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A SUSTENTABILIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
DO ALUMÍNIO
BRASÍLIA2017
A SUSTENTABILIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
DO ALUMÍNIO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente
Diretoria de Desenvolvimento IndustrialCarlos Eduardo AbijaodiDiretor
Diretoria de ComunicaçãoCarlos Alberto BarreirosDiretor
Diretoria de Educação e TecnologiaRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor
Diretoria de Políticas e EstratégiaJosé Augusto Coelho FernandesDiretor
Diretoria de Relações InstitucionaisMônica Messenberg GuimarãesDiretora
Diretoria de Serviços CorporativosFernando Augusto TrivellatoDiretor
Diretoria JurídicaHélio José Ferreira RochaDiretor
Diretoria CNI/SPCarlos Alberto PiresDiretor
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO – ABALSilvio Roberto Monteiro PortoPresidente do Conselho Diretor
Mario A. F. Fernandez1º Vice-Presidente
Milton RegoPresidente Executivo
A SUSTENTABILIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
DO ALUMÍNIO
BRASÍLIA2017
© 2017. CNI – Confederação Nacional da Indústria.Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
CNIGerência Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade – GEMAS
CNI Confederação Nacional da Indústria
SedeSetor Bancário NorteQuadra 1 – Bloco CEdifício Roberto Simonsen70040-903 – Brasília – DFTel.: (61) 3317- 9000Fax: (61) 3317- 9994www.cni.org.br
ABALAssociação Brasileira do Alumínio
SedeRua Humberto I, nº 220 - 4° andar – Vila Mariana 04018-030 - São Paulo - SPTel.: (11) 5904-6450E-mail: [email protected]
C748i
Confederação Nacional da Indústria. A sustentabilidade da indústria brasileira do alumínio / Confederação
Nacional da Indústria, Associação Brasileira do Alumínio – Brasília : CNI, 2017.
60 p.
1. Sustentabilidade 2. Indústria do Alumínio I. Título
CDU: 502.14 (063)
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Principais objetivos da ABAL 13
Figura 2 - Relatório Bauxita no Brasil: mineração responsável
e competitividade 16
Figura 3 - A indústria de alumínio no mundo – 2016 21
Figura 4 - Cadeia Produtiva do Alumínio 23
Figura 5 - Localização das Mineradoras de Bauxita no Brasil 27
Figura 6 - Reabilitação da área minerada de bauxita 28
Figura 7 - Processo eletrolítico para obtenção de alumínio primário 29
Figura 8 - Capa do Estudo “A indústria brasileira de alumínio
no rumo da economia de baixo carbono 32
Figura 9 - Iniciativas sustentáveis da indústria 39
Figura 10 - 7º Congresso Internacional do Alumínio (2016) 46
Figura 11 - Press Trip “O Ciclo da lata de alumínio para bebidas” 47
Figura 12 - Projeto ABAL Alumínio nas Escolas 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Histórico da indústria brasileira do alumínio no Brasil 25
Gráfico 2 - Consumo médio específico de energia elétrica
na produção de alumínio primário 30
Gráfico 3 - Produção mundial de alumínio responde
por cerca de 1% das emissões de GEE 31
Gráfico 4 - Emissões de CO2 – A Vantagem do Alumínio Brasileiro 33
Gráfico 5 - Contribuição das etapas de produção
nas emissões de CO2 eq/t al 33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Perfil da indústria brasileira do alumínio – 2016 19
Tabela 2 - O Brasil e o mundo 22
Tabela 3 - Produção 2015: volume e valor 24
Tabela 4 - Biodiversidade na mineração de Bauxita 28
Tabela 5 - Redução de impacto ambiental em relação ao cenário
sem reciclagem (%) 37
Tabela 6 - Contribuição da mineração de bauxita para o
desenvolvimento social e econômico 40
SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO ................................................ 11
1 INTRODUÇÃO ...................................................131.1 APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE ...................................................13
1.2 OBJETIVOS .................................................................................14
2 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA E SOCIOAMBIENTAL DO SETOR ..........................192.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO SETOR ................................19
2.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL .........................................25
3 INICIATIVAS SOCIOAMBIENTAIS DO SETOR ... 43
4 PRÁTICAS EMPRESARIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................. 454.1 INICIATIVAS DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES E TRANSPARÊNCIA SOBRE O DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL DO SETOR ........................................................................................45
4.2 INICIATIVAS DE CERTIFICAÇÃO DE AUTO-REGULAÇÃO DESENVOLVIDAS PELO SETOR ...........................................................48
5 DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O SETOR NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE ..........................................515.1 PRINCIPAIS TENDÊNCIAS INTERNACIONAIS PARA O SETOR NO MARCO DA SUSTENTABILIDADE ..................................................51
5.2 OPORTUNIDADES PARA O ALUMÍNIO NO MARCO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..............................................52
5.3 DESAFIOS PARA O SETOR NO MARCO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................................................53
5.4 CONTRIBUIÇÃO DO ALUMÍNIO PARA A SUSTENTABILIDADE DE GRANDES SEGMENTOS ECONÔMICOS .........................................55
6 CONCLUSÃO ................................................... 59
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OAPRESENTAÇÃOA indústria brasileira do alumínio reúne todas as condições para se
consolidar como um importante elo no fornecimento de soluções
sustentáveis numa economia de baixo carbono. O setor conta com
um conjunto de vantagens comparativas que, se adequadamente
compreendidas pelas partes interessadas e apoiadas pelo governo,
podem se tornar atributos extremamente competitivos.
São elas: (i) energia de origem renováveis e predominantemente
hidrelétrica, com baixíssimas taxas de emissões de gases de efeito
estufa; (ii) indústria mineradora de bauxita responsável, que
se destaca no atendimento a padrões e regulamentos globais
de sustentabilidade; (iii) indústria primária e de transformação
operando com padrões e desempenho de classe mundial; (iv) altas
taxas de reciclagem de alumínio; e (v) produtos de alumínio que se
diferenciam pela baixa pegada de carbono.
Tais vantagens são bastante favoráveis para que o Brasil se torne
uma plataforma global do alumínio sustentável. Em um primeiro
momento fornecendo mais soluções para o mercado brasileiro
e, conforme o crescimento da produção do metal, suprindo os
mercados globais que buscam soluções mais sustentáveis.
Milton Rego
Presidente Executivo
Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação da entidade
Instalada no Brasil desde a década de 1950, a indústria do alumínio
está presente em todo o país. Em toda sua cadeia de valor – da
extração mineral à reciclagem – apresenta desempenhos que
demonstram sua responsabilidade socioambiental.
Trata-se de indústria estratégica para o país, pois atende aos
principais segmentos econômicos com diversidade e qualidade
de produtos de alumínio, que oferecem soluções importantes de
sustentabilidade, além de participar do mercado internacional
como exportador, incluindo alumina e bauxita, gerando riqueza
para a nação.
Fundada em 1970, quando o setor se estruturava para seu primeiro
salto de crescimento, a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
representa 100% da produção do alumínio primário e 80% do
consumo de produtos transformados do metal.
