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A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI Bombando Cidadania: uma história de desenvolvimento local

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Bombando Cidadania: uma história de desenvolvimento local

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Bombando Cidadania: uma história de desenvolvimento local

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A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Bombando Cidadania: uma histÓria de desenvolvimento local

RECIFE | 2015

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Esta publicação consolida os processos e principais resultados do Programa Bombando

Cidadania, desenvolvido pelo Instituto Walmart, no período de 2008 a 2014, no bairro da

Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, Pernambuco, Brasil.

Fotografias

Otavio de Souza

Flávio Costa/Acervo Sebrae

Lana Pinho /Acervo Sebrae

Helder Ferrer/Acervo IADH

Acervo Instituto Walmart

Revisão

José Bruno Marinho

Impressão

MXM Gráfica

Capa

Detalhe de mosaico construído pelos artistas da

Bomba do Hemetério Zildo Marques e Max di

Castro.

Foto da capa

Otavio de Souza

Idealização

Instituto Walmart

Coordenação Geral

Instituto de Assessoria

para o Desenvolvimento Humano

Projeto Editorial

Diálogo Comunicação Integrada

[email protected]

Jornalistas

Márcia Guenes (DRt/PE 1637)

Renata Reynaldo (DRt/PE 1902)

Produção de Conteúdo

Bárbara Buril

Lara Holanda

Projeto Gráfico e Diagramação

Bruno de Souza Leão

Esta publicação contém CD com canções executadas por grupos culturais da Bomba doHemetério, utilizadas em suas apresentações, e não pode ser vendido separadamente.

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LINHA Do tEmPo

Sonhar

DESEJo VIRA REALIDADE

Acreditar

tRANSFoRmAÇÕES PoSItIVAS

Fortalecer

INSPIRANDo LIDERANÇAS FoRtES

Edificar

CALDEIRÃo CULtURAL PARA toDoS

Evoluir

SEmPRE mAIS PARA toDoS

Valorizar

CoNHECImENto QUE RESPEItA E UNE

Avançar

JUNtoS FAZENDo ACoNtECER

4

6

14

24

32

46

54

62

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Linha do tempo

Lançada a Agenda 21, mobilizando 1,2 mil moradores do bairro.

Elaborado o Calendário de Eventos da Bomba do Hemetério e a roteirização turística.

Lançado o Programa Escola Social do Varejo, de formação de jovens para o trabalho, na Escola mardônio Coelho.

Lançado o Programa Qualiescola, para melhoria dos índices da educação básica na Bomba do Hemetério.

2010

Bombando Cidadania prioriza ações nas áreas de desenvolvimento cultural e economia criativa.

Capacitação de artistas e profissionais para apoio a empreendimentos produtivos na área cultural.

Desenvolvimento da iconografia da Bomba do Hemetério para inspiração do trabalho de artesãos locais (linha de produtos O que é da Bomba é Bom).

2009

A Bomba do Hemetério é escolhida para receber o Programa Bombando Cidadania, com foco no fortalecimento do capital social do bairro.

Criado o Comitê de Apoio ao Programa, formado por moradores.

Capacitação de agentes comunitários, lideranças e educadores; formação de agentes de desenvolvimento local.

2008o carnaval do Recife ganha o Polo da Bomba do Hemetério, conquista da população local no orçamento Participativo do município.

Criado o Núcleo de Comunicação do Programa, com a implantação da Rádio Seu Hemetério.

Implantada a Comissão de Meio Ambiente.

Instalada a compactadora de lixo na comunidade.

2011

Foto: Acervo Instituto Walmart Foto: Acervo Instituto Walmart

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Realizadas ações de promoção para inserir a Bomba como destino turístico.

A Bomba do Hemetério é incluída como destino turístico de base comunitária no guia oficial da cidade do Recife.

Selecionados bolsistas para o Projeto Apoio às Lideranças Locais (Coaching).

2014

Constituída a Rede de Apoio ao Desenvolvimento Local na Bomba do Hemetério (Redel).

Realizado o Seminário Comunitário de Meio Ambiente.

Como resultado do Programa Qualiescola, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em escolas da Bomba do Hemetério é superior ao da média recifense.

Avaliação intermediária do Programa aponta 98% de satisfação entre os participantes.

2012

Projetos Mosaicos Criativos e Colorindo a Bomba fazem melhorias habitacionais e urbanas, em escadarias e residências do bairro, com envolvimento de voluntários.

Capacitados moradores sobre prevenção de riscos ambientais e formação de grupo de monitoramento de chuvas.

Bombando Cidadania contabiliza resultados positivos: mais de 700 participantes diretos, cerca de 3 mil indiretos, investidos mais de R$ 7,9 milhões na comunidade.

2013

Foto: Acervo Instituto Walmart Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Otavio de Souza

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A Bomba do Hemetério mudou muito. Lutamos e conse-

guimos avanços para toda a comunidade. Nos anos 40,

aqui era um matagal, com sítios, vacaria. A maioria

dos moradores daqui veio do interior do Estado; eu sou de uma cidade

chamada Buenos Aires, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Quan-

do vim para cá, muita gente estava chegando e construindo suas casas,

que ficavam espalhadas pela região. As ruas ainda estavam se forman-

do, não tinha nada aqui: transporte, escola, posto de saúde. Agora a

coisa é outra. Me lembro, por exemplo, de uma senhora que participava

de um grupo de reivindicações, do qual eu também fazia parte, que

não sabia ler nem o número da casa dela, mas pedia uma escola para a

comunidade. Hoje temos escola, ruas calçadas, posto de saúde. A Bom-

ba do Hemetério cresceu porque cada grupo foi puxando um pedacinho.

O bom é estar unido e dizer: ‘Vamos fazer?’, para construir junto. O

bairro progride por meio de ações como o Bombando Cidadania, feito

por pessoas que tiveram coragem de investir aqui pensando na gente

que vive aqui. E o Bombando trouxe muitas coisas boas para as pessoas

que participaram do Programa, com a mobilização dos moradores em

busca de melhorar as condições do bairro. O caminho é esse mesmo, é

muito bom contribuir para melhorar a vida das pessoas. A gente está no

mundo para ajudar um ao outro. Eu escolhi a Bomba do Hemetério para

viver e não saio daqui.”

Seu João Lopes

Morador e uma das lideranças mais antigas da Bomba do Hemetério

“Sonhar

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Logo que se chega à Bomba do He-metério, o sentimento é de que se foi

transportado para uma cidade de interior. Com muitas casas, comércio local e sem prédios altos, a Bomba do Hemetério man-tém ainda uma sensação de comunidade e vizinhança, onde todos se conhecem. E essa mesma sensação tem tudo a ver com a origem do bairro, construído sobre uma base de solidariedade. “A origem da Bomba é por causa de Seu Hemetério, um velho crioulo que tinha uma bomba de água no sítio e as pessoas iam até lá para pegar água, que era de poço. Quando vim morar aqui, Seu Hemetério ainda estava vivo, mas nunca tive contato com ele. Cheguei a conhecer a bomba, mas ela não funcionava mais, estava enferrujada, no tronco de uma jaqueira”, conta Seu João.

Rodeada de altos e morros, a Bomba do Hemetério é um vale de quase 45 hec-tares que foi se tornando o lugar no mun-do para mais de 8.400 pessoas, como mostra o último censo do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. Como Seu João Lopes, que já viveu 67 dos seus 83 anos no bairro. Todo o cenário atual da Bomba do Hemetério é bem diferente do que o encontrado pelo morador logo que chegou, quando ain-da predominavam sítios e poucas casas construídas na região. Os sonhos que os moradores vislumbravam para o bairro hoje são realidade. Além de ruas calça-das, atualmente a Bomba do Hemetério tem escolas, posto de saúde, comércio local e é um polo cultural, com mais de 60 grupos artísticos.

DESEJO VIRA REALIDADEDesde a década de 40, a Bomba do Hemetério

é um terreno fértil para conquistas

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A solidariedade e o desejo de viver em um lugar melhor foram os ingredientes que sempre motivaram os moradores do bairro a lutarem por uma vida mais digna. Na década de 1980, cerca de 50 moradores da Bomba do Heme-tério criaram um grupo batizado de Movimen-to de Reivindicação, influenciados por Dom Helder Camara, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Seu João era um desses moradores que sonhavam com o desenvolvimento da região. “Em uma reunião dessas, o ‘bicho pegou’ de-pois que Dom Helder nos orientou a trabalhar em benefício do bairro”, conta a liderança.

O Movimento de Reivindicação discutia em assembleia as prioridades para o bairro,

ainda carente de infraestrutura básica. “Em primeiro lugar, na opinião dos moradores, a prioridade era uma escola. Levamos uma co-missão ao Palácio do Governo. O governador de então, Roberto Magalhães, concordou com o nosso pedido”, conta Seu João. Foi nessa época que um terreno onde havia uma vacaria foi desapropriado para a construção do espa-ço educacional. E o que era o sonho de uma comunidade se concretizou em 1985, com a inauguração da Escola Estadual Professor Mar-dônio de Andrade Lima Coelho, até hoje uma das referências da Bomba do Hemetério.

Com a primeira conquista social, os moradores partiram para outra luta: ter uma

A Escola Mardônio Coelho é motivo de orgulho para a comunidade

Foto: Otavio de Souza

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unidade de saúde no bairro. O Posto de Saúde Doutor Luiz Eduardo Wilson, inaugurado em 1988, é outra prova concreta da conso-lidação dos desejos dos moradores do local. Essas conquistas fortaleceram ainda mais os habitantes, que até hoje lutam por uma vida melhor no bairro por meio de mobilização, ações e projetos desenvolvidos na região. E os avanços não são visíveis apenas ao se andar pelas ruas, mas também por dados que ates-tam essas melhorias. Atualmente, a Bomba do Hemetério é o endereço de mais de 3,5 mil casas, como mostra pesquisa realizada pelo Instituto Datamétrica, em 2008, a pedi-do do Instituto Walmart.

Numa delas está Elizabete Maria Cos-ta, dona de casa que reside no bairro há 16 anos. “Eu vivia no Alto do Brasil, bem perto daqui, mas comprei uma casa na Bomba do Hemetério e não penso em sair.

A Bomba do Hemetério é a casa de mais de 8 mil moradores

Gosto porque temos tudo pertinho e sei que viver aqui está cada vez melhor”, diz ela, destacando, entre as vantagens do bairro, o comércio diversificado. “Com-pro minhas coisas todas aqui no bairro mesmo”, completa.

Essa facilidade chegou graças ao desenvolvimento da comunidade nos últimos anos, em face do aumento da renda dos moradores. A média familiar é de R$ 907,00, contabilizando tam-bém o rendimento obtido por conta de programas como o Bolsa Família, que beneficia 25% das casas da região. A melhoria na economia também impac-tou positivamente as condições sociais dos moradores da Bomba do Hemetério. Atualmente, 46% deles estão na classe C, e 36% na D, como mostra a pesquisa do Datamétrica.

Foto: Otavio de Souza

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e possui uma Comissão de Meio Ambiente formada por moradores do local que está desenvolvendo um projeto de arborização por meio de edital aprovado pela Prefeitu-ra do Recife.

A luta pela consolidação dos desejos também dá muito orgulho aos moradores do bairro, que amam o lugar onde vivem. “Nunca vou sair daqui. No dia em que eu morrer, pode saber que só vou sair porque vou ser levado. Porque, por mim, eu ficava aqui mesmo”, brin-ca Seu João, com muito orgulho e o humor de quem chega aos 83 anos ainda cheio de força para transformar a Bomba do Hemetério em um lugar cada vez melhor para se viver.

