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O simulacro do jornalismo na construção discursiva da propaganda eleitoral Ébida Rosa dos Santos 1 Resumo: O jornalismo e a propaganda se caracterizam como gêneros discursivos secundários, planejados e elaborados a partir dos discursos primários (cotidianos). Muitos de seus elementos são similares e, em muitos momentos, os mesmos. Desse modo, o que se propõe neste artigo, a partir da pesquisa de mestrado ainda em andamento, é refletir sobre a aproximação entre o discurso informativo e o propagandístico. Parte-se do objetivo de verificar como se constrói o simulacro do jornalismo no discurso da propaganda. A partir disso, propõe-se questionar e refletir sobre como o rompimento dessa fronteira entre os dois discursos pode provocar uma hibridação entre os gêneros e quais prejuízos essa nova estratégia pode causar ao público. Para estudar o assunto escolhemos os programas de propaganda eleitoral radiofônica dos candidatos à presidência do Brasil em 2014: Aécio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva. Introdução Não é de hoje que jornalismo e propaganda bebem da mesma fonte na hora de montar seus discursos. Uma tendência é a adaptação de características demarcadas como jornalísticas pela propaganda. Essa questão remete ao uso da língua que, como adverte Bakhtin, dá-se por meio da oralidade ou da escrita, já consolidadas em nossa civilização. Os enunciados produzidos são balizados pelo 1 Mestranda em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, Brasil. E-mail: [email protected]

A simulação do jornalismo na propaganda eleitoral de rádio no Brasil

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Aborda a imitação do jornalismo realizada dentro dos programas de propaganda eleitoral de Aécio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva.

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VII SEMINRIO DE INVESTIGACIN DE LA ASOCIACIN LATINOAMERICANA DE INVESTIGADORES DE LA COMUNICACIN, ALAIC, 2015O simulacro do jornalismo na construo discursiva da propaganda eleitoralbida Rosa dos Santos[footnoteRef:1] [1: Mestranda em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianpolis, Brasil. E-mail: [email protected]]

Resumo: O jornalismo e a propaganda se caracterizam como gneros discursivos secundrios, planejados e elaborados a partir dos discursos primrios (cotidianos). Muitos de seus elementos so similares e, em muitos momentos, os mesmos. Desse modo, o que se prope neste artigo, a partir da pesquisa de mestrado ainda em andamento, refletir sobre a aproximao entre o discurso informativo e o propagandstico. Parte-se do objetivo de verificar como se constri o simulacro do jornalismo no discurso da propaganda. A partir disso, prope-se questionar e refletir sobre como o rompimento dessa fronteira entre os dois discursos pode provocar uma hibridao entre os gneros e quais prejuzos essa nova estratgia pode causar ao pblico. Para estudar o assunto escolhemos os programas de propaganda eleitoral radiofnica dos candidatos presidncia do Brasil em 2014: Acio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva.