Figura 1 - Principais objetivos da ABAL
PROMOVER O ALUMÍNIO
INCENTIVAR NOVAS APLICAÇÕES
PROMOVER A COMPETITIVIDADE
DA INDÚSTRIA
PROMOVER PADRÕES DESAÚDE, SEGURANÇA E
MEIO AMBIENTE
PUBLICAR ESTATÍSTICASDA INDÚSTRIA
ELABORAR E DIVULGAR NORMAS
TÉCNICAS
REPRESENTAR AINDÚSTRIA EM TODOS
OS NÍVEIS DO GOVERNO
Fonte: ABAL.
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1.2 Objetivos
Este trabalho tem por finalidade mostrar a contribuição do alumínio
para a sustentabilidade em uma economia de baixo carbono e, que
o Brasil tem vocação para ser uma nação protagonista dessa nova
economia, em virtude de seu enorme potencial consumidor nos
próximos anos e das vantagens comparativas de sua indústria em
relação a outros países.
Por suas características de leveza, durabilidade, resistência à
corrosão e a intempéries, além de infinita reciclabilidade, o alumínio
contribui para a sustentabilidade dos mais variados segmentos da
economia em que ele é utilizado – embalagens, transportes, eletri-
cidade, construção civil, bens de consumo etc.
A pegada de carbono do alumínio brasileiro em sua cadeia
de valor (da mineração à reciclagem) é uma das mais baixas
do mundo. Está em cerca de 4,2 t de CO2eq por tonelada de
alumínio, fator muito abaixo da média mundial de 9,7 t de CO2eq
por tonelada de alumínio. Tal vantagem se deve principalmente à
matriz elétrica brasileira.
Outra vantagem comparativa é que o Brasil possui um dos mais
elevados índices de reciclagem do metal. O país está entre aqueles
com maior índice de reciclagem de latas de alumínio no mundo.
As latas de alumínio para bebidas - tão apreciadas pelos brasi-
leiros, que consomem, em média, 117 unidades por ano – é o
principal produto reciclado no país, respondendo por quase 50%
do volume de sucata de alumínio recuperada anualmente. O
índice nacional de reciclagem de latas de alumínio para bebidas
de 2015 atingiu 97,9%. Ao todo, 298,7 mil toneladas de latas
foram vendidas no país e, desse montante, 292,5 mil toneladas
foram coletadas e recicladas.
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Somando-se o montante de latas à reciclagem do alumínio em
outras formas, o setor recuperou 582 mil toneladas em 2016. A
relação entre o volume de sucata recuperada e o consumo domés-
tico de produtos de alumínio atingiu a marca de 48,3% no mesmo
ano, índice consideravelmente superior à média dos principais
países consumidores do metal (27%).
A soma desses dois fatores – alto índice de reciclagem e produção
de metal primário a partir da hidroeletricidade – faz com que os
produtos de alumínio fabricados no país, com metal brasileiro,
tenham uma pegada de carbono menor.
Esta é uma oportunidade que o Brasil tem para explorar, pois ainda
temos um baixo consumo per capita de alumínio, comparado com
outros países em semelhantes condições socioeconômicas, havendo
potencial para crescer ainda mais com o aumento da renda e de
investimentos em infraestrutura, necessários para o crescimento do
nosso país.
Alguns setores, como o de transportes, por exemplo, com um
amplo conjunto de medidas para reduzir o consumo de combustí-
veis e as emissões atmosféricas tem no alumínio um grande aliado
na redução do peso dos veículos.
Na mineração de bauxita o país tem posição destacada em termos
de responsabilidade socioambiental, e, com o objetivo de aumentar
sua competitividade internacional, a ABAL lidera desde 2016 uma
iniciativa em parceria com o Australian Aluminium Council para
definir os princípios de mineração responsável de bauxita.
Um primeiro documento proposto por essas duas entidades foi
aprovado por representantes das entidades internacionais de
alumínio e foi submetido para análise do International Aluminium
Institute - IAI e do Aluminium Stewardship Initiative - ASI.
Em 2017 a ABAL publicou seu relatório sobre Mineração Respon-
sável e Competitividade, já de acordo com esses princípios.
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Figura 2 - Relatório Bauxita no Brasil: mineração responsável e competitividade
Fonte: ABAL.
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A etapa seguinte da cadeia produtiva, por sua vez, referente
a produção de alumínio primário a partir do refino da bauxita,
vem sofrendo um intenso processo de perda de sua competitividade,
devido aos custos de produção do metal primário (sobretudo
energia elétrica); custos que incidem em toda cadeia (carga tributária
e custo Brasil); e pela invasão de produtos importados semiacabados
e acabados, provenientes principalmente dos países asiáticos. Mesmo
com a redução do volume de alumínio primário de cerca de 50%
nos últimos cinco anos, com a consequente redução das emissões
totais, é fundamental para a sobrevivência da indústria brasileira do
alumínio, que a legislação e os compromissos assumidos pelo país
no sentido de produzir os efeitos esperados na segurança climática
do planeta não reduzam a competitividade do setor.
Com as discussões sobre o custo do carbono e os estudos que os
governos têm conduzido para definir a oportunidade e modelos
de precificação, é fundamental não perder de vista que qualquer
opção deve levar em conta os vazamentos de emissões relacionadas
aos produtos com maior pegada de carbono, seja na sua produção,
seja no transporte.
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CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA E SOCIOAMBIENTAL DO SETOR
2.1 Caracterização econômica do setor
Tabela 1 - Perfil da indústria brasileira do alumínio – 2016
EMPREGOS (31/12)DIRETOSINDIRETOS
442 732119 178323 554
Faturamento (R$ bilhões)(1)
Participação no PIB (%)Participação no PIB Industrial (%)
55,70,94,8
Investimento bruto (R$ bilhões)(1) 2,0
Impostos pagos (R$ bilhões)(1)(2) 14,0
Produção de alumínio primário (mil t) 793
Consumo doméstico de produtos transformados (mil t) 1 205
Consumo per capita (kg/hab.) 5,8
Exportação (mil t) (peso alumínio) 495
Importação (mil t) (peso alumínio) 534
Balança comercial da indústria do alumínio (US$ milhões FOB)(3)
• Exportações• Importações• Saldo
3 5771 3392 238
Participação das exportações de alumínio nas exportações brasileiras 1,9%
Fonte: ABAL.(1) Estimativa com base em dados da ABAL e Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC).(2) Inclui impostos sobre produção, consumo e propriedade.(3) Inclui Bauxita e Alumina.
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Número de empresas atuando no setor no Brasil
A ABAL estima que cerca de 500 empresas atue diretamente na
cadeia produtiva do setor, nas etapas de – mineração, refinaria,
transformação e reciclagem/produção de ligas.
Número de empregos gerados pelo setor
Em 2016, a cadeia do alumínio no Brasil foi responsável por cerca de
443 mil postos de trabalho, sendo 119 mil diretos e 324 mil indiretos.
Participação do setor no PIB industrial brasileiro
Em 2016 a indústria brasileira do alumínio faturou R$ 55,7 bilhões,
o que representou 4,8% do PIB Industrial do País; investiu R$ 2,0
bilhão e recolheu R$ 14,0 bilhões em impostos.
