1. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Traduzido do original em Ingls
A Guide to Fervent Prayer By A. W. Pink A presente traduo consiste
somente nos Captulos 4 e 5 da obra supracitada Via:
PBMinistries.org (Providence Baptist Ministries) Traduo por Camila
Almeida Reviso e Capa por William Teixeira 1 Edio: Dezembro de 2014
Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so
da verso Almeida Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007,
2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil. Traduzido e publicado
em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida
permisso do ministrio Providence Baptist Ministries, sob a licena
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2. Issuu.com/oEstandarteDeCristo A Grande Misericrdia de Deus
Por Arthur Walkington Pink [Captulos 4 e 5 do livro A Guide to
Fervent Prayer Editado] Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericrdia, nos gerou de
novo para uma viva esperana, pela ressurreio de Jesus Cristo dentre
os mortos, para uma herana incorruptvel, incontaminvel, e que no se
pode murchar, guardada nos cus para vs, que mediante a f estais
guardados na virtude de Deus para a salvao, j prestes para se
revelar no ltimo tempo. (1 Pedro 1:3-5) PARTE 1 Alguns extremistas
dentre os Dispensacionalistas afirmam e insistem que as ltimas sete
epstolas do Novo Testamento (de Hebreus a Judas) no dizem respeito
a todos aqueles que so membros do corpo mstico de Cristo, mas so
totalmente Judaicas, escritas pelos apstolos para a circunciso e
destinadas somente para eles. Tal afirmao feroz e perver- sa uma
inveno arbitrria deles prprios, pois no h uma palavra nas
Escrituras que fundamenta a reivindicao deles. Pelo contrrio, h
muito nestas mesmas Epstolas que repudiam claramente esse ponto de
vista. Seguindo o pensamento deles pode-se tambm afirmar que as
epstolas de Paulo no so para ns (santos do sculo XX), porque elas
so dirigidas a grupos de crentes em Roma, Corinto, Galcia, e assim
por diante. A identi- dade precisa dos Cristos professos a quem a
Epstola aos Hebreus foi originalmente dirigida no pode ser
descoberta. vital reconhecer, no entanto, que a Epstola dirigida
queles que so participantes da vocao celestial (Hebreus 3:1), algo
que de modo algum pertencia nao Judaica como um todo. Embora a
Epstola de Tiago fora escrita para as doze tribos que andam
dispersas, no entanto, foi dirigida aos membros dos que eram
gerados de Deus (Tiago 1:18). As Epstolas de Joo so manifestamente
as cartas de um pai em Cristo aos seus queridos filhinhos (1 Joo
2:12; 5:21) e, como tal, transmitem o cuidado solcito do Pai
celestial para os Seus prprios, para aqueles que tinham Jesus
Cristo por seu advogado (1 Joo 2:1). A epstola de Judas tambm
geral, direcionada para os santificados em Deus Pai, e conservados
por Jesus Cristo (v.1).
3. Issuu.com/oEstandarteDeCristo queles por Quem Pedro Oferece
Esta Doxologia A primeira Epstola de Pedro dirigida aos
estrangeiros dispersos no Ponto, Galcia, Capadcia, sia e Bitnia (1
Pedro 1:1). A Verso Americana Padronizada mais literalmen- te o
traduz: aos eleitos que so forasteiros da Disperso no Ponto..., ou
seja, para os Ju- deus que esto ausentes da Palestina, residentes
nas terras dos Gentios (cf. Joo 7:35). Mas cuidado deve ser tomado
para que o termo estrangeiros no seja limitado sua fora literal,
mas sim seja dado tambm o seu sentido figurado e aplicao
espiritual. Isso no se refere estritamente aos descendentes carnais
de Abrao, mas sim sua descendncia espiritual, que eram
participantes da vocao celestial, e como tal, estavam longe de seu
lar. Os patriarcas ...confessaram que eram estrangeiros e
peregrinos na terra. Porque... claramente mostram que buscam uma
ptria... desejam uma melhor [do que a Cana terrena], isto , a
celestial. (Hebreus 11:13-16). Mesmo Davi, enquanto reinando como
rei em Jerusalm, fez um reconhecimento similar: Eu sou um peregrino
na terra (Salmos 119:19). Todos os Cristos so estrangeiros neste
mundo; por enquanto eles estando no corpo, esto ausentes do Senhor
(2 Corntios 5:6). Sua ptria est nos cus (Filipenses 3:20). Assim,
era aos peregrinos espirituais (residentes temporrios) a quem Pedro
escreveu, aqueles que tinham sido gerados para uma herana guardada
nos cus para eles (1 Pedro 1:4). Nem todos os estrangeiros
espirituais eram da linhagem natural de Abrao. H mais do que uma
indicao nesta mesma epstola que, embora possivelmente a maioria
deles eram crentes judeus, contudo de modo algum todos o eram.
