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FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DEPARANAVAÍ.
THAÍS SANTOS DIASMAYCON LEANDRO CARDOSO PEIXE
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA
(uma análise em uma empresa do segmento de nutrição animal)
PARANAVAÍ2007
THAÍS SANTOS DIASMAYCON LEANDRO CARDOSO PEIXE
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA
(uma análise em uma empresa de nutrição animal)
Monografia apresentada como requisito para aprovação na disciplina Estágio Supervisionado, e conclusão do curso de Administração da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí.
Orientador: Profº MSc. Onivaldo Izidoro Pereira
PARANAVAÍ2007
A Deus, aos nossos pais e aos nossos amigos... companheiros nos
momentos mais significativo em nossas vidas...
AGRADECIMENTOS
Ao Profº MSc. Orientador Onivaldo Izidoro Pereira, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.
Aos nossos familiares, pela motivação e confiança.
Aos nossos amigos e colegas de curso, pela força e vibração em relação a esta jornada.
Aos funcionários da Biblioteca Tristão de Athayde, em particular ao seu Sebastião, pelo apoio durante a realização deste trabalho.
A todos que com boa intenção colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.
O fluxo de caixa (cash flow) é considerado por muitos
analistas como um dos principais instrumentos de análise,
propiciando-lhes identificar o processo de circulação do
dinheiro (...), bem como do exame sobre a origem e
aplicação do dinheiro, que aparentemente transitou na
empresa”.
- Silva, J. P.
DIAS, Thaís S.; PEIXE, Maycon Leandro C. A importância da gestão e análise do fluxo de caixa para a micro e pequena empresa: uma análise em uma empresa de nutrição animal. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Paranavaí/PR.
RESUMO
O trabalho foi desenvolvido a partir da concepção de que a elaboração e análise do fluxo de caixa é tarefa de fundamental importância para as micro e pequenas empresas, sendo o principal instrumento para guiar a mesma no planejamento e controle financeiro. O fluxo de caixa evidência toda a circulação do dinheiro na empresa sendo, portanto, um instrumento que auxilia o empresário na tomada de decisões. Visando tornar este trabalho um guia informativo para o micro e pequeno empresário, procurou-se verificar, a título de exemplo, como é realizado o controle financeiro de uma pequena empresa do ramo de nutrição animal, bem como quais são os instrumentos utilizados para esse controle. Essa verificação está devidamente apoiada pela fundamentação teórica que sustenta o objetivo do presente trabalho em todo o seu decorrer. Salienta-se que para manter sigilo acerca das informações fornecidas pela empresa, teve-se a preocupação de descaracterizá-la.Considerando que um dos objetivos do trabalho é a elaboração do fluxo de caixa, levantou-se os demonstrativos financeiros de maio a dezembro de 2006, organizando-os de forma adequada, para que se pudesse elaborar o fluxo de caixa na planilha do Excel. Fizeram-se observações sobre como a tomada de decisões nas diversas áreas do negócio afeta diretamente o caixa da empresa Buscando contribuir para o desempenho financeiro da referida empresa, os autores deste trabalho sugeriram ainda uma Demonstração de Evolução das Receitas, para apoiar as decisões tomadas com base no Fluxo de Caixa. Ponderando todos os aspectos abordados no trabalho, pode-se concluir que o fluxo de caixa é um importante instrumento de gestão financeira que auxilia o empresário a controlar com eficácia todos as operações financeiras realizadas pela empresa, sendo também um instrumento que apóia a tomada de decisões a curto prazo, principalmente as que evolve questões de capital de giro e questões investimento. O fluxo de caixa também cumpre seu papel de orientar o empresário a planejar e controlar de forma mais apropriada os recursos financeiros da empresa.
Palavras-chave: fluxo de caixa, capital de giro, tomada de decisões, planejamento e controle financeiros, administração de caixa.
The importance of the management and analysis of the cash flow for the Microenterprises and Small Businesses: An analysis in a Company of animal nutrition. Final study conclusion (Degree in Administration) - Faculdade estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Paranavaí/PR.
ABSTRACT
The study was developed from the conception that the preparation and analysis of cash flow is a task of fundamental importance for the Microenterprises and Small Businesses, Being the main instrument to guide the financial planning and control.The cash flow shows all money movements in the company being, therefore, a tool that helps the entrepreneur making decision. To make this study a information guide for the micro and small businessmen, tried to check, for example, as is done the financial control of a small field company of animal nutrition, as well as what are the tools used for that control. This verification is properly supported by the theoretical reasoning that maintains the goal of this work throughout the course. Emphasizing that to keep secrecy on provided information by the company, there was a concern to change it. Whereas one of the goals of the study is the preparation of the cash flow, forethere the financial statements May to December of 2006 were used, organizing them adequately so they could draw up the cash flow into the Excel spreadsheet. Were made comments on how making decision in many areas of the business affects directly the cash of the company. Trying to contribute with the financial development of the company, the authors of this study suggested even a demonstration of revenue evolution to support the decisions taken on the basis of cash flow. Evaluating all aspects addressed in the study, could be concluded that the cash flow is an important tool of financial management that helps the entrepreneur to control effectively all the financial operations made by the company, also being a tool to support making decision in a short term, mainly, that involve issues of Capital of spin and investment questions. The cash flow also fulfills the role of guiding the entrepreneur to plan and manage in a more appropriate way the financial resources of the company.
Keywords: Cash flow, Capital of spin, making decision, financial planning and control, Administration of cash.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa....................................................................23
Gráfico 1 – Necessidades Totais de Recursos.....................................................................32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Registro de Entrada e Saída de Caixa da T&M................................................29
Tabela 2 – Modelo de Fluxo de Caixa................................................................................45
Tabela 3 – Entradas de Caixa..............................................................................................56
Tabela 4 – Impostos e Devoluções.....................................................................................57
Tabela 5 – Saídas - Custos Operacionais........................................................................... 57
Tabela 6 – Saídas - Despesas Comerciais.......................................................................... 57
Tabela 7 – Saídas - Despesas Administrativas................................................................... 58
Tabela 8 – Total das Saídas................................................................................................ 58
Tabela 9 – Demonstração das Operações Realizadas pela Empresa A.............................. 58
Tabela 10 – Modelo de Controle de Fluxo de Caixa..........................................................60
Tabela 11 – Modelo de Controle Diário de Caixa e Bancos (boletim).............................. 61
Tabela 12 – Controle de Cobrança – Clientes.................................................................... 62
Tabela 13 – Controle de Contas a Pagar – Fornecedores................................................... 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................11
1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... ..... 13
1.4 ESTRUTURA............................................................................................................. 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 15
2.1 FLUXO DE CAIXA....................................................................................................17
2.1.1 Diferença entre Lucro e Caixa................................................................................ 18
2.1.2 Interação do Fluxo de Caixa com as Demais Áreas da Empresa............................19
2.1.3 Comportamento Genérico do Fluxo de Caixa.........................................................22
2.2 OBJETIVO DO FLUXO DE CAIXA..............................................................................24
2.3 FATORES QUE PODEM OCASIONAR FALTA DE RECURSOS NA EMPRESA.................
25
2.3.1 Giro do Estoque – PMC – PMP..............................................................................26
2.4 O EQUILÍBRIO..........................................................................................................31
2.4.1 Técnicas de Financiamento.....................................................................................32
2.4.1.1 Técnica agressiva.................................................................................................... 33
2.4.1.2 Técnica conservadora..............................................................................................34
2.4.1.3 Técnica intermediária..............................................................................................34
2.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DO CAIXA................................................................36
2.6 PLANEJAMENTO.......................................................................................................40
2.6.1 Fluxo de Caixa Operacional....................................................................................42
2.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional..........................................................................43
2.6.3 Modelo de Fluxo de Caixa......................................................................................44
2.7 CONTROLE...............................................................................................................46
2.7.1 Finalidades do Controle.......................................................................................... 46
2.7.2 Dimensões do Fluxo de Caixa................................................................................ 47
2.7.3 Avaliação de Desempenho......................................................................................47
2.8 FLUXO DE CAIXA E A TOMADA DE DECISÕES........................................................
50
3 METODOLOGIA.................................................................................................55
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA....................................................................................... 55
3.1.1 Temas Destacados..................................................................................................56
3.2
DADOS.............................................................................................................
........ 56
3.3 MODELOS DE PLANILHAS PARA CONTROLE DO FLUXO DE
CAIXA......................... 59
4 CONCLUSÃO.......................................................................................................65
5 RECOMENDAÇÕES...........................................................................................67
REFERÊNCIAS...............................................................................................................68
APÊNDICE.......................................................................................................................71
APÊNDICE A – Fluxo de Caixa
APÊNDICE B – Demonstração da Evolução das Receitas
ANEXOS............................................................................................................................76
ANEXO A – Ficha de Parecer do Professor Orientador
ANEXO B – Ficha de Avaliação-Banca Examinadora
ANEXO C – Termo de Compromisso
ANEXO D – Termo de Cooperação
1 INTRODUÇÃO
A leitura de artigos em revistas e livros sobre a dificuldade de administração do
capital de giro em micro e pequenas empresas nos primeiros anos de existência, em particular
do fluxo de caixa, constituiu o principal motivo para o desenvolvimento do presente trabalho.
Partindo deste pressuposto este trabalho tem o objetivo de informar aos micro e
pequenos empresários sobre como administrar melhor o caixa da empresa, bem como a
importância do mesmo para o desempenho geral e para a tomada de decisões.
A maior parte do tempo em uma empresa é gasto na administração dos recursos
financeiros, visto que estes recursos são essenciais para o funcionamento da mesma. O
dinheiro é um recurso escasso e caro, difícil de ganhar e fácil de perder.
Sendo assim, é fundamental que o empresário tenha um amplo conhecimento na área
financeira e esteja munido de material de apoio para futuras consultas, para que possa tomar
as decisões certas visando maximizar o capital da empresa.
Todas as áreas da empresa – produção, recursos humanos, vendas, compras,
marketing – são influenciados pela área financeira.
É preciso comprar matéria-prima de qualidade para se produzir produtos com alto
padrão. Matérias-primas melhores são mais caras, portanto é preciso analisar a relação custo-
benefício do material e negociar opções de pagamento com fornecedor de modo a não
comprometer a liquidez da empresa. A decisão de investir em marketing para divulgar a
marca da empresa deve considerar a quantia disponível e os meios de comunicação mais
econômicos e eficazes. Vender os produtos e/ou serviços da empresa exige colaboradores que
atendam bem os clientes, estimulando-os a retornarem mais vezes ao estabelecimento e
fazerem propaganda boa-a-boca. Dentre os vários fatores que motivam os funcionários a
trabalhar melhor está a questão da remuneração e os benefícios. Os benefícios devem ser
muito bem planejados para não comprometerem a empresa no longo prazo.
11
Segundo especialistas de Administração, a área financeira adquiriu tal importância
nos últimos tempos que vem despontando como a mais importante e vital para o sucesso das
empresas.
Planejar, organizar, dirigir e controlar recebimentos e pagamentos, estoques, bem
com a manutenção de caixa mínimo para cobrir eventuais despesas são alguns dos primeiros
passos que conduzirá a empresa a sobreviver nos primeiros anos de vida servindo de base para
um sólido crescimento.
Assim, para o micro e pequeno empresário que quer fazer seu negócio dar certo, não
basta apenas ter o espírito empreendedor. Ele precisa também ter conhecimento para
administrar seus recursos financeiros de forma inteligente.
12
1.1 OBJETIVO GERAL
Elaborar estudo sobre a importância da gestão do fluxo de caixa em micro e pequena
empresa
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Observar a gestão e a análise do fluxo de caixa como ferramenta para auxiliar o
empresário a obter maior eficiência na administração de seus recursos
financeiros;
A administração do fluxo de caixa na tomada de decisões;
Elaborar o fluxo de caixa de uma micro empresa como ilustração de sua
aplicação na administração dos recursos financeiros.