Valor das exportações/importações do setor e participação no total exportado/importado pelo Brasil
As vendas externas da indústria brasileira do alumínio totalizaram
US$ 3,6 bilhões (FOB) em 2016, respondendo por 1,9% do total
das exportações do País, enquanto as importações fecharam o ano
com US$ 1,3 milhão.
Participação do Brasil no total da produção mundial de alumínio primário
O Brasil produziu 793 mil toneladas de alumínio primário em 2016,
contribuindo com apenas 1,4% da produção mundial do metal
naquele ano, que totalizou 57.546 mil toneladas. O país é o 10º
maior produtor de alumínio primário, atrás de China (que sozinha
responde por mais de 50% da produção mundial), Rússia, Canadá,
Emirados Árabes, Índia e Austrália, entre outros.
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Participação do Brasil no consumo mundial de alumínio
O consumo doméstico de produtos transformados de alumínio
atingiu 1.205 mil toneladas em 2016, levando a um consumo per
capita de 5,8 kg/hab. Trata-se de uma queda de 23%, quando
comparado ao consumo per capita registrado em 2013, que atingiu
7,5 kg/hab.
Participação do Brasil na indústria do alumínio
O Brasil é o 3º maior produtor mundial e detentor da 3ª maior
reserva mineral de bauxita, é o 3º maior produtor mundial de
alumina, mas só o 10º de alumínio primário, situação que vem se
agravando devido às questões relacionadas ao custo de energia,
que afeta a competitividade global da nossa indústria.
A produção de alumínio primário mundial em 2016 foi de 57.546 mil
toneladas (fonte: World Metal Statistics) e a do Brasil foi 793 mil toneladas.
Figura 3 - A indústria de alumínio no mundo – 2016
Fonte: ABAL.
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Tabela 2 - O Brasil e o mundo
PRODUÇÃO BAUXITA ALUMINAALUMÍNIO PRIMÁRIO
1º Austrália China China
2º China Austrália Rússia
3º Brasil Brasil Canadá
4º Guiné ÍndiaEmirados Árabes Unidos
5º Índia Estados Unidos Índia
6º Jamaica Rússia Austrália
7º Malásia Jamaica Noruega
8º Rússia Canadá Bahrain
9º Cazaquistão Ucrânia Estados Unidos
10º Grécia Cazaquistão Brasil
11º Arábia Saudita Espanha Islândia
Fonte: Anuário Estatístico ABAL.
Descrição da cadeia produtiva
A cadeia produtiva de alumínio compreende desde a extração do
minério – bauxita até a reciclagem, passando pela produção da
alumina que é transformada em alumínio metálico ou primário;
que é a matéria-prima para a fabricação dos produtos transfor-
mados de alumínio, que por sua vez, são insumos de uma ampla
gama de produtos ofertados na economia, tais como embalagens,
materiais de transportes, materiais de construção, fios e cabos de
distribuição de energia elétrica e bens de utensílios domésticos e
componentes para equipamentos eletroeletrônicos.
A cadeia produtiva do alumínio, até sua fase de bens transformados
de alumínio é composta de seis etapas principais:
• extração e beneficiamento da bauxita;
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• produção de óxido de alumínio (alumina);
• obtenção do metal primário em lingotes ou líquido (alumínio
99,7%);
• fabricação de produtos semimanufaturados;
• fabricação de produtos manufaturados finais e
• reciclagem.
O último desses estágios possui a virtude de fechar a cadeia de
valor do alumínio no Brasil, partindo da sucata recuperada de
produtos de alumínio para retornar ao metal. Além de possibilitar o
reaproveitamento de recursos, evitando desperdícios econômicos,
a reciclagem do alumínio tem impactos positivos ao meio ambiente
como a redução de uso de energia e de consumo de recursos
naturais não renováveis, como a bauxita.
Figura 4 - Cadeia Produtiva do Alumínio
Fonte: ABAL.
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Valor da produção doméstica do setor
Como pode ser visto no quadro abaixo, em 2015 a cadeia produtiva
do alumínio respondeu por uma produção no valor de R$ 44,34
bilhões, sendo que a maior participação é da etapa de transfor-
mação em semimanufaturados e transformados, cuja produção
somou R$ 15,35 bilhões.
Tabela 3 - Produção 2015: volume e valor
PRODUTO MILHÃO DE TONELADA R$ BILHÃO
Bauxita 37,265 3,218
Alumina 10,481 10,849
Alumínio primário 0,772 4,499
Alumínio secundário 0,540 3,146
Semimanufaturados 1,273 7,273
Transformados - 15,352
Total da produção - 44,336
Fontes: ABAL, MDIC e IBGE.
Produção alumínio primário
Instalada no país desde a década de 1950, a indústria brasileira do
alumínio passou por vários ciclos de crescimento. O período entre
1960 e 1980 é marcado pela expansão da capacidade instalada e
da produção de alumínio primário. Já o período a partir da década
de 1990 é marcado por taxas reduzidas de expansão na produção
primária e estagnação dos investimentos em expansão da capaci-
dade instalada.
A partir de 2009 teve início um processo de fechamento de capa-
cidade que afetou as empresas do setor, ocasionando um recuo na
produção primária de quase 50%.
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Gráfico 1 - Histórico da indústria brasileira do alumínio no Brasil
Fonte: ABAL.
2.2 Caracterização socioambiental
A ABAL lançou no ano de 2014 uma iniciativa de consolidação de
indicadores de desempenho ambiental das indústrias do setor.
A coleta, consolidação e análise dos principais indicadores de
desempenho ambiental, de forma periódica e padronizada, permi-
tiria atingir três objetivos:
• ajudar as empresas a situarem seu desempenho em relação à
média de cada segmento;
• identificar os benchmarks;
• comunicar os resultados às partes interessadas;
• auxiliar nos posicionamentos do setor junto ao governo e
a sociedade.
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Uso de recursos da cadeia produtiva de alumínio primário
Processo de extração mineral
O principal minério de alumínio existente no Brasil é a bauxita. O
mineral nele contido é o hidrato de alumínio, que se encontra asso-
ciado a impurezas, sobretudo óxidos de ferro e titânio, bem como
silicato de alumínio, as quais devem ser eliminados no tratamento.
A mineração de bauxita requer poucas extensões de terra compa-
rada com outras minerações. O total de área minerada anualmente
no mundo é de cerca de 30 km2. Uma das características da extração
da bauxita no Brasil é que ela ocorre praticamente na superfície. No
mundo, a bauxita pode ser encontrada abaixo de uma camada de 5
a 20 metros de rochas ou argilas. No Brasil os principais depósitos
se localizam principalmente em Minas Gerais e Pará, onde a bauxita
ocorre logo abaixo do solo, numa profundidade que varia entre três
e oito metros.
A bauxita é extraída do solo por retroescavadeiras e carregada em
caminhões, que a levam até a planta de beneficiamento, onde o
minério é britado, moído, lavado, classificado conforme granulo-
metria e secado. Em seguida, ele é transportado até as usinas de
alumina, nacionais ou é exportado. O transporte em geral é feito
por ferrovias e hidrovias.