Assim, no captulo 2, versculo 10, depois de afirmar que Deus os
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, o Apstolo Pedro passa
a descrev-los com estas palavras: Vs, que em outro tempo no reis
povo, mas agora sois povo de Deus; que no tnheis alcanado
misericrdia, mas agora alcan- astes misericrdia. Isso delineia
precisamente o caso dos crentes Gentios (cf. Efsios 2:12-13). Pedro
est aqui citando Osias 1:9-10 (onde os filhos de Israel, no
versculo 10, referem-se ao Israel espiritual), o que
definitivamente interpretado por ns em Romanos 9:24-25: Os quais
somos ns, a quem tambm chamou, no s dentre os judeus, mas tambm
dentre os gentios? Como tambm diz em Osias: Chamarei meu povo ao
que no era meu povo. Mais uma vez, no captulo 4, versculo 3, Pedro
diz por meio de recordao para aqueles a quem ele est escrevendo:
Porque bastante que no tempo passado da vida fizssemos a vontade
dos gentios, andando em dissolues, concupiscncias, borra- chices,
glutonarias, bebedices e abominveisidolatrias. A ltima categoria de
transgresso s pode referir-se aos Gentios; pois os judeus (quando
considerados como uma nao), desde o cativeiro Babilnico, nunca
caram em idolatria. A Orao em Si
4. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Ao examinarmos juntos a orao
contida em 1 Pedro 1:3-5, consideremos oito coisas: (1) a sua
conexo, para que percebamos que todos esto includos pelas palavras
nos gerou de novo; (2) a sua natureza, uma doxologia (Bendito
seja); (3) o seu Objeto, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo;
(4) a sua atribuio, Sua grande misericrdia; (5) o seu incitamento,
nos gerou de novo para uma viva esperana; (6) o seu reconhecimento,
pela ressurreio de JesusCristo dentre os mortos; (7) a sua
substncia, para uma heran- a incorruptvel, incontaminvel, e que no
se pode murchar, guardada nos cus para vs e (8) a sua garantia, que
mediante a f estais guardados. H muito aqui de interesse e profunda
importncia. Portanto, seria errado para ns apressadamente
ignorarmos tal pas- sagemcom algumas generalizaes, especialmente
uma vez que ela contmuma tal rique- za de reflexo espiritual,
jubilosa que no deixar de edificar a mente e despertar a vontade e
as afeies de cada santo que medita corretamente sobre ela. Que
possamos ser devi- damente afetados por seu contedo e realmente
adentremos em seu esprito elevado. Em primeiro lugar, consideramos
a sua conexo. Aqueles em cujo nome o apstolo ofere- ceu esta
doxologia so citados de acordo com suas circunstncias literais e
figuradas no versculo 1, e, em seguida, descritos por suas
caractersticas espirituais: Eleitos segundo a prescincia de Deus
Pai, em santificao do Esprito, para a obedincia e asperso do sangue
de Jesus Cristo (v. 2). Essa descrio refere-se igualmente a todos
osregenerados em todas as pocas. Quando conectada com a eleio, a
prescincia de Deus no se refere Sua prescincia eterna e universal,
pois esta envolve todos os seres e aconteci- mentos, passados,
presentes e futuros; e, portanto, tem por seus objetos os
no-eleitos, bem como os eleitos. Consequentemente, no h qualquer
aluso previso de Deus de nossa crena ou qualquer outra virtude nos
objetos de Sua escolha. Em vez disso, o termo prescincia
relaciona-se fonte ou origem da eleio, a saber, a imerecida boa
vontade e aprovao de Deus. Para este sentido da palavra, veja os
seguintes: Salmo 1:6; Ams 3:2; 2 Timteo 2:19. Para um sentido
semelhante da palavra previso, veja Romanos 11:2. Portanto, a frase
eleitos segundo a prescincia de Deus significa que as pessoas
favore- cidas, assim descritas, foram de antemo amadas por Ele, que
foram os objetos de Sua eterna graa, inalteravelmente agradveis a
Ele, enquanto Ele as previa em Cristo, ... pela qual nos fez
agradveis [ou objetos da graa] a si no Amado (Efsios 1:4-6).