1.3 JUSTIFICATIVA
Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE entre os anos 2000 e 2002, as micro e
pequenas empresas (MPE) são as principais geradoras de emprego nas regiões Sul e Sudeste
do Brasil, além de representarem significativa importância para a economia do país no que se
refere à composição do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, num mundo globalizado,
onde as transformações e informações ocorrem velozmente, em que a concorrência deixa de
ser local (na cidade) e passa a ser regional, nacional e/ou internacional, sai na frente por maior
market share não a empresa grande, mas sim aquela que for capaz de ser tão rápida para
acompanhar a dinamicidade dos acontecimentos, haja visto que de uma forma ou de outra
todas as empresas são influenciadas pelo meio no qual estão inseridas. Em geral as micro e
pequenas empresas são as mais sensíveis aos fatores do macroambiente, portanto se elas não
estiverem estruturadas em uma sólida e eficaz administração de seus recursos e não possuírem
gestores hábeis e capacitados estarão impreterivelmente fadadas ao insucesso. De acordo com
publicações especializadas a principal dificuldade administrativa das MPE se refere ao trato
13
dos recursos financeiros, especificamente falta de capital de giro e descontrole do fluxo de
caixa.
Assim, o propósito deste trabalho é observar teorias, conceitos, informativos e
pesquisas referentes ao tema no sentido de melhor orientar o empresário na condução e
administração eficaz dos recursos financeiros de sua empresa, e mostrar que o planejamento
financeiro além de necessário é fundamental, exercendo papel estratégico, para a prosperidade
em longo prazo da empresa.
1.4 ESTRUTURA
O presente trabalho está estruturado em quatro partes. A primeira faz o referencial
introdutório, onde aborda a intenção deste trabalho de conclusão de curso. A segunda
apresenta a base teórico-empírica que fundamenta a proposta deste estudo. A terceira
apresenta os procedimentos metodológicos que orientaram a presente investigação, visando ao
alcance dos objetivos estabelecidos. A quarta e ultima parte apresenta as considerações finais
sobre o tema do estudo e as recomendações, para os que se interessarem em aprofundar os
conhecimentos sobre o tema e como auxílio para elaboração de estudo semelhante.
14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As pessoas são motivadas a abrirem seu próprio negócio pelas mais diversas razões,
podendo estas ser agrupadas, segundo NEPOMUCENO (1999), em três categorias principais:
lucro, independência e estilo de vida prazeroso.
O lucro é o retorno que todos os empresários esperam ao investir suas economias e
seu tempo em um empreendimento antes que o mesmo apresente resultados. Também serve
de recompensa, segundo NEPOMUCENO (1999), “pelos ‘riscos’ e pela iniciativa que
assumiram ao operar seus próprios negócios”. Sob este aspecto o lucro é um agente motivador
muito poderoso.
Para NEPOMUCENO a independência é evidentemente outro aspecto motivador.
Ser o dono do próprio empreendimento representa a libertação da supervisão e regras de
organizações burocráticas.
Ainda segundo o autor, proporciona um estilo prazeroso de viver, pois oferece
desafios constantes com os quais o empresário deve saber lidar todos os dias, chegando a ser
uma diversão para alguns, contrastando com a rotina monótona e não desafiadora de certos
empregos considerados estáveis.
Porém, não basta estar movidos por estas três razões para abrir uma empresa e atuar
no mundo dos negócios. De acordo com NEPOMUCENO (1999), “embora as compensações
sejam tentadoras, deve-se ter em mente que ‘abrir um negócio’ exige horas e horas de
trabalho e muita energia emocional”. E, acima de tudo, se exige conhecimento. Além do
conhecimento sobre o mercado que se pretende atuar e informações dos principais
concorrentes, é primordial que o empresário tenha conhecimento sobre administração de
empresas e suas especialidades, dentre elas finanças.
LANA (apud MARION, 2002) observa que uma pesquisa realizada pelo Sebrae
demonstrou que “a mortalidade prematura de novas empresas está fortemente ligada a fatores
conjunturais, administrativos e financeiros”. Dentre as várias causas detectadas pela pesquisa
que influenciam no insucesso das empresas estão: “falta de experiência no ramo pretendido,
15
falta de qualquer tipo de planejamento operacional e falta de cuidados no estabelecimento do
fluxo de caixa”. Isso explica porque 35% dessas novas empresas não resistem ao primeiro
ano de vida.
Os fatores externos possuem influência mais indireta. O que realmente dificulta a
sobrevivência das pequenas e microempresas é a falta de preparo do empreendedor antes e
depois da abertura da empresa, de acordo com a reportagem de BREDARIOLI (Apud
MARION, 2002). A principal dificuldade do empreendedor novato está na falta de elaboração
do planejamento do fluxo de caixa o que, conseqüentemente, refletirá em má administração
do capital de giro.
DROMS & PROCIANOY (2002), salientam ainda que a prosperidade dos novos
empreendimentos durante os seus estágios de desenvolvimento “são fortemente dependentes
de planejamento e controle financeiro efetivos”.
Portanto, o gerenciamento financeiro competente, em especial do fluxo de caixa, é
um dos fatores de grande importante para a sobrevivência de qualquer empresa na sociedade
moderna.
16
2.1 FLUXO DE CAIXA
De acordo com CAVALCANTE (2004, p.2), o fluxo de caixa pode ser entendido como
“um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa. Consiste em um relatório gerencial que informa toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês etc”.
ZDANOWICZ (1988), denomina fluxo de caixa como uma “representação dinâmica
da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as
aplicações em itens do ativo”.
Um dos objetivos financeiros das empresas é operar com baixos custos e alta
rentabilidade. Assim, não pode haver indecisões sobre o que fazer com seus recursos
financeiros, principalmente no curto prazo.
O fluxo de caixa permite prognosticar possíveis períodos em que ocorrerá excedentes
ou escassez de caixa, auxiliando o empresário a tomar as medidas necessárias para prevenir
tais ocorrências.
Segundo ASSAF NETO & SILVA (2002, p.35),
“o fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações”.
Ao se projetar um fluxo de caixa considera-se a atividade econômica da empresa, seu
porte, se a produção e/ou comercialização é continua ou não, se há sazonalidade de vendas, se
17
as fontes de caixa são internas e/ou externas, entre outros fatores. Os ingressos internos
podem se originar de vendas à vista, recebimento de vendas a prazo e venda de algum ativo
permanente, ao passo que os ingressos externos podem se originar de fornecedores e
instituições financeiras.
Toda empresa elabora uma projeção do fluxo de caixa. Segundo SANVICENTE &
SANTOS (1983), o que pode variar é o nível de formalidade na sua confecção. Em empresas
de pequeno porte é provável que o controle do fluxo de caixa seja feito manualmente e/ou
com o auxilio do computador e do programa Excel.
2.1.1 Diferença entre Lucro e Caixa
Um artigo publicado pelo Banco do Brasil destaca que muitos empresários novatos
cometem o erro de pensar que lucro e caixa são as mesmas coisas, e que quando há um
aumento no lucro em um dado período esse aumento se refletirá proporcionalmente no
aumento do caixa.
Nesse artigo o lucro de uma empresa pode ser entendido como “o resultado
econômico dela, ou seja, a diferença entre o que a empresa obteve com as vendas dos seus
produtos e os gastos que teve que incorrer para conseguir efetuar essas vendas (despesas
operacionais, financeiras, impostos, etc)”.
Ainda considerando a publicação citada, essa confusão sobre lucro e caixa “é que
acaba fazendo com que muitos empresários enfrentem dificuldades na gestão do caixa da sua
empresa”.
Compreender a diferença entre um e outro é o primeiro passo para a elaboração
eficiente do planejamento eficiente do caixa.
18
2.1.2 Interação do Fluxo de Caixa com as Demais Áreas da Empresa
O principal conflito na administração dos recursos financeiros está na relação risco x
retorno.
Manter um saldo maior em caixa para um empresa representa uma ampla folga
financeira, ou seja, baixo risco de insolvência. Porém o custo de oportunidade (custo de
manter este caixa) é bem elevado, pois o dinheiro está deixando de ser aplicado
produtivamente.
O inverso, ou seja, manter um saldo menor em caixa eleva o risco de insolvência da
empresa. Uma falta imprevista no caixa, segundo SANVICENTE & SANTOS (1983),
“representa maiores ônus financeiros na obtenção de empréstimos”, podendo levar a empresa
ao descrédito perante os fornecedores pela incapacidade de realizar compras a vista.
Para buscar o equilíbrio o ideal seria, segundo ASSAF NETO & SILVA (2002), que
a empresa mantivesse em caixa saldo apenas “o suficiente para cobrir as várias necessidades
associadas aos fluxos de recebimentos e pagamentos”.
O Caixa Mínimo Operacional é uma das técnicas que o empresário poderá utilizar
para encontrar o montante mínimo para manter em caixa. Considerando a opinião dos autores
citados no parágrafo anterior, esta é uma técnica pouco sofisticada, mas que pode ser muito
útil para se estabelecer um padrão de investimento em caixa.
O Caixa Mínimo operacional pode ser obtido dividindo-se os desembolsos totais
previstos pelo seu giro de caixa. Para ASSAF NETO & SILVA (2002) o giro de caixa pode
ser obtido dividindo-se 360, “se a base for em dias e o período projetado de um ano, pelo
ciclo de caixa”. De acordo com os autores ciclo de caixa (ou ciclo financeiro) é o “período
compreendido entre o pagamento da compra de matéria-prima até o momento do recebimento
das vendas”.
Para melhor esclarecer apresenta-se o seguinte exemplo adaptado de ASSAF NETO
& SILVA (2002):
19
Suponha-se que uma empresa tenha projetado para certo exercício desembolsos
totais líquidos de R$ 27.000,00. Sabendo que o ciclo de caixa desta empresa
alcança 24 dias, ou seja, durante 24 dias a empresa apenas desembolsa recursos,
ocorrendo entrada de fluxos financeiros somente a partir do 25º dia.
Giro de Caixa = 360 dias
24 dias
Giro de Caixa = 15 vezes
O cálculo demonstrou que para um ciclo financeiro de 24 dias o caixa da empresa se
renova 15 vezes no período.
Portanto, para se conhecer o caixa mínimo operacional realiza-se o seguinte cálculo:
Caixa Mínimo Operacional = R$ 27.000,00
15
Caixa Mínimo Operacional = R$ 1.800,00
O cálculo acima demonstra que R$ 1.800,00 é a quantia mínima que se precisa
manter em caixa para cobrir o período de ciclo financeiro, isto é, o período em que não há
entrada de entrada de dinheiro no caixa.
Quanto maior for o giro de caixa e, portanto, menor o ciclo financeiro, a quantidade
de recursos financeiros exigidos para o caixa também será menor.
O Caixa Mínimo Operacional constitui, destarte, uma das técnicas que auxilia a
empresa a buscar o equilíbrio financeiro.
20
Para tanto o fluxo de caixa não pode ser uma preocupação exclusiva da área de
finanças. Todas as outras áreas devem se comprometer com o bom desempenho financeiro,
sendo que ASSAF NETO & SILVA (2002), destacam as principais:
Produção: os custos de produção bem como alteração imprevista durante o
processo de fabricação (que comprometerá o prazo para a entrega do produto
acabado) reflete nas necessidades de caixa;
Compras: a decisão de comprar matérias-primas, produtos e/ou mercadorias deve
estar alinhada com os saldos disponíveis em caixa, procurando sincronizar as
datas de pagamento das compras com as datas de recebimentos das vendas,
considerando ainda a possibilidade percentual de atraso de recebimento dessas
vendas;
Cobrança: as políticas de cobranças devem visar a aquisição de recursos
financeiros à disposição da empresa de forma ágil sem, contudo, constranger os
clientes com cobranças impertinentes;
Vendas: a tomada de decisões envolvendo vendas (tais como prazos de cobranças,
gastos com publicidade e propaganda, hábitos de pagamentos dos clientes,
pesquisas de mercado etc) devem ser primeiramente avaliadas para que se possa
visualizar o impacto que trará sobre os resultados de caixa e se estes impactos
estão dentro das metas de crescimento da empresa;
Financeira: avalia rigorosamente a qualidade do endividamento da empresa, de
modo que as saídas de numerários sejam simultâneos aos ingressos de
numerários em caixa.
Nas grandes empresas as áreas acima citadas geralmente possuem cada uma seu
respectivo responsável (gerente e/ou diretor) e setor específico.
LEMES JUNIOR, RIGO e CHEROBIM (2002), dizem que as empresas de firma
individual, registradas como microempresas, geralmente possuem um único dono que também
é o gerente. Há também as empresas de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, que
são maiores do que as firmas individuais, mas não assumem grandes proporções, sendo
constituída de dois ou mais proprietários.