Em 2016, a produção brasileira de bauxita atingiu um volume de
39.244 mil toneladas. Desse total, 24.547 mil toneladas foram
destinadas para atender a demanda interna para produção de
alumina que, por sua vez, registrou um volume de produção
de 10.885 mil toneladas nesse período. Já o consumo doméstico de
alumina para produção de alumínio primário foi de 1.517 mil tone-
ladas enquanto as exportações totalizaram 8.778 mil toneladas.
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Figura 5 - Localização das Mineradoras de Bauxita no Brasil
Fonte: ABAL.
Reabilitação das áreas mineradas e a conservação da biodiversidade
A indústria de mineração promove o uso temporário da terra,
devolvendo-a recuperada, com a utilização de técnicas de manejo,
essenciais para o solo após a lavra.
As operações de mineração de bauxita no Brasil têm como meta
recuperar as áreas mineradas cumprindo as leis vigentes, retornan-
do-as às condições pré-operação, de modo a se tornarem ecos-
sistemas autossustentável e que possibilitem usos da terra que
atendam aos interesses das comunidades locais.
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As áreas de extração da bauxita se beneficiam do processo de
reabilitação da fauna e flora nativas. As empresas desenvolvem
programas próprios de plantios, com viveiros de produção de
mudas, para recuperar ao máximo a biodiversidade de cada região
onde a unidade fabril está instalada.
Os indicadores desse trabalho podem ser encontrados na tabela
abaixo, referentes ao ano de 2015.
Tabela 4 - Biodiversidade na mineração de Bauxita
INDICADOR (BASE 2015) HA
1Área total alterada e ainda não reabilitada – cumulativo até o final do ano anterior. Considera áreas de lavra, infraestrutura administrativa e operacional e áreas de apoio
9.036
2 Área alterada durante o ano 941
3 Área reabilitada durante o ano 940
4 Área total alterada e ainda não reabilitada – saldo (1 + 2 + 3) 9.036
Fonte: ABAL.
Figura 6 - Reabilitação da área minerada de bauxita
Fonte: Alcoa (Juruti).
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Produção de alumina
A obtenção da alumina se dá através de um processo conhecido
como Processo Bayer. A bauxita é misturada, a quente, em uma
solução de soda cáustica até ocorrer a dissolução da alumina, que é
então precipitada por resfriamento na forma de hidrato e enviada a
um forno de calcinação para se transformar em alumina calcinada.
Obtém-se, dessa forma, um pó branco que é a matéria-prima para
a produção de alumínio primário.
As refinarias brasileiras são muito eficientes em relação à energia,
com quase 40% menos consumo por tonelada de alumina do que
a média mundial.
Produção de alumínio primário
A obtenção do alumínio ocorre pela redução da alumina calcinada
em cubas eletrolíticas, a altas temperaturas, no processo conhecido
como Hall-Héroult. São necessárias duas toneladas de alumina para
produzir uma tonelada de metal primário pelo processo de Redução.
Figura 7 - Processo eletrolítico para obtenção de alumínio primário
Fonte: ABAL.
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Consumo de energia na cadeia produtiva do alumínio
Apenas a etapa de produção eletrolítica do alumínio primário é
eletrointensiva. Nas demais etapas da cadeia produtiva o consumo
de energia elétrica é pequeno – similar a qualquer outro processo
industrial. A atividade de reciclagem de alumínio no Brasil tem uma
posição destacada. Trata-se de um verdadeiro “banco de energia”
para as futuras gerações, uma vez que se estima que mais de 75%
do alumínio até hoje produzido ainda esteja em uso, reciclado
inúmeras vezes.
Gráfico 2 - Consumo médio específico de energia elétrica na produção de alumínio primário
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
15,0 15,4 15,3 14,9 15,2 15,1 15,1 15,6 15,9 15,7 15,3 15,4 16,1
15,2 15,1 15,1 15,2 15,0 15,0 14,8 14,8 14,7 14,6 14,6 14,3 14,2
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MW
h po
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Brasil
Média mundial
Fonte: ABAL e International Aluminium Institute - IAI.
Principais aspectos ambientais relacionados a:
Mudanças do clima e emissões de gases de efeito estufa:
Globalmente, a produção de alumínio primário responde por 1%
das emissões antrópicas de gases de efeito estufa. Esta estima-
tiva do International Aluminium Institute - IAI inclui as emissões
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indiretas, relacionadas à geração de energia utilizada nos processos
de alumínio.
Gráfico 3 - Produção mundial de alumínio responde por cerca de 1% das emissões de GEE
Alumínio 1% Residencial ecomercial 12%
Agricultura 20%
Transportes 14%
Disposição resíduos 2%Geração energia elétrica 20%
Outras indústrias 22%
Cimento 5%Aço 4%
Fonte: International Aluminium Institute – IAI.
Para um melhor entendimento das contribuições do alumínio para
uma economia verde, mais especificamente a economia de energia
e redução de emissões de gases de efeito estufa, é necessário uma
perspectiva de análise de ciclo de vida (ACV), fazendo um balanço
entre as emissões geradas na sua produção com as que são redu-
zidas pela sua utilização, quando comparado com outros materiais.
A ABAL, em parceria com a Fundação Espaço Eco, realizou em
2010 o estudo “Avaliação das emissões de gases de efeito estufa
na cadeia de valor do alumínio” para melhor conhecer a contri-
buição de toda a cadeia produtiva do alumínio nas emissões do
País, buscando acelerar os passos da indústria na direção de uma
economia de baixo carbono.
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Figura 8 - Capa do Estudo “A indústria brasileira de alumínio no rumo da economia de baixo carbono”
Fonte ABAL.
O estudo comprovou as vantagens comparativas do alumínio brasi-
leiro em relação a outros países. O total das emissões - desde a
mineração até a reciclagem - foi de 4,2 t de CO2eq por tonelada de
alumínio, fator muito abaixo da média mundial de 9,7 t de CO2eq
por tonelada de alumínio, divulgado pelo International Aluminium
Institute - IAI.
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Gráfico 4 - Emissões de CO2 – A Vantagem do Alumínio Brasileiro
Produção de alumínio Cadeia de valor do alumínio
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7.100
2.661
10.000
5.000
0
kg C
O2eq
/t A
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MundoBrasil
ETAPACOMPARATIVO BRASIL/MUNDO
Produção de alumínio primário -63%
Cadeia de valor do alumínio -56%
Fonte: Estudo - Avaliação das emissões de gases de efeito estufa na cadeia de valor do alumínio - Fundação Espaço ECO.
A contribuição de cada etapa do processo produtivo ficou assim distribuída:
Gráfico 5 - Contribuição das etapas de produção nas emissões de CO2 eq/t al
49%
2%1%
12%
3%5%
1%
26%
Bauxita
1% Transportes
Alumina
Alumínio Primário
Anodo
Lingotamento
Energia Elétrica (redução)
Semimanufaturados
Reciclagem
Fonte: Estudo - Avaliação das emissões de gases de efeito estufa na cadeia de valor do alumínio - Fundação Espaço ECO.