Obedincia, um Sinal Indispensvel da Obra Salvfica do Esprito Em
santificao do Esprito. por meio das operaes graciosas e eficazes do
Esprito que a nossa eleio por Deus Pai tem efeito (veja 2
Tessalonicenses 2:13). As palavras santificao do Esprito tm
referncia Sua obra de regenerao, pela qual somos vivificados
(feitos vivos), ungidos e consagrados ou separados para Deus. A
ideia subja- cente de santificao quase sempre a de separao. Pelo
novo nascimento, ns somos
5. Issuu.com/oEstandarteDeCristo distinguidos daqueles que esto
mortos em pecado. As palavras para a obedincia aqui em1 Pedro 1:2
significamque pelo chamado eficaz do Esprito, somos sujeitos ao
chamado de autoridade do Evangelho (versculo 22 e Romanos 10:1, 16)
e, posteriormente, para os seus preceitos. A Eleio nunca promove
licenciosidade, mas sempre produz santidade e boas obras (Efsios
1:4; 2:10). O Esprito regenera os pecadores para uma nova vida de
amvel submisso a Cristo, e no a uma vida de autossatisfao. Quando o
Esprito santifi- ca a alma, a fim de que ela possa adornar o
Evangelho por uma caminhada que regula- da por ele. pela sua
obedincia que um Cristo torna evidente a sua eleio pelo Pai, pois
anteriormente ele era um dos filhos da desobedincia (Efsios 5:6).
Por sua nova vida de obedincia, ele fornece a prova de uma obra
sobrenatural do Esprito em seu interior. E asperso do sangue de
Jesus Cristo. importante que ns entendamos a distino en- tre a
asperso do sangue de Cristo e o derramamento dele (Hebreus 9:22). O
derramamen- to em relao a Deus; enquanto que a asperso a sua
aplicao ao crente, pelo qual ele obtm o perdo e a paz de conscincia
(Hebreus 9:13-14; 10:22), e pelo que o seu servio prestado de
maneira aceitvel a Deus (1 Pedro 2:5). Uma leitura cuidadosa de
toda a epstola torna evidente que estes santos estavam passan- do
por duras provas (veja 1 Pedro 1:6-7; 2:19-21; 3:16-18; 4:12-16;
5:8-9). Cristos judeus (que evidentemente compunhama maioria
daqueles a quemoriginalmente Pedro se dirigiu) j haviam sido
severamente oprimidos, perseguidos, no tanto pelo mundo profano
quanto por seus prprios irmos segundo a carne. Quo amargo e feroz
era o dio de tais judeus incrdulos demonstrado no somente a partir
do caso de Estevo, mas pelo que o aps- tolo Paulo sofreu nasmos
deles(2 Corntios1:24-26). Como forma de incentivo, o apstolo Paulo
deliberadamente lembrou seus irmos Hebreus das perseguies que ele j
havia sofrido por amor de Cristo. Lembrai-vos, porm, dos dias
passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande
combate de aflies... e com alegria permitistes o roubo dos vossos
bens (Hebreus 10:32-34). Ao mantermos esse fato em mente, uma me-
lhor compreenso tida sobre muitos dos detalhes do livro de Hebreus.
Alm disso, isso se torna mais evidente por que Pedro tem muito a
dizer sobre a aflio, e por que ele se refere com tanta frequncia
aos sofrimentos de Cristo. Seus irmos estavam em necessi- dade de
um estmulo cordial que pudesse encoraj-los resilincia heroica. Ele,
portanto, alongou-se sobre os aspectos da verdade Divina mais
adequados a apoiar a alma, fortalecer a f, inspirar a esperana, e
produzir firmeza e boas obras. Esta Orao Uma Doxologia, uma
Expresso de Puro Louvor a Deus Em segundo lugar, examinemos a sua
natureza. um tributo de louvor. Nesta orao, o
6. Issuu.com/oEstandarteDeCristo apstolo no est suplicando a
Deus, antes est oferecendo adorao a Ele! Este tanto o nosso
privilgio quanto o dever, enquanto ns derramamos as nossas
necessidades dian- te dEle; sim, um deve sempre ser acompanhado
pelo outro. com aes de graas que somos convidados a fazer com que
as nossas peties sejam em tudo conhecidas diante de Deus
(Filipenses 4:6). E isso precedido pela exortao: Regozijai-vos
sempre no Senhor, cuja alegria deve encontrar a sua expresso em
gratido e por atribuir a glria a Ele. Se ns somos adequadamente
afetados pelas bnos de Deus, no podemos deixar de bendizer o Doador
