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JI anno DOMING-D, 3 IDE AGOSTO DE 1903 : rõiãfiw N.° 55 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Asslgnatura |j Anno, iSooo réis; semestre, ?oo réis. Pagamento adeantado. li Para o Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda forte). 8 Avulso, no dia da publicação, 20 réis. * EDITOR — José Aug-itslo Saloio - - - _____ __ % £ itíoiraociMffl 16 — LARGO DA MISEUCORDIA- A L D EfiA I.LK G A p I»BEÍilá Ca^ÕCS d Annuncios— i.» publicação, 40 réis a 1 'nha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.^ pagina, contracto esp tini. Os auto- Á «raphc p í: graphos não se restituem qiier sejam ou não publicados. 1 ) Ú PROPRIETÁRIO —- José Augusto Saloio U _____________ _________ __ EXPEDIENTE lUui de sião soffffrerens interrupção asa vcaicssa tle © DOMIKUO, r«siga mos aos iíossíís estimá veis assignantes «ie fora» o favor de nus enviarem a ini|>oríancia do cor reste semestre. o qne muito agradecemos. Acceitam-se com grati dão (juaesfjuer noticias <j«e sejam ale interesse |»!lI>IÍCO. A FALCMCAÇÍO Foram presos ha pouco uns indivíduos, pelo sim ples crime de fabrico e passagem de notas falsas. Francamente náo de viam ser pregos esses ho mens. Quem não seja fal- sificador que se atreva a atirar-lhes a primeira pe dra. Neste mundo tudo é falso, tudo é mentido, tu do é illusão. Temos um amigo a quem contamos a nossa vida, a quem confiamos as nossas maguas, os nossos prazeres; esse amigo ouve-nos com a maior attenção, e dahi a pouco vae rir-se de nós. E se esse amigo precisa do nosso auxilio, se cahi- mos na tolice de abrir pa ra elle a nossa bolsa, esta mos então desgraçados de todo, porque perdemos o dinheiro e o amigo. E’ a falsificação da ami zade. Dedicamos todos os so nhos da nossa vida a uma mulher, fazemos delia o anjo bom da nossa felici dade, abrimos-lhe o cora ção n’um extasis immenso de ventura, e quando jul gamos encontrar o paraiso sonhado, cahimos na rea lidade prosaica e só encon tramos um vacuo onde jul gamos encontrar o cora- Ção. Presta ouvidos atten- tos ás nossas palavras amo rosas, e vae em breve atrai çoar-nos com outro. E’ a falsificação do amor. Vemos passar na rua uma encantadora mulher de for mas opulentas, exuberante de vida e de mocidade, den tes alvíssimos, cabellos ma gníficos, estatura graciosa, cheia de attractivos final mente. Pois se conseguimos vêr de perto essa mulher, examinar minuciosamente tudo .0 que nos attrahiu e seduziu tanto, vemos que tudo é postiço. .. dentes, cabellos, seios, tudo! Ora em vista de tantas falsificações que por ahi vemos-a cada passo, digam- me realmente se não devi am sei' postos em liberda de os que commetteram o simples crime do fabrico e passagem de notas falsas. JOAQUIM DOS ANJOS. 0 DOM INGO ILLUSTRADO Com o 5.° vol., que a Empreza editora de esta obra traz em distribuição, fica concluida esta interes santíssima obra. O Domingo Illusirado é por assim dizer uma com pilação da historia patria em retalhos, referindo-se a parte com que contribue cada concelho nos grandes factos da historia nacional. Remontando á origem dos mesmos concelhos, e de cada uma das suas cidades, villas e parochias mais im portantes, encontram-se nesta obra noticias mais ou menos desenvolvidas da sua fundação, successos mais notáveis em cada uma oc- corridos, brazões de armas (das que os possuem), len das locaes, tradições que as acompanham, usos e cos tumes singulares ou cara cterísticos,«crimes celebres e muitas outras notas rela tivas a cada localidade. Emfim é uma obra util e interessante que todo o es tudioso e amador de bons livros deve possuir nas suas estantes, pois se não é um trabalho completo, em ab soluto, é o mais completo que hoje existe e em todo o caso de muita instrucção. Os pedidos devem ser dirigidos a A. José Rodri gues, rua .de S. Mamede, 111 (ao Largo do Caldas), Lisboa, sendo o preço por cada volume 800 réis. ANECDOTAS HISTÓRICAS José II, imperador de Autria, costumava, como o califa dos contos arabes, Haroun-al-Ràschid, percor rer o seu reino disfarçado de diversas maneiras. Passava numa occasião ao pé de uma egreja e viu uma turba de mendigos que estavam á porta para soli citarem uma esmola dos lieis. Depois de ter distri buído por elles algum di nheiro, ia a afastar-se, cheio de compaixão por tantos infortúnios, quando um ra pazinho que poderia ter on ze ou doze annos, se adeantou timidamente pa ra elle. — Que queres tu, meu amiguinho? perguntou o imperador com bondade. •—Oh! senhor, respondeu o pequeno, com voz com- movida e supplicante, pa rece ter tão bom coração, que me atrevo a vir pedir- lhe uma esmola! —-Deve ser bem cruel a necessidade que te obri ga a estender a mão, meu filho, disse José II, porque te fazes córado e baixas os olhos; mas socega e não me occultes nada da tua desgraça. — A sua bondade anima- me, meu senhor, e vou ta lar-lhe com confiança. Ha alguns mezes, quem nos diria que nos havia de fal tar o pão? M-.u pae era um digno official do império; obrigado pela edade a dei xar o serviço, vivia, com a familia, de uma pensão pe quena que o imperador lhe dava. Mas muitas vezes nos dizia que algumas das suas feridas nunca tinham podi do ser bem curadas. No principio deste anno ca- liiu doente e morreu. — Pobre pequeno! Mas tua mãe tem mais algum fi lho? — Sim, senhor ; tenho um irmão de sete annos; ficou em casa, naquella casa alli ao fim da rua; está ao pé da nossa mãe, que ha um tempo para cá não sc pode levantar. Os soffrímentos e as privações tiraram-lh as torças. Meu Deus! se a perdemos tambem, o que ha de ser de nós? E o pequeno derramava torrentes de lagrimas. Ouve, pequeno, e não conhecer perto d chores. Has dc algum medico aqui ? — Sim, senhor, a dois passos da egreja. — Pois vae chamal-o de pressa. Aqui tens esta bol sa; tira dahi o dinheiro pa ra lhe pagar e o resto é pa ra tu e a tua familia se sus- t ent ar e m por a1 gu m tempo. Adeus! Porta-te sempre bem, meu filho e talvez que Deus recorde ao imperador os bons serviços de teu pae. José II abraçou terna- m ente o pequeno, que, de pois de lhe pegar na mão e béijal-a, correu a casa do medico. O imperador foi então á humilde habitação da pobre viuva. Tudo alli denunciava a maior miséria. Não havia mobilia, porque a mãe ti nha-a vendido para susten tar as creanças. A pobre mulher estava deitada em uma péssima cama. Era ainda nova, mas a desgra ça emmagrecera-lhe o ros to e fizera-Ih1 o muito palli- do; os olhos não tinham brilho; mas respirava e ti nha nos braços um peque nito que chorava a abra- çal-a. Quando José II en trou, a viuva e o filho dei taram-lhe um olhar sur- prehendido. — Sou medico, minha senhora, disse o imperador cumprimentando-a respei- tosament e; os seus visinhos disseram-me' que a senho ra. estava doente e venho oíerecer-lhe os meus ser viços. José II approximou-se então da cama e examinou a doente com attenção; de pois escreveu algumas li nhas e poz o papel sobre a chaminé. — Aqui esta a receita, elle; vou-me embora, mas d’aqui a pouco espero saber que a minha visita lhe fez algum bem. E o imperador, fazendo um gesto amigavel de des pedida, retirou-s: Passados alguns minutos voltou o filho cia viuva, acompanhado por um ver dadeiro medico. — Maman, encontrei um senhor que me deu dinhei ro, muito dinheiro, excla mou elle, pondo nas mãos da mãe a bolsa com que o imperador o presenteára; a tua doença ha de curar- se depressa, porque trago aqui um medico e já lhe pa guei. Ha de tratar de ti até ficares boa. Não chores mais, mamanzinha, o bom Deus ouviu os nossos ro gos e não nos ha de faltar o pão. E o pequeno abraçava ternamente a pobre mu lher. — Mas, explicou ella, já cá veiu um medico vêr-me; deixou alli a receita; vae vêr, Eduardo. O pequeno fez o que a mãe lhe dizia e leu o papel que José II deixára. — O h ! maman, maman! exclamou o pequeno sal tando de alegria, é o impe rador ! concede-te uma pen são. . . Ouve: «Minha senhora, o seu filho, uma creança encan tadora a quem um feliz acaso me fez encontrar, disse-me que a senhora era viuva de um dos meus mais dignos officiaes e que, ape sar d isso, vivia, com a sua familia, na maior miséria. O imperador ignorava essa circumstancia. Não o accu- se de injustiça, porque elle não pode saber tudo o que desejava. Agora que sabe o seu grande infortúnio, quer, tanto quanto em suas for ças caiba, dar-lhe alguma consolação e proporcionar- lhe o meio de sustentar os seus filhos. O seu thesou ro receberá a ordem de ins crever em nome da senho ra, na lista das pensões do imperador, uma quantia annual de dois mil tiorins. «JOSÉ li.» * * Filho do imperador Fran cisco I de Lorena e de Ma ria Thereza de Áustria, José II, imperador da Alle- manha, nasceu em 1741. O titulo de imperador, que só usou depois da mor te de seu pae 1765; não

