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A Zona De Orion
A Zona de Orion
As antigas cidades estrelares do sudoeste americano
(tradução do artigo sobre o livro homónimo de Gary A. David
publicado na revista 5000 Ans d'Hystoire Mystérieuse (5000 anos
de história misteriosa, revista francesa) de Março de 2010)
Pela sua orientação específica, este modelo sideral e a sua
projecção terrestre no deserto do Arizona encerram igualmente
informações sobre os vários pontos de nascer e pôr do sol,
conforme os solstícios de Verão ou Inverno.
De forma surpreendente, a configuração astro-terrestre compreende
também um número de constelações contíguas, por outro lado o
fluxo de energia da linha LEY, a mais longa de uma série de
localizações de pueblos e de geóglifos que vão do sudoeste do
Colorado até a foz do rio Colorado, revela o sistema funcional de
“chakras” de Orion, projectadas sobre a Terra. Neste artigo vos
damos uma visão do todo das suas principais descobertas.
É um espectáculo magnífico ver Orion a subir no céu sobre o
horizonte a Leste, e tomar a sua posição dominante no meridiano
no Inverno. Também é surpreendente ver esta constelação se
desenhar na poeira vermelha do deserto do Arizona como uma
figura no céu nas aldeias Anasazi que foram construídas em
meados dos século XI até ao fim do século XIII.
O Céu olha em baixo para ver a sua imagem sobre a Terra; e esta
última olha para o alto, o seu reflexo no céu, esta união entre o
Terrestre e o Celeste.
Nesta mão gigantesca dos Black Mesa do Arizona que avançam em
leque desde do nordeste, em três grandes dedos rochosos atraem
logo a atenção, estes são os três Mesa dos Hopi, isolados nesta
paisagem desolada, mas brutalmente bela, onde há muito tempo os
nossos antepassados foram conduzidos.
Se nós viramos a nossa atenção sobre este “Centro do Mundo” nós
vemos claramente a correlação que existe aqui com a Cintura de
Orion, Mintaka é uma estrela dupla, é a primeira da tríade a
projectar o seu olhar no horizonte oriental, quando a constelação de
Orion começa a subir. Ela corresponde a Oraibi e a Hotevilla, sobre
o terceiro Mesa (aquele que está à oeste).
A antiga aldeia representa a mais antiga comunidade habitada de
forma contínua, de todo o continente; ela foi fundada no início do
século XII; cerca de 7 milhas (11 kms) para leste, na base do
segundo Mesa (o do meio), está a aldeia de Old Shungopovi
(conhecida originalmente pelo nome de Masipa, uma palavra
aparentada àquela da divindade Masau'u).
Se diz que os primeiros Anasazi se vieram estabelecer depois que a
Bear Clan (Clã do Urso) migrou para a região por volta de 1100 a.C.
O seu correspondente celeste é Alnilam, a estrela do meio da
cintura de Orion.
A cerca de sete milhas (11 kms) mais longe para leste, sobre o
primeiro Mesa (o do leste), estão de ponta a ponta, as aldeias de
Walpi, Sichomowi e Hano (Tewa) – a primeira foi fundada em 1300
antes da nossa era e corresponde a estrela tripla Alnitak , que é a
última das três estrelas da cintura de Orion a se elevar do horizonte.
Praticamente em pleno norte de Oraibi, à uma distância de 56
milhas (aprox. 90 kms), se encontra a ruína de Betatakin, no canyon
Tsegi, embora que esteja quatro milhas (6 kms.) abaixo exista a
ruína de Keet Seel.
Situadas no conjunto do Navaho National Monument, estes dois
habitats sobre falésia foram construídos nos meados do século XIII,
o seu homólogo sideral é a estrela dupla Rigel que forma o pé
esquerdo ou o joelho da personagem de Orion (nós representamos
Orion, visto de frente), em pleno sul de Oraibi, a cerca de 56 milhas
(90 km) estão as ruínas do Homol'ovi Ruins Park, um grupo de
quatro ruínas Anasazi construídas entre os meados do século XIII e
o início do século XIV e estes representam a estrela variável
irregular Betelgeuse ou ombro direito de Orion.
Quarenta e sete milhas (75 kms.) para sudoeste de Oraibi se
encontra a ruína original dos Sinagua, no Wupatki National
Monument rodeada por outras pequenas ruínas (Sinagua é o termo
arqueológico para designar um grupo duma cultura para designar
um grupo duma cultura semelhante aos Anasazi), datam do início
do início do século XII é o equivalente no céu, a estrela Bellatrix,
uma estrela fracamente variável que forma o ombro esquerdo de
Orion.
A cerca de 50 milhas (80 kms) a noroeste de Walpi, é a
embocadura do canyon de Chelly, onde se situa outro monumento
nacional; aqui e no extremo, no Canyon del Muerto, se encontram
um certo número de ruínas Anasazi que datam de meados do
século XI; Saiph, a estrela tripla que forma o pé direito ou o joelho
de Orion, corresponde a estas ruínas, cujas principais se chamam:
White House, Antelope House e Mummy Cave (gruta da múmia).