delas. No versculo 2, Pedro mencionou alguns dos mais notveis e
abrangentes de todos os benefcios Divinos, e esta exclamao: Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! o eco, ou melhor, o
reflexo do corao do Apstolo Pedro, em resposta maravilhosa graa de
Deus por si e pelos seus irmos. Esta doxologia especial tambm deve
ser considerada como um reconhecimento devoto dos favores
inestimveis que Deus concedeu aos Seus eleitos, como ampliado no
versculo 3. Enquanto o apstolo refletia sobre as gloriosas bnos
concedidas aos pecadores merecedores do inferno, seu corao foi
inclinado adorao fervorosa ao benigno Autor delas. Assim pode ser,
assim deve ser, com os Cristos hoje. Deus no tem filhos mudos
(Lucas 17:7). Eles no somente clamam a Ele dia e noite, em sua
aflio, mas eles frequentemente O louvam por Sua Excelncia e Lhe do
graas por Seus benefcios. Enquanto eles medi- tam sobre a Sua
grande misericrdia, em t-los gerado para uma viva esperana,
enquanto eles antecipam, pela f, a herana gloriosa que, para eles,
est reservada nos cus, e enquanto eles percebem estes fluxos do
favor soberano de Deus vindo a eles atravs da morte e ressurreio do
Seu Filho amado, eles bem podem exclamar: Bendito seja o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo!. Doxologias, ento, so expresses de
santa alegria e de homenagem em adorao. Em relao ao bendito termo
especial, Ellicott mui proveito- samente observa: Esta forma da
palavra Grega consagrada a Deus somente: Marcos 14:61; Romanos 9:5;
2 Corntios 11:31. uma palavra completamente diferente de bendito ou
feliz das Bem-aventuranas e diferente de bem-aventurada, que disto
sobre a me de nosso Senhor em Lucas 1:28, 42. Esta forma dela [em 1
Pedro 1:3] implica que essa bno sempre devida em considerao a algo
inerente pessoa, enquanto aquela apenas implica uma bno que foi
recebida. Assim, vemos mais uma vez quo minuciosamente distintiva e
precisa a linguagem da Sagrada Escritura. O Glorioso Objeto de
Louvor
7. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Em terceiro lugar, ns
contemplamos o seu objeto. Esta doxologia dirigida ao Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o que explicado por Calvino, assim:
Porque, como anteriormente, ao chamar a Si mesmo o Deus de Abrao,
Ele quis evi- denciar a diferena entre Ele e todos os falsosdeuses;
assim, depoisque Ele Se mani- festou em Seu prprio Filho, Sua
vontade no ser conhecido de outro modo, a no ser nEle. Da, aqueles
que formam suas ideias sobre Deus em Sua pura majestade, parte de
Cristo, temumdolo em vez do verdadeiro Deus, como o caso dos Judeus
e dos Turcos [isto , dos maometanos, aos quais podemos acrescentar
os Unitaria- nos]. Todo aquele que, ento, procura realmente
conhecer ao nico Deus verdadeiro, deve consider-lO como o Pai de
Cristo. Alm disso, em Salmos 72:17, predito sobre Cristo que os
homens sero abenoados nele e que todas as naes o chamaro
bem-aventurado. Diante disso, o cantor sagrado irrompe nesse louvor
em adorao: Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que s ele
faz maravilhas (v. 18). Essa foi a forma de doxologia do Velho
Testamento (cf. 1 Reis 1:48, 1 Crnicas 29:10); mas a doxologia no
Novo Testamento (2 Corntios 1:3; Efsios 1:3) expressa em termos da
autorrevelao da Divindade feita na Pessoa de Jesus Cristo: Quem no
honra o Filho, no honra o Pai que o enviou (Joo 5:23). Aqui, Deus
Pai no visto absolutamente, mas relativamente, isto , como o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso Senhor contemplado em Seu
carter de Mediador, ou seja, como o Filho eterno investido de nossa
natureza. Como tal, o Pai nomeou e enviou-O em Sua misso redentora.
Nessa qualidade e ofcio, o Senhor Jesus O confessou e O serviu,
como o Seu Deus e Pai. Desde o incio Ele esteve envolvido nos
negcios de Seu Pai, sempre fazendo as coisas que eram agradveis Sua
vista. Ele foi regulado em todas as coisas pela Palavra de Deus.
Jeov era sua poro (Salmo 16:5), Seu Deus (Salmos 22:1), Seu Tudo.
