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A ruptura com as pré-construções espontâneas ou eruditas O autor inicia o texto explicando que é comum o sociólogo ter dificuldade em perceber que o mundo social estudado por ele está cada vez mais sendo trabalhado pelas próprias Ciências Sociais. São mencionados como exemplos os profissionais da política e da publicidade para ratificar as informações que se seguem. Ao esclarecer os conceitos, Durkheim denomina de pré-noções, produtos de experiência banal, enquanto que noções são produtos científicos. São esses que devem ser elaborados e postos em prática pelos sociólogos. Durkheim afirma ainda, que existe um senso comum erudito sobre as representações sociais, seria o senso comum em uma linguagem mais rebuscada (aquelas encontradas nos livros de Sociologia do 2° Grau, romances sociológicos etc.,). É apresentado um exemplo de “pesquisa” que não é ciência. Trata-se da sondagem de opinião para saber a intenção de votos em período de eleição. Esse exemplo tem como base uma experiência realizada na França em 1965, momento em que houve nesse país a primeira eleição para presidente com o sufrágio universal. Para explicar a realização de uma sondagem de opinião são explanadas diversas formas de elaborar a referida técnica. Assim, é mencionada a diferença entre técnica de pesquisa e ciência. Neste exemplo, embora haja coleta de dados, produção de gráficos e até mesmo comentários feitos por cientistas políticos, não é considerado ciência. As críticas técnicas e políticas em relação à sondagem de opinião, é que as perguntas orientam as respostas. Outra crítica feita à sondagem de opinião é em relação ao período das pesquisas, pois às vezes são realizadas às vésperas das eleições, podendo assim influenciar os eleitores. Merece destaque também, a grande heterogeneidade das “pesquisas”, pois há temas diferentes, porém, apenas pequena parcela da população é influenciada, tanto que há margem de erro para mais ou para menos. Quando a “pesquisa” é sobre c omportamento, pode haver uma extensão ilegítima de credibilidade considerando que em questionários nem sempre expressam o que as pessoas sentem. No entanto, a Sociologia não se limita a esse trabalho de reintegração dos dados pré-construídos, produzidos pelos institutos de sondagem. Considera também o fato de que a prática das sondagens de opinião tornou-se uma atividade corrente que cumpre certas funções sociais, ou seja, trata-se de um verdadeiro fato social que convém estudar em si mesmo. Para fazer compreender o que é abordagem sociológica, é útil ver tudo o que separa o procedimento científico propriamente dito, dessa “ciência” prática que se foi constituindo em torno dos institutos de sondagens e dos institutos de ciências políticas, nem que fosse pelo fato de que esta é comumente confundida com a sociologia. Para compreender melhor o que é a sociologia, necessita-se mostrar o verdadeiro processo científico, este implica em reflexão e ruptura com o senso comum. Isso significa que se devem analisar os tipos de pesquisa e os dados coletados. Não há pesquisa boa ou ruim, há aquelas mal interpretadas. Por fim, a análise que o autor faz de forma crítica sobre as sondagens de opinião pública, além de ser útil no sentido metodológico é importante para que se entendam os principais obstáculos para a Sociologia. As sondagens de opinião que se limita a formalizar, com a aparência de ciência, o senso comum político, representam atualmente, uma nova imagem da ciência social que deve toda sua força ao fato de que corresponde aos mais imediatos interesses políticos de numerosas parcelas da classe dominante, em especial nos meios políticos e jornalísticos. 3. OBJETIVOS Espera-se que no final da apresentação do seminário os discentes do 2° Período possam: Compreender que uma técnica de pesquisa não é ciência; Diferenciar conhecimentos sociológicos de senso comum erudito; Identificar na pesquisa a construção das respostas e das não-respostas. 4. CONTEÚDOS Uma técnica de pesquisa não é uma ciência

A Ruptura Com as Pré-construções Espontâneas Ou Eruditas

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  • A ruptura com as pr-construes espontneas ou eruditas