Ao noroeste de Wupatki/Bellatrix, a mão esquerda de Orion tem um
escudo levantado em direcção de numerosas pequenas ruínas do
Grand Canyon National Park, incluindo Tusayant , próximo de
Desert Wiew sobre o penhasco sul.
No sudoeste de Homol'ovi/Betelgeuse, a mão direita de Orion tem
uma maça por cima da sua cabeça, esta maça se atira através da
borda do Mogollon, e sob ela, as ruínas dos Hohokam, perto da
moderna cidade de Phoenix (os Hohokam formaram um grupo mais
antigo que os citados anteriormente, eles utilizaram a irrigação
como todos os métodos agrícolas em terreno seco)
Formando um triângulo com Meissa no ângulo superior e Phi-1/Phi-
2 Orionis na base, a cabeça de Orion, corresponde mais ou menos
as ruínas dos Sinagua no Walnut Canyon National Monument e
também algumas ruínas não muito longe dali.
Se representamos Orion não como um rectângulo, mas como um
polígono de sete lados, mais precisamente, um tipo de ampulheta
(evocando Cronos) ao lado dum triângulo cuja base repousa sobre
os ombros do gigante, nós vemos que as dimensões relativas do
Orion terrestre coincidem de forma desconcertante com as da figura
celeste. As distâncias aparentes entre as estrelas, tal como as
vimos na constelação (por oposição as verdadeiras distâncias em
anos-luz) e as distâncias entre estas importantes aldeias Hopi, ou
sítios de ruínas Anasazi/Sinagua, são demasiado semelhantes para
sugerir qualquer coisa que apenas o simples acaso que está aqui
em acção. Por exemplo, quatro dos vértices do polígono (A.-
Betatakin em Oraibi, B.- Oraibi em Wupatki, C. Wupatki em Walnut
Canyon de Chelly) estão directamente relacionadas, tanto que os
três vértices que restam, (D. - Walnut Canyon em Homol'ovi, E. -
Homol'ovi em Walpi e G. Canyon de Chelly sobre Betatakin) estão
ligeiramente desviados em largura em relação a constelação, cerca
de 10 milhas (16 kms) no caso de D e E e de 12 milhas (19 kms) no
caso de G (ver esquema 1)
(Esquema 1)
Ângulo Graus Diferença
AG Terra 65,37
AG Orion 71,19 5,82
BC Terra 132,6
BC Orion 130,77 1,83
CD Terra 84,31
CD Orion 100,07 15,76
DE Terra 97,79
DE Orion 95,65 2,14
FG Terra 56,17
FG Orion 64,23 8,06
Esta variação poderia-se dever em parte as alterações possíveis
das cartas astronómicas contemporâneas em relação as cartas
geográficas, ou as más percepções antigas das dimensões da
constelação em relação ao terreno; seria dada as exigências físicas
necessárias para a construção duma aldeia como a presença de
fontes de água ou de rios, não muito distribuídos pelo deserto, mas
de qualquer maneira há aqui uma correlação surpreendente, apesar
das pequenas anomalias no modelo global.
Como disse John Grigsby na sua apresentação da relação que
existe entre os templos de Angkor no Cambodja e a constelação do
Dragão: «Se é um acaso extraordinário, então é verdadeiramente
estonteante... Há margens para o erro humano na retransmissão de
uma constelação celeste num mapa e em seguida a transcrição
deste mesmo mapa sobre um terreno difícil e sobre centenas de
km2, sem poder-se fazer verificações desde do espaço». No nosso
caso, não tratamos de templos hindo-budistas, mas sim de
numerosas “cidades estrelares” no Arizona, por vezes separadas
umas das outras por mais de 50 milhas (80 kms).
Por outro lado, o “mapa” se encontra em realidade nas tabletes de
pedra atribuídas aos Hopi, no início da sua migração; esta
configuração geodésica foi influenciada, mesmo decidida em
específico por uma potência divina: Masau'u, deus da Terra, da
Morte e do Mundo Subterrâneo
Voltando mais uma vez ao esquema 1, nós vemos bem as
correspondências entre Orion na Terra e Orion no Céu e sem
dúvida que se trata mais do que uma simples coincidência, se usou
o programa informático Bersoft 1.0 de medição de imagens, nos
então podemos correlacionar em graus os ângulos precisos das
imagens digitais do esquema.
A correlação mais próxima que se encontra entre os ombros
esquerdo e direito (respectivamente BC e DE) do Orion terrestre e
do Orion celeste apenas com a diferença de dois graus entre os
dois pares de ângulos, e mais , os pés esquerdo e direito
(respectivamente AG e FG) estão nos limites de correspondência
reconhecível, com uma diferença de seis a oito graus; os únicos
ângulos que variam consideravelmente são aqueles que
representam a cabeça de Orion (CD), com uma diferença de mais
de 15 graus, entre o que se vê na Terra e o que se vê no
firmamento.
Mas se considerar todo o polígono, as divergências, não são assim
tão importantes para impedir uma correspondência global
verdadeiramente relacionada entre o Orion em cima e o Orion em
baixo.
Correlação dos solstícios com as aldeias
Um outro factor que rejeita o simples acaso no reflexo estrelar entre
o céu e a terra, é o posicionamento angular de Orion terrestre em
relação a longitude; na sua cosmologia, os Hopi colocam acento
nas direcções inter-cardeais (noroeste, sudoeste, sudeste e
nordeste), mais ainda que as direcções cardinais.