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O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
o Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTI) - responsável pelos inventários nacionais, e o International
Aluminium Institute – IAI, publicam metodologias consistentes para
a realização das estimativas de emissões de Gases de Efeito Estufa
(GEE) do processo industrial da produção de alumínio primário.
Globalmente, as emissões deste processo (diretas do CO2 dos
anodos dos fornos e os PFCs – perfluorcarbonos) somado às para
geração de energia elétrica utilizadas nos fornos para redução do
alumínio, representam 72% das emissões totais de toda a cadeia
de valor do alumínio, incluindo transportes, segundo estudo e
publicações do IAI – Folder Aluminium for Future Generations.
Nos critérios utilizados as emissões da indústria de alumínio refe-
rem-se às emissões de CO2 e dos PFCs relacionadas ao processo de
produção do alumínio primário. Não incluem as emissões indiretas
relacionadas ao uso de energia.
Em setembro de 2013, com a colaboração do Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e do Grupo Técnico de Inventá-
rios da Comissão Técnica do Plano Indústria (CTPin), a ABAL elaborou
e divulgou junto às empresas associadas, Guia de Referência para
Inventário de Gases de Efeito Estufa para o setor Alumínio.
O Guia foi produzido com o objetivo de fornecer orientações espe-
cíficas para as empresas brasileiras de alumínio primário elaborarem
seus inventários anuais de acordo com as especificações da Nota
Técnica Alumínio (Caderno 5), publicada pela Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC) e Centro de Estudos em Sustentabilidade
da Fundação Getúlio Vargas (GVces), em atendimento às exigências
do Plano Indústria, da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
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As orientações do Guia também atendem aos requisitos técnicos
para inventários de Gases de Efeito Estufa (GEE), normatizados por
diversos documentos, principalmente o Aluminium Sector GHG
Protocol, publicado pelo International Aluminium Institute (IAI).
É importante ressaltar que a publicação deste Guia foi um esforço
de padronização e harmonização para que os resultados dos inven-
tários sigam um conjunto de orientações comuns que atendam às
exigências do Plano Indústria da Política Nacional de Mudanças
Climáticas e de outras iniciativas e instrumentos em vigor ou
futuros, que tratem do tema de inventários de GEE no Brasil.
Nesse Guia são detalhadas as exigências legais e requisitos técnicos
aplicáveis ao setor; princípios para a elaboração do inventário
nacional; etapas do inventário; dados do inventário (identificação
da empresa/unidade e do inventário, limites organizacionais e
operacionais, metodologias e ferramentas de cálculo e medição e
resultados); relato, verificação e qualidade do inventário.
Em abril de 2016, a indústria brasileira de alumínio, participou do
lançamento oficial do sistema de certificação de pegada de carbono
para produtos brasileiros.
O projeto foi coordenado pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e desenvolvido por meio de um processo participativo
conduzido pela Consultoria Carbon Trust, para estímulo à economia
de baixo carbono com expertise global no tema. O projeto teve o
apoio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e
financiamento do Prosperity Fund da Embaixada Britânica em Brasília.
Quatro empresas do setor de alumínio (Novelis do Brasil Ltda,
Grupo ReciclaBR, General Cable Brasil Ind. e Com. de Condutores
Elétricos Ltda e Companhia Brasileira de Alumínio - CBA) tiveram
produto certificado.
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Modelo para outras embalagens
Com a regulamentação da Lei nº 12.305/2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, conceitos como logística
reversa, responsabilidade compartilhada e inclusão socioeconômica
dos catadores de materiais recicláveis passaram a ser obrigatórios
para produtores e consumidores de embalagens.
São conceitos que já são presentes na reciclagem de embalagens
de alumínio para bebidas – atividade que se estruturou a mais de
25 anos, com a instalação das primeiras fábricas de latas no país.
Por essa razão a cadeia de reciclagem de alumínio é referência para
a elaboração do modelo de Acordo Setorial no âmbito da logística
reversa da lei de resíduos sólidos urbanos secos.
Fato é que, segundo dados levantados pelo Cempre - Compromisso
Empresarial pela Reciclagem, no total dos resíduos sólidos urbanos
secos do país, o alumínio representa somente 1%, contra 20% de
plástico e 40% de papelão. Trata-se de uma evidente constatação
do excelente resultado dos esforços e recursos investidos na cadeia
do alumínio e sua reciclagem.
Emissões de CO2 na fabricação de latas de alumínio para bebidas
A análise do Ciclo de Vida da lata de alumínio para bebidas detalhou
a contribuição para o meio ambiente da fabricação da embalagem
a partir de alumínio reciclado.
Segundo a pesquisa, a reciclagem da lata de alumínio para obtenção
de uma nova embalagem reduz em 70% as emissões de C02 e 71%
o consumo de energia, entre outros benefícios, quando comparado
à lata fabricada apenas com alumínio primário, que é obtido a partir
da extração da bauxita. O estudo foi encomendado pela Associação
Brasileira do Alumínio (ABAL) e pela Associação Brasileira dos Fabri-
cantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas).
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O Centro de Tecnologia de Alimentos - Cetea analisou diversos
aspectos do ciclo de vida da lata, considerando o impacto em cada
fase da sua produção – extração da bauxita, produção do alumínio
primário e da chapa de alumínio e fabricação da lata e de sua
tampa – além do consumo de energia elétrica e de combustível no
processo produtivo e no transporte. Da cadeia de reciclagem foram
considerados dados de coleta, transporte da lata pós-consumo
(sucata) e processo de reciclagem.
A partir dos dados coletados para a análise do ciclo de vida (ACV),
foi possível retratar três cenários para a produção de latas e tampas
de alumínio: um utilizando apenas metal primário (0% reciclagem);
produção com 50% de metal primário e 50% de metal reciclado;
e produção com 2% de metal primário e 98% de reciclado (índice
brasileiro de reciclagem de latas de alumínio para bebidas de 2011)
– considerando que o total reciclado substitui volume equivalente
de alumínio primário.
A tabela abaixo mostra como o aumento do material reciclado
melhora os parâmetros de importantes variáveis ambientais:
Tabela 5 - Redução de impacto ambiental em relação ao cenário sem reciclagem (%)
% ALUMÍNIO RECICLADO
EMISSÃO DE CO2
CONSUMO DE ENERGIA
ELÉTRICA
CONSUMO DE ÁGUA
CONSUMO DE BAUXITA
0% 100% 100% 100% 100%
50% -35% -36% -33% -47%
98% -70% -71% -65% -93%
Fonte: CETEA.
A comparação entre os três cenários deixa evidente os benefícios do
maior uso de material reciclado na composição da lata de alumínio.
Com o aumento da taxa de reciclagem, o consumo de energia,
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de água e de recursos naturais diminui significativamente. A emissão
atmosférica também é menor, bem como a chamada “pegada de
carbono” (redução de CO2 eq), provando que a reciclagem contribui
para a redução do aquecimento global.