Outras conquistas do bairro são prova de que a Bomba do Hemetério sonhou, sonha e continua sonhando com um futu-ro melhor. Não foi à toa que lá chegou o Programa Bombando Cidadania, em 2008 e trouxe diversas oportunidades, como capacitações, cursos, ações de sensibiliza-ção ambiental e fortalecimento de líderes comunitários e da cultura local, num esfor-ço de impulsionar o desenvolvimento da região. Hoje, a Bomba do Hemetério cada vez mais se transforma com os sonhos que se tornam realidade: o bairro é reconhecido como destino turístico de base comuni-tária, é polo oficial do Carnaval do Recife, tem a Rádio Comunitária Seu Hemetério

Crianças recebem os frutos das conquistas e herdam as lutas históricas da comunidade

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Acervo Instituto Walmart

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Aconteceram transformações

concretas na realidade do

bairro

Foto: Otavio de Souza

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Otavio de Souza

Page 17: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Acreditar

Desde que nasci, vivo na divisa do Alto José do Pinho com

a Bomba do Hemetério, mas me considero da Bomba

até morrer. Viver no bairro é uma questão de compro-

misso social. Acredito muito na transformação da Bomba. Sempre acre-

ditei. Tanto que, na época em que me formei na Escola Mardônio Coe-

lho, fui estudar em outro local, mas terminei voltando para poder lutar

por melhorias de forma mais ativa, buscando espaços no próprio bairro

que me permitissem ter ações mais efetivas. Brinco que passei dois anos

em cada série, sendo reprovado várias vezes, só para não sair da esco-

la, e vi todo mundo crescer. A nossa escola é uma parte importante da

história da Bomba, é o início da mobilização da comunidade. Quando

completei os estudos, cheguei a dar aulas de teatro na Mardônio Coelho

de graça durante uns dez anos, gastando dinheiro do meu bolso, porque

acreditava no potencial do bairro. Quando o Bombando Cidadania teve

início, quis participar e afirmo que o trabalho contribuiu para fortalecer

o orgulho dos moradores da região. Passei a acreditar mais ainda que

podemos mudar a nossa realidade. Hoje em dia, estufo o peito e digo:

‘sou bombense’.”

André Luiz Lira do Nascimento

Agente de saúde e morador da Bomba do Hemetério

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Cultura e solidariedade. Essas palavras apontam para duas das principais carac-

terísticas da Bomba do Hemetério. Com uma história de reivindicações de melhorias para o bairro desde a década de 80, os moradores da Bomba já contavam com um grande po-tencial para o desenvolvimento local quando o Programa Bombando Cidadania chegou para estimular e fomentar uma nova onda de crescimento sustentável.

A escolha do Recife para dar lugar ao primeiro Programa de Desenvolvimento Local do Instituto Walmart no Brasil ocorreu de-vido a uma série de fatores. Além da análise de indicadores socioeconômicos, o Recife se destaca por ser a cidade em que nasceu a rede Bompreço, que faz parte do Walmart Brasil. Já a escolha da Bomba do Hemetério levou em conta a capacidade de articulação e

reivindicação de seus moradores, o senso de pertencimento ao lugar e o potencial em-preendedor do bairro. 

Durante a escolha do local, o Instituto Walmart realizou um importante processo de identificação de comunidades com potencial para receber o Programa. Das 63 analisadas, 16 foram pré-selecionadas até a Bomba do Hemetério ser eleita. Para fazer parte do Programa, a comunidade deveria atender a dois critérios: estar localizada numa Zona Especial de Interesse Social (Zeis) e ser reco-nhecida por diferentes atores sociais (gover-namentais e não governamentais) pelo grau de participação e mobilização social.

“A Bomba sempre foi diferenciada, mais proativa, com um grupo forte de morado-res mobilizados, já dizendo ‘Olha, é isso o

TRANSFORMAÇÕES POSITIVASInvestimento social privado com foco no desenvolvimento local

trabalha três pilares: pessoas, economia e meio ambiente

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que a gente quer que aconteça’. Isso tudo associado à história de formação do bairro e suas potencialidades culturais foi muito interessante para definirmos o local”, lem-bra Adriana Franco, responsável no Instituto Walmart pela implementação do , de 2008 a 2013.

A identificação das potencialidades do bairro que poderiam ser estimuladas, atuan-do em várias frentes como economia, pes-soas e meio ambiente, foi um dos primeiros passos do trabalho, que evoluiu, tomou forma, criou raízes e deixou resultados posi-

tivos. Durante seis anos de atuação, o Bom-bando Cidadania já impactou a realidade de quase mil moradores da Bomba do Hemeté-rio, chegando a mais de três mil beneficiados indiretamente.

O desenvolvimento local considera algu-mas premissas, como sustentabilidade, viabi-lidade e eficiência econômica, fortalecimento da democracia e da participação, melhoria da qualidade de vida e redução das desigual-dades sociais. Essa compreensão orientou a estratégia de ação territorial do Instituto Walmart. “Quando você trabalha o desenvol-

A Bomba é reconhecida como um dos celeiros culturais do Recife

Foto: Lana Pinho – Acervo Sebrae

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Page 20: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

vimento local integrado, você busca o que o território tem e o que pode ser apoiado. Você não chega com elementos externos, e sim vê o que o local tem de potencialida-des”, explica Adriana.

Com estratégias que privilegiaram as áreas de organização social, cultura e gera-ção de renda, meio ambiente e educação, mais de 15 projetos foram implementados, de forma integrada, durante seis anos.

Seguindo o ditado que fala do “sonho que se sonha junto”, o Instituto Walmart teve como crença fundamental, desde o início do Programa, a perspectiva das parcerias. A ideia nunca foi “adotar” um bairro, e sim iniciar um processo que cresceria de forma forte e integrada tanto quanto mais parceiros também acreditassem na iniciativa.

A busca pelas parcerias aconteceu quan-do foram identificadas organizações so-ciais com expertise nas áreas de atuação do Programa. Essas entidades estabeleceram convênios de parceria técnica com o Instituto Walmart para executarem os projetos defini-dos em conjunto com a comunidade.

Outros financiamentos também foram conquistados com fundações, empresas, o Sebrae e o Senac, cooperação internacional e governos municipal, estadual e federal, o que resultou em ações sinérgicas com o Bombando Cidadania.

A mobilização inicial com o poder público resultou em um protocolo de intenções assi-nado entre Instituto Walmart, Prefeitura do Recife, Governo do Estado de Pernambuco e comunidade, no Palácio do Campo das Prin-

Geração de renda e empreendedorismo criativo na pauta do bairro

Foto: Otavio de Souza

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cesas, formalizando a crença em melhorias e estabelecendo diretrizes comuns para agregar esforços e investimentos público e privado.

Funcionários do Walmart também acre-ditaram. Todos os anos, durante o Dia na Comunidade, programa de voluntariado corporativo do Walmart Brasil, funcionários escolhiam a Bomba do Hemetério para doar um dia de trabalho ao bairro. Mutirão de lim-peza, plantão de assessoria jurídica, reforma e pintura de casas, dias dedicados a crian-ças em creches, com contação de histórias, e a jovens, compartilhando relatos de vida profissional, foram algumas das ações que encheram de significado tanto os moradores como os que lá estavam voluntariamente.

Os impactos do Bombando Cidadania foram acontecendo de forma gradativa, mas não imperceptível, ressalta Elisan-dro Damasceno, morador do bairro, líder comunitário e participante do Programa. “Aconteceram transformações concretas na realidade do bairro e, principalmente, na vida de algumas pessoas que acreditaram. Este é o primeiro local de turismo de base comunitária da parte urbana do Recife”, conta. O turismo e a gastronomia da Bom-ba do Hemetério foram duas áreas que se destacaram no processo do desenvolvi-mento local. Também é perceptível uma maior atuação do poder público no bairro, por meio da Secretaria de Turismo e do Governo do Estado discutindo o território com os moradores.

O Bombando Cidadania teve como pri-meiros passos a criação de um comitê de apoio com os moradores do bairro, que funcionava como se fosse um braço local do Programa. Foram capacitadas 40 pessoas como agentes de desenvolvimento local, em uma formação de 370 horas. Durante essa especialização, foi trabalhada uma série de conteúdos, com destaque para a perspectiva de liderança inspiradora: aquela que agrega, mobiliza e dá o exemplo.

Também foram realizadas ações com os empreendedores, como formalização jurídi-ca de grupos produtivos e microempreen-dedores, além de capacitações em melhoria produtiva. A cultura ganhou ares de econo-mia quando também os coletivos culturais foram capacitados como empreendimentos e tiveram planos de negócio desenvolvidos. Foi elaborada uma identidade para os pro-dutos criados na comunidade, a partir de uma pesquisa iconográfica. Atualmente, os produtos são vendidos na Bombarte, uma feira cultural que acontece no Largo da Bomba com artesãos locais. Os restaurantes

Os impactos do Bombando

Cidadania foram gradativos,

mas não imperceptíveis

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e culinaristas regionais foram valorizados, e a comida tradicional resgatada em toda a sua potencialidade. Os grupos culturais pos-suem souvenirs, e quem visita a Bomba pode levar um pedacinho dessa história.

Outra área impulsionada na Bomba do Hemetério pelo Bombando Cidadania foi a ambiental. Durante o Programa, foi criada a Agenda 21 Local, um documento com um diagnóstico das condições socioambientais do bairro e as propostas e os compromissos para a solução de problemas, como carência de serviços básicos, saneamento, coleta de lixo e até conscientização ambiental.

Nos primeiros anos do Bombando Cidadania, o Instituto Walmart marcou uma presença mais forte no bairro com a realização de pautas de reunião entre o go-verno e os moradores do local. Hoje, esse papel já é assumido pelos habitantes mo-bilizados, que conquistaram um projeto de reforma da Praça Castro Alves, no Largo da Bomba. Por meio de um abaixo-assinado, inseriram o projeto no Orçamento Partici-pativo da prefeitura.

Um programa de qualidade para a edu-cação pública, o Qualiescola, foi implemen-tado nas seis unidades de ensino funda-mental do bairro. Envolvendo Secretaria de Educação Municipal, diretores das escolas, professores, alunos e familiares, foi possível ver o impacto direto da ação no aumen-to das notas dessas instituições no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), cuja média é hoje superior à do Reci-fe (4.1 na capital e 4.68 na Bomba).

A visão dos moradores da Bomba do Hemetério é de que estão mais preparados para melhorar as condições econômicas e têm mais oportunidades para mudar de vida. Entre 2011 e 2012, foi realizada uma avaliação intermediária do Programa Bombando Cidada-nia, uma pesquisa encomendada pelo Instituto Walmart ao Instituto GPS, que aponta essa percepção. Caio Silveira, coordenador-geral da ação, explica que o projeto é um mecanismo de produção de conhecimento. “Enquanto os parceiros e as lideranças locais estão mer-gulhados nas ações de um programa e os moradores estão no dia a dia das suas vidas, o entendimento do conjunto tende a ficar sub-merso. A avaliação intermediária traz todos esses elementos à tona e facilita a percepção dos caminhos já percorridos e dos rumos do desenvolvimento desejado”, explica.

Entre os pontos destacados na avaliação intermediária, está o foco na consolidação de um sistema de governança territorial em rede, nucleado pelos agentes locais (pes-soas, empreendimentos e instituições) e

A visão dos moradores da

Bomba do Hemetério é de que

estão mais preparados para

mudar de vida

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envolvendo uma plataforma ampliada de parceiros como base de sustentabilidade do desenvolvimento da Bomba do Hemetério. A pesquisa realizada de porta em porta, por zonas de amostragem, sondou os morado-res sem citar o Bombando Cidadania, a fim de saber o sentimento em relação a viver na Bomba do Hemetério nos últimos anos.