Os Anasazi não se podiam servir duma bússola, e num lugar dela,
contavam com os pontos do nascer e pôr do sol, bem como os dos
solstícios, estes lhes permitiam que se orientem-se; os Chefes do
Sol (tawa-mongwi, nos Hopi), faziam sempre as suas observações
do horizonte no nascer do sol, no leste à 22 de Dezembro, dia do
solstício de Inverno (azimute 120 graus), ou então do solstício de
Verão, 21 de Junho (azimute 60 graus), quando Tawa, o deus do
Sol começa a sua viagem para o Norte. Noutro ponto, eles
estudavam o por do sol, no oeste, a 21 de Junho (azimute 300
graus) até 22 de Dezembro (azimute 240 graus), quando Tawa vai a
vizinhança de Sipapuni (à leste da embocadura do pequeno rio do
Colorado), até aos montes San Francisco no sudoeste.
Alguns dias antes e depois de cada solstício: Tawa parece parar – a
palavra solstício significa literalmente «paragem do sol» - e repousa
na sua Tawaki (casa) de Inverno ou Verão; de facto a cerimónia de
Inverno, Soyal, é executada em parte para encorajar o sol a
completar o seu caminho e voltar ao país dos Hopi, em vez de
continuar em pleno sul... para finalmente jamais desaparecer.
Os pontos-chave do solstício sobre o horizonte que designamos por
graus azimutais: 60, 120, 240 e 300 (nesta latitude apenas
especificamente), se encontram o posicionamento das cidades
celestes Anasazi; por exemplo, se nós estamos a beira do terceiro
Mesa, perto da aldeia de Oraibi, no momento do solstício de
Inverno, nós observarmos o por do sol exactamente à 240 graus
sobre o horizonte, directamente em linha com as ruínas de Wupatki,
a cerca de 50 milhas de distância (80 km).
O sol desaparece atrás do pico Humphreys, a montanha mais alta
do Arizona, onde se situa o principal lugar santo, Katsinam (também
escrito Kachinas: os seres sobrenaturais e benfeitores e trabalham
como mensageiros espirituais). Incidentalmente, se prolongar para
sudoeste esta linha entre Oraibi e os Montes San Francisco, ela
cruza um pequeno pueblo chamado a Ruína do Rei, no grande vale
de Chino, que foi uma paragem no itinerário comercial que percorre
o rio Colorado (ver esquema 2).
Se a linha é prolongada para o sudoeste, ela cruza a confluência
dos rios Bill Williams e Colorado; ao contrário do que encontramos
em Wupatki, no solstício de Verão, nós vemos o sol a nascer
directamente sobre Oraibi, por detrás do terceiro Mesa, à 60 graus
sobre o horizonte e neste mesmo dia o vimos a se por à 300 graus
onde se situa o braço esquerdo do Orion terrestre.
E mais, desde Oraibi vê-se o sol no solstício de Verão a se por à 12
graus à norte de Sipapuni, sobre o rio Colorado, «o lugar da
Aparição» dos Hopi, vindos do Terceiro para o Quarto Mundo.
Se nos colocarmos sobre o bordo do Canyon de Chelly e se
olharmos não de alto em baixo no canyon, mas para o sudoeste,
logo ao pôr do sol no solstício de Inverno, o sol sobre o horizonte
apareceria, cerca de cinco graus ao sul da aldeia de Walpi sobre o
primeiro Mesa, esta linha prolongada para o sudoeste para além do
horizonte, cruza tanto a Sunset Crater como o Pico Humphreys.
Esquema 2
De novo, a relação angular recíproca entre os dois sítios de pueblo
continua o mesmo: assim desde de Walpi no nascer do sol no
solstício de Verão, o qual parece subir do canyon de Chelly, à 50
milhas (80 km) de distância, uma extensão desta linha para o
nordeste à 65 graus, atingindo finalmente um ponto no Novo México
perto da Salmon Ruin e da Aztec Ruin.
Uma linha do nascer do sol do solstício de inverno (120 graus),
traçada desde de Walpi e da Wilde Ruin, atravessa o Zuni Pueblo
(onde habita uma tribo estritamente ligada aos Hopi) e vai terminar
justamente ao sul do monumento nacional de El Morro.
Ao nascer do sol do solstício de inverno sobre os bordos do canyon
Tsegi, onde se encontram as ruínas de Betatakin e de Keet Seel, se
nós olharmos para o sudeste ao longo do Mesa negro, podemos
observar o sol a nascer por detrás do canyon de Chelly e do canyon
del Muerto, ele forma um ângulo de 120 graus sobre o horizonte
directamente por detrás da Antelope House, no último canyon
conhecido.
Uma extensão desta linha até ao Novo México cruza a ruína de
Casamero, e na mesma direcção no Canyon Tsegi, no primeiro dia
de Inverno, nós vemos o nascer do sol no azimute 240º sobre o
Grande Canyon, à mais de 80 milhas (128 km) para sudoeste.