IntroduoNo de hoje que jornalismo e propaganda bebem da mesma fonte na hora de montar seus discursos. Uma tendncia a adaptao de caractersticas demarcadas como jornalsticas pela propaganda. Essa questo remete ao uso da lngua que, como adverte Bakhtin, d-se por meio da oralidade ou da escrita, j consolidadas em nossa civilizao. Os enunciados produzidos so balizados pelo contedo temtico, pelo estilo e pela construo composicional, que so determinados pela especificidade de cada campo da comunicao. "Evidentemente, cada enunciado particular individual, mas cada campo de utilizao da lngua elabora seus tipos relativamente estveis de enunciados, aos quais denominamos gneros do discurso" (BAKHTIN, 2011, p. 262) .Tomando como referncia a teoria bakhtiniana, tanto os produtos de propaganda quanto os jornalsticos, so gneros secundrios ou complexos, que "no processo de sua formulao [..] incorporam e reelaboram diversos gneros primrios (simples)" (BAKHTIN, 2011, p. 263). Os secundrios so gneros mais complexos, desenvolvidos e organizados, que se apropriam dos gneros primrios, constitudos por dilogos orais, familiar-cotidiano, filosfico, entre outros, para, ao reelabor-los, construir discursos de modo a atender aos seus interesses. No jornalismo essa relao entre as duas categorias pode ser observada, por exemplo, em uma traduo do dilogo com a fonte - que integra o gnero primrio - para o texto jornalstico, passando ento a integrar o gnero secundrio. O contedo temtico, ou tema, trata de contedos ideologicamente conformados que se tornam comunicveis (dizveis) por meio do gnero; no s o objeto (assunto) e o sentido, mas inclui a situao social e a inteno do falante determinada pelo lugar de fala. A construo da realidade envolve o estilo adotado, intrinsecamente relacionado ao tema e composio, que d sentido ao modo de utilizao da lngua. A composio responde ao modo como os enunciados so organizados dentro de cada gnero. Cabe, ento, dentro da perspectiva de simulao, destacar dois elementos fundamentais do jornalismo apresentados por Mayra Rodrigues Gomes (2000). A autora discute a questo apresentando o jornalismo como um "fato de lngua". Ou seja, responsabilidade dele organizar a realidade discursivamente, sendo essa a "prtica jornalstica por excelncia". nessa organizao discursiva da realidade que se sobressaem os campos institucionalizados: a ao testemunhal e o testemunho do testemunho (GOMES, 2000, p. 19).A ao testemunhal parte do compartilhamento da lngua, que permite ao jornalismo, bem como propaganda, falarem para determinado pblico e estabelecerem com ele uma aliana social. O mais relevante nessa situao reconhecer a necessidade de falar "a lngua" do pblico para o qual a construo discursiva se destina, fazer-secompreender. J o chamado "testemunho do testemunho" permite ao jornalismo criar um efeito de real. Isso se d a partir do momento em que as matrias jornalsticas so fundamentadas em depoimentos, entrevistas, citaes e demais elementos que compem a estratgia de referencialidade, tornando possvel apreender e descrever determinada situao ou acontecimento como real (GOMES, 2000).Pena (2005, p. 66) questiona: "Mas afinal, do que trata a questo dos gneros?". De forma que define como simplista, o autor defende que o objetivo dos gneros " fornecer um mapa para a anlise de estratgias do discurso, tipologias, funes, utilidades e outras categorias". Nesse contexto, critrios e classificaes possuem mltiplas variaes, prprias de sua dinmica, o que torna a tarefa analtica ainda mais complexa, as fronteiras tnues e as conceituaes diversificadas.Nesse cenrio, o objetivo deste texto refletir de modo inicial sobre a aproximao entre propaganda eleitoral e jornalismo e a hibridao resultante desse processo. Para isso, torna-se necessrio observar quais elementos do radiojornalismo se fazem presentes e em que medida so utilizados. Para desenvolver a anlise elegeram-se como objeto emprico programas radiofnicos dos candidatos presidncia da Repblica Acio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva, veiculados no Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral. O corpus constitudo de sete edies, sendo o primeiro programa de cada semana, veiculados de agosto a outubro de 2014, no perodo matutino. A anlise se d a partir das categorias pr-estabelecidas e apresentadas a seguir: Quadro 1: Composio geral dos programas CategoriaSubcategoriaComponentesObjetivo

Tema do programaRegies do pas

NorteNordesteCentro-oesteSudesteSulPoltica, justia, desigualdade, desenvolvimento, fome, educao, sade, violncia, entre outros;Verificar as temticas mais abordadas conforme o contexto histrico-social - relao "regio-tema"

Enlaces - ligaoRelao com notcias publicadas por outras mdias;Citao indireta;Citao direta;Verificar de que modo o contedo jornalstico de outras mdias d suporte propaganda eleitoral

Aliana social com o pblico por meio da lngua/linguagemReferencialidade/Credibilidade;Depoimentos; Entrevistas; Dados (citaes);Identificar quais elementos reforam a "verdade" trazida ao tema abordado e como isso pode influenciar na aliana social

Quadro 2: Elementos do jornalismo e do radiojornalismoCategoriaSub-categoriaObjetivo

Formatos radiojornalsticosNotaIdentificar quais gneros/formatos so apropriados e se isso se d de maneira integral ou parcial;E de que modo essa escolha interfere ou pode interferir no discurso.

Notcia

Reportagem

Entrevista ping-pong

Entrevista - em bloco

Sonora - "solta" -

Tcnicas jornalsticas identificadasLeadInvestigar se a estrutura do texto obedece padres jornalsticos e quais aspectos se destacam

Pirmide Invertida

Fontes - pessoas

Citao de Dados

Fontes pesquisas/documentos

Caractersticas da redao jornalstica, voltadas ao rdioClarezaVerificar se a redao dos textos respeita caractersticas bsicas do texto jornalstico para rdio

Preciso

Conciso

Tamanho mdio do texto (2,5 a 12 linhas)

Elementos "avulsos" especficos da informao no rdioTema (s) do "dia"Conferir como se do as divises de temas dentro do programa

Quadro/programete

A observao e a anlise do objeto emprico so realizadas com base na Anlise de Contedo (AC). Esta, de acordo com Laurence Bardin (1977, p. 31), "um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes", a qual Herscovitz (2010, p. 126-127) vai especificar como mtodo dedicado ao recolhimento e anlise de textos, sons e imagens impressas, gravados ou veiculados, com o objetivo de fazer inferncias sobre o contedo e seu formato, de modo a enquadr-los em categorias previamente testadas. Optou-se pela AC porque permite descrever e classificar os gneros, as tcnicas e os formatos jornalsticos e posteriormente avaliar como essas caractersticas atuam no produto apresentado.