Na sondagem do Instituto GPS, 66% dos moradores da Bomba do Hemetério sentem mudança para melhor na vida do bairro. E 63% consideram que os moradores hoje têm mais orgulho de viver na localidade. Esse é também o sentimento de Walter Gomes da

Silva, dono de uma banca de bombons ao lado da Escola Mardônio Coelho e morador da Bomba do Hemetério. De seu local de trabalho, vai observando as mudanças na comunidade e acredita nas transformações que tem visto. “Aqui está melhor de se viver porque tem movimento, sem falar que a Bomba é conhecida por outras pessoas de fora, virou um ponto turístico por causa dos grupos culturais. Quando comecei a traba-lhar, eu tinha um tabuleiro pequeno. Com a melhoria econômica do bairro, meu negó-cio foi crescendo, e hoje tenho esta banca. Agora posso dizer: não me mudaria nunca daqui”, afirma.

At voluptiae vidit premporis raepelignat lab in re

João, do Fiteiro do Walter, percebe os benefícios da mudança em seu empreendimento

Foto: Otavio de Souza

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Page 24: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Moradores acreditam que

podem mudar a própria

realidade

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Otavio de Souza

Page 27: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

T udo o que aconteceu nos últimos anos, na Bomba do

Hemetério, me transformou não só como profissional,

mas também como pessoa. Para alguns moradores do

bairro, o que houve aqui significou uma guinada de 180 graus na pró-

pria vida, porque tivemos mudança de visão e de perspectiva diante do

mundo. Quem estava perdido no seu próprio território, sem saber para

onde ir, teve a oportunidade de se encontrar. Artistas, gente da gente,

pessoas que estão fortalecidas porque perceberam que podem ser agen-

tes da própria história. Viram que são elas que fazem as transformações

acontecerem no território, não apenas quem vem de fora. São muitas as

histórias, inclusive de moradores que passaram a ter comportamentos

diferentes dentro de casa e nos lugares onde trabalhavam. Sou um líder

comunitário porque toda a minha formação anterior, em engenharia,

foi consolidada com muito trabalho, longas e intensas capacitações que

me fizeram ir além, entender questões essenciais do meu próprio bairro.

Foi a realização de um sonho, porque eu sempre tive vontade de ajudar

as pessoas, mas nunca soube como faria isso, já que a minha profissão

não me fazia interagir diretamente com a sociedade. Sem dúvida, o que

aconteceu me transformou muito como ser humano.”

Elisandro Damasceno Engenheiro agrônomo e líder comunitário na Bomba do Hemetério

Fortalecer

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INSPIRANDO LIDERANÇAS FORTESO desafio é contribuir para o bem comum

na construções de espaços justos

No jeito de ser de moradores da Bomba do Hemetério, é possível perceber um

senso de liderança intrínseco, uma vontade de mobilizar a população em prol do bem comum, de traçar caminhos para o futu-ro e de conduzir soluções para diferentes questões sociais. A liderança pode ser algo inato, mas é fundamental que a descoberta desse potencial permita que ele seja sempre trabalhado, melhorado e colocado a favor da coletividade.

“Na verdade, o líder é aquele que ins-pira, não quem manda”, explica Rivaldo Ferreira, líder comunitário na Bomba do Hemetério. Com experiência de 12 anos em um cargo de chefia em uma empresa privada, foi a partir das capacitações ofere-cidas pelo Programa que Rivaldo aprendeu

uma nova noção de liderança: a que coloca o líder como quem motiva e conduz as pes-soas à ação.

De repente, viu nascer dentro de si um líder comunitário com o compromisso de transformar o lugar onde morou durante toda a vida. Passou a focar todas as suas energias no processo de revitalização do bairro e chegou a envolver pessoas do seu círculo de amigos e familiares em diferentes ações traçadas pelo Bombando Cidadania.

“Minha esposa, por exemplo, entrou na comissão de comunicação do Programa como apresentadora da Rádio Seu He-metério”, detalha. Sem perceber, Rivaldo inspirou outras pessoas a também ajudar na melhoria do bairro.

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Page 29: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

A mudança pessoal do líder comunitário foi tanta que ele voltou a estudar. Até por-que, para cobrar investimentos governamen-tais, lutar por espaço no Orçamento Partici-pativo da Prefeitura do Recife ou, inclusive, idealizar soluções mais eficazes para os desa-fios enfrentados pela Bomba do Hemetério, é preciso estar bastante informado. Além de ter voltado os olhos para os estudos, Rival-do também atua, no bairro, como condutor turístico. Afinal, ele tem o lugar onde nasceu na palma da mão.

Formar pessoas para serem prota-gonistas da própria história foi uma das principais ações do Programa Bombando Cidadania. Era preciso fortalecer o capital social para que os investimentos finan-ceiros se sustentassem no futuro. Não adiantaria dar dinheiro para alguma en-tidade representativa se organizar mate-rialmente, por exemplo, se ela não fosse integrada por pessoas bem-informadas, politicamente ativas e sensíveis às ques-tões sociais.

Uma explosão de cor acontece nas ruas do bairro

Foto: Otavio de Souza

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Para Arturo Jordán, especialista em pla-nejamento e avaliação de desenvolvimento local, a organização social é um pressuposto do desenvolvimento econômico. “Sem capi-

tal humano e capital social, o econômico não acontece, e o território não se desenvolve de modo sustentável, porque carece de alicer-ces, mesmo que se disponha de abundante capital financeiro”, explica Jordán. Não foi por acaso, então, que o Instituto Walmart direcionou seus esforços para esses aspectos do desenvolvimento social, principalmente nos primeiros momentos de implementação, mantendo-os como componentes estrutu-rantes do Programa.

Para atuar na Bomba do Hemetério, junto às suas lideranças, o parceiro técnico identificado foi o Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), que ficou responsável pela execução de diversas ações no sentido de incrementar a organização social no bairro. A primeira delas foi formar um comitê de apoio ao Programa (integrado por moradores do bairro), que tinha a função de aproximar o Bombando Cidadania da população. Nos primeiros anos do Programa, o comitê ficou encarregado de construir um marco lógico, que estabelecia as ações sociais prioritárias segundo as necessidades da comunidade.

“Com o comitê, foi trabalhado qual é o bairro que as pessoas desejam. Elas queriam um lugar com oportunidade para os jovens, uma Bomba do Hemetério reconhecida pela cultura, um bairro com boa educação e que as pessoas tivessem orgulho de viver nele. O marco lógico é o projeto de desenvolvimento social”, explica Tania Zapata, que coordenou a formação do comitê. Foi a comunidade

Morar na Bomba dá orgulho

Foto: Otavio de Souza

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quem traçou o próprio destino, portanto. Com a folha e o lápis nas mãos, foi ela mesma quem direcionou o que era preciso fazer para melhorar a Bomba do Hemetério.

Aos poucos, o comitê se transformou na Rede de Apoio ao Desenvolvimento Local na Bomba do Hemetério (Redel), que hoje encarna o movimento da própria comuni-dade em busca de melhorias locais.

Outras organizações que já trabalha-vam no território também foram apoiadas pelo Programa para reverem suas missões, suas visões e seus planos de ação. É o caso da Universidart, criada em 2000 e que hoje é uma das forças locais, integrante da Redel, que, por meio de articulações com seus parceiros, vem levando projetos para o bairro. Foi assim quando a Univer-sidart se candidatou e foi selecionada em um edital do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e também quando conquistou um convênio com a Prefeitura do Recife para a implementação do Ca-lendário de Eventos, idealizado durante o Bombando Cidadania.

Para além das atuações institucionais, as conquistas não teriam acontecido se al-guns moradores do bairro não houvessem sido capacitados como líderes comunitá-rios. Um exemplo disso é a atuação como delegados no Orçamento Participativo da Prefeitura da Cidade do Recife, que con-siste em um mecanismo de participação social no qual a população decide as priori-

dades de investimentos em obras e ser-viços a serem realizados a cada ano pela prefeitura.

Nos últimos três anos, conseguiram aprovar a inclusão da Bomba do Hemeté-rio como polo oficial do Carnaval e do São João do Recife, além da reforma da Praça Castro Alves, situada no Largo da Bomba.

Sem dúvida, foi o fortalecimento inicial das pessoas que deu a base para que a Bom-ba do Hemetério passasse a se destacar fora de seus limites territoriais. Os exemplos de Rivaldo Ferreira e Elisandro Damasceno são exatamente as raízes de um processo que, hoje, já rende muitos frutos.

Formar pessoas para

serem protagonistas da

própria história foi uma das

principais ações do Programa

Bombando Cidadania

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Foto: Otavio de Souza

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Houve uma mudança

de visão e de perspectiva

diante do mundo

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Otavio de Souza

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O Balé de Cultura Negra do Recife (Bacnaré) tem uma

história longa, uma vez que são mais de 28 anos de

existência. Não é por acaso, então, que tenhamos pas-

sado por tantos momentos diferentes ao longo da nossa trajetória. Edifi-

camos as nossas criações – e a organização delas – aos poucos. Além de

dançarmos com a liderança do mestre Ubiracy, sempre fizemos algumas

peças de artesanato inspiradas na cultura negra para ganharmos algu-

ma renda para sustentar o grupo. Embora o nosso foco fosse a dança,

precisávamos investir em outros afazeres para ganharmos dinheiro.

Como não tínhamos muita ideia de planejamento financeiro, compráva-

mos materiais e vendíamos o produto sem pensar no lucro dele. Muitas

vezes, ganhávamos muito menos do que deveríamos, porque não tínha-

mos noção de lucro. Foi preciso organização, apoio, outro olhar e supor-

te para evoluirmos. Tivemos que passar por várias capacitações para en-

tender realmente a importância do que fazíamos e do planejamento, da

estruturação do negócio cultural. O caminho foi longo, mas necessário

para edificarmos a pesquisa, a criação e a venda dos produtos culturais

do balé e chegarmos a outro patamar de desenvolvimento, que implica

em um conhecimento amplo e diversificado.”

Antônia Batista Ferreira Mais conhecida como Dona Antônia, vice-diretora do Grupo Bacnaré

Edificar

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CALDEIRÃO CULTURAL PARA TODOSA principal potencialidade da Bomba do Hemetério – a cultura – se

transformou pela Economia Criativa

Há décadas (talvez séculos!), a Bomba do Hemetério é um caldeirão cultural onde,

dentro, estão temperos das mais variadas origens. Caboclinhos das tradições indígenas, afoxés de heranças africanas e maracatus de inspirações portuguesas integram o caldo grosso, rico e, sem dúvida, quente do enor-me recipiente cultural que é a Bomba. Faz tempo que a receita borbulha no fogo, mas só recentemente a iguaria tem sido servida para quem não é do bairro. Um longo cami-nho teve que ser percorrido para que os cozi-nheiros da iguaria – os artistas e artesãos, no caso – percebessem que poderiam oferecer o que criavam para muito mais pessoas. Para o mundo inteiro, se eles quisessem.

Foi exatamente o que aconteceu com a artesã Elienai Porto, 64 anos. Desde os 15, ela exerce uma habilidade com a qual pro-vavelmente nasceu: costurar. Sempre fez camisetas, camisas, vestidos e calças para vender, mas só para um universo de pessoas

próximas. Foi preciso engajamento no Pro-grama Bombando Cidadania, na vertente de investimento na economia criativa local, para Elienai mudar. Ela foi uma das primei-ras pessoas a criar produtos para a linha O que é da Bomba é Bom, inspirada na pesqui-sa iconográfica das peculiaridades culturais da comunidade.