Cristo estava submisso a Ele (Joo 6:38; 14:28): a cabea do Cristo
Deus (1 Corntios 11:3). Na forma de aliana, tambm, Ele era e o Deus
e Pai de Cristo (Joo 20:17), no somente enquanto Cristo esteve aqui
na terra, mas mesmo agora que Ele est no cu. Isso claro a partir da
promessa de Cristo depois de Sua ascenso: A quem vencer, eu o farei
coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sair; e escreverei sobre
ele o nome do meu Deus (Apocalipse 3:12). No entanto, esta
subordinao oficial de Cristo a Deus Pai em nenhum aspecto milita
contra, nem modifica a Sua igualdade essencial com Ele (Joo 1:1-3;
5:23, 10:30-33). Pelo Fato de Deus ser o Pai de nosso Fiador, Ele
Tambm nosso Pai Deve ser observado atentamente que o louvor aqui
prestado no ao Deus e Pai do
8. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Senhor Jesus Cristo, mas de
nosso Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras, a relao de Deus
conosco determinada por Sua relao com o nosso Fiador. Ele o Deus e
Pai dos pecadores somente em Cristo. Ele adorado como o Cabea da
aliana e Salvador dos Seus eleitos nEle. Este um ponto de suma
importncia: a conexo que a Igreja mantm com Deus estabelecida por
aquela relao do Redentor com Deus, pois ela de Cristo, e Cristo de
Deus (1 Corntios 3:23). O ttulo Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo a designao Crist peculiar e caracterstica da Divindade,
contemplando-O como o Deus da redeno (Romanos 15:6; 2 Corntios
11:31; Colossenses 1:3). Quando um israelita O chamava como o Deus
de Abrao, Isaque e Jac, ele O reconhecia e confes- sava no somente
como o Criador e Governador moral do mundo, mas tambm como o Deus
da aliana de sua nao. Assim, quando o Cristo O chama como o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, ele O reconhece como o Autor da
eterna redeno por meio do Filho encarnado, que voluntariamente
tomou o lugar de subservincia e dependncia nEle. No mais elevado
sentido da palavra, Deus no o Pai de nenhum homem at que ele se una
quele a quem Ele comissionou e enviou para ser o Salvador dos
pecadores, o nico Mediador entre Deus e os homens. A linguagem na
qual Deus aqui adorado explica como que Ele pode ser to amvel e
generoso para o Seu povo. Todas as bnos veem de Deus para as
criaturas. Ele quem lhes deu a existncia e supre as suas variadas
necessidades. Igualmente assim, todas as bnos espirituais procedem
de Deus (Efsios 1:3; Tiago 1:17). O Altssimo benigno at para com os
ingratos e maus (Lucas 6:35). Mas as bnos espirituais so derramadas
a partir dEle no simplesmente como Deus, nem da parte do Pai
absolutamente, mas a partir do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo. No que segue, o apstolo faz meno Sua grande misericrdia, de
Seu gerar os eleitos para uma viva esperana, e para uma herana que
transcende infinitamente todo bem terrenal. E na concesso desses
favores, Deus aqui reconhecido no carter especial no qual Ele lhes
outorga. Se for perguntado, Como pode umDeus santo dotar homens
pecadores comtais bnos? A resposta , como o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo. porque Deus Se agrada do Redentor que Ele Se
agrada dos redimidos. A obra de Cristo mereceu tal recompensa, e
Ele a compartilha com aqueles que Lhe pertencem (Joo 17:22). Tudo
vem para ns do Pai, por meio do Filho. Sua Abundante Misericrdia, a
Causa da Eleio da Graa Em quarto lugar, vamos refletir sobre a sua
atribuio, que encontrada na frase sua grande misericrdia. Assim
como Deus no elegeu porque previu que qualquer um se arrependeria e
creria salvificamente no Evangelho pois estes so os efeitos de Seu
chamado invencvel, o que por sua vez a consequncia e no a causa da
eleio mas,
9. Issuu.com/oEstandarteDeCristo sim, de acordo com seu prprio
propsito (2 Timteo 1:9). Nem Ele regenerou por causa de quaisquer
mritos possudos pelos sujeitos do mesmo, mas apenas por Sua prpria
vontade soberana (Tiago 1:18). Sua grande misericrdia aqui definida
em oposio aos nossos abundantes demritos, e na medida em que
estamos sensveis aos nossos dem- ritos, seremos movidos a prestar
louvor Sua grande misericrdia. Tal o nosso terrvel caso por causa
do pecado, de forma que nada, a no ser a misericrdia Divina pode
socorr-lo. Atentem para as palavras de C. H. Spurgeon: Nenhum outro