“A análise de ciclo de vida da lata serve como uma referência para
o consumidor ao comparar com outras embalagens, mas serve
também para subsidiar políticas públicas que estimulem a produção
e o consumo sustentáveis”, comentou o presidente-executivo da
Abralatas, Renault Castro, lembrando que o estudo será importante,
também, para a indústria aperfeiçoar o processo de produção e
reduzir ainda mais o impacto ambiental.
Principais aspectos sociais
Na esfera da responsabilidade social, a indústria brasileira do
alumínio implanta programas para promover o desenvolvimento
local, gerando benefícios sociais, econômicos, e mais qualidade
de vida para seus funcionários, além de treinamento e desenvolvi-
mento profissional.
As iniciativas Juruti Sustentável da Alcoa e Territórios Sustentáveis
da MRN, desenvolvidas através de parcerias com organizações da
sociedade civil e participação das comunidades e governos locais,
são referências em desenvolvimento regional catalisados por meio
de investimentos privados em operações industriais.
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Figura 9 - Iniciativas sustentáveis da indústria
Créditos: Alcoa e MRN.
A contínua valorização de seus colaboradores e o comprometi-
mento com o desenvolvimento das comunidades próximas às suas
plantas são valores integrados à forma como esta indústria opera,
investe e faz negócios.
Somente em relação à mineração de bauxita, o quadro abaixo já
dá uma ideia das contribuições dessa atividade para o desenvolvi-
mento social e econômico.
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Tabela 6 - Contribuição da mineração de bauxita para o desenvolvimento social e econômico
INDICADOR VALOR
1 Número de empregos diretos, Brasil, em 2015(2) 4.739
2Remuneração empregados diretos (salários = benefícios + bônus), Brasil, em 2014 – R$ milhões(1)
437,81
3 Salários e contribuições sociais, Pará, em 2014 – R$ milhões(1) 366,52
4Arrecadação da CFEM pela mineração de bauxita, Brasil, em 2014 – R$ milhões(1)
59,00*
5 Participação da mineração de bauxita no PIB, Brasil, em 2014(1) 5,7%
6
Participação da mineração de bauxita no PIB dos municípios, Brasil, em 2012(3)
• Juruti• Oriximiná• Paragominas
36,4%17,8%20,1%
7Impostos e contribuições (FGTS, INSS, PIS, COFINS, ICMS, demais impostos e taxas, Brasil, em 2012 – R$ milhões(3)
288,35
8
Participação da CFEM da mineração de bauxita no total arrecadado dos municípios no Pará, em 2014(3)
• Juruti• Oriximiná• Paragominas
8,8%9,0%4,4%
9
Variação do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em municípios no Pará (2010/2000)(3)
• Juruti• Oriximiná• Paragominas
52,0%20,5%37,0%
* Fonte: Departamento Nacional de Produção Mineral.(1) Estudo Geração de Valor nas Cadeias Minerais Metálicas – EX Ante Consultoria
Econômica – Outubro 2016.(2) Relatório Anual Indicadores Sociais (RAIS) e Cadastro Geral de Emprego e
Desemprego (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego.(3) A indústria de alumínio no Pará – Benefícios econômicos e potencial de geração
de emprego e renda – EX Ante Consultoria Econômica – Março 2015.
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Saúde e Segurança do Trabalho
O grande desafio quando se fala em saúde e segurança na indústria
é a manutenção de boas condições de trabalho e a redução das
taxas de acidentes. Com a adoção de boas práticas e investimentos
em segurança, em todas as etapas da cadeia de produção, desde a
mineração até a reciclagem, a indústria brasileira de alumínio tem
apresentado desempenho significativo.
Na indústria brasileira do alumínio, a Taxa Média de Frequência
dos Acidentes com Afastamento, que é a relação do número de
acidentes por um milhão de horas-homem trabalhadas, foi reduzida
de 3,58 em 2015 para 2,62 em 2016.
Também os dados referentes à Taxa Média de Gravidade dos
acidentes diminuiu de um ano para outro, passando de 221 para
214 em 2016.
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RINICIATIVAS SOCIOAMBIENTAIS DO SETOREm julho de 2016 a ABAL filiou-se à Aluminium Stewardship Initiative
(ASI), organização global sem fins lucrativos, que define normas para
o desempenho de sustentabilidade para a cadeia de valor do alumínio.
Como associada da ASI, a ABAL tem oportunidade de integrar
discussões internacionais acerca de práticas responsáveis; compar-
tilhar as vantagens comparativas do alumínio brasileiro, como
energia limpa e baixa pegada de carbono; influenciar na definição
de protocolos e governança e participar de um Comitê que discute
especificamente a mineração sustentável.
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PRÁTICAS EMPRESARIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
4.1 Iniciativas de divulgação de informações e transparência sobre o desempenho socioambiental do setor
Publicações
A Associação Brasileira do Alumínio – ABAL publica o Relatório de
Sustentabilidade do setor, com o objetivo de apresentar o desem-
penho da indústria brasileira do alumínio, seus investimentos e
reflexos na sociedade na direção do desenvolvimento sustentável.
Paralelamente ao relatório do setor, as maiores empresas –publicam
seus próprios relatórios de responsabilidade social.
A ABAL também publica guias técnicos sobre processos e aplica-
ções do alumínio, em que o tema “responsabilidade ambiental” é
abordado de forma transversal na maioria deles, alguns com grande
destaque e conteúdo, como os guias sobre reciclagem e de geração
e tratamento de escória.
Congresso Internacional do Alumínio
A cada 2 anos, a ABAL realiza o Congresso Internacional do Alumínio
e, simultaneamente, a ExpoAlumínio que juntos compõem o maior
e mais importante evento nacional do setor nas Américas, reunindo
especialistas de diversos países para discutirem temas que contri-
buam para o contínuo desenvolvimento da cadeia produtiva do
alumínio no Brasil.
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Figura 10 - 7º Congresso Internacional do Alumínio (2016)
Fonte: ABAL.
Índice de reciclagem de latas de alumínio para bebidas
Dia Nacional da Reciclagem do Alumínio
A ABAL trabalha continuamente na divulgação e na conscienti-
zação da reciclagem do alumínio, por meio de ações com diversos
públicos como Press Trips com jornalistas, realização de campa-
nhas nas redes sociais, palestras em escolas e universidades de
todo o Brasil; divulgação na mídia nacional e internacional e
ações com a sociedade durante o Dia Nacional da Reciclagem do
Alumínio (em 28 de outubro).
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Figura 11 -Press Trips “O Ciclo da lata de alumínio para bebidas”
Fonte: ABAL.
Alumínio nas escolas
A necessidade de disseminar as vantagens e a inovação tecnológica
do alumínio, além da contribuição do metal para a sustentabili-
dade do planeta, o setor, por meio de sua entidade representativa,
mantém o “Projeto ABAL Alumínio nas Escolas” com objetivo de
fomentar o estudo e a pesquisa sobre o material no meio acadêmico.
Voltado principalmente aos cursos de engenharia e arquitetura e
escolas técnicas, o Projeto oferece cursos, workshops e programas
técnico-científicos, contribuindo para a formação de profissionais
habilitados a transformar o alumínio em soluções para o mercado.