    O autor inicia o texto explicando que comum o socilogo ter dificuldade em perceber que o mundo

    social estudado por ele est cada vez mais sendo trabalhado pelas prprias Cincias Sociais. So mencionados como

    exemplos os profissionais da poltica e da publicidade para ratificar as informaes que se seguem. Ao esclarecer os

    conceitos, Durkheim denomina de pr-noes, produtos de experincia banal, enquanto que noes so produtos

    cientficos. So esses que devem ser elaborados e postos em prtica pelos socilogos. Durkheim afirma ainda, que

    existe um senso comum erudito sobre as representaes sociais, seria o senso comum em uma linguagem mais

    rebuscada (aquelas encontradas nos livros de Sociologia do 2 Grau, romances sociolgicos etc.,). apresentado um

    exemplo de pesquisa que no cincia. Trata-se da sondagem de opinio para saber a inteno de votos em perodo

    de eleio. Esse exemplo tem como base uma experincia realizada na Frana em 1965, momento em que houve nesse

    pas a primeira eleio para presidente com o sufrgio universal. Para explicar a realizao de uma sondagem de opinio

    so explanadas diversas formas de elaborar a referida tcnica. Assim, mencionada a diferena entre tcnica de

    pesquisa e cincia. Neste exemplo, embora haja coleta de dados, produo de grficos e at mesmo comentrios feitos

    por cientistas polticos, no considerado cincia. As crticas tcnicas e polticas em relao sondagem de opinio,

    que as perguntas orientam as respostas. Outra crtica feita sondagem de opinio em relao ao perodo das pesquisas,

    pois s vezes so realizadas s vsperas das eleies, podendo assim influenciar os eleitores. Merece destaque tambm,

    a grande heterogeneidade das pesquisas, pois h temas diferentes, porm, apenas pequena parcela da populao

    influenciada, tanto que h margem de erro para mais ou para menos. Quando a pesquisa sobre comportamento, pode

    haver uma extenso ilegtima de credibilidade considerando que em questionrios nem sempre expressam o que as

    pessoas sentem. No entanto, a Sociologia no se limita a esse trabalho de reintegrao dos dados pr-construdos,

    produzidos pelos institutos de sondagem. Considera tambm o fato de que a prtica das sondagens de opinio tornou-se

    uma atividade corrente que cumpre certas funes sociais, ou seja, trata-se de um verdadeiro fato social que convm

    estudar em si mesmo. Para fazer compreender o que abordagem sociolgica, til ver tudo o que separa o

    procedimento cientfico propriamente dito, dessa cincia prtica que se foi constituindo em torno dos institutos de

    sondagens e dos institutos de cincias polticas, nem que fosse pelo fato de que esta comumente confundida com a

    sociologia. Para compreender melhor o que a sociologia, necessita-se mostrar o verdadeiro processo cientfico, este

    implica em reflexo e ruptura com o senso comum. Isso significa que se devem analisar os tipos de pesquisa e os dados

    coletados. No h pesquisa boa ou ruim, h aquelas mal interpretadas. Por fim, a anlise que o autor faz de forma crtica

    sobre as sondagens de opinio pblica, alm de ser til no sentido metodolgico importante para que se entendam os

    principais obstculos para a Sociologia. As sondagens de opinio que se limita a formalizar, com a aparncia de cincia,

    o senso comum poltico, representam atualmente, uma nova imagem da cincia social que deve toda sua fora ao fato de

    que corresponde aos mais imediatos interesses polticos de numerosas parcelas da classe dominante, em especial nos

    meios polticos e jornalsticos.

    3. OBJETIVOS

    Espera-se que no final da apresentao do seminrio os discentes do 2 Perodo possam:

    Compreender que uma tcnica de pesquisa no cincia;

    Diferenciar conhecimentos sociolgicos de senso comum erudito;

    Identificar na pesquisa a construo das respostas e das no-respostas.

    4. CONTEDOS

    Uma tcnica de pesquisa no uma cincia

  • *As crticas tcnicas e polticas em relao s sondagens de opinio;

    *A grande heterogeneidade das pesquisas;

    *Uma extenso ilegtima de credibilidade;

    Sociologia e sondagem de opinio

    *Escolha da amostra e pr-construo poltica;

    *Construo sociolgica das no-respostas;

    *Construo sociolgica das respostas;

    *Construo sociolgica das perguntas;

    A utilizao poltica das sondagens de opinio;

    * As funes sociais das questes politolgicas;

    * O efeito de legitimao das sondagens de opinio

    *O efeito de veredicto das de opinio

    Um exemplo de construo sociolgica: as manifestaes miditicas

    * A coleta dos dados: descrio da manifestao;

    * A informao como desafio social;

    * O efeito de crculo

    5. RECURSOS MATERIAIS/RECURSOS DITTICOS

    Quadro branco, para destacar os principais itens do texto.

    6. METODOLOGIA

    Aula expositiva e dialogada

    7. REFERNCIA

    CHAMPAGNE, Patrick. Iniciao prtica sociolgica. Petrpolis (RJ): Vozes, 1998.