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Page 1: A sslg n a tu r a |j itíoiraociMffl 1...ção n’um extasis immenso de ventura, e quando jul ... amiguinho? perguntou o imperador com bondade. •—Oh! senhor, respondeu o pequeno,

JI a n n o D O M I N G - D , 3 ID E A G O S T O D E 1 9 0 3 :

r õ iã f iw rá

N.° 55

S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R À R I O E A G R Í C O L A

A s s l g n a t u r a |jAnno, iSooo réis; semestre, ?oo ré is . Pagamento adeantado. l i Para o Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda forte). 8A vulso, no dia da publicação, 20 réis. *

EDITOR — José Aug-itslo Saloio- - - _____ __ %£

itíoiraociMffl16 — LARGO DA MISEUCORDIA-

A L D E f i A I . L K G A

p I» B E Íilá C a ^ Õ C Sd Annuncios— i.» publicação, 40 réis a 1'nha, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4. ̂ pagina, contracto esp tini. Os auto- Á «raphcp í : graphos não se restituem qiier sejam ou não publicados.

1 ) Ú PROPRIETÁRIO —- José Augusto SaloioU _____________ _________ __

E X P E D I E N T E

l U u i d e s iã o so f f f f r e re n s i n t e r r u p ç ã o asa v c a i c s s a tle © D O M I K U O , r«siga­m o s a o s i í o s s í í s e s t i m á ­v e i s a s s i g n a n t e s «ie fora» o f a v o r d e nus enviarem a i n i | > o r í a n c i a d o cor­r e s t e sem estre . o qne m u i t o agradecem os.

Acceitam-se com grati­dão (juaesfjuer n otic ias <j«e sejam ale in teresse |»!lI>IÍCO.

A FALCMCAÇÍOForam presos ha pouco

uns indivíduos, pelo sim­ples crime de fabrico e passagem de notas falsas.