21
Segundo CHIAVENATO (1990), “o capital da firma individual advém de recursos
próprios ou de empréstimos a curto prazo”. Essa afirmação justifica porque o proprietário
deve administrar com muita atenção seus recursos financeiros.
Assim, nas firmas individuais ou nas limitadas é o próprio dono ou sócios, recebendo
auxílio (ou não) de um administrador profissional, que atentará para a interação entre essas
áreas essenciais e a influência que exercem diretamente sobre os resultados do caixa.
2.1.3 Comportamento Genérico do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa reflete todas as operações financeiras da empresa bem como todas
as atividades desenvolvidas. Esse comportamento genérico pode ser percebido no diagrama
da Figura 1 a seguir:
22
Figura 1 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa
Fonte: Adaptado de ASSAF NETO E SILVA (2002)
Como se pode observar no diagrama as entradas e saídas de caixa se dão em função
das várias atividades realizadas pela empresa, desde as operacionais, que englobam a
administração do capital de giro e as decisões financeiras de longo prazo.
23
Duplicatas a Receber
Estoques
Mão-de-obra
Compras
Forne-cedores
Empréstimos Correntes
Outras Dívidas: impostos, taxas, contribuições etc.
Empréstimos/Financiamentos de Longo Prazo
Proprietários
ArrendamentoAtivo Permanente
CaixaCaixa(Lucro Líquido mais
Despesas e menos Receitas que não Envolvem Recursos)
2.2 OBJETIVO DO FLUXO DE CAIXA
Segundo SANVICENTE E SANTOS (1983), o objetivo principal do fluxo de caixa é
“otimizar a aplicação de recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis pela
empresa”.
CAVALCANTE (2004), aborda os objetivos de forma mais abrangente dizendo que:
O fluxo de caixa serve para planejar e controlar as entradas e saídas de caixa
num dado período de tempo;
Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de
dinheiro;
Verifica se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período
considerado;
Verifica se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio ou se
haverá necessidade de financiamento de capital de giro;
Permite planejar melhor as políticas de pagamento e recebimento;
Permite que se conheça previamente os grandes números do negócio e sua
importância no período considerado;
Pode-se avaliar se os recebimentos previstos para o período são suficientes para
cobrir os compromissos assumidos;
O empresário pode avaliar qual é o melhor momento para reposição de estoque;
O empresário pode avaliar qual o momento ideal para se realizar promoções de
vendas visando incrementar o negócio.
Há uma tendência das empresas de grande ou pequeno porte em concentrar seus
esforços nas operações ligadas diretamente às atividades produtivas, terceirizando as demais
atividades, como limpeza, manutenção, contabilidade etc. É a chamada verticalização
estratégica.
2.3 FATORES QUE PODEM OCASIONAR FALTA DE RECURSOS NA EMPRESA
24
Quando uma pequena empresa inicia suas atividades o empresário consegue de certa
forma manter um controle sobre a entrada e saída de dinheiro. Os clientes ainda são em
número reduzido e as atividades da empresa conseguem atender as necessidades desses
clientes. Porém à medida que a empresa vai apresentando crescimento e expandindo sua
participação de mercado ela passa a se tornar mais complexa para que apenas o empresário
continue a administrá-la de forma eficaz.
São nesses períodos que o caixa merece atenção especial. A seguir serão listados
alguns dos fatores internos (microambiente) que, segundo ZDANOWICZ (1988), podem
gerar escassez de recursos para a empresa:
Ampliações descontroladas das vendas, gerando grande quantidade de produtos ou
mercadorias em estoque e, conseqüentemente, aumento dos custos;
Falta ou insuficiência de capital próprio, fazendo com que o percentual de recursos
financeiros de terceiros sejam utilizados de forma excessiva, implicando num
aumento da dívida;
Concessão de prazos longos para recebimento das vendas com o objetivo de
conquistar clientes;
Necessidades de compras vultosas, podendo estas ser de caráter sazonal ou para
reserva, o que exigirá uma quantia alta disponível em caixa;
Disparidade acentuada entre os prazos de recebimento das vendas e pagamento das
compras, sendo que estas dependem daquelas;
Lenta rotatividade dos estoques e dos processos produtivos;
Distribuição dos lucros além do que está disponível em caixa;
Altos custos financeiros devido à falta de planejamento e controle do caixa.
No que se refere aos fatores externos (macroambiente), ainda segundo o autor, pode-
se listar os seguintes:
Queda nas vendas;
Dilatação ou contração do mercado;
Aumento do nível dos preços;
25
Concorrência;
Inflação;
Alteração nas alíquotas de impostos;
Inadimplência.
Como os fatores do macroambiente não são passíveis de controle, a empresa deve
atentar para os fatores do microambiente. Quando a empresa possui uma solidez interna as
chances dela sofrer maiores desajustes com o impacto dos fatores externos diminuem.
2.3.1 Giro de Estoque – PMC – PMP
Um dos tópicos que tem influencia direta no fluxo de caixa e, portanto, deve ser
observado com atenção são os índices de atividade, que segundo GITMAN (1997) “podem
ser usados para medir a rapidez com que as contas circulantes – estoques duplicatas a receber
e duplicatas a pagar – são convertidas em caixa”.
O giro do estoque é utilizado para medir o tempo que os estoques da empresa
demoram em ser renovados.
Pode ser calculado através da fórmula:
Giro dos Estoques =custo dos produtos vendidos
estoques
O índice de giro dos estoques varia de acordo com o ramo de atividade da empresa.
GITMAN afirma que para se obter resultado significativo deve-se compara-lo ao de outras
empresas do mesmo setor ou ao giro passado dos estoques da empresa. Por exemplo, o giro de
estoques de uma indústria de maquinas agrícolas seria bem menor que o giro de estoque de
um supermercado.
Através do giro de estoque pode-se também obter a idade média do estoque,
dividindo-se os dias do ano (360) pelo giro do estoque.
26
Idade Média do Estoque =360
giro do estoque
O período médio de cobrança (PMC), também conhecido como idade média das
duplicatas a receber é utilizado para calcular o tempo entre a venda e o recebimento das
duplicatas.
Pode ser obtido através do calculo:
Período Médio de Cobrança = duplicatas a receber
vendas médias por dia
ou
Período Médio de Cobrança =
duplicatas a receber
vendas anuais
360
“O período médio de cobrança só é significativo em relação às condições de crédito
da empresa” (GITMAN, 1997). Isso pode ser exemplificado pela seguinte situação: se uma
empresa concede um crédito de 45 dias a seus clientes e tem um período médio de cobrança
de 60 dias, pode-se concluir que está havendo problemas na administração de credito ou nas
contas a receber.
O período médio de pagamento, muito parecido com o período médio de cobrança é
utilizado para medir a idade média das duplicatas a pagar.
Pode ser calculado através da seguinte formula:
Período Médio de Pagamento = duplicatas a pagarcompras médias por dia
27
ou
Período Médio de Pagamento =
duplicatas a pagar
compras anuais360
O resultado é utilizado para fazer uma comparação com as condições de crédito que
os fornecedores concedem à empresa.
De acordo com GITMAN (1997), “Emprestadores potenciais e fornecedores de
credito comercial interessam-se especialmente pelo período médio de pagamento, uma vez
que isso lhes propicia um indicador dos padrões de pagamento das contas da empresa”.
Para facilitar a compreensão das fórmulas será apresentado um exemplo hipotético
ilustrando a aplicabilidade das mesmas:
A empresa T&M vendeu seus produtos ou mercadorias que tiveram um custo de
R$ 100.000,00 e teve um estoque médio de R$ 20.000,00. Com esses dados
obtém-se o giro dos estoques e a idade média dos estoques.
Giro dos Estoques =R$ 100.000,00
R$ 20.000,00
Giro dos Estoques = 5 vezes
Idade Média do Estoque =3605
Idade Média do Estoque = 72 diasO giro do estoque mede o quão rápido ele é produzido ou adquirido e vendido. No
caso da T&M seus estoques são renovados 5 vezes ao ano. Assim, pode-se dizer que a
empresa demora 72 dias para vender e renovar seus estoques. Desconsiderando o ramo de
atuação é possível afirmar que o giro de estoque da empresa é lento.
28
Essa mesma empresa apresenta a seguinte planilha:
Tabela 1 – Registro de Entrada e Saída de Caixa da T&M
CONTAS (Entradas) JAN (R$)FEV
(R$)MAR (R$) ABR (R$) MAI (R$) JUN (R$) SOMA (R$)
Duplicatas a Receber 1.200 1.500 1.400 1.300 1.700 1.900 9.000
Vendas a Prazo 1.350 1.500 1.050 1.600 1.800 2.000 9.300
CONTAS (Saídas) JAN (R$)FEV
(R$)MAR (R$) ABR (R$) MAI (R$) JUN (R$) SOMA (R$)
Saldo de Duplicatas a Pagar 10.300 11.000 11.200 12.600 9.990 12.010 67.100
Compras a Prazo 9.780 11.900 12.600 12.800 11.400 13.450 71.930
Fonte: Elaborado pelos autores
Para se proceder ao cálculo do período médio de cobrança obtém-se, primeiramente,
a média de duplicatas a receber, que seria a soma total de um certo período divido pelo
número dos mesmos períodos considerados. Assim:
Média de Duplicatas a Receber =R$ 9.000
6 Média de Duplicatas a Receber = R$ 1.500
O mesmo processo se dá para calcular a média de vendas diárias a prazo, que ficaria:
R$ 9.300/180 = R$ 51,67.
Assim sendo:
Período Médio de Cobrança =R$ 1.500 R$ 51,67
Período Médio de Cobrança = 29 dias
A empresa T&M recebe suas duplicatas em média a cada 29 dias.
Os mesmos procedimentos são aplicados para o cálculo do período médio de
pagamento. Encontra-se a média de duplicatas a pagar e as compras médias diárias a prazo:
29
Média de Duplicatas a Pagar =R$ 67.000
6 Média de Duplicatas a Pagar = R$ 11.183,33
As compras médias diárias a prazo são encontradas da seguinte forma:
R$ 71.930/180 = R$ 399,61
Período Médio de Pagamento =R$ 11.183 R$ 399,61
Período Médio de Pagamento = 28 dias
Através do exemplo foi possível observar que a empresa T&M além de possuir um
lento giro de estoque, concede um período de pagamento aos clientes que não está em sintonia
com o período que a empresa possui em média para pagar suas duplicatas (no caso 28 dias).
Considerando o percentual de recebimentos que serão atrasados ou não serão efetuados a
empresa põe em risco a saúde de seu caixa.
Como citado anteriormente, os indicadores (giro de estoque, PMC, PMP) têm
influencia direta no caixa da empresa. As mais sutis alterações devem ser observadas com
cuidado para evitar que ocorra insuficiência de recursos futuramente.
2.4 O EQUILÍBRIO
30
O empresário que almeja a prosperidade de sua empresa busca sempre o equilíbrio
financeiro.
O equilíbrio acontece quando há um vinculo entre a liquidez dos ativos e as
obrigações do passivo.
Na concepção de ZDANOWICZ (1988), uma empresa equilibrada financeiramente
apresenta as seguintes características:
Aumento do capital próprio em relação ao capital de terceiros;
O capital aplicado apresenta boa rentabilidade;
Reduz-se a necessidade de capital de giro;
Os estoques tendem a girar mais rapidamente;
Estabilidade entre o prazo médio de recebimento e o prazo médio de pagamento;
Não há imobilizações excessivas de capital, e este nunca é insuficiente para o
desenvolvimento da produção e da comercialização;
Os produtos prontos e as mercadorias estão sempre em quantidade suficiente para
atender ao volume de vendas;
Para melhor compreensão do equilíbrio financeiro das empresas dispõe-se a seguir o
Gráfico 1:
Gráfico 1 – Necessidades Totais de Recursos
31
Recursos Sazonais(Curto Prazo)Capital de Giro
Sazonal
Recursos Totais Necessários
Fonte: ASSAF NETO & SILVA (2002)
O gráfico apresentado “reflete uma posição mais ajustada dos ciclos financeiros da
administração do capital de giro, denotando certo equilíbrio entre os prazos dos ativos e dos
passivos” (ASSAF NETO & SILVA, 2002).