Desde Tsegi, uma linha do por do sol no solstício de Verão de 60
graus cruza o Hovenweep National Monument , no sudeste de Utah
bem conhecido pela precisão arqueo-astronómica do seu solstício e
dos seus marcadores de equinócio; também desde Tsegi, uma linha
de por de sol de 300 graus cruza o Bryce Canyon, o Parque
Nacional e o Planalto Paunsaugung, no sul do Utah, onde cerca de
150 pequenas ruínas Anasazi e Fremont foram identificadas.
Se nós prosseguimos a nossa viagem de 112 milhas (180 km)
praticamente em linha recta, do Canyon Tsegi até Homol'ovi, o por
do sol será à 8 graus a sul de Wupatki, que está a 50 milhas (80
km) a nordeste de onde nós estamos; esta linha (designada por H
no esquema 1) entre Homol'ovi e Wupatki passa entre as Grand
Falls, uma catarata impressionante ao longo do pequeno rio
Colorado e da cratera de Roden, um cone vulcânico que o artista
James Turrell, transformou em escultura, depois ela acaba na ruína
de Tusayan, no bordo sul do Grande Canyon.
De novo desde da aldeia correspondente dos Wupatki, o sol no
solstício de Inverno nasce mesmo ao norte de Homol'ovi, que se
encontra a 128 graus azimutais em relação ao antigo sítio; esta
linha Wupatki – Homol'ovi prolongada para o sudeste passa mesmo
ao sul da Casa Malpais, e acaba a 10 milhas (16 km) ao sul das
habitações da falésia de Gila.
Desde Homol'ovi, uma linha de nascer do sol de solstício de Inverno
(120 graus) cai sete graus ao norte da Casa Malpais e três ao norte
da ruína de Raven Site, ambas se encontram a norte da cidade de
Springerville e desde de Homol'ovi ao por do sol no solstício de
Inverno (240 graus), o sol passa directamente de leste para oeste
pelas Sunset Mountains em caminho para a a ravina Mogollon; esta
linha de Homol'ovi prossegue em frente da Chavez Ruin do século
XIV, com as suas mil habitações, sobre o Mesa Anderson (em
dialecto Hopi: Nuvakwewtaqa – mesa que tem uma cintura de
neve), e continua ao longo do Palatkwapi Trail a volta do vale
Verde, para se findar perto da ruína de Clear Creek.
Se a linha do nascer do sol (60 graus) é prolongada de Homol'ovi
até ao Novo México, ela cruza a vizinhança do Canyon Chaco, que
praticamente pode ser a jóia de todos os sítios Anasazi no
sudoeste; neste modelo astro-terrestre, Chaco corresponde a Sírius
a a estrela mais brilhante do céu, situada na constelação Cão Maior
(Canis Major).
Neste esquema, cada aldeia está ligada pelo menos a outra por um
um ponto de nascer do sol no solstício ou por um ponto de por do
sol no horizonte; esta correlação fornece uma espécie de laço entre
a aldeia em si e os habitantes das outras numerosas aldeias “irmãs”
situadas pouco mais longe.
Mais isto reforça a consciência destas localizações divinamente
ordenadas das várias cidades celestes em baixo na Terra, não
apenas Masau'u/Orion que na sua linguagem geodésica podia
conectar o que está em cima com o que está em baixo, mas o que
Tawa também verificou esta configuração pelas suas medidas do
sol e do comprimento da curvatura de tutskwa ou Terra sagrada.
As Linhas de Não-Solstício, o Grande Sistema dos Chakras e da
Cerimónia Hopi do Solstício de Inverno
Além dos alinhamentos do solstício, um certo número de linhas
intrigantes, não ligadas aos solstícios estão presentes, elas
permitem corroborar o modelo aqui proposto no seu todo.
Como nós vimos a expor, um prolongamento da linha de solstício
entre Oraibi e Wupatki (respectivamente, a cintura e o ombro
esquerdo do Orion terrestre) termina sobre o rio Colorado, num
ponto onde começa uma pista que vai até ao leste ao território dos
Anasazi, na mesma, se a linha de não-solstício entre Walpi e
Homol'ovi (respectivamente, a cintura e o ombro direito) é
prolongada e ela vai cruzar o pulso da constelação e vai terminar à
cinco milhas (8 km) da importante ruína de Hohokam e do
observatório astronómico de Casa Grande Ruins National Park,
perto do rio Gila à 150 milhas (241 km) a sul; mencionamos também
que a extensão da linha de solstício Walpi – Canyon de Chelly (o pé
direito de Orion) que termina no sector Salmon Aztek Ruin; Uma
extensão da linha de não-solstício Oraibi – Betatakin (pé esquerdo
de Orion) nos transportaria no sector do Glen Canyon Nation
Recreation Area, à cerca de 50 milhas (80 km) para norte.
Desgraçadamente, centenas ou mesmo milhares de pequenas
ruínas Anasazi foram submergidas pela construção da barragem de
Glen Canyon e as poucas que restam só se podem alcançar de
barco.
Um outro alinhamento de sítios antigos de pueblos forma o grande
sistema dos chakras de Orion: ele indica a direcção do fluxo de
energia espiritual, desenham uma linha ao sudoeste de
Shungopovi/Alnilam, passamos à menos der 5 milhas (8 km) ao
sudeste de Roden Crater e de Grand Falls, sítios já mencionados
acima; prolongada para sudoeste, a linha chega não muito longe de
Ridge Ruin, atravessa a aldeia de Wirona e a fronte de Orion, a
saber, o Walnut Canyon National Monument, uma ruína Sinagua
significativa dos meados do século XII sobre os contrafortes dos
montes San Francisco.