Francamente náo de­viam ser pregos esses ho­mens. Quem não seja fal- sificador que se atreva a atirar-lhes a primeira pe­dra.

Neste mundo tudo é falso, tudo é mentido, tu­do é illusão.

Temos um amigo a quem contamos a nossa vida, a quem confiamos as nossas maguas, os nossos prazeres; esse amigo ouve-nos com a maior attenção, e dahi a pouco vae rir-se de nós. E se esse amigo precisa do nosso auxilio, se cahi- mos na tolice de abrir pa­ra elle a nossa bolsa, esta­mos então desgraçados de todo, porque perdemos o dinheiro e o amigo.

E’ a falsificação da ami­zade.

Dedicamos todos os so­nhos da nossa vida a uma mulher, fazemos delia o anjo bom da nossa felici­dade, abrimos-lhe o cora­ção n’um extasis immenso de ventura, e quando jul­gamos encontrar o paraiso sonhado, cahimos na rea­lidade prosaica e só encon­tramos um vacuo onde jul­gamos encontrar o cora- Ção. Presta ouvidos atten- tos ás nossas palavras amo­rosas, e vae em breve atrai­çoar-nos com outro.

E’ a falsificação do amor.Vemos passar na rua uma

encantadora mulher de for­mas opulentas, exuberante

de vida e de mocidade, den­tes alvíssimos, cabellos ma­gníficos, estatura graciosa, cheia de attractivos final­mente. Pois se conseguimos vêr de perto essa mulher, examinar minuciosamente tudo .0 que nos attrahiu e seduziu tanto, vemos que tudo é postiço. .. dentes, cabellos, seios, tudo!

Ora em vista de tantas falsificações que por ahi vemos-a cada passo, digam- me realmente se não devi­am sei' postos em liberda­de os que commetteram o simples crime do fabrico e passagem de notas falsas.

JOAQUIM DOS ANJOS.

0 DOMINGO ILLUSTRADO

Com o 5.° vol., que a Empreza editora de esta obra traz em distribuição, fica concluida esta interes­santíssima obra.

O Domingo Illusirado é por assim dizer uma com­pilação da historia patria em retalhos, referindo-se a parte com que contribue cada concelho nos grandes factos da historia nacional. Remontando á origem dos mesmos concelhos, e de cada uma das suas cidades, villas e parochias mais im­portantes, encontram-se nesta obra noticias mais ou menos desenvolvidas da sua fundação, successos mais notáveis em cada uma oc- corridos, brazões de armas (das que os possuem), len­das locaes, tradições que as acompanham, usos e cos­tumes singulares ou cara­cterísticos,«crimes celebres e muitas outras notas rela­tivas a cada localidade.

Emfim é uma obra util e interessante que todo o es­tudioso e amador de bons livros deve possuir nas suas estantes, pois se não é um trabalho completo, em ab­soluto, é o mais completo que hoje existe e em todo o caso de muita instrucção.

Os pedidos devem ser dirigidos a A. José Rodri­gues, rua . de S. Mamede,111 (ao Largo do Caldas), Lisboa, sendo o preço por cada volume 800 réis.

ANECDOTAS HISTÓRICAS

José II, imperador de Autria, costumava, como o califa dos contos arabes, Haroun-al-Ràschid, percor­rer o seu reino disfarçado de diversas maneiras.

Passava numa occasião ao pé de uma egreja e viu uma turba de mendigos que estavam á porta para soli­citarem uma esmola dos lieis. Depois de ter distri­buído por elles algum di­nheiro, ia a afastar-se, cheio de compaixão por tantos infortúnios, quando um ra­pazinho que poderia ter on­ze ou doze annos, se adeantou timidamente pa­ra elle.

— Que queres tu, meu amiguinho? perguntou o imperador com bondade.

•— Oh! senhor, respondeu o pequeno, com voz com- movida e supplicante, pa­rece ter tão bom coração, que me atrevo a vir pedir- lhe uma esmola!

—-Deve ser bem cruel a necessidade que te obri­ga a estender a mão, meu filho, disse José II, porque te fazes córado e baixas os olhos; mas socega e não me occultes nada da tua desgraça.

— A sua bondade anima- me, meu senhor, e vou ta­lar-lhe com confiança. Ha alguns mezes, quem nos diria que nos havia de fal­tar o pão? M-.u pae era um digno official do império; obrigado pela edade a dei­xar o serviço, vivia, com a familia, de uma pensão pe­quena que o imperador lhe dava. Mas muitas vezes nos dizia que algumas das suas feridas nunca tinham podi­do ser bem curadas. No principio deste anno ca- liiu doente e morreu.

— Pobre pequeno! Mas tua mãe tem mais algum fi­lho?

— Sim, senhor ; tenho um irmão de sete annos; ficou em casa, naquella casa alli ao fim da rua; está ao pé da nossa mãe, que ha um tempo para cá não sc pode levantar. Os soffrímentos e as privações tiraram-lh

as torças. Meu Deus! se a perdemos tambem, o que ha de ser de nós?

E o pequeno derramava torrentes de lagrimas.

Ouve, pequeno, e nãoconhecer perto d

chores. Has dc algum medico aqui ?

— Sim, senhor, a dois passos da egreja.

— Pois vae chamal-o de­pressa. Aqui tens esta bol­sa; tira dahi o dinheiro pa­ra lhe pagar e o resto é pa­ra tu e a tua familia se sus- t e n t a r e m p o r a 1 gu m t e m po. Adeus! Porta-te sempre bem, meu filho e talvez que Deus recorde ao imperador os bons serviços de teu pae.

José II abraçou terna- m ente o pequeno, que, de­pois de lhe pegar na mão e béijal-a, correu a casa do medico. O imperador foi então á humilde habitação da pobre viuva.

