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1 Clipping de notícias do dia 30/09/2016 CORREIO BRAZILIENSE (DF) 30/09/2016 SAÚDE A proteína-chave do Parkinson Cientistas identificaram molécula que desencadeia a doença degenerativa. Pesquisa poderá resultar em nova frente de tratamento A baixa produção de dopamina está ligada ao surgimento do Parkinson, doença degenerativa que causa tremores, diminuição dos movimentos voluntários e instabilidade postural. Entender como se dá esse processo no cérebro, porém, intriga cientistas. Um grupo dos Estados Unidos, em parceria com uma brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), parece ter avançado nesse sentido. Eles identificaram uma proteína, a alfa-sinucleína, que, em excesso no cérebro, interrompe a produção de dopamina e o que está por trás desse acúmulo. Detalhes do estudo foram divulgados na edição desta semana da revista Science. A expectativa é de que eles ajudem na criação de tratamentos mais eficazes para o problema, que atinge de 1% a 2% da população mundial com mais de 65 anos. Os autores usaram como base trabalhos anteriores que encontraram grandes quantidades de alfa-sinucleína em cérebros autopsiados de pessoas que tiveram Parkinson. Também escolhido como referência, um estudo feito por cientistas da Universidade de Goethe, na Alemanha, mostrou que a doença progride por meio de agregados dessa proteína. Eles acabam afetando estruturas cerebrais responsáveis pelo movimento e por funções básicas, como a memória e o raciocínio. “Houve muito ceticismo no começo, mas, em seguida, outros laboratórios mostraram que a alfa- sinucleína pode se espalhar de célula a célula”, declarou, em comunicado à imprensa, Ted Dawson, principal autor do estudo e diretor do Instituto de Engenharia Celular da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Dawson e seus parceiros, incluindo Rafaella Araújo Gonçalves, da UFRJ, resolveram investigar os mecanismos ligados à produção da alfa-sinucleína a fim de descobrir uma maneira de cessar os excessos. Em testes de laboratório, identificaram três proteínas- chaves com essa função, sendo que uma delas, a LAG3, se mostrou a mais importante. A segunda etapa da investigação envolveu experimentos com ratos, que receberam injeção de grande quantidade de alfa-sinucleína. Em seis meses, as cobaias desenvolveram sintomas do Parkinson e metade dos seus neurônios produtores de dopamina morreu. A equipe também modificou roedores para que não tivessem a proteína LAG3, que provoca o acúmulo da alfa-sinucleína no cérebro, e repetiu o processo. A cobaias sofreram os mesmos efeitos negativos do primeiro teste, mas em menor escala. “Ratos

A proteína-chave do Parkinson - Hospital da Criançaceticismo no começo, mas, em seguida, outros laboratórios mostraram que a alfa-sinucleína pode se espalhar de célula a célula”,

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Clipping de notícias do dia 30/09/2016

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

30/09/2016

SAÚDE

A proteína-chave do Parkinson

Cientistas identificaram molécula que desencadeia a doença degenerativa. Pesquisa

poderá resultar em nova frente de tratamento

A baixa produção de dopamina está ligada ao surgimento do Parkinson, doença

degenerativa que causa tremores, diminuição dos movimentos voluntários e

instabilidade postural. Entender como se dá esse processo no cérebro, porém, intriga

cientistas. Um grupo dos Estados Unidos, em parceria com uma brasileira da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), parece ter avançado nesse sentido.

Eles identificaram uma proteína, a alfa-sinucleína, que, em excesso no cérebro,

interrompe a produção de dopamina e o que está por trás desse acúmulo. Detalhes do

estudo foram divulgados na edição desta semana da revista Science. A expectativa é

de que eles ajudem na criação de tratamentos mais eficazes para o problema, que

atinge de 1% a 2% da população mundial com mais de 65 anos.

Os autores usaram como base trabalhos anteriores que encontraram grandes

quantidades de alfa-sinucleína em cérebros autopsiados de pessoas que tiveram

Parkinson. Também escolhido como referência, um estudo feito por cientistas da

Universidade de Goethe, na Alemanha, mostrou que a doença progride por meio de

agregados dessa proteína. Eles acabam afetando estruturas cerebrais responsáveis

pelo movimento e por funções básicas, como a memória e o raciocínio. “Houve muito

ceticismo no começo, mas, em seguida, outros laboratórios mostraram que a alfa-

sinucleína pode se espalhar de célula a célula”, declarou, em comunicado à imprensa,

Ted Dawson, principal autor do estudo e diretor do Instituto de Engenharia Celular da

Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Dawson e seus parceiros, incluindo Rafaella Araújo Gonçalves, da UFRJ, resolveram

investigar os mecanismos ligados à produção da alfa-sinucleína a fim de descobrir uma

maneira de cessar os excessos. Em testes de laboratório, identificaram três proteínas-

chaves com essa função, sendo que uma delas, a LAG3, se mostrou a mais importante.

A segunda etapa da investigação envolveu experimentos com ratos, que receberam

injeção de grande quantidade de alfa-sinucleína. Em seis meses, as cobaias

desenvolveram sintomas do Parkinson e metade dos seus neurônios produtores de

dopamina morreu.

A equipe também modificou roedores para que não tivessem a proteína LAG3, que

provoca o acúmulo da alfa-sinucleína no cérebro, e repetiu o processo. A cobaias

sofreram os mesmos efeitos negativos do primeiro teste, mas em menor escala. “Ratos

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típicos desenvolveram sintomas de Parkinson logo depois de receberem a injeção e, no

prazo de seis meses, metade dos neurônios produtores de dopamina havia morrido.

Mas os ratos sem LAG3 foram quase que totalmente protegidos desses efeitos”,

comparou Dawson.

Para a equipe, essa diferença se deu porque a LAG3 bloqueia os anticorpos que

combatem o Parkinson. Em testes com neurônios cultivados em laboratório, observou-

se esse mecanismo de defesa, o que reforça a hipótese. “Ficamos animados por ter

visto como a alfa-sinucleína se espalha através do cérebro, mas também que o seu

progresso pode ser bloqueado por anticorpos existentes”, destacou Xiaobo Mao, um

dos autores do trabalho e pesquisador da Universidade Johns Hopkins.

Multifatorial

Delson José da Silva, chefe da Unidade de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital das

Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro da Academia Brasileira de

Neurologia (ABN), avalia que os resultados obtidos reforçam a hipótese de que o

Parkinson é uma doença multifatorial. “A da proteína alfa-sinucleína em excesso entra

dentro de uma suspeita que existe na área, a de que o Parkinson pode ser provocado

por uma reação autoimune”, explicou. Segundo o especialista, esse acúmulo de

proteína — ela chega a triplicar de tamanho e ganha uma forma fisiológica agressiva

— pode levar à morte dos neurônios.

Silva acredita que o futuro das pesquisas na área está em descobrir maneiras de evitar

que a alfa-sinucleína se multiplique e afete o cérebro. “Hoje em dia, os tratamentos para

Parkinson estão focados no aporte da dopamina, que é um dos neurotransmissores

afetados pela doença. Todos os remédios tentam estimular a produção dessa

substância, o que ainda não resulta na cura. Se essa proteína for realmente responsável

pelos danos causados no cérebro, teríamos uma outra estratégia de tratamento, com

foco na raiz do problema. Uma solução que poderia evitar a propagação dessa

substância e impedir, assim, a evolução do Parkinson.”

Para saber mais

Neurotransmissor em queda

A dopamina é uma substância química que tem como função auxiliar a transmissão de

mensagens entre as células nervosas, além de auxiliar na realização de movimentos

voluntários do corpo, guiando os músculos. Com o envelhecimento, esse

neurotransmissor pode sofrer reduções, algumas pessoas apresentam quantidades

extremamente baixas, gerando dificuldades de locomoção, uma das características do

Parkinson. A reposição do neurotransmissor é o tratamento mais explorado, o que reduz

os sintomas melhora a qualidade de vida. Há a suspeita de que a doença degenerativa

tenha também causas genéticas, que agiriam com fatores ambientais, como a exposição

a resíduos químicos, agrotóxicos e outros produtos tóxicos.

"Os tratamentos para Parkinson estão focados no aporte da dopamina, que é um dos

neurotransmissores afetados pela doença (…) Se essa proteína for realmente

responsável pelos danos causados no cérebro, teríamos uma outra estratégia de

tratamento, com foco na raiz do problema”

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Delson José da Silva, Médico do Hospital das Clínicas Da Universidade Federal de

Goiás

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

30/09/2016

SAÚDE

Desvendando a defesa natural contra o HIV

Pesquisadores do Reino Unido detectaram um mecanismo que neutraliza a ação do

vírus HIV em crianças infectadas. Para chegar a ele, analisaram o sangue de 170

meninos e meninas da África do Sul que nunca haviam recebido o tratamento contra a

Aids e, ainda assim, não tinham desenvolvido a doença. O resultado do trabalho saiu

na revista Science Translational Medicine desta semana e, para os envolvidos, pode

render novas estratégias de enfrentamento ao problema de saúde.

Crianças que não têm a manifestação da Aids sem receber tratamento são chamadas

de pacientes não progressores pediátricos (PNP, pela sigla em inglês). A estimativa é

de que eles representem de 5% a 10% do total de casos — em adultos, a taxa é de

0,3% dos infectados.Quando sem tratamento, a maioria das crianças infectadas não

sobrevive por mais que dois anos. Ao estudar as africanas, os investigadores britânicos

observaram que havia dezenas de milhares de vírus em cada mililitro de sangue delas,

mas uma baixa ativação do sistema imune. Condição semelhante já foi identificada em

macacos infectados pelo SIV, a variação do HIV que atinge os primatas.

Guerra evitada

Geralmente, a alta taxa do vírus no sangue eleva a quantidade de células de defesa do

corpo, que tenta lutar contra o vírus. Nos PNPs, porém, isso não acontece.

“Essencialmente, o sistema imunitário está ignorando o vírus na medida do possível.

Travar uma guerra contra ele é, na maioria dos casos, a coisa errada a fazer”, explicou

à rede de televisão BBC Philip Goulder, um dos autores do estudo e pesquisador da

Universidade de Oxford.

Segundo os investigadores, porém, a ausência de ataque pode ser uma boa estratégia

porque o HIV extermina os glóbulos brancos, as células de defesa do corpo, o que leva

a níveis altos da inflamação. “Uma das conclusões que saem desse estudo é que a

doença Aids não tem tanto a ver com o HIV, mas com a resposta imune a ele”,

complementou o autor. Para a equipe, o mecanismo observado nas crianças pode ter

surgido devido à evolução do organismo humano em relação ao vírus. “A seleção natural

tem trabalhado nesses casos, e o mecanismo é muito semelhante ao dessas crianças”,

explicou Goulder.

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Os pesquisadores têm esperança de que as descobertas possam ajudar na criação de

estratégias de combate mais efetivas. “Podemos identificar um caminho inteiramente

novo estudando essas crianças a longo prazo, o que poderia ser traduzido para novos

tratamentos para todas as pessoas infectadas pelo HIV”, detalhou o autor.

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

30/09/2016

CIDADES/DF

CPI da Saúde em busca de foco

Deputados distritais vão definir, na próxima segunda-feira, as datas para colher os

novos depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito. A expectativa é que

Valério Neves, Luiz Afonso Assad e André Moura sejam oficialmente convocados

Após a Mesa Diretora interina da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) optar,

de forma unânime, por suspender temporariamente o andamento dos pedidos de

cassação dos mandatos dos deputados distritais envolvidos no UTIgate, os olhares

centraram-se sobre os próximos passos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)

da Saúde. Responsável por investigar ações e contratos da saúde pública referentes ao

período compreendido entre janeiro de 2011 e março de 2016, o colegiado realizará, na

próxima segunda-feira, às 14h30, uma reunião para definir a agenda de oitivas. A

expectativa é que haja a marcação das datas de depoimentos de testemunhas do caso.

O presidente da Comissão, Wellington Luiz (PMDB), explicou que acatará as indicações

dos colegas de tribuna para definir quais serão as prioridades para a ordenação das

audições. “Todas as pessoas indicadas são necessárias para as investigações em

determinado aspecto”, defendeu. O último inquérito relacionado ao UTIgate ocorreu há

um mês. Na oportunidade, o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso

subiu à tribuna para prestar esclarecimentos e alegou que foi chamado à presidência da

Câmara para discutir o programa de trabalho de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Desde o depoimento, porém, houve desacelaramento nas investigações.

Wasny de Roure (PT), líder da legenda na Casa, admitiu a dificuldade da CPI em

aprofundar as averiguações sobre os distritais envolvidos no suposto esquema de uso

de emenda parlamentar para o pagamento de dívidas do GDF com UTIs mediante

cobrança de propina. O petista ressaltou, porém, a necessidade do adentramento na

temática. “O que está em jogo é nossa credibilidade”, declarou. Wasny acrescentou,

ainda, que algumas convocações relevantes estão em curso.