Se a linha é prolongada um pouco mais, ela cruza o país das
rochas vermelhas de Sedona conhecido pelos seus vortexes com
propriedades electromagnéticas, depois passa pela pequena mas
magnífica ruína e sítio pictográfico de Palatki ou “Red House” bem
como pelo sítio maior de Honanki ou “Bear House”.
No Vale Verde, o vector que fez a plenitude da energia transita
directamente pelo Tuzigoot National Monument, uma ruína Sinaqua
importante do século XIII, com cem habitações colocadas numa
colina, num ponto provável de observação de estrelas.
A linha atravessa as Black Hills do Arizona, passa pela ruína
Emiliana recentemente descoberta no Lonesome Valley, cruza a
ruína Fritzmaurice, situada sobre o bordo do Lynx Creek no Prescott
Valley, continua pela pequena ruína de Lynx Creek sobre o topo
norte das montanhas Bradshaw, depois atravessa os limites norte
do deserto de Sonoran, passa perto de geoglifos no Arizona e na
Califórnia para no fim chegar a um ponto situado mesmo ao norte
da embocadura do rio Colorado, pode ser este o lugar donde os
antigos migrantes, sobre as canoas de junco, iam do terceiro ao
quarto mundo são provenientes desta região.
Se prolongar a linha de Shungopovi na outra direcção para o
nordeste, ela passa pela pelo Mesa Negro mesmo a sudeste de
Four Corners para finalmente acabar no Mesa Verde Park onde se
encontram os sítios principais dos Anasazi no sudoeste do
Colorado.
Nesta série de aldeias, nós descobrimos onze ruínas Anasazi ou
Sinagua, maiores ou menores, assim como um pueblo Hopi
perfeitamente alinhados sobre uma distância de mais de 275 milhas
(437 km), segundo a representação de Orion terrestre, a
distribuição aleatória é muito pouco provável, isto acrescenta a
possibilidade que Masau'u (ou um outro mensageiro entendido
como divino) determinou a sua posição.
Esta “linha Ley” forma um grande sistema de chakras que faz a
ligação e serve de condutor para fazer a energia universal ou
prânica, de (prana – sânscrito para energia universal) fluir desde
dos Mesa dos Hopi até as florestas sempre verdes dos Montes San
Francisco; mais precisamente, o Walnut Canyon simboliza o
Terceiro Olho ou a glândula pineal (palavra tirada etimologicamente
do latim pinus- pinho, pinhão).
Chegados a este ponto, podemos perguntar: Porque a
representação de Orion está colocada sobre a Terra com este
ângulo específico que encontramos em relação com a longitude ? A
linha de chakras já mencionada que vai em parte de
Shungopovi/Alnilam (a cintura de Orion) até Walnut Canyon/Meissa
(a cabeça de Orion) conta 231 graus azimutais em relação a
Shungopovi; a direcção azimutal do sudoeste à 225 graus.
O eixo para o Orion terrestre é assim à seis graus
nordeste/sudoeste; se nós estivéssemos em Shungopovi, pouco
tempo depois da meia-noite, há vários séculos, no momento do
solstício de Inverno e se nós olhássemos para o sudoeste, nós
veríamos a estrela do meio da cintura de Orion, planar sobre o
horizonte do sudoeste a uma altitude de 38 graus; precisamente à
1:15 H de 22 de Dezembro de 1100 da nossa era, Alnilam se
encontra a 231 graus azimutais.
Dito por outras palavras, se olhando desde da estrela do meio da
cintura do Orion terrestre, em direcção da sua cabeça situada nos
contrafortes dos Montes San Francisco, onde se vê o katsinam, nós
veríamos a constelação celeste a reflectir precisamente o ângulo da
configuração terrestre.
Mas qual o significado deste momento preciso onde a estrela do
meio da cintura de Orion se encontra a 231 graus ? No mesmo
momento onde nós observamos este espectáculo sideral “uma das
mais sagradas” cerimónias dos Hopi conhecida pelo nome de Soyal
tem lugar na câmara subterrânea que se chama kiva, mesmo
quando Orion passa no seu meridiano onde se pode ver
distintamente através do orifício; é agora “que Hotomkam (a cintura
de Orion) começa a descer pelo céu”; neste momento, uma figura
possante com os pés nus desce a escala do kiva, a personagem
está pintada com as pontas brancas que lembra as estrelas, sobre
os seus braços, pés, peito e costas; ele transporta um gancho sobre
o qual está uma espiga de grão negro, o milho de Masau'u,
representa o céu.
Uma crónica o identifica como Muy'ingwa, deusa da germinação
ligada a Masau'u, uma outra o chama “o homem estrelar”
aparentemente porque a sua roupa feita de quatro folhas de milho
branco representa uma estrela de quatro pontas, pode ser
Aldebaran na constelação de Touro.