Além das roupas que sempre costurou, ela também passou a fazer bolsas, sandálias, carteiras e colares – todos com referências visuais ao bairro, como bombas-d’água, que são o símbolo do local, e escadarias, que circundam a Bomba do Hemetério em toda a sua área, já que ela é rodeada por morros. “Também já fiz bolsas de chita, que lem-bram o maracatu e os bois, manifestações muito presentes na Bomba do Hemetério”, detalha Elienai. A artesã só começou a criar produtos que tivessem uma identidade visual própria depois de uma longa capacita-ção com designers, por meio de uma parce-

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ria com o Centro Pernambucano de Design, no Bombando Cidadania.

Aos poucos, o negócio da artesã, que era bastante local, passou a se expandir. Para seguir em frente com mais con-dições, tomou parte nas capacitações sobre empreendedorismo realizadas pela Aliança Empreendedora. Além de levar seus produtos para a feira Bombarte, evento que integra o calendário desen-volvido pelo Programa Bombando Cida-dania, no primeiro sábado de cada mês, no Largo da Bomba, ela também passou a apresentar suas criações na Fenearte, na Fenahall, no Museu do Homem do Nor-deste, no Marco Zero, no Sítio da Trinda-de e em eventos de economia solidária. “Diversifiquei meus clientes, hoje são de todas as classes sociais”, conta Elienai.

Ela se orgulha em dizer que o seu “caldo criativo” já foi servido em outras paragens. “Eu tenho produtos no Japão e na Suécia. Conheci, no ano passado, uma garota que é sueca, e ela pediu três bolsas para levar para lá. Elas têm estampas pretas e bran-cas, com as bombinhas-d’água”, revela, com orgulho.

A Bomba do Hemetério sempre foi berço e palco de um movimento cultural intenso, representado por artistas, mestres da cultura popular, brincantes e mais de 60 grupos de manifestações de raiz (en-tre elas, maracatu, afoxé, caboclinho, boi, urso, troças e reisados). Investir na cultura local se mostrou, então, a forma mais efi-caz de impulsionar a economia no bairro, já que a principal potencialidade de lá sempre foi, na verdade, a cultura.

Diversidade cultural chama atenção de quem chega à Bomba do Hemetério

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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“As expressões criativas do bairro já eram os ingredientes e a potencialidade do lugar. Só faltava transformar isso em força produti-va, em elemento impulsionador de um desen-volvimento integrado e sistêmico.” É assim que define o atual momento da Bomba a responsável pela diretriz de economia criativa do Programa Bombando Cidadania, Karina Zapata. O principal desafio da iniciativa, logo, foi transformar algumas manifestações cul-turais em produtos passíveis de consumo. Era preciso, portanto, tirar o caldo do caldeirão para servi-lo em cumbucas. Mas claro que o procedimento não foi tão simples assim.

Nos dois primeiros anos, foi preciso integrar as diferenças entre as agremiações culturais, com a criação do slogan unificante O que é da Bomba é Bom (que resultou, mais tarde, na linha de produtos) e a construção de um espetáculo conjunto chamado Bom-

baguá. Em 2010, iniciou-se a construção do Polo Cultural e Turístico da Bomba do Heme-tério, com o desenvolvimento de produtos e roteiros turísticos e a estruturação de um calendário anual de eventos.

Foi a consultora Fátima Trópia, especia-lista em turismo e economia criativa, quem criou os roteiros turísticos no bairro, numa parceria que envolveu o Instituto Walmart, o IADH e o Ministério do Turismo. “O po-tencial está em todo lugar, e não é diferente na Bomba do Hemetério. A criatividade e as manifestações culturais praticadas pela comunidade são os grandes potenciais dela”, acredita Fátima Trópia. A consultoria desen-volveu 19 produtos turísticos e 4 roteiros que envolvem grupos culturais, artistas e empreendedores da Bomba. O resultado foi consolidado no Guia do Polo Cultural da Bomba do Hemetério, produzido em parceria

Produtos da economia criativa geram renda para Elienai a partir das consultorias

Foto: Otavio de Souza

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com o Sebrae e disponível no site do Institu-to Walmart (www.iwm.org.br).

Estão, entre as atividades previstas no Guia, visita à escola de samba Gigante do Samba, apreciação do espetáculo Bombaguá e partici-pação no cortejo do Boi Malabá, que conta a história do bumba meu boi. Também é possível visitar o ateliê Arte Sousa, onde o artesão Edil-son mostra trabalhos feitos de material recicla-do, e conhecer as sedes dos grupos de maraca-tu fundados na região. Todos os passeios foram organizados para que os visitantes pudessem conhecer, com intimidade, a maior parte dos grupos culturais que borbulham no caldeirão da Bomba do Hemetério.

A programação anual de eventos, que era informal e bastante flexível, também passou a ser organizada, em um calendário com da-tas fixas para determinadas festas acontece-rem. Passaram a integrá-lo a Bombarte, onde

os microempreendedores do artesanato, da cultura, e da gastronomia comercializam seus produtos, e o Cine Bomba, projeto da ONG Auçuba de exibição de vídeos e filmes ao ar livre. Também as datas comemorati-vas foram foco de investimento para a ge-ração de renda e divulgação do Polo: o Cor-tejo de Carnaval reúne, na semana anterior ao período momesco, as famosas agremia-ções do bairro, desfilando pelas ruas para seus moradores e visitantes; o Arraial de Seu Hemetério transforma o bairro com muito forró, apresentação de quadrilhas juninas e comidas típicas da época; o Auto de Natal, encenado por moradores e artistas, é uma visão muito especial sobre a chegada do menino Jesus, num boi voador, na Bomba do Hemétério. Cantatas natalinas, com corais de matrizes religiosas diversas, enchem a noite de música. E também o prazer do bem comer tem data marcada, com o Festival Gastronômico Delícias da Comunidade.

Ceça, do Espetinho, participa do Festival e do roteiro gastronômico

Foto: Otavio de Souza

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Participou desse último a empresária Maria da Conceição Carneiro da Silva, mais conhecida como Ceça, proprietária do Espeti-nho da Ceça. Ela foi uma das primeiras a aderir a esse projeto que tem como objetivo levar pessoas de diversas regiões para conhecer as iguarias oferecidas em bares e restaurantes de algumas das comunidades da Região Metro-politana do Recife, realizado em parceria com a Fundação Gilberto Freyre e com o apoio da Prefeitura do Recife e do Sebrae. O negócio de Ceça ganhou uma projeção inesperada durante os últimos anos.

“Antes de participarmos do Festival, já tínhamos uma quantidade de clientes grande, mas, depois dele, ficamos ainda mais conhe-cidos. Participamos de todas as edições do ‘Delícias’ e, em todas elas, o Espetinho fica lotado”, conta a empresária. Quando criou o estabelecimento, Ceça não imaginava que ele ficaria conhecido nos quatro cantos do Recife, à medida que crescesse.

A exemplo de Ceça, os proprietários de estabelecimentos como o Bar da Geralda, o Bar dos Homens Fortes e o Restaurante Tuca Versátil precisaram passar por um trabalho de capacitação de funcionários e qualificação dos equipamentos. O Sebrae foi fundamental nesse processo.

“Percebemos que poderíamos contribuir para fomentar o empreendedorismo, principal-mente junto ao segmento turístico, proporcio-nando a criação ou apoiando o crescimento de equipamentos do setor, como bares, restau-

rantes, pousadas e locais de entretenimento”, explica o gerente de turismo, cultura e gastro-nomia do Sebrae-PE, Alexandre Ferreira.

A cultura que nasce na Bomba do Heme-tério já ultrapassou as fronteiras do próprio nascedouro e se faz sensível a quem é e quem não é do bairro. Para ver as cores das roupas dos maracatus, sentir o cheiro dos sabões artesanais produzidos na comuni-dade, tatear as esculturas de artistas como Zildo Marques e provar as delícias nordes-tinas do bairro, não é preciso ter residência lá. O que se faz na Bomba é, sim, bom, mas também é acessível, democrático e aberto a todos que vêm de fora. O caldo – é preciso lembrar – já está servido.

Cultura afro inspira diversos grupos

Foto: Acervo Instituto Walmart

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O QUE É DA BOMBA É BOM

O orgulho de integrar a Bomba do Hemetério está presente no cotidiano dos moradores da comunidade, que fortalecem seu amor ao bairro por meio de um amplo conjunto de ações, abrindo espaço para realizações e sonhos coletivos. Esse foi um dos pilares para a construção do Projeto O que é da Bomba é Bom, que estruturou iniciativas como o Calendário de Even-tos, o Circuito Turístico Bomba Cultural e produtos artesanais com a cara do bairro, aliando cultura à economia criativa.

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Calendário O Bombando Cidadania contribuiu para a organização de um calendário de festividades durante todo o ano.

Fevereiro/Março – O Cortejo de Carnaval espalha alegria pelo bairro, no domingo que antecede o sábado de Zé Pereira.

Junho – Muito forró no Arraial de Seu Hemetério.

De julho a setembro – Festival Delícias da Comunidade, que valoriza a culinária local.

Dezembro – Auto de Natal enche as noi-tes de música e beleza.

Primeiro sábado do mês – A feira de artesanato, arte e gastronomia Bombarte ocupa o Largo da Bomba.

Primeira quinta-feira do mês – Cine Bom-

ba leva diversão e reflexão com curtas e

longas-metragens.

Se interessou pela programação? Veja o que mais acontece na

Bomba do Hemetério no final desta publicação (página 66).

Foto: Acervo Instituto Walmart

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Helder Ferrer – Acervo IADH

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Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Circuito Bomba Cultural Para viver diversas manifestações da cultura de raiz em um só lugar, basta uma ida à Bomba do Hemetério. São troças, maracatus, afoxés, cabocli-nhos, bois, coco, samba, terreiros. Agremiações centenárias, mestres populares, artistas e culinaristas em todas as direções. Com o apoio do Ministério do Turismo, foram desen-volvidos roteiros e atividades que en-globam alguns dos atrativos turísticos.

Conheça as atividades e os roteiros turísticos na página 68.

Agendamento pelo blog http://universidart.blogspot.com.br

ou entrando em contato com os grupos (endereços e telefones

na página 70).

Foto: Lana Pinho – Acervo Sebrae

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Otavio de Souza

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Produtos artesanais e manualidades O que é da Bomba é Bom Uma infinidade de itens relacionados com o universo visual da Bomba do Hemetério é comercializada na Bom-barte, no Museu do Homem do Nordes-te (no bairro de Casa Forte, no Recife) e por meio de encomendas no site da Universidart. É possível encontrar ca-necas, bottons, blocos de notas, bolsas, bijuterias e pesos de porta que trazem as cores, formas e inspirações do bairro por meio de sua iconografia. 

Encomendas pelo blog http://universidart.blogspot.com.br

Foto: Otavio de Souza

Foto: Otavio de Souza

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Foto: Otavio de Souza

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V ivo na Bomba do Hemetério desde que nasci, e as

mudanças no bairro, nos últimos anos, foram signifi-

cativas. Nossas conquistas são muitas, mas queremos

mais. Esse processo de conscientização é longo, mas acreditamos nele.

Atualmente, trabalhamos para ampliar a educação ambiental e outros

projetos de economia criativa para o fortalecimento da comunidade.