Tudo alli denunciava a maior miséria. Não havia mobilia, porque a mãe ti­nha-a vendido para susten­tar as creanças. A pobre mulher estava deitada em uma péssima cama. Era ainda nova, mas a desgra­ça emmagrecera-lhe o ros­to e fizera-Ih1 o muito palli- do; os olhos não tinham brilho; mas respirava e ti­nha nos braços um peque­nito que chorava a abra- çal-a. Quando José II en­trou, a viuva e o filho dei­taram-lhe um olhar sur- prehendido.

— Sou medico, minha senhora, disse o imperador cumprimentando-a respei- tosament e; os seus visinhos disseram-me' que a senho­ra. estava doente e venho oíerecer-lhe os meus ser­viços.

José II approximou-se então da cama e examinou a doente com attenção; de­pois escreveu algumas li­nhas e poz o papel sobre a chaminé.

— Aqui esta a receita, elle; vou-me embora,

mas d’aqui a pouco espero saber que a minha visita lhe fez algum bem.

E o imperador, fazendo um gesto amigavel de des­pedida, retirou-s:

Passados alguns minutos

voltou o filho cia viuva, acompanhado por um ver­dadeiro medico.

— Maman, encontrei um senhor que me deu dinhei­ro, muito dinheiro, excla­mou elle, pondo nas mãos da mãe a bolsa com que o imperador o presenteára; a tua doença ha de curar- se depressa, porque trago aqui um medico e já lhe pa­guei. Ha de tratar de ti até ficares boa. Não chores mais, mamanzinha, o bom Deus ouviu os nossos ro­gos e não nos ha de faltar o pão.

E o pequeno abraçava ternamente a pobre mu­lher.

— Mas, explicou ella, já cá veiu um medico vêr-me; deixou alli a receita; vae vêr, Eduardo.

O pequeno fez o que a mãe lhe dizia e leu o papel que José II deixára.

— O h ! maman, maman! exclamou o pequeno sal­tando de alegria, é o impe­rador ! concede-te uma pen­são. . . Ouve:

«Minha senhora, o seu filho, uma creança encan­tadora a quem um feliz acaso me fez encontrar, disse-me que a senhora era viuva de um dos meus mais dignos officiaes e que, ape­sar d isso, vivia, com a sua familia, na maior miséria. O imperador ignorava essa circumstancia. Não o accu- se de injustiça, porque elle não pode saber tudo o que desejava. Agora que sabe o seu grande infortúnio, quer, tanto quanto em suas for­ças caiba, dar-lhe alguma consolação e proporcionar- lhe o meio de sustentar os seus filhos. O seu thesou­ro receberá a ordem de ins­crever em nome da senho­ra, na lista das pensões do imperador, uma quantia annual de dois mil tiorins.

«JOSÉ l i .»★

* *

Filho do imperador Fran­cisco I de Lorena e de Ma­ria Thereza de Áustria, José II, imperador da Alle- manha, nasceu em 1741.

O titulo de imperador, que só usou depois da mor­te de seu pae 1765; não

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2 O D O M I N G O

C O F R E B B F Ê R O L â S

A I M P R E N S AlN ’uma recita c'a Associação Typographica)

Entrei na vasta sala. 0 grande movimento,A alegria febril que em cada rosto vi,Levou-me a perguntar, como em deslumbramento :«Porque é jubilo tal? Que se festeja aqui?

« C ’rôa-se algum heroe? E um guerreiro ovante Que os impios infiéis converte d nossa lei?Honra-se dum poeta o nome altisonante?Ha festa no pai~? São annos dalgum rei?»

Responderam-me: «Não; é mais que tudo isso!Os que tu aqui vês, em santa communhão,Honram um ideal que tem a lu%, o viço,Que resurge, mais vivo, em cada geração /»

«Qual é esse ideal? tornei a perguntar«.4 Imprensa/» Fe\-se a lu\ então na minha mente...E u curvei a cabeça e f u i ajoelharEm frente d'essa aurora immensa e refulgente!

JOAQUIM DOS ANJOS.

foi mais cto que um titulo honorifico, porque Maria Thereza governou sósinhao império até 1780. Espirito superficial, amigo de tudo quanto era novo, José II entrou em lueta contra a auctoridade espiritual do papa Pio VI.

Alliado com Catharina II contra os turcos, viu os seus estados invadidos por estes, depois de ser mal succedi- do deante de Belgrado. O feld-marechal expulsou em breve o inimigo, restabele­ceu os negocios do inte­rior e obrigou Belgrado a capitular; mas estes succes- sos não consolaram o im­perador da revolta dos Pai- zes Baixos, que rebentou pouco tempo depois, e so­bre tudo dos acontecimen­tos que se passavam então em França, onde estava sua irmã, a rainha Maria Antonietta. José II morreu em 1790.

Francisco I elevado ao throno da Áustria pelo seu casamento com Maria The­reza, não mostrou ahi ta­lentos politicos que distin­guiram essa mulher verda­deiramente superior; mas de indole benevola, acal­

mou muitos infortúnios que a imperatriz causara, e em matéria de religião, aconselhou sempre que se recorresse mais á persua­são que á violência.

(Continúa).------- --- ------ --------A todos os collegas na

imprensa que nos dirigiram palavras de louvor pelo an­niversario do nosso jornal, agradecemos penhoradis- simos.

A o e x m ." s r . i d i s i i n U t r a -« lo r d o C o n c e l h o ( l eJ I o n t c m o r - o - T V o v o .Pedem-se providencias a

este magistrado para que sejam passadas pelos se­cretários da Camara Muni­cipal e da Administração do mesmo Concelho, as certidões que Antonio Men­des Pinheiro Junior, profes­sor official desta villa de Aldegallega do Ribatejo, requereu em princípios de julho ultimo. Os dois re­querimentos foram apre­sentados ha mais de um mez nas respectivas repar­tições pelo ex.mo sr. Julio Augusto de Brito Malta, residente na villa de Mon- temór-o-Novo.