Observa-se também que as necessidades temporárias de recursos financeiros são
financiadas por fontes de curto prazo conforme forem surgindo. Essa prática evita que a
empresa contraia recursos correntes em excesso em determinados período. Com o controle
das necessidades financeiras de curto prazo a empresa pode se planejar para realizar
investimentos mais vultuosos em ativos permanentes, sem comprometer sua liquidez.
2.4.1 Técnicas de Financiamento
Uma decisão que deve ser analisada com cuidado pela empresa é como usar os
passivos circulantes para financiar os ativos circulantes.
As necessidades sazonais exigem dos administradores muita habilidade para manter
a saúde financeira da empresa.
Segundo Gitman (2002, p.622) “Os credores concedem empréstimos a curto prazo,
para permitir que a empresa financie aumentos sazonais de estoque ou duplicatas a receber.
Eles geralmente não emprestam dinheiro a curto prazo para aplicações a longo prazo”.
Vê-se então que as empresas precisam de recursos permanentes ou de longo prazo e
de recursos sazonais ou de curto prazo para cobrir déficits de caixa.
32
Ativo Permanente
Recursos Permanentes(Longo Prazo)Ativo Circulante
Permanente
Tempo
Existem diversas estratégias para determinar a composição dos financiamentos da
empresa entre as quais se destacam a técnica agressiva, a conservadora e a intermediária sobre
as quais falaremos um pouco mais a seguir.
2.4.1.1 Técnica agressiva
GITMAN (2002), diz que através da técnica agressiva de financiamento a empresa
procura financiar suas necessidades sazonais e uma parcela das necessidades permanentes
com fundos de curto prazo e a parcela restante das necessidades permanentes é financiada
com fundos de longo prazo.
Apesar de a técnica agressiva oferecer para a empresa um custo financeiro mais
baixo, ele torna-se um pouco arriscada, pois, trabalha com o mínimo de capital circulante
liquido (CCL) visto que apenas a parcela permanente dos ativos circulantes é financiada com
fundos de longo prazo.
Na concepção do referido autor, observa-se que com a utilização dessa técnica a
empresa precisa contar tanto quanto possível com as fontes de recursos a curto prazo para
atender as necessidades sazonais, e caso haja um aumento inesperado das mesmas, a obtenção
de recursos pode tornar-se um problema para a empresa.
2.4.1.2 Técnica conservadora
Para GITMAN (2002), a estratégia conservadora consiste em financiar todas as
necessidades financeiras com recursos a longo prazo e os recursos de curto prazo seriam
33
utilizados no caso de alguma emergência estabelecendo para a empresa um capital circulante
liquido mais alto.
A aplicação de dessa técnica torna-se difícil realizado, pois, certas formas de
financiamento a curto prazo como duplicatas a pagar e outras contas a pagar são praticamente
inevitáveis.
Como visto a técnica conservadora é o oposto da técnica agressiva, portanto ela
proporcionará um aumento dos custos pela utilização de grande quantidade de recursos a
longo prazo.
A técnica conservadora oferece um risco muito baixo para a empresa. Esse risco
ainda é reduzido, pois, a empresa não precisa utilizar sua capacidade limitada de empréstimo
de recursos a curto prazo.
2.4.1.3 Técnica intermediária
Por fim, GITMAN (2002), diz que a técnica intermediária consiste em financiar a
média entre a maior e a menor necessidade de capital do período e ainda sugere que se busque
financiamentos a curto prazo das necessidades remanescentes.
Com a utilização dessa técnica nota-se um capital circulante liquido intermediário,
ou seja, nem tão folgado quanto o da técnica conservadora e nem tão apertado quanto o da
técnica agressiva. Os custos de capital também acompanham essa linha intermediária, sendo
um pouco inferiores aos da técnica conservadora e um pouco superiores aos da técnica
agressiva.
A decisão de qual técnica de investimento a empresa irá adotar depende da
capacidade financeira da mesma em investir seus recursos financeiros sem comprometer sua
liquidez.
34
2.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DO CAIXA
O empresário deve saber utilizar as disponibilidades de caixa da forma mais racional
e lucrativa possível. Isso significa, por exemplo, procurar pagar suas duplicatas e outros
35
títulos dentro do prazo de desconto concedido pelo fornecedor ou, no caso de financiamentos,
dentro do prazo concedido pela instituição financiadora.
Para se obter essa eficiência na utilização dos recursos do caixa faz-se necessário
planejar e controlar todas as atividades operacionais da empresa.
ZDANOWICZ (1988) afirma, “as dificuldades financeiras, especialmente as que
embaraçam as micro e pequenas empresas, parecem decorrer das ausências do planejamento e
controle de sua atividades operacionais”.
Os micro e pequenos empresários possuem a impressão errônea de que o
planejamento e controle de caixa são onerosos, pois exigirá que eles contratem pessoas com
alta qualificação (e que, conseqüentemente, exigirão alta remuneração) para implantar e
implementar essas funções.
Na realidade, a maior parte das informações para se proceder ao planejamento e
controle de caixa já estão na empresa, porém de modo disperso. Muitas vezes só é necessário
que alguém as organize e coordene essas informações de forma a transformá-las em fluxo de
caixa.
Um dos primeiros processos que antecede o planejamento e controle é a definição do
saldo mínimo que deve haver em caixa que permita à empresa honrar seus compromissos
pontualmente.
O administrador financeiro é o profissional mais indicado para realizar e/ou auxiliar
o empresário a executar essas tarefas, pois ele possui conhecimento e qualificação para
alavancar a eficiência financeira da empresa.
Projetar o fluxo de caixa simplesmente não garante o sucesso. De acordo com
ZDANOWICS (1988), “é preciso que o administrador financeiro busque e determine as
medidas necessárias para o estabelecimento ou restabelecimento do nível desejado de caixa”.
É preciso agir com habilidade e rapidez para neutralizar ou minimizar as situações
desfavoráveis para a empresa.
36
A empresa de consultoria Advance Marketing sugere as melhores práticas e
metodologias de planejamento e controle financeiros de uma empresa que serão listadas a
seguir:
1. Entendendo suas finanças: primeiramente o empresário precisa estar
familiarizado com alguns termos financeiros que são amplamente utilizados no
mundo dos negócios:
a) Custos e Despesas: os custos são gastos que estão diretamente ligados à
produção de produtos e serviços da empresa, como por exemplo, matéria-prima e
linha de produção (equipamentos). As despesas são gastos como água, energia,
aluguel de escritório etc. Essa separação permite ao empresário conhecer e
analisar o quanto tem investido em seus produtos e serviços.
b) Fixos e Variáveis: tanto os custos quanto as despesas podem ser classificados
como fixos (quando acontecem periodicamente) ou variáveis (quando acontecem
esporadicamente). Essa classificação é importante, de acordo com a Advance
Marketing, pois permite que o empresário projete adequadamente suas
necessidades de caixa para pagar suas despesas e custos.
c) Faturamento: representa o total das vendas realizadas pela empresa.
d) Lucro: é representado pelo faturamento depois de subtraído os gastos (custos e
despesas) e os impostos devidos. Evidencia o quanto a empresa se beneficia com
a venda de seus produtos ou serviços.
2. Plano de contas: é uma lista de contas que são utilizadas para consolidar as
transações financeiras da empresa. Geralmente os contadores possuem vários
planos de contas padrão já montados que se adequa aos negócios de cada
empresa. Por conhecer melhor a empresa, o empresário precisa revisar
periodicamente o plano de contas de sua empresa, pois pode ser que novas
contas tenham de ser criadas. Empresas grandes possuem dois planos de contas,
uma para a visão contábil e outro para a visão gerencial. Para uma pequena
empresa o custo/benefício pode ser desvantajoso, sendo preferível que o
empresário elabore e controle muito bem um único plano de contas.
37
3. Histórico financeiro: o controle financeiro por meio de planilhas eletrônicas
permite que o empresário tenha uma visão geral de suas receitas e despesas. A
analise desses dados possibilita identificar a sazonalidade de receitas e despesas
que, segunda a empresa de consultoria, é muito importante para as projeções do
fluxo de caixa. Possibilita ainda que se identifiquem quais são as maiores
receitas e as maiores despesas da empresa, para que se atue na busca da
maximização do lucro e minimização dos custos.
4. Indicadores de desempenho: estes indicadores possibilitam que a empresa
possa se situar em relação ao setor em que atua. Empresas jovens medem seu
desempenho pelo faturamento. Na medida que amadurece passa a se preocupar
com a qualidade das vendas (rentabilidade). Em estágio avançado ela passa a
utilizar métodos mais sofisticados de medição de desempenho (EVA, ROI,
Margem de Contribuição etc). Cabe ao empresário escolher dentre as várias
opções quais são os indicadores de desempenho mais adequados para a sua
empresa.
5. Cenários e projeções: é imprescindível que o empresário acompanhe
regularmente as previsões macro-econômicas do país e visualize os reflexos
dessas mudanças para a empresa e para seu mercado consumidor. Diante de
qualquer mudança anunciada o empresário deve se perguntar:
a) quanto a empresa pode crescer?
b) qual é a previsão de gastos?
c) será possível investir em novos produtos e serviços?
6. Fluxo de caixa: por meio do fluxo de caixa é possível visualizar todos os
eventos programados (quando e quanto os clientes irão pagar e quando e quanto
a empresa deverá pagar aos fornecedores e demais parceiros). A Advance
Marketing recomenda o controle semanal do fluxo de caixa, que pode ser
elaborado, preferencialmente, em planilhas eletrônicas para um gerenciamento
melhor e mais apurado.
38
7. Impostos e encargos: impostos e encargos consomem uma boa fatia do
faturamento. Portanto o empresário e seus gerentes devem estar atentos a
qualquer mudança nas leis que impactarão na carga tributária da empresa.
O planejamento e o controle financeiros de uma empresa de pequeno e médio porte
não é complicado de se fazer, mas exige que o empresário acompanhe diariamente todas as
transações realizadas pela empresa, pois de uma forma ou de outra tudo influência na
evolução do fluxo de caixa.
2.6 PLANEJAMENTO
39
Muitos autores da área de finanças definem que planejar o fluxo de caixa consiste em
projetar e estruturar informações de forma a visualizar os ingressos e desembolsos de caixa
visando satisfazer as futuras necessidades da empresa.
Para ZDANOWICZ (1989), fluxo de caixa projetado pode ser expresso pela seguinte
equação:
Sendo:
SFC = saldo final de caixa;
SIC = saldo inicial de caixa;
I = ingressos;
D = desembolsos.
Esta equação permite ao empresário e ao administrador financeiro determinar se o
saldo de caixa inicial somado ao total de ingressos, menos o total de desembolsos, em dado
período, será suficiente para a empresa saldar suas obrigações, com algum excedente, ou se
haverá escassez de numerário para o período projetado.
O planejamento é importante por duas razões principais, na opinião de
ZDANOWICZ (1988):
Indica com antecedência as necessidades de recursos financeiros para os vários
compromissos assumidos, com data certa para serem liquidados;
Permite que se visualize os períodos em que ocorrerá diminuição dos recursos
ingressantes, seja por questões de mercado ou por questões econômicas regional
e/ou nacional, para que a empresa não programe desembolsos vultuosos para
esse período.
ZDANOWICZ (1988) orienta que ao se iniciar o planejamento do fluxo de caixa
deve-se considerar o tamanho e o ramo de atuação da empresa. De um modo geral, quando as
atividades da empresa estão sujeitas a oscilações, como é o caso de micro e pequenas
40
SFC = SIC + I – D
empresas que atuam na venda de artigos para cama, artigos de natal, produção de chocolates
etc, o caixa é projetado para períodos curtos (diário, semanal ou mensal).
Na concepção do referido autor, “o modelo diário fornecerá a posição dos recursos
em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa, e constitui-se num poderoso
instrumento de planejamento e de controle financeiros para a empresa”.
No caso de empresas que apresentam estabilidade de vendas o caixa pode ser
projetado para períodos mais longos (trimestre ou semestral).
O mesmo autor diz que o caixa deve ser projetado a longo prazo quando a empresa
pretende expandir suas atividades, o que inclui modernização de sua capacidade produtiva,
lançamento de novas linhas de produtos, entre outros. Neste caso, o caixa projetado indicará
os prováveis ingressos de caixa, bem como os prováveis desembolsos.