Nisso, o Bombando Cidadania foi importantíssimo, mostrando àque-

les que já estavam trabalhando na melhoria do bairro e que buscavam

uma revolução cultural, como o grupo que fundou a Universidart, a

importância de estarem capacitados e organizados. O Programa veio

para ajudar na qualificação dos moradores do bairro para que pudés-

semos estar preparados para tomar as rédeas desse processo de cresci-

mento da comunidade. Estamos mobilizados por muitos outros sonhos

coletivos, e todos passam pela organização popular que tanto lutamos

para alcançar. Agora, é acreditar e seguir em frente com determinação

e a certeza de que vamos conseguir tudo o que merecemos ter.”

Rivaldo Ferreira Morador e líder comunitário da Bomba do Hemetério

Evoluir

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SEMPRE MAIS PARA TODOSAções voltadas à sensibilização socioambiental

transformam o bairro para melhor

O desejo de evoluir e viver em um bairro melhor é capaz de mobilizar as pessoas.

Essa vontade é o que movimenta cada vez mais os moradores da Bomba do Hemetério. Como uma árvore que recebe água e onde os frutos começam a surgir, a Bomba do Heme-tério mais parece uma frondosa, carregada de diversos frutos. Como um criador que vai mostrando cada resultado dessa grande árvore, Rivaldo Ferreira, morador do bairro e um dos líderes comunitários da localidade, exalta conquistas e abre espaço para novos e ousados sonhos coletivos.

A água que alimenta essa grande árvore é a mobilização dos moradores, que se fortale-ceram ainda mais com as sementes lançadas pelo Programa Bombando Cidadania nessa terra fértil de cultura e desenvolvimento local. Rilza Bandeira Gomes, 54 anos, mora-dora do bairro, além de massagista e depila-dora, é também agente ambiental, formada em capacitações do Bombando Cidadania.

“As ruas daqui tinham muito lixo. Isso me incomodava, mas não fazia nada para mudar. Hoje eu separo o resíduo em casa, o que pode ser reciclado, participo de ações de sensibilização dos moradores do bairro, com a distribuição de sacos de lixo e dando orien-tações sobre as consequências de jogá-lo nos canais e nas ruas. Quando a gente perguntava às pessoas daqui o que mais incomodava no bairro, elas respondiam que era o lixo, mas não compreendiam que elas mesmas é que jogavam sujeira em qualquer lugar. Com as campanhas ambientais que fazemos, já vemos as mudanças. Muitas pessoas querem partici-par, contribuir”, destaca Rilza.

Toda essa evolução do bairro também re-flete na transformação pessoal da moradora. “Eu era muito ignorante, muito exigente com os outros, mas fazia coisas erradas. Agora sou mais flexível, converso muito, tenho a mente aberta. Antes eu me chateava com as pessoas, hoje sou conhecida por todo mundo aqui,

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converso com as pessoas, conheço gente nova. É uma terapia. Agora vou até retomar os estudos, quero fazer faculdade”, diz.

As primeiras sementes lançadas no terreno fértil da Bomba do Hemetério pelo Bombando Cidadania deram origem à elabo-ração da Agenda 21 Local. O documento, que foi criado junto com os moradores da região, faz um diagnóstico das condições socioambientais do bairro, além de trazer propostas e compromissos que devem ser assumidos pela sociedade civil, pelos gover-nos e pelo setor empresarial, por meio de parcerias, para se alcançar soluções para os problemas da comunidade. O trabalho ren-deu duas premiações ao Bombando Cidada-nia: o Prêmio Vasconcelos Sobrinho de Meio Ambiente, concedido pela CPRH/Secretaria

de Meio Ambiente do Estado de Pernambu-co, e o Prêmio Planeta Casa Sustentável, da Editora Abril.

Mariana Melo, responsável pela elaboração da Agenda 21 Local, destaca a importância do diagnóstico realizado junto com os morado-res. “Esse documento é a base de um projeto de conscientização ambiental escrito de forma coletiva e indica onde a Bomba do Hemetério quer estar nos próximos anos. Ele foi impor-tante para conhecer a comunidade e formular uma comissão voluntária de meio ambiente, formada pelos moradores do bairro”, lembra.

Após a elaboração do documento cola-borativo, o Programa Bombando Cidadania realizou a capacitação de moradores do bairro como agentes ambientais, além de investir na

O mosaico das escadarias: beleza em favor do meio ambiente

Foto: Otavio de Souza

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mobilização e na sensibilização da comuni-dade em relação aos temas ambientais. Uma das principais preocupações dos habitantes da Bomba foi buscar uma alternativa viável para resolver um dos maiores problemas do bairro, a coleta do lixo, com a criação de um ponto de coleta de resíduos sólidos ao lado da Praça Castro Alves, no Largo da Bomba, por meio de uma parceria com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb).

Em breve, o ponto de coleta deverá ser transferido para outra área do bairro, já que hoje está no local que é ícone de umas das maiores conquistas – ou frutos – dos mora-dores da Bomba do Hemetério. Com mo-bilização, os moradores conseguiram mais de 1.500 assinaturas para a revitalização da

praça. Também, por meio do site de petições online Avaaz, foram coletadas mais 3.000 assinaturas em todo o mundo. Graças a essa luta, os moradores conseguiram aprovar um projeto para a construção de uma praça com equipamentos de lazer e espaços adequados para a convivência dos habitantes.

O projeto da praça foi desenvolvido por uma parceria com o Núcleo de Decoração de Pernambuco (NucleoPE) e estudantes de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Luís de la Mora, professor do Mestrado de Desenvolvimen-to Urbano (MDU) da instituição, conta que a elaboração do projeto foi possível gra-ças ao protagonismo observado entre os moradores.

Rilza é agente ambiental formada pelo Bombando Cidadania

Foto: Otavio de Souza

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“Se a moradia é um direito, isso significa que temos que ter sujeitos que conquistem esse direito, que sejam capazes de protago-nizar um movimento. E foi isso que percebe-mos quando fomos convidados para partici-par da elaboração de um projeto na Bomba do Hemetério. Os moradores do bairro têm uma postura muito ativa”, comenta. Com o projeto em mãos, a população se mobilizou para cobrar, do poder público, a construção da praça, que já foi aprovada no Orçamento Participativo e está na fase orçamentária para ser licitada e começar a obra.

Os moradores da Bomba do Hemetério também contam com um projeto para refor-mas em residências, em parceria com a ONG Habitat para a Humanidade, que traz volun-tários de vários lugares do mundo para atuar em reformas domésticas e qualificações urbanas no bairro, como a criação de duas escadarias de mosaicos.

A comunidade evolui na área socioambien-tal e atualmente conta com uma Comissão de Meio Ambiente. Formado por dez moradores, o grupo conseguiu captar recursos por meio de um edital da prefeitura para instalação de jardineiras, firmou parceria com uma editora para criar capas de livros a partir de papelão e realiza palestras na Escola Mardônio Coelho. “Estamos idealizando uma editora de livros car-toneros, feitos com capas artesanais de pape-lão. Firmamos uma parceria com Wellington de Melo, coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura de Pernambuco, que já realizou uma capacitação ensinando moradores a produzi-

rem as capas”, explica Elisandro Damasceno, morador, líder comunitário na Bomba do He-metério e integrante da Comissão.

A Bomba do Hemetério comemora con-quistas diárias. Graças à mobilização e à força da união, a população vê seus pleitos serem aprovados pelo poder público, e os moradores oferecem contrapartidas como o plantio de árvores frutíferas com jardineira em alguns pontos da comunidade, se comprometendo a cuidar do verde do bairro.

Outro fruto que esperam colher é a cons-trução do Centro Cultural Seu Hemetério. A Universidart se articulou com o Instituto Walmart, a Prefeitura do Recife e a Fundação Gilberto Freyre e busca agora as condições para a implantação de um centro cultural que contará com espaços para exposições, de atendimento ao turista e de venda de produ-tos, facilitando também as apresentações, as produções e os ensaios dos grupos culturais locais. “A Bomba do Hemetério sonha, mas não fica parada. Ela vai atrás de seus sonhos para realizá-los e comemorar os resultados”, diz, confiante, Rivaldo.

Os moradores da Bomba do

Hemetério também contam

com um projeto para reformas

em residências

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A Bomba do Hemetério

comemora suas

conquistas diárias

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Otavio de Souza

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A ideia de criar uma rádio comunitária na Bomba do

Hemetério foi muito importante para tudo o que

já existia no bairro: as manifestações culturais, as

visões sociais e políticas das pessoas, os grupos esportivos e a educa-

ção pública, por exemplo. A Rádio Seu Hemetério conquistou logo as

pessoas do bairro, porque a linguagem que utilizávamos (e ainda usa-

mos) é bastante direta. Antes de a rádio ser criada, existia apenas um

Núcleo de Comunicação, que pensava maneiras eficazes de mostrar

tudo o que acontecia na Bomba às pessoas. No início, participava dele

apenas como ouvinte, mas, com o tempo, resolvi integrar realmente

o Núcleo. Foi quando decidimos que era preciso criar uma rádio para

valorizar mais a comunidade. Foi então que partimos para o traba-

lho, com oficinas específicas e profissionais reconhecidos que nos

ajudaram bastante. Um momento marcante foi quando gravamos um

spot e, ao ouvir uma voz muito sonora, quis saber de quem era. Todo

mundo riu, porque era a minha própria voz e eu não tinha percebido.

Realmente me descobri na Rádio Seu Hemetério e hoje estou à frente

de vários programas. Além de mim, muitas outras pessoas também se

descobriram na Rádio, que tem como compromisso valorizar a Bomba

do Hemetério e seus moradores.”

Patrícia Oliveira Comunicadora comunitária na Rádio Seu Hemetério

valorizar

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CONHECIMENTO QUE RESPEITA E UNECom ações de comunicação comunitária e educação, valorizou-se

a importância do viver na Bomba do Hemetério.

Comunicação para criar consciência social, estimular o pensamento crítico,

fomentar o diálogo e, também, permitir o direito de expressão nas esferas públicas. É vital, em toda sociedade democrática, a existência de canais de comunicação ca-pazes de deixar fluir diferentes tipos de opinião, independentemente de raça, classe social, gênero e idade.

A Rádio Comunitária Seu Hemetério foi criada justamente para ser esse espaço onde os moradores do bairro podem se expressar, em programas com temáticas variadas – do universo infantil à terceira idade, passando pela vida das mulheres, dos jovens e dos esportistas. As emissões são feitas em um pequeno estúdio de rádio, situado na sede do Programa Bombando Cidadania, e transmi-tidas para os vários alto-falantes espalhados pelas ruas do bairro. Estimular, de fato, a de-mocracia se mostrou essencial nos primeiros anos do Bombando Cidadania.

A criação da Rádio – além de ter sido fun-damental, na medida em que deu visibilidade para vários aspectos culturais, sociais, educa-cionais e até esportivos do bairro que antes não eram muito conhecidos pelas pessoas – também se mostrou efetiva na transforma-ção da vida de muitos moradores da Bomba do Hemetério.

Quem não sabia que tinha, dentro de si, habilidades comunicativas passou a perce-bê-las mais nitidamente. Assim como havia líderes comunitários adormecidos, também existiam comunicadores que ainda não ha-viam se encontrado na profissão. Para al-guns, não demorou muito para que a desco-berta acontecesse ainda cedo.

Foi o caso da jovem Letiene Carvalho, 19 anos, que, logo após ter entrado na Rádio Seu Hemetério, aos 16, se descobriu uma comunicadora em potencial. “Foi lá onde eu comecei a ter contato com a área de comu-

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Page 59: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

nicação. A experiência que eu tive foi muito boa porque ela abriu muitas portas para mim e me fez conhecer muitos jornalistas, radialistas e profissionais da área de uma forma geral”, conta Letiene. Ela não ima-ginava, antes de participar da Rádio, que a vivência a levaria a fazer um curso técnico em rádio e TV.