atributo teria nos ajudado, se a misericrdia fosse negada. Como ns
somos, por natureza, a justia nos condena, a santidade nos
desaprova, o poder nos esmaga, a verdade confirma a ameaa da lei, e
a ira a cumpre. a partir da misericr- dia de Deus, que todas as
nossas esperanas comeam. A misericrdia necessria para o miservel, e
ainda mais para o pecaminoso. A misria e o pecado so totalmen- te
unidos na raa humana, e a misericrdia aqui realiza as suas nobres
aes. Meus irmos, Deus graciosamente concedeu a Sua misericrdia para
ns, e ns devemos reconhecer que, felizmente, no nosso caso, a Sua
misericrdia tem sido grande mise- ricrdia! Ns estvamos contaminados
com pecado abundante, e somente a multido das Suas benignidades
poderia ter retirado esses pecados. Ns estvamos infectados com um
mal abundante, e somente misericrdia transbordante alguma vez
poderia nos curar de toda a nossa doena natural, e fazer-nos
encontrar o cu. Ns temos recebido graa abundante at agora; temos
feito grandes saques no errio de Deus, e da Sua plenitude todos ns
recebemos graa sobre graa. Onde abundou o pecado, superabundou a
graa... Tudo em Deus em grande escala. Grande poder, Ele estremece
o mundo. Grande em sabedoria, Ele controla as nuvens. Sua
misericrdia compatvel com Seus outros atributos: a misericrdia
Divina, misericrdia infinita! Voc pode medir a Sua Divindade antes
que possa contabilizar a Sua misericrdia. Ela bem pode ser chamada
de abundante, se ela infinita. Ela sempre ser abundante, pois tudo
o que pode ser extrado de l ser apenas como a gota de um balde no
prprio mar. A misericrdia que lida conosco no a misericrdia do
homem, mas a misericrdia de Deus, e, portanto, uma misericrdia sem
limites. [Um Colar de Prolas, Sermo N 948 N. do R.] PARTE 2 Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua
grande miseri- crdia, nos gerou de novo para uma viva esperana.
Comearemos este captulo com uma
10. Issuu.com/oEstandarteDeCristo continuao de nossa anlise da
atribuio desta doxologia. Deus o Pai aqui visto como a Cabea da
aliana, do Mediador e dos eleitos de Deus nEle, e , portanto,
chamado por Seu distintivo ttulo Cristo (veja, por exemplo, Efsios
1:3). Este ttulo O apresenta como o Deus da redeno. Grande
misericrdia atribuda a Ele. Esta uma das Suas perfei- es inefveis,
mas o seu exerccio, como de todos os Seus outros atributos,
determinado por Sua prpria vontade imperial (Romanos 9:15). Muito
se fala na Escritura sobre esta excelncia Divina. Lemos sobre sua
misericrdia (Lucas 1:78). Davi declara: Pois grande a tua
misericrdia (Salmos 86:13); Pois tu, Senhor, s... abundante em
benignidade (Salmos 86:5). Neemias fala de Sua grande misericrdia
(Neemias 9:27). Oua Davi descrever o efeito de meditar sobre esse
atributo, enquanto ele o tinha experimentado praticamente, sobre
sua adorao: Porm eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua
benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo
(Salmos 5:7). Bendito seja o Seu nome porque a sua benignidade dura
para sempre (Salmos 107:1). Bem, ento cada crente pode se unir ao
salmista, ao dizer: Eu, porm, cantarei... a tua misericrdia (Salmos
59:16). Para este atributo especial, os santos errantes devem
olhar: apaga as minhas transgresses, segundo a multido das tuas
misericrdias (Salmo 51:1). A Misericrdia Geral e Especial de Deus
devem ser Distinguidas Deve ser pontuado que h tanto uma
misericrdia geral quanto uma especial. Essa distin- o necessria e
importante, sim, algo vital; pois muitas pobres almas esto contando
com a primeira, em vez de olhar pela f para esta ltima. O Senhor
bom para todos, e as suas misericrdias so sobre todas as suas obras
(Salmos 145:9). Considerando quan- ta maldade abunda neste mundo, o
corao discernente e contrito pode dizer com o sal- mista: A terra,
Senhor, est cheia da tua benignidade... (Salmo 119:64). Para o bem
de nossas almas, essencial que ns compreendamos a distino revelada
na Palavra de Deus entre esta misericrdia geral e a especial
benignidade de Deus em relao aos Seus eleitos. Em virtude de Sua
eminncia como um dom de Deus, Cristo denominado mise- ricrdia a
nossos pais (Lucas 1:72). Quo acertadamente o salmista declara:
Porque a tua benignidade se estende at aos cus (Salmos 108:4; cf.