Entre as 22 solicitações de depoimentos aprovadas, destacam-se: Valério Neves

Campos, grampeado por Liliane Roriz (PTB), e, à época, secretário-geral do Legislativo

local; o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Luiz Afonso

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Assad, o qual alega ter sido sondado por distritais no período de definição do destino da

emenda parlamentar; André Moura, defensor público responsável pelo

acompanhamento do caso; o Secretário de Fazenda, João Fleury; além das empresas

mencionadas nos áudios de Liliane Roriz (PTB).

Integram a CPI da Saúde, os distritais Wellington Luiz (PMDB), Sandra Faraj (PSD), Lira

(PHS), Wasny de Roure (PT), Luzia de Paula (PSB) e Robério Negreiros (PSDB). Até o

momento, apenas o petista determinou as indicações prioritárias — Assad, Valério

Neves e André Moura. Os outros integrantes do colegiado estudarão os casos

pendentes durante o fim de semana e divulgarão os nomes na segunda-feira.

O distrital Robério Negreiros (PSDB) acredita que a CPI da Saúde não pode centralizar

as investigações em apenas uma temática. “Todos os envolvidos e indícios de

irregularidades devem ser apurados rigorosamente”, ponderou. A ideia de pluralidade

aplica-se à realidade. Na sessão de ontem, realizada no Plenário da Câmara, o ex-

diretor do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) Rodrigo Caselli defendeu-

se de acusações prestadas pelo presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de

Enfermagem (Sindarte-DF), João Cardoso da Silva.

De acordo com o sindicalista, empresas praticavam desvio de funcionalidade dos

contratos estabelecidos com o Samu durante a gestão de Caselli. Entre outros pontos,

Cardoso afirmou que as firmas teriam custeado reformas de prédios, manutenção de

elevadores e festas de confraternização da Secretaria de Saúde. O ex-diretor do Samu

rebateu as denúncias, embasado por relatórios de órgãos de controle. “Eu, como gestor,

era responsável por checar as necessidades do Samu e repassar à Secretaria de Saúde

e, não analisar documentos técnicos. Para isso existem os executores”, ressaltou.

OSs na mira

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde aprovou, ontem, a convocação

de Mouhamad Moustafa, proprietário de duas organizações sociais (OSs) no Estado do

Amazonas. As entidades, intituladas Sociedade Integrada Médica do Amazonas

(Simea) e Salvare Serviços Médicos, realizaram doações à campanha eleitoral de

Rodrigo Rollemberg (PSB), em 2014. De acordo com Wasny de Roure (PT), a atitude

demonstra um relacionamento entre o chefe do Executivo e Moustafa. A CPI deseja,

então, “saber se houve expectativa de contrapartida à ajuda dele na gestão do

governador”.

JORNAL DE BRASÍLIA (DF)

30/09/2016

POLÍTICA & PODER

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Governo do DF insiste em projeto para reajustar

IPTU

Ao anunciar que permanece fora dos limites da LRF, Executivo sinaliza calote em

servidores. E, no fim das contas, os contribuintes é que pagarão o pato

Às vésperas de ter de conceder reajuste salarial para 32 categorias de servidores

públicos, o Governo do DF anuncia que as despesas com pessoal seguem acima do

limite prudencial estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Esta deve ser a

justificativa usada para não cumprir as leis, que deveriam ter sido honradas há um ano.

E ainda deve condicionar o pagamento à aprovação do projeto que reajusta a tabela do

valor venal dos imóveis e, consequentemente, aumenta o IPTU.

A proposta já está pronta e deve chegar à Câmara Legislativa, na semana que vem.

Base e oposição já sinalizam resistência ao projeto, que dificilmente passará na Casa.

A Secretaria de Fazenda não detalhou a nova proposta e informou que ela será

formatada mesmo no legislativo. “Ainda não temos previsão de quanto vai aumentar na

arrecadação, com a correção do valor venal. A questão ainda está para ser debatida na

Câmara”, justifica o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury.

Quanto ao pagamento dos reajustes salariais dos servidores, prometido pelo

governador Rodrigo Rollemberg para o próximo mês, Fleury disse que a intenção do

governo é adiar o compromisso, pois concedê-lo significaria não ter garantia de pagar

os salários dos meses seguintes. Ele ressalvou, porém, a necessidade de diálogo com

os líderes sindicais. “Vamos tentar cumprir o acordo, mas mostraremos as

consequências. Se não cumprirmos com o déficit de R$ 800 milhões que temos hoje,

não terá como pagar aos servidores no quinto dia útil”, destacou.

Pressão

Se os parlamentares permaneceram resistentes à correção da tabela venal do IPTU, o

governo conta com a lei vigente, que deve reajustar o imposto, pela inflação, na virada

do ano. Fleury, no entanto, diz contar com a sensibilidade dos deputados, uma vez que

o Palácio do Buriti ainda tem sérias dificuldades com o fluxo de caixa. “Há anos que não

se faz correção e os valores estão defasados em relação ao mercado”, pondera o

secretário.

Fazenda fala até em demissão

Pagar os reajustes salariais significa aumentar as despesas com folha de pagamento

em R$ 1,4 bilhão em 2017 e poderiam fazer o governo ultrapassar o limite máximo de

gasto com pessoal estabelecido na LRF, que é de 49% da Receita Corrente Líquida –

atualmente o DF opera a 47,49%, segundo a Fazenda.

Fleury fez questão de ressaltar que, se a capital federal persistir nessa condição por

determinado tempo, tem previsão legal até para demitir servidores.

As soluções apresentadas para aumentar arrecadação e normalizar o fluxo de caixa

foram, dentre outras: o aumento do IPTU; o programa de Incentivo à Regularização

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Fiscal (Refis), que poderia recolher até R$ 200 milhões até o fim do ano; e os Programas

de Demissão Voluntária (PDV) nas empresas do governo, como o BRB.

Segundo Fleury, o pagamento do reajuste não está atrelado às medidas. “Não vai

adiantar os servidores fazerem greve se não houver como cumprir o aumento”,

defendeu o secretário. Segundo ele, o DF nunca havia enfrentado três anos seguidos

de recessão e, portanto, a realidade é nova para todos. “Em algum momento as pessoas

vão precisar ter a consciência que o governo está no limite. Temos 14 governos de

estado não pagando em dia e até o fim do ano outros podem ter esse problema”,

defendeu.

Vai ter trabalho

Na Câmara Legislativa, a tramitação do projeto que reajusta a tabela venal dos imóveis

para, no fim, aumentar o IPTU, não deve passar com facilidade. Tanto o deputado

Reginaldo Veras (PDT), da base, quanto o oposicionista Chico Vigilante (PT) disseram

que, do mesmo jeito que foi encaminhado no ano passado, o texto não será aprovado.

“O governo quer voltar, agora, com a mesma cantilena de aumento?”, questionou o

petista.

Para Veras, se a proposta não foi reformada, vai ser rejeitada. “Não há clima, na

Câmara, para aumento de tributos”, cravou.

JORNAL DE BRASÍLIA (DF)

30/09/2016

DO ALTO DA TORRE

Acabaram os confetes

Em uma sessão discreta, no plenário da Câmara Legislativa, os deputados da CPI da

Saúde ouviram ontem o médico Rodrigo Caselli Belem, que coordenou o Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (SAMU) entre agosto de 2005 e

dezembro de 2015. Citado em denúncias feitas pelo presidente do Sindicato dos

Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sintate-DF), João Cardoso da Silva, o ex-gestor

se esquivou das acusações de desvio de função no contrato com a empresa Inova,

improbidade administrativa e utilização do cargo de chefia para enriquecimento ilícito,

com o argumento de que todos os contratos do órgão são subordinados à Secretaria de

Saúde.

Reunião, só administrativa

Com atuação mais discreta, a CPI da Saúde não terá sessão ordinária na próxima

quinta-feira e, na segunda, devem se reunir os deputados Wellington Luiz (PMDB),

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Wasny de Roure (PT), Lira (PHS), Luzia de Paula (PSB) e Robério Negreiros (PSDB)

para estabelecerem o calendário dos próximos depoimentos.

JORNAL DE BRASÍLIA (DF)

30/09/2016

HÉLIO DOYLE

O bom é investigar os outros

Os distritais se arvoram a constituir comissões parlamentares de inquérito para

investigar os mais diversos fatos. A CPI da Saúde, em arroubo policialesco, chegou a

pedir a compra de equipamentos de espionagem e viaturas para apurar irregularidades

na saúde. A Câmara gasta muito dinheiro com esses arremedos de investigação que

não chegam a lugar nenhum.

Mas investigar colegas, nem pensar. Nesse caso, os distritais acham melhor esperar as

conclusões de quem sabe fazer isso de verdade: o Ministério Público e a Polícia Civil.

AGÊNCIA BRASIL

30/09/2016

GERAL

Simpósio discute uso de cirurgias robóticas para

tratamento de obesos

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) vai discutir, em um

simpósio hoje (29), os procedimentos curúrgicos em que são utilizados robôs. O

presidente da entidade, Josemberg Campos, explicou que, neste caso, o cirurgião não

fica em contato direto com o paciente, que é operado a distância.

Entre as vantagens, o paciente tem menor dor e se recupera de maneira mais rápida,

enquanto o cirurgião tem menor desgaste. “O paciente, recebendo uma cirurgia menos

invasiva, tem recuperação mais rápida, consegue realizar suas atividades habituais e ir

ao trabalho poucos dias após a cirurgia. Finalmente, é uma cirurgia mais segura, porque

a visualização que o cirurgião tem da área do abdômen é muito melhor. A definição da

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imagem que o cirurgião observa é perfeita, o que lhe permite ter maior e melhor controle

de toda a cirurgia”, afirmou Campos.

O seminário ocorre durante o 21º Congresso Mundial da Federação Internacional de

Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO, a sigla em inglês), aberto quarta-

feira (28) no Rio de Janeiro, que tem como tema central a obesidade em adolescentes

e a cirurgia bariátrica indicada para jovens, inclusive feita por robôs.

Usado em outras áreas

Embora já seja adotada em outros campos da medicina, a cirurgia robótica começa

agora a ser usada também para pacientes obesos. “A diferença para os pacientes

obesos é que os novos equipamentos da cirurgia robótica vêm com maior e melhor

adaptação. Essa é a novidade do congresso”. No Brasil, a técnica é aplicada para

adultos e adolescentes.

Outra novidade é a cirurgia por via endoscópica. Antes, o tratamento da obesidade feito

pela endoscopia era o balão, que é colocado no estômago por esse meio. No congresso

está sendo feito o lançamento da sutura endoscópica. “A cirurgia bariátrica pode ser

feita por meio de sutura. Isso também vai no caminho da cirurgia minimamente invasiva”,

disse o presidente da sociedade. São novidades que chegam ao Brasil, onde os

especialistas da área também desenvolvem pesquisas e o país também exporta

novidades. “Foi aqui que se desenvolveu o balão intragástrico e algumas técnicas

endoscópicas que resolvem problemas relacionados à obesidade”.

Obesidade entre adolescentes

No Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense),

divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há

3,1 milhões de adolescentes entre 13 e 17 anos de idade que estão com excesso de

peso, dos quais 1 milhão é de obesos. Segundo Campos, esse fenômeno acompanha

uma ”epidemia” de obesidade que vem ocorrendo também em adultos.

“Essa situação foi identificada inicialmente em adultos e, agora, as novas gerações

também estão apresentando isso”. O alto índice de obesidade em crianças e

adolescentes significa que “o futuro será sombrio, porque a criança e o adolescente de

hoje serão os adultos de amanhã”. Ele diz que se já tem obesidade na adolescência, a

pessoa vai levar essa doença para a vida adulta, com o agravante que a obesidade,

existindo em um paciente por vários anos, vai trazer outras doenças associadas, como

diabetes e hipertensão. Existem quase 70 doenças associadas à obesidade.

A obesidade em crianças é resultado de um estilo de vida inadequado, explicou o

especialista. As crianças hoje estão “praticamente confinadas em um apartamento”.

Fazem pouca atividade física e se dedicam a jogos diante do computador ou com

aparelhos eletrônicos, onde passam a maior parte do tempo, ingerindo simultaneamente

alimentos hipercalóricos, de baixo teor nutricional, do tipo fast food e refrigerantes.

Segundo Campos, houve a substituição das clássicas refeições que existiam

antigamente pelo consumo frequente e em pequena quantidade de alimentos

hipercalóricos, com baixo teor de proteínas, carboidratos em excesso, sem vitaminas.

O que se observa, em consequência, é a apresentação da obesidade em crianças e

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adolescentes e, ao mesmo tempo, algum grau de subnutrição ou mesmo desnutrição.