Após ter participado de oficinas sobre assuntos como técnicas de radiojornalis-mo, história dos meios de comunicação e comunicação como direito humano, ela decidiu focar a sua carreira profissional na área. Concluiu o curso técnico e se prepa-ra para prestar vestibular. Quer fazer uma graduação em comunicação social: Rádio e TV ou Publicidade.

Letiene é comunicadora na Rádio Seu Hemetério, apresentando o programa Conexão

Jovem, que trata de assuntos típicos do univer-so dos jovens com uma linguagem despojada e acessível. “Em algumas edições, a gente abre espaço para que bandas novas da comunidade se apresentem”, detalha. Ela conta que hoje as pessoas já a reconhecem nas ruas como “aquela que fala na rádio”.

A valorização dos comunicadores da Rádio no universo social de que eles tratam – a própria Bomba do Hemetério – é um dos processos mais emocionantes da implanta-ção do canal de comunicação. “A mãe de um deles chorou quando ouviu a voz do filho nos alto-falantes espalhados pelo bairro. Ela viu que ele era importante, que a voz dele era bonita”, conta Patrícia Paixão, uma das jorna-listas que ministrou oficinas.

Rapidamente, os moradores do bairro perceberam que aquelas pessoas que fa-

Democracia é promovida e estimulada por meio das ondas do rádio

Foto: Otavio de Souza

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Page 60: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

lavam na rádio eram importantes, porque eram elas que valorizavam tudo o que já exis-tia na Bomba do Hemetério. Tudo o que era pouco conhecido – manifestações culturais, visões políticas e sociais, desejos de melho-rias – passou a ganhar mais visibilidade. O que era da Bomba já era bom, mas ainda precisava ser mais divulgado.

Assim como Letiene, a jovem Emanuel-le Borba, 14, também descobriu a carreira profissional que deveria seguir após integrar o grupo de apresentadores da Rádio Seu Hemetério. Antes disso, queria prestar ves-tibular para o curso de Direito, mas, depois que começou a apresentar o programa Uni-verso Infantil, aos 10, viu que deveria seguir a

carreira de comunicadora. Ainda hoje, quatro anos depois, ela mantém firme o desejo de cursar Rádio e TV, assim como Letiene.

Emanuelle apresenta o Momento Pop, uma versão mais amadurecida de seu primei-ro programa radiofônico. “Como eu cresci, acho que agora posso falar para adolescen-tes, não apenas para crianças”, conta ela, que também deseja criar um programa sobre esportes, focado principalmente em futebol e futsal, as modalidades mais apreciadas na Bomba do Hemetério.

Um dos aspectos fundamentais da Rádio Seu Hemetério é o de que todas as aborda-gens feitas nos programas devem obrigato-

Comunicação comunitária abre caminhos profissionais para jovens

Foto: Otavio de Souza

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riamente respeitar os direitos humanos. Não podem ter conteúdos discriminatórios às mulheres e aos homossexuais, por exemplo, porque a Rádio, ao ser criada, foi pensada como um canal de comunicação capaz de fo-mentar a democracia e o respeito à dignida-de e à igualdade. Só assim seria possível criar uma coesão social que fortalecesse a própria comunidade, com uma identidade coletiva disposta a atuar em prol do bem de todos.

Como é essencial conscientizar a popu-lação local sobre a importância de respeitar os direitos humanos, investir em educação é uma necessidade imperativa. Hoje, graças ao Programa Qualiescola, em parceria com o Instituto Qualidade do Ensino (IQE), que se voltou para a melhoria do ensino e da apren-dizagem nas escolas públicas do bairro, as instituições de ensino da Bomba do Hemeté-rio estão acima da média das escolas do Reci-fe, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O índice é uma nota dada a todas as escolas do País, segundo a Prova Brasil e outros índices, como aprova-ção e retenção dos alunos.

Também a Escola Mardônio Coelho, símbolo de luta na Bomba do Hemetério, está acima da média do Recife para o Ensino Médio. Os jovens da instituição desfrutam de uma educação integral e aliada à formação pessoal, social e profissional, com o Programa Escola Social do Varejo, em parceria com o Instituto Aliança.

A ONG Auçuba, que tem sua sede na Bomba do Hemetério, também se envolveu no processo de investimento na educação local, realizado pelo Bombando Cidadania. A instituição distribuiu pelas escolas munici-pais um kit educativo composto por quatro publicações: a Revista Bomba do Hemetério; o ensaio fotográfico Olhares sobre a Bomba do Hemetério; o Almanaque da Bomba do Hemetério; e o videodocumentário Do Seu Hemetério. O vasto material – criado para ser utilizado em atividades diversificadas para crianças, adolescentes e jovens – levou conhecimento sobre o território para as salas de aula das escolas municipais.

As questões do bairro, como identida-de cultural, consciência ambiental e senso comunitário, também foram abordadas no Projeto Cine Debate, idealizado pela Auçuba. As exibições temáticas acontecem periodica-mente nas escolas municipais, com o objetivo de sensibilizar os estudantes para assuntos relacionados à Bomba do Hemetério.

Todas as formações educacionais e em comunicação fizeram com que a Bomba do Hemetério seja, hoje, um lugar onde o res-peito é reivindicado nos vários alto-falantes espalhados pelas ruas, nas conversas entre os jovens nas escolas e nos debates comunitários após sessões cinematográficas. A atmosfera de união faz com que as pessoas se juntem em prol de um objetivo comum: viver melhor onde moram.

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Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Moradores reafirmam

compromisso de respeito

à dignidade e à igualdade

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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Foto: Otavio de Souza

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Muitas histórias emergiram e se entrelaçaram ao longo do tempo

desde a criação até as etapas recentes do Programa Bombando

Cidadania, que continua em processo permanente de construção

nas mãos dos moradores locais.

Como primeira experiência de atuação em desenvolvimento local esse aprendizado

foi marcante para o Instituto Walmart. Ao viabilizar a iniciativa, aprendemos que é

possível provocar transformações significativas quando se entende as necessidades, os

desafios e os ativos de uma comunidade, de modo a valorizar suas potencialidades.

Ao longo de nossa caminhada junto com a comunidade da Bomba do Hemetério,

identificamos o espírito empreendedor latente, a união dos moradores em busca de

melhorias, o surgimento de lideranças e o fortalecimento do orgulho de ser da Bomba.

Hoje, passados seis anos do início do Programa, o conhecimento acumulado vai

se consolidando, assim como a crença na diferença que o investimento social privado

pode fazer na vida das pessoas. Para isso, é preciso trabalhar com os valores da con-

fiança, da participação democrática e da autonomia, intrínsecos nesse processo por

meio do qual a comunidade vem se tornando mais consciente de sua capacidade e de

suas possibilidades de realização.

As plataformas estabelecidas para a transformação desejada na Bomba estão pos-

tas, e temos a certeza de que seus moradores continuam motivados a liderar e manter

o engajamento em iniciativas que promovam o bem-estar da comunidade, com mui-

tas conquistas a celebrar ainda, a partir dos alicerces construídos até aqui.

As crenças do Instituto Walmart expressas em sua missão de “apoiar o de-

senvolvimento para que as pessoas vivam melhor”, plenamente traduzidas nesse

espaço tão especial da capital pernambucana, nos levam a apostar firmemente

na sustentabilidade dos avanços alcançados pelo Programa.

Equipe do Instituto Walmart

Avançar

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Fazer avançar a experiência acumulada pela comunidade da Bomba do Heme-

tério significa acreditar no valor acumulado em cada projeto, por cada pessoa e em cada organização que participou e participa do processo de desenvolvimento local que to-mou conta desse território.

É preciso lembrar que, desde muito antes da chegada do Programa, a Bomba já fervi-lhava de manifestações culturais e iniciativas que apontavam para o imenso capital social local. O que o Programa Bombando Cidadania trouxe foi o reconhecimento desse patri-mônio e o estímulo à articulação, buscando potencializá-lo por meio do engajamento de seus moradores. Ao mostrá-la no espelho, a comunidade reconheceu até o seu próprio lema: O que é da Bomba é Bom.

Assim, não se trata mais de estímulos externos para mudanças, mas da plena cer-teza do valor da Bomba, com as conquistas alcançadas e as riquezas ainda por explorar no sentido do bem comum. O principal lega-do, portanto, a ser multiplicado são as lições para uma liderança participativa e para um diálogo genuíno e transparente, orientados para a busca de parcerias e para a formação de redes. Mais do que nunca, protagonismo é a palavra-chave do futuro.

Para afirmar tudo isso, as observações cotidianas se completam com dados. A avaliação intermediária do Programa reali-zada em 2012 apontou que 94% das pes-soas diretamente envolvidas com as ações afirmaram que o Bombando Cidadania trouxe mudanças efetivas para a comuni-

JUNTOS FAZENDO ACONTECER Cada capítulo deste livro traz uma ação significativa, que busca

sintetizar estratégias e projetos implementados no programa. E o

capítulo final não se pauta por uma estratégia de encerramento, mas

de perpetuação, convidando e desafiando todos os atores envolvidos

a pensarem juntos em como fazer avançar essa iniciativa

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dade. E, mesmo entre os moradores que não estavam envolvidos no Programa, a percepção das mudanças também era alta: 66% disseram que ele provocou melhorias. Não é á toa que se pode confiar na perpe-tuação das mudanças.

Nesse processo, os integrantes da Redel terão um importante papel. As lideranças da comunidade são, sem dúvida, o pilar funda-mental para que a Bomba do Hemetério se fortaleça, por exemplo, como ponto turísti-co. A manutenção do Calendário de Eventos e a conquista de outras aspirações da comuni-dade, como a reforma da Praça Castro Alves e a possível construção de um centro cultu-ral, representam desafios para os próximos anos, a serem materializados por iniciativa da comunidade, sempre dona do seu destino.

Finalmente, outro legado importante é esta publicação. Que essa narrativa inspire outras histórias de novas realizações a serem contadas pelo povo da Bomba do Hemetério e que possa ser ouvida por outros territórios e novas lideranças surjam com voz ativa na construção de novas histórias.

Foto: Flávio Costa – Acervo Sebrae

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EVENTOS DO POLO CULTURAL DA BOMBA DO HEMETÉRIO

Feijoada Cultural do Gigante do Samba (fei-joada e samba de raiz) – Todos os sábados, das 17h às 23h.Local: Sede da agremiação (Rua das Crianças, 63, Bomba do Hemetério).Contato: Marize Lacerda – (81) 8546.3089.

Forró Pé de Serra – Música ao vivo todas sextas, a partir das 20h.Local: Bar Tuca Versátil (Rua Bomba do Hemetério, 425, Bomba do Hemetério).Contato: Tuca – (81) 8524.9631.

Samba e Pagode – 2º e 4º domingo do mês, das 13h às 18h.Local: Bar dos Homens Fortes (Rua da Mangabeira, 487, Mangabeira).Contato: Hidemburg – (81) 8575.8583.

Cortejo de Carnaval – Domingo que antece-de o Carnaval.Local: Concentração às 15h no Córrego de São Sebastião, saída em cortejo às 16h pela Rua Bomba do Hemetério, com posterior evolução dos grupos no Largo da Bomba.Contato: Rivaldo Ferreira – (81) 8528.1993.