Efsios 4:10); pois ali o propiciatrio de Deus encontrado (veja
Hebreus 9, especialmente vv. 5, 23, 24), sobre o qual o Salvador
exaltado est agora assentado, administrando os frutos de Sua obra
redentora. para l que a alma condenada e sobrecarregada pelo pecado
deve olhar por misericrdia salvadora. Concluir que Deus
misericordioso demais para condenar algum eternamente uma iluso com
que Satans fatalmente engana multides. A misericrdia do perdo
obtida somente atravs da f no sangue expiatrio do Salvador.
Rejeite-O, e a condenao Divina inevitvel. Esta Misericrdia
Abundante Porque ela Misericrdia da Aliana
11. Issuu.com/oEstandarteDeCristo A misericrdia aqui celebrada
por Pedro mui claramente particular e distintiva. aquela do Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e flui para Seus objetos
favorecidos pela [por meio da] ressurreio de Jesus Cristo dentre os
mortos. entre essas duas frases que encontramos estas palavras
firmemente apresentadas: que, segundo a sua grande misericrdia, nos
gerou de novo para uma viva esperana. Assim, ela uma misericrdia
pactual, misericrdia redentora, misericrdia regeneradora.
Justamente ela denominada grande misericrdia, especialmente tendo
em vista o Doador. Pois esta abundante misericrdia emitida a partir
do autossuficiente Jeov, que infinito e imutavelmente ben- dito em
Si mesmo, que no teria sofrido nenhuma perda pessoal se Ele
abandonasse toda a raa humana destruio. Foi de Sua mera boa vontade
que Ele assim no o fez. Ela vista como grande misericrdia, quando
olhamos o carter de seus objetos, ou seja, rebel- des depravados,
cujas mentes eram inimigas contra Deus. Ela tambm aparece assim,
quando contemplamos a natureza de suas bnos peculiares. Elas no so
as mais comuns e temporais, como a sade e fora, sustento e
preservao que so concedidas aos mpios, mas os benefcios
espirituais, celestiais e eternos, tais como nunca havia entra- do
na mente do homem conceber. Ainda mais vista assim, como grande
misericrdia, quando contemplamos os meios atravs dos quais essas
bnos so encaminhadas para ns: pela ressurreio de Jesus Cristo
dentre os mortos, o que pressupe necessariamente Sua encarnao e
crucificao. Que outra linguagem, seno grande misericrdia poderia
adequadamente expressar o Pai enviando o Seu Filho amado para tomar
sobre Si a forma de servo, assumir a Si mesmo em carne e osso, e de
ter nascido em uma manjedoura, tudo para o bem daqueles cujas
inumerveis iniquidades mereciam o castigo eterno? Esse Ser bendito
veio aqui para ser o Fiador do Seu povo, para pagar as suas dvidas,
para sofrer em seu lugar, para morrer, o justo pelos injustos.
Portanto, Deus no poupou Seu prprio Filho, mas chamou a espada da
justia para feri-lO. Ele O entregou maldio, para que Ele pudesse
nos dar tambm com ele todas as coisas (Romanos 8:32). Assim, ela
uma misericrdia justa, como o salmista declara: A misericrdia e a
verdade se encontraram; a justia e a paz se beijaram (Salmos
85:10). Foi na cruz que os atributos aparentemente conflitantes da
misericrdia e da justia, do amor e da ira, da santidade e da paz se
uniram, assim como as vrias cores da luz, quando separadas por um
prisma natural de neblina, so vistas maravilhosamente unidas no
arco-ris, o sinal e emblema do Pacto (Gnesis 9:12-17; Apocalipse
4:3). O Meditar sobre o Milagre do Novo Nascimento Evoca Louvor
Fervoroso Em quinto lugar, consideremos o incitamento desta
doxologia, o qual encontrado nas se- guintes palavras: que (quem),
segundo a sua grande misericrdia, nos gerou de novo para uma viva
esperana. Foi a constatao de que Deus havia vivificado aqueles que
estavam
12. Issuu.com/oEstandarteDeCristo mortos em pecados que moveu
Pedro a bendiz-lO com tanto fervor. As palavras nos gerou
referem-se regenerao deles. Mais tarde, no captulo, o apstolo
descreve-os como tendo sido de novo gerados (v. 23) e no prximo
captulo dirige-se a eles como meninos novamente nascidos (1 Pedro
2:2). Uma vida nova e espiritual, Divina em sua origem, foi dada a
eles, forjada em suas almas pelo poder do Esprito Santo (Joo 3:6).