“Dependendo da intensidade e do tempo em que essa criança ingere esses alimentos

inadequados e se essa ingestão for muito intensa, isso vai levar até mesmo a um quadro

de obesidade e desnutrição”.

Preocupação

A SBCBM quer apresentar o problema para a sociedade, indicando quais são as

medidas preventivas para evitar essa explosão da obesidade na fase infantil e na

adolescência. Outra preocupação é tratar aqueles obesos que efetivamente não

conseguem ter a doença controlada por outros meios clínicos e de mudança de hábitos.

“São aquelas crianças que já apresentam a obesidade mórbida, severa, associada à

presença de doenças, como diabetes e hipertensão”.

O aumento da obesidade entre as crianças e adolescentes é preocupante no Brasil

especialmente, disse Campos, porque o país tem grande massa populacional e está

com uma taxa de obesidade muito elevada. Os últimos dados do Ministério da Saúde,

do ano passado, revelam que 52% da população brasileira têm algum problema

relacionado a peso: têm obesidade, que é massa corpórea acima de 30, ou têm índice

de massa corpórea acima de 27. “Isso significa que eles estão obesos ou têm peso

elevado mas ainda não são obesos”.

Cirurgia em adolescentes

As indicações para cirurgia bariátrica em adolescentes são semelhantes às usadas para

adultos, explicou o presidente da SBCBM. “Ter índice de massa corpórea acima de 40,

sem doença; ou ter índice de massa corpórea acima de 35 e também apresentar

doença. Essa é a indicação global”.

A diferença da indicação cirúrgica reside no fato que o adolescente tem peculiaridades

que requerem uma avaliação mais adequada, tais como a idade óssea, porque a cirurgia

pode trazer efeitos colaterais. A cirurgia tem que controlar o peso, “mas não pode criar

mais um problema”. Por isso, a avaliação tem que contar com o apoio de um pediatra.

Campos revelou que será iniciado em novembro o registro nacional da cirurgia

bariátrica, com apoio da SBCBM, que reunirá informações de todos os cirurgiões do

país, com detalhes referentes a idade, sexo, peso, entre outros aspectos dos pacientes.

AGÊNCIA BRASIL

30/09/2016

GERAL

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Termina hoje campanha para atualizar caderneta de

vacinação

Termina hoje (30) a Campanha Nacional de Multivacinação, que tem como objetivo

atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes. Devem comparecer aos

postos de saúde crianças menores de 5 anos e crianças e adolescentes de 9 a 15 anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo da ação é combater a ocorrência de

doenças imunopreveníveis no país e reduzir os índices de abandono à vacinação –

sobretudo entre adolescentes. Ao todo, 350 mil profissionais participam da campanha.

Ainda segundo a pasta, estão sendo disponibilizadas vacinas contra a tuberculose, o

rotavírus, o sarampo, a rubéola, a coqueluche, a caxumba e o HPV, entre outras. Como

a vacinação é feita de forma seletiva para a população-alvo, não há meta a ser

alcançada.

Mudanças no calendário

Em janeiro deste ano, o ministério alterou o esquema de quatro vacinas: a poliomielite,

o HPV, a meningocócica C (conjugada) e pneumocócica 10 valente.

O esquema contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável (2, 4 e

6 meses), mais duas doses de reforço com a vacina oral. Até 2015, o esquema era de

duas doses injetáveis e três orais.

Já a vacinação contra o HPV passou de três para duas doses, com intervalo de seis

meses entre elas para meninas saudáveis de 9 a 14 anos. Meninas de 9 a 26 anos que

vivem com HIV devem continuar recebendo o esquema de três doses.

No caso da meningocócica C, o reforço, que era administrado aos 15 meses, passou a

ser feito preferencialmente aos 12 meses, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras

duas doses continuam aos 3 e 5 meses.

A pneumocócica sofreu redução de uma dose e passou a ser administrada em duas (2

e 4 meses), com um reforço preferencialmente aos 12 meses, mas que pode ser

recebido até os 4 anos.

Programa Nacional de Imunizações

Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações oferece cerca de 300 milhões de

imunobiológicos, entre vacinas e soros – incluindo todas as doses recomendadas pela

Organização Mundial da Saúde.

SES/DF

30/09/2016

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NOTÍCIAS

Samu-DF promove Dia da Reanimação

Cardiopulmonar

Evento será no próximo domingo (2) no Parque de Águas Claras

BRASÍLIA (30/09/16) – No próximo domingo, 2 de outubro, o Serviço de Atendimento

Móvel de Urgência (Samu-DF) promoverá o Dia da Reanimação Cardiopulmonar,

(CPRDay), no Parque de Águas Claras, a partir das 8h. O objetivo é chamar a atenção

para a importância dos primeiros socorros nas vítimas de parada cardiorrespiratória.

Durante o evento serão realizadas oficinas, com a disponibilização de bonecos, que

servirão de modelos para aprendizagem de massagem cardiopulmonar. Além disso

terão gincanas e brincadeiras para crianças.

SERVIÇO:

Data e horário: 02 de outubro (domingo), das 8h às 13h

Local: Parque de Águas Claras – Águas Claras ( no estacionamento ao lado da

administração do parque)

Público: toda a população

DONNY SILVA

30/09/2016

BRASÍLIA

Entidade Aprovada Para Gerenciar Saúde No DF Foi

Interditada Na Bahia

Responsável pela gestão de um hospital municipal (foto) em Jacobina (BA), o Instituto

Saúde e Cidadania (Isac) deixou rombo de R$ 3 milhões no município. Ministério

Público pede ao Tribunal de Contas investigação sobre como foi o processo de

qualificação da entidade no Distrito Federal

Enquanto o GDF tenta aprovar na Câmara Legislativa uma lei que flexibiliza a

contratação de organizações sociais (OSs), as entidades já credenciadas e as que ainda

aguardam autorização para poder atuar na saúde pública local têm sido alvo de

sucessivas denúncias. A mais recente joga suspeitas sobre o Instituto Saúde e

Cidadania (Isac), uma das cinco OSs qualificadas no Distrito Federal.

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O Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) apresentou duas representações

pedindo que o Tribunal de Contas do DF (TCDF) fiscalize o processo que qualificou o

Isac. O MPC-DF suspeita que houve “irregularidades graves” em relação ao ato.No

TCDF, as representações estão sob os cuidados do conselheiro Márcio Michel. De

acordo com a assessoria do gabinete dele, os representantes da OS deverão ser

convocados para depor durante o trâmite do processo.

A entidade, com sede em Brasília, hoje tem dois contratos vigentes e administra

unidades de pronto atendimento (UPAs) em Maceió. Recentemente, porém, deixou um

rastro de problemas em outra localidade: Jacobina (BA), onde tinha firmado contrato de

gestão com a prefeitura no valor de R$ 15,6 milhões.

A crise foi tão grande na saúde pública local que o contrato de gestão firmado com o

Instituto Saúde e Cidadania sofreu intervenção do município. A entidade foi acusada de

deixar de abastecer o hospital e a clínica que administrava. O Isac ainda teria deixado

dívidas com fornecedores, num total de R$ 3 milhões.

A intervenção da OS foi decretada em um ato da prefeitura de Jacobina em 11 de

setembro de 2015. No ano anterior, o Isac havia sido escolhido pelo município para

administrar o Hospital Antônio Teixeira Sobrinho e a Clínica de Hemodiálise Heitor Lima

pelo prazo de 12 meses, sendo possível a prorrogação do contrato de gestão.

A Controladoria-Geral do município identificou, no entanto, que a empresa era

responsável pelo desabastecimento de medicamentos e insumos hospitalares de uso

diário, incluindo aqueles utilizados nas “sala vermelhas”, de urgências.

Os analistas também descobriram que a OS deixou de fazer a manutenção de

equipamentos importantes utilizados em cirurgias, comprometendo a segurança das

atividades e dos pacientes.

A prefeitura de Jacobina ainda revelou, no decreto de intervenção, que o Isac tinha

deixado um passivo junto a credores superior a R$ 3 milhões. Segundo o Executivo

municipal, a dívida inviabilizava novos fornecimentos e comprometia o crédito da cidade.

Alvo de CPI

A quantidade de problemas levou a Câmara Municipal a instaurar uma comissão

parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o contrato do Isac com a prefeitura.

Agora, essa organização social que deixou um rombo financeiro e um histórico de

prestação de serviço ineficiente no interior da Bahia quer gerenciar a saúde pública de

Brasília. O Isac foi habilitado pelo GDF por meio de um decreto do governador Rodrigo

Rollemberg (PSB) publicado no Diário Oficial local em 27 de abril deste ano.

GDF desconhecia problemas

Ao ser questionado sobre o controverso histórico do instituto recém-habilitado em

Brasília, o GDF afirmou que, “à época da análise documental e técnica, o governo de

Brasília não teve conhecimento do fato apontado, dado que as certidões apresentadas

estavam regulares”.

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Por meio de nota, o GDF ressaltou ainda que “a qualificação da entidade não gera

vínculo com a administração, no caso, contrato de gestão. Trata-se tão somente de uma

certificação inicial dada a instituições que comprovarem, formalmente, estarem aptas a

atuar como organização social na área de saúde”.

O Metrópoles não conseguiu contato com representantes do Isac para comentar o

assunto. Ninguém atendeu o número de telefone informado tanto no site do instituto

quanto na página virtual da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).

OSs na mira

Desde que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou a intenção de ampliar a

participação das OSs na saúde pública do DF, terceirizando a gestão de uma série de

instituições, multiplicaram-se as denúncias contra as entidades que querem atuar na

capital federal.

Na noite de quinta-feira (29), por exemplo, o TCDF determinou o afastamento cautelar

do médico Renilson Rehem do Conselho de Saúde do DF até serem apuradas

irregularidades nos contratos entre a Secretaria de Saúde e o Hospital da Criança. A

unidade de saúde é dirigida por uma organização social comandada por Renilson — o

Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) —, que é alvo de suspeita

de irregularidades no processo de contratação.

Doações a Rollemberg

No último dia 24, o Metrópoles revelou que o principal alvo da Operação Maus

Caminhos, desencadeada pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral

da União (CGU), era o dono de duas OSs que tentam se credenciar no Distrito Federal.

O médico Mouhamad Moustafa, preso em Manaus, é o proprietário da Sociedade

Integrada Médica do Amazonas (Simea) e da Salvare Serviços Médicos.

Ao lado de outra entidade de Moustafa, essas OSs doaram R$ 600 mil à campanha de

Rollemberg em 2014.

Outras de dias anteriores

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

29/09/2016

BRASIL/POLÍTICA

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Presidente da Fenasaúde: há espaço no Brasil para

plano de saúde popular

"Os 70 milhões de beneficiários (em potencial) precisam contribuir. É preciso ter

coparticipação", avaliou Solange

A presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), Solange

Beatriz Mendes, afirmou que há espaço no Brasil para a criação de um plano de saúde

popular. O produto, que está em estudo em um grupo de trabalho do atual governo

Michel Temer, precisa, na opinião da especialista, coparticipação por parte dos

beneficiários, um universo potencial de 70 milhões de pessoas, e uma rede de

atendimento mais enxuta.

"Os 70 milhões de beneficiários (em potencial) precisam contribuir. É preciso ter

coparticipação", avaliou Solange, em conversa com jornalistas. Sobre o interesse das

seguradoras em operar o plano de saúde popular, a especialista ressaltou a

necessidade de uma regulamentação específica para o produto assim como acontece

com o microsseguro, apólices de seguro de baixo valor. No passado, essas companhias

deixaram de atuar com plano de saúde individual devido ao elevado risco e,

consequentemente, margens menores.

De acordo com ela, as empresas têm tido dificuldades com a crise para custear

benefícios aos seus funcionários e, por isso, requisitado coparticipação por parte dos

colaboradores em torno dos 30%. Entretanto, lembrou, esse porcentual é limitado e não

pode ser ampliado conforme a regulação atual.

A presidente da Fenasaúde alertou ainda para o risco de o novo plano de saúde popular

aumentar a judicialização no setor. "Cabe ao governo divulgar à sociedade para avaliar

se está de acordo com o produto, que será mais barato, mas que precisa de controle,

gestão, protocolos mais rígidos", explicou ela, acrescentado que hoje há um

descontentamento com o preço dos planos de saúde.

A ideia de um plano popular foi proposta pelo atual ministro da saúde, Ricardo Barros,

embora fosse uma solução já aventada pelo mercado de saúde privada. A portaria que

cria um grupo de trabalho para debater o tema foi publicada no Diário Oficial da União

no mês passado.

O produto deve ser mais barato que os tradicionais, mas também ter menos coberturas

que as exigidas no atual rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde

Suplementar (ANS), que regula o setor. É ainda uma aposta do governo para diminuir o

peso no sistema público de saúde (SUS).