B®esí?BiícsEnviamos a expressão

sinceríssima dasnossas con­dolências ao ex.mo sr. An­tonio Luiz Nunes, honrado çommerciante da villa de Alcochete, pela inesperada morte de sua filhinha.

Reuniu pelas 9 horas da noite de 3o de julho, na sé- de da sociedade phylarmo­nica i.° de Dezembro, de esta villa, em assembléa geral, a «Associação Com­mercial de Aldegallega do Ribatejo, presidindo o sr. Antonio Maxirno Ventura secretariado pelos srs. F. Freire Caria Junior e Izido- ro Maria d’0 !iveira. Aberta a sessão foi lida a acta an­terior procedendo-se em seguida á eleição dos cor­pos gerentes, ficando elei­tos os ex.'"os srs.: Antonio Maxirno Ventura, presiden­te; Francisco Rodrigues Pinto, vice-presidente; F. Freire Caria Junior, the- soureiro; Cândido José Ventura e Izidoro Maria d’01iveira, secretariosíJoa- quim José Lucas e Diogo Ignacio Lucas, vogaes.

Não havendo outro as­sumpto a tratar o sr. pre­sidente deu por encerrada a sessão.

I5 i5>Ifoílsec*a ilisistfrada «las C IIA C W FA

Recebemos o 5.° vol. re­ferente a julho, desta inte­ressante publicação mensal illustrada, litteraria, humo­rística e theatral. Edição de luxo em magnifico papel com capa impressa a tres còres pela módica quantia de 60 réis.

SlasEíciga |MsraAconselhamos aos nos­

sos estimáveis leitores a fi­níssima manteiga pura de leite, fabricada na Ilha da Madeira e de que é depo­sitário exclusivo cm Alde­gallega o nosso amigo Joa­quim Pedro de Jesus Relo­gio. Vidé annuncio na q.a pagina, «Salchicharia Mer­cantil.»

D oídaFoi presa no dia 3o do

proximo passado uma po­bre doida de nome Maria Clara, que vagueiava por essas ruas commettendoi m morali d ades. Lou vamos o procedimento das aucto­ridades por terem assim prestado um magnifico ser­viço á decencia e á moral tão gravemente offendidas, tendo posto cobro a tão grande escandalo que se estava praticando em Alde­

gallega, e pedimos em fa­vor da pobre doida, lhe se­ja feito um exame medico, afim de se verificar— se­gundo nos consta— se a infeliz tem ou não doenças syphiliticas.

Lembramos ás auctori­dades qualquer casa de be- neficencia para a fnfeliz.

------- <o>~*-í«38S>5-—-----------T o u r a d a á a n t i g a p o r t n -

g n e z aDevido a persistente in­

fluencia dum grupo de ca­valheiros da nossa elite e á boa vontade da direcção da Sociedade Phylarmonica i.D de Dezembro, desta villa, vamos ter no dia 1 o do cor­rente uma sumptuosa festa tauromachica que muito ha de impressionar os seus espectadores. Todos estes amadores se preparam para o combate vestidos a ca­pricho e não se poupando a despezas, pois sabemos que os tres cavalleiros, ne­to, pagens e charameleiros se apresentam rigorosa- vestidos á Luiz XV.

Parece-nos que não es­capa um só camarote que não tenha direito a uma linda colcha de damasco. Festas como esta honram quem as promove e a ter­ra onde são feitas.

S S o a to f a l s oSabemos de fonte limpa

que é falso o boato que por ahi corre' de que o ex.mo sr. dr. Cesar Fernandes Ventu­ra, vae abandonar a clinica.

í í h i íEmygdio Tavares de Pi­

nho cumpre o grato dever de patentear por este meio o seu profundo reconheci­mento ao ex.'no sr. dr. J. J. Marques Guimarães, peta maneira carinhosa com que tratou sua filhinha da gra­ve doença que a prostrára e de que se acha restabele­cida.

A sua gratidão fica, pois, indelevel para com o dis­tincto medico, porque ao seu muito zelo e sciencia deve a vida de sua filhinha.

Aldegallega do Ribatejo,2 de agosto de 1902.

B1BLI0THECA DD DIA RIO DE NOTICIAS.A. G - U E R H Ã A N G L O - B O E R

Impressões do TransvaalInteressantíssima narração das luetas entre inglezes e boers, «illustrada»

com numerosas zinco-gravuras de «homens celebres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta-- da

G U E R R A A N G L O -B O E R Por um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço

do Transvaal.Fascículos semanaes de 16 paginas............... 3 o réisTomo de 5 fascículos.................................... i 5 o »A G U E R R A A N G L Õ B Ò Ê R é a obra de mais palpitante rctualidade.

N'eila são descriptas, «por uma testemunha presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espantado o mundo inteiro.

A G U E R R A A N G L O -P O E R faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes batalhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima lueta entre inglezes, transvaalianos e oranginos, verdadeiros prodígios de heroismo e tenacidade, em que são egualmente admiraveis a coragem e de­dicação patriótica de vencidos e vencedores.

Os incidentes variadíssimos d'esta contenda entre a poderosa Inglater­ra e as duas pequenas republicas sul-africanas, decorrem atravez de verda­deiras peripecias, por tal maneira dramaticas e pittorescas, que dão á G U E R ­RA A N G L O -B O E R , conjunctamente com o irresistível attractivo dum a nar­rativa histórica dos nossos dias, o encanto da leitura romrntisada.

A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresentando ao publico esta obra em «esmerada edição,» e por um preço di­minuto, julga prestar um serviço nos numerosos leitores que ao mesnn tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos successos que fnaii interessam o mundo culto na actualidade.

Pedidos d EmpTe^ado D IA R IO D E N O T IC IA S Rua do Diario de Noticias, 110— LISBOA

Agente em Aldegallega — A. Mendes Pinheiro Junior.

