramento é a segunda causa de

acidentes fatais na Indústria da Construção

(FETICOM-SP, 2008), sendo que uma das

medidas importantes que devem ser tomadas é

o estudo geológico do solo e a execução de

escoramentos, conforme a NR-18 (Brasil,

1995).

Riscos de Acidentes ou

Mecânicos

O choque elétrico é a terceira causa que mais

provoca óbito na Indústria da Construção, sendo

que o dimensionamento das instalações elétricas

na maioria das obras é precário e não respeita os

requisitos mínimos de segurança.

CONTROLE DOS RISCOS

No desenvolvimento do PCMAT deve-se levar em

conta o comprometimento da direção da empresa

com o programa, através do estabelecimento de

políticas de Segurança e Saúde, de análise

criteriosa da antecipação e reconhecimento dos

riscos e do perfil da mão-de-obra, abordando

questões como o nível de conhecimento do

trabalhador na área de SST, os hábitos, costumes

locais e a escolaridade.

A análise da aplicação da NR-18 mostra que esta pode ser um

instrumento de gestão de segurança, saúde, higiene do trabalho

e qualidade de vida para os trabalhadores da Indústria da

Construção, proporcionando uma redução do número de

acidentes e doença do trabalho.

Contudo, em alguns aspectos a norma é limitada e não resolve

todos os problemas relacionados a Saúde do Trabalhador, não

abordando questões voltadas às relações do trabalho,

educação, qualificação dos trabalhadores, alimentação,

remuneração, precarização dos contratos de trabalho e

terceirização, que são fatores fundamentais para que haja uma

interação harmoniosa do trabalhador com a produção no

canteiro de obras.

Como são classificadas as doença

relacionadas ao trabalho?

Grupo I: doenças em que o trabalho é causa necessária, são as chamadas doenças profissionais (silicose, intoxicações etc...)

Grupo II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco contributivo, são aquelas mais freqüentes ou mais precoces em determinadas ocupações (HAS, câncer, varizes, LER/DORT)

Grupo III: doenças em que o trabalho é provocador de distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida (asma, dermatite, doenças mentais)

LER/DORT

As LER/DORT abrangem quadros clínicos do sistema

músculo-esqueléticos adquiridos pelo trabalhador

submetido a determinadas condições de trabalho

São enquadradas nas chamadas doenças do trabalho ou

relacionadas ao trabalho (classe II de Schilling), nas

quais não se identifica apenas um agente causal, mas

vários, entre os quais os laborais

Em 1700 Ramazzini descreveu afecções músculo

esqueléticas entre os escribas, atribuindo-as a três fatores

básicos: vida sedentária, movimento contínuo e repetitivo

da mão e atenção mental para não manchar os livros

No Brasil a primeira referência oficial destes agravos foi

feita pela Previdência Social, com a terminologia a

Tenossinovite do Digitador, através da portaria nº 4.062 de

06/08/87

Em 1993, o INSS publicou sua Norma Técnica para

avaliação para LER

Em 1998, o INSS revisa a sua Norma Técnica e altera o

nome de LER para DORT

- repetitividade de movimentos;

- manutenção de posturas inadequadas por períodos prolongados;

-trabalho muscular estático;

- pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo;

- impactos, vibração e frio;

- fatores organizacionais e psicossociais (exigência de ritmo intenso, pressão e autoritarismo das chefias, conteúdo das tarefas/ivariabilidade, avaliação de desempenho baseada em produtividade, insegurança, desemprego.

FATORES DE RISCO

LOMBALGIA

Vários estudos têm mostrado ser a atividade de construção civil

aquela que possui uma das maiores incidências de lombalgia (Marçal,

2006).

Estudo realizado na Dinamarca observou que um grande número de

trabalhadores envolvidos nesta atividade são portadores de lombalgia,

onde o levantamento e carregamento de peso foram relatados como

principais fatores de risco.

Na Finlândia, foi observada uma maior incidência de lombalgia

entre os trabalhadores da construção civil, que era três vezes mais alta

que a dos funcionários administrativos.

Nos EUA, a prevalência de lombalgia entre a população de

trabalhadores da construção foi demonstrada como sendo mais alta do

que em qualquer outro grupo ocupacional.

A lombalgia está associada a múltiplos fatores de risco pessoais e

ocupacionais. Dentre os fatores de risco pessoais, podemos destacar a

idade, sexo, peso corporal, altura, discrepância entre os membros

inferiores, alcoolismo, tabagismo, stress, depressão.

Destacam-se entre os fatores de risco ocupacionais o trabalho

repetitivo, trabalhar longos períodos de tempo assentado, grau de

satisfação no trabalho, anos de emprego em determinada área, ações de

empurrar e puxar, quedas, posturas de trabalho estáticas, tarefas onde há

vibração em todo o corpo, movimentos frequentes de flexão e rotação do

tronco, levantamento e carregamento de objetos pesados.

Sintomas e sinais mais comuns:

dor, desconforto, fadiga, sensação de peso e cansaço,

formigamento, dormência, perda de força, edema e

enrijecimento articular, choque, falta de firmeza nas mãos,

sudorese excessiva, alodínea, alteração do sono, dificuldade de

exercer as atividades laborais e domésticas/vida diária

TRATAMENTO

• Medicamentos

• Fisioterapia

• Acupuntura

• Infiltração/Cirurgia

• Afastamento do trabalho ou da atividade de risco

PREVENÇÃO

A Ergonomia, sistemática e rigorosamente utilizada, permite transformar as situações de trabalho, adaptando-as às possibilidades e capacidades do trabalhador

As intervenções ergonômicas devem ser negociadas e planejadas a curto, médio e longo prazos, com a participação da gerência da empresa, da CIPA, do Sindicato, dos trabalhadores e dos técnicos do SESMT

POEIRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

• Doença pulmonar intersticial (Pneumoconioses:

silicose, asbestose, siderose)

•Doenças de vias aéreas (rinite, asma, DPOC)

•Doenças alveolares

•Câncer de pulmão

DOENÇAS RELACIONADAS

AO ASBESTO

ASBESTOSE

MESOTELIOMA

PLACAS PLEURAIS

CÂNCER DE PULMÃO

ALTERAÇÕES FUNCIONAIS

TETO DO CINEMA - RIO DE JANEIRO

(ANTES DE INICIAR A REMOÇÃO)

Lei Federal 9.055 de 01/06/95:

Disciplina a extração, industrialização, utilização,

comercialização e transporte do amianto.

Lei 11.643 de 21/06/01:

Proíbe produção e comercialização de produtos à base de

amianto no RS a partir de junho/04 (produção) e junho/05

(comércio)

Portaria SES nº 46/2002:

Aprova o Protocolo de Vigilância da População e dos

Trabalhadores expostos ao Amianto no RS

ADIN nº 3357:

Ajuizada pela CNTI contra a Lei 11.643 de 21/06/01

Resolução CONAMA nº 348 de 16/08/04:

Altera a Resolução CONAMA nº 307 de 05/07/02,

incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos

e define critérios da gestão dos resíduos da

construção civil.

RUÍDO NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

Vias de Exposição aos Agentes

Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho

EMPRESA: E3

NOME: J.S. FUNÇÃO: Mecânico

IDADE: 43 TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos

OUVIDO ESQUERDO OUVIDO DIREITO

dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz

-10 -10

0 0

10 10

20 20

30 30

40 40

50 50

60 60

70 70

80 80

90 90

100 100

110 110

120 120

Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho

EMPRESA: E3

NOME: C. R. S. FUNÇÃO: Tecelão

IDADE: 43 TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos

OUVIDO ESQUERDO OUVIDO DIREITO

dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz

-10 -10

0 0

10 10

20 20

30 30

40 40

50 50

60 60

70 70

80 80

90 90

100 100

110 110

120 120

Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho

DERMATOSES

OCUPACIONAIS

Dermatite ocupacional na construção civil

• O cimento é um ligante hidráulico obtido a partir da

moagem do clínquer ( calcáreo+argila+gesso) cozido a

altas temperaturas. Adiciona-se água tornando-o

pastoso e posteriormente endurecido com a secagem. É

misturado com cal, areia e pedras, formando

argamassa e concreto. São adicionados substâncias

para melhorar suas características (aceleradores,

anticoagulantes, antioxidantes, corantes, fungicidas,

impermeabilizantes,...)

Dermatite ocupacional na construção civil

• Comumente do tipo irritativa

• Acomete principalmente mãos e pés

• Podem ocorrer: dermatite irritativa de contato,

queimadura , hiperceratose, paroníquias, conjuntivite

e ulceração de córnea

Dermatite ocupacional na construção civil

Dermatite de contato irritativa

• A alcalinidade do cimento atua sobre o tegumento

exercendo efeito irritante sobre a camada córnea e o

manto lipídico ( poder oxidante do cimento úmido é

responsável pela ação irritante).

• Forma lesões secas, fissuradas, exulceração

• Piora em regiões que sofram pressão e atrito

Dermatite ocupacional na construção civil

Dermatite alérgica de contato

• Geralmente causada pelos contaminantes do cimento

(cromo e cobalto)

• Lesões eczematosas e muito pruriginosas

Hiperceratose plantar pode ocorrer em decorrência do

uso de bota.

• Sarna dos pedreiros (pó de cimento e suor)

Dermatite ocupacional pela exposição à borracha

• As lesões são mais comuns em tecidos lesados, em

áreas de atrito, pressão e sudorese.

• Os agentes da borracha se ligam à epiderme e

desenvolvem reação imunológica.

Dermatite alérgica de contato

(DAC). Pedreiro apresentou

irritação devido ao contato com a

massa de cimento. Nos dedos

irritados, ele usou dedeiras de

látex por uma semana,

desenvolvendo eritema, edema e

vesiculação no local.

Dermatite alérgica de contato

(DAC). As lesões atingiram mãos e

antebraços do pedreiro, que usava

luvas de borracha sobre a pele

previamente irritada. Os

componentes da borracha podem

causar alergia e agravar estas

lesões.

Fonte: Salim Amed Ali

Dermatite alérgica de

contato (DAC) pela

borracha em servente de

pedreiro. Note a onicólise

nos háluxes.

Dermatite alérgica de contato

(DAC) em pedreiro devido ao

uso de botas de borracha sobre

os pés irritados..

Fonte: Salim Amed Ali

Dermatite irritativa de

contato forte (DICF). Note o

processo eczematizado severo

no hálux direito, com

ulceração e necrose tecidual.

Este quadro irritativo ocorre

após algumas horas de

contato com o cimento, no

qual há atrito ou pressão da

sandália de borracha.

O operário

trabalhou cerca de

três horas,

preparando a massa

de cimento e

levando-a até o

pedreiro.

Fonte: Salim Amed Ali

O dorso das mãos é geralmente o

local mais afetado pelo contato com

o cimento úmido. Observe a

dermatite irritativa de contato

(DIC) em fase subaguda, e, ainda,

discreta onicólise, devido a possível

traumatismo ungueal, que

interrompe o crescimento da unha

Servente de pedreiro em contato direto

com a massa de cimento por causa do uso

de sandálias de borracha, inadequadas ao

trabalho. Ao fundo, outro pedreiro

mantém joelhos em contato com o

cimento úmido, ficando sujeito a

processos irritativos.

Fonte: Salim Amed Ali

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