1. Uma arcaica relaoA discusso pautada nesse texto pretende apresentar alguns aspectos da antiga relao entre propaganda e jornalismo, dois gneros influenciados diretamente pela lngua e que se alteram para provocar novas relaes e buscar resultados especficos diferenciados, utilizando-se, muitas vezes, de estratgias similares. Tudo comea a partir do ato comunicativo que, como explica Wilson Gomes (2009), est submetido a uma srie de pressupostos, que nada mais so do que regras e convenes que orientam o uso da linguagem, especialmente a fala, ou seja, o gnero primrio, de onde derivam as construes discursivas, conforme Bakhtin (2011). Desde os sculos XVI e XVII os jornais impressos europeus, tais como as gazetas, j apresentavam contedo noticioso hbrido. O objetivo j era contar os fatos de interesse de quem noticiava, ou seja, publiciz-los. Como aponta Jorge Pedro Sousa (2008, p. 80) j nos sculos XVIII e XIX era possvel perceber "notcias orientadas e selecionadas para servirem determinadas causas, excertos argumentativos, opinativos e persuasivos, por vezes simplesmente propagandsticos, que prefiguraram a imprensa poltica de partido". Essas referncias histricas demonstram de modo simplificado que o fenmeno de hibridizao tambm no recente. Marshall (2003) explica que os primeiros anncios "tinham principalmente uma funo informativa, de carter noticioso, e ainda no possuam grande significado como fonte de rendimento" (2003, p. 108), o que comearia a despontar no sculo XIX. Foi nesse mesmo perodo, com o surgimento do chamado modelo jornalstico americano, que se inseriu na rotina produtiva do jornalismo elementos como o lead e as premissas da objetividade e da iseno, desencadeando uma produo jornalstica ancorada na premissa da verdade, que se tornaria sua caracterstica referencial. Contudo, tal caracterstica no foi capaz de estabelecer fronteiras rgidas entre jornalismo e propaganda, devido, especialmente, adoo de linguagens e de construes discursivas que, por no terem limites ou contornos rgidos, permitem a existncia de pontos de convergncia, de rompimento de fronteiras. A razo de ser do jornalismo o discurso informativo, que difere do propagandstico especialmente no que se refere verdade. Charaudeau (2012) explica que no discurso propagandstico o status da verdade da ordem do que h de ser, como o bem estar social que resulta da eleio de determinado poltico e no informativo o status da verdade da ordem do que j foi algo que j aconteceu, ou seja, trabalha-se com a demonstrao racional dos fatos, embasados na credibilidade. Uma das primeiras prticas aceitas pelos profissionais do jornalismo e pelo prprio cdigo deontolgico o que Cornu (1994) denomina de publi-reportagem, uma prtica iniciada no impresso e que se expandiu para outras mdias. Segundo o autor tal prtica permite ao anunciante comprar um espao e utiliz-lo para publicar um texto com a aparncia jornalstica e assim promover seus interesses de forma menos explcita. A publicidade deve ser sempre identificada como tal, contudo, por vezes, mesmo havendo sinalizao, a simples adoo de uma linguagem similar ou idntica jornalstica pode causar, por exemplo, um efeito de credibilidade maior ou a iluso de que tal material foi produzido segundo critrios jornalsticos.O principal problema, como reitera o prprio Daniel Cornu, que "na prtica, as coisas no so assim to claras, uma vez que o anunciante usa todos os ardis para dar sua mensagem o aspecto de um artigo redactorial" (1994, p. 65). Por outro vis, Gastaldo, abordando em perspectiva antropolgica a relao entre publicidade e sociedade, sustenta que o discurso publicitrio visa defender interesses privados e que , por isso, "livre de contratos informativos que o obriguem a ser fiel aos fatos ou a transmitir informaes" (2013, p. 19). O autor destaca ainda que "o discurso publicitrio no possui o poder de definio da realidade de outros gneros, como o jornalismo, por exemplo" (idem). Partindo dessa reflexo fica claro que no h comprometimento com a representao da realidade tal qual , abrindo-se precedentes para interpretaes mais metafricas. Contudo, isso no d ao discurso publicitrio-propagandstico o direito de mentir, ou enganar o consumidor, ao menos no quando se trata de produtos fsicos venda[footnoteRef:2]. [2: No Brasil, o Conselho Nacional de Autorregulamentao Publicitria (CONAR) foi fundado em 1980 e tem como funo atuar sobre as denncias de propagandas enganosas ou mentirosas, por parte dos consumidores, que so julgadas por seu Conselho de tica. ]