Esta pessoa pega num aro coberto de pele de camurça e começa a
dançar, o seu “escudo de sol” está debruado de crina de cavalo e
atravessada por uma dúzia de penas de águia, a sua metade
inferior está pintada de azul, o seu quarto de círculo direito superior
está pintado de vermelho, e o seu quarto superior esquerdo está
pintado de amarelo.
Duas linhas negras para os olhos e um pequeno triângulo em baixo
para a boca estão desenhados sobre a metade inferior desta
imagem apreendida de Tawa, Alexandre Stéphane que foi
testemunha deste ritual em Walpi em 1891, notou que o sacerdote
estrelar bate com as mãos sobre o sipapu (o buraco no chão do
kiva que comunica com o Mundo em Baixo); é o sinal para começar
a parte mais importante da cerimónia.
Ela se passa mesmo depois da 1:00 h, no momento quando em
1100 da nossa era (quando os Hopi começaram a povoar os Mesa),
Orion se encontrava no azimute 231 graus.
Quando o ritmo da dança vai crescendo, o “homem estrelar” roda o
arco do sol muito depressa no sentido dos ponteiros do relógio a
volta dos pontos inter-cardeais, entre duas linhas de cantores: uma
a norte e outra a sul. Para citar A. M. Stephen, no meio destas
“oscilações loucas”, o homem tenta fazer o sol voltar para trás na
sua viagem para o sul.
“Todas estas danças, canções e rotações do sol são previstas pelas
posições mutáveis de três estrelas, Hotomkam, em cabeça; é este
que mantém tudo a funcionar antes do sol subir e de começar e o
seu périplo.”
Se isto era apenas um ritual solar, suponhamos que teria lugar ao
nascer do sol, mas ao contrário, a posição astral de Orion deveria
reflectir o local terrestre da constelação, que não estaria no lugar
antes que a primeira passaria no seu meridiano, é como dizer …
quando Hotomkam começaria a se levantar no céu.
Antes do nascer do sol, corredores-mensageiros são enviados para
os lugares santos, tanto aqueles que são de Masau'u (Orion) como
os de Tawa (Sol), afim de depositar pahos (plumas de pedra)
transportando oferendas aos dois deuses cuja interacção complexa
ajuda a assegurar o retorno cíclico das estações. É isto que faz o
mundo se manter em equilíbrio de um ano para o outro também.
Paralelos Egípcios Com o Orion do Arizona
No seu best-seller «The Orion Mystery» (O mistério de Orion),
Robert Bauval e Adrian Gilbert propuseram aquilo que se chama a
Star Correlation Theory (Teoria de Correlação Estrelar). Os co-
autores descobriram “o plano basal unificado” antigo, no qual as
pirâmides de Gizé representam a imagem da cintura de Orion.
Segundo a sua concepção, aqui descrita de forma breve, a Grande
Pirâmide (Kheops, em grego ou Khufu, em egípcio) representa
Mintaka, a pirâmide central (Khephren, em grego ou Khafre, em
egípcio) representa Alinlam e a pirâmide mais pequena (Mykérinos,
em grego ou Menkaure em egípcio) representa Alintak.
Em outro caso, duas pirâmides em ruínas – uma em Abu Ruwash
ao norte, e a outra em Zawyat Al Aryan ao Sul – correspondem
respectivamente a Saiph e a Bellatrix, tanto que três pirâmides em
Abusir, mais longe, a sul, correspondem a cabeça de Orion.
Bauval e Gilbert descobriram “o plano basal unificado” antigo, no
qual as pirâmides de Gizé representam a figura da cintura de Orion.
Bauval e Gilbert pensam também que as pirâmides de Dashour, a
saber a Pirâmide Vermelha e a Pirâmide de Degraus, representam
respectivamente Aldebaran e a estrela Epsilon de Touro, por outro
lado, estes esquema faz corresponder Leptópolis, a oeste de
Heliópolis para além do Nilo com Sírius, a estrela mais brilhante do
céu.
Como o co-autor Gilbert expõe no seu último livro: “Bauval afirmou
que a parte da Via Láctea que mais interessava aos Egípcios era a
região que iria da estrela Sírius até Touro, passando pela
constelação de Orion. Esta região do céu parece corresponder, pelo
menos, no espírito dos Egípcios à região da necrópole de Mênfis
(Memphis), é dizer à zona dos cemitérios do Antigo Império, ao
longo da margem ocidental do Nilo, de Dashur à Gizé, até Abu
Ruwash. No centro deste sector se encontra Gizé; Bauval
determinou que era o equivalente terrestre de Rostau, a porta para
o Tuat (nome das 12 regiões do Reino dos Mortos) ou o mundo
subterrâneo.”
O lugar que corresponde na cosmologia Hopi ao Tuat se chama
Tuuwanasav (literalmente: “O Centro da Terra”), está localizado nos
três Mesa do Hopi. De maneira semelhante ao dualismo céu/terra
das três grandes estruturas da necrópole de Gizé, estas
«pirâmides» naturais são o reflexo preciso das estrelas da cintura
de Orion, além disso a entrada para os reinos inferiores é conhecida
nos Hopi como sendo o Sipapuni, no Grand Canyon.