FOLHETIM

Traducção de J. DOS AN.IOS

UMA HISTORIADO

Romance de aventuras XI!

I3hj f£Eie s e xosisípa d o s t a t u a d o s , g r a ç a s a o

t a l a cs

0 Mario è o Juão. rgáchados atraz do v-o.-hedo, tinham fitado estupefa- c . is com aquelle e pcitacu o extraor­dinariamente bello.

Os selvagens, depois de terem nc-

cendido os archotes, tornaram a to­mar a sua attitude silenciosa.

Um zumbido acre e rapido, que se elevou de repente, veiu arrancar os dois amigos ao seu extase. Era o pa­dre velho que começava os encanta­mentos.

O Mario arriscou um olhnr. e de bruçando-se um pouco para fóra do esconderijo. poude vêr a curiosa ce­rimonia.

Perto de trinta selvagens estav; m alinhados ao comprido da parede, tendo na extremidade do braço direi­to, estendido para o ar um archote fumoso. Pela rigidez da sua attitu e, pela cor amarella ou escura do corpo, pela im mobilidade com que segura­vam os archotes, pareciam uma filei­ra de figuras de bronze.

Estavam penteados conforme o ri­to das grandes festas, isto é, com o

cabello levantado em tuffo no alto da cabeça e um pennacho de plumas.

Por unico v e ;tua rio traziam amule­tos, çollares ver 'es. pulseiras de con­chas nacaradas, um cinto e uma espe­cie de polainas de lixa.

O seu verdadeiro traje era a tatua­gem; mas náo era a pincel, como usam os Pelles Vermelhas da Am eri­ca. era em relevo.

Os fe'ticeir>; teem pinturas mais profundas e andam mais cobertos de çollares, de pulseiras e sobretudo de amuletos. Quasi todos são doentes-, cox is ou manetas, .corcundas ou alei­jados. O seu o-namento di;tinctivo é o gorro de feltro preto, alto e pon­tiagudo eomo o dos mágicos dos nos­so; contos.

Náo traz am archotes, nem e.tavam em fileira coma os chefe:- Estavam ag-chados, em monto, mesmo por

debaixo do subterrâneo, em cujo ori­fício se via o padre.

Este trazia um gorró mais alto que todos os outros. A barba branca for­mava uma grande trança que lhe des­cia até á cintura. Levantava para o ar os dois braços terminados por mãos aleijadas, a esquerda apenas com um coto e a direita com seis dedos muito separados.

Falava em voz muita ; lta e mono- tona e com uma volubilidade e traor- dinaria. Por instantes parecia que ti­nha de apparecido no fundo dos ar­chotes.

A oração durou muito tempo. 0 M ario teve t;m po de vêr bem-, de

c om prehcnder o que via e dc refle­ctir. E ra evidente o caracter religioso

e sagra Jo da cerimonia. Era p-eciso portanto apro\ eital-a ou ser vic lima

d’ella, ou então deixarem-se ficar no seu esconderijo.

— Então, João, disse elle, o que va­mos fazer, meu velho?

— Hum ! o caso está intrincado. Prim eiro é preciso saber o que elles farão. Se nos mostrarmos, somos s* sados como se fossemos frangos, náo e verdade?

— E ’ possivel. Mas se náo nos mos­trarmos ficamos enterrados com toda a certeza. Não po emos sahir d'8qu1. Esperamos trepar até ao buraco? apesar da tua força e da minha des­treza, é uma loucura. Queres antes que estouremos aqui?

— Não! mas que havemos de fazer:— Ouve. Tenho a minha idéa;

um boccado que estou a ruminai-0'

i C ontinuai

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a n n u n c i o

COMARCA DE ALDEGALLEGA

(®.a a*CS?jIÍCS!Çílo)

No dia 10 do proximo mez de agosto, pelas onze horas da manhã, á porta do tribunal judicial desta villa de Aldegallega do Ri­batejo, nos autos de exe­cução hvpothecaria, que Olympia Maria de Pinho Gomes, viuva, move con­tra Francisco José da Mo- nica e mulher, todos desta villa, se hão de vender e arrematar em hasta publi­ca, a quem maior lanço offerecer sobre o valor da sua avaliação, os prédios seguintes: — Uma fazenda, situada no Corte do Falcão, limites d’esta villa, compos­ta de vinha, terra de seme­adura e arvores, foreira em 4$8oo réis annuaes, com laudemio de vintena, aos herdeiros de Francisco An­tonio da Veiga, avaliado o dominio util em 487^800 réis; e outra fazenda no mesmo sitio do Corte do Falcão, composta de vinha e terra de semeadura, é livre de foro, e avaliada em

,3oo$ooo réis. Pelo presen­te são citados os credores incertos para assistirem á dita arrematação e ahi usa­rem dos seus direitos sob pena de revelia.

Aldeia Galiega do Riba­tejo, 17 de julho de 1902.

o E S C R IV Ã O

Anlonio Coelho.

Augusto da Silva

Verifiquei a exactidão.

O JiJIZ D E D IR E IT O

Fernandes Figueira.

A N N U N C I O

to — 03 íru;tos existente; na fazenda do; executa­dos sita na Cova da Loba e que consistem em ervi- has, batata-;, milho, feijão

e uvas. E no dia 17 do mesmo mez, 110 referido sitio e hora ser,“o tambem postos em praça afim de serem a rematados por preços superiores aos abai­xo declarados os seguin­tes dominios uteis. Urna tazenda composta de vi­nha, arvores de frueto, si­ta na Cova da Loba, fo­reira em 3oo réis annuaes com laudemio de quaren­tena a D. Antonio Luiz Pereira Coutinho da villa d ; Alcochete, no valor de 2o8 | 65o réis. Um 1 casa terrea com quintal, sita na rua Formosa do Bair­ro Serrano, desta villa, foreiro em 3$5oo réis an­nuaes sem laudemio aos herdeiros de Manuel José Nepomuceno, no valor de 43o^ooo réis.