Para Bakhtin (2011, p. 281) o enunciado afetado principalmente pela inteno do falante, uma vez que em todo o enunciado, sejam conversas cotidianas ou obras cientficas, "abrangemos, interpretamos, sentimos a inteno discursiva de discurso ou a vontade discursiva do faltante, que determina o todo do enunciado, o seu volume e suas fronteiras". Simplificadamente, a vontade discursiva do falante est associada a escolha de um gnero de discurso, que pode se dar por motivos variados, entre eles a especificidade do campo da comunicao e a composio dos participantes. A seguir age a inteno discursiva, que aplicada ao gnero escolhido e vai se constituir e desenvolver por meio de tal gnero (BAKHTIN, 2011). Resultado da compreenso que tem sobre o que o enunciado quer dizer, que o interlocutor - ou pblico - vai "ocupar em relao a ele uma posio responsiva (por exemplo, cumprir uma ordem)" (BAKHTIN, 2011, p. 280).A utilizao de formatos j assimilados e com amplo reconhecimento pblico, a exemplo de expresses caractersticas de determinado programa j consolidado, seja de rdio ou televiso, demanda, ainda, ateno quanto aos aspectos ticos. Os momentos em que ambos os gneros aparecem juntos ou prximos e de forma assemelhada, podem levar a uma interpretao equivocada de determinado assunto ou a compreenso de que a publicidade e/ou propaganda informao, produzida e apurada nos moldes jornalsticos. A propaganda baseia sua constituio em elementos formais e retricos. A forma se refere maneira como as mensagens so apresentadas e desenvolvidas, enquanto a abordagem retrica se refere a elementos racionais ou emocionais usados para atingir o pblico alvo. Nesse sentido Sampaio (2013, p. 27) ratifica que "sempre h a combinao de uma abordagem formal com uma abordagem retrica, uma vez que a propaganda constituda de forma e contedo". dentro dos aspectos formais que se comea a identificar a presena de formatos que se assemelham aos radiofnicos e radiojornalsticos. Quanto forma jornalstica, Sampaio cita o exemplo de uma notcia sobre o lanamento de algo conceitual ou visualmente novo, em que a composio da "notcia" teria a "esttica do anncio de uma informao ou coisa muito importante ou de alto interesse" (SAMPAIO, 2013, p. 29). Retoricamente h tambm elementos como a contraposio de ideias, o apelo para a responsabilidade social e a tentativa de mostrar o sentido de exclusividade do contedo/produto que est sendo ofertado. Esta ltima caracterstica pode compor estratgias comuns ao jornalismo e propaganda. sabido que os programas de propaganda eleitoral tm como objetivo o convencimento, uma vez que suas intenes so explcitas no prprio nome do programa, que a propaganda do candidato e seus projetos. O que permite um vis interpretativo, do ponto de vista de convencimento e de direcionamento do modo de enxergar determinada realidade, so o formato e a linguagem adotados para o tratamento das informaes que sero repassadas por meio de tais programas. A apropriao de elementos, que permitem recriar a esttica jornalstica nos programas de propaganda eleitoral indica, ao menos, uma inteno de que o discurso soe verdadeiro e que, assim, possa convencer o pblico da relevncia da candidatura e das propostas veiculadas. Para tanto, ao utilizar o rdio como ferramenta poltica, faz-se necessrio adaptar o contedo aos formatos e linguagens mais eficientes para a comunicao persuasiva-informativa. No se prope discutir a atuao do jornalista dentro da campanha, mas cabe a ressalva de que, ao adotar uma postura publicitria, o jornalista adequar o contedo linguagem com a qual habituado a trabalhar. Inerente a isso usar os formatos jornalsticos consagrados para produzir propaganda. Nesse cenrio Paula e Kennedy (2013, p. 93) destacam que o profissional "editar as sonoras mais positivas, que emocionem e conquistem o eleitor", adotando uma regra propagandstica para simular jornalismo. Considerando a possibilidade de o ouvinte identificar tal contedo como propaganda, Paula e Kennedy afirmam ser uma tarefa difcil, pois "a matria fiel ao formato jornalstico: tem lead, texto curto, sonoras, e em alguns casos at encerramento com assinatura do reprter [...]. O problema que a informao traz apenas a viso de interesse do candidato" (2013, p. 93). Desse modo, o formato jornalstico instrumentalizado como mais um mecanismo estratgico para fortalecer o discurso poltico.