Os primeiros passos para a elaboração do fluxo de caixa é a obtenção das seguintes
informações e dados:
Projeção das vendas, observando tanto as vendas à vista com as vendas a prazo;
Estimativas de compras e as condições oferecidas pelo fornecedor;
Levantamento das cobranças de duplicatas a receber dos clientes realizadas com
sucesso;
Determinação do período que se pretende projetar o caixa, levando em conta as
necessidades, tamanho e organização e ramo de atividade da empresa;
Orçamento dos ingressos e desembolsos do período em questão.
Ressalta-se que os valores projetados no fluxo de caixa são passiveis de ajustes,
conferindo a esta ferramenta a flexibilidade necessária para orientar o empresário e/ou
administrador financeiro.
Visando obter resultados satisfatórios com a implantação do fluxo de caixa
ZDANOWICZ (1988) recomenda que a empresa observe os requisitos abaixo:
Apoio do empresário e/ou sócio;
Definição objetiva dos níveis de responsabilidade na estrutura funcional;
41
Integração das diversas áreas da empresa ao sistema de fluxo de caixa;
Definição dos sistemas de informações no que tange aos formulários a serem
utilizados, quais são os tipos de informações, periodicidade dos dados e quem
será responsável pela elaboração das várias projeções;
Treinamento do empresário e sócios envolvidos na implantação do fluxo de caixa
na empresa;
Criar um manual sobre operações financeiras;
Comprometimento dos envolvidos para que os objetivos e metas propostos no
fluxo de caixa sejam alcançados;
Estabelecer um controle financeiro adequado;
Utilizar as análises do fluxo de caixa para tomar decisões antecipadas de possíveis
impactos financeiros na empresa;
Definir um fluxograma das atividades meio e das atividades fins.
A implantação do fluxo de caixa considera os valores fornecidos através do regime
de caixa, ou seja, o período em que ocorrerá efetivamente o ingresso e desembolso no caixa
da empresa.
A implementação pode ser estruturada em dois grandes itens: planejamento de
desembolsos e planejamento de ingressos. Cada uma dessas estruturas pode ser subdivida em
fluxo operacional e fluxo extra-operacional.
2.6.1 Fluxo de Caixa Operacional
ASSAF NETO & SILVA (2002) e ZDANOWICZ (1988) comungam a opinião de
que fluxo de caixa operacional é aquele decorrente das atividades fins da empresa,
representado, principalmente, pelo recebimento das vendas à vista, desconto, cobrança de
duplicatas de venda a prazo e caução.
Na elaboração do plano do fluxo de caixa estes itens devem ser considerados para
que se estimem ocasionais desvios como perda com valores incobráveis, atrasos de certos
42
pagamentos por parte dos clientes, qual a fonte de recursos financeiros manterá as vendas a
prazo etc.
Os desembolsos operacionais podem ser identificados pela efetuação de compras de
matérias-primas, tanto à vista quanto a prazo, pagamento de salários e encargos sociais
pertinentes, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, com vendas, financeiras
e tributárias. Estas quatro modalidades de despesas se constituem nas chamadas despesas
operacionais.
De acordo com ZDANOWICZ (1988, p.56), o fluxo de caixa deve ser superior ao
lucro líquido após o imposto de renda por duas razões:
a) o montante de despesas não desembolsadas atribuídas ao período,
principalmente a depreciação que é um custo, porém não representa uma
saída de caixa;
b) desembolsos com investimentos não capitalizados, porém considerados
como despesas do período.
No que se refere à depreciação é a atribuição que se dá a um ativo imobilizado que se
desgasta pelo uso, por obsolescência ou pela ação da natureza. Cada vez que há uma redução
no ativo imobilizado há um aumento no ativo circulante. O desgaste que ocorre na
depreciação é computado nos custos de produção, influenciando na determinação do preço de
venda que o consumidor final irá pagar.
2.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional
Os ingressos e desembolsos extra-operacionais são aqueles que não decorrem da
atividade principal da empresa. Como exemplo pode-se citar a venda de ativos permanentes,
imobilizações, aluguéis recebidos, amortização de empréstimos e/ou financiamentos, receitas
financeiras.
Segundo ZDANOWICZ (1988), dois desses itens merecem destaque especial:
amortização de empréstimos e financiamentos e as imobilizações.
43
O autor recomenda que o empresário tenha uma planilha para cada contrato firmado
com as instituições financeiras, “bem como a projeção das parcelas com seus respectivos
valores e vencimentos”.
No que se refere às imobilizações o autor aconselha a se fazer uma projeção
cuidadosa, pois o retorno desse tipo de investimento se processa no longo prazo provocando
um grande impacto sobre o fluxo de caixa. O cuidado deve ser o de não deslocar recursos que
sacrifiquem o capital de giro necessário para o suporte da atividade operacional da empresa.
Para este tipo de investimento ZDANOWICZ indica a utilização de fontes de recursos de
longo prazo, que poderá ser amortizado com os lucros do empreendimento.
2.6.3 Modelo de Fluxo de Caixa
Pelo exposto anteriormente observa-se que o fluxo de caixa se constitui basicamente
de todos os ingressos e desembolsos projetados para um dado período.
ZDANOWICZ (1988) salienta que quanto mais especificado for o fluxo de caixa
mais eficiente será o controle das entradas e saídas de valores a pagar e receber.
A seguir, é apresentado na Tabela 2 um modelo de fluxo de caixa sugerido por
CAVALCANTE (2004, p.4) cujos itens foram ordenados e distribuídos de forma racional,
para o controle financeiro de uma micro e pequena empresa.
Tabela 2 – Modelo de Fluxo de Caixa
Mês/AnoSemana 1 Semana 2 Semana 3 Total
Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado
Saldo Inicial de Caixa
Dinheiro
Cheque Pré-Datado
44
Duplicatas a Receber
Cartão de Crédito
Outros Recebimentos
Total de Entradas
Imposto sobre vendas
Pagamentos a fornecedores
Pró-labore
Salários
Encargos
Benefícios
Água
Luz
Telefone
Propaganda e Marketing
Despesas Bancárias
Despesas Financeiras
Comissões e Vendedores
Honorários Contábeis
Pagamentos e Serviços
Combustíveis
Despesas com Veículos
Materiais de Escritório
Compra de Equipamentos
Pagamento de Financiamentos
Outras Despesas
Total de Saídas
Saldo Operacional
Saldo Final
Fonte: Adaptado de CAVALCANTE (2004)
O modelo do fluxo de caixa pode variar dependendo do interesse, porte e ramo de
atuação da empresa. A Figura 3 destaca uma projeção semanal, mas o mesmo modelo permite
realizar uma projeção diária e até mesmo mensal. O exemplo apresentado pode ser feito em
planilhas do software Excel.
2.7 CONTROLE
45
ZDANOWICZ (1988), afirma que “a revisão do fluxo de caixa é muito importante e
necessária para que a empresa possa analisar os resultados que estão sendo auferidos, em
função dos valores projetados”.
A formulação de estimativas por si só não garante que as metas e os objetivos
propostos sejam alcançados.
Assim, segundo o autor, a revisão do fluxo de caixa compreende o controle diário da
movimentação bancaria, boletim diário de caixa e bancos e controle financeiro das entradas e
saídas de dinheiro.
A revisão diária tem a vantagem de aliviar os acúmulos normais de final do mês e
permite que a elaboração do fluxo de caixa seja feita de forma ágil, bem como a aplicação de
qualquer medida corretiva.
O acompanhamento do fluxo de caixa deve estar acompanhado de documentos que
garantam a legitimidade das operações de caixa, tais como: notas fiscais de compra e venda,
duplicatas, promissórias e títulos a receber e a pagar etc. As despesas devem ser comprovadas
por meio de modelos de recibos com a aprovação dos responsáveis pela empresa.
2.7.1 Finalidade do Controle
ZDANOWICZ (1988) destaca duas finalidades principais do controle do fluxo de
caixa:
Controlar a atividade financeira. Quando a empresa capta somas consideráveis
de empréstimos ou apresenta disponibilidades sem uso significa, a princípio, que
há uma falta de controle e responsabilidade sobre o fluxo de caixa.
Controlar a atividade da empresa. Uma diminuição das disponibilidades pode
significar queda nas vendas (situação do mercado, insuficiência de vendedores
ou mercado sazonal, por exemplo), ou atraso na entrega dos produtos,
mercadorias ou serviços, causando lentidão nas entradas de numerários.
46
2.7.2 Dimensões do Fluxo de Caixa
O controle do fluxo de caixa pode abranger um período de curto prazo e de longo
prazo.
Para ZDANOWICZ (1988), o controle de curto prazo corresponde ao “controle
detalhado de entradas e saídas de caixa geradas durante o período projetado”, influenciando
também na “determinação das necessidades de crédito a curto prazo”.
Neste caso, para que o controle do saldo de caixa seja mais preciso o administrador
financeiro ou o proprietário da empresa poderá realizar a projeção do fluxo de caixa por
exercício social, semestre, trimestre, mês, semana ou dia, ficando a seu critério a escolha do
período mais conveniente para a empresa.
Já o controle de longo prazo, segundo o referido autor, compreende a “projeção
sintética das entradas geradas pela venda de bens e serviços e das saídas provocadas por
custos operacionais e de capital”. Assim, os projetos de expansão, modernização,
relocalização ou novas instalações é projetado para que se estabeleça as linhas de crédito mais
adequadas a longo prazo.
2.7.3 Avaliação de Desempenho
A projeção do fluxo de caixa não possuirá valia alguma se não for considerada como
um instrumento auxiliar na tomada de decisões financeiras da empresa.
Neste sentido, HENDRIKSEN & BREDA (1999) dizem que “um objetivo adicional
da apresentação de dados sobre fluxo de caixa é permitir uma avaliação de liquidez e da
solvência da empresa”.
47
Segundo os autores a liquidez se refere à capacidade de se converter ativos em caixa
de forma a cobrir os passivos circulantes da empresa em período de curto prazo. A solvência é
mais ampla e diz respeito à capacidade de pagamento de dívidas no vencimento.
Os indicadores de liquidez mostram para o administrador a situação financeira da
empresa frente a seus diversos compromissos financeiros. Esses indicadores são mais
utilizados para avaliar se empresa pode saldar suas dividas a curto prazo.
Para melhor ilustrar será explanado os quatro tipos básicos de índices para análise de
liquidez, segundo GITMAN (1997):
Liquidez Imediata: Esse cálculo revela a porcentagem de dívidas a curto prazo
em condições de serem pagas imediatamente. Normalmente esse quociente é
baixo, pois não é rentável para as empresas manterem dinheiro em caixa, visto
que a rentabilidade é reduzida. Esse índice pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
Liquidez Imediata =Disponível
Passivo Circulante
Liquidez Seca: Observa-se a porcentagem das dívidas a curto prazo em
condições de serem pagas mediante a utilização de itens monetários de maior
liquidez do ativo circulante, ou seja, o que a empresa pode pagar no curto prazo,
utilizando as contas do disponível e valores a receber.
Liquidez Seca =Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
Liquidez Corrente: A liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante
para cada $1 de divida a curto prazo.
Liquidez Corrente =Ativo Circulante
Passivo Circulante
48
Na Liquidez Corrente observa-se o seguinte:
Se Denota
Liquidez Corrente > 1,0 Capital Circulante Líquido positivo
Liquidez Corrente = 1,0 Capital Circulante Líquido nulo
Liquidez Corrente < 1,0 Capital Circulante Líquido negativo
Quanto maior a liquidez corrente, mais a empresa têm a capacidade de financiar seu
capital de giro.
O cumprimento das metas estabelecidas para a eficiente administração do fluxo de
caixa, juntamente com a observação dos índices de liquidez se traduzirá em flexibilidade
financeira.
HENDRIKSEN & BREDA (1999) definem flexibilidade financeira como “a
capacidade de obtenção de caixa de uma empresa rapidamente, em função de contingências
inesperadas, ou para tirar proveito de oportunidades favoráveis”.
Uma contingência inesperada seria a compra de um novo equipamento quando o
atual não apresenta condições de uso, por exemplo, impedindo ou retardando o andamento das
atividades operacionais.