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

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29/09/2016

BRASIL/POLÍTICA

Sessão sobre SUS causa alívio a advogados e

tristeza a pacientes

Presidente da Associação Brasileira de Assistência à Mucoviscidose, Sérgio Henrique

Sampaio afirma que associações deverão, a partir de agora, reforçar seu trabalho de

convencimento de ministros que ainda não proferiram seus votos

A interrupção do julgamento no Supremo Tribunal Federal, que não tem prazo para ser

retomado, foi recebida com alívio por advogados e tristeza por pacientes. "O pedido de

vista foi importante para tentar encontrar uma visão mais uniforme", afirmou o defensor

público geral federal, Carlos Eduardo Paez. "Nos três votos proferidos, havia uma série

de interpretações distintas. Imagine se os 11 votos fossem concluídos hoje. Certamente

haveria outros pontos distintos que levaríamos tempo para clarificar."

Presidente da Associação Brasileira de Assistência à Mucoviscidose, Sérgio Henrique

Sampaio afirma que associações deverão, a partir de agora, reforçar seu trabalho de

convencimento de ministros que ainda não proferiram seus votos. "Deu certo até agora.

Estamos otimistas de que vamos conseguir sensibilizar os demais ministros", completou

Sampaio.

"Saí viva. Fiquei muito emocionada durante todo o julgamento", afirmou a presidente da

Associação de Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves e Raras, Maria

Cecília Oliveira, ao fim da sessão.

Tanto Maria Cecília quanto Sampaio criticaram as afirmações feitas pelo presidente da

Anvisa, Jarbas Barbosa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele alertou para

o risco de uma eventual aprovação da importação de produtos sem registro na agência.

"Não estamos pedindo a liberação de remédios experimentais. Queremos liberar os

reconhecidos em agências de outros países", disse Sampaio.

Exemplo

O julgamento atraiu pacientes como Patrick Teixeira Pires, de 19 anos, que vive com

mucopolissacaridose. "Minha vida vale R$ 2 milhões por ano. É o preço do medicamento

que tenho de usar", repetia. "Mas minha situação é instável. Tive de ingressar com uma

ação na Justiça. Durmo e acordo pensando no risco de um dia o remédio faltar."

FOLHA DE S. PAULO

29/09/2016

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COTIDIANO

Multivacinação para crianças e adolescentes termina

nesta sexta

A Campanha Nacional de Multivacinação para incentivar a atualização das cadernetas

de vacinação de crianças e adolescentes termina nesta sexta­feira (30). É a primeira

vez que o Ministério da Saúde inclui jovens de 10 a 15 anos na mobilização, que ainda

tem como público­alvo crianças de nove anos e menores de cinco anos.

Foram enviadas a todas as unidades da federação cerca de 26,8 milhões de doses –

incluindo 7,6 milhões para a vacinação de rotina de setembro e 19,2 milhões de doses

extras. Neste ano, a campanha terá imunização com 14 tipos de vacina contra a hepatite

A, poliomielite, febre amarela, além de tríplice viral (contra sarampo, caxumba e

rubéola), pentavalente, entre outras.

Com a campanha, o ministério espera a redução das doenças imunopreveníveis no país

e diminuir o abandono à vacinação. De acordo com a pasta, como a vacinação será de

forma seletiva para a população alvo, não há meta a ser alcançada.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), ressalta a importância de receber todas as

doses das imunizações. "Não adianta você vacinar uma dose e não colocar a segunda

ou a terceira. Dependendo do tipo de vacina, a imunização não acontece", afirma.

MUDANÇAS NAS VACINAS

Em janeiro, o Ministério da Saúde alterou o esquema de dosagem de quatro vacinas :

poliomielite, HPV, meningocócica C (conjugada) e pneumocócica 10 valente. As

mudanças atendem a recomendações de especialistas e da OMS (Organização Mundial

de Saúde).

No caso da pólio, por exemplo, a proteção passou a ser feita com três doses injetáveis

(2º, 4º e 6º mês de vida) e dois reforços orais, a "gotinha" (15º mês e aos quatro anos).

Antes, ela era feita com duas doses injetáveis e três orais.

A vacina contra o HPV, indicada para meninas de 9 a 13 anos, passou a ser aplicada

em duas doses –antes eram três. A alteração ocorre após estudos mostrarem que não

há mudanças na proteção com a redução de uma dose.

Já a meningocócica agora é dada um pouco mais cedo, dos 12 meses aos quatro anos,

e a pneumocócica, em duas doses (2º e 4º mês), com reforço a partir de 12 meses.

­

Campanha Nacional de Multivacinação

O que é Pais e responsáveis podem levar crianças e adolescentes à rede pública para

tomar gratuitamente vacinas que estejam atrasadas. Como houve mudanças no

Calendário Nacional de Vacinação em 2016, muitos podem estar com a caderneta

incompleta.

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Público­alvo Poderão ser vacinadas crianças menores de cinco anos (até quatro anos,

11 meses e 29 dias) e de nove anos, além de jovens de dez a 15 anos (até 14 anos, 11

meses e 29 dias). Não há uma meta de imunização estipulada pelo governo.

Quando A campanha começou no dia 19 e vai até 30 de setembro.

Onde Serão cerca de 36 mil locais fixos de vacinação e 350 mil profissionais envolvidos

na campanha. O Ministério da Saúde enviou 19,2 milhões de doses extras de diferentes

tipos de vacina para postos de saúde de todos os Estados.

G1

29/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Uso de eletrônicos em excesso atrasa

desenvolvimento infantil, diz Unicamp

Estudo foi feito com crianças de 8 a 12 anos, na região de Campinas. Pesquisadora se

surpreendeu com o tempo gasto com os aparelhos.

Um estudo da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, em Campinas (SP), concluiu

que as crianças que usam aparelhos eletrônicos sem controle e não brincam, ou

brincam pouco, no "mundo real" podem ter atraso no desenvolvimento. A pesquisa foi

realizada com meninos e meninas de 8 a 12 anos de idade, que ficam de quatro a seis

horas diante das telas de computadores, tablets, celulares e videogames.

Para a pedagoga Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel, que desenvolveu o estudo na

FE durante o mestrado na linha de psicologia da educação, as crianças que se

enquadram neste perfil acabam não brincando e nem tendo uma rotina, o que afeta no

ritmo de construção do desenvolvimento cognitivo.

Ao todo, 21 meninos e meninas de uma escola particular na região de Campinas (SP)

passaram por testes para avaliar as capacidades que eles precisam ter para, inclusive,

aprender bem o conteúdo ensinado na escola. Para a surpresa da pesquisadora, de

todas as crianças, apenas uma mostrou as habilidades esperadas para essa faixa.

"Apenas uma criança, de 12 anos, tinha construído as noções lógico-elementares, que

seriam as noções matemáticas e a noção de espaço", afirma a pesquisadora da

Unicamp.

Brincar aumenta a criatividade

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O uso de eletrônicos em si não é exatamente o problema, segundo a pesquisa, mas sim

a falta de brincadeiras no "mundo real".

"O mais importante é eles brincarem. Num parquinho, na piscina, na escola. Precisa

oferecer para essas crianças atividades criativas. Atividades que eu vou buscar, que eu

tenha curiosidade". explica Ana Lúcia. [Veja exemplos no vídeo acima]

Moradora de uma chácara em Vinhedo (SP), Isabella Bracalente, de 9 anos, aproveita

para subir em árvores e explorar brincadeiras, como andar de bicicleta, patins e pular

corda.

"Eu acho que só ficar no tablet o dia inteiro, a gente não desenvolve a nossa criatividade.

Por isso que eu gosto de brincar", conta a menina.

Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso das operações infralógicas, que

garantem noção operatória de espaço, tempo e causalidade. Um exemplo é uma

brincadeira simples de entrar debaixo de uma cadeira. A criança precisa viver a

experiência para saber se cabe naquele espaço ou não.

Crianças foram entrevistadas

A pedagoga e pesquisadora Ana Lúcia conversou com as crianças e todas afirmaram

ter pelo menos quatro aparelhos eletrônicos em casa. Sobre brincadeiras na rua, os

meninos e meninas responderam que não brincavam porque os pais não deixavam, por

ser perigoso.

Sobre a prática de atividades físicas, das 21 crianças avaliadas, 14 afirmaram que não

praticavam nenhuma. As que disseram sim, afirmaram fazer natação, uma ou duas

vezes na semana.

A pesquisadora percebeu em outros questionamentos, sobre o que as crianças fazem

quando não estão na escola, que muitas não conseguem descrever suas rotinas.

Dificuldades para medir espaço

Entre os testes desempenhados, as crianças tiveram que montar uma torre com peças

de madeira em uma mesa e depois outra no chão, com peças diferentes. A ideia é que

construíssem torres de igual tamanho. Elas tiveram dificuldades para medir as duas.

Em outra prova, a pesquisadora avaliou a perspectiva. Com a ajuda de uma maquete

de casas e fotos de diversos ângulos da maquete, muitas das crianças não conseguiram

definir as posições das casas. Ana Lúcia concluiu que essas crianças ainda não tinham

desenvolvido a noção de espaço.

E em atendimentos psicopedagógicos, verificou que as crianças sem oportunidade de

brincar, explorar e que passam horas diante dos aparelhos eletrônicos, apresentaram

dificuldade na hora de organizar os pensamentos. Foi difícil, por exemplo, montar contas

matemáticas no papel com um número embaixo do outro.

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G1

29/09/2016

DISTRITO FEDERAL

Tribunal de Contas manda gestor de OS deixar

Conselho de Saúde do DF

Renilson Rehem comanda única parceria do DF com organizações sociais. Suspeita é

de 'defesa de interesse particular'; CPI apura desvios na Saúde.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal decidiu afastar cautelarmente o médico

Renilson Rehem do Conselho de Saúde até que sejam apuradas possíveis

irregularidades nos contratos entre a Secretaria de Saúde e o Hospital da Criança. O

hospital é dirigido por Rehem por meio de uma organização social. Ele também atua

como suplente no Conselho de Saúde do DF. Cabe recurso.

Segundo o Tribunal de Contas, a decisão é de cumprimento obrigatório. Ao G1, o

Palácio do Buriti informou que Rehem continua no Conselho de Saúde porque o

documento emitido é uma "recomendação", e não uma "sentença".

A medida, determinada em 16 de setembro, atende a um pedido do Ministério Público

de Contas. As relações de Rehem com o GDF são investigadas pela CPI da Saúde e

pelo MP de Contas. O Tribunal de Contas também deu 15 dias para a secretaria e

Rehem apresentarem esclarecimentos sobre as denúncias.

Em nota, o Palácio do Buriti informou que vai recorrer da decisão e disse que Rehem

"tem todo o nosso respeito [do governo], é considerado um dos melhores gestores de

saúde do país e sua atuação à frente do Hospital da Criança é exemplar". Ao G1, Rehem

negou irregularidades [veja posicionamentos no fim desta reportagem].

Renilson Rehem comanda o Instituto de Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe),

organização social criada para administrar o Hospital da Criança. O instituto é citado

pelo GDF como "exemplo de boa gestão" – o governo quer expandir os contratos com

OSs para gerenciar UPAs e unidades básicas de saúde.

As medidas propostas pelo MP e acatadas pelo Tribunal de Contas se baseiam em um

relatório parcial da CPI da Saúde ao qual o G1 teve acesso. Elaborado por policiais civis

que ajudaram na comissão, o texto aponta uma série de suspeitas envolvendo a Abrace

(entidade de assistência a jovens pacientes com câncer, responsável pela construção

do Hospital da Criança), a direção do Hospital da Criança e o Icipe.

Em um dos trechos mais críticos do relatório preliminar, a CPI da Saúde afirma que

"acreditar nisso [que as OSs poderiam resolver a saúde pública do DF] é o mesmo que

acreditar em Papai Noel". Segundo o documento, o governo é movido por "interesses

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nefastos e escusos" ao apresentar o modelo como solução para o "caos que impera na

saúde".

Investigações

O Icipe é objeto de outras sete investigações em curso no Tribunal de Contas – o próprio

surgimento da entidade é questionado. O instituto foi fundado em 2009 e passou a ser

considerado organização social em 2011. Entre os assuntos apurados, está o fato de o

Icipe ter sido credenciado como OS sem cumprir exigências legais, como apresentação

de balanços dos patrimônios dos dois anos anteriores.

Desde 2011, o Icipe recebeu mais de R$ 200 milhões do GDF e do governo federal sem

licitação. Segundo o relatório, a contratação do instituto “não poderia ter ocorrido pelo

fato de que o Icipe não preenchia os requisitos formais de estabelecimentos nos

chamamentos públicos”. Os contratos com a entidade foram assinados à época mesmo

sem o aval da Procuradoria-Geral do DF.