2. Os elementos norteadores do jornalismo de rdioConsidera-se aqui a importncia da influncia dos formatos jornalsticos na produo do contedo. Toma-se como ponto de partida a categorizao proposta por Andr Barbosa Filho (2003), que apresenta oito formatos radiojornalsticos, dos quais elegeu-se quatro para integrar essa anlise. O primeiro deles a nota, que compreende a resposta objetiva do lead, baseada nas perguntas clssicas Quem? O qu? Quando? Onde? Como? e Por qu? , com o intuito de informar ao ouvinte que o fato est acontecendo. caracterizado por um texto curto, sobre um fato que pode estar concludo ou no. A partir da nota constitui-se a notcia, com a incluso de detalhes descritivos e depoimento de envolvidos, por exemplo, de maneira a contextualizar a informao. A reportagem , metaforicamente, a "menina dos olhos" do rdio. seu produto maior e permite a demonstrao de todas as possibilidades expressivas do meio. Os elementos que a enriquecem, tais como dados, entrevistas, opinies, descrio e efeitos sonoros no usuais na nota e na notcia, podem ser dispostos na estrutura narrativa com maior liberdade criativa e desta forma possibilitar ao ouvinte a reconstituio mental do fato com maior riqueza de detalhes. A entrevista apontada como uma das mais importantes fontes de coleta de informao, presente em praticamente todas as matrias jornalsticas. Sobre a entrevista, Barbosa Filho comunga de definies de outros autores, a destacar Prado (1989, p. 62-63), que acredita que ela pode gerar dois tipos de informao: a estrita, proporcionada pela entrevista breve e a informao em profundidade, que oferece ao ouvinte informaes adicionais, proporcionando reflexo, associada a um maior tempo de durao. Alm destes observada a presena de sonoras, derivadas obviamente de uma entrevista anterior, mas que vai ao ar recortada somente com o trecho que interessa. Pensar formatos jornalsticos implica lembrar que h tcnicas especiais que foram sendo desenvolvidas e aperfeioadas ao longo do tempo. Entre elas destaca-se, por exemplo, a pirmide invertida, cuja ordem de contar os fatos se desenvolve do mais importante para o menos importante, embora isso no impea a pirmide de estar em p ou deitada como defendem alguns tericos. Habituar-se a responder as questes do lead outro exemplo comum. Tcnicas como essa servem como um facilitador para o reprter e, em tese, para o pblico, uma vez que permite textos estruturados de forma padro, simples e direta. No caso do rdio, essas caractersticas so essenciais, aliadas a outras como clareza, preciso e conciso, que explicitam a relao direta entre o gnero, o formato e a linguagem.Para Meditsch (2007, p. 184), "a condio fugitiva da impresso auditiva" que impe restries linguagem radiofnica, especialmente vocabular. Isso implica que a produo do texto radiojornalstico possua uma extrema simplificao, com ideias nicas, expressas de forma clara e concisa de modo a neutralizar ambiguidades que possam surgir para o ouvinte. Sampaio (2008, p. 39) pondera que os radiojornais devem primar pela linguagem coloquial, ou seja, cotidiana, para que se estabelea um certo dilogo entre o apresentador e o ouvinte.

3. A propaganda eleitoral brasileira em 2014O Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral brasileiro, nos moldes atual, existe desde a dcada de 1960. De acordo com a Lei n. 12.034/09, que rege o perodo, so 45 dias destinados propaganda eleitoral, paga com dinheiro pblico, por meio de iseno fiscal das emissoras que retransmitem de forma obrigatria. Para os presidenciveis, so destinadas as teras, quintas e sbados, sendo 30 minutos divididos entre os candidatos de acordo com o nmero de partidos coligados. Em 2014 foram 11 candidatos na disputa. Para esta anlise optou-se pelos trs candidatos com maior tempo de programa, sendo Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), com 11 minutos e 24 segundos, Acio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 4 minutos e 35 segundos e a candidata, Marina Silva, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 2 minutos e 3 segundos.A anlise se d a partir da descrio dos programas seguindo a ordem categrica dos quadros analticos, sendo comparados cada quesito de cada candidato, em ordem alfabtica.

3.1 O que se evidenciou em uma semana de propaganda eleitoralA primeira categoria observada foi o tema dos programas. O comum em todas as edies analisadas, e que no se refere a nenhum problema social do pas, foi o enaltecimento das qualidades dos candidatos. Nesse quesito entrou histria de vida, com construes emocionais; a vida poltica e as realizaes; e diversos outros motivos que apresentavam o candidato como o salvador ou nico capaz de governar. Para alm disso, tambm apareceram os temas que dizem respeito diretamente sociedade e que afetam o eleitor. Os temas dos candidatos seguem resumidos no quadro abaixo:

Quadro 3: Temas dos programasDataAcioDilmaMarina

19-08Morte de Eduardo Campos com perfil comparativo entre ambos.Porque Dilma tem a preferncia dos brasileirosMorte de Eduardo Campos, com homenagem*

26-08Gesto de Acio como governador em Minas; Bolsa Famlia e Poupana Jovem (Educao)Obras de abastecimento de gua no nordeste; grandes obras no pas: hidreltricas, ferrovias, ampliao e recuperao de portos e aeroportos e Bolsa Famlia