São citados para as di­tas arrematações quaes­quer crédores incertos nos termos e para os effei- tos do n.° 1.° do art. 844 do Codigo Processo civil.

Aldegallega do Ribatejo, 25 de julho de 1902.Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

Fernandes Figueira.O E S C R IV Á O

José Alaria de Mendonça.

A N N U N C I O

C O M C A DP, ALDEGALLEGA1 0 M A T E M.* SBaafe5ic*aeão)

este juizo e carto- segundo officio, e

( l . a P u b l i c a ç ã o )

Por este iuizo de Di­reito cartorio do i.°officio e execução hypothecaria que move Antonio Rodri­gues Jorge de Lisboa, con- tfa Jacob Castiço e mu­lher Alexandrina do Ro- zario, d’esta villa, vão á Ppça á porta do tribunal desta comarca no cia 10 do mez de agosto proximo pelas 11 horas da manhã para serem vendidos por preço superior ás suas avaliações os segnintes se­moventes e fruetos arres­tados pela mesma execu­ção:— 2 porcos— 1 jumen-

( i

Por rio doexecução por foros que promove D. Maria da Na zareth Gomes Coelho con­tra Lazaro Martins Vintem e mulher Marianna Rita Marques, todos d’esta villa, vae á praça á porta do tri­bunal judicial d’esta co marca no dia 17 de agosto proximo pelas 11 horas da manhã, e vendido pelo maior preço que for oífe- recido sobre o que vae declarado, o predio d um morada de casas altas baixas, quintal, poço mais pertences, sito na rua Central (Bairro Serrano' desta villa, foreiro em réis ()§72o annuaes, sem lau demio, á exequente como usufruetuaria vitalícia e Francisco José Nepomuce no Serrano, Joaquim Gre gorio Nepomuceno, AntO' nio Rodrigues Calleiro Ju nior e Francisco Maria de Jesus Relogio como pro prietarios por indiviso, e o

lominio util no valor de 55 $600 réis.

São citados para a pra- quaesquer crédores in-

ertos nos termos do arti- o 844.0 do Codigo do

Yocesso Civil.

O D O MING O

RELOJOARIA E OURIVESARIADE

JOSÉ DA SILVA THIMOTÊO & FILHO

Aldegallega do Ribatejo, de 1902.:s c r i v á o

Julio Pereira

5 de julho o

Anlonio foulinho.

erillquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

Fernandes Figueira.

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89£fcàs

O proprietário deste antig^ acreditado e impor­tante estabelecimento, participa aos seus numerosos f eguezes e ao publico em geral que acaba de forne­cer novamente o seu estabelecimento de todos os ob­jectos concernentes a relojoaria e ourivesaria. O pro­prietário d este estabelecimento, para augmento de propaganda vae fazer venda ambulante dos objectos do se a estabelecimento, para a;sim provar ao publico que em Aldegallega é elle o unico que mais barato e melhor serve os freguezes.

Nas offi :inai d’este importante estabelecimento tambem se fazem soldaduras a ouro e a prata, gal­vaniza-se a ouro, p 'ata ou outro qualquer metal, oxi­dam-se caixas daço, pulem-se caixas de relogio; de sala, bandolins, violas, gu tarras, etc.

O proprietário deste estabelecimento dá uma li­bra a qualquer pessoa que lhe leve algum dos traba­lho; aqui dito;, que elle, por não saber, tenha de o mandar executa • fóra.

São garantidos pela longa pratica de trinta annos do seu proprietário, todos os trabalhos, assim como todos os negocios desta casa.

Em casos de grande necessidade tambem se ac- ceita qualquer trabalho para de prompto ser exçcu~ tado na presença do freguez.

S S e l o g i o s d c a l g i l t c i n «* ale s a l a . H n g n i f i f o s r e g u ­l a d o r e s

N'esle estabelecimento se compra ouro eprata— —

PRAÇA SERPA PINTO(Proximo á Egreja Matriz)

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simile da edição de 1586 do Auto da Alma, e o da edição de 1665 do Pranto de Maria Parda, e com o retrato da actriz ADELlNA RUAS, vestida e caracteri- sada de Maria Parda. P R E Ç O : 3 0 0 RS.

GIL VICEMTEVisitação — Todo-o-Mundo e Ninguém (dafarça «Au~

to da Lusitânia»)— O Preguiçoso (da farça «Juis da B eira»)— A Velha enamorada (da tragicome-

dia « Triumpho do inverno»)— Scenas do Auto da Feira— Prece da Cananêa (do «Atilo da Cananêa»)

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Dois volumes de cerca de 400 p ginas coda um artistica e profusamente illusfad os. Publicação em fascículos semanaeí de 34 paginas, com 5 gravu­ras. sendo uma ora separado.

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SOO ré is — Cada Tomo — 8 0 0 réis

Agente em Aldegallega — Alberto Brito Valsutim.

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SALCHICHARIA MERCANTIL1)E

JOAQllfM PEDRO, JESUS RELOGIOCarne de porco, azeite de Castello Branco e mais

qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’An­cora e queijos de differentes qualidades.

Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.

C i r a n d e s d e s c o n t o s g>aa*a « s r e v e n d e d o r e s !

5 -f a 5 6 , Largo da Praça Serpa Pinlo, 5 4 a 5 6

ALDEGALLEGAJOSÉ DA ROCHA BARBOSA

€0111 o f íà c ia i a d e

CORREEIRO E SELLEIRO

18, RUA DO FORNO, 18

A B- IB E2 & A Bj I . 12 « A

MERCEARIA ALDEGALLENSEDE

José Antonio Nunes

N ’este estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

1 9 - - L A R G O D A E G E E J A - I 9 - A

A l d e g a l l e g a d o S S i ín U e j o

COMPANHIA FABRIL SINGER78 -------------

P o r 5 00 réis semanaes se adquirem as cele­bres machinas SINGER para coser.

Pedidos a AURÉLIO JO ÀO DA CRUZ, cobrador da casa a s íc o c k «& cv* e concessionário cm Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Lnvia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Rato7o — Alcochete.

C E N T R O * C O M M E R C I A LJOÃO ANTONIO RIBEIRO 76

A O C O M M E R C I O D O P O V OAO já bem conhecidas do publico as verdadeiras vantagens que este estabelecimento offerece aos compradores de todos-os seu ; art'gos, pois que tem sortimento, e fa< compras em condicções de poder competir com as primeiras casas de Lisboa no que diz respeito a preços, porque vende muitos artigos

A i a í d a s i a s i s h a r a l o se como tal esta casa para maior garantia estabeleceu o systema de G A N H A R PO U CO P A R A V E N D E R M U IT O

vendendo a todos peios mesmos preços.Tem esta casa além de vários artigos de vestuário mais as seguintes secções:De Fanqueiro, sortimento completo.De Retroseiro, bom sortido, e sempre artigos de primeira moda.De Mercador, um bello e variado sortimento de casimiras, flanellas, cheviotes,

picolilhos, e/c., etc.Ha tambem lindos pannos para capas de senhora, e de excellentes qualidades

por preços baratíssimos.A O S &»S*S. A l f a y a í e s . — Este estabelecimento tem bom sortimento de fórros necessários para a sua

confecção, taes como: setins pretos e -de cor,panninhos lisos de cor e pretos, fórros para mangas, botóes. etc.Á s f t c i n l i » i ‘S § . W o d a s t f t s . — Lembram os proprietários d’este estabelecimento uma visita, para

assim se certificarem de quanto os preços são limitados.Grande coliecção de meias pretas para s.-nhora, piugas para homem, e piuguinhas para creança que garanti­

mos ser preto firme.rseaa v i s i t a p o i s a o C O M S I f U B O O i » ® V O

RUA DIREITA, 88 e 90 — RUA DO CONDE, 2, A L D E G A L L E G A JO AO BENTO & N U N S S DE CARVALHO

Este importante estabelecimento é um dos mais be.n sortidos de Alde­gallega e o que vende mais barato. E ' o unico que pode com petir com, as principaes cazas da capital, pois qve para isso tem uma existencia de f. zen- das de fino gosto compra as aos fab-icantes, m otvo porque pode vender mais barato e ao alc;nce de todos. S g C Ç Ã O D E F A N Q U E IR O : pannos patentes, crus, branqueados, cotins, riscados, chitas, phantasias. chailes, etc. R E T R O Z E IR O : sedas para enfeites, rendas, pass-emantenas. etc. M E R C A ­DO R: grande variedade .de casimiras, flanellas, cheviotes e picolilhos para fatos por preços excessivamente baratos. C H A P E L A R IA : chapéos em todos os modelos. S A P A T A R IA : grande quantidade de calçado paia ho­mens. crianças e senhoras. Ultimas novidades recentemente recebidas. O proprietário d’este estabelecimento tambem é agente da incomparavel machina da Companhia Fabril «Singer», da qual faz venda a prestações ou a prompto pagamento com grandes descontos. l.O T E R IA S : encont^a-se. dos principaes cambistas, n'esta casa grande sortimento de bilhetes, déci­mos vigésimos e cautellas de todos os precos, para todas as loterias.

S I -'%k€ > i* a a d e s p a l p i t e s ! f t - e m p r e m i n i e r o s c e r t o s e v a ­

r i a d o s . B íx p e r ia a a e a t e a i í ajese atã o s e a r r e p c a n d c r á o .

GRANDE DESCOBERTA DÕ" SECULO X X

O freguez que n esta caza fizer despeza superior a 5oo réis te á direito a uma senha e assim que possua dez senhas eguaes, tem direito a um grande e valioso brinde.

Vinde pois visitar o Centro Commercial■------------§<tS^S-------- co>------------

RUA DIREITA, 2 — PRAÇA SERPA PINTO, 52 A l d e g a l l e g a d o S S i í i a t e j o

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(III 01) li MfOSIÍO !)i ilCil F

JAHSEN & C. LISBOAD K

C E R V E J A S , G A Z O Z A S , P I R O L I T O SVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA

L U C A S & C/>t - 1DtnO>

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L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DG RIBATEJO

T ia a la o sVinho tinto de pasto de i;«, litro

» » » » » 2.a, »» branco » » i . a? »» verde, tin to .. . . » »» abafado, branco » »» de Collares, tinto » garrafa» Carcaveilos br.CJ » »

.» de Palm ella.. . . -) »» do Porto, superior »» da M adeira............ »

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PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A LUCAS & C.A — A L D E G A L L E G A

' W5U-.

RELOJOARIA G A R A N T I D AD E 6+

AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

Relogios de ouro. de p -ata. de a;o. de nickel, de plaquet, de phant." s"a. am riià-Vosi s-.iisso;. de p arele. maritimos, despertadores americanos, cie»' pe tadores de phantasia. desp.rta lores com musica, suissos de algibeira coni corda pa-a o ito dias.

Recmn nenJa-se <> relogio d ; A V E L IN O M A R Q U E S C O N T RA M ES TRA » u:n bom escape cTancora muito forte por 5?ooo réis.

Oxid m-se caixas d'aço com a maxim-» p .-rfeição. Garantem-se todos os concertos.O p r o p r ie tá r io d'est.-. relójo..ria cornpra ouro e prata pelo preço mais elevado. J

— ALDEGALLEGA DO RIBATEJO1 — R U A D O F O Ç O — 1