Arraial Junino Seu Hemetério – 22 e 23 de junho. Local: Praça Castro Alves (conhecida como Largo da Bomba).Contato: Rivaldo Ferreira – (81) 8528.1993.

Ensaios Abertos Caboclinho Sete Flexas – De agosto a fevereiro, todos os sábados, a partir das 20h, e todos os domingos, a partir das 19h.Local: Em frente à sede da agremiação (Travessa do Dowsley, Água Fria).Contato: Paulinho 7 Flexas – (81) 8854.0994.

Ensaios Abertos Maracatu Estrela Brilhante – Todos os domingos, de outubro a fevereiro, a partir das 17h. Local: Sede da agremiação (Rua Tuiná, 15, Mangabeira).Contato: Dona Marivalda – (81) 3267.3753 e 8533.0711.

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Ensaios Abertos Maracatu Encanto da Alegria – Todos os domingos, de setembro a feverei-ro, a partir das 16h.Local: Em frente à sede da agremiação (Rua Coremas, 40, Mangabeira).Contato: Clóves – (81) 3441.5415 e 8626.9531.

Ensaios Abertos Maracatu Raízes de Pai Adão – Todos os sábados, de setembro a fevereiro, a partir das 19h30.Local: Pátio da Policlínica de Água Fria.Contato: Jorge – (81) 8662.9766 e 8240.2717.

Ensaios Abertos Tribo Carijós do Recife – Todos os sábados, de setembro a fevereiro, a partir das 19h30.Local: Rua Campo Alegre (próximo ao Clube da Mangabeira).Contato: Clóves – (81) 3441.5415 e 8626.9531.

Ensaios Abertos Gigante do Samba – Terças e sextas, de setembro a fevereiro, a partir das 20h30.Local: Sede da agremiação (Rua das Crian-ças, 63, Bomba do Hemetério).Contato: Marize Lacerda – (81) 3444.4656 e 8861.4557.

Ensaios Abertos Afoxé Ogbon Obá – Todos os sábados, de setembro a fevereiro, a partir das 16h30.Local: Sede da agremiação (Rua Córrego do Deodato, 529, Água Fria).Contato: Everaldo – (81) 3449.0425.

Ensaios abertos Boi Malabá – Todos os sábados e domingos, de outubro a janeiro, a partir das 18h30.Local: Travessa Manuel Lopes, Alto do Pascoal (próximo à farmácia de Sara).Contato: Sandra – (81) 8789.4457.

Ensaios abertos Boi Mimoso – Todas as sex-tas, de julho a janeiro, a partir das 19h30.Local: Córrego do Bombeirense (vindo pela Rua Bomba do Hemeterio, entrar na rua da farmácia Nova Jerusalém).Contato: Leno – (81) 8575.7530.

Festival Delícias da Comunidade – Início entre os meses de setembro e outubroLocal: Espetinho da Ceça – (81) 8729.2150, Bar Tuca Versátil – (81) 8650.3354, Bar e Restaurante do Zaqueu – (81) 8571.7301, Bar da Geralda – (81) 8603.8831 e Bar dos Homens Fortes – (81) 8596.7579.

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Page 70: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

ATIVIDADES E ROTEIROS DO POLO CULTURAL DA BOMBA DO HEMETÉRIO

ATIVIDADES EXECUTORES

Alegria do Samba de Raiz Escola de Samba Gigante do Samba

Bailando com as Senhoras e Senhores da Corte Troça Abanadores do Arruda

Bombaguá Universidart

Brincando com o Boi Mimoso Boi Mimoso

Cortejo do Boi Malabá Boi Malabá

Criando e Recriando Ateliê Arte Sousa

Emoções Afro Grupo Omobirim

História Brilhante Maracatu Estrela Brilhante

Muito Brilho e Tambores Maracatu Encanto da Alegria

O Encontro do Maracatu e do Sítio Sagrado Maracatu Raízes de Pai Adão

O Rei do Sertão Companhia de Dança Traçando Cultura

Riscos e Rabiscos Ateliê Zildo Marques

Senhoras do Bem Associação Ecobem

Sete Flechas de Pura Alegria e Paixão Caboclinho 7 Flexas

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ATIVIDADES EXECUTORES

Tributo à África Bacnaré

Troça com Bolo de Bacia Troça Tô Chegando Agora

Um Boi Muito Louco Boi de Loucos

Vivências do Terreiro Afoxé Ogbon Obá

ROTEIROS

Conhecendo o Território (para um dia e uma noite): Histórias e emoções do jeito de ser da Bomba do Hemetério.

Roteiro das Artes (para dois dias e uma noite): Conhecer os ateliês dos artistas e aderecistas das agremiações culturais.

Cultura e Tradição (para três dias e duas noites): Um tour entre as prin-cipais agremiações culturais, com direito à degustação da gastronomia.

Bombáfrica (um dia e uma noite): Um mergulho nas manifestações cultu-rais afro-brasileiras.

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CONTATOS DOS GRUPOS CULTURAIS E ARTISTAS DO POLO CULTURAL

DA BOMBA DO HEMETÉRIO

GRUPOS CULTURAIS

Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Grêmio Recreativo Arte Cultural Gigante do Samba

Agremiação carnavalesca

Rua das Crianças, 63, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3444.4656 e 9973.0184.

16.03.1942

Escola de Samba Unidos do Escailabe

Agremiação carnavalesca

Rua do Rio, 151, Bomba do Hemetério, CEP: 52210-320 | Fones: (81) 3441.8907 e 8513.8397.

04.08.2008

Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda

Agremiação carnavalesca

Rua Bomba do Hemetério, 234, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 8704.1228 e 8604.5525.

01.10.1934

Troça Carnavalesca Comunitária Mista Tô Chegando Agora

Agremiação carnavalesca

Rua Tamboara, 553, Bomba do Hemetério/Água Fria, CEP: 52211-000 | Fones: (81) 3443.3531 e 8799.8700.

27.12.1987

Troça Carnavalesca Comunitária Mista Terezinha em Folia

Agremiação carnavalesca

Rua Tamboara, 638, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-000 | Fones: (81) 3443.7236 e 8703.1584.

01.03.2001

Troça Carnavalesca Mista Seu Hemetério

Agremiação carnavalesca

Rua Bomba do Hemetério, 185, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3223.7065 e 9235.2599.

09.02.1993

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Page 73: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Troça Carnavalesca Mista Zé Grande em Folia

Agremiação carnavalesca

Rua Sena Madureira, 56, Alto José Bonifácio, CEP: 52080-160 | Fones: (81) 3304.3050 e 8620.9495.

25.02.1991

Clube Carnavalesco Misto Reisado Imperial

Agremiação carnavalesca e

grupo folclórico (pastoril, coco

de roda, ciranda, fandango e reisado

folclórico)

Rua Arapixuma, 160 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52211-010 | Fones: (81) 81 3443.7204 e 9102.3382.

11.01.1951

Clube Carnavalesco Misto Boneco O Comilão

Agremiação carnavalesca

Rua Aurilândia, 92 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-622 | Fone: (81) 8838.5434.

26.01.1997

Clube de Boneco Neco Lama

Agremiação carnavalesca

Rua Avelar, 38 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-500 | Fone: (81) 8104.5173.

26.02.2000

Boneco Menino do Pixe Grupo carnavalesco

Rua Iracema Guerra, 31, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-623 | Fones: (81) 3499.1720 e 8887.5642.

26.10.2002

Segura a Pomba Grupo carnavalesco

Rua São Gabriel, 16, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-130 | Fone: (81) 8806.6369.

22.07.1994

Bloco Que Merda Mole É Essa

Grupo carnavalesco

Rua das Crianças, 159, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-030 | Fones: (81) 3091.4685 e 8863.2176.

04.01.2001

Bloco Carnavalesco Boneco Bimba Mole

Grupo carnavalesco

Rua Bomba do Hemetério, 136, Água Fria, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3451.7128 e 9423.2357

10.10.2000

Bloco Carnavalesco Misto de Última Hora

Grupo carnavalesco

Rua da Regeneração, 195, Água Fria, CEP: 52120-300 | Fones: (81) 3072.4972 e 8613.0179.

03.07.2003

Urso do Ovão Agremiação carnavalesca

Córrego João Francisco, 278, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-580 | Fones: (81) 3443.3502 e 8659.9818.

05.02.2001

Urso Cumi Ti Grupo carnavalesco

Rua Tamboara, 638, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-000 | Fones: (81) 3443.7236 e 8703.1584.

13.01.2000

Urso do Vizinho Grupo carnavalesco

Rua Bilac, 37, Alto do Pascoal, CEP: 52211-090 | Fones: (81) 3498.8756 e 8840.6637

20.01.1986

Boi Teimoso Agremiação carnavalesca

Rua Aramina, 43, Córrego João Francisco/ Bomba do Hemetério, CEP: 52111-602 | Fone: (81) 3451.9871.

12.02.1946

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Page 74: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Boi Mimoso Agremiação carnavalesca e

grupo folclórico (dança,

percussão e teatro - com foco social e

cidadão)

Rua Córrego Bombeirense, 136, Água Fria, CEP: 52111-600 | Fones: (81) 3449.1107 e 8507.7468.

02.01.2002

Boi Malabá Agremiação carnavalesca

Rua São Rafael, 237, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-360 | Fone: (81) 8789.4457.

02.02.1987

Boi Mirim Grupo de brincantes

Rua São Rafael, s/n, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-360 | Fone: (81) 8659.9818.

Boi D´Loucos Música e dança Rua Etiene Gomes, 104, bl-M, Linha do Tiro, CEP: 52131-679 | Fone: (81) 8709.1294.

23.02.2005

Tribo Canindé do Recife Agremiação carnavalesca

Rua Bomba do Hemetério, 596, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3444.2037 e 9929.1109.

05.03.1897

Tribo Oxossi Pena Branca Agremiação carnavalesca

Rua Elza, 132, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-540 | Fones: (81) 3498.0184 e 8650.3983.

17.01.1979

Tribo Taquaracy do Recife Agremiação carnavalesca

Rua Prof. José Marino dos Reis, 2336 C, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-320 | Fones: (81) 8653.9293 e 8569.7487.

25.02.1995

Tribo Indígena Carijós do Recife

Agremiação carnavalesca

Rua Coremas, 40, Mangabeira, CEP: 52110-300 | Fones: (81) 3441.5415 e 8626.9531.

05.03.1897

Caboclinhos 7 Flexas Agremiação carnavalesca e

grupo folclórico

Travessa do Dowsley, 66, ap. 04, Água Fria, CEP: 52111-300 | Fones: (81) 3444.9814 e 8811.8482.

07.09.1971

Maracatu Nação Elefante Agremiação carnavalesca

Rua Riolândia, 504, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-220 | Fone: (81) 8666.5002.

15.11.1800

Maracatu de Baque Virado Nação Encanto da Alegria

Agremiação carnavalesca

Rua Coremas, 40, Mangabeira, CEP: 52110-300 | Fones: (81) 3441.5415 e 8626.9531.

10.02.1998

Maracatu Nação Estrela Brilhante

Agremiação carnavalesca

Rua Tuína, 15, Mangabeira, CEP: 52110-473 | Fones: (81) 3267.3753 e 8603.7966.

12.02.1906

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Page 75: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Maracatu Nação Raízes de Pai Adão

Agremiação carnavalesca

Rua Abdon Lima, 86, Água Fria, CEP: 52120-480 | Fones: (81) 3451.2041 e 8525.3622.

20.01.1998

Afoxé Ogbon Obá Agremiação carnavalesca e grupo de dança

e música

Rua Córrego do Deodato, 529, Água Fria, CEP: 52211- 250 | Fones: (81) 3449.0425 e 9606.9402.