Agradecimento de Marina por ouvirem o programa e pela solidariedade

02-09Economia (inflao)Mobilidade e Pr-salEixos centrais do plano de governo da candidata

09-09Poltica (Corrupo, Mensalo e Petrobrs)Pr-salEducao, Sade, Petrobras (funcionrios de carreira e pr-sal)

16-09Mudana e segurana(comparativo entre Acio, Marina e Dilma)Educao, sade e internet banda largaEducao de tempo integral, sade e transporte (passe livre)

23-09Necessidade de o ouvinte votar certoHabitaoPetrobras (corrupo na estatal)

30-09Sade, educao, inflao e recesso (recortes de falas do debate)Combate a corrupo e impunidade e mudanas na vida das pessoas depois dos governos petistasProximidade da eleio e no apresentao de plano de governo pela candidata Dilma Rousseff.

* Marina ainda no havia sido escolhida como substituta do candidato, o que seria anunciado apenas na quarta-feira, 20 de agosto de 2014.Quanto ao enlace ou ligao com publicao miditica jornalstica, todos os candidatos apresentaram apenas uma utilizao dentro do perodo analisado. O de Acio foi no dia 30/09, quando foi citada a coluna do jornalista Ricardo Noblat, que descrita como sendo "de um dos mais importantes jornalistas polticos do Brasil", seguida da manchete do seu texto que dizia: "No debate da Record, entre os candidatos a presidente, Acio deu um banho em Dilma e foi o melhor". Claramente, a opo pela manchete se deu pelo enaltecimento do candidato e minimizao de Dilma ao utilizar a expresso "deu um banho", que significa ter sido muito superior. J o de Dilma se deu antes, no dia 26/08, com citao de manchetes da Folha de So Paulo, em 19/9, e do portal de internet UOL em 2014, sendo a primeira negativa, sobre o governo tucano e a ltima positiva, referente ao governo da candidata. Marina se utilizou da estratgia na vspera da eleio, dia 30/09, com citao de manchetes de jornais e revistas, a exemplo de: "Deu nos jornais: O Globo, maro de 2014: ex-diretor da Petrobras preso com 1 milho e 160 mil reais" e "Deu nas revistas: Veja, abril de 2014: Como o PT est afundando a Petrobras" (HGPE, 2014).Na tentativa de estabelecer alianas sociais Acio utilizou a citao de gentlicos, a especulao de um desejo de mudana por parte da populao, depoimentos de pessoas comuns e personalidades (famosos e polticos). Os programas de Dilma abusaram da citao de dados das suas realizaes em comparao com os governos anteriores, especificamente o do PSDB. Tambm se utilizou de depoimentos populares no formato "fala, povo" e de personalidades (tambm famosos e polticos). Alm disso, utilizou-se da participao de ouvintes no formato de perguntas para Dilma. A aliana social foi buscada por Marina Silva, ao contrrio dos demais, quase na sua totalidade, pela emocionalidade. Inicialmente com a morte de Campos, depois com a histria de superao da candidata e somente no dia 9 de setembro foram citados dados referentes educao que balizaram a fala de Marina.No que se refere aos formatos noticiosos observados, a entrevista apareceu nos programas de Acio balizadora. Alm dela, foram utilizadas sonoras de pessoas comuns que serviram como fonte confirmatria ou como dvidas relacionadas ao tema do programa. Em um exemplo de trecho da entrevista que se deu em forma de dilogo, o locutor questiona: "Acio, a gente t vendo por a os brasileiros de mau humor, descontentes, inclusive a grande maioria quer mudanas, o que que houve com o Brasil?". Aps a resposta do candidato, outro apresentador comenta: " Acio, mas d tristeza ver um pas desse com tanto problema...". O candidato responde novamente e ento o mesmo locutor questiona novamente: "Mas Acio, como que resolve isso na prtica?". Nos programas de Dilma, as caractersticas observadas foram mais vastas. Foram identificadas estruturas similares nota, reportagem, sonora e entrevista. Como exemplo de nota, pode-se considerar o seguinte trecho, apresentado no dia 19 de agosto: "Em 2002 a taxa de desempregados era de 12,4%, com Dilma a taxa caiu para menos que a metade alcanando os menores ndices da nossa histria. E tem mais, com Dilma e Lula o Brasil gerou mais de 20 milhes e 800 mil empregos com carteira assinada". (HGPE, 2014). Nesses sete dias foram duas reportagens. Uma abordou as mudanas na vida da populao e a outra o transporte pblico no Rio de Janeiro. A primeira reportagem foi anunciada como tal pelo locutor, que identificou tambm a "reprter" que a fez, como demonstra a transcrio a seguir: Loc 1: Tem mudana de vida na cidade e no campo. A nossa colega Manu Nunes preparou uma reportagem sobre isso.Manu/reprter: O programa Brasil sem Misria, criado por Dilma, vem transformando a vida de milhes de brasileiros, garantindo renda, habitao, educao, sade e principalmente dignidade para quem antes no tinha nada. O pescador Eduardo Silva, do Par, conta como foi essa mudana. Sonora pescador: "Teve uns anos atrs a que ns era desprezado, n?! Ns fomos muito desprezados e a entrou uns governo que enxergaram os pobre e disse esses pobre aqui tambm so gente, n? Eu vou dar tambm uma oportunidade de uma vida melhor pra eles. Porque eles merecem tambm, eles tambm so gente. Ento chegou a nossa vez tambm, n?!E t continuando e eu espero que continue mais. Manu/reprter: no campo tambm houve mudanas. Dilma e Lula reduziram os juros e triplicaram o crdito para o pequeno produtor rural, que saltou de 8,2 bilhes em 2002 para 24,1 bilhes este ano. Hoje, a agricultura familiar emprega mais de 12 milhes de pessoas e responde por 70% dos alimentos consumidos no pas. Seu Jos Veit (grafia incerta) do Rio Grande do Sul, conta como aconteceu a mudana. Sonora agricultor: "com a vinda dos Pronafs que a gente conseguiu uma aquisio de mquinas e implementos com um juro barato...hoje t muito bom, quem quiser desenvolver algum trabalho na agricultura tem toda a possibilidade de crescer".(HGPE, 2014)Os programas de Marina Silva apresentaram notcia, nota e sonora. Como exemplo, cita-se uma espcie de notcia veiculada no dia 23 de setembro: A Petrobras valia, em 2007, 226 bilhes de dlares. Nas mos da Dilma e do PT a nossa empresa mais importante perdeu cerca de 110 bilhes de dlares, metade do seu valor. Perdemos esse dinheiro que poderia manter o bolsa famlia por 10 anos. Hoje a empresa tem uma dvida 4 vezes maior do que tinha quando Dilma assumiu. Em 2010 a Petrobrs era a dcima segunda maior empresa do mundo. Hoje, perdeu 108 posies e ocupa o lugar 120.