2.8 FLUXO DE CAIXA E A TOMADA DE DECISÕES
49
Os consultores Marcus Andrade e Vinicius Caldas afirmam em artigo publicado na
Internet que o fluxo de caixa é um “mecanismo indispensável para o sucesso” de uma
empresa, sendo ainda um importante “instrumento de análise e de tomada de decisões
financeiras”.
Considerando que as previsões de saídas e entradas de caixa não são estáveis,
podendo haver períodos de vales e picos no fluxo de caixa, um planejamento e controle
cuidadoso do mesmo permitem que a empresa possa adotar uma estratégia de acordo com
cada flutuação do dinheiro em caixa.
Segundo os consultores, nas empresas cujos produtos e serviços oferecidos
apresentam sazonalidade, ou seja, saem mais em determinados meses do ano (maior entrada
de receitas) e em outros as vendas são relativamente fracas (baixa entrada de receitas
comparado com os períodos de pico), recomenda-se que adotem estratégias anticiclo, como
por exemplo, promoções e venda de produtos ou serviços complementares. Deve-se ainda
diminuir a concentração de pagamentos para períodos de menor entrada em caixa, bem como
evitar assumir compromissos que envolvam quantias vultuosas sob o risco da empresa não o
honrar o compromisso.
ROSS, WESTERFIELD e JAJJE (2002), dizem ainda que certos eventos precisam
ser analisados cuidadosamente para que não interfiram negativamente no caixa. Por exemplo:
Compra de matéria-prima ou mercadorias: o empresário e seu administrador
precisam definir quanto de estoque devem manter de modo a não diminuir o giro
de estoque, nem onerar os custos, pois ambos os casos significam diminuição de
recursos financeiros no curto prazo.
Pagamento de compras: o ideal seria ter em caixa capital suficiente para arcar
com o pagamento das compras. Dependendo da quantidade de pagamentos aos
fornecedores é necessário decidir se o pagamento será realizado com os recursos
de caixa ou se terá que tomar dinheiro emprestado.
Fabricação de produtos: a empresa deve acompanhar o desenvolvimento
tecnológico, até por uma questão de competitividade. Portanto, qualquer
investimento que se pretenda fazer em tecnologia de produção precisa considerar
o retorno que tal investimento trará para a empresa.
50
Venda do produto ou serviço: é preciso definir a política de crédito de forma que
esta esteja alinhada ao que é praticado no mercado e que possa ser mantido pela
empresa. Isso significa estipular qual será o percentual de vendas a vista e a
prazo, e de quanto será esse prazo.
Considerando o artigo do site Portal da Administração, quando os fluxos de caixa
apresentam um superávit os administradores da empresa tomam decisões de investimento. O
excedente pode ser empregado na aquisição de novas máquinas, melhoria da infra-estrutura da
empresa, aquisição de um novo veículo, investir em um sistema de informação ou aplicação
do dinheiro no banco para maiores rendimentos etc.
Outras decisões também precisam ser muito bem avaliadas antes de serem
implementadas, pois refletem diretamente no fluxo de caixa. Um exemplo é quando o
proprietário quer aumentar os prazos de pagamentos dos clientes com o objetivo de atrair
mais clientes e aumentar as vendas.
Essa decisão deve ser simulada para que se possa saber qual o impacto que causará
no fluxo de caixa. Para melhor entendimento segue um exemplo hipotético de política de
crédito:
A empresa T&M pretende estender seu período médio de cobrança de 30 para 90
dias, com o objetivo de atrair maior número de clientes. Com isso espera-se que
as vendas aumentem em 10% sobre o volume atual. A empresa vende 1.200.000
unidades de sua mercadoria principal ao preço de R$ 0,80. O custo variável
unitário é de R$ 0,60 e o custo fixo para esse volume de produção corresponde à
R$ 144.000,00. A extensão do prazo de pagamento que se pretende dar aos
clientes aumentará a perda com os incobráveis de 0,2% para 3%. O custo do
dinheiro é de 45% a.a. A questão é: a intenção de aumentar o período médio de
cobrança será benéfica para a empresa T&M?
Os autores do presente trabalho atentam o leitor para o número de variáveis que
envolvem a decisão de fornecer maior prazo para os clientes pagarem: o número de unidades
vendidas, custo fixo e custo variável, porcentagem com incobráveis (os não-pagadores), o
custo do dinheiro e o preço de venda.
51
Procede-se então os cálculos. Primeiramente define-se a Margem de Contribuição
Adicional, ou seja, considerando que a empresa pretende vender 10% a mais, calcula-se
quanto representará em unidades a porcentagem de 10%. Assim, tem-se:
1.200.000 unidades x 10% = 120.000 unidades
Significa que a empresa espera vender 120.000 unidades a mais da mercadoria
principal. Considerando que a margem de contribuição é de R$ 0.20 (preço de venda – custo
variável unitário R$ 0,80 – R$ 0,60), o valor da Margem de Contribuição Adicional será de:
120.000 unidades x R$ 0,20 = R$ 24.000,00
A empresa pretende ganhar R$ 24.000,00 com o aumento de 10% do volume atual de
vendas.
Estendo o prazo de pagamento dos clientes a empresa precisará de mais capital de
giro líquido para manter as duplicatas a receber. Na situação atual a empresa possui o seguinte
custo com as duplicatas a receber de clientes:
R$ 720.000 + R$ 144.000 = R$ 72.000 12
O valor de R$ 720.000 foi obtido por meio da multiplicação dos custos variáveis
unitários pelo volume de unidades vendidas atualmente (1.200.000 unidades x R$ 0,60). 12 é
a quantidade de vezes que as duplicatas a receber de clientes giram no ano. Como o prazo de
pagamento atual é para 30 dias, então se divide 360 (quantidades de dias em um ano
comercial) por 30. Manter esse prazo de pagamento faz com que a empresa tenha que investir
R$ 72.000 em capital de giro a cada mês.
Com a proposta de aumentar esse período médio de cobrança dos clientes para 90
dias, e agora considerando o volume atual de vendas mais o pretendido (1.200.000 unidades +
120.000 unidades = 1.320.000 unidades) tem-se:
R$ 792.000 + R$ 144.000 = R$ 234.000 4
52
Percebe-se que as duplicatas irão girar apenas 4 vezes no ano, o que quase
quadruplicará a quantia necessária de capital de giro líquido para manter esse prazo de
pagamento. Assim o Custo do Investimento Marginal em Duplicatas a Receber aumentará em
de R$ 162.000,00.
Toda empresa espera receber totalmente as suas duplicatas a receber originada de
vendas a prazo. Porém nem sempre isso acontece. Atualmente a empresa tem a seguinte perda
com os incobráveis:
1.200.000 x R$ 0,80 x R$ 0,02% = R$ 1.920,00
O cálculo da perda com os incobráveis é feito multiplicando o volume de vendas, o
preço de vendas e a porcentagem de incobráveis percebida pela empresa. Na situação atual, a
empresa T&M deixa de receber R$ 1.920,00 de suas vendas a prazo para 30 dias.
Agora considerando que a empresa implante a decisão de conceder 90 dias para seus
clientes, a perda com incobráveis será de:
1.320.000 x R$ 0,80 x R$ 3% = R$ 31.680,00
A empresa sofrerá uma perda marginal com incobráveis de R$ 29.760,00.
Considerando que a empresa irá faturar R$ 24.000,00 caso aceite estender o prazo de
pagamento para os clientes, mas que esse faturamento não será capaz de suprir a necessidade
de capital de giro líquido para suportar a redução de recebimentos nem a perda com
incobráveis, ela terá um prejuízo de R$ 78.660,00 por mês caso a decisão seja tomada sem
que se analise os impactos no caixa da T&M.
Se o proprietário e seu gerente não avaliarem bem os impactos de suas políticas de
créditos para os clientes podem correr o risco de aumentar consideravelmente o índice de
endividamento da empresa, pela falta de capacidade de honrar seus compromissos no curto
prazo.
53
As vendas a prazo seriam recebidas, no caso da empresa hipotética T&M, em 90
dias. Porém até que os valores estejam em caixa há pagamentos que precisam ser efetuados
em prazo menor.
Decisões como antecipação de pagamento de fornecedores, contratações de
funcionários precisam ser estrategicamente planejadas para que a empresa não se depare com
situações desconcertantes (antecipar pagamento de dois fornecedores e esquecer de um
pagamento parcelado para outro, por exemplo).
Muitas são as decisões que o administrador financeiro e o empresário podem tomar
com base no fluxo de caixa. O importante é que os dados estejam sempre atualizados.
Segundo artigo publicado no site Portal da Administração, os dados do fluxo de
caixa considerando os fatos já ocorridos (compromissos já assumidos com desembolsos
futuros, referente a recebimentos futuros), exige uma atualização diária ou pelo menos
semanal.
O mesmo artigo diz ainda que para os dados do fluxo de caixa considerando uma
projeção (“criação” de cenários para antever desembolsos e entradas futuras), é preciso que se
faça uma atualização semanal ou até mesmo mensal. As previsões de entrada e saída de
numerários possibilitar enxergar o futuro em tempo de tomar as decisões mais acertadas.
3 METODOLOGIA
54
A metodologia procurou observar coerência com os referenciais descritos na
introdução, no objetivo geral e específico, estando devidamente embasado na fundamentação
teórica.
Além da sustentação conferida pelo referencial teórico, a monografia está
fundamentada em metodologias adequadas, de forma a tratar os fatos e os conceitos estudados
de maneira consistente e coerente.
Teve-se a preocupação de descaracterizar a empresa abordada com o objetivo de
manter em sigilo as informações e dados fornecidos. Sendo assim, a mesma será designada
como empresa “A”.
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA
Este trabalho foi realizado partindo do pressuposto de que o fluxo de caixa é uma
importante ferramenta de gestão que permite aos empresários ter maior controle sobre a
circulação do dinheiro na empresa, além de auxiliar na tomada de decisões no que tange as
decisões de financiamento do capital de giro bem como as decisões de investimento do lucro.
Desta forma será desenvolvido os temas que se propõe produzir ferramentais de
gerenciamento e tomada de decisão.
Não se desenvolveu uma metodologia cientifica uma vez que o presente estudo tem
por objeto o desenvolvimento de pesquisa bibliografia acerca do tema abordado e da produção
de ferramental para auxiliar os controles financeiros.
3.1.1 Temas Destacados
55
Considerando a proposta do trabalho o estudo pretende levantar as seguintes
observações:
É relevante que o micro e pequeno empresário considere o fluxo de caixa como
uma importante ferramenta de controle financeiro e para tomada de decisões.
O fluxo de caixa é uma ferramenta que auxilia efetivamente o micro e pequeno
empresário na elaboração de estratégias financeiras.
3.2 DADOS
Os dados para a elaboração do fluxo de caixa da empresa A, foram extraídos das
demonstrações financeiras fornecidas pelo escritório que realiza a contabilidade da mesma.