A política de educação da ABAL supre as lacunas técnicas do
mercado, ao mesmo tempo em que promove inclusão social, por
meio da capacitação de estudantes e profissionais.
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Figura 12 - Projeto ABAL Alumínio nas Escolas
Fonte: ABAL.
4.2 Iniciativas de certificação de auto-regulação desenvolvidas pelo setor
A ABAL, por meio de sua Comissão Técnica, é supervisora e mante-
nedora do Comitê Brasileiro do Alumínio da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (CB-35/ABNT), pelo qual se publicam todas as
normas que regem processos e produtos da indústria do alumínio.
Fazem parte desse Comitê as seguintes Comissões de Estudo (C.E.):
Caracterização Física, Química e Metalográfica; Produtos Extru-
dados; Produtos Laminados; Tratamento de Superfície; Termino-
logia; Estruturas; e Utensílios Domésticos Metálicos.
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A Comissão Técnica da ABAL também é responsável pela publicação
de um acervo técnico que consta atualmente de nove publicações
que abordam desde as características do alumínio aos diversos
processos de transformação do metal, tais como: Laminação; Trata-
mento de Superfície; Manuseio do Alumínio Líquido; Estruturas,
Perfis, Chapas e Telhas; Tratamento do Metal Líquido; Características
físico-químicas; Geração e Tratamento de Escória; e Reciclagem.
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EDESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O SETOR NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE
5.1 Principais tendências internacionais para o setor no marco da sustentabilidade
As principais tendências internacionais de sustentabilidade para
o setor do alumínio em direção a uma economia verde ocorrem
principalmente em cinco dimensões, sempre apoiadas por uma
perspectiva de análise de ciclo de vida.
• Incremento do uso de alumínio em produtos nos quais esta
medida poderá contribuir para economia de energia no ciclo
de vida do produto, o que vai requerer uma concentração de
esforços em conhecer o uso de energia e as emissões na cadeia.
• Incremento de utilização de energia gerada por hidroeletricidade,
evitando que a matriz elétrica brasileira, que é de 85%
proveniente de fontes renováveis, perca essa vantagem em
decorrência do aumento de uso de fontes fósseis.
• Aumento das taxas de reciclagem do metal.
• Busca de maior eficiência energética: Seja através de
modernização de tecnologia (retrofit) ou utilização de melhores
práticas operacionais, os ganhos nesta dimensão não teriam
um impacto significativo, quando comparados com as outras.
Devido à intensidade de capital e ao longo tempo de vida útil das
plantas instaladas estas medidas também não apresentariam
resultados rápidos, a menos que fossem incentivadas.
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• Aplicação e desenvolvimento de novas tecnologias para
uma economia verde, que ainda vai requerer pesquisa,
desenvolvimento, demonstração e utilização de novas
tecnologias para produção.
5.2 Oportunidades para o alumínio no marco do desenvolvimento sustentável
A indústria de alumínio brasileira está preparada para melhor
aproveitar as oportunidades da nova economia de consumo - mais
consciente e mais atenta sobre o ciclo de vida dos produtos - contri-
buindo como parte da solução para sustentabilidade de importantes
segmentos econômicos como automotivo, de alimentos e bebidas,
construção civil e transportes, ao ser incorporado aos processos e
produtos dessas indústrias.
Desafios e Oportunidades:
• Reciclagem do alumínio: aumentar a participação de
alumínio secundário (proveniente da sucata de obsolescência e
de processos industriais) na matriz de suprimento doméstico do
metal – que atualmente é de cerca de 48%, índice superior à
média mundial (27%). Na reciclagem de latas de alumínio para
bebidas manter sua posição de liderança, posto que ocupa há
mais de dez anos consecutivos.
• Uso do metal no segmento de transportes: a redução de
peso nos veículos e demais meios de transportes proporciona
inúmeras vantagens como o menor consumo de combustíveis e
diminuir significativamente as emissões atmosféricas. Enquanto
no Brasil, o uso do alumínio em automóveis é da ordem de 55
kg por veículo, no Japão esse volume é cerca de 122 kg, na
Europa em média é 151 kg e nos EUA é mais de 177 kg de
alumínio por veículo.
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E• Menor pegada de carbono: substituição das importações
de produtos com maior pegada de carbono e aumentar a
fabricação nacional de itens com maior valor agregado. Os
produtos de alumínio fabricados com o metal brasileiro têm
vantagens comparativas em relação aos itens importados. Os
elevados índices de reciclagem realizados no país e o uso de
uma matriz essencialmente hidrelétrica para produção de metal
primário reduzem consideravelmente a pegada de carbono dos
produtos de alumínio brasileiro.
• Eficiência energética: o emprego da tecnologia Prebaked para
a produção de alumínio primário somente é viável em plantas
(smelters) novas. Entretanto no Brasil, devido à escalada dos
custos de energia elétrica, desde a década de 1980 não são
construídas novas fábricas de alumínio primário. A perspectiva
hoje, ao contrário, é de perda da capacidade instalada.
5.3 Desafios para o setor no marco do desenvolvimento sustentável
Os altos preços da energia elétrica ameaçam a competitividade da
indústria do alumínio do Brasil e o setor passou de exportador a
importador de alumínio primário, a partir de 2014.
O país perde, dessa maneira, um suporte fundamental para seu
desenvolvimento sustentável ao não seguir sua vocação natural
para a produção de metal primário, com suas fontes de energia
hidrelétrica, limpa e renovável, e bauxita de excelente qualidade,
extraída por meio de uma mineração altamente responsável.
É em função deste potencial de desenvolvimento sustentável que a
ABAL defende medidas de caráter de uma política industrial para o
setor, enquanto trabalha para assegurar o equilíbrio no suprimento
de metal para toda cadeia.
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Além disso, a indústria trabalha em conjunto com outras entidades e órgãos governamentais para:
• que as metas propostas pela Lei nº 12.187/2009, que
estabelece a Política Nacional de Mudanças Climáticas sejam
voluntárias para o Brasil e a indústria brasileira, contando para
isso com a participação efetiva das associações industriais no
estabelecimento dessas metas;
• que as reduções de emissões já realizadas de maneira voluntária
pela indústria sejam consideradas no estabelecimento de
novas metas;
• que os mecanismos de incentivo financeiro para uma economia
de baixo carbono estejam disponíveis antes da implementação
do cumprimento das metas;
• criar mecanismos de proteção contra a importação de produtos
com pegadas de carbono maiores do que as dos fabricados
pela indústria brasileira;
• criar mecanismos de incentivo para a aplicação de materiais
mais leves na indústria de transportes, que contribuam para a
redução do consumo de combustíveis e, consequentemente,
das emissões de gases poluentes;
• manter esforços para redução das emissões em todas as etapas
da cadeia produtiva, por exemplo: implementar ações que
visem melhorar as práticas operacionais; disseminar a adoção
da metodologia do IPCC para quantificar as emissões de todas
as plantas; incentivar a reciclagem de todos os produtos de
alumínio etc.;
• continuar investindo e apoiando em pesquisas tecnológicas
para melhoria da eficiência do processo produtivo;
• estimular o uso de metodologias padronizadas para a medição
das emissões e realização dos inventários;
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E• capacitar os profissionais da indústria e demais parceiros, no
rumo da economia de baixo carbono.