Nos programas de Acio no foi identificado o uso de tcnicas jornalsticas, a exemplo de lead ou de pirmide invertida. Apenas a citao de dados e a utilizao de pessoas como fonte. Os programas de Dilma atenderam s questes do lead, como pode-se perceber na nota citada anteriormente, alem de se utilizarem da pirmide invertida e da citao de dados e uso de fontes. Marina explora a pirmide invertida, e o lead e a citao de dados respectivamente nos dias 2 e 23 de setembro. Quanto s caractersticas da redao jornalstica, todos mantiveram clareza, conciso e preciso praticamente o tempo todo, sempre com textos curtos, adequados ao meio rdio, embora nem todos tenham se utilizado demasiadamente dos formatos noticiosos. necessrio registrar a ntida, e bvia, presena da opinio nas falas dos locutores e participantes. Os programas no contaram com quadros ou subdiviso dentro de sua estrutura. Todos tambm utilizaram linguagem coloquial. Os programas de Acio no apresentaram quadros ou subdiviso temtica dentro dos programas. Marina apresentou um nico quadro, ocasio que serviu para a citao de jornais e revistas. Dilma teve diviso estrutural nos programas dos dias 26 de agosto e 23 e 30 de setembro. No primeiro, denominado "Quem compara sabe, quem compara pode ver", foram apresentados dados resumidos das realizaes da candidata em comparao com gestes anteriores. O segundo apresentou dois quadros: " de casa", para falar sobre habitao, e "Dilma criou, Dilma avanou", para falar sobre programas criados pela candidata e que foram ampliados ou melhorados e o terceiro um quadro sobre o combate a corrupo.