Para a elaboração do fluxo de caixa foi preciso extrair as informações relevantes e
organizá-las de forma coerente. Os autores do trabalho organizaram os dados nas tabelas
expostas a seguir:
Tabela 3 – Entradas de Caixa
MESESEntradas de Caixa – Ano: 2006
Vendas à Vista (R$) Vendas a Prazo (R$) TOTALMaio 34.379,63 80.219,12 114.598,75Junho 40.020,97 93.382,28 133.403,25Julho 55.247,70 102.602,87 157.850,57Agosto 52.163,47 134.134,65 186.298,12Setembro 64.533,32 150.577,73 215.111,04Outubro 79.909,83 162.241,20 242.151,03Novembro 85.651,32 182.009,06 267.660,38Dezembro 102.755,86 190.832,32 293.588,18
Fonte: os autores do presente trabalho
56
Tabela 4 – Saída – Impostos e Devoluções
Fonte: os autores do presente trabalho
Tabela 5 – Saídas – Custos Operacionais
MESES
Custos Operacionais – Ano: 2006Pagamento de
Mercadorias à Vista (R$)
Pagamento de Mercadorias a Prazo
(R$)TOTAL
Maio 16.671,36 38.899,84 55.571,20Junho 21.322,42 45.310,16 66.632,58Julho 23.753,94 58.156,20 81.910,14Agosto 29.579,19 69.018,10 98.597,29Setembro 37.894,52 76.937,35 114.831,87Outubro 36.055,69 88.274,29 124.329,98Novembro 42.017,44 98.040,69 140.058,13Dezembro 47.929,98 89.012,83 136.942,81
Fonte: os autores do presente trabalho
MESES
Despesas Comerciais – Ano: 2006Salários e Ordena-
dosFérias FGTS
Água e Esgoto
Energia Elétrica
Telefone e
Internet
Combustível e
LubrificantesTotal (1)
Maio 15.473,20 2.395,03 6.888,41 264,60 745,72 3.580,22 6.451,53 35.798,71Junho 19.869,92 2.395,03 7.240,14 317,60 868,25 4.338,37 8.280,23 43.909,54Julho 2.5043,22 4.596,39 12.319,85 370,52 994,60 5.079,51 1.0571,23 58.975,32Agosto 2.8053,06 4.596,39 12.560,63 423,44 1.121,97 5.951,20 12.968,23 65.674,92Setembro 3.1059,29 4.596,39 12.801,12 476,36 1.260,57 6.902,33 16.196,53 73.292,59Outubro 35.668,14 5.807,41 15.612,67 529,28 1.374,91 7.517,22 19.018,68 85.528,31Novembro 38.896,67 5.807,41 15.947,43 582,20 1.482,01 8.379,84 22.790,68 93.886,24Dezembro 44.040,17 5.807,41 16.282,43 635,12 1.590,56 8.988,41 26.933,38 104.277,48
Tabela 6 – Saídas – Despesas ComerciaisFonte: os autores do presente trabalho
Impostos e Devoluções – Ano: 2006MESES (R$)
Maio 6.317,59Junho 7.364,85Julho 8.714,33Agosto 10.329,82Setembro 11.884,36Outubro 13.421,15Novembro 14.890,87Dezembro 16.335,86
57
Tabela 7 – Saídas – Despesas AdministrativasFonte: os autores do presente trabalho
MESESDespesas Administrativas – Ano: 2006
Pró-laboreHonorários Contábeis
Impostos e Taxas
Juros e Multa de Mora
Total (2)
Maio 6.240,00 931,20 70,52 14,46 7.256,18Junho 7.640,00 1.081,20 70,52 14,46 8.806,18Julho 9.040,00 1.081,20 70,52 39,44 10.231,16Agosto 10.440,00 1.733,20 70,52 39,44 12.283,16Setembro 11.840,00 1.733,20 70,52 39,65 13.683,37Outubro 13.240,00 1.733,20 70,52 39,65 15.083,37Novembro 14.640,00 2.433,20 70,52 39,65 17.183,37Dezembro 16.040,00 2.433,20 70,52 39,65 18.583,37
Tabela 8 – Total das Saídas
Fonte: os autores do presente trabalho
Tabela 9 – Demonstração das Operações Realizadas Pela Empresa A
MESES
Operações Realizadas – Ref: maio/2006 a dezembro/2006
Entradas(-)
Impostos e Devoluções
(-)Pagto. Custos
(-) Pagto. Despesas
(=) Superávit/Déficit do
mês
(+) Saldo
Anterior
(=) Saldo do
mês
Maio 114.598,75 6.317,59 55.571,20 43.054,89 9.655,07 0 9.655,07Junho 133.403,25 7.364,85 66.632,58 52.115,72 7.290,10 9.655,07 16.945,17Julho 157.850,57 8.714,33 81.910,14 69.206,48 (1.980,38) 16.945,17 14.964,79Agosto 186.298,12 10.329,82 98.597,29 77.958,08 (5.87,07) 14.964,79 14.377,72Setembro 215.111,04 11.884,36 114.831,87 86.975,96 1.418,85 14.377,72 15.796,57Outubro 242.151,03 13.421,15 124.329,98 100.611,68 3.788,22 15.796,57 19.584,79Novembro 267.660,38 14.890,87 140.058,13 111.069,61 1.641,77 19.584,79 21.226,56Dezembro 293.588,18 16.335,86 136.942,81 122.860,85 17.448,66 21.226,56 38.675,22
Fonte: os autores do presente trabalho
Total das SaíasMESES Total (1) + Total (2)
Maio 43.054,89Junho 52.115,72Julho 69.206,48Agosto 77.958,08Setembro 86.975,96Outubro 100.611,68Novembro 111.069,61Dezembro 122.860,85
58
3.3 MODELO DE PLANILHAS PARA CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA
A seguir será apresentado um modelo de planilha na Tabela 10, proposto por
ZDANOWICZ (1988), que auxiliam no controle do fluxo de caixa da empresa e que poderá
ser utilizada conforme apresentado ou adaptado para melhor atender às necessidades das
empresas, considerando tamanho e ramo de atividade.
59
Tabela 10 – Modelo de controle de fluxo de caixa
ITENS
Avaliação do mês . . . . . . . . . . . . Projeções para os próximos meses
Orçado Realizado%
Desvio... ... ...
OP
ER
AC
ION
AL
RECEBIMENTOS
Vendas à vista
Cobranças simples
Descontos/cauções
(-) Reembolsos
TOTAL
PAGAMENTOS
Fornecedores
Salários com ES
Despesas gerais de fabricação
Despesas administrativas
Despesas com vendas
Despesas tributárias
Despesas financeiras
TOTAL
SALDO OPERACIONAL
EX
TR
A-O
PE
RA
CIO
NA
L
RECEBIMENTOS
Vendas de itens do ativo imobilizado
Aumentos de capital social
Empréstimos/financiamentos
Receitas financeiras
TOTAL
PAGAMENTOS
Amortizações
Imobilizações
Dividendos a distribuir
Gratificações a pagar
TOTAL
SALDO EXTRA-OPERACIONAL
SALDO CALCULADO
(-) Pagamento de compromissos vencidos
Saldo inicial de caixa
SALDO APURADO
Empréstimos/suprimentos de caixa
(-) Pagamentos de empréstimos/suprimentos de caixa
SALDO FINAL DE CAIXA
FATURAMENTO
COMPRAS DE MATÉRIAS PRIMAS
Fornecedores em atraso
Outros compromissos vencidos
60
TOTAL DE COMPROMISSOS VENCIDOS
Fonte: Adaptado de ZDANOWIZ (1988, p.95).
61
Será apresentado também um modelo de boletim para controle diário de caixa e de
bancos na Tabela 11, proposto por ZDANOWICZ. Assim como dito anteriormente os
modelos poderão ser modificados para melhor atender aos interesses das empresas.
Tabela 11 – Modelo de controle diário de caixa e bancos (boletim)
Data:. . . ./. . . ./. . . . R$
ITENSSaldo de caixa
hojeIngressos Desembolsos
Nível desejado
de caixa
(amanhã)
CA
IXA
Em dinheiro
Em vales
Em cheques
TOTAL DE CAIXA
BA
NC
OS
TOTAL DOS BANCOS
TOTAL CAIXA + BANCOS
PROJEÇÕES DE INGRESSOS
BANCO VALOR DATA
TOTAL
PROJEÇÕES DE DESEMBOLSOS
CONTA VALOR DATA
TOTAL
OBSERVAÇÕES: Cobrança simples:
Títulos negociados:
Fonte: ZDANOWICZ (1988, p.97)
62
Para que o proprietário tenha maior controle sobre os valores a receber de clientes,
ZDANOWICZ (1988), propõe a seguinte planilha apresentada na Tabela 12:
Tabela 12 – Controle de cobrança – clientes
Mês:........................
R$
ValoresCarteira
Cobrança
bancáriaDesconto Caução Vinculada Total
Prazos
Títulos vencidos
Mais de 91 dias
31 a 60 dias
Até 30 dias
Total de vencidos
Títulos a vencer
Dentro de 30 dias
31 a 60 dias
61 a 90 dias
Acima de 90 dias
Total a vencer
Total de cobrança
OBSERVAÇÕES
.............................................................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................................................
Fonte: ZDANOWICZ (1988, P.99)
Visando facilitar o controle das contas a pagar o mesmo autor sugere a seguinte
planilha apresentada na Tabela 13:
63
FornecedoresNº da nota
fiscal
Nº da ordem
de compra
Nº da
duplicata
Classificação
Banco VencimentoData do
pagamentoObservaçõesMatérias-
primas
Despesas
Indiretas de
Fabricação
Itens do Ativo
Imobilizado
Total
Tabela 13 – Controle das contas a pagar – fornecedores
Fonte: ZDANOWICZ (1988, p.100)
64
Todas as planilhas apresentadas até o momento podem ser feitas no programa Excel.
Este programa pode muito bem atender o objetivo de uma micro e pequena empresa que é
dirigir e controlar seu fluxo de caixa da forma mais eficiente e eficaz possível.
65
4 CONCLUSÃO
Segundo os proprietários da empresa A, que atua na comercialização de produtos
para nutrição animal, não existe na mesma um controle financeiro por meio do fluxo de caixa.
Os proprietários realizam apenas o controle das duplicatas a receber de clientes, anotando o
nome em algum arquivo do computador e dando baixa conforme os pagamentos são
efetuados.
Considerando a fundamentação teórica desenvolvida no presente trabalho, se a
empresa realizasse o controle não apenas de suas contas a receber, como também de todos os
gastos e ingressos realizados semanalmente, os proprietários poderiam visualizar de forma
mais abrangente a circulação do dinheiro na empresa.
Utilizando o fluxo de caixa é possível observar, por exemplo, o montante das
despesas comerciais e comparar seu percentual em relação ao desembolso total, ou os custos
em relação ao desembolso total, no sentido de melhor controlar esses gastos visando mantê-
los sempre estáveis para que não comprometam um dos objetivos principais de uma empresa,
que é a maximização do lucro.
Como forma de contribuição ao desempenho financeiro da empresa A, os autores do
presente trabalho sugerem um modelo de fluxo de caixa criado no Excel (apêndice A) pelos
mesmos, baseado nos modelos sugeridos por ZDANOWICZ (1988) e CAVALCANTE
(2004), e que se acredita atender de forma eficaz aos interesses da empresa.
Durante a realização do presente trabalho pode-se observar, ainda, que os
proprietários da empresa A não contam que nenhum controle financeiro além daqueles que
são fornecidos pelo escritório de contabilidade (balanço patrimonial, demonstração de
resultados e balancete mensal).
Visando mais uma vez contribuir para o desempenho financeiro da empresa, os
autores do presente trabalho elaboraram uma planilha no Excel de Demonstração da Evolução
das Receitas (apêndice B), que segundo artigo publicado no site Facilita Já, servirá como
66
apoio para o fluxo de caixa no que tange a tomada de decisão, bem como análise do
desempenho financeiro da empresa.
A Demonstração da Evolução das Receitas permite visualizar quais são os períodos
de maior e menor entrada de capital, corroborando os proprietários para organizar de maneira
mais eficiente a compra de mercadorias, bem como planejar estratégias para negociar prazos
de pagamentos com os fornecedores.
Considerando o contexto abordado no presente trabalho, o fluxo de caixa constitui
um instrumento que pode com muita eficácia auxiliar o empresário a gerir sua empresa, em
particular seus recursos financeiros.
Pesquisas realizadas por várias entidades, dentre elas o Sebrae, comungam que a
elaboração do fluxo de caixa permite que as micro e pequenas empresas tomem decisões mais
acertadas, de modo a não comprometer o capital de giro, pois por meio deste é possível prever
com mais clareza os períodos futuros de entrada e saída de dinheiro, bem como sobras e
faltas.
Assim, diante de um mercado altamente competitivo, em que as empresas precisam
ter acesso as informações com rapidez para tomarem as decisões certas, o fluxo de caixa
confere às micro e pequenas empresas o instrumento mais adequado, visto que qualquer
decisão de vendas, de compras, de investimento, de financiamento, de expansão, enfim,
refletem diretamente no caixa da empresa.
67
5 RECOMENDAÇÕES
O presente trabalho teve como objetivo demonstrar por meio da fundamentação
teórica a importância de se considerar o Fluxo de Caixa uma ferramenta administrativa para
auxiliar o micro e pequeno empresário a planejar e controlar melhor seus recursos financeiros,
bem como tomar decisões com estratégia. Deste modo, sugere-se a futuros trabalhos de
Administração Financeira e interessados em desenvolver temas similares as seguintes
recomendações:
Comparar o desempenho de empresas de pequeno e médio porte e mesmo ramo
de atuação que utilizam o fluxo de caixa como forma de planejamento financeiro e
tomada de decisões estratégicas. Essa comparação permitirá às empresas avaliar sua
competitiva no setor bem como adotar práticas de benchmarking.