10.08.2007

Grupo Afro Oxum Mi Nangola

Música e dança Rua Aramboré, 384 A, Córrego João Francisco, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-581 | Fones: (81) 8504.4087 e 9944.4205.

25.04.2002

Grupo Afro Omobirim Música e dança Córrego Antônio Rodrigues, 238, Bomba do Hemetério, CEP: 52211-050 | Fones: (81) 8519.6512 e 3443.3556.

18.11.2007

Grupo Afro Black Livre Música e dança Rua da Macaíba, 90, Alto José do Pinho, CEP: 52210-230 | Fone: (81) 8579.4607.

26.08.2008

Quadrilha Terezinha na Roça

Grupo junino Rua Tamboara, 638, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-000 | Fones: (81) 3443.7236 e 8703.1584.

01.06.2000

Quadrilha Raízes do Pinho Grupo junino Rua Cecília Reis, 16, Alto José do Pinho. CEP: 52210-040 | Fone: (81) 8778.7264.

04.04.1996

Afoxé Obá Iroko Grupo afro Rua Antônio Meira, 343, Bomba do Hemérito, CEP: 52111-620 | Fone: (81) 8838.0673.

27.04.2013

Orquestra Popular da Bomba do Hemetério

Música Rua Pastor Benoby, 173 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-020 | Fones: (81) 3498.0636 e 9142.1881.

10.07.2002

Banda Tambores do Bamzo

Música Rua Mercúrio, 101, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-040 | Fones: (81) 3498.8122 e 8741.4845.

24.03.2003

Grupo Afros Mangues Música, teatro, dança e formação

artística(foco na cultura

afro)

Travessa Pe. Jerônimo de Castro, 23, Água Fria, CEP: 52211-110 | Fone: (81) 9947.7582.

27.03.1999

Banda Geração Mangue Música Rua João Cândido, 217, Alto Santa Terezinha, CEP: 52211-590 | Fones: (81) 8633.9827 e 8537.0912.

23.03.1996

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Page 76: A TRANSFORMAÇÃO PASSA POR AQUI

Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Banda Sagane Música (manguebeat)

Rua Córrego João Francisco, 360, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-580 | Fones: (81) 3449.2936 e 8603.2002.

04.10.1997

LC Produart Teatro Rua Avelar, 77, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-500 | Fones: (81) 3269.8160 e 8851.9461

04.07.1993

Delart Produções Teatro Rua Lapela, 309, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-413 | Fones: (81) 8690.9929 e 8108.8983.

28.08.1995

Grupo de Teatro Novo (GTN)

Teatro Rua Avelar, 77, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-500 | Fones: (81) 3443.2900 e 8545.1729.

21.04.2006

Cenarium Cia. de Artes Cênicas (CCAC)Obs.: Antigo Artheatral Produções Artísticas

Teatro Rua Tamboara, 638, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-000 | Fones: (81) 3443.7236 e 8703.1584.

15.01.1991

Grupo Theatral Dionísios Produções

Teatro e dança Rua Marilena, 66, Alto Santa Terezinha, CEP: 52131-541 | Fones: (81) 3443.8021 e 8712.1980.

22.11.1999

Eu Te Atro Teatro Rua Avelar, 80, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-500 | Fone: (81) 8733.1793.

24.02.2007

Cia. D’Loucos de Teatro Popular

Teatro e formação artística

Rua Etiene Gomes, 104, bl-M, Linha do Tiro, CEP: 52131-679 | Fone: (81) 8709.1294.

26.08.1991

Auçuba | Núcleo de Comunicação Comunitária

Comunicação comunitária,formação e

pesquisa

Rua Bastos Ribeiro, 110, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-200 | Fones: (81) 3451.4361 e 8853.5369.

01.03.1989

74

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Grupo CulturalSegmento Artístico

Endereço e TelefoneData de

Fundação

Universidart Eventos, formação artística e

fomento cultural

Rua do Rio, 458, Bomba do Hemetério, CEP: 52110-490 | Fones: (81) 3443.2900 e 8545.1729.

29.02.2002

Cia. de Dança Traçando Cultura

Dança Rua da Vitória, 281, Alto do Pascoal, CEP: 52211-300 | Fone: (81) 8807.4307.

09.09.2006

Perrenambuco Dança e teatro Rua Iracema Guerra, 189, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-623 | Fone: (81) 8797.5176.

Balé Bacnaré Dança e música Rua Raul Pompéia, 462, Água Fria, CEP: 52120-050 | Fones: (81) 3444.3710 e 9252.7944.

24.09.1985

75

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ARTISTAS

Artista Segmento Artístico Endereço e Telefone

Zildo Marques Artes plásticas (pintura, escultura, instalação e outros)

Rua Sena Madureira, 98, Alto José Bonifácio, CEP: 52080-160 | Fones: (81) 3266.4307 e 8891.8348.

Juarez Domingos Artes plásticas (pintura, desenho e outros) e música

Rua Pastor Benoby, 154 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52211-020 | Fones: (81) 3444.8703 e 9911.4557.

Conceição Patrício Artes plásticas (pintura e desenho), fotografia e literatura (poesia e crônica)

Rua Bomba do Hemetério, 91 C, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3444.3747 e 9418.1910.

Max di Castro Artes plásticas (pintura, desenho, gravura, escultura, mosaico, papel machê e outros).

Rua Campo Alegre, 227, Mangabeira, CEP: 52110-150 | Fones: (81) 3267.7922 e 8722.4014.

Neilton Carvalho Artes Plásticas, música e artes visuais.

Rua do Rio, 950, Alto José do Pinho, CEP: 52110-490 | Fones: (81) 3269.6838 e 8863.5715.

Flaviane Calheiros Artes plásticas Rua do Rio, 412, Alto José do Pinho, CEP: 52210-140 | Fone: (81) 8888.6273.

Ângelo Cavalcanti Artes plásticas e artesanato Rua da Regeneração, 55, Água Fria, CEP: 52120-300 | Fones: (81) 3444.5525 e 8642.1546.

Oscar Reis Artes plásticas, teatro e poesia.

Rua Avelar, 50 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-500 | Fones: (81) 3449.2457 e 8613.5704.

José Edilson Artes plásticas e artesanato Rua da Macaíba, 208, Alto José do Pinho, CEP: 52210-230 | Fones: (81) 3266.2360 e 8625.9351

Irandir da Silva Artesanato Rua Mangabeira, 170, Alto José do Pinho, CEP: 52110-140 | Fone: (81) 8676.0281.

Maria da Conceição Silva Artesanato Rua Egas Muniz, 258, Água Fria, CEP: 52111-560 | Fone: (81) 3444.8831.

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Artista Segmento Artístico Endereço e Telefone

Elienai da Silva Porto Artesanato Rua Vênus, 52, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-352 | Fone: (81) 3091.2999.

Zenilda Marques Artesanato Rua São Domingos Sávio, 227, Alto José Bonifácio, CEP:52080-020 | Fones: (81) 3267.3574 e 8673.5014.

Maria Ângela Ramos da Silva Artesanato Rua Antônio Meira, 111/casa B, Água Fria, CEP: 52111-620 | Fone: (81) 9446.4540.

Givaneide Maria

Artesanato Rua Antônio Meira, 101/casa B, Água Fria, CEP: 52111-620 | Fone: (81) 8891.8702.

Rilza Bandeira Gomes Artesanato Rua do Rio, 458, Bomba do Hemetério, CEP: 52110-490 | Fones: (81) 3443.3633 e 9225.9986.

Véi Lombriga Música, dança e literatura Rua Iracema Guerra, 189, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-623 | Fones: (81) 81 8834.2137 e 8797.5176.

Toninho D’Olinda Performance, poesia e pintura (camisas)

Rua Jassyara, 86, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-170 | Fones: (81) 3444.4002 e 9610.0282.

Miquéias Bandeira Música (música clássica e violão)

Rua do Rio, 458, Bomba do Hemetério, CEP: 52110-490 | Fones: (81) 3451.3188 e 8759.9339.

Tuca Versátil Música (forró pé de serra) Rua Bomba do Hemetério, 425, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-070 | Fones: (81) 3444.5863 e 8650.3354.

Maestro Gil Música (música clássica e piano)

Rua Pastor Benoby, 173, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-020 | Fones: (81) 3444.9939 e 8726.1063.

Amâncio do Coco Música (cultura popular) Rua Pastor Benoby, 173, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-020 | Fone: (81) 3444.9939.

Max Almeida Teatro Rua Marilândia, 91, Bomba do Hemetério, CEP: 52211-142 | Fones: (81) 3444.8878 e 8868.7075.

Regina Medeiros Teatro, dança e circo Vila Felipe Antman, 97, Água Fria, CEP: 52120-001 | Fones: (81) 3449.7055 e 8782.9589.

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Artista Segmento Artístico Endereço e Telefone

Fernando de Oliveira Teatro e dança Rua H, 24, Bomba do Hemetério, CEP: 52131-000 | Fones: (81) 3269.2023 e 9459.9714.

Marcelo de Paula Teatro e dança Rua Avenca, 83, Alto José do Pinho, CEP: 52110-470 | Fones: (81) 3441.0170 e 8842.6912.

Célia Leão Dança Rua Tamboara, 100, Bomba do Hemetério, CEP: 52211-000 | Fones: 3443.0208 e 8729.6868.

Limão Dança Rua Hindolândia, 36, Alto José Bonifácio, CEP: 52080-270 | Fones: (81) 3266.8549 e 8711.6119.

Jathyles Miranda Iluminação artística (dança, teatro e música)

Vila Felipe Antman, 97, Água Fria, CEP: 52120-001 | Fones: (81) 3449.7055 e 9693.6765.

Adélia Ferreira Fantasias e adereços carnavalescos

Rua Elza, 231, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-540 | Fone: (81) 8520.2176.

José de Souza (Déu) Fantasias, adereços carnavalescos e estandartes

Rua Antônio Meira, 412 A, Bomba do Hemetério, CEP: 52111-620 | Fone: (81) 3444.2583.

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AGRADECIMENTOS

Ao longo da trajetória do Bombando Cidadania, contamos com muitos atores e parceiros que,

juntos, formaram uma verdadeira rede de articulações, em que foram cultivadas as trocas de infor-

mação, construídas as sinergias e renovadas as crenças para se trabalhar com muito entusiasmo.

Agradecemos a todos aqueles que se engajaram nesse desafio conosco:

Moradores da Bomba: JovensCriançasAdultosEmpreendedoresArtistas

Parceiros da iniciativa privada: NestléIBmNeoenergiaEmS medicamentos

Parceiros governamentais: ministério do turismoministério da EducaçãoGoverno do Estado de PernambucoPrefeitura da Cidade do Recife

Parceiros setoriais: Serviço Brasileiro de Apoio às micro e Pequenas Empresas (Sebrae)Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)

Parceiros da sociedade civil e pública: Gestos - Soropositividade, Comunicação e GêneroCasa menina mulher(Cmm)Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos de Pernembuco (Ceape)Universidade Católica de PernambucoUniversidade Federal de PernambucoInstituto Federal de Pernambuco

Cooperação internacional: Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)United States Agency for International Development (Usaid)

Aliados, que executaram o Programa conosco:Instituto de Assessoria ao Desenvolvimento Humano (IADH)Instituto AliançaAliança EmpreendedoraAuçubaNúcleo de Decoração de PernambucoCentro Pernambucano de DesignFundação Gilberto FreyreHabitat para a Humanidade

Instituto Qualidade do Ensino

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Bombando Cidadania: uma história de desenvolvimento local

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