Este lugar culturalmente sacrossanto tem o seu equivalente no
braço esquerdo de Orion, tanto que o Rostau egípcio está à medida
do axis mundi (eixo do mundo, em latim) das estrelas da cintura
representadas pelas três pirâmides, a entrada Hopi é adjacente ao
Centro do Mundo, mas o restante de boa parte do tempo está
fechada, o que faz pensar no seu carácter arquetípico.
Num livro posterior «The Message of the Sphynx» (A mensagem da
Esfinge), Robert Bauval e o co-autor Graham Hancock descreve a
viagem cósmica de Horus-rei, ou o filho do Sol, para o Mundo
Subterrâneo: «Ele é mantido na Porta de Rostau, e ao ponto de
penetrar na Quinta Divisão (Hora) do Duat – O Santo-dos-Santos do
reino de outra-tomba de Osíris.
E mais ele é representado ao mesmo tempo que a escolha de “duas
vias” ou “caminhos” para chegar ao Rostau: um pela “terra” e outro
pela “agua”».
Nós fomos banhados por uma riqueza de textos de hieroglíficos
egípcios tanto em pedra como em papiro graças aos quais a
reconstruir a cosmologia egípcia.
A menos que nós não consideremos os peteroglifos como uma
forma de comunicação escrita, mas sim como “arte” sobre a pedra,
os Hopi e os seus antepassados não tinham língua escrita, e
devemos a satisfação das suas tradições orais porque foram
recentemente transcritas. Sobre o tawa-mongwi (“observador do
sol”) em Oraibi, Don Talayesva descreveu um interessante paralelo
com o Rostau.
Quando era um jovem homem e seguia as aulas para índios da
Escola Sherman, em Riverside – Califórnia, Talayesva adoeceu
fatalmente e, segundo a verdadeira maneira xamânica, fez uma
viagem ao mundo dos espíritos. Depois de uma longa prova e
bastantes visões bizarras do tipo alucinogéna, ele chegou ao topo
do alto Mesa para fazer uma pausa e olhar.
«Diante mim, haviam dois caminhos que iam para oeste e
passavam por um vale estreito entre as montanhas. À direita, o
caminho era estreito e duro com cactos e com serpentes enroladas
sobre elas mesmas, retardando a progressão muito lenta e
dolorosa. À esquerda o caminho era excelente, liso, sem ninguém
em vista, desde que cada um o possa percorrer a toda velocidade.
Eu escolhi este caminho e passei por várias ruínas e casas
abandonadas antes de chegar a montanha. Depois entrei num vale
estreito para voltar a sair na outra ponta; pouco depois cheguei a
um grande canyon onde parecia que a minha viagem acabar; e eu
estava no bordo, me questionando o que deveria fazer.
Olhando para as profundezas do canyon vi qualquer cosa que
brilhava como um fio de prata ao fundo, e eu pensei que fosse o
pequeno rio Colorado; sobre os flancos do canyon estavam as
casas dos nossos antepassados com o fumo das chaminés
subindo, e com pessoas que estavam sentadas sobre os telhados.»
Neste relato, o caminho seco, estreito, cheio de cactos e de
cascavéis, onde a progressão não é assegurado mais do que a um
passo por ano, em contraste com o caminho fácil, largo; segue
rapidamente ao canyon do pequeno rio Colorado. À algumas milhas
à leste da confluência do pequeno rio com o grande rio Colorado se
encontra o local real da «Praça da Aparição» dos Hopi quando eles
vinham do Terceiro Mundo para irem para o Quarto Mundo actual.
Fisicamente, é um grande domo no Grand Canyon através do qual
são organizadas peregrinações para se recolher o sal ritual.
Em termos de correlação, a Via Láctea é conceptualizada como o
“caminho aquoso”do pequeno rio Colorado no fundo do Grand
Canyon – fonte sagrada pela qual os Espíritos da Morte voltavam
para existirem num universo paralelo ao mundo do pueblo que
conheceram uma outra vez. Vê-se alternativamente este caminho
estrelar atravessando os Montes San Francisco, sobre o pico dos
quais se encontra o mítico kiva do Mundo Subterrâneo.
A Grande Pirâmide (Kheops) representaria Mintaka, a pirâmide do
meio (Khephren) Alnilam e a menor das pirâmides (Mykérinos)
Alintak
A crónica de Talayesva incluía também imagens tradicionais “de um
outro mundo”, como o “Lugar do Julgamento”, no Monte Beautiful,
de onde se desce uma grande escada vermelha, até a visão
alcança, (este pico se encontra à cerca de 8 milhas ou 12 km para
oeste de Oraibi); por outro lado entendemos falar de uma
confrontação com o Senhor da Morte, no caso de uma versão
ameaçadora de Masau'u (o equivalente Hopi de Osíris) que vai em
caça.
Como a viagem egípcia para o Tuat, a viagem Hopi para o Maski
(literalmente, a casa da morte) compreende dois caminhos: um por
terra outro por água e neste contexto, nós devemos decidir destes
últimos qual é a via de acesso para o Céu.
Nesta contradição da teoria da correlação astral-terrestre, estes
espíritos sobem na realidade pelo rio celeste da Via Láctea ? É este
então o objectivo do grande esquema de Orion ? Desenhar sobre a
Terra um mapa que indica a direcção das estrelas ?