4 Consideraes finaisA primeira constatao que se faz ao observar os temas quanto variao entre os assuntos abordados por cada candidato, bem como a quantidade deles. Credita-se isso a dois fatores principais, sendo o primeiro os interesses diferenciados dos candidatos e o segundo o tempo de cada coligao. Acio focou nos pontos fracos do governo, tais como os problemas econmicos do pas e o esquema de corrupo na Petrobrs, que apareceram em trs programas, assuntos que integram o gnero primrio, ao estarem presentes nos dilogos dirios da populao, bem como os discursos secundrios, ao serem reportados pelos meios de comunicao informativos. Ambos so reelaborados e aparecem no discurso propagandstico do candidato de modo hibridizado. A candidata Dilma Rousseff, teve maior tempo e isso permitiu que explorasse mais assuntos do que os concorrentes. Ela abordou no total sete temas a mais que Acio Neves e seis a mais do que Marina Silva. A diferena entre eles se deu ainda na profundidade dos temas que puderam ser explorados e relacionados com as regies do pas, fato que amplia a aliana social com o pblico, que se identifica com a histria que est sendo relatada por um igual. Marina Silva, por contar com menos tempo, foi forada a abordar todos os temas de modo mais superficial. Para camuflar essa ausncia, o espao foi permeado por apelos emotivos que prendiam o eleitor mais pela empatia ou simpatia com seus ideais do que pelas propostas expostas. O fato que no pode ser desconsiderado nesse caso que a produo planejada para ser executada com Eduardo Campos foi perdida e, com isso, foi preciso mudar a estratgia em cima da hora, bem como o coordenador de campanha, fator que invariavelmente acarretou em prejuzos. A mescla dos gneros jornalstico e propagandstico no pode ser desconsiderada. O menos afetado nesse quesito de hibridizao foi Acio Neves, seguido de Marina Silva. Os programas de Dilma foram os que mais mantiveram simulao de jornalismo, que se deu pelos formatos adotados, tais como a nota e a reportagem, o lead e a pirmide invertida. Mas, alm disso, os programas de Dilma que se utilizaram dos formatos jornalsticos foram marcados pelo uso da nomenclatura comumente pertencente ao jornalismo, ao afirmar que o produto era uma reportagem, ao dizer que quem produziu o contedo foi uma reprter. Nesses momentos h uma clara apropriao dos modelos jornalsticos que no remete outra inteno do falante que no seja credibilizar a sua fala e levar o pblico a uma atitude responsiva (BAKHTIN, 2011) a partir de uma tentativa de alterao da compreenso sobre o que o enunciado realmente quer dizer. Ou seja, vende uma propaganda, hibridizada ou disfarada entremeio a elementos do jornalismo. Nesse quesito importante destacar que no h qualquer delimitao sobre as formas utilizadas na propaganda eleitoral e nem controle de rgos jornalsticos sobre tais apropriaes ou os efeitos que elas podem provocar. Talvez sejam tentativas incipientes de tornar a propaganda mais digervel, uma vez que h certo preconceito com o espao. Contudo, a combinao formal e retrica (SAMPAIO, 2013) feita nos programas pode afetar tanto jornalismo quanto propaganda, mas, especialmente o primeiro, que, em tese, deveria ser credvel por trabalhar com a realidade. Do modo como foram utilizados os elementos do jornalismo, realmente pode-se dizer que corresponde a uma instrumentalizao para fortalecer o discurso poltico, como sugerem Paula e Kennedy (2013). No se pode deixar de registrar que houve uma evoluo nos programas no que concerne elaborao de texto adequado para rdio, cumprindo com as recomendaes de Meditsch (2007), que um estudioso do radiojornalismo e Sampaio (2013), estudioso da propaganda. Acontece que o texto radiofnico precisa respeitar algumas caractersticas que permitem comunicao efetiva, para alm de ser jornalismo ou propaganda.Outro aspecto que no pode ser ignorado a utilizao de informaes veiculadas por empresas jornalsticas para avalizar o discurso poltico. Esses exemplos podem ser vistos de duas formas para esclarecer os status relacionados verdade, explicados por Charaudeau (2012). Acontece que a verdade apresentada por meio das manchetes, quando negativas em relao ao adversrio, promovem um status idealizado sobre o que h de ser da partir da eleio de tal candidato. Nesse caso h tentativa de fazer o outro parecer ruim. Mas, ao mesmo tempo, assemelha-se com o informativo por tratar-se de uma demonstrao aparentemente racional dos fatos que promovem um status de verdade em relao a algo que j foi, j aconteceu e que se torna credvel por estar em um jornal. As consideraes apresentadas aqui no pretendem, nem de longe, esgotarem o tema. Ao contrrio, elas tm a pretenso de estimular o estudo de uma questo que se considera merecedora de maior aprofundamento e pesquisa, sem o preconceito de que no pertence ao campo do jornalismo. Como perceptvel, no so relaes definidamente claras, mas so tendncias que precisam ser acompanhadas porque integram o mbito da comunicao e porque circulam, so consumidas e repercutidas na pela esfera pblica.

5 Referncias BAKHTIN, Mikhail. Esttica da criao verbal. So Paulo: WMF Martins, 2011.BRASIL. Lei n 12.034 de 29 de setembro de 2009. Altera as Leis nos 9.096, de 19 de setembro de 1995 - Lei dos Partidos Polticos, 9.504, de 30 de setembro de 1997, que estabelece normas para as eleies, e 4.737, de 15 de julho de 1965 - Cdigo Eleitoral. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 30 set. 2009. BARDIN, Laurence. Anlise de Contedo. Frana: Presses Universitaires de France: 1977. BARBOSA FILHO, A. Gneros radiofnicos: os formatos e os programas em udio. So Paulo: Paulinas, 2003.

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