5.4 Contribuição do alumínio para a sustentabilidade de grandes segmentos econômicos
O alumínio alinha-se às mais modernas políticas de sustentabilidade
empresariais ao aliar leveza e resistência mecânica, durabilidade (resis-
tência às intempéries e à corrosão), além da infinita reciclabilidade. O
alumínio contribui para sustentabilidade do planeta, ao ser aplicado
em uma enorme gama de produtos, nos seguintes segmentos:
Embalagens
As embalagens de alumínio são mais leves, duráveis e resistentes à
corrosão que os outros materiais, características ideais para garantir
a integridade de alimentos, bebidas, medicamentos e cosméticos
durante seu transporte, armazenagem e consumo. Por ser atóxico
e uma excelente barreira contra luz, umidade e impurezas, o
alumínio protege e aumenta a vida útil dos produtos embalados,
aumentando seu acesso à população. Além disso, as embalagens
de alumínio são totalmente recicláveis, infinitamente, o que diminui
a geração de resíduos e não agride o meio ambiente.
Transportes
O alumínio nos transportes contribui significativamente para
a produção de veículos mais econômicos, seguros e com baixos
índices de emissão de gases poluidores. Por ser muito mais leve que
o aço e o ferro fundido, o uso do alumínio promove importantes
reduções no consumo de combustível e no desgaste e manutenção
de peças. Só o alumínio é leve e resistente ao mesmo tempo, o que
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possibilita oferecer cada vez mais tecnologia e segurança nos meios
de transportes, sem aumentar expressivamente o peso embarcado.
Em média, cada quilo de alumínio, aplicado em substituição a um
material pesado, pode evitar a emissão de até 20 kg de CO2 durante
a vida útil de um automóvel; 28 kg de CO2, em caminhões, e 40 kg
a 45 kg de CO2, em ônibus.
Construção Civil
Os produtos de alumínio para a construção civil, por serem
leves, totalmente recicláveis e exigirem baixíssima manutenção,
são indispensáveis em obras que almejam ser qualificadas como
empreendimentos verdes. A versatilidade do alumínio permite o
desenvolvimento de produtos e soluções que possibilitam reduzir
o consumo de ar condicionado e de luz elétrica, ao mesmo tempo
em que proporcionam maior segurança e conforto térmico e
acústico aos usuários; fatores que contribuem para a sustentabili-
dade nas construções.
Os projetos de edificações que buscam a certificação Leed (Leadership
in Energy and Environmental Design), chamada de Green Building,
encontram no alumínio uma ótima alternativa para a implementação
do conceito sustentabilidade. O Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável (CBCS) é a entidade responsável pelo selo no Brasil
e conta com a participação da indústria do alumínio entre seus
sócio-fundadores.
Eletricidade
A alta condutibilidade térmica e elétrica do alumínio favorece sua
utilização em cabos e fios, na transmissão e distribuição de energia.
Embora não seja corriqueira a constatação, residências, comércios
e indústrias recebem energia elétrica por meio de redes de alta
tensão feitas de alumínio. O programa de eletrificação rural do
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EGoverno Federal, chamado “Luz para Todos“, foi, por exemplo, um
propulsor do aumento do consumo de alumínio nos últimos anos.
Bens de Consumo
Devido à sua leveza, resistência, durabilidade e facilidade de
manutenção, o alumínio assume também papel de destaque em
ambientes domésticos. É empregado em grande variedade de bens:
bicicletas; panelas, utensílios para cozinha e banheiro; móveis;
objetos de decoração; luminárias; persianas e forros; antenas;
ar-condicionado; eletroeletrônicos; escadas; ferramentas; bijute-
rias; instrumentos musicais; entre outros.
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CON
CLU
SÃOCONCLUSÃO
A indústria brasileira de alumínio reúne todas as condições para se
consolidar como protagonista no fornecimento de soluções susten-
táveis numa economia de baixo carbono.
Nossa indústria conta com um conjunto de vantagens compara-
tivas, que se adequadamente compreendidas pelas partes inte-
ressadas e apoiadas pelo governo, podem se tornar atributos
competitivos inigualáveis:
• Energia de origem predominantemente hidrelétrica, com
baixíssimas taxas de emissões de gases de efeito estufa;
• Indústria mineradora de bauxita responsável, que se destaca
no atendimento a padrões e regulamentos globais de
sustentabilidade;
• Indústria primária e de transformação operando com padrões e
desempenho de classe mundial;
• Altas taxas de reciclagem de alumínio;
• Nossos produtos de alumínio se diferenciam pela baixa pegada
de carbono.
Apenas para fins de comparação, se em 2015, toda a produção de
transformados no Brasil fosse feita com alumínio produzido aqui,
deixariam de ser emitidos no mínimo 1,25 milhões de toneladas de
CO2eq, sem contar com as emissões do transporte marítimo.
Desta forma, o Brasil reúne condições muito favoráveis para se
tornar uma plataforma global do alumínio sustentável. Num primeiro
momento fornecendo mais soluções para o mercado brasileiro
e, através do seu crescimento, suprindo os mercados globais que
buscam soluções sustentáveis.
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Governo, indústria e sociedade devem unir esforços, de forma que
o esperado aumento do consumo de alumínio, projetado para o
Brasil nos próximos anos, seja atendido pelas empresas instaladas
no país – gerando empregos, investimentos e riquezas – e usando
como insumo, preferencialmente o alumínio primário brasileiro,
menos emissor que o mundial e sucata recuperada para compor o
suprimento nacional.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente
Diretoria de Relações Institucionais – DRIMônica Messenberg GuimarãesDiretora de Relações Institucionais
Gerência Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade – GEMASShelley de Souza CarneiroGerente-Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Cíntia de Matos Amorim VianaDaniela CestarolloElisa Romano DezoltErica dos Santos VillarinhoJosé Quadrelli NetoLucia Maria de SoutoMarcos Vinícius CantarinoMário Augusto de Campos CardosoPercy Baptista Soares NetoPriscila Maria Wanderley PereiraRafaela Aloise de FreitasRenata Medeiros dos SantosSérgio de Freitas MonforteWanderley Coelho BaptistaEquipe
Diretoria de Comunicação – DIRCOMCarlos Alberto BarreirosDiretor de Comunicação
Gerência Executiva de Publicidade e Propaganda – GEXPPCarla GonçalvesGerente-Executiva de Publicidade e Propaganda
Diretoria de Serviços Corporativos – DSCFernando Augusto TrivellatoDiretor de Serviços Corporativos
Área de Administração, Documentação e Informação – ADINFMaurício Vasconcelos de CarvalhoGerente Executivo de Administração, Documentação e Informação
Alberto Nemoto YamagutiNormalização
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO – ABALDomingos Campos NetoMaurício F. BornCelso Calamita Valéria B. LimaElaboração
Editorar MultimídiaProjeto gráfico e diagramação