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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CAMILA WITT ULRICH A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE PORTUGUÊS BRASILEIRO PORTO ALEGRE 2013

A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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Page 1: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

CAMILA WITT ULRICH

A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

PORTUGUÊS BRASILEIRO

PORTO ALEGRE

2013

Page 2: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

CAMILA WITT ULRICH

A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

PORTUGUÊS BRASILEIRO

Monografia apresentada ao Instituto de Letras

da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

como requisito parcial para a conclusão do

curso de Licenciatura em Letras.

Prof. Dr. Luiz Carlos Schwindt

Orientador

PORTO ALEGRE

2013

Page 3: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

AGRADECIMENTOS

Gostaria de deixar meus sinceros agradecimentos:

Ao professor Luiz Carlos Schwindt, que me orientou e acompanhou desde o primeiro

ano de graduação, sempre incentivando meu crescimento.

Aos demais professores, principalmente os da área de Teoria e Análise Linguística e

os participantes do Círculo Linguístico, de quem tive o prazer de ser aluna e pude receber

diversas contribuições para o desenvolvimento do trabalho.

Aos colegas da Letras que deixaram alguns momentos da graduação muito mais

divertidos; aos colegas e amigos da área de TAL, com quem dividi muitos momentos

proveitosos em congressos e eventos; aos companheiros Thiely, Manu, Mari e Paulinha, pela

amizade e parceria em todos os anos de graduação.

Ao CNPq, pela concessão de bolsas de Iniciação Científica que financiaram meus

estudos; à UFRGS, pela oportunidade de estudo.

A todos meus amigos que colaboraram com os experimentos aplicados e se

propuseram a ajudar em todas as etapas da graduação.

Em especial, aos meus familiares que me dão todo o apoio para tudo o que preciso:

Guido, Marina, Felipe e Gabrielle; a Deus, por ter me concedido muitas bênçãos por toda a

vida e por ter me guiado nos momentos difíceis.

Page 4: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

RESUMO

Esse trabalho apresenta uma discussão sobre o conceito de palavra em diferentes áreas

linguísticas e tem como objetivo investigar o juízo dos falantes em relação à palavridade, ou

seja, quais critérios as pessoas utilizam para identificar uma palavra. Por esse motivo,

apresentaremos conceitos e exemplos relacionados à palavra gráfica, à palavra fonológica, à

palavra morfossintática e à palavra lexical. Para o cumprimento do objetivo, escolhemos

quatro questões que serviram de base para a elaboração dos instrumentos metodológicos: 1) o

que é uma palavra?; 2) como os falantes identificam os limites entre as palavras?; 3) os

falantes identificam todas as sílabas portadoras de tonicidade?; 4) os falantes aceitam

intercalação tanto em compostos quanto em idiomatismos?. A partir das questões,

desenvolvemos dois experimentos: um aplicado presencialmente e outro, virtualmente. O

primeiro experimento é composto de uma questão aberta sobre o conceito de palavra, um

exercício de contagem de palavras a partir de um input oral e um exercício de identificação de

sílabas tônicas em palavras simples, palavras com afixos composicionais (cf. Schwindt, 2001)

e palavras compostas, e conta com a participação de 50 informantes. O segundo experimento

é constituído de uma questão aberta sobre o conceito de palavra e um exercício de múltipla

escolha com a intercalação de “muito” em frases com palavras compostas e com idiomatismos

e tem a contribuição de 250 informantes. Os resultados para os exercícios aplicados apontam

para uma grande diversidade de critérios utilizados pelos falantes de uma língua. Para definir

uma palavra, os informantes baseiam-se em critérios semânticos, seguidos de critérios

estruturais; já no momento da contagem de palavras em uma sentença, os critérios gráficos

são os preferidos: os informantes segmentam frases de acordo com padrões da língua escrita,

mas apresentam desvios por influência da prosódia. Em relação ao exercício de identificação

de sílabas tônicas, concluímos que os falantes são capazes de identificar sílabas proeminentes

relacionadas ao acento secundário e, inclusive, a outras palavras fonológicas. No último

exercício do experimento virtual, vimos que o advérbio/adjetivo “muito” é facilmente

encaixado em sua posição canônica no interior dos idiomatismos; já no interior de compostos,

essa intercalação não é tão facilmente aceita. Ainda assim, alguns informantes a consideram

bem formada, possivelmente por razões contextuais e pragmáticas.

Palavras-chave: palavridade; palavra; morfologia; morfofonologia.

Page 5: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

ABSTRACT

The work presents a discussion about the concept of word in different linguistic areas and it

aims to investigate the judgment of speakers in relation to wordhood, in other words, what

criteria people use to identify a word. Therefore, we will present concepts and examples

related to the graphic word, the phonological word, the morphossyntactic word and the lexical

word. To achieve the objective, we chose four questions that served as a basis to the

elaboration of methodological tools: 1) what is a word?; 2) how do the speakers identify the

limits among the words?; 3) do the speakers identify all the stressed syllables in a word?; 4)

do the speakers accept embedded in both compound words and idioms?. From the questions,

we developed two experiments: one applied in presence and other, virtually. The first

experiment is composed by one open question about the concept of word, one exercise of

counting words from an oral input and one exercise of identification of stressed syllables in

simple words, words with compositional affixes (cf. Schwindt, 2001) and compound words,

and it includes the participation of 50 informants. The second experiment is constituted by

one open question about the concept of word and one exercise of multiple choice with the

intercalation of “muito” in sentences with compound words and with idioms and it has the

contribution of 250 informants. The results of the applied exercises point to a wide diversity

of criteria used by the speakers of a language. To define a word, the informants are based in

semantic criterias, followed by structural criterias; in the moment of counting words in a

sentence, the graphic criterias are preferred: the informants segment sentences according to

patterns of written language, but they present some deviations by influence of prosody. In

relation to the exercise of identification of stressed syllables, we concluded that the speakers

are able to identify prominent syllables related to the secondary stress and, also, to other

phonological words. In the last exercise of the virtual experiment, we saw that the

adverb/adjective “muito” is easily embedded in his canonic position within the idioms; within

the compound words, this intercalation is not so easily accepted. Nevertheless, some

informants consider it as a well formed sentence, possibly by contextual and pragmatic

reasons.

Key-words: wordhood; word; morphology; morphophonology.

Page 6: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

Adj adjetivo

N nome

P preposição

PB português brasileiro

PF palavra fonológica

PG palavra gramatical

RAE regra de análise estrutural

RFP regra de formação de palavras

s substantivo

S sentença

SN sintagma nominal

SP sintagma preposicional

SOB sujeito-objeto-verbo

SV sintagma verbal

SVO sujeito-verbo-objeto

V verbo

Page 7: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1 - Árvore sintática

Figura 2 - Slide retirado do experimento presencial

Figura 3 - Imagem retirada do site http://pt.surveymonkey.com/home/

Figura 4 - Gráfico da sentença (a)

Figura 5 - Gráfico da sentença (b)

Figura 6 - Gráfico da sentença (c)

Figura 7 - Gráfico da sentença (d)

Figura 8 - Gráfico da sentença (e)

Figura 9 - Gráfico da sentença (f)

Figura 10 - Gráfico da sentença (g)

Figura 11 - Gráfico da sentença (h)

Figura 12 - Gráfico da sentença (i)

Figura 13 - Gráfico da sentença (j)

Figura 14 - Gráfico da sentença (k)

Figura 15 - Gráfico da sentença (l)

Figura 16 - Gráfico da sentença (m)

Figura 17 - Gráfico da sentença (n)

Figura 18 – Identificação de tonicidade em “bolinha”

Figura 19 – Identificação de tonicidade em “solzinho”

Figura 20 – Gráfico da sentença 1

Figura 21 – Gráfico da sentença 2

Figura 22 – Gráfico da sentença 3

Figura 23 – Gráfico da sentença 4

Figura 24 – Gráfico da sentença 5

Figura 25 – Gráfico da sentença 6

Figura 26 – Gráfico da sentença 7

Figura 27 – Gráfico da sentença 8

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Page 8: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Lista de entradas lexicais, adaptação do quadro apresentado em

Rocha (2008:63)

Quadro 2 – Tipos de lexicalizações – baseado em Rocha (2008:84)

Quadro 3 – A relação entre os diversos tipos de palavras

Quadro 4 – Sentenças do experimento presencial

Quadro 5 - Lista de palavras do exercício sobre tonicidade

Quadro 6 - Idade dos participantes do experimento presencial

Quadro 7 – Sentenças do experimento virtual

Quadro 8 – Idade dos participantes do experimento presencial

Quadro 9 – Identificação de tonicidade em palavras simples

Quadro 10 – Identificação de tonicidade em palavras compostas

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Page 9: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceituar palavra: uma tarefa difícil

2.2 O termo palavra nos estudos linguísticos

2.2.1 Pré-estruturalismo

2.2.2 Estruturalismo

2.2.3 Gerativismo

2.3 Palavridade

2.4 Os tipos de palavra

2.4.1 A palavra gráfica

2.4.2 A palavra fonológica

2.4.3 A palavra morfossintática

2.4.4 A palavra lexical

2.5 A relação entre os diferentes tipos de palavra

3 OBJETIVOS E QUESTÕES DE PESQUISA

4 METODOLOGIA

4.1 Experimento presencial

4.1.1 Exercícios do experimento presencial

4.1.2 Informantes do experimento presencial

4.2 Experimento virtual

4.2.1 Exercícios do experimento virtual

4.2.2 Informantes do experimento virtual

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Experimento presencial

5.2 Experimento virtual

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Page 10: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

6 CONCLUSÕES

7 REFERÊNCIAS

8 ANEXOS

8.1 Experimento presencial

8.2 Experimento virtual

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83

Page 11: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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1 INTRODUÇÃO

Todo falante conhece as regras de sua língua e as usa todos os dias, independente de

idade ou grau de escolaridade. Por meio da competência linguística, todos são capazes de

identificar palavras da sua língua, assim como reconhecer seus padrões e características. Esses

conceitos estão relacionados à palavridade, do inglês wordhood – termo adotado, por

exemplo, em Aronoff e Fudeman (2005) para tratar das características que definem uma

palavra.

Muitas pessoas acreditam que só conhece e domina uma língua quem é escolarizado;

contudo, sabemos que o processo de alfabetização, ainda que importante enquanto aquisição

cultural, representa um desenvolvimento do sistema gráfico, da escrita. Para Rosa (2009:22),

“um indivíduo que sabe sua língua é aquele que alcançou o estágio (relativamente) estável da

faculdade da linguagem. Esse estágio estável é também chamado conhecimento linguístico”.

Mesmo com pouco ou nenhum grau de escolaridade, os falantes de uma língua são capazes de

reconhecer padrões fonológicos ou morfossintáticos a partir dos conhecimentos internalizados

que têm – através da gramática universal (GU) – e, por isso, adquirem o sistema linguístico ao

qual estão expostos. O conceito de gramática universal está presente na obra de Noam

Chomsky:

“definamos ‘gramática universal’ GU como o sistema de princípios,

condições e regras que constituem elementos ou características de

todas as linguagens humanas não apenas por acaso, mas por

necessidade. Assim, a GU pode ser considerada como exprimindo a

‘essência da linguagem humana’.” (CHOMSKY, 1976:36)

Sabemos que tratar de palavridade envolve nossa competência linguística, na qual

temos recursos e conhecimentos “implícitos” de fonologia, morfologia e sintaxe. Crianças em

fase pré-escolar, ao segmentarem contínuos de fala em palavras, identificam, na maior parte

dos casos, unidades acentuais, como vemos na análise de Ferreira (2012) com dados do

português europeu.

No entanto, para tratar de palavridade, muitos autores buscam uma definição para o

termo palavra. A discussão sobre palavra não é recente, mas ainda é recorrente e de extrema

importância. Muitos trabalhos apresentam a dificuldade na conceituação do termo, bem como

sua importância para os estudos linguísticos desde o período pré-estruturalista até os dias de

hoje (Di Sciullo e Williams, 1987; Basilio, 2004; Aronoff e Fudeman, 2005).

Page 12: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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Lieber (2010)1 abre seu capítulo sobre o tema comentando que, se perguntarmos a uma

pessoa o que é uma palavra, ela ficará confusa, por mais que ela consiga reconhecer palavras

e usá-las todos os dias.

No caminho para se entender as definições de palavra, neste trabalho pretendemos

investigar quais critérios os falantes usam para julgar padrões envolvendo palavridade na

morfologia, na sintaxe, na fonologia e na semântica a partir de dois instrumentos

desenvolvidos, os quais foram respondidos por falantes de português brasileiro de diversas

idades e graus de escolaridade. Nosso objetivo é encontrar respostas para quatro questões-

base: (i) como os falantes definem palavra?; (ii) como eles identificam os limites entre as

palavras?; (iii) os falantes identificam todas as sílabas portadoras de tonicidade?; (iv) os

falantes aceitam intercalação de elementos tanto em compostos quanto em idiomatismos?.

O trabalho está estruturado e dividido em cinco capítulos.

Logo após a introdução, no capítulo 2, apresentamos a fundamentação teórica e

trazemos contribuições de diferentes áreas para a conceituação do termo palavra. Esse

capítulo é constituído de três subpartes: (i) a dificuldade em conceituar o termo, (ii) o termo

palavra nos estudos linguísticos e (iii) os estudos sobre os diferentes tipos de palavras

relacionados (diretamente ou não) com Linguística. Essa última subparte descreve as

diferenças e semelhanças entre a palavra gráfica, a palavra fonológica, a palavra

morfossintática e a palavra lexical.

O capítulo 3 descreve os objetivos do trabalho e as questões investigadas que serviram

de base para a elaboração dos processos metodológicos.

O quarto capítulo busca explicar a formação e constituição dos dois experimentos

metodológicos usados durante a pesquisa, bem como seus objetivos, a formação dos seus

corpora e os suportes usados para a coleta dos dados.

No capítulo 5, apresentamos os resultados alcançados para os experimentos presencial

e virtual e discutimos, além dos resultados gerais, casos específicos envolvendo afixação e

composição.

Por fim, no sexto capítulo, mostramos as conclusões a que chegamos após a realização

do trabalho.

1 Trecho original: “Ask anyone what a word is and... they’ll look puzzled” (LIEBER, 2010:3)

Page 13: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, serão apresentados os pressupostos teóricos que serviram de base para

a composição do trabalho. O capítulo está subdivido em quatro subpartes, as quais abordam: a

dificuldade na definição do termo palavra; a trajetória dos estudos sobre palavra; noções a

respeito de palavridade; os diferentes tipos de palavra e suas relações.

2.1 Conceituar palavra: uma tarefa difícil

O conceito de palavra é muito debatido nos estudos linguísticos de diferentes áreas.

Embora todos os falantes consigam reconhecer palavras da sua língua, a definição desse

termo não apresenta essa mesma facilidade. O fato é que os conceitos de palavra a que

chegamos em geral parecem incompletos. Essa questão é apresentada em diversas obras da

área: (i) Basilio (2009:9) afirma que esta definição é de “grande dificuldade em morfologia,

dadas as múltiplas dimensões em que esta unidade pode ser enfocada, as quais nem sempre

coincidem”; (ii) Aronoff e Fudeman (2005:32)2 asseguram que “existem várias maneiras de

definir uma palavra, mas nenhuma definição é inteiramente satisfatória”; (iii) Villalva

(2008:18) também alega que “a definição de palavra é […] uma questão complexa e tem

dado origem a vários debates, dado que os diversos níveis de análise linguística usam critérios

e procuram respostas não necessariamente coincidentes”.

Nas gramáticas tradicionais, constam definições para palavra ou vocábulo como:

“unidades de som e significado, menores que a frase e maiores que o fonema” (CUNHA;

CINTRA, 2010:89); “é a menor forma livre da enunciação, constituída de um ou mais

morfemas” (BECHARA, 1989:167).

Muitas pessoas, informalmente, definem palavra como “uma unidade portadora de

significado”. De fato, a palavra carrega um significado, mas não só ela: toda unidade

linguística transmite significado, desde o morfema até a sentença.

2 Trecho original: “There are various ways to define a word, but no definition is entirely satisfactory”

(ARONOFF; FUDEMAN, 2005:32)

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Como veremos mais adiante, esse conceito não é fechado: a noção de palavra se

estabelece diferentemente, se considerados os diferentes módulos da gramática – morfologia,

fonologia, sintaxe, semântica.

2.2 O termo palavra nos estudos linguísticos

Nesta seção, serão apresentadas, resumidamente, características sobre as principais

correntes teóricas de estudos linguísticos. As explanações a respeito das diferentes escolas

baseiam-se nos trabalhos de Rocha (2008) e Rosa (2009).

2.2.1 Pré-estruturalismo

Até o século XIX, nos períodos conhecidos como Descritivismo e Historicismo, a

palavra era a base dos estudos linguísticos e era considerada uma unidade mínima indivisível.

Os estudiosos analisavam as palavras através de paradigmas, encontrando regularidades. Não

havia preocupação com as partes da palavra; ela era vista como um todo. Também nessa

época, muitos estudos tinham como objetivo a comparação entre línguas com fins de um

mapeamento geográfico e da reconstrução de uma protolíngua. Nesse período pré-

estruturalista, o estudo da linguagem era tomado como um domínio lógico-filosófico para

entender a natureza humana.

2.2.2 Estruturalismo

A escola de Item e Arranjo ou Elemento e Arranjo, referente ao período do

Estruturalismo, considerava o morfema como a menor unidade de significado. Para os

estruturalistas, os morfemas eram objetos listados no léxico que se agrupavam e formavam

palavras. Os elementos que constituíam os vocábulos eram arranjados e combinados

sintagmaticamente, o que motivou a nomeação dessa escola. “Em síntese, o estruturalismo

Page 15: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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preocupou-se em: a) fazer a segmentação dos morfemas; b) proceder à classificação dos

morfemas” (ROCHA, 2008:28). Havia preocupação com biunivocidade, ou seja, cada forma

correspondia a um significado (no sentido de um-para-um). Por esse motivo, essa forma de

análise estabelecia, em algumas palavras, a existência de vários zeros morfêmicos para

significados que não tinham uma forma correspondente.

Porém, foi em função do pressuposto de biunivocidade que esse modelo começou a

perder forças, por se perceber que um morfema podia se realizar com diferentes substâncias

fônicas e, ao mesmo tempo, que diferentes morfemas podiam corresponder a uma mesma

realização sonora.

Como aspecto positivo dessa escola, destaca-se o rigoroso caráter científico no exame

das palavras, que foi responsável pela ascensão da morfologia nos estudos linguísticos.

2.2.3 Gerativismo

Relacionada à corrente Gerativa, a escola de Item e Processo traz a palavra de volta

para o centro da análise linguística. No modelo de análise anterior, surgiram diversos

problemas nas análises e nas escansões das palavras, pois, muitas vezes, não havia

biunivocidade entre forma e significado. Aronoff (1976) admitiu a existência de morfemas

sem significação a partir de construções como cranberry (uva do monte), que possuem uma

forma compartilhada com outras palavras, no caso, berry, mas também uma forma única sem

significação particular. O autor afirmou que cran- é um morfema porque, apesar de não

apresentar um significado explícito, sua estrutura vai além da sequência fônica.

Marcando o início dos estudos em linguística gerativa, Chomsky (1965) admitiu a

existência de um léxico composto por afixos, enquanto a sintaxe era responsável pelo

processo de formação de palavras. Anos depois, foi postulada, com a publicação de “Remarks

on Nominalization” (Chomsky, 1970), a existência de regras morfológicas capazes de formar

as palavras da língua no componente lexical. Essa ideia ficou conhecida como “hipótese

lexicalista”. A partir disso, outros teóricos ainda desenvolveram as chamadas “Hipótese

Lexicalista Forte” (Halle, 1973) – que assume que todas as relações morfológicas se dão a

partir do léxico – e a “Hipótese Lexicalista Fraca” (Aronoff, 1976) – que admite que as

operações derivacionais e composicionais se dão no léxico, enquanto a flexão acontece na

sintaxe.

Page 16: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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Ao estabelecer a existência de um léxico composto por regras, Chomsky estava

preocupado com o estudo das propriedades universais que capacitam o ser humano a construir

estruturas complexas a partir de “poucos recursos”; com um número finito de estruturas,

somos capazes de formar um número infinito de sentenças.

Apesar de ter como centro de análise a palavra, a morfologia gerativa não

desconsidera a existência de morfemas, mas os coloca em outro lugar, como associados às

regras e processos que formam palavras. O léxico é formado por regras (provando que há

regularidade em morfologia) e entradas (morfemas e possíveis idiossincrasias), como

descreveremos ao tratarmos da palavra lexical (seção 2.4.4). A preocupação no gerativismo,

portanto, é descrever a competência lexical do falante, isto é, a capacidade de identificar a

estrutura interna das palavras e de formar novas palavras em sua língua.

2.3 Palavridade

O termo palavridade está sendo empregado aqui como uma tradução para wordhood,

conceito já usado e muito discutido em obras na literatura linguística. Esse termo é usado pra

tratar a palavra e suas características; entre essas características, podemos citar o domínio dos

seus limites e dos processos envolvidos em sua formação.

Sabemos que os falantes de uma determinada língua conseguem reconhecer as

palavras daquele idioma. São capazes de reconhecer também padrões de palavras potenciais –

palavras possíveis na língua a partir de determinados padrões silábicos e acentuais.

Nosso reconhecimento a respeito das estruturas morfológicas varia de acordo com o

conhecimento que temos do sistema linguístico. Quando lemos uma palavra como tanulo, por

exemplo, por mais que ela não exista no nosso léxico mental, nós a reconhecemos como uma

possibilidade do português brasileiro (PB) pelos padrões silábico e acentual apresentados. Já

uma palavra como počítač, por mais que seja uma construção real de outra língua, não é

reconhecida como palavra do PB – por curiosidade, essa palavra significa computador em

tcheco.

Villalva (2008), ao tratar do tema palavridade, apresenta o exemplo de uma música

que mistura duas línguas, afirmando que, em alguns trechos, reconhecemos a mudança; em

outros, não. Por isso, destacamos aqui a afirmação de que “é preciso reconhecer o sistema

Page 17: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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linguístico a que um dado contínuo sonoro pertence para conseguir identificar as palavras que

o constituem” (VILLALVA, 2008:19).

Já que definir o que é uma palavra é uma tarefa complicada, Aronoff e Fudeman

(2005) propõem testes empíricos para tratar de palavridade. Os autores apresentam

características para sermos capazes de identificar, pelo menos, o que não é uma palavra de

uma língua, as quais são: (i) ordem fixa dos elementos dentro de uma palavra, (ii) não

separabilidade e integridade; (iii) acento.

Essas propriedades são apontadas a partir de exemplos da língua inglesa, que, nesse

trabalho, serão comparados com exemplos da língua portuguesa.

(i) ordem fixa dos elementos dentro de uma palavra

Para a primeira propriedade, os autores trazem o exemplo da palavra unbreakeable

(inquebrável), do inglês, que não pode ser *unablebreak3 ou *breakableun: ou seja, todos os

seus elementos têm uma posição determinada dentro da palavra. Em português, poderíamos

citar como exemplo ilegalmente, que não pode ter a ordem *legalimente ou *menteilegal.

Por outro lado, nas frases, temos uma liberdade um pouco maior em relação à forma,

mas não em relação ao significado. Podemos transformar uma frase SVO (Sujeito-Verbo-

Objeto) em SOV (Sujeito-Objeto-Verbo), por exemplo, sem mudarmos o significado. Ou

também trocar os constituintes de forma que haja mudança de significado, como em I get

what I want (eu consigo o que eu quero) e I want what I get (eu quero o que eu consigo)

(exemplos retirados de Aronoff e Fudeman, 2005).

Esse teste nos permite verificar que: (i) se mudamos a ordem dos sintagmas em

algumas sentenças, podemos mudar o significado da sentença; (ii) se mudamos a ordem dos

elementos da palavra, ela fica agramatical. “Não existem línguas nas quais você pode arranjar

os morfemas de qualquer maneira”4 (ARONOFF; FUDEMAN, 2005:37).

(ii) não separabilidade e integridade

Palavras diferenciam-se de frases porque não podem ser quebradas por algum material

segmental ou frasal (com exceção dos infixos). Essa propriedade vale tanto para palavras

simples quanto para derivadas ou compostas; é chamada de não separabilidade, do inglês non-

separability. Em PB, podemos citar como exemplo o composto guarda-roupa, que, por mais

3 O símbolo * representa agramaticalidade em relação à palavra ou à sentença.

4 Trecho original: “There are no languages in which you can arrange morphemes any which way.” (ARONOFF;

FUDEMAN, 2005:37)

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que possua a capacidade de guardar muita roupa, não pode, estruturalmente, ser chamado de

*guarda-muita-roupa.

Já a integridade diz respeito, por exemplo, a não aplicação de processos sintáticos a

pedaços da palavra. Como exemplo, em inglês, os autores citam *dogshouse. Para o nosso

idioma, um exemplo correspondente a essa má formação seria *amores-perfeito.

Modificadores agem apenas sobre palavras como um todo, não apenas sobre parte da

palavra; também na frase, há deslocamento de palavras e sintagmas, não de morfemas.

Os autores tomam como exemplo as palavras green (verde) e house (casa), e também

o composto greenhouse (casa verde), que têm seus sentidos modificados nos usos abaixo

mencionados:

(1) a. a green and blue house (uma casa verde e azul)

b. a greener house (uma casa mais verde)

c. a very green house (uma casa muito verde)

d. *a very greenhouse

(exemplo retirado de Aronoff e Fudeman, 2005)

(2) a. um amor perfeito e generoso

b. um amor mais perfeito

c. um amor muito perfeito

d. *um muito amor-perfeito

No exemplo (1), a palavra green pode ser modificada quando estiver isolada – casos a,

b e c; quando a forma é greenhouse, o modificador não atuará sobre um dos elementos, mas

sim sobre o produto da combinação entre eles, o que torna a sentença, nesse caso, agramatical.

Em PB, exemplo (2), as estruturas amor e perfeito estão funcionando como um sintagma

nominal também nos três primeiros casos. No último caso, d, amor-perfeito é uma palavra

composta e não pode ser modificada pelo advérbio muito.

(iii) acento

Na língua inglesa, os compostos também podem ser identificados pelo acento

fonológico. Geralmente, são acentuados no primeiro elemento (hot, em hot dog). Já sintagmas

são normalmente acentuados no seu último elemento.

Page 19: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

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Os autores citam o exemplo da palavra hot dog (cachorro-quente) e do sintagma hot

dog (cachorro quente).

(3) a) We ate two hot dogs each (Nós comemos dois cachorros-quentes cada)

b) The hot dogs ran for the lake (Os cachorros quentes correram para o lago)

(exemplo retirado de Aronoff e Fudeman, 2005)

O exemplo (3a) está representando um composto (cachorros-quentes), enquanto (3b)

mostra a pronúncia-padrão de um sintagma nominal (cachorros quentes).

Em português brasileiro, não há mudança acentual que diferencie compostos e

sintagmas. Podemos verificar, por exemplo, que guarda é uma palavra fonológica – portadora

de um acento – e roupa é outra palavra fonológica, como veremos na seção 2.4.2. O processo

de composição faz com que esse composto morfológico tenha dois acentos primários, ou seja,

cada uma das bases do composto se apresenta como uma palavra fonológica diferente.

2.4 Os tipos de palavra

Como vimos anteriormente, a classificação e caracterização do termo palavra depende

do critério utilizado. Na seção a seguir, serão apresentados e exemplificados os diferentes

tipos de palavra: (i) palavra gráfica, (ii) palavra fonológica, (iii) palavra morfossintática, (iv)

palavra lexical.

Para tanto, assim como Villalva (2008), no livro “Morfologia de Português”,

propomos aqui a adoção de uma frase-matriz que servirá para exemplificação sobre o número

de palavras nas demais seções:

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

Page 20: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

20

2.4.1 A palavra gráfica

O conceito de palavra gráfica, ou ortográfica, está diretamente ligado à língua escrita e

seus limites são identificados através de separadores – espaços em branco – e sinais de

pontuação. Trask ainda acrescenta que é “uma sequência escrita que tem um espaço branco

em cada extremidade e nenhum espaço branco no meio”5.

Esses limites são estabelecidos por convenção e não têm relação direta com

características fonológicas ou morfossintáticas, embora coincidam em diversos casos. Na

frase-matriz do presente trabalho, exemplificada em (4), podemos identificar treze palavras

gráficas, treze unidades separadas por espaços em branco:

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

As unidades que identificamos são: infelizmente, a, professora, queixou-se, do, bate-

papo, entre, os, amigos, na, sala, de, aula.

O sistema gráfico, como sabemos, tem seu conjunto particular de regras; dizer que ele

é estabelecido por convenção também significa dizer que suas regras podem mudar a qualquer

momento.

Rosa (2009) traz um breve histórico da padronização da escrita, mostrando que, em

convenções antigas (como a escrita bustrofedônica), nem sequer havia separação entre os

constituintes de uma frase; já na escrita hieroglífica, existia um símbolo especial que marcava

as fronteiras entre palavras – o determinativo. Este símbolo mostrava, entre outros fatores, a

qual classe a palavra pertencia, se era uma palavra nova na língua ou não.

Na nossa escrita alfabética, a divisão da frase em palavras gráficas começou com o

desenvolvimento de formatos diferenciados para alguns grafemas e o uso de um ponto entre

palavras. Ao longo do tempo, o sistema sofreu – e ainda sofre – mudanças com novos acordos

ortográficos, o que nos mostra que a noção de palavra gráfica não é imutável. Ainda na obra

de Rosa (2009), são trazidos os exemplos pé de anjo (referindo-se a alguém com pé grande) e

pé-de-cana (referindo-se a alguém que bebe muito), sobre os quais a autora afirma haver, no

primeiro caso, um composto de três palavras gráficas, enquanto no segundo observa apenas

uma palavra gráfica. Nestes poucos anos após a publicação da obra citada, nosso sistema de

5 Trecho original:”it is a written sequence which has a white space at each end but no white space in the middle”.

(TRASK, ano desconhecido).

Page 21: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

21

escrita do português brasileiro passou por uma nova reforma ortográfica, na qual uma das

regras estabelecidas é a queda do hífen no interior de compostos preposicionados (ex. pé de

moleque, mula sem cabeça), o que nos mostra que a palavra gráfica, por ser resultado de uma

convenção, é passível de eventuais alterações quanto a sua forma ou seu tamanho.

Geralmente, os critérios estabelecidos para o reconhecimento de uma palavra gráfica

são os mais usados pelos falantes. Porém, por ora retratar a palavra fonológica – como em

devagar ou embaixo –, ora a palavra morfossintática – como em de repente ou em cima –, os

falantes frequentemente apresentam a palavra gráfica através de segmentações não

convencionais.

No momento da escrita, as pessoas precisam tomar decisões sobre os limites das

palavras. As crianças, ao serem alfabetizadas, apresentam diferentes tentativas de

segmentações de acordo com noções que façam sentido para elas. Durante o processo de

aquisição desse novo sistema, a criança se depara com a necessidade de segmentar o contínuo

da fala em unidades linguísticas psicologicamente significativas (Kato, 2001).

É comum, por esse motivo, que falantes nativos e alfabetizados confundam-se durante

a segmentação escrita de algumas palavras da língua, como vemos nos processos de

hipossegmentação e hipersegmentação. Estes equívocos podem nos mostrar pistas ou

hipóteses sobre o conhecimento dos falantes a respeito de palavras fonológicas ou palavras

morfossintáticas.

O processo de hipossegmentação é a falta de espaço entre palavras, enquanto a

hipersegmentação é a segmentação em excesso, ou seja, uma única estrutura gráfica é dividida

em mais partes. Os exemplos (5) e (6) trazem casos de hipossegmentação e hipersegmentação,

respectivamente:

(5) derrepente, concerteza

(6) em fim, des de, de vagar

Podemos perceber que há uma numerosa quantidade de segmentações não

convencionais durante o período escolar, enquanto a língua escrita ainda está sendo

desenvolvida. Tenani (2010:250) afirma que os “dados de segmentação na escrita infantil: (i)

podem ser vistos como indícios da organização prosódica da língua (pé métrico, palavra

fonológica, grupo clítico); (ii) indiciam hipóteses do escrevente acerca dos limites de palavra;

Page 22: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

22

(iii) evidenciam hipóteses das relações entre enunciados falados e escritos”. A autora foca sua

análise no tópico (ii), avaliando as hipóteses geradas pela criança.

Cunha (2010) analisou, através de textos espontâneos de duas escolas – uma pública e

uma particular – da cidade de Pelotas/RS, as hipóteses que a crianças testam durante o

processo da escrita em relação aos constituintes prosódicos.

A autora afirma que os dados de hipossegmentação aparecem em maior número e que

esse dado reforça a hipótese, entre outros, de Kato (2001) e Cagliari (2002), de que “no início

do processo de aquisição da escrita a criança tende a escrever partindo de formas unidas,

provavelmente por perceber a fala como um contínuo, e somente com o decorrer do processo

de escolarização os limites da palavra vão se tornando mais claros” (CUNHA, 2010:331). Os

dados de hipossegmentação mais frequentes no trabalho eram os que agrupavam uma palavra

gramatical com uma palavra fonológica a sua direita (ex. omédico).

Entre os casos de hipersegmentação, as segmentações mais recorrentes também

envolviam uma palavra gramatical e uma palavra fonológica (PG + PF). Cunha reconhece

que, na maior parte dos casos, há, por parte da criança, reconhecimento da palavra gramatical

e de uma possível palavra lexical à direita, em casos de segmentação como de pressa

(depressa) ou da nada (danada).

O papel da linguagem oral é determinante na escrita inicial. Ao longo dos anos, a

criança reflete sobre a linguagem e faz diferenciações entre padrões orais e de escrita. Cunha

(2010) sugere que os limites das palavras, ao longo do tempo, passam por reajustes. “Somente

ao longo do processo, a criança é capaz de afastar a escrita da oralidade, tomando consciência,

de acordo com Cagliari (2002), de que a escrita não é um espelho da fala.” (CUNHA;

MIRANDA, 2009:132).

Schwindt et al (2007), ao analisarem o papel da escolaridade na ocorrência de

fenômenos fonológicos variáveis, salientam que a escrita, por sua vez, não é apenas um

registro convencional da língua falada. Os autores afirmam que a fala é a motivadora inicial

da escrita, mas “esse contato, todavia, produz um padrão de retroalimentação, isto é, a escrita

influencia a fala, reconfigurando-a” (SCHWINDT et al, 2007:4).

Donadel (2011:206) afirma que “a palavra escrita nada mais é que uma construção [...]

oriunda de hipóteses que emergem de um sujeito que conhece as possibilidades de sua língua

e as testa conforme as exigências e interferências do meio em que se encontra”.

Page 23: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

23

2.4.2 A palavra fonológica

Para cobrirmos as características da palavra fonológica, escolhemos cinco tópicos para

serem explicados ao longo da seção: (i) o que é uma palavra fonológica; (ii) quais seus

elementos; (iii) como a reconhecemos; (iv) qual seu tamanho; (v) qual sua função.

No âmbito da fonologia, a palavra é uma entidade da fala e é determinada pela

presença de um acento principal (Câmara Jr., 1975). Pode ser chamada de palavra fonológica

ou palavra prosódica e é representada pelo símbolo ω.

Nespor e Vogel afirmam que “a palavra fonológica representa a interação entre os

componentes fonológico e morfológico da gramática” (NESPOR; VOGEL, 1986:109).

Porém, dentro do domínio da palavra fonológica, “pode ocorrer reagrupamento de sílabas e

pés, sem compromisso de isomorfia com os constituintes morfológicos” (BISOL, 2005:247).

Câmara Jr. (1975:38) caracteriza palavra, neste ramo, como “uma entidade prosódica,

caracterizada por um acento e dois graus de tonicidade possíveis”. Ele usa os seguintes graus:

0 para sílabas postônicas, 1 para sílabas pretônicas, 2 para acentos secundários e 3 para

acentos primários.

(7) a. es.tu.dan.te

1 1 3 0

No exemplo acima, as pautas pretônicas assumem valor 1, a sílaba postônica possui

valor 0 e o acento da palavra é identificado na sílaba “dan”. A palavra fonológica é, portanto,

um resultado da divisão espontânea na cadeia de emissão vocal.

Ainda sobre a definição de palavra prosódica, Rosa (2009) afirma que é a “unidade

formada por fonemas, sílabas e traços suprassegmentais”; entre estes traços, está o acento –

uma proeminência identificada no pé métrico. Bisol (2005:246) define o pé métrico como “a

combinação de duas ou mais sílabas, em que se estabelece uma relação de dominância, de

modo que uma delas é o cabeça e a outra ou outras, o recessivo”.

Esta proeminência apresentada no pé é identificada na palavra fonológica porque, de

acordo com a Strict Layer Hypothesis – uma teoria de domínios que organiza a hierarquia

prosódica - (Selkirk, 1984), cada constituinte prosódico está entre outros dois constituintes:

um abaixo (categoria dominada) e um acima (categoria dominante). No caso da palavra

Page 24: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

24

prosódica, estes são, respectivamente, o pé métrico e, para alguns autores, o grupo clítico;

para outros, a frase fonológica.

De acordo com Bisol (2004), os elementos básicos que compõem a palavra fonológica

são a sílaba, o pé e o acento primário.

(8) palavra (es.tu.’dã.tʃɩ)

pés (‘es.tu)(‘dã.tʃι)

sílabas (es)(tu)(dã)(tʃι)

No exemplo (8), mostramos que a palavra estudante é formada por dois pés binários

com proeminência na sílaba à esquerda, e estes dominam, cada um, duas sílabas.

Outro elemento básico da palavra fonológica é o acento primário; porém, existem

palavras não acentuadas em diversas línguas do mundo. Por não portarem acento, são

chamadas de clíticos (do grego klitikós – que se apoia). Estes formam uma palavra fonológica

juntamente com outra já existente em um nível pós-lexical.

(9) o livro

formou-se

cazamiga

As palavras livro, formou e amiga já eram portadoras de acento quando isoladas;

porém o, se, com, as são palavras curtas e sem peso acentual, por isso precisam de um

hospedeiro – uma palavra na qual eles vão se ancorar. Geralmente, em PB, este hospedeiro

está à direita do clítico. De acordo com a posição que o clítico toma, ele pode ser nomeado

‘proclítico’ – se antes do hospedeiro –, ‘mesoclítico’ – se interno ao hospedeiro – ou

‘enclítico’ – se depois do hospedeiro.

Há casos de prefixação, sufixação e composição em que a palavra derivada ou a

palavra composta não corresponde a uma única palavra fonológica. Nesses casos, podemos

identificar a fronteira existente entre duas palavras fonológicas.

(10) subsistema subsidiar

(11) pré-conceito preconceito

Page 25: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

25

(12) belo beleza

código codificado

(13) belinho codigozinho

alegremente pobríssimo

As explicações para cada um dos casos apresentados acima são baseadas nos trabalhos

de Bisol, 2003; Quadros e Schwindt, 2008; Schwindt, 2001; 2008; 2013.

O primeiro caso (10) mostra a fronteira entre duas palavras fonológicas através do

traço de vozeamento. O prefixo produtivo sub-, ao se incorporar à forma livre, não causa

mudança fonológica na consoante seguinte. Já a forma improdutiva sub- não é transparente

para os falantes, e, por isso, provoca uma alteração no vozeamento se ligada a uma forma

presa: o fonema [s] passa a ser [z].

O segundo caso (11) mostra a diferença na qualidade da vogal entre pre-, um prefixo

improdutivo na língua, e pré-, prefixo com alta produtividade. A forma produtiva apresenta

uma vogal média-baixa ([ɛ]), que, em PB, é encontrada em posições tônicas, portadoras de

acento. Já o prefixo não transparente está atuando apenas como uma sílaba pretônica da

palavra preconceito.

O terceiro exemplo é um caso típico de derivação sufixal. As palavras b[ɛ]lo e

c[ɔ]digo apresentam, respectivamente, as vogais abertas [ɛ] e [ɔ]. Porém, palavras com vogal

média, quando derivadas, perdem a oposição entre [e] e [ɛ], [o] e [ɔ], como nos exemplos

belo/beleza, código/codificado. Ocorre, na verdade, na passagem da tônica para átona (na

mudança do acento primário). Em ambos os casos, ou seja, tanto na palavra simples quanto na

derivada, encontramos apenas um acento primário.

Já no caso (13), quarto exemplo, as mesmas bases, belo e código, ao receberem os

sufixos -inho e -zinho, continuam com a vogal média-baixa de origem. As palavras alegre e

pobre também mantêm essa mesma característica quando derivadas pelos sufixos -mente e

-íssimo.

Nesses últimos exemplos, identificamos a neutralização da vogal pretônica como um

marcador de fronteira entre as duas unidades fonológicas. A neutralização é a perda de

oposição em relação a um traço (Bisol, 2004); nesse caso, é o traço “aberto”, na perspectiva

de Câmara Jr. (1977), ou “aberto3” para Wetzels (1992). “Regras de neutralização são

processos naturais e seu resultado é sempre um sistema mais simples, já contido na própria

língua e que se encontra em muitas outras línguas do mundo” (BISOL, 2003:276).

Page 26: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

26

Em português brasileiro, como demonstramos, temos essa perda de oposição entre as

vogais médias em sílabas pretônicas6, ou seja, [ɛ] não se confunde com [e] e [ɔ] não se

confunde com [o]. É que acontece nos exemplos de b[ɛ]lo, que tem a vogal da base

neutralizada em b[e]leza. Por consequência da neutralização, o sistema vocálico do PB

diminui de sete para cinco vogais nessa posição.

Nos dialetos falados no Sul do Brasil, pronunciamos a vogal média-alta nesses casos

de derivação, enquanto nos dialetos do Nordeste, por exemplo, é pronunciada a vogal média-

baixa. O fato de, em um lugar, falarem b[ɛ]leza e no outro falarem b[e]leza não faz com que

essas palavras sejam confundidas porque este traço já foi neutralizado, não é mais um traço

distintivo como em pelo (primeira pessoa do singular do Indicativo do verbo pelar – eu pelo)

e pelo (preposição por + o). Ou seja, no PB, esta neutralização pretônica ocorre e sua

manifestação será com a forma mais aberta em alguns lugares e com a forma menos aberta em

outros.

A possível explicação para casos como esses é de que esses sufixos (-inho, -zinho,

-mente e -íssimo) por si mesmos, já constituam uma palavra fonológica. Ou seja, em uma

palavra como alegremente, teríamos [alegre]ω[mente]ω. Por esse motivo, são conhecidos na

literatura como sufixos composicionais (cf. Quadros e Schwindt, 2008; Schwindt, 2001;

2013).

Schwindt (2001), ao trazer à tona a discussão sobre o prefixo em PB, também assume

que o grupo dos prefixos composicionais (em oposição ao grupo dos prefixos legítimos –

aqueles que atuam como sílaba átona na palavra) possuem uma estrutura prosódica de

vocábulo fonológico independente. Esses prefixos comportam-se como palavras e, por isso,

podem receber acento e atuarem como formas livres (ex. hiper-, vice-).

Quando isso acontece, estamos diante de uma palavra fonológica com tamanho

diferente da palavra morfossintática.

Parece ser consenso na literatura que a palavra fonológica pode ser igual ou menor a

um átomo sintático. Booij (1983) e Vigário (2001), entre outros, acreditam que a palavra

prosódica pode ser maior do que um átomo sintático. Nespor e Vogel (1986) acreditam na

existência do Grupo Clítico, um constituinte localizado entre a palavra fonológica e a frase

fonológica na hierarquia prosódica. Vigário (2003) diferencia, ainda, palavras prosódicas

mínimas e máximas.

6 Em PB, a neutralização também acontece na pauta postônica, onde as vogais anteriores [ɛ], [e] e [i] e as

posteriores [ɔ], [o] e [u] não apresentam traços distintivos entre elas.

Page 27: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

27

De acordo com Vigário (2003), A palavra prosódica mínima é dotada de apenas um

acento primário e é formada por estruturas incorporadas (palavras com sufixos ou

hospedeiros mais enclíticos), como em hóspede+aria = hospedaria; fala+se = fala-

se, ou estruturas adjungidas (palavras com prefixos ou hospedeiros mais proclíticos),

como em „re+escrita = reescrita; me+fala = me fala. A palavra prosódica máxima

ou composta é formada por duas palavras prosódicas (caso das palavras compostas por

duas palavras prosódicas que não formam um ɸ7), todavia apenas um elemento

carregará a proeminência principal desse domínio, que, no português, será sempre o

elemento mais à direita. (TONELI, 2011:675, grifos meus)

Bisol (2005) afirma que, considerando a palavra fonológica uma unidade do nível

lexical, ela só pode ser menor ou igual a um átomo sintático. A autora afirma, ao citar

exemplos de ressilabificação, que a palavra fonológica só é maior em nível pós-lexical; nesse

nível, podemos encontrar este tipo de palavra em três tamanhos. Essa palavra maior

encontrada no nível pós-lexical corresponde à palavra reestruturada8, chamada por Vigário de

Palavra Fonológica Máxima.

Exemplificando,

(14) [[guarda]ω[chuva]ω]w

[[so]ω[mente]ω]w = [[só]ω]w [[mente]ω]w

(15) [[chuva]ω]w

[[mente]ω]w

(16) [[de]w[chuva]w]ω

[[de]w[mente]w]ω = [[demente]w] ω

O exemplo (14) apresenta um átomo sintático que possui dois acentos, portanto, duas

palavras fonológicas. Nesse caso, a palavra fonológica é menor do que a palavra

morfossintática. Podemos comparar o átomo somente com a frase só mente: ambas as formas

apresentam o mesmo acento e a mesma pronúncia, embora sejam compostas por um número

diferente de palavras morfossintáticas.

O segundo exemplo engloba a maioria das palavras simples e derivadas do português

brasileiro. Nesse caso, a palavra fonológica e a palavra morfossintática têm o mesmo

tamanho; um átomo sintático é portador de um acento primário. Nespor e Vogel (1986)

7 O símbolo ɸ é usado para a frase fonológica, constituinte localizado acima da palavra fonológica na hierarquia

prosódica. 8 A noção de palavra fonológica reestruturada não é o foco do trabalho, mas foi apresentada por estar relacionada

com algumas respostas dadas pelos informantes do experimento presencial.

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28

expõem casos do grego demótico e do latim clássico, onde todas as palavras morfossintáticas

são portadoras de um único acento, inclusive compostos e clíticos.

O último exemplo, número (16), mostra duas palavras morfossintáticas – uma forma

clítica (não acentuada) e uma palavra fonológica que serve como hospedeiro do clítico. Dessa

forma, ambas juntas formam, em um nível pós-lexical, uma única palavra fonológica, ou seja,

nesse nível a palavra fonológica é maior que a morfossintática. Se compararmos o sintagma

preposicional de mente com a palavra morfossintática demente, podemos perceber que, em

ambos, há a mesma prosódia e o mesmo acento, embora se tratem de estruturas

morfossintáticas de diferentes naturezas.

Booij (1983) afirma que a palavra fonológica tem três funções:

(i) é portadora de relações de proeminência, ou seja, há relação forte-fraco entre as estruturas -

nesse caso, sílabas e pés métricos;

(ii) é domínio de aplicação de regra fonológica: algumas regras acontecem apenas no domínio

da palavra prosódica, como, por exemplo, a neutralização da vogal pretônica e a harmonia

vocálica. Esses processos nunca acontecem entre duas palavras fonológicas, mas dentro de

uma única palavra sem que seus limites sejam extrapolados (ex. comer bife, *com[i]r b[i]fe).

(iii) é o domínio de restrições fonotáticas – em algumas línguas, uma determinada estrutura

pode ser considerada uma palavra fonológica ou não, dependendo do seu padrão fonotático

(há línguas que só aceitam palavras fonológicas com mais de uma sílaba, por exemplo).

Tendo em vista a caracterização de palavra fonológica discutida nesta seção,

retomemos a frase-matriz do trabalho, apresentada em (4):

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

Nessa frase, podemos encontrar as seguintes palavras fonológicas no nível lexical:

[infeliz]ω, [mente]ω, [professora]ω, [queixou]ω, [bate]ω, [papo]ω, [entre]ω, [amigos]ω, [sala]ω,

[aula]ω.

Se considerarmos a palavra prosódica reestruturada, muitas segmentações são

admissíveis. Um possível resultado da divisão após reestruturação é: [infeliz]ω, [mente]ω,

[aprofessora]ω, [queixou-se]ω, [dobate]ω, [papo]ω, [entre]ω, [osamigos]ω, [nasala]ω, [de aula]ω.

Page 29: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

29

2.4.3 A palavra morfossintática

A palavra morfossintática é objeto da morfologia e da sintaxe e é sinônimo de

vocábulo formal para Câmara Jr. (1969). Também pode ser identificada como um nó terminal,

um átomo de uma árvore sintática, como veremos mais adiante.

A primeira definição de palavra morfossintática mencionada aqui – a de vocábulo

formal – foi dada por Bloomfield (1933), ao classificar unidades formais em “formas livres”

ou “formas presas”. As primeiras podem funcionar isoladamente, enquanto as outras precisam

ser ligadas a um hospedeiro. Dessa forma, ele define a palavra como “a forma livre a que se

chega quando não é possível nova divisão em duas ou mais formas livres. Constará, portanto,

de uma forma livre indivisível, de duas ou mais formas presas ou de uma forma livre e uma

ou mais formas presas” (CÂMARA JR., 1975:70).

Mattoso Câmara, então, acrescenta a noção de “forma dependente” – uma forma livre

que não é comunicação suficiente se isolada, mas que depende de outra forma livre já

existente.

As noções de forma livre (ex. luz, casa, amigo) e de forma dependente (ex. com, de,

o) caracterizam-se como palavras morfossintáticas.

Voltemos agora à definição de palavra como “nó terminal” da sintaxe.

A sintaxe é responsável pela relação entre as palavras e não tem acesso à estrutura

interna das mesmas; por isso, a palavra é considerada a menor unidade sintática – é o

conteúdo indivisível dentro de um sintagma. “As palavras são átomos sintáticos, ou seja, são

unidades sintaticamente inanalisáveis: a sintaxe não tem acesso a qualquer informação sobre a

sua estrutura interna e não pode operar sobre seus constituintes.” (DI SCIULLO; WILLIAMS,

1987:47 apud VILLALVA, 2008:20).

Ou seja: para a sintaxe, o importante não é, por exemplo, a qualidade do afixo

específico que a palavra possui, mas as características e propriedades (classes, marcas

flexionais,...) que ele carrega.

(17) a. As casas são grandes

b. O caseiro trabalha aos domingos

Em (17a), o núcleo do sintagma nominal casa recebe uma marca relevante para a

sintaxe, o morfema de plural -s, e, por isso, há concordância com essa palavra em todo o resto

Page 30: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

30

da frase. Já em (17b), o núcleo do sintagma nominal é caseiro: a única informação que a

sintaxe pode ver é a de que essa palavra está caracterizada como um nome.

Na árvore sintática abaixo, por exemplo, podemos dizer que cada átomo, isto é, cada

parte indivisível, é uma palavra na classificação sintática. Estamos diante, portanto, de quatro

palavras sintáticas (ou morfossintáticas).

(18)

Figura 1 – Árvore sintática

Se, em vez de “chocolate”, o N fosse “cachorro-quente”, ainda assim estaríamos

diante de apenas uma palavra sintática. Isso porque uma palavra composta, por mais que seja

formada por duas raízes, é apenas uma estrutura sintática com um significado, que pode ser

endocêntrico – se o significado estiver ligado às partes (ex. guarda-roupa) – ou exocêntrico –

se o significado não for algo relacionado às raízes formadoras (ex. amor-perfeito).

Villalva, no livro “Morfologia do Português”, considera no como dois nós terminais

sintáticos (as palavras gramaticais em e o se agrupam por motivação fonética) e conferência

de imprensa como um único nó porque é uma expressão sintática lexicalizada (é analisável,

mas, semanticamente, deve permanecer unida em um mesmo nó terminal).

Porém, Aronoff e Fudeman (2005) alertam para dois problemas em tratarmos a

palavra morfossintática como um átomo da sintaxe: o primeiro problema está na definição do

objeto da sintaxe; o segundo problema está na definição que damos para sintaxe.

Page 31: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

31

Se definirmos sintaxe como o ramo da gramática que descreve as regras pelas quais se

combinam as unidades significativas em frases (Dubois et al, 1973), talvez morfemas possam

ser tomados como objeto da sintaxe. Porém, se considerarmos a sintaxe como o ramo

responsável pelo ordenamento de palavras prontas, voltamos à questão “o que é uma

palavra?”.

Apesar da problematização feita por Aronoff e Fudeman, a definição de palavra como

“átomo sintático” ou “nó terminal da árvore sintática” ainda é recorrente na literatura.

Além das noções apresentadas, podemos definir a palavra morfossintática como um

dos membros do paradigma de um item lexical. A noção de lexema será vista na próxima

seção, mas podemos adiantar aqui, por exemplo, que amamos e amemos pertencem ao mesmo

lexema AMAR, mas são palavras morfossintáticas diferentes por apresentarem propriedades

diferentes. Ou seja, a palavra morfossintática é o resultado da aplicação de propriedades

morfossintáticas a um determinado lexema.

A palavra morfossintática, segundo Azuaga (1996:22) é “o termo que se deve utilizar,

quando pretendemos designar a especificação ou a descrição de uma das formas de um

lexema, tal como ela ocorre num dado enunciado”. A autora ainda destaca que, em

morfologia, a palavra é a unidade passível de flexão. As unidades não flexionáveis – nominal

ou verbalmente – não são palavras: são temas, radicais, etc. e apenas constituem uma palavra.

Villalva (2012) defende uma definição de palavra enquanto unidade morfológica que

não se sobrepõe à sua definição nem na sintaxe, nem na fonologia nem na semântica.

“enquanto unidades morfológicas, as palavras são caracterizáveis como projeções

máximas de um radical, obtidas por especificação morfológica (realizada por um

constituinte temático) e por especificação morfossintática (realizada pela flexão

morfológica), ainda que, em circunstâncias particulares, estas posições estruturais

possam estar vazias.” (VILLALVA, 2012:129)

Por fim, quanto à estrutura e ao significado, precisamos estabelecer aqui uma

diferença que leva em conta a palavra morfossintática e será fundamental para a leitura dos

resultados. Trata-se da distinção entre compostos, idiomatismos e sintagmas.

(19) a. alto-falante

b. cachorro-quente

(20) chutar o balde

segurar vela

Page 32: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

32

(21) a. meninas bonitas - SN

b. correram de repente - SV

As palavras compostas (19) constituem, morfologicamente, uma palavra – um átomo

sintático –, a qual é formada por duas raízes (dois morfemas lexicais). Esse tipo de formação

possui um significado fechado que pode ser deduzido pelas partes (19a) ou pode ter

significação externa (19b). Por se caracterizar como uma palavra, o composto deve respeitar

os princípios de não separabilidade e integridade, como vimos na seção 2.3.

Já o idiomatismo, ou expressão idiomática, é um conjunto de palavras que, apesar de

constituírem um sintagma, possuem um significado particular, como em “meu amigo segurou

vela ontem”. Como veremos na seção seguinte, essa formação é listada no léxico por causa da

especificidade do seu significado. Apesar disso, um idiomatismo parece poder sofrer

intercalação de outros elementos no seu interior (ex. segurou muita vela).

Sintagma é o nome dado a um constituinte sintático (MIOTO et al, 1999),

caracterizado pela presença de um núcleo. No exemplo (21a), o sintagma recebe o nome de

SN – sintagma nominal – pois seu núcleo é o substantivo meninas. Já o exemplo (21b) tem

como núcleo correram, e, por isso, é um sintagma verbal – SV.

Por fim, em relação à definição de palavra como “átomo sintático”, na frase-matriz

apresentada em (4), estamos diante de doze nós terminais, que serão separados por vírgulas:

infelizmente, a, professora, queixou-se9, de, o, bate-papo, entre, os, amigos, na, sala de aula.

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

Consideramos sala de aula um átomo sintático por se tratar de uma expressão

lexicalizada, assim como Villalva (2008) fez para conferência de imprensa.

9 A forma se pode ser parte de um verbo reflexivo ou um objeto direto que se reflexivizou.

Page 33: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

33

2.4.4 A palavra lexical

A palavra lexical, ou lexema, é um item listado no léxico. É uma unidade abstrata e é

parte do conhecimento de um indivíduo acerca de sua língua (Rosa, 2009). Esta unidade é

convencionalmente representada por letras maiúsculas.

Para definirmos a palavra lexical, precisamos, primeiramente, apresentar algumas

definições de léxico. Essas definições, porém, dependem da teoria adotada.

Uma definição tradicional de léxico como lista de irregularidades é a apresentada por

Bloomfield (1933:269):

“Uma descrição completa de uma língua listará toda forma cuja função não é

determinada seja por estrutura, seja por um marcador; incluirá, consequentemente, um

léxico, ou lista de morfemas, que indica a classe de formas que cada morfema bem

como listas de todas as formas complexas cuja função seja de algum modo irregular”.

Para Anderson (1992), o léxico representa mais do que uma lista de palavras.

“Assim, além do conhecimento da lista – que inclui minimamente a existência do item

lexical, por exemplo, CAMA, sua descrição fonológica [kãma], seu significado, algo

como ‘móvel que serve para as pessoas se deitarem’, a característica sintática de ser

um nome -, o léxico inclui também “um sistema de regras, que são os modos de

relacionar entre si as palavras até o ponto em que essas relações são (ao menos

parcialmente) sistemáticas e, assim, parte do nosso conhecimento acerca das palavras”

(Anderson, 1992:182 apud Rosa, 2009:87)

Basilio (2009:11), ao tratar da palavra lexical, afirma que “o léxico é via de regra

definido como o conjunto de palavras de uma língua”.

“O léxico representa o conjunto de palavras que está disponível para a atuação das

regras da morfologia” (ROSA, 2009:88) e possui, além de palavras e morfemas, regras

morfológicas para a formação de novas palavras – as chamadas RFPs. É por esse motivo que

as palavras lexicais se enquadram no grupo das classes abertas: novas palavras podem ser

formadas a qualquer momento.

Aronoff (1976) propôs que o léxico se constitui de Regras de Formação de Palavras

(RFPs). Essas regras resultavam em um contínuo de formas mais produtivas até formas menos

produtivas. Toda e qualquer palavra poderia ser criada a partir dessas regras, como vemos no

exemplo abaixo:

Page 34: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

34

(22) a. [pedra]s [[pedra]s –inha]s

b. [casar]v [[casar]v –mento]s

No exemplo (22a), apresentamos uma RFP em que o produto pedrinha possui a

mesma classe gramatical da base pedra. Já no exemplo (22b), o substantivo casamento é

gerado a partir da forma verbal casar.

Essas regras, como lembra Rocha (2008), não são aplicadas toda vez em que tal

palavra é pronunciada. Elas servem para construir palavras novas, que podem ou não ser

anexadas ao léxico mental do falante. Aronoff as chama de “once-only rules” – regras que se

utilizam só uma vez.

Basilio (1980) propõe que as regras sejam produtivas ou não – excluindo a ideia de um

contínuo – e alerta para a existência de Regras de Análise Estrutural (RAEs) para analisar

transparência. Essas regras podem ou não corresponder a RFPs e servem para identificar as

estruturas internas à palavra. Em uma estrutura como campestre, podemos notar a estrutura

[[campo]s -estre]adj, embora não tenhamos no nosso léxico mental a regra para formar novas

palavras com esse sufixo.

Dessa forma, temos dois acarretamentos: (i) uma forma produtiva vai ser sempre

transparente; (ii) uma forma não transparente nunca será produtiva.

(23) +produtivo (ex. ‘-ar’, como em amar) +transparente

-transparente (ex. ‘-estre’, como em campestre) -produtivo

Como vimos até agora, o léxico possui regras e formas linguísticas. Rocha (2008)

reúne todas essas formas linguísticas em um quadro dividido entre formas livres, presas e

dependentes:

Page 35: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

35

ENTRADAS LEXICAIS

LIVRES LEXEMAS Puros – mar, café, livro, varrer

Complexos simples: reler, livreiro

Complexos compostos: guarda-

roupa, biologia

VOCÁBULOS DÊITICOS eu, isto, aqui, algum

DEPENDENTES de, para, embora, o

PRESAS Bases hipo-, eco-, -logia

Afixos Prefixos: re-, in-, dês-

Sufixos: -ção, -mento, -al

Desinências Nominais: -s (livros), -a (bonita)

Verbais: -va (andava), -ndo

(ouvindo)

Vogais temáticas Nominais: -o (livro), -e (ponte)

Verbais: -a (parar), -i (ouvir)

Quadro 1 – Lista de entradas lexicais, adaptação do quadro apresentado em Rocha (2008:63)

Considerando o quadro acima, podemos admitir que todo lexema é um item lexical,

mas nem todo item lexical é classificado como lexema. O autor observa que as “entradas

lexicais livres e entradas lexicais dependentes são consideradas palavras em português”

(ROCHA, 2008:63), admitindo palavra como palavra morfossintática, supomos. O lexema,

porém, pertence só a classes abertas que podem sofrer processos morfossintáticos.

Os lexemas podem ser classificados em puros e complexos – quanto ao número de

elementos morfológicos – e simples ou compostos – quanto ao número de raízes.

Exemplificando: os lexemas puros contêm somente um elemento morfológico (ex. flor),

enquanto os complexos apresentam mais de um elemento (ex. florista); os simples apresentam

apenas uma raiz (ex. chuva), enquanto os compostos apresentam mais de uma (ex. guarda-

chuva). É pela existência da raiz e do seu significado que os lexemas se opõem aos

instrumentos gramaticais (Rocha, 2008).

Uma dúvida frequente sempre surge entre os falantes do idioma: casa e casas, por

exemplo, são a mesma palavra ou são palavras diferentes? Baseados nas definições de léxico

existentes, chegamos à conclusão de que casa e casas pertencem ao mesmo lexema CASA,

Page 36: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

36

pois são meros produtos da flexão, enquanto casa, casinha e caseiro pertencem a diferentes

lexemas, são palavras novas formadas por regras presentes no léxico.

Rosa (2009:83) afirma que um lexema como AMAR “representa a combinação virtual

dos radicais que pode representar com todas as propriedades morfossintáticas com que se

pode combinar”; ou seja, AMAR compreende as formas morfossintáticas amo, amas, ama e

todas as demais flexões que o verbo pode assumir nos diversos tempos e modos.

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

Na frase-matriz do trabalho, retomada a partir do exemplo (4), estamos diante de seis

palavras lexicais10

: INFELIZMENTE, PROFESSORA, QUEIXAR-SE, BATE-PAPO,

AMIGOS, SALA DE AULA.

A entrada de uma palavra irregular no léxico é chamada lexicalização.

“Muitas vezes, na aplicação da RAE a uma formação cristalizada do português,

deparamos com alguma irregularidade ou desvio da regra quanto aos aspectos

fonológico, morfológico ou semântico. A essa irregularidade ou idiossincrasia dá-se o

nome de LEXICALIZAÇÃO. (...) a lexicalização se caracteriza pelo fato de um

lexema apresentar uma determinada estrutura diferente daquela prevista pela aplicação

de sua respectiva RAE (ROCHA, 2008:84)”.

Há vários tipos de lexicalizações, conforme Rocha (2008): semântica, categorial,

estrutural e prosódica, conforme exemplificaremos no quadro abaixo:

10

Lembrando que as palavras lexicais são tradicionalmente representadas por letras maiúsculas.

Page 37: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

37

Lexicalização Explicação Exemplo

Semântica O produto da regra não tem um

significado relacionado com a base.

‘casinha’ com significado

semelhante ao de ‘privada’

(Sandmann, 1991)

Categorial Uma regra é aplicada em uma base com

categoria diferente da esperada

aviãos aviador, mas

[-dor] se anexa somente a

formas verbais

Estrutural O vocábulo apresenta anomalia na sua

estrutura

editar edição, e não

*editação

Rizomórfica A variante alomórfica da raiz é listada no

léxico

‘capilar’ é uma forma

cristalizada, enquanto a

raiz cabel- ainda é usada

Prosódica Há alguma irregularidade na prosódia do

produto

estimular estímulo,

o acento recua 2 sílabas

Quadro 2 – Tipos de lexicalizações, baseado em ROCHA (2008:84)

Rocha (2008) mostra que palavras polissêmicas, por apresentarem as mesmas

características fonéticas, semânticas e funcionais, são consideradas a mesma palavra, ou o

mesmo lexema. O mesmo não acontece para casos de sinonímia, homofonia ou conversão.

Cruzamentos vocabulares (ex. burrocracia) também são lexemas, os quais são

formados por partes de um ou mais lexemas já existentes na língua. Da mesma forma, entram

no léxico as expressões idiomáticas, ou idiomatismos, que, apesar de serem sintagmas,

possuem um significado fechado.

(24) a. Ele chutou o balde que estava na sua frente.

b. Ele chutou o balde e desistiu da faculdade.

No exemplo (24a), a frase está sendo representada no seu sentido literal: havia um

balde que foi chutado. Por esse motivo, as palavras lexicais desse exemplo são listadas uma a

uma (CHUTAR, BALDE). No exemplo (24b), podemos identificar o idiomatismo ‘chutar o

balde’ – usado no sentido de ‘perder o controle’ -, o qual representa apenas uma entrada

lexical (CHUTAR O BALDE).

Além dos idiomatismos, também são listadas algumas expressões lexicalizadas –

expressões que podem ser analisadas sintaticamente, mas que, pela especificidade do seu

Page 38: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

38

significado, constituem um único nó terminal na sintaxe e representam também uma entrada

lexical, como é o caso de conferência de imprensa, citado por Villalva (2008).

Todas essas formas listadas no léxico (morfemas, palavras ou expressões) apresentam

informações fonológicas (transcrição fonológica), informações sintáticas (classe gramatical e

subcategorização), informação semântica (significado) e informação discursiva (informação

pragmática, relacionada com o contexto). As informações morfológicas, por sua vez, fazem

parte do sistema de regras.

Resumindo,

“na palavra, entendida como uma unidade lexical, uma sequência fônica se associa de

modo relativamente estável a (a) um significado ou um conjunto de significados; (b)

um conjunto de propriedades sintáticas; (c) um conjunto de propriedades morfológicas

e (d) um conjunto de determinações de uso” (BASILIO, 2009:10)

2.5 A relação entre os diferentes tipos de palavra

A presente seção retoma, através de um quadro comparativo, alguns tópicos

importantes já mencionados e explicados nas seções anteriores. A partir dessas noções, foram

criados os experimentos metodológicos apresentados na seção 4.

Quadros e Schwindt (2008) observaram, ao analisarem a relação entre palavra

morfológica e palavra fonológica, que as diferentes noções de palavra podem ou não coincidir

quanto ao tamanho, mas nunca serão confundidas quanto a aspectos estruturais. Essa

comprovação parece ser válida, contudo, para os diversos tipos de palavra abordados neste

trabalho.

“Em muitos casos, contudo, não há coincidência entre essas duas noções de palavra.

Há palavras morfológicas que correspondem a mais de uma palavra fonológica, e

vice-versa. No composto cachorro-quente, por exemplo, as duas bases, cachorro e

quente recebem acento primário de forma independente, configurando-se, portanto,

como duas palavras fonológicas. Temos, contudo, apenas uma palavra morfológica, já

que é impossível dividir cachorro-quente em formas livres menores, sem que se perca

o significado específico que essas duas bases têm, quando funcionam, juntas, como

uma unidade lexical. Já na expressão ajude-me, temos a situação inversa, isto é, duas

palavras morfológicas correspondem a apenas uma palavra fonológica, dado que a

partícula me não possui acento próprio.” (QUADROS; SCHWINDT, 2008:3).

Page 39: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

39

Elaboramos um quadro comparativo relacionando os diversos tipos de palavra

apresentados até aqui baseado na frase-matriz adotada para as exemplificações ao longo do

trabalho:

(4) Infelizmente, a professora queixou-se do bate-papo entre os amigos na sala de aula.

Palavra

gráfica

Palavra

fonológica11

Palavra

morfossintática

Palavra

lexical

infelizmente infeliz

infelizmente

INFELIZMENTE mente

a

professora a

PROFESSORA professora professora

queixou-se

queixou

queixou-se

QUEIXAR-SE

do

bate de

BATE-PAPO o

bate-papo papo bate-papo

entre entre entre

AMIGOS os

amigos os

amigos amigos

na

sala em

SALA DE AULA sala a

de

aula

sala de aula aula

Quadro 3 – A relação entre os diferentes tipos de palavras

Finda aqui nossa revisão teórica a respeito de palavra. Nos capítulos que seguem,

apresentaremos a pesquisa propriamente dita, a partir de seus métodos e resultados.

11

Considerando as palavras fonológicas ainda no nível lexical.

Page 40: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

40

3 OBJETIVOS E QUESTÕES DE PESQUISA

O objetivo principal deste estudo é investigar o juízo dos falantes de português

brasileiro a respeito de palavridade. Queremos descobrir quais critérios eles utilizam para

estabelecer os limites entre uma palavra e outra.

Além disso, o estudo tem como outros objetivos: (i) revisar teoricamente o conceito de

palavra; (ii) contribuir para os estudos da área.

Para o cumprimento dos objetivos estabelecidos, elaboramos quatro questões que

serviram de base para a elaboração dos experimentos metodológicos:

(i) como as pessoas definem palavra?;

(ii) qual critério de que as pessoas se utilizam pessoas utilizam para a contagem de

palavras em uma sentença?;

(iii) os falantes identificam todas as sílabas portadoras de tonicidade?;

(iv) os falantes aceitam intercalação de elementos tanto em compostos quanto em

idiomatismos?.

Page 41: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

41

4 METODOLOGIA

Para dar conta dos objetivos apresentados na seção anterior, desenvolvemos dois

experimentos – um para ser realizado presencialmente e outro, virtualmente – que se

diferenciam em relação ao método utilizado e aos tipos de exercícios elaborados.

Esses exercícios são constituídos de exercícios que abordam a noção de palavra, os

seus diferentes tamanhos e algumas de suas propriedades nos diferentes módulos da

gramática.

Concebidas as propostas de exercícios, pensamos em um método que fosse capaz de

medir a segmentação do contínuo de fala em palavras, e outro que medisse a intercalação de

formas dentro de palavras e frases a partir da leitura – por isso, a existência de dois tipos de

instrumentos.

Alguns destes exercícios foram elaborados pela primeira vez em uma pesquisa de

iniciação científica desenvolvida no ano de 2011 e aprimorados para este trabalho.

Este capítulo conta com o detalhamento dos experimentos desenvolvidos, bem como

de seus objetivos, seus exercícios e seus informantes.

4.1 Experimento presencial

O experimento presencial possuía três exercícios: um questionamento sobre o conceito

de palavra, um exercício de contagem de palavras em uma frase e um exercício de

identificação de tonicidade.

Este primeiro experimento foi realizado presencialmente por contar com exercícios

que envolviam uma grande atenção e um cuidado especial com o processo de aplicação do

teste. É preciso que o pesquisador esteja ao lado de cada entrevistado para que não sejam

cometidos erros metodológicos durante a pesquisa.

Visando a contribuir com o questionário, os informantes assinavam um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, que explicava os objetivos da pesquisa e declarava a

participação voluntária, na qual nenhum dado de identificação do informante seria exposto.

Page 42: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

42

Para iniciar o experimento, estes participantes usavam um fone de ouvidos com

microfone e tinham acesso a um arquivo de powerpoint, onde eram projetados os enunciados

dos exercícios propostos.

O registro das respostas era feito oralmente e essas respostas gravadas ficavam salvas

no arquivo do pesquisador para que pudessem ser consultadas a qualquer momento que fosse

preciso. Se o registro das respostas fosse feito pelo pesquisador no momento do experimento,

talvez o processo demorasse mais tempo e as respostas não pudessem ser reconsultadas em

nenhum outro momento.

4.1.1 Exercícios do experimento presencial

O primeiro exercício do teste era um questionamento sobre a definição do termo

palavra. O informante lia a questão “O que é palavra?” e apresentava um conceito que lhe

vinha em mente. O objetivo desse exercício era ver quais critérios um falante de português

brasileiro geralmente leva em conta na hora de definir o que é uma palavra e quais as

primeiras propriedades ou características de palavra que vêm à tona no momento da definição

do termo.

No segundo exercício do experimento presencial, o informante tinha acesso apenas ao

arquivo de áudio de uma frase. A tarefa proposta era escutar a frase e dizer quantas e quais

eram as palavras apresentadas na sentença. Optamos pela utilização de um contínuo de fala,

pois, se escrevêssemos as frases, os falantes, sem dúvida, usariam a noção de palavra gráfica

para contabilizar os dados.

Page 43: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

43

Figura 2 – Slide retirado do experimento presencial

Com isso, nossa intenção é identificar, por exemplo, o uso de critérios gráficos,

fonológicos, morfológicos ou sintáticos no momento da segmentação do contínuo de fala. Por

esse motivo, foram criadas sentenças com problematizações a esse respeito, as quais estão

listadas no quadro abaixo na ordem em que foram apresentadas:

1 A médica levou tudo ao pé da letra

2 O alto-falante do carro é superpotente

3 Aquele menino correu de casaco preto

4 Eles irão ao parque a pé novamente

5 Eles estão na cidade desde segunda-feira

6 A pré-estreia do filme foi um sucesso

7 Eles com certeza vão ao festival de talentos

8 Esse doce é feito de cana de açúcar

9 Aquele menino correu devagar

10 O menino bateu as botas semana passada

11 O testezinho vale dezesseis pontos

12 Com a lavagem cerebral, ele tem uma nova mente

13 Aquele menino correu de repente

14 Sempre levo meu guarda-chuva para a sala de aula

Quadro 4 – Sentenças do experimento presencial

Page 44: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

44

Procuramos não elaborar frases muito extensas para que os informantes não ficassem

confusos no momento da contagem das palavras.

Visando a identificar os padrões de segmentação estabelecidos pelos informantes, as

frases do teste possuíam clíticos/formas dependentes (ex. a, o, de), compostos (ex. alto-

falante, guarda-chuva, segunda-feira), idiomatismos (ex. “levou ao pé da letra”, “bateu as

botas”), afixos composicionais (ex. pré-estreia, superpotente, testezinho, novamente), além

de expressões que ora seguem padrões fonológicos, ora morfossintáticos (ex. devagar, de

repente, depressa) por se tratarem, em muitos casos, de palavras com tamanhos diferentes

fonológica e morfossintaticamente.

O último exercício do experimento presencial era um teste de identificação de sílabas

tônicas. Como vimos anteriormente, palavras fonológicas e morfossintáticas nem sempre

coincidem em relação ao tamanho, ou seja, às vezes podemos ter dois acentos dentro de uma

palavra mórfica ou duas palavras mórficas recebendo apenas um acento.

Na execução do exercício, o entrevistado lia uma palavra na tela do computador e

precisava dizer qual ou quais eram as sílabas tônicas. Nota-se que, diversas vezes, os falantes

confundem-se em relação ao acento secundário e o acento primário, ou até dois acentos

primários (possível evidência de outra palavra fonológica) – o que pode ser notado na escrita

em palavras como inéditamente. Para a constituição do teste, usamos palavras simples,

palavras derivadas com afixos composicionais e palavras compostas:

1 Casa

2 Alegremente

3 Dimensão

4 Solzinho

5 pé de pato

6 Pobríssimo

7 Jabuticaba

8 porta-joias

9 bolinha

10 coronel

11 tenente-coronel

Quadro 5 – Lista de palavras do exercício sobre tonicidade

Page 45: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

45

4.1.2 Informantes do experimento presencial

O corpus do experimento presencial foi formado pelas respostas de cinquenta (50)

informantes12

, todos falantes nativos de português brasileiro e moradores da região Sul do

país, mais especificamente, da cidade de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

Quanto à idade, a maior parte dos informantes tem entre vinte e quarenta anos.

Organizamos um quadro para conhecermos o perfil dos participantes da pesquisa.

Até 18 anos 7/50 14%

De 19 a 25 anos 16/50 32%

De 26 a 40 anos 17/50 34%

Mais de 41 anos 10/50 20%

Quadro 6 – Idade dos participantes do experimento presencial

Em relação ao grau de escolaridade, mais da metade dos participantes está cursando ou

já terminou algum curso superior. Quatro informantes possuem Ensino Fundamental (8%),

cinco estão cursando o Ensino Médio (10%), nove têm Ensino Médio completo (18%),

dezesseis estão cursando faculdade (32%) e outros dezesseis possuem Ensino Superior

completo (32%).

Dentre os participantes que informaram seus cursos superiores, seis cursam

Administração (12% dos entrevistados), quatro cursam Pedagogia (8%); os cursos de

Engenharia de Produção, História, Comunicação Social, Química, Enfermagem, Educação

Física, Matemática tiveram a participação de dois informantes cada (4%). Os demais cursos

apresentavam apenas um informante.

O quadro com o perfil completo dos participantes pode ser localizado nos anexos,

capítulo 8 deste trabalho.

12

Os informantes são, na grande maioria, professores, funcionários, alunos e ex-alunos de uma escola particular

da cidade de Alvorada/RS.

Page 46: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

46

4.2 Experimento virtual

O experimento virtual foi composto por dois exercícios: um questionamento aberto

sobre o conceito de palavra – igual ao do experimento presencial – e um teste de

aceitabilidade de múltipla escolha sobre a intercalação do advérbio/adjetivo “muito” no

interior de compostos e idiomatismos.

Esse teste foi ancorado na plataforma SurveyMonkey – disponível em

http://surveymonkey.com -, que permite a criação de questionários online para pesquisas com

diversos fins, bem como o armazenamento de dados e a geração de informações estatísticas e

gráficos com as respostas dadas pelos informantes.

Figura 3 - Imagem retirada do site http://pt.surveymonkey.com/home/

Nosso objetivo, ao tornar este teste público, era ter uma diversidade grande em relação

ao perfil dos informantes. A divulgação do teste foi feita através de redes sociais e email e

contou com duzentos e cinquenta (250) informantes.

4.2.1 Exercícios do experimento virtual

No momento em que o sujeito acessava o site do questionário, os primeiros campos a

serem preenchidos eram: nome, sexo, idade, localidade, escolaridade e curso superior, sendo

que apenas idade e escolaridade eram quesitos obrigatórios.

Page 47: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

47

Com o início das questões do teste, surgia a questão “O que é uma palavra?”. O sujeito

era instruído a descrever o conceito que lhe vinha em mente e era avisado de que não havia

um gabarito para a questão. Eram disponibilizados cem (100) caracteres para que a

conceituação fosse feita, a fim de que pudéssemos verificar quais critérios o informante levou

em conta na elaboração da resposta, se conceitos gráficos ou puramente linguísticos.

No segundo exercício do experimento, os informantes deveriam ler a frase-matriz,

desconsiderando a existência de sinais gráficos, e as frases apresentadas nas alternativas,

onde o advérbio/adjetivo13

“muito” era encaixado em diversos locais da frase – inclusive no

interior de compostos e idiomatismos –, como o exemplo abaixo:

(25) Comprei um cachorro quente.

a) Muito comprei um cachorro quente

b) Comprei muito um cachorro quente

c) Comprei um muito cachorro quente

d) Comprei um cachorro muito quente

e) Comprei um cachorro quente muito

A instrução dada era de que o sujeito podia marcar todas as opções que fizessem

sentido ou que fossem “boas” (no sentido de bem formadas). Também poderia ser marcada a

opção “nenhuma alternativa”, caso nenhuma parecesse aceitável nos padrões da nossa língua.

Esse exercício era formado por oito frases-matriz, todas listadas abaixo:

1 O guarda-roupa é grande

2 O cachorro vira-lata foi atropelado

3 Preciso achar o endereço do ferro-velho

4 Comer cachorro-quente faz mal à saúde

5 É hora de arregaçar as mangas

6 Nosso amigo sempre segura vela

7 O empregado enfiou o pé na jaca

8 Ele chutou o balde e desistiu do trabalho

Quadro 7 – Sentenças do experimento virtual

13

Utilizamos os termos advérbio e adjetivo para a palavra “muito”, pois, em alguns contextos, ela comporta-se

como advérbio (é invariável, como em Preciso muito de dinheiro); em outros, comporta-se como adjetivo,

concordando com os nomes da frase (ex. A empregada lava muitas louças).

Page 48: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

48

O objetivo principal desse instrumento era verificar a intuição dos falantes acerca da

intercalação em compostos e idiomatismos14

. As palavras compostas, como vimos no capítulo

2, são consideradas apenas um átomo sintático – e, por isso, indivisíveis – enquanto

idiomatismos são sintagmas abertos, embora tenham um significado fechado.

4.2.2 Informantes do experimento virtual

O corpus do instrumento virtual foi composto pelas respostas de duzentos e cinquenta

(250) pessoas de diversas idades e graus de escolaridade.

Para apreciarmos o perfil dos participantes da pesquisa quanto as suas idades,

elaboramos, assim como no experimento presencial, um quadro quantitativo.

Até 18 anos 28/250 11,2%

De 19 a 25 anos 144/250 57,6%

De 26 a 40 anos 54/250 21,6%

Mais de 41 anos 24/250 9,6%

Quadro 8 – Idade dos participantes do experimento presencial

Dentre os duzentos e cinquenta informantes, quatro possuem Ensino Fundamental

(1,6%), nove estão cursando o Ensino Médio (3,6%), cinquenta e nove possuem Ensino

Médio completo. A maior parte dos participantes já ingressou em algum curso superior: cento

e cinco pessoas estão cursando Ensino Superior (42%) e oitenta e duas já possuem Ensino

Superior completo (32,8%).

O campo “curso superior” foi preenchido por cento e noventa e nove (199)

participantes da pesquisa. Os cursos que apresentaram um maior número de informantes

foram: Letras, 43 informantes (17,2% do total de entrevistados)15

; Administração, 19

informantes (7,6%); Direito, 16 informantes (6,4%); Teologia, 11 informantes (4,4%);

Jornalismo, 7 informantes (2,8%) e Enfermagem, 7 informantes (2,8%).

14

Para a escolha dos compostos, foram controlados critérios estruturais: dos 4 compostos selecionados, 2 têm

estrutura V-S e 2 têm estrutura S-Adj; destes últimos, 1 possui significado endocêntrico e 1 possui significado

exocêntrico. 15

As respostas dos estudantes de Letras foram controladas, mas apresentaram índices muito semelhantes aos

encontrados nas respostas dos outros informantes da pesquisa.

Page 49: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

49

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos serão apresentados separadamente para cada experimento

aplicado. As respostas dadas pelos informantes podem ser encontradas no capítulo 8

(Anexos).

5.1 Experimento presencial

Exercício 1 do experimento presencial

A primeira questão do experimento presencial envolvia a conceituação do termo

palavra. A resposta era dada oralmente no momento em que os informantes liam a questão

projetada em uma tela de computador.

Para essa questão, tivemos os seguintes resultados16

:

(i) 58% das pessoas definiram palavra falando em significado/expressão/sentido (29/50) –

exemplos: “é uma forma de comunicação”; “é a expressão de uma ideia”;

(ii) 54% usaram noções de escrita ou falaram em letras e sílabas (27/50) – exemplos: “é

formada por letras e por sílabas”; “o resultado de organização de letras”;

(iii) 16% falaram em sons ou expressão oral (8/50) – exemplos: “é uma coisa que todo mundo

fala todos os dias”; “é o que a gente fala”.

É importante observar que o cálculo da porcentagem não tem como resultado 100%

porque uma mesma pessoa pode ter dado uma resposta envolvendo dois ou três desses

aspectos (ex. é um conjunto de letras com um significado).

Diferente da afirmação de AZUAGA (1996:216), “conhecer uma palavra implica [...]

saber o que significa e como é pronunciada”, podemos ver que os informantes desse

experimento levaram em conta, em primeiro lugar, o significado; em segundo, a escrita. As

propriedades fonético-fonológicas foram pouco lembradas no momento da definição do

termo.

16

A contagem das respostas foi feita uma a uma, de acordo com o critério identificado – e não por palavras-

chave, por exemplo.

Page 50: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

50

A partir desses resultados, podemos concluir que a definição de palavra, na maioria

dos casos, é feita a partir de critérios semânticos, seguidos de critérios gráficos. Poucas

pessoas definem palavra de acordo com a sua formação morfológica ou fonológica.

De fato, as pessoas se referem à palavra como uma forma de expressão do nosso

pensamento, afirmando que é através dela que estabelecemos comunicação com outras

pessoas, seja na forma escrita ou na forma falada.

Exercício 2 do experimento presencial

No segundo exercício do experimento, os informantes, após escutarem um arquivo de

áudio, precisavam dizer quantas e quais palavras eles estavam identificando na frase.

Para a apreciação dos resultados deste segundo exercício do experimento presencial,

apresentaremos as sentenças – uma a uma – de acordo com a ordem em que foram testadas,

seus resultados e breves comentários. Ao final da seção, compararemos alguns resultados de

diferentes questões para os mesmos constituintes.

(a) A médica levou tudo ao pé da letra

Na primeira frase do exercício, nosso objetivo era verificar os critérios adotados para a

contagem dos clíticos e do idiomatismo “levar tudo ao pé da letra”.

Em termos gerais, dos cinquenta participantes, quatro consideraram a existência de

cinco palavras nessa sentença (8%), duas pessoas contaram seis palavras (4%), oito pessoas

contaram sete palavras (16%) e a grande maioria percebeu a existência de oito palavras

(72%).

Figura 4 - Gráfico da sentença (a)

4 2

8

36

0

10

20

30

40

cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 51: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

51

A partir dos números, percebemos que grande parte dos falantes utilizou critérios

gráficos para a contagem das palavras, considerando, portanto, a existência de oito palavras

gráficas na sentença. Alguns dos informantes que identificaram sete palavras juntaram clíticos

a hospedeiros a sua direita, como em [amédica]17

ou [daletra]. Porém, a percepção de um

único acento primário não pareceu ser proposital; inclusive, alguns informantes começavam

contando [amédica] como uma única estrutura e logo mudavam de ideia.

Apenas uma informante considerou [pédaletra] como uma única palavra,

possivelmente, pela sua similaridade com a estrutura de um composto preposicionado. Apesar

disso, o fato de a frase apresentar um idiomatismo não mudou em nada na escolha do critério

utilizado.

(b) O alto-falante do carro é superpotente

Na segunda sentença testada, um informante identificou quatro palavras (2%), quatro

informantes consideraram a existência de cinco palavras (8%), duas pessoas contaram seis

palavras (4%), catorze pessoas contaram sete palavras (28%) e vinte e nove pessoas contaram

oito palavras (58%).

Figura 5 - Gráfico da sentença (b)

Novamente, a maior parte dos participantes contou oito estruturas morfológicas, que,

neste caso, não estão em consonância com as estruturas gráficas. As palavras encontradas

foram: [o], [alto], [falante], [do], [carro], [é], [super] e [potente].

17

A estrutura indicada pelo informante como uma palavra será indicada entre colchetes, como em [amédica].

1 4

2

14

29

0

10

20

30

40

quatro cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 52: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

52

Onze pessoas consideraram [alto-falante] como uma palavra só. O argumento utilizado

por alguns dos que não consideraram o composto como uma única palavra era de que

reconhecem que essa estrutura possui um único significado, mas, mesmo assim, consideram

que ela é formada por duas palavras.

Além disso, só um informante contou [superpotente] como uma única estrutura. É

importante observar que a pronúncia da frase no arquivo de áudio era feita de forma

espontânea e não havia nenhum tipo de pausa entre essas palavras. Portanto, esse dado sugere

que super é identificado pelos informantes como um advérbio de intensidade (assim como

muito, por exemplo), e não como um prefixo.

(c) Aquele menino correu de casaco preto

Nessa frase, os informantes não apresentaram muitas dúvidas ou hesitações. Dos

cinquenta informantes, quarenta e seis identificaram a existência de seis palavras (92%) e

apenas quatro disseram existir cinco palavras (8%). Dentre esses últimos, um informante não

considerou preposições como palavras; os outros três consideraram [decasaco] como uma

estrutura devido ao ritmo de fala, identificando, assim, uma palavra fonológica.

Figura 6 - Gráfico da sentença (c)

Nosso objetivo com essa frase, porém, era poder fazer uma comparação sobre o uso da

preposição entre essa frase e as frases (9) e (13), que possuem as expressões “devagar” e “de

repente”.

4

46

0

10

20

30

40

50

cinco seis

Número de informantes x Número de palavras

Page 53: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

53

(d) Eles irão ao parque a pé novamente

A quarta frase é constituída de formas dependentes, uma expressão lexicalizada (a pé)

e uma palavra com afixo composicional (novamente).

Quanto ao número de palavras: três pessoas identificaram cinco palavras (6%), vinte e

uma contaram seis palavras (42%), vinte e cinco contaram sete palavras (50%) e apenas um

informante contou oito palavras (2%).

Figura 7 - Gráfico da sentença (d)

Alguns informantes apresentaram dúvida em relação à expressão lexicalizada a pé e

vinte e três participantes consideraram essa estrutura como uma única palavra [apé]. Essa

dúvida pode ter sido causada pelo não conhecimento da forma escrita. Já a palavra novamente

foi considerada uma única palavra para 98% dos informantes; apenas um participante

segmentou essa estrutura usando critérios fonológicos.

(e) Eles estão na cidade desde segunda-feira

A problematização dessa frase também se dá pela presença de um composto, no caso,

segunda-feira. As respostas dadas pelos os informantes dividiram-se em dois grandes grupos:

vinte e seis pessoas consideraram a existência de sete palavras (52%) e vinte e uma contaram

apenas seis palavras na frase (42%). Os outros 6% disseram existir cinco palavras na frase.

3

21

25

1

0

10

20

30

cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 54: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

54

Figura 8 - Gráfico da sentença (e)

Esse resultado nos mostra que quase metade dos informantes contou cada parte do

composto como um item avulso, não considerando, portanto, o significado do composto.

Imaginamos que a preposição desde apresentaria variações na percepção dos falantes,

mas apenas dois informantes consideraram a existência de duas palavras: [des] e [de],

possivelmente, pela falta de domínio da língua escrita e pelo reconhecimento da preposição

[de] como uma das estruturas.

(f) A pré-estreia do filme foi um sucesso

A sexta frase do exercício contou com os seguintes resultados: três pessoas contaram

cinco palavras (6%), duas pessoas contaram seis palavras (4%), dezoito pessoas consideraram

a existência de sete palavras (36%) e as outras vinte e seis identificaram oito palavras (52%).

Figura 9 - Gráfico da sentença (f)

3

21

26

0

10

20

30

cinco seis sete

Número de palavras x Número de informantes

3 2

18

26

0

10

20

30

cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 55: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

55

A partir dessas informações, notamos que a única possível divisão coerente em oito

estruturas se dá se separarmos o composto pré-estreia em duas palavras independentes. Esse

composto foi considerado uma única palavra apenas por dezoito participantes do exercício.

Em relação aos clíticos, algumas pessoas ainda, durante a contagem, deixaram-se levar

pelo ritmo de fala, considerando [apré] ou [dofilme] como uma única palavra.

(g) Eles com certeza vão ao festival de talentos

A principal proposta de discussão aqui é a respeito da expressão lexicalizada “festival

de talentos”. Apesar de a expressão ter um sentido fechado, nenhum informante considerou

toda essa estrutura como uma palavra só.

A variação entre o número de palavras se deu, então, pela dúvida na segmentação de

“com certeza”.

Em números gerais, duas pessoas identificaram apenas cinco palavras (4%), um

informante identificou seis palavras (2%), catorze contaram sete palavras (28%) e trinta e três

pessoas contaram oito palavras (66%).

Figura 10 - Gráfico da sentença (g)

A grande maioria, portanto, adotou critérios gráficos para a contagem de palavras e

apresentou domínio das normas da língua escrita, ao contarem [com] e [certeza] como duas

palavras independentes.

(h) Esse doce é feito de cana de açúcar

Novamente, as pessoas basearam-se em noções escritas para a contagem das palavras.

Os informantes apontaram, basicamente, duas respostas possíveis: para a grande maioria,

2 1

14

33

0

10

20

30

40

cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 56: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

56

existem seis ou oito palavras na sentença. Dezoito informantes consideraram [cana de açúcar]

como uma única palavra (36%), mesmo após a queda do hífen em compostos

preposicionados. Vinte e sete pessoas identificaram [cana], [de] e [açúcar] como três palavras

terminais (54%).

Em termos gerais, um informante contou quatro palavras (2%), três informantes

identificaram cinco palavras (6%), dezessete informantes identificaram seis palavras (34%),

três informantes contaram sete palavras (6%) e a maior parte – vinte e seis informantes –

admitiu a existência de oito palavras (52%).

Figura 11 - Gráfico da sentença (h)

Alguns participantes ainda segmentaram algumas partes da frase de acordo com

noções fonológicas, agrupando [decana] ou [deaçúcar].

(i) Aquele menino correu devagar

A estrutura devagar já está cristalizada em português brasileiro e poucas pessoas

parecem reconhecer a existência da preposição de incorporada à forma livre vagar. No nosso

exercício, quatro informantes identificaram cinco palavras na sentença, separando, portanto,

devagar em duas palavras distintas. Possivelmente, esse dado esteja representando um caso de

hipercorreção: os informantes sabem que casos como de repente ou por acaso são grafadas

com espaço em branco, e, por isso, aplicaram a mesma regra à devagar.

1 3

17

3

26

0

10

20

30

quatro cinco seis sete oito

Número de palavras x Número de informantes

Page 57: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

57

Figura 12 - Gráfico da sentença (i)

Porém, a maior parte dos participantes da pesquisa identificou quatro palavras na

sentença (quarenta e seis informantes – 92%). Essa contagem está de acordo tanto com

critérios gráficos, quanto com critérios fonológicos e morfossintáticos, que, nesse caso,

fizeram a frase coincidir quanto ao tamanho nas diferentes áreas.

(j) O menino bateu as botas semana passada

O objetivo da décima frase era verificar a percepção dos falantes e sua reação diante

do idiomatismo “bater as botas”. Não houve nenhum caso de identificação do idiomatismo

como uma única palavra.

A única alternância de resultados nessa sentença diz respeito à dependência do clítico

em relação ao seu hospedeiro. Alguns informantes agruparam [omenino] como uma única

palavra, outros agruparam [asbotas].

Figura 13 - Gráfico da sentença (j)

46

4

0

10

20

30

40

50

quatro cinco

Número de palavras x Número de informantes

3 7

40

0

10

20

30

40

50

cinco seis sete

Número de palavras x Número de informantes

Page 58: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

58

Quantitativamente, vemos que apenas três pessoas contaram cinco palavras (6%), sete

informantes contaram seis palavras (14%) e a grande maioria – quarenta informantes –

considerou a existência de sete palavras distintas (80%).

(k) O testezinho vale dezesseis pontos

Apesar de essa sentença apresentar uma palavra com afixo composicional e um

composto cristalizado, a única alternância na contagem das palavras era motivada pela

presença do clítico na primeira posição da frase. Nenhum informante parece considerar,

sincronicamente, as palavras dez e seis como duas palavras distintas, pertencentes ao mesmo

composto.

Alguns informantes, intuitivamente, iniciavam a contagem em uma palavra acentuada,

juntando, portanto, [o] e [testezinho] em uma única estrutura [otestezinho]. Quarenta e seis

informantes identificaram cinco palavras (92%), enquanto apenas quatro pessoas contaram

quatro palavras (8%), unindo o clítico ao hospedeiro.

Figura 14 - Gráfico da sentença (k)

(l) Com a lavagem cerebral, ele tem uma nova mente

As estruturas novamente – advérbio – e nova mente – sintagma nominal formado por

adjetivo e nome – possuem a mesma forma fonética; porém, uma é considerada um nó

terminal e é escrita como uma única forma gráfica, enquanto a outra estrutura é formada por

dois nós terminais ou duas palavras gráficas.

O contexto da frase fez com que nenhum informante confundisse as diferentes

estruturas. Novamente, a pequena variação existente na contagem de palavras foi motivada

pela dependência do clítico, que foi unido à forma localizada a sua direita (ex. alavagem).

4

46

0

10

20

30

40

50

quatro cinco

Número de palavras x Número de informantes

Page 59: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

59

A grande maioria das pessoas (trinta e nove informantes – 78%) contou nove palavras,

adotando, portanto, o critério gráfico na contagem das palavras; sete pessoas contaram oito

palavras (14%), duas pessoas identificaram sete palavras (4%) e um informante específico que

não conta artigos nem preposições identificou seis palavras: [lavagem], [cerebral], [ele],

[tem], [nova] e [mente].

Figura 15 - Gráfico da sentença (l)

(m) Aquele menino correu de repente

A décima terceira frase apresenta a locução de repente, que geralmente causa incerteza

a muitos informantes que estão usando critérios gráficos para a resolução das questões.

Figura 16 - Gráfico da sentença (m)

1 2

7

39

0

10

20

30

40

50

seis sete oito nove

Número de palavras x Número de informantes

36

14

0

10

20

30

40

quatro cinco

Número de palavras x Número de informantes

Page 60: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

60

Em relação a essa frase, apenas catorze pessoas contaram cinco palavras (28%), da

maneira com que a frase é escrita; ou seja, provavelmente não foram adotados critérios

gráficos.

Trinta e seis pessoas (72%) apontaram a existência de apenas quatro palavras na

sentença: [aquele], [menino], [correu] e [derepente]. Essa motivação pode ter sido fonológica,

pelo fato de de repente formar uma única palavra fonológica. Outra possível explicação para o

resultado encontrado é de que os falantes desconhecem a forma escrita para essa estrutura18

,

mesmo com altos índices de escolaridade.

(n) Sempre levo meu guarda-chuva para a sala de aula

A última frase foi a que apresentou um número maior de variações nas respostas dadas

pelos informantes. Devido ao processo de degeminação, que une duas vogais idênticas em

fronteiras de palavras fonológicas – ex. menin[a] [a]legre – menin[a]legre, Bisol (1992) –,

alguns falantes ficaram em dúvida se existia ou não na frase-matriz um artigo definido o antes

do pronome meu; outros ficaram em dúvida se existia ou não o artigo definido a antes da

expressão lexicalizada “sala de aula”.

Em termos gerais, duas pessoas contaram seis palavras (4%), três pessoas contaram

sete palavras (6%). As opções com um número maior de respostas foram oito, nove e dez

palavras, com, respectivamente, 34%, 30% e 24% dos informantes.

Figura 17 - Gráfico da sentença (n)

18

Muitos informantes hesitavam ou ficavam em dúvida quanto à segmentação de de repente; alguns, inclusive,

comentavam que não lembravam como essa estrutura era escrita.

2 3

17

15

12

0

10

20

seis sete oito nove dez

Número de palavras x Número de informantes

Page 61: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

61

Trinta e duas pessoas (64%) consideraram o composto guarda-chuva como uma única

palavra. Esse resultado difere dos resultados encontrados para outros compostos do mesmo

exercício. Imaginamos que esse reconhecimento da forma composta se deva à grande

utilização desse termo na fala cotidiana.

Apesar de considerarmos “sala de aula” como uma expressão lexicalizada, recorrente

para os falantes e com um sentido muito fechado, apenas três pessoas apontaram essa

estrutura como uma única palavra. A grande maioria considerou [sala], [de], [aula] como três

átomos sintáticos ou três palavras gráficas.

Exercício 3 do experimento presencial

O terceiro e último exercício do experimento presencial avaliava a identificação de

sílabas portadoras de tonicidade em diferentes tipos de formações morfológicas.

As respostas para este exercício serão apresentadas de acordo com a seguinte

classificação: (i) palavras simples; (ii) palavras com afixos composicionais; (iii) palavras

compostas.19

(i) palavras simples

Esse grupo de palavras foi colocado no exercício para os falantes sentirem segurança e

para não encontrarem dificuldade que associe o teste àqueles feitos como tarefa do período

escolar.

A tabela abaixo reúne todas as palavras simples do exercício e, para cada palavra,

apresentamos a porcentagem referente ao número de informantes que identificaram tal sílaba

como tônica.

19

Na execução do teste, a ordem das palavras foi aleatória.

Page 62: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

62

Quadro 9 – Identificação de tonicidade em palavras simples

Cabe observar que, dentre as respostas para a palavra jabuticaba, três pessoas

apontaram “caba” como sílaba tônica e essas respostas foram contadas como “ca” por se tratar

da mesma vogal nuclear - possivelmente, esses informantes identificaram um pé métrico, e

não uma sílaba; na palavra coronel, uma pessoa respondeu “el” e esse dado foi contado

juntamente às respostas “nel”, também pelo motivo citado anteriormente.

Para as palavras simples, podemos concluir que a maior parte dos falantes identifica a

sílaba portadora do acento primário; quando a resposta é outra, provavelmente está

relacionada com o acento secundário da palavra, como “bu” em jabuticaba.

(ii) palavras com afixos composicionais

Como vimos anteriormente, esses afixos (-inho, -zinho, -mente, -íssimo) são

considerados composicionais porque eles apresentam a estrutura de uma palavra fonológica

independente, formando, portanto, um composto fonológico. Os testes de identificação foram

feitos com duas palavras com vogal média-baixa anterior [ɛ] e duas palavras com vogal

média-baixa posterior [ɔ]. Segue a análise para as quatro palavras testadas:

Palavras Sílabas Informantes Porcentagem

CASA

CA 48 96%

SA 2 4%

DIMENSÃO

DI 3 6%

MEN 4 8%

SÃO 43 86%

JABUTICABA

JA 0 0%

BU 10 20%

TI 4 8%

CA 34 72%

BA 2 4%

CORONEL

CO 0 0%

RO 2 4%

NEL 48 96%

Page 63: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

63

1) bolinha

Figura 18 – Identificação de tonicidade em “bolinha”

Os dados apresentados na tabela correspondem, respectivamente, a 60%, 32% e 8%

dos informantes. Com isso, podemos ver que na sílaba “bo”, classificada como pretônica, os

falantes identificam algum tipo de proeminência. Logo discutiremos o resultado em

comparação com as outras palavras.

2) solzinho

Figura 19 – Identificação de tonicidade em “solzinho”

É importante ressaltar que dois informantes identificaram como sílaba a estrutura

“zinho” e um informante mencionou como sílaba a estrutura “inho”; agrupamos, portanto,

30

16

4

0

5

10

15

20

25

30

35

bo li nha

Sílaba tônica x Número de informantes

26 23

1

0

5

10

15

20

25

30

sol zi nho

Sílaba tônica x Número de informantes

Page 64: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

64

esses dados, mesmo não se tratando de estruturas silábicas, também por se tratarem da mesma

vogal nuclear.

Os dados apresentados na tabela correspondem, respectivamente, a 52%, 46% e 2%

dos informantes. Notamos que, assim como em bolinha, a sílaba considerada pretônica teve

um índice de identificação de proeminência ainda um pouco mais alto do que a sílaba “zi” –

sílaba pertencente ao sufixo autoacentuado -zinho.

3) alegremente

Diante dessa palavra, 2% dos informantes identificaram “a” como sílaba tônica, 24%

dos falantes referiram-se à sílaba tônica como “ale”/“le”, 2% mencionaram a sílaba “gre”,

70% referiram-se à “men”/“mente”/“ente” e 2% falaram “te”.

Notamos que “men” é a opção preferida pelos informantes, mas alguns deles

reconhecem a proeminência existente em “le”- sílaba cabeça do pé [legre], a qual, nos dialetos

do sul do país, possui vogal média-baixa mesmo após o processo de afixação.

4) pobríssimo

Na última palavra com afixo composicional desse exercício, nenhum informante

escolheu a primeira ou a última sílaba, respectivamente, “po” e “mo”, como sílaba tônica.

Apenas um informante (2%) identificou “si” como tônica; os demais informantes

(98% do total) identificaram “bri”, “bris” e “bríssimo” – “sílabas” de mesma vogal nuclear -

como sílaba tônica. Imaginamos que nenhum informante identificou proeminência em “po”,

sílaba com vogal média-baixa na palavra primitiva, devido a esta sílaba estar ao lado da sílaba

acentuada, evitando o choque de acento.

Para as palavras com afixos composicionais, portanto, podemos concluir que, em

metade das palavras, os falantes identificaram as sílabas pertencentes aos sufixos

autoacentuados (-íssimo, -mente); nas outras duas palavras, os informantes identificaram tanto

as sílabas dos sufixos autoacentuados (-inho, -zinho), mas também – e em maior número - a

sílaba com vogal média-baixa após o processo de derivação. De acordo com o que vimos na

seção 2.4.2, essa seria uma possível evidência de que, a partir de sua intuição, os falantes de

uma língua identificam as proeminências relacionadas aos acentos primário e secundário das

palavras fonológicas (cf. Schwindt, 2008; 2013; Quadros e Schwindt, 2008).

Page 65: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

65

(iii) palavras compostas

As palavras compostas utilizadas no teste foram pé de pato, porta-joias e tenente-

coronel. A primeira palavra trata-se de um composto ligado por preposição, que, após o

último acordo ortográfico, é escrito sem o uso de hífens. As outras duas palavras são

compostos formados por duas bases – duas palavras fonológicas –, as quais são separadas por

hífen.

Muitos informantes perguntavam se precisavam identificar só uma ou mais sílabas. A

orientação era de que eles podiam assumir o critério que desejassem, de acordo com a

intuição de falante da língua. Por esse motivo, apresentaremos uma tabela somente com as

respostas de quem identificou apenas uma sílaba tônica no composto. Os demais resultados

serão comentados abaixo.

Palavra Sílabas Informantes/Total Porcentagem

PÉ DE PATO PÉ 35/50 70%

PA 9/50 18%

PORTA-JOIAS

POR 3/50 6%

TA 1/50 2%

JO/JOI/JOIA 40/50 80%

TENENTE-

CORONEL

NEN 6/50 12%

TE 2/50 4%

CO 1/50 2%

RO 1/50 2%

NEL/EL 28/50 56%

Quadro 10 – Identificação de tonicidade em palavras compostas

Para a palavra pé de pato, quarenta e quatro pessoas identificaram só uma sílaba

(conforme vemos no quadro acima). Cinco falantes contaram duas sílabas como tônicas

(sequência de sílabas pé-pa – 10%) e um falante contou três sílabas (sequência de sílabas pé-

de-to – 2%).

Na segunda palavra testada, porta-joias, também quarenta e quatro pessoas

identificaram só uma sílaba tônica. Seis pessoas contaram duas sílabas tônicas em porta-joias

(duas identificaram a sequência ta-joi – 4%; quatro identificaram a sequência por-joi – 8%).

Page 66: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

66

Na palavra tenente-coronel, trinta e oito pessoas identificaram só uma sílaba tônica.

Doze pessoas contaram duas sílabas tônicas em tenente-coronel (nove identificaram a

sequência de sílabas nen-nel – 18%; três pessoas identificaram a sequência te-nel – 6%).

Vemos, a partir dos resultados, que a maior parte dos informantes optou por apontar

apenas uma sílaba tônica para as palavras compostas. Apesar disso, as sílabas consideradas

tônicas para a maior parte dos informantes foram as sílabas acentuadas das palavras

fonológicas. Na palavra tenente-coronel, por exemplo, “nel” teve quarenta ocorrências,

seguido de “nen”, com treze ocorrências.

Isso parece mostrar que as pessoas identificam algum tipo de saliência em ambas as

sílabas portadoras de acento primário, mas, devido a regras aprendidas na escola, tendem a

identificar apenas uma sílaba como tônica, mesmo em palavras compostas.

5.2 Experimento virtual

Exercício 1 do experimento virtual

A primeira questão desse experimento também envolvia uma noção geral a respeito de

palavra. Muitas pessoas, depois de preencherem os campos idade e escolaridade, desistiam do

questionário quando se deparavam com a primeira pergunta. Algumas comentavam que

estavam em dúvida sobre o que responder a respeito do conceito de palavra; inclusive, um

informante demonstrou sua dúvida na resposta dada: “Não consigo achar um conceito para

palavra. Em um contexto de escrita, a palavra parece dar cor ao texto, contribuindo para que

se compreenda a ideia que desejamos passar. (Difícil responder "o que é palavra?")” –

resposta número (200).

As noções recorrentes nas respostas foram: “conjunto de letras”, “algo com

significado” e “uma maneira de expressar algo”. Quantitativamente, podemos ver que:

(i) 62% das pessoas falaram em significado, expressão ou comunicação (155/250) –

exemplos: “é a expressão do pensamento”; “é uma expressão usada para fazer referência a

algo”;

(ii) 52% definiram como conjunto de letras, caracteres ou algo escrito (130/250) – exemplos:

“é uma junção de letras para especificar ou nomear algo”; “é um conjunto de letras”;

Page 67: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

67

(iii) 24% falaram em fonemas, sons ou fala (61/250) – exemplos: “é qualquer som a que

possa ser atribuído um sentido”; “um som que faz sentido completamente dentro ou fora de

um contexto”.

O resultado da soma das porcentagens não tem como resultado 100% porque uma

mesma pessoa pode ter dado uma resposta envolvendo dois ou três desses aspectos (ex. é um

conjunto de letras com um significado).

Algumas respostas ainda apresentaram as noções de “conceito”, “ideia”, “unidade da

língua”. Em uma das respostas, um informante fez uma comparação, afirmando que “uma

palavra está para a língua (no caso, o português), como uma célula está para o organismo” –

resposta número (76).

Novamente, assim como no experimento presencial, a maior parte dos informantes

usou critérios semânticos para a definição de palavra. A ordem estatística dos resultados para

essa questão também permaneceu a mesma do experimento anterior.

Exercício 2

No segundo exercício do questionário online, os informantes precisavam julgar o

encaixamento da palavra “muito” em diversos lugares da sentença e dizer em quais deles a

frase “fazia sentido” para eles.

O experimento era constituído de oito sentenças, sendo que quatro delas apresentavam

expressões idiomáticas e as outras quatro, palavras compostas.

Apresentaremos a seguir as frases usadas no experimento e, após cada uma delas, as

opções com intercalação de “muito” mais escolhidas pelos participantes da pesquisa:

Page 68: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

68

1) Nosso amigo sempre segura vela (231 informantes)

Figura 20 – Gráfico da sentença 1

2) É hora de arregaçar as mangas (232 informantes)

Figura 21 – Gráfico da sentença 2

48

210

109

31

0 50 100 150 200 250

f) Nosso amigo sempre segura vela muito

e) Nosso amigo sempre segura muita vela

b) Nosso muito amigo sempre segura vela

a) Muito nosso amigo sempre segura vela

83

95

217

82

30

0 50 100 150 200 250

g) É hora de arregaçar as mangas muito

f) É hora de arregaçar as muitas mangas

e) É hora de arregaçar muito as mangas

d) É hora de muito arregaçar as mangas

b) É muita hora de arregaçar as mangas

Page 69: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

69

3) O empregado enfiou o pé na jaca (240 informantes)

Figura 22 – Gráfico da sentença 3

4) Ele chutou o balde e desistiu do trabalho (226 informantes)

Figura 23 – Gráfico da sentença 4

Em relação aos idiomatismos, podemos ver que a opção preferida pelos informantes

em todas as frases era a que tinha a inserção de “muito” dentro da expressão idiomática, ao

lado do verbo principal. Em todas as sentenças, essa opção (ex. segurou muita vela) contou

com a preferência de, no mínimo, 75% dos informantes. Isso acontece por essa posição ser

geralmente a posição canônica do advérbio de intensidade, como em Choveu muito ontem ou

Ela estudou muito para a prova.

86

131

214

89

56

0 50 100 150 200 250

h) O empregado enfiou o pé na jaca muito

f) O empregado enfiou o pé muito na jaca

d) O empregado enfiou muito o pé na jaca

c) O empregado muito enfiou o pé na jaca

a) Muito o empregado enfiou o pé na jaca

66

87

116

169

110

93

0 40 80 120 160

h) Ele chutou o balde e desistiu do muito

trabalho

g) Ele chutou o balde e desistiu muito do

trabalho

e) Ele chutou o balde muito e desistiu do

trabalho

c) Ele chutou muito o balde e desistiu do

trabalho

b) Ele muito chutou o balde e desistiu do

trabalho

a) Muito ele chutou o balde e desistiu do

trabalho

Page 70: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

70

Apresentaremos agora as opções mais escolhidas pelos informantes nas frases com

palavras compostas.

5) O guarda-roupa é grande (241 informantes)

Figura 24 – Gráfico da sentença 5

6) O cachorro vira-lata foi atropelado (227 informantes)

Figura 25 – Gráfico da sentença 6

235

46

0 50 100 150 200 250

e) O guarda-roupa é muito grande

c) O guarda muita roupa é grande

74

161

71

43

132

47

0 40 80 120 160

g) O cachorro vira-lata foi atropelado muito

f) O cachorro vira-lata foi muito atropelado

e) O cachorro vira-lata muito foi atropelado

d) O cachorro vira muita lata foi atropelado

c) O cachorro muito vira-lata foi atropelado

a) Muito o cachorro vira-lata foi atropelado

Page 71: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

71

7) Preciso achar o endereço do ferro-velho (241 informantes)

Figura 26 – Gráfico da sentença 7

8) Comer cachorro-quente faz mal à saúde (232 informantes)

Figura 27 – Gráfico da sentença 8

No grupo dos compostos, a atitude dos falantes em relação à intercalação não é tão

facilmente identificável.

Nas quatro sentenças, a opção intercalada mais escolhida pelos falantes, assim como

para as sentenças com idiomatismos, foi a opção em que muito tinha a função de advérbio e

estava logo à direita do verbo (ex. o guarda-roupa é muito grande), com 70 % de aprovação

para o composto “vira-lata” e mais de 90% de preferência para os outros compostos.

72

83

115

231

0 50 100 150 200 250

h) Preciso achar o endereço do ferro-velho muito

g) Preciso achar o endereço do ferro muito velho

c) Preciso achar muito o endereço do ferro-velho

b) Preciso muito achar o endereço do ferro-velho

39

37

189

66

108

218

39

0 50 100 150 200 250

h) Comer cachorro-quente faz mal à saúde muito

g) Comer cachorro-quente faz mal à muita saúde

e) Comer cachorro-quente faz muito mal à saúde

d) Comer cachorro-quente muito faz mal à saúde

c) Comer cachorro muito quente faz mal à saúde

b) Comer muito cachorro-quente faz mal à saúde

a) Muito comer cachorro-quente faz mal à saúde

Page 72: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

72

Quanto à opção com intercalação no interior do composto (ex. cachorro-muito-

quente), fizemos um ranking de preferência dentro de cada sentença, de onde temos a

seguinte constatação20

:

(i) a opção “vira-muita-lata” foi a 6ª mais escolhida entre sete opções – 18,9% de aceitação

dos informantes;

(ii) a opção “guarda-muita-roupa” foi a 2ª mais escolhida entre seis opções – 19,0% de

aceitação dos informantes;

(iii) a opção “ferro-muito-velho” foi a 3ª mais escolhida entre oito opções – 34,4% de

aceitação dos informantes;

(iv) a opção “cachorro-muito-quente” foi a 3ª mais escolhida entre oito opções – 46,5% de

aceitação dos informantes.

Em geral, os falantes parecem preservar a estrutura do composto. Os casos que

ignoram a propriedade de “não separabilidade” e aceitam uma estrutura como cachorro-

muito-quente nos causam estranhamento, mas parecem ser usados apenas em situações muito

específicas. Essa ruptura do composto, no entanto, dá indícios de ser apenas "aparente", já

que em geral está em jogo alguma reestruturação promovida pelo falante, que pode ser de

ordem estrutural ou pragmático-discursiva.

Possivelmente, a estrutura de cachorro-muito-quente pode ter tido uma aceitação tão

grande porque, por muitas vezes, o composto cachorro-quente é chamado apenas pelo nome

cachorro referindo-se ao objeto; dessa forma, a frase seria entendida como um cachorro-

quente muito quente.

Imaginamos, então, que aqueles informantes que não preservaram a estrutura da

palavra composta, provavelmente não usariam uma sentença desse tipo em situações

cotidianas; essa frase pode ter sido aceita caso o falante tenha considerado o caso de situações

específicas, como causa de humor ou ironia, envolvendo, portanto, pragmática, e não

morfologia. Encontramos esse mesmo resultado na etapa prévia do trabalho, apresentada por

Ulrich (2011) no XXVIII Salão de Iniciação Científica da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul.

Todos os resultados apresentados para ambos os experimentos nos mostram a

diversidade de propriedades linguísticas usadas pelos informantes, o que parece comprovar a

complexidade existente na conceituação do termo palavra.

20

Cabe observar que as opções com compostos com estrutura S-Adj têm os índices mais altos de aceitação de

intercalação de elementos, enquanto aqueles com estrutura V-S parecem ser mais resistentes ao processo.

Page 73: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

73

6 CONCLUSÕES

A partir dos resultados apresentados, concluímos que, em relação à primeira questão -

definição de palavra, tanto os participantes do experimento presencial quanto os do virtual

utilizaram, na maior parte das respostas, critérios semânticos, definindo palavra como uma

forma de expressão que relaciona algo a algum significado.

Critérios estruturais ligados às noções da língua escrita também se mostraram muito

relevantes na conceituação do termo; um número considerável de informantes caracterizou

palavra como um conjunto de letras. A oralidade, porém, ficou em segundo plano e foi pouco

lembrada no momento da definição do termo.

Já no momento de identificação de palavras em um contínuo de fala, os informantes

baseiam-se mais em critérios gráficos, seguidos de noções fonológicas. Alguns participantes

da pesquisa tentavam contar o número de palavras gráficas, mas o ritmo de fala ou o

desconhecimento do sistema gráfico, por vezes, provocava deslizes na contagem.

A alternância nos resultados motivou-se, principalmente, por dois motivos: (i) o fato

de o clítico ser uma forma não acentuada e ancorar-se a um hospedeiro, o que era considerado

como duas palavras para os que adotaram critérios gráficos e apenas uma para os que

adotaram critérios fonológicos; (ii) o fato de a palavra composta ser formada por duas raízes

ou duas palavras fonológicas, mas ser uma única palavra gráfica ou morfossintática.

Em relação à identificação de sílabas portadoras de tonicidade, percebemos fortemente

a influência do conhecimento fonológico implícito que os falantes de uma língua apresentam.

Apesar de os participantes desconhecerem termos como “palavra fonológica”, “acento

primário” ou “acento secundário”, a maior parte das respostas aponta para essas noções

fonológicas. A intuição fonológica faz com que os falantes de uma língua reconheçam

diferentes tipos de proeminências no contínuo de fala.

A respeito da intercalação de outras estruturas no interior de idiomatismos e

compostos, concluímos que os idiomatismos podem receber esse encaixamento em sua

estrutura e o advérbio permanece na sua posição canônica – à direita do verbo principal da

oração. Nas frases com compostos, a posição canônica ainda é a mais recorrente e pelo menos

um quarto do número de informantes aceita também ocorrências com o advérbio ou adjetivo

no interior da palavra composta, violando a propriedade de não separabilidade das palavras.

Essas formações, porém, parecem ser utilizadas apenas em contextos muito específicos para

Page 74: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

74

atender demandas que extrapolam a constituição formal do vocábulo, possivelmente

demandas relacionadas ao uso, de caráter pragmático.

A análise que empreendemos nesta pesquisa, esperamos, deve contribuir para a ideia

de que a identificação do objeto palavra, nos diferentes níveis de análise, está na dependência

da competência linguística ou do conhecimento internalizado que os falantes têm de sua

língua. É fazendo uso desse conhecimento que lançam mão de critérios de diferentes

naturezas e os hierarquizam, a fim de organizar os constituintes da linguagem, responsáveis

pela comunicação.

Page 75: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

75

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Page 78: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

78

8 ANEXOS

8.1 EXPERIMENTO PRESENCIAL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Eu, Camila Witt Ulrich, responsável pela pesquisa “Consciência sobre palavridade em

português brasileiro”, estou escrevendo meu Trabalho de Conclusão de Curso e pretendo

investigar o juízo dos falantes de português brasileiro em relação à palavridade, ou seja,

quero descrever quais critérios são utilizados para estabelecer os limites entre uma palavra e

outra.

Para o cumprimento deste objetivo, necessito de falantes nativos de português

brasileiro que estejam dispostos a responder oralmente a uma questão aberta e dois exercícios

de percepção.

Durante o processo de gravação das respostas, o informante ficará frente a um

computador, onde serão projetadas as questões. Ele deve responder as questões verbalmente e

suas respostas serão gravadas para um simples armazenamento de dados da pesquisadora.

Dúvidas poderão ser esclarecidas em qualquer etapa do procedimento.

Importante: nenhum dado biográfico (nome, idade,...) será revelado no trabalho. As

respostas serão usadas para publicações e apresentações em eventos, não havendo nenhum

tipo de identificação dos voluntários. Todos os informantes terão suas respostas agrupadas de

acordo com suas idades e seus respectivos graus de escolaridade.

“Eu, _______________________________________________________, após a leitura deste

documento, acredito estar suficientemente informado, ficando claro para mim que minha

participação é voluntária e que posso retirar este consentimento a qualquer momento sem

penalidades ou perda de qualquer benefício. Estou ciente também dos objetivos da pesquisa,

dos procedimentos aos quais serei submetido e da garantia de confidencialidade e

esclarecimentos sempre que desejar. Diante do exposto expresso minha concordância de

espontânea vontade em participar deste estudo.”

________________________________________________

Assinatura do voluntário

Considerando que o experimento só é aplicado após consentimento livre e esclarecido dos

informantes, declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste voluntário para a participação neste estudo.

Camila Witt Ulrich - PIBIC UFRGS/CNPq

Rua Padre Reus, 130 – Alvorada/RS

(51)84045942

[email protected]

Page 79: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

79

Corpus – Experimento presencial

Número do

Informante

Sexo Idade Escolaridade Curso Superior

1 F 34 Ens. Médio -

2 M 23 Sup. Inc. Eng. Produção

3 F 32 Ens. Médio -

4 F 38 Superior História

5 F 39 Superior Comunicação

social

6 F 35 Sup. Inc. Comunicação

social

7 M 27 Superior Teologia

8 F 23 Superior Design

9 F 19 Sup. Inc. Química Industrial

10 F 23 Sup. Inc. Enfermagem

11 M 25 Superior Administração

12 M 34 Sup. Inc. Musica

13 M 23 Sup. Inc. Ed. Física

14 F 22 Superior Administração

15 F 9 Fund. Inc. -

16 F 32 Sup. Inc. Administração

17 M 18 Sup. Inc. Eng. Produção

18 F 32 Superior Química

19 M 49 Superior Contábeis

20 F 21 Sup. Inc. Engenharia Civil

21 M 37 Superior Ed. Física

22 F 33 Sup. Inc. Administração

23 F 21 E. Médio

24 F 28 Superior Pedagogia

25 M 19 Fund. Inc. -

26 F 51 Superior Matemática

27 F 48 Fund. Comp. -

Page 80: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

80

28 F 47 Médio Comp. -

29 F 25 Sup. Inc. Enfermagem

30 F 27 Ens. Médio Magistério

31 F 27 Superior Terapia

Ocupacional

32 M 49 Fund. -

33 M 30 Superior Administração

34 F 43 Médio Comp. -

35 F 43 Superior Historia

36 M 52 Sup. Inc. Matemática

37 F 20 E Médio

38 F 21 Sup. Inc. Marketing

39 F 22 Sup. Inc. Administração

40 M 22 Sup. Inc. Informática

41 F 31 Superior Pedagogia

42 F 19 Sup. Inc. Pedagogia

43 F 42 Superior Pedagogia

44 M 17 Ens. Méd.Inc. -

45 F 17 Ens. Méd.Inc. -

46 F 17 Ens. Méd.Inc. -

47 M 17 Ens. Méd.Inc. -

48 M 17 Ens. Méd.Inc. -

49 F 40 Ens. Méd.. Magistério

50 F 42 Ens. Médio -

Page 81: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

81

Respostas para a questão “O que é uma palavra?” – Experimento presencial

1. Um conjunto de letras.

2. É algo dito.

3. Palavra são letras que, unidas, formam o significado de alguma coisa.

4. É a forma encontrada pra verbalizar os sentimentos.

5. É um conjunto de letras com um sentido.

6. É um conjunto de letras que formam sílabas.

7. O resultado de organização de letras.

8. É algo que pode ser escrito ou falado que representa outra coisa.

9. É um conjunto de letras com algum significado.

10. É um conjunto de letras que formam um som que faz com que as pessoas se comuniquem.

11. Uma palavra, pra mim, é um conjunto de letras.

12. É um conjunto de letras e sílabas que têm algum significado conjunto.

13. É uma ou um conjunto de sílabas que tem um sentido.

14. É uma coisa que expressa o que tu quer dizer.

15. Ela significa alguma coisa e é formada de letras que significam alguma coisa também.

16. É um conjunto de letras.

17. É um conjunto de letras que formam algum som ou algum significado.

18. No meu ver, é um conjunto de sílabas.

19. É um conjunto de letras que significam algo.

20. É um conjunto de letras que significa alguma coisa.

21. É significado.

22. É uma forma de se expressar e interagir. Com ela, a gente pode escrever várias frases.

23. É um sentido, é o que tu sente.

24. É uma coisa do nosso cotidiano.

25. É o que a gente fala.

26. Uma expressão oral.

27. É algo que tu quer expressar alguma coisa.

28. Pode dar sentido a algum objeto, alguma paisagem, alguma coisa assim.

29. É todo conjunto silábico que tem algum significado.

30. É a junção de letras, que dão sentido ao que a gente quer dizer.

31. É aquilo que dá sentido ou que exprime o conceito de alguma coisa; é o que nomeia e dá sentido a alguma

coisa.

32. É formada por letras e por sílabas.

33. É uma junção de letras e sílabas.

34. É pra dar significado a alguma coisa.

35. É um conjunto de letras ou um conjunto de sons.

36. É uma forma de comunicação.

37. É a identificação de alguma coisa.

38. Uma palavra é uma junção de letras, de sílabas.

39. Um conjunto de letras.

40. É a expressão de uma ideia.

41. É uma associação onde eu vou colocar as consoantes e as vogais, formando sílabas, e, assim, as palavras.

42. É um termo que usamos para definir objetos ou outras coisas.

43. É algo que expressa algum objeto, algum sentimento, expressa alguma coisa a alguém.

44. Uma junção de letras.

45. Conjunto que pode formar uma frase.

46. É uma coisa que todo mundo fala todos os dias.

47. Um conjunto de letras que nomeiam alguma coisa, algum ser ou algum objeto.

48. É uma expressão.

49. Uma palavra é... BAH! É tudo. Tudo são palavras.

50. É uma expressão.

Page 82: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

82

Respostas para a questão de contagem de palavras a partir de arquivos de áudio –

Experimento presencial

1)

1*. Amédica/ levou/ tudo/ aopé/ daletra/ – 5

2. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

3. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letras – 8

4. A/ médica/ levou/ tudo/ aopé/ daletra/ - 6

5. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

6. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

7*. médica/ levou/ tudo/ pé/ daletra - 5

8. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

9. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pédaletra/ - 6

10. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

11. Amédica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 7

12. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

13. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

14. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

15. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

16. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

17. Médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra - 7

18. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ daletra/ - 7

19. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

20. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

21. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

22. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

23. Amédica/ levou/ tudo/ aopé/ daletra – 5

24. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

25. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

26. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

27. A/ médica/ levou/ tudo/ aopé/ da/ letra/ - 7

28. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

29. Médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 7

30. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

31. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

32. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

33. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

34. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

35. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

36. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

37. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

38. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

39. Amédica/ levou/ tudo/ aopé/ daletra/ - 5

40. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

41. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

42. Amédica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 7

43. Amédica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 7

44. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

45. Amédica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 7

46. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

47. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

48. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

Page 83: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

83

49. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

50. A/ médica/ levou/ tudo/ ao/ pé/ da/ letra/ - 8

2)

1. Oalto/ falante/ docarro/ ésuper/ potente/ – 5

2. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

3. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

4. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

5. Oalto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

6. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

7*. alto-falante/ carro/ super/ potente/ - 4

8. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ superpotente/ - 6

9. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

10. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

11. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

12. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

13. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

14. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

15. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

16. Oalto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

17. Alto/ falante/ carro/ super/ potente – 5

18. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

19. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

20. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

21. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

22. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

23. O/ alto/ falante/ docarro/ é/ super/ potente/ - 7

24. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

25. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

26. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

27. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

28. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

29. alto/ falante/ do/ carro/ super/ potente/ - 6

30. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

31. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

32. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

33. O/ alto-falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

34. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

35. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

36. Oalto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

37. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

38. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

39. Oalto/ falante/ docarro/ ésuper/ potente – 5

40. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

41. Oalto/ falante/ docarro/ ésuper/ potente – 5

42. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

43. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

44. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

45. Oalto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 7

46. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

47. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

48. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

49. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

Page 84: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

84

50. O/ alto/ falante/ do/ carro/ é/ super/ potente/ - 8

3)

1. Aquele/ menino/ correu/ decasaco/ preto/ – 5

2. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

3. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

4. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

5. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

6. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

7*. Aquele/ menino/ correu/ casaco/ preto/ - 5

8. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

9. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

10. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

11. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

12. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

13. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

14. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

15. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

16. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

17. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

18. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

19. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

20. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

21. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

22. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

23. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

24. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

25. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

26. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

27. Aquele/ menino/ correu/ decasaco/ preto/ - 5

28. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

29. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

30. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

31. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

32. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

33. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

34. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

35. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

36. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

37. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

38. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

39. Aquele/ menino/ correu/ decasaco/ preto/ - 5

40. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

41. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

42. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

43. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

44. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

45. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

46. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

47. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

48. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

49. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

50. Aquele/ menino/ correu/ de/ casaco/ preto/ - 6

Page 85: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

85

4)

1. Eles/ irão/ aoparque/ apé/ novamente/ – 5

2. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

3. Eles/ irão/ ao/ parque/ a pé novamente/ - 7

4. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé novamente/ - 6

5. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

6. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

7. Eles/ irão/ aoparque/ apé/ novamente - 5

8. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

9. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

10. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

11. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

12. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

13. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

14. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

15. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

16. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

17. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

18. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

19. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

20. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

21. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

22. Eles/ irão/ aoparque/ apé/ novamente – 5

23. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé nova/ mente – 7

24. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

25. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

26. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ nova/ mente – 8

27. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

28. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

29. Eles/ irão/ ao/ parque/ pé/ novamente – 6

30. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

31. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

32. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

33. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

34. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

35. Eles/ irão/ ao/ parque/ novamente – 5

36. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

37. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

38. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

39. Eles/ irão/ aoparque/ apé/ novamente – 5

40. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

41. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

42. Eles/ irão/ aoparque/ a/ pé/ novamente – 6

43. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

44. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

45. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

46. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

47. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

48. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

49. Eles/ irão/ ao/ parque/ apé/ novamente – 6

50. Eles/ irão/ ao/ parque/ a/ pé/ novamente – 7

Page 86: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

86

5)

1. Eles/ estão/ nacidade/ desde/ segunda-feira/ – 5

2. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

3. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

4. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

5. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

6. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

7. Eles/ estão/ cidade/ desde/ segunda-feira - 5

8. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

9. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

10. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

11. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

12. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

13. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

14. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

15. Eles/ estão/ na/ cidade/ des/ de/ segunda-feira/ - 7

16. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

17. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

18. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

19. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

20. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

21. Eles/ estão/ nacidade/ desde/ segunda-feira/ - 5

22. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

23. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

24. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

25. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

26. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

27. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

28. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

29. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

30. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

31. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

32. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

33. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

34. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

35. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

36. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

37. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

38. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

39. Eles/ estão/ nacidade/ desde/ segunda/ feira/ - 6

40. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

41. Eles/ estão/ nacidade/ des/ de/ segunda/ feira/ - 7

42. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

43. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

44. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

45. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

46. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

47. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

48. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

49. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda/ feira/ - 7

50. Eles/ estão/ na/ cidade/ desde/ segunda-feira/ - 6

Page 87: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

87

6)

1. Apré/ estreia/ dofilme/ foi/ umsucesso/ – 5

2. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

3. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

4. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

5. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

6. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

7. pré-estreia/ filme/ foi/ sucesso - 4

8. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

9. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

10. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

11. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

12. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

13. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

14. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

15. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

16. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

17. Pré-estreia/ filme/ foi/ um/ sucesso – 5

18. A/ pré-estreia/ dofilme/ foi/ um/ sucesso/ - 6

19. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

20. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

21*. A/ pré-estreia/ dofilme/ foi/ um/ sucesso/ - 6

22. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

23. A/ pré/ estreia/ dofilme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

24. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

25. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

26. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

27. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

28. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

29. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

30. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

31. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

32. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

33. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

34. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

35. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

36. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

37. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

38. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

39. Apré/ estreia/ dofilme/ foi/ umsucesso/ - 5

40. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

41. Apré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

42. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

43. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

44. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

45. A/ pré-estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 7

46. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

47. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

48. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

49. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ um/ sucesso/ - 8

50. A/ pré/ estreia/ do/ filme/ foi/ umsucesso/ - 7

Page 88: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

88

7)

1. Eles/ com/ certeza/ vão/ aofestival/ detalentos/ – 6

2. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

3. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

4. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

5. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

6. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

7. Eles/ comcerteza/ vão/ festival/ talentos - 5

8. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

9. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

10. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

11. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

12. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

13. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

14. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

15. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

16. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

17. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao festival/ detalentos – 7

18. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

19. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

20. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

21. Eles/ com/ certeza/ vãoao/ festival/ de/ talentos/ - 7

22. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

23. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

24. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

25. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

26. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

27. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

28. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

29. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

30. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

31. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

32. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

33. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

34. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

35. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

36. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

37. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

38. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

39. Eles/ comcerteza/ vão/ aofestival/ detalentos/ - 5

40. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

41. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ detalentos/ - 7

42. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ detalentos/ - 7

43. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

44. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

45. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

46. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

47. Eles/ comcerteza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 7

48. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

49. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

50. Eles/ com/ certeza/ vão/ ao/ festival/ de/ talentos/ - 8

Page 89: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

89

8)

1. Esse/ doce/ efeito/ decana/ deaçúcar/ – 5

2. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

3. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

4. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

5. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

6. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

7. Esse/ doce/ feito/ cana-de-açúcar - 4

8. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

9. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

10. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

11. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

12. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

13. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

14. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

15. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

16. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

17. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

18. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

19. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

20. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

21. Esse/ doce/ efeito/ decana/ deaçúcar/ - 5

22. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

23. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

24. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

25. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

26. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

27. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de-açúcar/ - 7

28. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

29. Esse/ doce/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

30. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

31. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

32. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

33. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

34. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

35. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

36. Esse/ doce/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

37. Esse/ doce/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

38. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

39. Esse/ doce/ éfeito/ decana/ deaçúcar/ - 5

40. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

41. Esse/ doce/ éfeito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 7

42. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

43. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

44. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

45. Esse/ doce/ feito/ de/ cana/ de-açúcar/ - 7

46. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

47. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

48. Esse/ doce/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

49. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana/ de/ açúcar/ - 8

50. Esse/ doce/ é/ feito/ de/ cana-de-açúcar/ - 6

Page 90: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

90

9)

1. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

2. Aquele/ menino/ correu/ de/ vagar/ - 5

3. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

4. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

5. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

6. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

7. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

8. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

9. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

10. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

11. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

12. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

13. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

14. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

15. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

16. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

17. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

18. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

19. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

20. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

21. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

22. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

23. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

24. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

25. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

26. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

27. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

28. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

29. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

30. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

31. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

32. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

33. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

34. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

35. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

36. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

37. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

38. Aquele/ menino/ correu/ de/ vagar/ - 5

39. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

40. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

41. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

42. Aquele/ menino/ correu/ de/ vagar/ - 5

42. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

43. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

44. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

45. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

46. Aquele/ menino/ correu/ de/ vagar/ - 5

47. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

48. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

49. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

50. Aquele/ menino/ correu/ devagar/ - 4

Page 91: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

91

10)

1. Omenino/ bateu/ asbotas/ semana/ passada/ – 5

2. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

3. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

4. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

5. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

6. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

7. Menino/ bateu/ asbotas/ semana/ passada – 5

8. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

9. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

10. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

11. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

12. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

13. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

14. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

15. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

16. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

17. O/ menino/ bateu/ asbotas/ semana/ passada/ - 6

18. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

19. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

20. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

21. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

22. Omenino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 6

23. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

24. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

25. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

26. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

27. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

28. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

29. menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 6

30. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

31. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

32. O/ menino/ bateu/ asbotas/ semana/ passada/ - 6

33. Omenino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 6

34. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

35. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

36. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

37. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

38. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

39. Omenino/ bateu/ asbotas/ semana/ passada/ - 5

40. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

41. Omenino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 6

42. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

43. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

44. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

45. Omenino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 6

46. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

47. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

48. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

49. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

50. O/ menino/ bateu/ as/ botas/ semana/ passada/ - 7

Page 92: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

92

11)

1. Otestezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 4

2. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

3. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

4. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

5. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

6. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

7. Testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 4

8. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

9. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

10. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

11. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

12. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

13. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

14. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

15. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

16. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

17. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

18. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

19. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

20. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

21. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

22. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

23. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

24. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

25. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

26. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

27. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

28. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

29. testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 4

30. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

31. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

32. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

33. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

34. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

35. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

36. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

37. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

38. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

39. Otestezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 4

40. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

41. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

42. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

43. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

44. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

45. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

46. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

47. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

48. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

49. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

50. O/ testezinho/ vale/ dezesseis/ pontos/ - 5

Page 93: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

93

12)

1. Com/ alavagem/ cerebral/ ele/ tem/ umanova/ mente/ - 7

2. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

3. Com/ alavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 8

4. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

5. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

6. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

7. Lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ nova/ mente/ - 6

8. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

9. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

10. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

11. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

12. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

13. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

14. Com/ alavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 8

15. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

16. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

17. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

18. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

19. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

20. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

21. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

22. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ eletem/ uma/ nova/ mente/ - 8

23. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

24. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

25. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

26. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ umanova/ mente/ - 8

27. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

28. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

29. Com/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 8

30. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

31. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

32. Com/ alavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 8

33. Com/ alavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 8

34. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

35. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

36. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

37. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

38. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

39. Comalavagem/ cerebral/ eletem/ umanova/ mente/ - 5

40. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

41. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

42. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

43. Com/ alavagem/ cerebral/ eletem/ uma/ nova/ mente/ - 7

44. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

45. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

46. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

47. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

48. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

49. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

50. Com/ a/ lavagem/ cerebral/ ele/ tem/ uma/ nova/ mente/ - 9

Page 94: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

94

13)

1. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

2. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

3. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

4. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

5. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

6. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

7. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

8. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

9. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

10. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

11. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

12. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

13. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

14. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

15. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

16. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

17. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

18. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

19. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

20. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

21. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

22. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

23. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

24. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

25. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

26. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

27. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

28. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

29. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

30. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

31. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

32. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

33. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

34. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

35. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

36. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4*

37. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

38. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

39. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

40. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

41. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

42. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

43. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

44. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5*

45. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

46. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

47. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

48. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

49. Aquele/ menino/ correu/ derepente/ - 4

50. Aquele/ menino/ correu/ de/ repente/ - 5

Page 95: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

95

14)

1. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala-de-aula/ - 6

2. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

3. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 9

4. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 9

5. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

6. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

7. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ deaula/ - 7

8. Sempre/ levo/ o/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

9. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 9

10. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

11. Sempre/ levo/ o/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 10

12. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

13. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

14. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

15. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

16. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 9

17. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

18. Sempre/ levo/ o/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 10

19. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

20. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

21. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

22. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

23. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ pra/ sala-de-aula – 6

24. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

25. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

26. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

27. Sempre/ levo/ o/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ deaula/ - 9

28. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

29. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

30. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

31. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

32. Sempre/ levo/ omeu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

33. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

34. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

35. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

36. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 9

37. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

38. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ deaula/ - 7

39. Sempre/ levo/ meuguarda-chuva/ para/ saladeaula/ - 5 ?

40. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

41. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 9

42. Sempre/ levo/ o/ meu/ guarda-chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

43. Sempre/ levo/ meuguardachuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 7

44. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

45. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ sala/ deaula/ - 8

46. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

47. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

48. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

49. Sempre/ levo/ meu/ guarda/ chuva/ para/ a/ sala/ de/ aula/ - 10

50. Sempre/ levo/ meu/ guarda-chuva/ para/ sala/ de/ aula/ - 8

Page 96: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

96

8.2 EXPERIMENTO VIRTUAL

Respostas para a questão “O que é uma palavra?” – Experimento virtual

1. Palavra é um meio de expressar o que queremos pela escrita.

2. conjunto de letras

3. é um símbolo

4. É um conjunto de letras/caracteres que tem algum tipo de significado em relação a outros conjuntos no

contexto de uma língua ou comunidade linguística.

5. Palavras são formas representacionais do pensar, fazer e realizar do ser humano. Uma formalização da

comunicação.

6. A união de letras formando algum sentido.

7. Algo que caracterize algo, objeto.

8. Um conjunto de letras.

9. termo que serve para denominar pessoas,animais,objetos...

10. Um termo que expressa um significado.

11. É uma unidade da língua.

12. Palavra é aquilo que expressa o significado de uma coisa ou algo.

13. conjunto de caracteres separado dos anteriores e posteriores por espaço. se fizer sentido, melhor ainda.

14. Palavra pode ter muitos significados, porém é difícil precisar o que significa uma "palavra", pode ser parte

de uma frase não terminada, um pensamento dito em voz alta, o início de uma conversa, um Agradecimento,

uma simples expressão do humor da pessoa, entre muitas outras coisas...

15. Uma unidade fono-morfo-sintática

16. Conjunto de letras, ou sons de alguma língua, dependente do conjunto

17. É uma unidade morfológica com sentido

18. É uma designação para significado de algo concreto ou inconcreto.

19. Conjunto de símbolos, que da sentido a um objeto ou sentimento, que serve para a comunicação entre seres

da mesma raça.

20. é a expressão do pensamento

21. Palavra é uma expressão usada para fazer referência a algo.

22. Um conjunto de letras que formam um sentido (para as línguas orais-auditivas, não para as línguas espaço-

visuais).

23. De modo leigo, e graficamente, palavra pode ser o conjunto de caracteres separados por espaços brancos em

uma folha de papel. Para um linguista, a palavra pode ter várias definições. Na fonologia, palavra é a sequência

sonoro que recebe pelo menos um acento primário. Para algumas teorias morfológicas e sintáticas, é um

segmento que recebe pelo menos um nível de categorização. Acredito que a junção desses dois critérios leva a

uma definição razoável de palavra.

24. Um(a) ou mais letras/sons que signifiquem alguma coisa em uma determinada língua.

25. Depende. O conceito de palavra varia dependendo do campo a partir do qual se olha. Por isso, depende.

26. É uma unidade linguística, signo verbal portador de um significante e de um significado. Difere-se do

morfema por sua independência estrutural e semântica.

27. depende do ponto de vista.

28. Uma unidade,com ou sem significado, delimitada por um inicio e um fim.

29. É um conjunto de letras que juntos formam algo que faz sentido.

30. É um significante que possui um significado anterior, ao qual se refere.

31. Na escrita, a junção de letras entre dois espaços vazios. Na fala, eu acho que é o que é dito entre dois

intervalos de "fala". E tem mais uma definição que eu não lembro.

32. Modo de comunicação.

33. Conjunto de letras com algum significado

34. Descreve ideias e sentimentos.

35. um aglomerado de letras que expressão uma ideia ou coisa.

36. interação com o mundo

37. Uma ou mais letras que formam uma expressão (artigo, substantivo, verbo, etc)

38. Palavra é o que está escrito entre dois espaços em branco.

39. e algo que da significado a uma coisa

40. É a forma de expressar nossos afetos, e quando digo afetos, no sentido amplo, de tudo aquilo que nos afeta.

41. Um conjunto de sílabas que, independente de outros conjuntos, tem por si só um significado.

42. Palavras são símbolos arbitrários que denominam objetos, conceitos, sentimentos.

Page 97: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

97

43. É um conceito, uma ideia.

44. Um conjunto de letras.

45. termo escrito e fonético para expressar uma ação, uma ideia, objeto, sentimento, etc; ou que conecta estes

termos.

46. A definição de um objeto, lugar ou atitude

47. Junção de letras

48. conjunto de letras que juntas tem algum significado

49. Palavra é um elemento linguístico dotado de sentido, que se manifesta por meio da fala e da escrita, e é

utilizado para conceituar elementos do mundo.

50. qualquer conjunto silábico que tenha algum significado conhecido na língua portuguesa. Por exemplo: "oi" é

uma palavra de uma só sílaba, que é uma interjeição de cumprimento. Mas "ua" é apenas um conjunto de letras,

sem significado nenhum, então eu não considero uma palavra.

51. dormir

52. palavra é qualquer som a que possa ser atribuído um sentido.

53. Unidade mínima de significação (de uma língua).

54. Um som que faz sentido completamente dentro ou fora de um contexto.

55. É um conjunto de vogais e consoantes que reproduzem um som que dá significado às coisas.

56. Palavra é uma junção de letras que unidas trazem algum significado.

57. É uma unidade de significado. Diversas definições são possíveis, como por exemplo defini-la como o que

está entre dois espaçõs na escrita, ou uma unidade com um acento próprio.

58. A palavra é um conjunto de letras ou sons. Juntas dão o significado a alguma coisa, ou expressam um

pensamento humano.

59. -

60. É um conjunto de letras que formam um conjunto rçrç

61. Pensamento expressado!

62. conjunto de letras, que expressam um som e juntas tem significado.

63. É um conjunto de sons e letras que transmite um significado pré estabelecido.

64. Conjunto de letras ou sons.

65. É uma representação arbitrária de um conceito abstrato.

66. Um morfema, ou conjunto de morfemas, relacionado a algum significado.

67. Conjunto de letras ordenadas ao qual comumente pode-se associar a um objeto, sentimento, etc

68. um conjunto de letras com algum significado

69. Um conjunto de letras (quando escrita) ou fonemas (quando dita) com um significado.

70. Um conjunto de letras

71. Palavra são conceitos que rotulam coisas.

72. É algo que identifica e ordena pensamentos para que estes façam sentido, transformando um conhecimento

previamente adquirido em uma mensagem.

73. É um conjunto de letras ou sons que tem um significado.

74. É o que usamos para definir algo ou alguma ação, formar frases e responder questionários. =)

75. Expressão escrita de um pensamento ou imagem / imaginação

76. Conjunto de letras/sons que fazem algum sentido dentro de uma língua.

77. É uma das formas utilizada para comunicação.

78. informação

79. Modo de expressar algo através da escrita de forma breve.

80. Conjunto de letras que, quando interpretadas em conjunto, possuem um significado.

81. Sequência de letras que levam a um significado. Sons emitidos que formam um outro som com algum

significado.

82. É uma forma de expressão

83. Menor unidade de linguagem oral ou escrita. Esta para o português com uma célula para um organismo.

84. É o conjunto de letras.

85. Sinceridade, ser sincero com a pessoa

86. É uma unidade, que pode ou não ter sentido isolado, que forma novos sentidos a partir da combinação em

frases.

87. Algo que diz tudo em um minuto!!! Expressa o que vc sente no momento

88. letras agrupadas.

89. Maneira de escrita, construção de frase, fala, conjunto de letras.

90. Conjunto de letras com algum significado.

91. Um significado

92. é um conjunto de letras ou símbolos, que combinados entre si, expressam um significado.

93. SIMBOLO, USADA PARA REPRESENTAR O PENSAMENTO

Page 98: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

98

94. Uma forma de expressão

95. junção de letras que tem significado expresso em sua união por sequência

96. Palavra é uma forma de comunicação entre as pessoas

97. Palavra é o que denomina tudo ao nosso redor, através dela temos a comunicação.

98. De forma bem abstrata, podemos dizer que a palavra é um conjunto de letras/sons da língua que remete a

determinado conceito. Entretanto, a palavra só existe e significa quando concretizada no uso. Seu sentido

depende da realidade na qual ela é produzida, e seu "conteúdo" será único em cada enunciado.

99. União de letras para dar um sentido ou nome para algo existente.

100. Algo que pode ou não ter significado, marcado pelo limite de espaços em branco. Palavra é o termo mais

genérico para descrever as representações gráficas de uma língua.

101. Um conjunto de letras

102. É um conjunto de letras, dentre elas, vogais e consoantes.

103. Conjunto de letras ou sons que exprimem um sentido.

104. Definição de um ato ou objeto usada para se expressar e se comunicar.

105. Algo que expresse uma ideia, completa ou não.

106. um conjunto de letras

107. uma forma de expressão

108. Palavra é a união de letras, que juntas formam uma palavra.

109. Grupo de letras usadas para expressar uma ideia

110. é o meioi pelo qual nos comunicamos com a sociedade onde nos inserimos através da escrita e da fala.

111. É um conjunto de letras que expressam algo.

112. Ortograficamente, palavra é o que escrevemos entre dois espaços. Porém uma definição mais abstrata do

que seria uma palavra é muita vaga, pois temos as que ligam significante e significado mas temos também as

palavras funcionais e fonológicas...

113. Aglomerado de letras, que tem um significado, uma importância, uma definição.

114. Unidade com significado definida por espaços em branco. (palavra ortográfica)

115. vocábulo que dá nome às coisas (objetos, sentimentos, etc...)

116. um átomo sintático

117. Palavra é a aglutinação de signos que formam fonemas assumem significados diversos no imaginário do

indivíduo a partir dos correspondentes sociais.

118. É o meio utilizado para comunicação, dentro outros meios existentes.

119. palavra são letras que façam sentido para um grupo de pessoas

120. Uma forma de expressar alguma coisa, seja tangível ou não.

121. Uma unidade de significado convencionada para fins comunicativos.

122. letras

123. algo com um significado

124. é a junção de letras que formam algum significado

125. Uma ou mais letras agregadas que na sua ordem escrita ou falada trazem consigo um sentido, um

significado.

126. Uma letra ou um conjunto de letras que dão nome à tudo o que existe (objetos, ações, nomes, coisas reais,

coisas fictícias, etc.), facilitando muito a comunicação entre os seres humanos.

127. Conjunto de letras e sílabas para que possamos formar sons e nos comunicarmos com outras pessoas

128. É uma junção de letras e sons emitidos, formando sílabas, com propósito de definir algo.

129. Conjunto de letras que possui significado.

130. É uma forma de representar o pensamento das pessoas.

131. palavra é uma parte da estrutura frasal que compreende algum significado

132. Letras que juntas dao um nome a alguma coisa ou sentimento.

133. Um conceito

134. A representação de algo através do som e/ou imagem (no caso da palavra escrita).

135. É um conjunto de letras que significam algo, ou algum lugar...

136. é o conjunto de códigos que formam uma estrutura com significado

137. é o que da o significado há alguma coisa

138. É O CONJUNTO DE LETRAS.

139. são letras unidas que têm um significado

140. É o que dá nome ou sentido a tudo.

Page 99: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

99

141. PALAVRA É UMA FORMA DE COMUNICAÇÃO

142. Acredito que palavra é um signo que utilizamos para representar um objeto, ação, fenômeno, alguma

"coisa", é um rótulo escrito e convencional que representa aquela "coisa".

143. é um conjunto de silabas, formadas por letras do alfabeto

144. algo que denomina tal coisa.

145. Palavra é o que utilizamos para definir conceitos, substantivos, verbos nas mais diferentes línguas. COm a

soma de diversas palavras formamos frases para a nossa comunicação.

146. Conjunto de símbolos (letras) que unidas formam em si um conceito que designa algo, a palavra. Usada

para definir todas as coisas.

147. São letras ou sons que se juntam para formalizar um pensamento, que temos.

148. É um signo que expressa algo do universo em que vivemos.

149. é a união de várias letras que possui algum sentido. Através das palavras podemos identificar um idioma.

150. Um conjunto de letras que representa um pensamento.

151. Conjunto de letras que possui significado.

152. Para mim, uma palavra é um conjunto de letras. com as palavras, é uma forma de comunicar-mos com as

pessoas.

153. Representação gráfica da fala.

154. São sílabas que unidas, ou não, possuam algum sentido.

155. um elemento com um significado

156. letras

157. Uma palavra, penso eu, é um conjunto de letras agrupadas que formam uma imagem que, quando

identificada a partir dos ensinos de uma cultura específica, é interpretada com um significado também

específico.

158. Palavra é a definição em comum para as pessoas da região identificarem um objeto, sentimento ou alguma

coisa

159. Um signo escolhido arbitrariamente para representar algo existente no mundo

160. É um conjunto de letras formando um som ou significado.

161. Expressão falada ou escrita ou ainda gesticulada.

162. Uma junção de letras para especificar ou nomear algo.

163. É um conjunto de letras.

164. Palavra são vogais e consoantes juntas.

165. PARA MIM É UM CONJUNTO DE LETRAS QUE DÃO ORIGEM A PALAVRAS,FRASES TEXTOS,

E TODA A NOSSA GRAMÁTICA

166. Agregados de letras que formam um significado.

167. Palavra é a junção de silabas, formando um significado conhecido pelo censo comum, traduzindo-se em

algo tangível ou intangível.

168. Informacao

169. conjunto de letras

170. Conjunto de letras agrupadas em fonemas, que são usadas para nomear coisas, sentimentos, estados, para

compor a fala e a escrita, para haja comunicação.

171. Um conjunto de letras que possui sentido.

172. tudo

173. é um conjunto de letras

174. Conjunto de letras com sons próprios, modo de expressão.

175. Palavra é a menor estrutura gramatical que veicula algum significado.

176. É o conjunto de letras que pela combinação de sons (fonemas?) formam sílabas. Essas sílabas, por

conveniência cultural do som que elas formam, formam as palavras! Espero ter me feito entender.

177. PALAVRA PARA MIM SÃO SÍLABAS AGRUPADAS.

178. um conjunto de letras que, juntas, significam ou identificam alguma coisa

179. O meio pelo qual o ser humano utiliza para se expressar.

180. Associação de letras ou símbolos, ou um uma letra ou um símbolo, falada, escrita ou pensada, que carrega

algum significado.

181. Palavra é o conjunto de carácteres, os quais formam o significado de algo.

182. São letras agrupadas com algum tipo de significado, nomeiam coisas e são fundamentais na comunicação.

Page 100: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

100

183. Palavra é um conjunto de letras, que possuem um significado subentendido pela nossa sociedade atual.

184. É um aglomerado de fonemas representados por letras que usamos para expressar sentimentos e nomear

objetos.

185. É um nome para designar alguma coisa.

186. Palavra é expressar idéias por meio da voz.

187. a junção de vogais e consoantes.

188. uma forma de comunicar-se

189. verbo/fala falada/expressao de pensamento, sentimento

190. Palavra é o conjunto de letras que formam um significado. Feita de forma verbal ou escrita.

191. Um conjunto de letras que juntas têm um sentido, significado.

192. Um verbo. Um advérbio. Um substantivo. Uma frase. Por exemplo, "obrigado" é uma palavra com um

significado e tanto, pode ajudar, indiretamente, uma pessoa. Mas palavras também machucam, como o belo

"não", em alguns casos, porém o "sim" está aí pra consertar.

193. Pode ser Amiga ou não.

194. Algo que nomeia e dá significado a coisas materiais e imateriais.

195. Conjunto de letras que, de maneira coordenada, possuem significado.

196. É uma expressão que quer comunicar algo.

197. Conjunto de letras que juntas representam algo, tem um signficado, para que possamos nos comunicar.

198. CONJUNTO DE LETRAS E SONS QUE DEFINEM UMA LÍNGUA, EXPRESSAM O PENSAMENTO.

199. é uma junção de letras, que possuem um sentido.

200. Não consigo achar um conceito para palavra. Em um contexto de escrita, a palavra parece dar cor ao texto,

contribuindo para que se compreenda a ideia que desejamos passar. (Difícil responder "o que é palavra?")

201. É algo que define alguma coisa.

202. Junção de palavras que formam um significado

203. Um pensamento que é externado e organizado de acordo com regras gramaticais, podendo ter milhares de

sentidos e emoções.

204. Conjunto de letras, que possuem um significado.

205. s.f. Vocábulo provido de significação. Faculdade natural de falar. Oração, discurso; pregação, doutrina.

Arte da palavra, a retórica, a literatura. Dom da palavra, a eloquência. De palavra, que cumpre o que promete:

pessoa de palavra. Só ter uma palavra, ater-se ao compromisso. Medir (ou pesar) as palavras, tomar cuidado no

que diz. Dar palavra a, permitir (o presidente de uma assembléia) que alguém fale. Pedir a palavra, solicitar

permissão para falar, ou o direito de falar. Direito de palavra, direito reconhecido a qualquer membro de corpo

deliberativo de pedir e obter a palavra, nas condições previstas pelo regimento interno. S.f.pl. Promessas vagas,

discursos vãos (por opos. a ações, obras). (V. VOCÁBULO.)

206. Palavra é a representação da forma de pensar humana em forma de linguagem.

207. Conjunto de letras.

208. Para mim, é a forma literal de expressar e reproduzir ideias, valores e pensamentos.

209. Palavra é um conjunto de sílabas que formam denominações para tudo que temos na vida!

210. conjunto de símbolos que representam algo

211. Um conjunto de silabas

212. combinação de letras para nomear ou expressar algo, comunicar.

213. palavra e formada por letras

214. É uma maneira de classificar, de se comunicar, seja ela escrita ou falada.

215. É o transporte de pensamento, idéias ou conceitos através de um som ou simbolo, quando escrita.

216. É DUAS OU MAIS LETRAS JUNTAS

217. São várias letras, que constitui o pensamento dos humanos.

218. é um conjunto de letras que se forma em uma palavra

219. É uma reunião de um ou mais fonemas que conseguem transmitir um pedaço de informação.

220. é um conjunto de letras

221. Um nome. Uma forma de descrever algo.

222. Palavra é o que usamos para nos expressar, podendo ser letra ou som.

223. É o instrumento que possibilita uma forma de comunicação.

Page 101: A NOÇÃO DE PALAVRIDADE NA CONCEPÇÃO DE FALANTES DE

101

224. som de uma ou mais sílabas

225. É uma expressão para que ocorra comunicação.

226. Forma de expressar o mundo.

227. Conjunto de letras com significado.

228. uma expressão

229. Definição de um conceito

230. É um conjunto de letras que tem como função expressar uma linguagem e uma comunicação entre seres

racionais.

231. Um conjunto de letras que tem um significado.

232. Um símbolo, representação de algo.

233. Um conjunto de silabas que tem um significado.

234. Conjunto de grafemas que possui significado.

235. Um conjunto de letras que transmitem um sentido.

236. um conjunto de letras que forma algo com um significado representativo para alguém ou um grupo de

pessoas

237. Aquela com a qual você pode nomear coisas

238. Conjunto de letras (sem espaços) que se referem a algo, possuem semântica.

239. Junçao de letras que dá nome/significado as coisas!

240. é algo que pode definir como nomear algo. Sendo o meio mais importante da comunicação

241. É a junção de letras de uma forma ordenada e já existente, usado para a comunicação escrita, e adequada a

certos padrões linguísticos.

242. Considero ser palavra aquilo que usamos para designar os objectos, nomes, tudo aquilo que nos rodeia

243. Um conjunto de símbolos com um significado. Construído socialmente, e seus significados são ou podem

ser flutuantes.

244. algo constituído por letras usado com fins de comunicação

245. Conjunto de letras com um significado coerente.

246. Uma palavra pode ser uma unidade de significado associada a um conjunto de letras/sons. Essa definição é

um pouco problemática, já que é fácil de encontrar contra-exemplos...

247. Palavra é um expressar único.

248. conjunto de letras que em conjunto significam algo/coisa.

249. É o que denomina um produto uma ação uma situação e etc...

250. É um meio de facilitação à comunicação, interação entre nós, homens. Possível tradução do que se vê.