Se regressamos ao assunto de Orion projectado na superfície dos
desertos, tanto no Egipto como no Arizona, encontramos tanto
contradições como paralelos. Em termos de diferenças, o plano
egípcio está a uma escala muito mais pequena que o das cidades
estrelares dos Arizona, que em vez de utilizarem dezenas de
kilómetros usam centenas de milhas. E por outro lado as estrelas
brilhadas Betelgeuse e Rigel não estão, de forma embaraçosa,
integradas no esquema egípcio.
Além disso, o Orion terrestre de Gizé está de cabeça para os pés
orientado do sudeste para o noroeste, tanto que o Orion do Arizona
está orientado do sudoeste para o nordeste; bem que as pirâmides
estão a oeste do Nilo tanto que os Mesa dos Hopi estão a leste do
«Nilo» do Arizona , a saber o rio Colorado.
Devemos também fazer notar que Abusir não está na posição
correcta para corresponder a cabeça de Orion no esquema da
constelação. Bauval e Gilbert escrevem que Abusir está...«à um
kilómetro e qualquer coisa a sudeste de Zawyat al-Aryan...», que é
Bellatrix (o ombro esquerdo de Orion), este está de facto à seis km
para sudeste ou dito por outras palavras, Abusir está à quase 4
milhas (6 km) para su-sudeste de onde deveria estar segundo a
Teoria da Correlação de Estrelas.
Ao contrário de Gilbert e Hancock, o autor do presente artigo não
viajou para o Egipto, mas a consulta de uma qualquer carta de
constelações permite verificar estas constelações.
Apesar de quaisquer diferenças, a orientação de base do Orion
egípcio é semelhante a orientação do Orion no Arizona, se diz em
pleno sul, o inverso do Orion celeste. Para o doutor E.C. Krupp do
Observatório de Griffith, este é um dos factores que anula a Teoria
da Correlação da Orion.
Esta crítica, no entanto, é o resultado dum preconceito cultural
específico, à saber que um observador observe uma carta que
coloque o norte em cima e o sul em baixo. Imagine que está no
lugar do observador no cimo da Grande Pirâmide (ou neste caso,
sobre o pico sul do Primeiro Mesa), olhando para o sul, mesmo
depois da meia-noite, no momento do solstício de Inverno, as outras
duas pirâmides (ou Mesa) se perfilam para o sudoeste segundo um
esquema que reflecte a cintura de Orion quando culmina a sul.
Se atribui ao deus egípcio Thot (Hermes Trismegisto) a máxima “O
que aqui está em cima é como está aqui em baixo”
As ruínas hopi no Arizona bem como que certos vestígios egípcios
nos incitam a meditar nesta reflexão
Podemos também imaginar se a parte superior do Orion terrestre
estaria simplesmente levantado de forma perpendicular em relação
ao plano aparente da Terra, tanto que os pés estão na mesma
posição (Abu Ruwash e um local indeterminado no caso egípcio, o
canyon de Chelly e Betatakin no caso do Arizona), então esta
imagem reflecte perfeitamente a imagem de Orion tal como a
vemos do céu.
Quando os Anasazi olhavam os céus, eles não viam uma extensão
do mundo físico como nós o entendemos hoje em dia, mas no seu
lugar, uma manifestação dos espíritos; tal como o Tuat dos
egípcios, o Mundo Subterrâneo dos Hopi tanto engloba os céus
como a região sob a superfície da Terra. Este facto é válido pela
existência dupla de espíritos ancestrais que vivem no reino
subterrâneo, mas retornam periodicamente as suas aldeias
terrestres, como as nuvens que trazem a bênção da chuva.
Bem que os domínios do leste e do oeste governados por Tawa
continuam constantes, e as direcções polares de norte e sul
controladas pelos Gémeos da Guerra, o mais velho e o mais novo
(os Filhos do Sol) estão invertidos e assim a mão direita tem a maça
está situada à leste e a mão esquerda que tem o escudo está
situada à oeste como no esquema estrelar, no entanto a cabeça
está dirigida grosseiramente para o sul em vez de estar para o
norte.
Esta inversão é de todo compatível com a cosmologia Hopi, porque
a configuração terrestre está concebida como uma inversão do
mundo dos espíritos do qual o céu constitui outra dimensão, uma
explicação suplementar da mudança de direcção é a possibilidade
que a mudança de pólos que destruiu o Segundo Mundo dos Hopi
tenha modificado completamente a posição da constelação e o seu
aspecto quando vista da Terra.
Tudo como o Tuat dos Egípcios, o Mundo Subterrâneo dos Hopi
engloba tanto os Céus como a Região abaixo da superfície da Terra
Levantando os olhos para Orion numa bela noite de Inverno, nós
podemos pensar que são as nossas perspectivas que mudaram,
suspensos no céu, nós olhamos na direcção do sudoeste, para os
picos sagrados de katsina, e a cabeça do Masau'u celeste se
espalha através das florestas sempre verdes da Via Láctea.
Ironicamente é aqui no belo meio do deserto do Arizona que nós
tomamos intuitivamente consciência da verdade da máxima
hermética atribuída ao deus egípcio Thor (Hermes Trismegisto): «O
que aqui está em cima, é como está aqui em baixo.»