LEIA ABAIXO AS SUSPEITAS LEVANTADAS PELO RELATÓRIO:

Grupo de Trabalho e Conselho de Saúde

Médico sanitarista de 65 anos, Renilson Rehem é um dos sete integrantes de um grupo

de trabalho formado pelo governo para analisar a "descentralização da gestão em

saúde" – ou seja, a contratação das organizações sociais.

O grupo foi criado em agosto de 2015 e lista Rehem como servidor. Segundo a CPI, o

diretor do hospital não faz parte do quadro do GDF. Além disso, ele preside o Instituto

Brasileiro de Organizações Sociais de Saúde (Ibross), que representa 19 OSs pelo país.

Se o modelo for alterado e as OSs forem contratadas, cada acordo firmado terá de

passar pelo Conselho de Saúde. A CPI questiona o fato de Rehem representar as

organizações e, ao mesmo tempo, estar envolvido na avaliação desses contratos.

Além de pedir o afastamento de Renilson Rehem, o MP pede que o Tribunal de Contas

mande anular a criação do grupo de trabalho, ou cobre explicações do Buriti sobre a

composição desse grupo.

Vínculos suspeitos

Ainda de acordo com o relatório, os dirigentes do Icipe "guardam uma íntima relação

com os dirigentes da Abrace, mantendo ainda uma relação 'promíscua' com os

dirigentes do HCB [Hospital da Criança de Brasília]".

O texto aponta que servidores da Secretaria de Saúde têm dificuldade até para

diferenciar hospital, entidade e OS, porque as três instâncias têm membros em comum.

"Outro detalhe que merece atenção é que a maioria dos integrantes do Icipe, HCB e

Abrace possuem várias empresas com 'animus lucrandi' registradas em seu nome. São

pessoas que se dedicam muito à 'filantropia', mas não se esquecem de lucrar em suas

empresas", dizem os policiais que assinam o relatório. As dezenas de empresas

referidas são de serviços e consultoria na área da saúde. Pela denúncia, Rehem é "sócio

de cinco empresas", incluindo o Ibross.

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Por causa dos vínculos entre os integrantes das entidades investigadas, o relatório

indica a “real possibilidade da ocorrência de crimes contra a administração pública, não

sendo fantasiosa a cogitação do cometimento de crimes de lavagem de dinheiro”. O

relatório, no entanto, não dá mais detalhes sobre a suspeita.

Ligações suspeitas

No texto, os policiais lembram que Renilson Rehem já foi acusado de tentativa de

extorsão contra uma fornecedora de medicamentos anticâncer enquanto era secretário

no Ministério da Saúde, em 2001. À época, foi absolvido. Segundo o relatório, Rehem

operava com um lobista que chegou a ser preso na operação Zelotes.

O documento também “puxa” a ficha do presidente do Icipe e vice-presidente da Abrace,

Newton Alarcão. Segundo o texto, ele é sócio de um conglomerado de empresas do

ramo de informática e de TI chamado Politec/Indra, que tem contratos com o GDF. Só

da Secretaria de Saúde, foram repassados R$ 926.385 para o grupo.

A Politec foi alvo da operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato que apura

supostas fraudes cometidas no Ministério do Planejamento em operações de crédito

consignado a servidores federais.

Ainda de acordo com o documento, Newton Alarcão é parente do ex-secretário de Obras

Jaime Alarcão, que chegou a ser preso em 2001 por crimes contra o consumidor. A

passagem dele no GDF foi durante o governo de José Roberto Arruda.

Endereço em comum

Segundo o relatório da CPI, a sede do Icipe funciona no mesmo local que a sede do

Ibross, no Guará. No local, Rehem e Alarcão dividem a mesma sala. “A utilização

conjunta da sala não seria estranha, não fosse o fato de que Renilson Rehem de um

lado defende o interesse de 19 OSs, sendo que de outro lado, Newton Alarcão,

presidente do Icipe, recebe uma enormidade de recursos públicos.”

Os investigadores que assessoram a CPI chegaram à conclusão de que há risco de

existirem “relações escusas” com as empresas vinculadas aos membros das entidades

investigadas. “Não seria estranho afirmarmos que a Abrace, Icipe e HCB, embora

pessoas totalmente distintas, fossem tratadas como uma única pessoa, dada a evidente

confusão patrimonial entre elas”, cita o texto.

Liberação de verbas

O documento enviado pela CPI a promotores e procuradores alerta para o fato de que

a médica Dea Carvalho agiu a favor do Icipe e do Hospital da Criança enquanto

servidora na Secretaria de Saúde. Mesmo fazendo parte do quadro do GDF, ela aparece

como uma das pessoas que assinaram a ata de assembleia que constituiu o Icipe.

Em um ofício de junho de 2010, Dea pede que sejam liberados R$ 80 milhões com

urgência para o instituto referente a um contrato com a pasta. À época, ela era

subsecretária interina de Programação, Avaliação, Regulação e Controle. Em junho de

2013, Dea se tornou diretora do Icipe. A aposentadoria dela só ocorreu em agosto

daquele ano.

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Para os investigadores que colaboraram com a CPI, não há dúvidas de que Dea

“praticou no mínimo o crime de advocacia administrativa, atando em favor do Icipe,

quando ainda estava lotada como subsecretária”.

VERSÃO DOS CITADOS

Secretaria de Saúde

De acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo de trabalho instaurado para criar a

minuta do projeto de lei que permite a ampliação da participação das OS concluiu os

trabalhos em dezembro de 2015. O grupo foi desfeito naquela ocasião.

Ainda segundo a pasta, há dois assentos de titulares e suplentes no Conselho de Saúde

para representantes de prestadores de serviços. Como diretor do Hospital da Criança,

Rehen ocupa uma vaga de suplente, cujo titular é o diretor do Instituto de Cardiologia

do Distrito Federal, Jorge Bruno Rosário de Souza, diz a secretaria.

O Conselho de Saúde também é composto por representantes do governo,servidores e

usuários da saúde. Ele atua na formulação de estratégias e políticas de saúde.

Renilson Rehem

Ele diz não participar de nenhuma comissão sobre OS. Segundo ele, o Ibross "tem como

um dos seus objetivos destacar as organizações sociais mais comprometidas com uma

gestão competente e responsável dos recursos públicos".

"Acrescento ainda que não há nada o que possa motivar suspeitas sobre o trabalho que

é realizado na administração do Hospital da Criança de Brasília cujas contas relativas

aos anos de 2011, 2012 e 2013 já foram analisadas minuciosamente e aprovadas pelo

TCDF", declarou.

Rehem negou fazer parte de acordo quem destinam verbas para qualquer unidade.

Sobre o episódio em que foi acusado de extorsão, o médico diz ter sido a própria vítima

do lobista e que partiram dele as denúncias sobre o caso à Polícia Federal.

"O modelo de OS é apenas uma das várias possibilidades existentes no SUS. Mas não

acho que seja um modelo mágico, que por si só é perfeito. Para que a parceria dê certo,

a OS precisa ser séria, o governo precisa se preparar, se organizar, para acompanhar

e fazer sua parte no controle e na avaliação da execução do Contrato de Gestão",

afirmou.

Déa Carvalho

A ex-servidora relatou ter ocupado o cardo de diretora de Programação e Políticas de

Saúde entre novembro de 2008 e dezembro de 2010. Em janeiro de 2011, entregou o

cargo "por motivo de mudanca de governo".

Entre junho de 2009 e julho de 2010, atuou como subsecretária interina de Programação

e Políticas de Saúde. "Quando o Icipe foi contratado, eu atuava na Secretaria de Saúde

sem cargo comissionado, como técnica [..], condição que perdurou até minha

aposentadoria em 2013. O Icipe nao recebeu recursos da Secretaria de Saúde, a

qualquer título, até sua contratação em agosto de 2011."

Page 24: A proteína-chave do Parkinson - Hospital da Criançaceticismo no começo, mas, em seguida, outros laboratórios mostraram que a alfa-sinucleína pode se espalhar de célula a célula”,

24

Segundo ela, nenhum dos cargos que ocupou teve como atribuição ou prerrogativa a

autorização ou ordenação de despesas ou de celebracao de contratos e convenios. "Na

verdade, como caracteriza a área de planejamento, as divisões em que trabalhei eram

só o ponto de partida desses processos, após solicitacao de áreas técnicas finalísticas,

geralmente da Subsecretaria de Atenção a Saúde."

Icipe e Newton Alarcão

O G1 não recebeu retorno do Icipe ou de seu presidente, Newton Alarcão, até a

publicação desta reportagem.

AGÊNCIA BRASIL

29/09/2016

GERAL

Sociedade de Pediatria passa a recomendar vacina

contra dengue

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) incorporou a vacina contra a dengue ao

Calendário de Vacinação da Criança e do Adolescente. A medida significa que os

pediatras podem passar a indicar a vacina como forma de prevenir a doença, porém,

apenas algumas cidades do Paraná têm o imunizante na rede pública.

Fabricada pela empresa francesa Sanofi Pasteur e registrada no Brasil desde dezembro

de 2015, a Dengvaxia é a primeira vacina desenvolvida contra a dengue no mundo e

única com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A vacina é indicada para pessoas entre nove e 45 anos, deve ser aplicada em três doses

com intervalo de seis meses entre elas. O fabricante garante proteção contra os quatro

tipos do vírus da dengue. Segundo os estudos, a proteção é de 93% contra casos graves

da doença, redução de 80% das internações e eficácia global de pouco mais de 60%

contra todos os tipos do vírus.

Segundo nota da SBP, a vacina não deve ser administrada em pessoas com

imunodeficiências congênitas ou adquiridas, incluindo aqueles em terapia

imunossupressora. Também não deve ser aplicada em gestantes, lactantes e pessoas

que vivem com HIV/Aids. As sociedades brasileiras de Imunizações e de Infectologia

também passaram a recomendar a vacina.

O valor máximo a ser cobrado, estipulado pelo Comitê Técnico Executivo da Câmara de

Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), deve variar entre R$ 132,76 e R$

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138,53, dependendo do ICMS adotado em cada estado. Porém, os laboratórios podem

cobrar a aplicação e o armazenamento do produto.

O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre a incorporação do imunizante ao

calendário vacinal do SUS. Para isso, o Ministério da Saúde deve fazer estudos sobre

o custo/benefício da compra e distribuição do produto e de qual seria a estratégia de

aplicação para ter impacto em termos de saúde pública.

SES/DF

29/09/2016

NOTÍCIAS

Hemodiálise do Hospital de Sobradinho passa por

reforma

Daqui a quatro meses, capacidade de atendimento passará de 32 para 64 pacientes

por dia

BRASÍLIA (29/9/16) – Dentro de quatro meses, a capacidade de atendimento da

hemodiálise do Hospital Regional de Sobradinho irá dobrar, passando dos atuais 32

atendimentos/dia para 64. Isso será possível graças a uma reforma no setor, iniciada

este mês. O custo total da obra será de R$ 1,07 milhão, dinheiro adquirido por meio de

emenda parlamentar.

A antiga área está sendo toda quebrada e ganhará novas salas, que receberão mais

oito máquinas de hemodiálise, já adquiridas pela Secretaria de Saúde. "São

equipamentos que estavam parados por falta de espaço e também por falta de

manutenção. Agora, algumas já estão sendo arrumadas e todas ficarão no novo espaço,

passando de 8 para 16 máquinas funcionando", explica a diretora administrativa da

Região Norte de Saúde, Liliane Menegotto.

Enquanto o ambiente passa por reforma, os pacientes atendidos na hemodiálise foram

transferidos para uma área da clínica médica que estava fechada. "Reformamos o

espaço e quando a nova área de hemodiálise ficar pronta, essa área será destinada à

ortopedia do hospital", avisa Menegotto.

PEDIATRIA – Além da hemodiálise, o andar da pediatria também passará por

mudanças. Ganhará pintura e piso novos, mais acessibilidade e manutenção nas partes

hidráulica e elétrica. "A intenção é entregar as duas áreas no mesmo dia", observa a

diretora administrativa.

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26

Outras áreas do hospital também passaram por mudanças recentes. Os prédios dentro

da unidade ganharam pintura nova e a área de ventilação do Pronto-Socorro ganhou

um pequeno jardim.

CENTRO DE SAÚDE – Ainda na Região Norte, o Centro de Saúde 3 de Sobradinho

passou por reforma e será entregue novinho para a população na próxima segunda-

feira (3). As obras custaram R$ 140 mil.

Foi feita pintura externa, colocaram ladrilhos na sala de vacina, reformaram banheiros

e instalaram uma pia de inox na sala de curativos, para facilitar a higienização dos

ferimentos. "A empresa também fez uma área para práticas integrativas. Antes, o

pessoal fazia no estacionamento do centro de saúde", complementa Liliane Menegotto.

SES/DF

29/09/2016

NOTÍCIAS

ESCS divulga chamada pública para mestrado

profissional em Saúde da Família

Vagas para médicos dos estados de Goiás e Tocantins

BRASÍLIA (29/09/2016) - A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS-DF), da

Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), divulga chamada pública n° 1/2016

para o Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAUDE/ MPSF). A ESCS faz

parte das instituições associadas no país a Rede Nacional do PROFSAUDE/ MPSF e

oferece 4 e 8 vagas, respectivamente, para os estados de Tocantins e Goiás. As

inscrições vão de 29 de setembro a 24 de outubro. Informações sobre a chamada

pública com os critérios de seleção estão disponíveis no link

www.fepecs.edu.br/index.php/processo-seletivo na aba "em andamento".

SELEÇÃO - O candidato deverá ser portador de diploma de curso superior de Medicina,

devidamente registrado no Ministério da Educação, possuir registro no CRM/CFM e

atender a uma das seguintes situações: a) ser docente da graduação e/ou residência

em medicina; b) ser preceptor e/ou tutor de residências médicas e/ou da graduação

médica e/ou do Programa Mais Médicos; c) ser profissional médico com atuação na

atenção básica. O mestrado, com oferta nacional, será realizado na modalidade de

ensino à distância, semipresencial, com oito encontros presenciais nos dois anos de

formação. No caso das vagas oferecidas pela ESCS, os encontros serão na instituição

em Brasília.

PROGRAMA - O PROFSAUDE/ MPSF é um programa de pós-graduação stricto sensu

em Saúde da Família, reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

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de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação. Os objetivos do programa são:

formar profissionais aptos a atuar como preceptores para graduação e residência

médica em Saúde da Família, com o intuito de contribuir para a melhoria do atendimento

dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS); fortalecer as atividades educacionais

de produção do conhecimento e de gestão na Saúde da Família nas diversas regiões

do país, e estabelecer uma relação integradora entre o serviço de saúde, os

trabalhadores, os estudantes na área de saúde e os usuários.

Brasília – A Fiocruz, que é a instituição de Inscrição e Coordenação Acadêmica

Institucional do Distrito Federal, oferece quatro vagas destinadas para os médicos que

atuam em Brasília. Para mais informações, acesse o

site:http://www.sigass.fiocruz.brLink Inscrição > Programa Saúde Coletiva -

PROFSAÚDE/VPEIC.

SERVIÇO:

Inscrições: de 29/09 a 24/10

Público: médicos que atendam aos requisitos da Chamada, e que atuem nos estados

de Tocantins (4 vagas) e Goiás (8 vagas).

Enviar documentação: através de Correios (via SEDEX) para Coordenação de Pós-

graduação da Escola Superior de Ciência da Saúde (ESCS) / DF (A/C: Coordenador

Acadêmico Institucional: Fábio Amorim). Endereço: SMHN Quadra 03, conjunto A Bloco

1, Edifício FEPECS, CEP: 70.710-907, Brasília/DF.

Os locais de aplicação do Exame serão divulgados em breve.

As documentações exigidas para a inscrição estão especificadas na Chamada pública

no link www.fepecs.edu.br/index.php/processo-seletivo na aba "em andamento", sob o

título "De Mestrado Profissional em Saúde da Família"

Dúvidas entrar em contato por e-mail: [email protected]

SES/DF

29/09/2016

NOTÍCIAS

Hospital de Base promoverá a I Jornada de

Cuidados Paliativos

Evento ocorrerá nos dias 4,11, 18 e 25 de outubro

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BRASÍLIA (29/9/16) - Com o tema "Qualidade de vida, garantia de direitos e morte

digna", o Hospital de Base do Distrito Federal promoverá a I Jornada de Cuidados

Paliativos. Prevista para os dias 4,11, 18 e 25 de outubro, a Jornada é um espaço de

promoção e divulgação sobre o trabalho da Unidade de Cuidados Paliativos da unidade,

para compartilhar o conhecimento acerca da temática e apresentar os serviços

oferecidos.

O evento ocorrerá no Auditório do Hemocentro, no período vespertino. Profissionais de

saúde e estudantes interessados em participar podem se inscrever pelo e-mail

[email protected].

O evento pretende discutir temas como: importância do uso de técnicas para redução

do sofrimento do paciente, entre elas, comunicação, hipodermóclise e curativos em

feridas oncológicas, bem como políticas públicas, ética, terminalidade e morte digna em

cuidados paliativos.

O trabalho em Cuidados Paliativos é realizado por equipe multiprofissional, numa

perspectiva interdisciplinar, que visa reduzir o sofrimento causado pela dor física, social,

psicológica e espiritual que as doenças crônicas geram ao paciente e seus familiares,

principalmente o câncer.

Programação

BLOG DO EDSON SOMBRA

29/09/2016

NOTÍCIAS

Tribunal de Contas manda gestor de OS deixar

Conselho de Saúde do DF

Suspeita é de 'defesa de interesse particular'; CPI apura desvios na Saúde

Renilson Rehem comanda única parceria do DF com organizações sociais

O Tribunal de Contas do Distrito Federal decidiu afastar cautelarmente o médico

Renilson Rehem do Conselho de Saúde até que sejam apuradas possíveis

irregularidades nos contratos entre a Secretaria de Saúde e o Hospital da Criança. O

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hospital é dirigido por Rehem por meio de uma organização social. Ele também atua

como suplente no Conselho de Saúde do DF. Cabe recurso. ...

Segundo o Tribunal de Contas, a decisão é de cumprimento obrigatório. Ao G1, o

Palácio do Buriti informou que Rehem continua no Conselho de Saúde porque o

documento emitido é uma "recomendação", e não uma "sentença".

A medida, determinada em 16 de setembro, atende a um pedido do Ministério Público

de Contas. As relações de Rehem com o GDF são investigadas pela CPI da Saúde e

pelo MP de Contas. O Tribunal de Contas também deu 15 dias para a secretaria e

Rehem apresentarem esclarecimentos sobre as denúncias.

Em nota, o Palácio do Buriti informou que vai recorrer da decisão e disse que Rehem

"tem todo o nosso respeito [do governo], é considerado um dos melhores gestores de

saúde do país e sua atuação à frente do Hospital da Criança é exemplar". Ao G1, Rehem

negou irregularidades [veja posicionamentos no fim desta reportagem].

Renilson Rehem comanda o Instituto de Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe),

organização social criada para administrar o Hospital da Criança. O instituto é citado

pelo GDF como "exemplo de boa gestão" – o governo quer expandir os contratos com

OSs para gerenciar UPAs e unidades básicas de saúde.

As medidas propostas pelo MP e acatadas pelo Tribunal de Contas se baseiam em um

relatório parcial da CPI da Saúde ao qual o G1 teve acesso. Elaborado por policiais civis

que ajudaram na comissão, o texto aponta uma série de suspeitas envolvendo a Abrace

(entidade de assistência a jovens pacientes com câncer, responsável pela construção

do Hospital da Criança), a direção do Hospital da Criança e o Icipe.

Em um dos trechos mais críticos do relatório preliminar, a CPI da Saúde afirma que

"acreditar nisso [que as OSs poderiam resolver a saúde pública do DF] é o mesmo que

acreditar em Papai Noel". Segundo o documento, o governo é movido por "interesses

nefastos e escusos" ao apresentar o modelo como solução para o "caos que impera na

saúde".

Investigações

O Icipe é objeto de outras sete investigações em curso no Tribunal de Contas – o próprio

surgimento da entidade é questionado. O instituto foi fundado em 2009 e passou a ser

considerado organização social em 2011. Entre os assuntos apurados, está o fato de o

Icipe ter sido credenciado como OS sem cumprir exigências legais, como apresentação

de balanços dos patrimônios dos dois anos anteriores.

Desde 2011, o Icipe recebeu mais de R$ 200 milhões do GDF e do governo federal sem

licitação. Segundo o relatório, a contratação do instituto “não poderia ter ocorrido pelo

fato de que o Icipe não preenchia os requisitos formais de estabelecimentos nos

chamamentos públicos”. Os contratos com a entidade foram assinados à época mesmo

sem o aval da Procuradoria-Geral do DF.

LEIA ABAIXO AS SUSPEITAS LEVANTADAS PELO RELATÓRIO:

Grupo de Trabalho e Conselho de Saúde

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Médico sanitarista de 65 anos, Renilson Rehem é um dos sete integrantes de um grupo

de trabalho formado pelo governo para analisar a "descentralização da gestão em

saúde" – ou seja, a contratação das organizações sociais.

O grupo foi criado em agosto de 2015 e lista Rehem como servidor. Segundo a CPI, o

diretor do hospital não faz parte do quadro do GDF. Além disso, ele preside o Instituto

Brasileiro de Organizações Sociais de Saúde (Ibross), que representa 19 OSs pelo país.

Se o modelo for alterado e as OSs forem contratadas, cada acordo firmado terá de

passar pelo Conselho de Saúde. A CPI questiona o fato de Rehem representar as

organizações e, ao mesmo tempo, estar envolvido na avaliação desses contratos.

Além de pedir o afastamento de Renilson Rehem, o MP pede que o Tribunal de Contas

mande anular a criação do grupo de trabalho, ou cobre explicações do Buriti sobre a

composição desse grupo.

Vínculos suspeitos

Ainda de acordo com o relatório, os dirigentes do Icipe "guardam uma íntima relação

com os dirigentes da Abrace, mantendo ainda uma relação 'promíscua' com os

dirigentes do HCB [Hospital da Criança de Brasília]".

O texto aponta que servidores da Secretaria de Saúde têm dificuldade até para

diferenciar hospital, entidade e OS, porque as três instâncias têm membros em comum.

"Outro detalhe que merece atenção é que a maioria dos integrantes do Icipe, HCB e

Abrace possuem várias empresas com 'animus lucrandi' registradas em seu nome. São

pessoas que se dedicam muito à 'filantropia', mas não se esquecem de lucrar em suas

empresas", dizem os policiais que assinam o relatório. As dezenas de empresas

referidas são de serviços e consultoria na área da saúde. Pela denúncia, Rehem é "sócio

de cinco empresas", incluindo o Ibross.

Por causa dos vínculos entre os integrantes das entidades investigadas, o relatório

indica a “real possibilidade da ocorrência de crimes contra a administração pública, não

sendo fantasiosa a cogitação do cometimento de crimes de lavagem de dinheiro”. O

relatório, no entanto, não dá mais detalhes sobre a suspeita.

Ligações suspeitas

No texto, os policiais lembram que Renilson Rehem já foi acusado de tentativa de

extorsão contra uma fornecedora de medicamentos anticâncer enquanto era secretário

no Ministério da Saúde, em 2001. À época, foi absolvido. Segundo o relatório, Rehem

operava com um lobista que chegou a ser preso na operação Zelotes.

O documento também “puxa” a ficha do presidente do Icipe e vice-presidente da Abrace,

Newton Alarcão. Segundo o texto, ele é sócio de um conglomerado de empresas do

ramo de informática e de TI chamado Politec/Indra, que tem contratos com o GDF. Só

da Secretaria de Saúde, foram repassados R$ 926.385 para o grupo.

A Politec foi alvo da operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato que apura

supostas fraudes cometidas no Ministério do Planejamento em operações de crédito

consignado a servidores federais.

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Ainda de acordo com o documento, Newton Alarcão é parente do ex-secretário de Obras

Jaime Alarcão, que chegou a ser preso em 2001 por crimes contra o consumidor. A

passagem dele no GDF foi durante o governo de José Roberto Arruda.

Endereço em comum

Segundo o relatório da CPI, a sede do Icipe funciona no mesmo local que a sede do

Ibross, no Guará. No local, Rehem e Alarcão dividem a mesma sala. “A utilização

conjunta da sala não seria estranha, não fosse o fato de que Renilson Rehem de um

lado defende o interesse de 19 OSs, sendo que de outro lado, Newton Alarcão,

presidente do Icipe, recebe uma enormidade de recursos públicos.”

Os investigadores que assessoram a CPI chegaram à conclusão de que há risco de

existirem “relações escusas” com as empresas vinculadas aos membros das entidades

investigadas. “Não seria estranho afirmarmos que a Abrace, Icipe e HCB, embora

pessoas totalmente distintas, fossem tratadas como uma única pessoa, dada a evidente

confusão patrimonial entre elas”, cita o texto.

Liberação de verbas

O documento enviado pela CPI a promotores e procuradores alerta para o fato de que

a médica Dea Carvalho agiu a favor do Icipe e do Hospital da Criança enquanto

servidora na Secretaria de Saúde. Mesmo fazendo parte do quadro do GDF, ela aparece

como uma das pessoas que assinaram a ata de assembleia que constituiu o Icipe.

Em um ofício de junho de 2010, Dea pede que sejam liberados R$ 80 milhões com

urgência para o instituto referente a um contrato com a pasta. À época, ela era

subsecretária interina de Programação, Avaliação, Regulação e Controle. Em junho de

2013, Dea se tornou diretora do Icipe. A aposentadoria dela só ocorreu em agosto

daquele ano.

Para os investigadores que colaboraram com a CPI, não há dúvidas de que Dea

“praticou no mínimo o crime de advocacia administrativa, atando em favor do Icipe,

quando ainda estava lotada como subsecretária”.

VERSÃO DOS CITADOS

Secretaria de Saúde

De acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo de trabalho instaurado para criar a

minuta do projeto de lei que permite a ampliação da participação das OS concluiu os

trabalhos em dezembro de 2015. O grupo foi desfeito naquela ocasião.

Ainda segundo a pasta, há dois assentos de titulares e suplentes no Conselho de Saúde

para representantes de prestadores de serviços. Como diretor do Hospital da Criança,

Rehen ocupa uma vaga de suplente, cujo titular é o diretor do Instituto de Cardiologia

do Distrito Federal, Jorge Bruno Rosário de Souza, diz a secretaria.

O Conselho de Saúde também é composto por representantes do governo,servidores e

usuários da saúde. Ele atua na formulação de estratégias e políticas de saúde.

Renilson Rehem

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Ele diz não participar de nenhuma comissão sobre OS. Segundo ele, o Ibross "tem como

um dos seus objetivos destacar as organizações sociais mais comprometidas com uma

gestão competente e responsável dos recursos públicos".

"Acrescento ainda que não há nada o que possa motivar suspeitas sobre o trabalho que

é realizado na administração do Hospital da Criança de Brasília cujas contas relativas

aos anos de 2011, 2012 e 2013 já foram analisadas minuciosamente e aprovadas pelo

TCDF", declarou.

Rehem negou fazer parte de acordo quem destinam verbas para qualquer unidade.

Sobre o episódio em que foi acusado de extorsão, o médico diz ter sido a própria vítima

do lobista e que partiram dele as denúncias sobre o caso à Polícia Federal.

"O modelo de OS é apenas uma das várias possibilidades existentes no SUS. Mas não

acho que seja um modelo mágico, que por si só é perfeito. Para que a parceria dê certo,

a OS precisa ser séria, o governo precisa se preparar, se organizar, para acompanhar

e fazer sua parte no controle e na avaliação da execução do Contrato de Gestão",

afirmou.

Déa Carvalho

A ex-servidora relatou ter ocupado o cardo de diretora de Programação e Políticas de

Saúde entre novembro de 2008 e dezembro de 2010. Em janeiro de 2011, entregou o

cargo "por motivo de mudanca de governo".

Entre junho de 2009 e julho de 2010, atuou como subsecretária interina de Programação

e Políticas de Saúde. "Quando o Icipe foi contratado, eu atuava na Secretaria de Saúde

sem cargo comissionado, como técnica [..], condição que perdurou até minha

aposentadoria em 2013. O Icipe nao recebeu recursos da Secretaria de Saúde, a

qualquer título, até sua contratação em agosto de 2011."

Segundo ela, nenhum dos cargos que ocupou teve como atribuição ou prerrogativa a

autorização ou ordenação de despesas ou de celebracao de contratos e convenios. "Na

verdade, como caracteriza a área de planejamento, as divisões em que trabalhei eram

só o ponto de partida desses processos, após solicitacao de áreas técnicas finalísticas,

geralmente da Subsecretaria de Atenção a Saúde."

Icipe e Newton Alarcão

O G1 não recebeu retorno do Icipe ou de seu presidente, Newton Alarcão, até a

publicação desta reportagem.

BLOG DO EDSON SOMBRA

29/09/2016

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NOTÍCIAS

Armações a favor de OSs na saúde pública do DF

são desmascaradas pelo SindMédico

Presidente da Câmara dos Deputados rejeita aval do TCU às OSs

O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg

Fialho, denunciou, no programa da TV SindMédico da noite da terça-feira (27), uma

manobra do governo inserir na minuta da Resolução CSDF nº 465, que trata da

organização da atenção primária de saúde do DF, dois submarinos para que o Conselho

de Saúde do Distrito Federal desse carta branca à Secretaria de Saúde (SES-DF) para

terceirizar a gestão pública da área por meio de Organizações Sociais (OSs). ...

“Foi uma verdadeira fraude armada pela equipe do governo, com aval da presidência

do Conselho, afrontando decisões expressas dos conselheiros distritais e da 9ª

Conferência Distrital de Saúde”, apontou o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg

Fialho. ...

O diretor-adjunto do SindMédico-DF, Tiago Neiva, junto de outros conselheiros que

perceberam a manobra, impediram a votação da minuta proposta por um grupo de

trabalho chefiado pelo Subsecretário de Gestão Participativa da SES-DF, Tiago Coelho.

No fim da tarde desse mesmo dia, o plenário da Câmara Legislativa retribuiu ao

governador Rodrigo Rollemberg. A bancada do PT conseguiu aprovar emenda ao

Projeto de Lei n° 1.271/2016, que altera a Lei de Diretrizes Orça-mentária (LDO) de

2017, que inclui os gastos com as OSs na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Na avaliação dos parlamentares, substituir mão de obra própria por terceiriza-dos é um

gasto com dinheiro público e não se justifica diante da crise anunciada pelo governador

Rodrigo Rollemberg.

O Jornal Valor Econômico publicou matéria na qual o presidente da Câmara dos

Deputados, Rodrigo Maia, critica a decisão do plenário do Tribunal de Contas da União

sobre as despesas dos estados com Organizações Sociais. O Painel da Folha de São

Paulo destacou, na segunda-feira (26), que Maia pretende entrar com embargo contra

a decisão do Tribunal. “Em um cenário de quase insolvência dos Estados, o TCU

contribui para o aprofundamento dessa crise”, disse Maia ao Valor Econômico.

POLÍTICA DISTRITAL

29/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

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Denúncias apresentadas pelo Sindate-DF à CPI da

saúde mostram resultados

Deputados querem explicações sobre contratos com desvio de finalidade

Parlamentares apuram suspeita de pagamentos pessoais a ex-coordenador

A CPI da Saúde deve ouvir nesta quinta-feira (29) o ex-coordenador-geral do Samu

Rodrigo Caselli. A expectativa é de que ele fale aos deputados a partir das 9h30. Os

parlamentares querem que ele explique supostos desvios de finalidade em contratos do

órgão.

Entre as denúncias, a CPI apura se empresas custearam reformas de prédios,

manutenção de elevadores e festas de confraternização da Secretaria de Saúde.

Também investigam o uso de verba pública para pagar manutenção de elevadores,

reforma e construção de salas em um prédio alugado pelo Samu no SIA e a compra de

TVs e monitores e possíveis benefícios pessoais a Caselli.

As denúncias foram apresentadas à CPI pelo presidente do Sindicato dos Auxiliares e

Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), João Cardoso da Silva. Segundo ele, os relatos

são de servidores que testemunharam as irregularidades, mas optaram por não se

identificar.

Contrato automotivo

Cardoso também denunciou os contratos do Samu com a Barros Automotiva, empresa

que seria responsável pela manutenção das ambulâncias. A firma teria comprado

material de construção para um galpão que abriga os veículos, além de pagar R$ 500 a

servidores que buscaram ambulâncias recém-compradas em São Paulo, segundo o

sindicalista.

Ele diz que as despesas foram embutidas em notas de serviço, mas não soube informar

à CPI quantos servidores foram beneficiados. O presidente do Sindate citou, ainda,

gastos de uma escolinha de futebol do servidor do Samu responsável pelo contrato, que

teriam sido honrados pela Barros Automotiva. Consertos e manutenções em veículos

pessoais de servidores também estariam sendo feitos dentro do contrato.

Dono da empresa de automóveis, Luiz Carlos Barros negou ao G1 todas as

irregularidades citadas. “O Samu pode ter usado o nome da minha empresa para fazer

as compras [de material]. Não tem nada a ver com a gente”, afirmou.

Ele também se disse surpreso com as denúncias. “Isso só pode ser brincadeira. Por que

eu iria pagar festinha? É muito fácil fazer essas conjecturas. Prestamos um excelente

serviço. Na nossa época, nunca houve ambulância quebrada”, disse.

A Secretaria de Saúde diz que o contrato com a empresa foi firmado em 2013 e

concluído em outubro. O valor inicial de R$ 2,7 milhões foi aditivado em 23%,

alcançando R$ 3,3 milhões. A gerência diz que o serviço teve a “devida prestação” e,

hoje, é feito por outra empresa.

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Massageadores cardíacos

A terceira empresa citada por Cardoso é a Zoll, responsável por aparelhos de

massagem cardíaca. Segundo ele, a firma não chegou a prestar nenhum serviço de

fato, mas recebeu pela contratação. O sindicalista não citou valores.

Em agosto, reportagem do G1 mostrou que os equipamentos estavam sem

manutenção. O Samu tem um massagador cardíaco em cada uma de suas 38

ambulâncias e mais 12 de reserva. O aparelho substitui a massagem cardíaca manual

feita por socorristas.

A Secretaria de Saúde afirma que a Zoll citada pelo diretor do Sindate é a fabricante do

equipamento, e não a fornecedora. O contrato foi feito com a MI Comércio de Produtos

Hospitalares entre 2013 e 2015, segundo a pasta, e contemplava manutenção e

reposição de peças para 50 equipamentos ao custo de R$ 7,1 milhões.

A secretaria diz que a empresa cumpriu manutenção preventiva mês a mês, e corretiva,

quando necessária, durante todo o tempo de contrato.

POLÍTICA DISTRITAL

29/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

Wellington Luiz é entrevistado pelo SindMédico TV

Presidente da CPI da Saúde falou sobre as investigações e o DF

O Programa SindMédico TV, exibido ao vivo, pelo Sindicato dos Médicos do DF

(SindMédico-DF), no dia 20 de setembro, entrevistou o Deputado Distrital que também

é Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, Wellington Luiz

(PMDB). O Presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho, conduziu a entrevista.

Wellington Luiz garantiu que a CPI não vai acabar em “pizza” e fatos ocorridos na

Câmara Legislativa do DF (CLDF), como afastamentos provisórios de outros

parlamentares da comissão e a saída da mesa diretora, não afetaram as investigações

ou a composição da CPI.

“Nós temos uma obrigação com a sociedade, com os servidores da saúde que têm

participado efetivamente desse processo. Nós temos obrigação com os sindicatos dos

médicos e auxiliares da saúde [SindMédico e Sindate] e nós não podemos fracassar”,

destacou.

Questionado sobre o foco da CPI da Saúde, Wellington disse que a corrupção supera

outros problemas como, por exemplo, a má gestão.

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“A questão da corrupção acaba sendo o grande problema. Então, é onde a gente tem

direcionado. Agora, as vertentes de corrupção são várias, porque todo dia aparece uma

denúncia nova!”, destacou.

Fialho lembrou que o SidMédico realiza reuniões, das quais o parlamentar é convidado,

onde são apresentados diversas denúncias ocorridas nas unidades de saúde do DF.

Wellington Luiz diz que o sindicato é competente para difundir os problemas do setor.

“Muitas delas [denúncias] fazem parte de um relatório que foi entregue ao Ministério

Público de Contas […] Então, o trabalho que o SindMédico tem feito com relação a

essas informações tem sido extremamente importante para nosso trabalho.” Além disso,

disse que muitos Policiais Civis também colaboram com as investigações da CPI.

Questionado se a imprensa atrapalha ou colabora com a comissão, Wellington diz que

não usa a “CPI como palanque político”, prefere descrição para não atrapalhar os

trabalhos da comissão, mas garante que as investigações continuam, independente do

espaço que a mídia dá. “Desde que eu assumi a CPI eu nunca fui favorável a holofotes,

porque eu acho que o trabalho da CPI tem que trazer resultado e não holofotes.”

Wellington classifica a situação da saúde como “dramática”, mas garante que com os

resultados, ao final das investigações, vão trazer mudanças.

“O que a saúde vive hoje, a população e os servidores da saúde passam hoje, ninguém

suporta mais. Então, pode ter certeza absoluta que quando os resultados forem

apresentados […] nenhum governo vai ter coragem de ficar omisso. Não por vontade,

mas porque vai ser pressionado para que seja feita alguma coisa e vai ser atropelado,

caso não queira fazer.”

O parlamentar também fez um alerta aos servidores públicos. “As categorias precisam

se organizar e muito para ter os seus representantes. Da mesma forma que o setor

privado tem os seus. É bom que os servidores públicos se atentem para isso, porque

nós estamos encolhendo cada vez mais.”.

Dr. Gutemberg, acrescentou que as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas é

para, cada vez mais, “precarizar o servidor público”, como já ouviu dizer sobre o fim do

regime estatutário e, consequentemente, a estabilidade para os servidores.

Wellington criticou o governo de Rollemberg, ao citar os gastos nas obras do Autódromo,

uma obra que poderia “esperar” para ser realizada.

“É importante que o Estado entenda que é importante investir e não gastar, como o atual

governo tenta incutir na sociedade, eles tentam apontar através da mídia que não pode

contratar. Não pode, tem que se contratar! Tem que se investir nos efetivos de saúde,

segurança, educação que são os pilares da sociedade.”

O Parlamentar também diz que o atual cenário político do DF é “um dos piores da

História” ao atribuir a falta de governança e compromisso que o GDF não tem honrado

com os servidores.

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METRÓPOLES

29/09/2016

DISTRITO FEDERAL

Distritais decidem convocar o Barão das OSs para

depor na CPI da Saúde

Dono de aviões e carros de luxo, Mouhamad Moustafa investiu pesado na campanha

do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em 2014, quando três de suas entidades

doaram um total de R$ 600 mil à corrida eleitoral do socialista

A CPI da Saúde quer ouvir o médico e empresário Mouhamad Moustafa, preso pela

Polícia Federal na Operação Maus Caminhos. Acusado de liderar um esquema

criminoso que teria desviado recursos públicos da saúde amazonense, ele planejava

trazer suas organizações sociais (OSs) para gerir unidades hospitalares no DF. Dono

de aviões e carros de luxo, ele investiu pesado na campanha do governador Rodrigo

Rollemberg (PSB) em 2014, quando três de suas entidades doaram um total de R$ 600

mil à corrida eleitoral do socialista.

A convocação do empresário foi aprovada pela comissão nesta quinta-feira (29/9) na

Câmara Legislativa. A data ainda não foi confirmada, já que depende do futuro da

situação de Moustafa, que está preso. “O empresário entrou na nossa mira pois

contribuiu para a campanha do governador e mostra intimidade no governo. Ele precisa

responder se ele tinha alguma expectativa de receber algo em troca”, explicou o

deputado Wasny de Roure (PT), integrante da CPI.

Na reunião desta quinta, os deputados distritais ouviram o ex-coordenador do Serviço

de Atendimento Médico de Urgência (Samu) Rodrigo Caselli. Ele foi se explicar sobre

acusações de teria autorizado a reforma e compra de material para o Samu sem prévia

autorização legal, beneficiando empresas.

Segundo o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Saúde (Sindate), João

Cardoso, em depoimento à CPI em junho, Caselli teria enriquecido ilicitamente enquanto

estava à frente do Samu. Ele foi se explicar sobre acusações de teria autorizado a

reforma e compra de material para o Samu sem prévia autorização legal, beneficiando

empresas.

Caselli explicou que a obra foi feita pela imobiliária dona do prédio e que estava prevista

em contrato. Sobre o conserto de ambulâncias acidentadas, sem a devida perícia, o ex-

coordenador afirmou que há um entendimento que os carros devem voltar a circular o

quanto antes, para não prejudicar o atendimento à população.

O depoente disse que essa denúncia já havia sido levada por outra pessoa ao Ministério

Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e não era nova. Ele afirmou que o

próprio MP não encontrou consistência na história.

Sem autonomia

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O médico trouxe em sua defesa avaliações de sua gestão realizadas no início de 2014

por órgãos de controle. “O Samu não tem autonomia para assinar contratos, não somos

ordenadores de despesas. O cargo de gestor me responsabilizava pela checagem das

necessidades do serviço. Todos os contratos são subordinados à Secretaria de Saúde

do Distrito Federal”.

Segundo Caselli, durante sua gestão o contrato estabelecido com a empresa Inova era

para que equipamentos de comunicação fossem instalados em unidades móveis e nos

hospitais. “Não houve desvio desse repasse para reforma de prédio nem de elevadores.

Os elevadores possuem contratos próprios. Esses dados podem ser comprovados pelo

relatório da Corregedoria Geral da União (CGU) realizado também em 2014″. O ex-

coordenador do Samu justificou, ainda, que todos os processos relativos à Inova, MI

Comércio de Produtos Hospitalares e outras são acompanhados por meio de notas

fiscais e comprovantes.

METRÓPOLES

29/09/2016

DISTRITO FEDERAL

Entidade aprovada para gerenciar saúde no DF foi

interditada na Bahia

Responsável pela gestão de um hospital municipal (foto) em Jacobina (BA), o Instituto

Saúde e Cidadania (Isac) deixou rombo de R$ 3 milhões no município. Ministério

Público pede ao Tribunal de Contas investigação sobre como foi o processo de

qualificação da entidade no Distrito Federal

Enquanto o GDF tenta aprovar na Câmara Legislativa uma lei que flexibiliza a

contratação de organizações sociais (OSs), as entidades já credenciadas e as que ainda

aguardam autorização para poder atuar na saúde pública local têm sido alvo de

sucessivas denúncias. A mais recente joga suspeitas sobre o Instituto Saúde e

Cidadania (Isac), uma das cinco OSs qualificadas no Distrito Federal.

O Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF) apresentou duas representações

pedindo que o Tribunal de Contas do DF (TCDF) fiscalize o processo que qualificou o

Isac. O MPC-DF suspeita que houve “irregularidades graves” em relação ao ato.

No TCDF, as representações estão sob os cuidados do conselheiro Márcio Michel. De

acordo com a assessoria do gabinete dele, os representantes da OS deverão ser

convocados para depor durante o trâmite do processo.

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A entidade, com sede em Brasília, hoje tem dois contratos vigentes e administra

unidades de pronto atendimento (UPAs) em Maceió. Recentemente, porém, deixou um

rastro de problemas em outra localidade: Jacobina (BA), onde tinha firmado contrato de

gestão com a prefeitura no valor de R$ 15,6 milhões.

A crise foi tão grande na saúde pública local que o contrato de gestão firmado com o

Instituto Saúde e Cidadania sofreu intervenção do município. A entidade foi acusada de

deixar de abastecer o hospital e a clínica que administrava. O Isac ainda teria deixado

dívidas com fornecedores, num total de R$ 3 milhões.

A intervenção da OS foi decretada em um ato da prefeitura de Jacobina em 11 de

setembro de 2015. No ano anterior, o Isac havia sido escolhido pelo município para

administrar o Hospital Antônio Teixeira Sobrinho e a Clínica de Hemodiálise Heitor Lima

pelo prazo de 12 meses, sendo possível a prorrogação do contrato de gestão.

A Controladoria-Geral do município identificou, no entanto, que a empresa era

responsável pelo desabastecimento de medicamentos e insumos hospitalares de uso

diário, incluindo aqueles utilizados nas “sala vermelhas”, de urgências.

Os analistas também descobriram que a OS deixou de fazer a manutenção de

equipamentos importantes utilizados em cirurgias, comprometendo a segurança das

atividades e dos pacientes.

A prefeitura de Jacobina ainda revelou, no decreto de intervenção, que o Isac tinha

deixado um passivo junto a credores superior a R$ 3 milhões. Segundo o Executivo

municipal, a dívida inviabilizava novos fornecimentos e comprometia o crédito da cidade.

Alvo de CPI

A quantidade de problemas levou a Câmara Municipal a instaurar uma comissão

parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o contrato do Isac com a prefeitura.

Agora, essa organização social que deixou um rombo financeiro e um histórico de

prestação de serviço ineficiente no interior da Bahia quer gerenciar a saúde pública de

Brasília. O Isac foi habilitado pelo GDF por meio de um decreto do governador Rodrigo

Rollemberg (PSB) publicado no Diário Oficial local em 27 de abril deste ano.

GDF desconhecia problemas

Ao ser questionado sobre o controverso histórico do instituto recém-habilitado em

Brasília, o GDF afirmou que, “à época da análise documental e técnica, o governo de

Brasília não teve conhecimento do fato apontado, dado que as certidões apresentadas

estavam regulares”.

Por meio de nota, o GDF ressaltou ainda que “a qualificação da entidade não gera

vínculo com a administração, no caso, contrato de gestão. Trata-se tão somente de uma

certificação inicial dada a instituições que comprovarem, formalmente, estarem aptas a

atuar como organização social na área de saúde”.

O Metrópoles não conseguiu contato com representantes do Isac para comentar o

assunto. Ninguém atendeu o número de telefone informado tanto no site do instituto

quanto na página virtual da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).

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OSs na mira

Desde que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou a intenção de ampliar a

participação das OSs na saúde pública do DF, terceirizando a gestão de uma série de

instituições, multiplicaram-se as denúncias contra as entidades que querem atuar na

capital federal.

Na noite de quinta-feira (29), por exemplo, o TCDF determinou o afastamento cautelar

do médico Renilson Rehem do Conselho de Saúde do DF até serem apuradas

irregularidades nos contratos entre a Secretaria de Saúde e o Hospital da Criança. A

unidade de saúde é dirigida por uma organização social comandada por Renilson — o

Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) —, que é alvo de suspeita

de irregularidades no processo de contratação.

Doações a Rollemberg

No último dia 24, o Metrópoles revelou que o principal alvo da Operação Maus

Caminhos, desencadeada pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral

da União (CGU), era o dono de duas OSs que tentam se credenciar no Distrito Federal.

O médico Mouhamad Moustafa, preso em Manaus, é o proprietário da Sociedade

Integrada Médica do Amazonas (Simea) e da Salvare Serviços Médicos.

Ao lado de outra entidade de Moustafa, essas OSs doaram R$ 600 mil à campanha de

Rollemberg em 2014.

METRÓPOLES

29/09/2016

DISTRITO FEDERAL

TCDF determina afastamento de gestor de OS do

Conselho de Saúde

A decisão é em resposta a uma representação do Ministério Público de Contas, que vê

irregularidades em contratos firmados entre a organização social que administra o

Hospital da Criança e o governo local. GDF vai recorrer da decisão

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou o afastamento cautelar do

médico Renilson Rehem do Conselho de Saúde do DF até serem apuradas

irregularidades nos contratos entre a Secretaria de Saúde e o Hospital da Criança. A

unidade de saúde é dirigida por uma organização social (OSs) comandada por Renilson

— o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) —, que enfrenta

denúncias de irregularidades no processo de contratação.

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A decisão foi publicada nesta quinta-feira (29/9), mas foi tomada no último dia 16. Ela

vem em resposta a um pedido do Ministério Público de Contas (MPC). Em

representação assinada pela procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira, no dia 2 de

setembro, o órgão considerou “gravíssimas” as denúncias de possíveis irregularidades

nos contratos entre o Icipe e o Hospital da Criança, e pediu que Renilson fosse afastado

do Conselho de Saúde. O órgão colegiado é responsável, por exemplo, por deliberar

sobre a implantação do sistema de OSs na saúde pública local.

A decisão de passar um “pente-fino” nos contratos e de pedir o afastamento de Renilson

Rehem do Conselho de Saúde se deu após investigação da CPI da Saúde, em curso

na Câmara Legislativa. Segundo o relatório do MPC, os documentos elaborados por

delegados que atuam da comissão trouxeram à tona os bastidores de uma confusa

relação, de acordo com o Ministério Público, entre o Icipe, a Abrace, o Hospital da

Criança de Brasília (HCB) e a Secretaria de Saúde do DF.

“A confusão é tão grande em diferenciar Icipe do HCB, que nem mesmo as pessoas que

compõem o gabinete da Secretaria de Saúde souberam diferenciar, chegando a afirmar

que o Icipe e HCB seriam uma coisa só”, diz o relatório do MPC, entregue no começo

de setembro ao Tribunal de Contas do DF.

O documento aponta ainda que integrantes do Icipe e do HCB têm várias empresas

registradas em seu nome. “Em análise mais aprofundada na Abrace, Icipe e HCB,

verificamos que o seu corpo de sócios diretores e presidente possuem vínculos, tais

como familiar, empresarial, serviço público direto e criminal. A existência de tais vínculos

pra lá de suspeitos indica a real possibilidade da ocorrência de crimes contra a

administração pública, não sendo fantasiosa a cogitação do cometimento de crimes de

lavagem de dinheiro”, destaca o relatório do MPC.

Em entrevista recente ao Metrópoles, Renilson Rehem rebateu as insinuações de um

suposto conflito de interesses em administrar uma OS e integrar o Conselho de Saúde

do DF. O médico destacou que seu trabalho é “de graça” nos dois casos, no Icipe e no

grupo. E que, em nenhuma das duas instâncias, milita indevidamente a favor das

organizações sociais.

Por meio de nota, o GDF anunciou que vai recorrer da decisão do Tribunal de Contas:

“O dr. Renilson Rehem tem todo o nosso respeito, é considerado um dos melhores

gestores de saúde do país e sua atuação à frente do Hospital da Criança é exemplar”.