Aos interessados em desenvolver trabalhos similares, recomenda-se que se
realize uma pesquisa em dada região para se conhecer quantas são as empresas que
reconhecem e utilizam o fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira. Essa
pesquisa poderá colaborar com outras realizadas pelo Sebrae para identificar o nível
de informação que os micro e pequenos empresários possuem sobre a administração
dos recursos financeiros.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abrangência do fluxo de caixa. Disponível em: <www.portaldaadminstracão.org>. Acesso
em: 24 outubro 2007.
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2007.
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LEMES JUNIOR, Antonio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi
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LOURENÇO, Daniela Ferreiro Corrêa. A falta de planejamento como fator determinante
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<www.facilitaja.com.br>. Acesso em: 1 nov. 2007
O fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira e estratégica nas pequenas empresas.
Disponível em: <www.facilitaja.com.br>. Acesso em: 1 nov. 2007
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financeiros. 2 ed. Porto Alegre: D. C. Luzzato, 1988.
APÊNDICE
APÊNDICE A
FLUXO DE CAIXA
APÊNDICE B
DEMONSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS
ANEXO
FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAVAÍ – FAFIPA
ANEXO A – Ficha de Parecer do Professor OrientadorALUNO Maycon Leandro Cardoso PeixeALUNO Thaís Santos DiasÁREA
QUESITOS COMENTÁRIOS
Assiduidade na orientação
Comprometimento no desenvolvimento das etapas do ESACapacidade de delimitação do temaNível de profundidade em relação a fundamentação teóricaÉtica profissional em relação a seriedade e ao sigilo sobre informações recebidasCapacidade de interpretação e de síntese das informaçõesHabilidade de comunicação verbal e oral
Outros comentários que se fizerem necessários
Paranavaí, ____ de __________________ de _______.
Professor Orientador: _________________________.
FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAVAÍ – FAFIPA
ANEXO B – Ficha de Avaliação – Banca Examinadora1º ALUNO Maycon Leandro Cardoso Peixe2º ALUNO Thaís Santos DiasTEMADATA DA DEFESA HORA
ASSUNTO FATORPROFESSOR
MEMBRO1 2 3 4 5
Coerência do projeto do ESA com o trabalho desenvolvido
5
Observância e delimitação do tempo 5
Coerência entre os objetivos com a metodologia, fundamentação teórica e a análise e interpretação dos dados
50
Profundidade na análise e interpretação dos dados
20
Domínio de conteúdos e capacidades de argumentação
10
Apresentação: clareza, segurança e cadencia 10
TOTAL
Professor Examinador Rubrica
Recomendações/Sugestões
ANEXO C – TERMO DE COMPROMISSO
Termo de compromisso de estágio vinculado ao Termo de Cooperação entre a Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.
Os estudantes estagiários Maycon Leandro Cardoso Peixe residente e domiciliado no Sitio São Domingos, no município de Alto Paraná – PR, portador da célula de identidade RG nº. 9060934-3, e Thaís Santos Dias residente e domiciliada a Rua Olímpia Rosa da Silva, 1414, na cidade de Rosana Estado de São Paulo, portador da cédula de identidade RG nº. 33964544-1, matriculados no 4º ano do curso de Administração da FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda., de conformidade com o Termo de Cooperação para estágios, firmado em 27/06/2006, nos termos da Lei Federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977 e do Decreto Federal 87.497 de 18 de agosto de 1982, assinam o presente Termo de Compromisso, convencionadas as cláusulas e condições seguintes.
Cláusula PrimeiraO presente Termo visa assegurar a complementação da aprendizagem através de treinamento prático integração social e desenvolvimento pessoal do estagiário, não caracterizando vinculo empregatício nos termos do art. 4º. da Lei Federal 6.494 de 07 de dezembro de 1977 e art. 6º. do Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982.
Cláusula SegundaAs atividades principais a serem desenvolvidas pelos estagiários, compatíveis com o contexto básico da profissão da qual o curso se refere, estão definidas no projeto de estágio acordado e aprovado entre as partes, conforme art. 4º. do decreto 87.497/82. O acompanhamento dos estagiários será realizado pelo Professor Onivaldo Izidoro Pereira da FAFIPA e pela empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.
Cláusula TerceiraA empresa Revenda Representações Comerciais Ltda. oferece aos estagiários atividades que proporcionem por em prática a experiência acadêmica profissional em um campo de trabalho determinado, visando atender: a) ao aprimoramento técnico cientifico em sua formação; b) maior proximidade dos alunos com as condições reais de trabalho, por intermédio de praticas afins com a natureza e especificidade do curso de Administração.
Cláusula Quarta O estágio será desenvolvido no período de 170 horas, em horário conforme o cronograma do projeto de estágio, totalizando 374 (trezentas e setenta e quatro) horas, de conformidade com o disposto no art. 4º do Decreto Federal 87.497, de 18 de Agosto de 1982.
Cláusula Quinta Cabe aos estudantes estagiários cumprir a programação estabelecida, observando as normas internas da unidade cedente, bem como elaborar relatório referente ao estágio quando solicitado pelas partes acordadas.
Cláusula Sexta Os estudantes estagiários respondem pelas perdas e danos decorrentes da inobservância das normas internas ou das constantes no Acordo de Cooperação e neste termo.
Cláusula Sétima Constituem-se em motivos para a interrupção automática presente Termo de Compromisso:
a) A conclusão ou abandono do curso ou o trancamento de matrícula;b) O pedido da FAFIPA;c) A pedido formal dos estagiários, nos termos do art. 17 e parágrafos do Regulamento
do ESA;d) O não cumprimento do convencionado neste instrumento, bem como no Acordo de
Cooperação, do qual decorre; ee) A pedido da unidade cedente.
Cláusula OitavaA renovação do presente termo está vinculada à aprovação dos estudantes estagiários no final do ano letivo.
Cláusula NonaDurante a vigência do presente Termo de Compromisso, os estudantes estagiários estão amparados contra danos causados por acidentes pessoais, por apólice de seguros mantida pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA. E por assim estarem de comum acordo, com as condições deste termo, as partes assinam em três vias de igual teor e forma, na presença de 02 (duas) testemunhas a tudo presentes para que surta os efeitos legais.
Paranavaí, 12 de novembro de 2007.
__________________ ___________________ Estagiário Estagiário
__________________ ____________________ FAFIPA Empresa
Testemunhas
1º._________________ 2º.___________________ Nome: Nome: RG: RG:
ANEXO D – TERMO DE COOPERAÇÃO
Termo de Cooperação para concessão de Estágio supervisionado em Administração que entre si celebram a Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, Curso de Administração e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.
A Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, inscrita no CNPJ sob número 80.904.402/0001-50, com sede à Avenida Gabriel Esperidião, s/n Campus Universitário “Frei Ulrico Goevert”, em Paranavaí-PR doravante denominada FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda. inscrita no CNPJ 00.936.402/0001-00 com sede na Avenida Heitor Alencar Furtado – 6970 Jd. Santos Dumont. Paranavaí-PR resolvem de comum acordo celebrar o presente Termo de Cooperação nos termos da lei federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977, modificada pela MP nº 2.164-41, de 24 de agosto de 2001, regulamenta pelo Decreto 87.497, de 18 de agosto 1982, na forma das seguintes cláusulas:
Cláusula PrimeiraO presente Termo de Cooperação visa estabelecer as condições de realização de Estágio Supervisionado ao estudante, regularmente matriculado e com freqüência efetiva no Curso de Administração vinculado à FAFIPA.
Cláusula Segunda As atividades correspondentes ao Estágio Supervisionado compreendem a aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida de seu meio, cuja responsabilidade e coordenação ficarão a cargo da FAFIPA, com vistas à complementação de ensino e a aprendizagem, constituindo-se em instrumento de integração, em termos de treinamento prático, de aperfeiçoamento técnico-cultural, cientifico e de relacionamento humano.
Cláusula TerceiraCompetirá a FAFIPA, em consonância com o art. 4º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982, dispor sobre:
a) Inserção do Estágio Curricular na programação didático-pedagógica;b) Definição da carga horária, a duração e a jornada de Estágio (que não poderá ser
inferior a um ano letivo), condições imprescindíveis para caracterização e definição dos campos de estágio referidos no art. 1º, parágrafos 1º e 2º da Lei Federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977, modificados pela MP 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e
c) Disposição sobre a sistemática de organização, supervisão e orientação do Estágio Supervisionado em Administração – ESA.
§Único – A FAFIPA enviará a conveniada, a sistemática de organização, orientação, supervisão e orientação de Estágio Supervisionado.
Cláusula Quarta A apólice de seguros de acidentes pessoais em favor do estagiário será emitida por intermédio da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, de acordo com o art. 8º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982.
Cláusula Quinta A disciplina de Administração Financeira possibilitará aos acadêmicos da FAFIPA, as diversas modalidades de estágio que possam ser desenvolvidas.
Cláusula Sexta A jornada de atividades em estágios deverá ser compatível com o horário escolar do estudante e com o horário da parte em que venha a ocorrer o estágio. §único – nos períodos de férias escolares, a jornada do estágio será estabelecida de comum acordo entre os estagiários e a conveniada, sendo obrigatória a interveniência da FAFIPA.
Cláusula Sétima Aos estagiários poderá ser concedida bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada com a conveniência ressalvado o que dispuser a legislação previdenciária.
Cláusula Oitava É vedada à FAFIPA a cobrança de qualquer taxa adicional dos estagiários referente às providencias administrativas para a obtenção e realização do estágio.
Cláusula Nona Será extinto o estágio quando:
a) Os alunos concluírem o curso no qual se encontram matriculados;b) Os alunos trancarem a matricula ou deixar de freqüentar o curso;c) Os alunos desligarem-se da faculdade por qualquer motivo.
§Único – a FAFIPA se obriga a informar imediatamente a conveniada, a ocorrência de eventos acima descritos, bem como daqueles não previstos, mas que prejudiquem a execução do programa de estágio, comunicando qualquer alteração de seu estado de aluno, responsabilizando-se integralmente pela inobservância do ora estabelecido.
Cláusula Décima Fica a critério da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, do Departamento de Administração e da conveniada estabelecer o numero de estagiário(s) a ser admitido no seu quadro de pessoal, tendo em vista a plena consecução dos objetivos propostos na cláusula segunda, em face de um melhor aproveitamento das atividades pelos estagiários.
Cláusula Décima PrimeiraO presente Termo de Cooperação tem a duração de 5 (cinco) anos a partir de sua assinatura, podendo ser denunciado pelas partes, mediante notificação expressa pela parte interessada, com prazo mínimo de 30 (trinta) dias. Cláusula Décima Segunda Para a realização de cada estágio, em decorrência de presente Termo, será celebrado um TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÄGIO entre os estudantes e a conveniada, com interveniência obrigatória do diretor da FAFIPA ou seu preposto ou representante legal, nos moldes de art. 6º §1º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982.§ Primeiro – O Termo de Compromisso vinculado ao presente termo, ao qual será anexado posteriormente, terá por função básica, em relação a cada estágio, particularizar a relação jurídica entre o estagiário e a conveniada.
§ Segundo – o estágio que vier a ser realizado no presente termo, segundo o art. 6º do Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982 não acarretará nenhum vinculo empregatício entre os estagiários e a conveniada.
Cláusula Décima Terceira Qualquer alteração no presente termo, somente poderá ocorrer de comum acordo entre as partes e sempre com a interveniência da FAFIPA e na forma de anexos numerados a serem incorporados a este instrumento.
Cláusula Décima Quarta As partes elegem o foro da comarca de Paranavaí, renunciando desde logo a qualquer outro, por mais privilegiado que seja como o competente para dirimir qualquer pendência pertinente a este termo e que não possa ser resolvida amigavelmente. E, por estarem justos e conveniados, como de fato estão, firmam as partes o presente instrumento em 3 (três) vias de igual teor e forma e efeito na presença de 2 (duas) testemunhas abaixo identificadas, devendo uma das quais ser devidamente registrada em cartório e as demais entregues às conveniadas.
Paranavaí, 12 de novembro de 2007
______________________________________________Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA.
______________________ Empresa
Testemunhas
1º________________ 2º________________Nome: Nome:RG: RG: