Princípio para a prática meditativa

1- O espaço para meditação

Não existe um espaço onde não podemos meditar, tudo depende da prática pessoal e do controlo da concentração que cada um tem.Para quem se inicia na prática meditativa é conveniente tomar em conta princípios que vão facilitar todo o processo de educação mental para se iniciar na prática.

- Discipline-se.Escolha meditar e seja o seu próprio mestre. A prática meditativa requer disciplina para obter resultados positivos.Escolha um local onde saiba à partida que não vai ser incomodado e desligue o telefone. Sinta o local como um espaço tranquilo, não agressivo. Crie as condições para que possa ouvir uma música calma, sem vozes, simplesmente só musica. Se lhe fizer sentido acenda uma vela branca e um incenso. Adquira um tapete confortável, uma almofada alta ou um banco baixo onde se irá sentar. Este é o seu kit de meditação.

2- A respiração para o relaxamento

Toda a concentração necessária para a meditação começa pelo relaxamento.Para que se obtenha um relaxamento efectivo é necessário que se liberte de tensões físicas, tensões musculares.As tensões musculares são criadas por ordem do cérebro mediante pensamentos ou emoções e por necessidades de acções físicas.Todo o pensamento está associado a um tipo de emoção, positiva ou negativa, prazerosa ou dolorosa.Os processos químicos e eléctricos gerados no cérebro pelos milhares de pensamentos constantes – na maioria negativos, pela necessidade natural do estado de alerta – geram naturalmente reacções físicas inconscientes que causam desgaste energético celular, stress físico, emocional e mental. A aceleração dos batimentos cardíacos pela necessidade de irrigação sanguínea na contracção muscular, limita a acção expansiva pulmonar ao ponto de utilizarmos somente cerca de um terço da necessidade de oxigenação o que leva as células a entrar em stress sem capacidade de se regenerarem e por consequência a envelhecerem e a morrerem prematuramente.Ao passarmos para o estado consciente da respiração e porque o cérebro só tem a capacidade de gerir um só pensamento de cada vez, vamos focar a atenção na acção de inspirar e expirar, servindo-nos do mecanismo cerebral para ordenar a libertação de tensões localizadas desapegando-nos automaticamente das emoções e pensamentos que deram origem a essas mesmas tensões.A esta acção podemos chamar de tomar o comando mental, princípio da concentração e foco.

3- A concentração e a visualização criativa

A tendência, por resposta do cérebro ao retorno da tensão memorizada nas células, é de sermos atraídos para os “velhos” pensamentos. O desafio vai melhorar a sua capacidade de comando ou concentração pela consciente e atenta sensibilidade ao seu corpo.Centre-se no objectivo: relaxamento.Foque-se na respiração: inspirar e expirar. Acompanhe o percurso do ar, desde as narinas, passando pelos pulmões, a entrada do oxigénio no sangue até chegar a cada célula do seu corpo físico.Juntamos agora a visualização. A maioria das pessoas espera ver, à frente dos seus olhos (mesmo quando fechados), imagens como se estivessem com os olhos abertos.Esqueça a visão ocular, estou a falar de uma visão cerebral. Na verdade não são os olhos que vêem, eles são apenas um sistema de localização e recepção de frequências físicas identificadas pelo cérebro mediante as nossas memórias ou conhecimentos que relembro, são limitados.Na visualização criativa podemos criar sem limitações, imagens, ambientes, aromas, sons, sensibilidade táctil, paladares e emoções, o que dará veracidade às suas vivências – experiências – interiores. Tudo se passa interiormente, a nível da mente consciente.

4- O enraizamento.

Ao fazer o relaxamento pela respiração consciente, centre a sua atenção no seu corpo físico focando-se no topo da cabeça e tome a consciência de como está os músculos do couro cabeludo. Se estiver tenso, ordene cerebralmente a essa zona que relaxe, liberte, confie. Sinta a sensação de leveza, uma sensação de que as tensões libertadas descem como ondas pelo seu corpo em direcção aos pés.Quando a sua atenção chegar aos pés, imagine – visualize – que dos seus pés crescem raízes energéticas que se enraízam na Terra até chegarem ao centro do planeta.Essa ligação mental/energética, a que chamo enraizamento, lhe dará suporte para meditar em segurança, mantendo-o consciente embora num estado de profundo alheamento físico. O enraizamento dá-lhe total controlo para escolher entre o universo exterior e o grande e ilimitado universo interior.É importante que esteja enraizado, não só na prática meditativa mas nas suas actividades diárias, ajuda-o a controlar a sua ansiedade, a descarregar tensões que geralmente se acumulam ao longo da coluna, a regular a sua tensão arterial e evitar tonturas ou desequilíbrios.Se notar alguma dificuldade em enraizar, poderá existir bloqueio que necessitará de um desbloqueamento energético.Agora é só passar à prática.