Essa nova vida foi dada com o propsito de formar um novo carter e
para a transformao da conduta deles. Deus enviou o Esprito de Seu
Filho aos seus coraes, comunicando, assim, uma santa disposio, que,
como o Esprito de adoo (Romanos 8:15), os inclinou a am-lO. Isso
denominado: uma nova gerao, no somente porque nessa ocasio que a
vida espiritual comea e que uma semente santa implantada (1 Joo
3:9), mas tam- bm porque uma imagem ou semelhana do prprio
Progenitor transmitida (1 Joo 5:1). Como cado Ado gerou um filho
sua semelhana, conforme a sua imagem (Gnesis 5:3), assim acontece
com o Cristo no novo nascimento: E vos vestistes do novo [homem],
que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o
criou (Colossenses 3:10). Nas palavras nos gerou de novo, h uma
dupla aluso: uma comparao e um contraste. Emprimeiro lugar, tal
como Deus a causa eficaz de nossa existncia, assimEle tambm de
nosso bem-estar; nossa vida natural vem de Deus, e assim tambm
acontece com a nossa vida espiritual. Em segundo lugar, o apstolo
Pedro tem a inteno de distinguir o nosso novo nascimento do antigo.
Em nossa primeira gerao e nascimento ns fomos concebidos em pecado
e formados em iniquidade (Salmos 51:5); mas em nossa regene- rao
somos criados em verdadeira justia e santidade (Efsios 4:24). Pelo
novo nasci- mento somos libertos do poder reinante do pecado, pois
somos, ento, feitos participantes da natureza divina (2 Pedro 1:4).
A partir de agora h umconflito perptuo dentro do crente. No somente
a carne cobia contra o esprito, mas o esprito cobia contra a carne
(Glatas 5:17). No suficientemente reconhecido e compreendido que a
nova natureza ou princpio da graa necessariamente faz guerra contra
a velha natureza ou princpio do mal. Esta gerao espiritual atribuda
grande misericrdia de Deus, pois ela no foi induzida por nada em ou
de ns. Ns no tivemos nem mesmo um desejo por Ele; em todos os casos
Ele capaz de declarar: Fui achado daqueles que no me buscavam
(Isaas 65:1; cf. Romanos 3:11). Como crentes O amam porque Ele os
amou primeiro (1 Joo 4:19), da mesma forma eles no se tornam
buscadores de Cristo at que Ele primeiro os procure e eficazmente
os chame (Lucas 15; Joo 6:44; 10:16). Esta gerao acontece de acordo
com a grande misericrdia de Deus. A Misericrdia foi mais
eminentemente demonstrada aqui. Pois a regenerao a bno fundamental
de toda a graa e glria, sendo a primeira manifestao aberta de que
os eleitos recebem do amor de Deus por eles. Mas quando apareceu a
benignidade e amor de Deus, nosso
13. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Salvador, para com os homens,
no pelas obras de justia que houvssemos feito, mas segundo a sua
misericrdia, nos salvou pela lavagem da regenerao e da renovao do
Esprito Santo (Tito 3:4-5). Como Thomas Goodwin to bem expressou: O
amor de Deus como um rio ou nascente, que corre no subsolo, e assim
tem feito desde a eternidade. Quando ele rompe em primeiro lugar?
Quando um homem eficazmente chamado, ento, este rio, que esteve
subterrneo desde a eternidade, e por meio de Cristo na cruz,
irrompe no prprio corao de um homem tambm. ento que somos,
experimentalmente, feitos filhos de Deus, recebidos em Seu favor, e
conformados Sua imagem. A est uma notvel demonstrao de Sua
benignidade. No novo nascimento o amor de Deus derramado no corao,
e este a introduo, bem como o seguro penhor de todas as outras bnos
espirituais, para o tempo e a eternidade. Como o amor de Deus, ao
predestinar, garante nosso chamado eficaz ou regenerao, assim a
regenerao garante a nossa justificao e glorificao (Romanos
8:29-30). A Obra Divina da Regenerao Precede o Nosso Arrependimento
e F Refaamos agora os nossos passos, seguindo novamente sobre o
fundamento que abran- gemos, mas na ordem inversa. At que uma alma
seja nascida de Deus no podemos ter qualquer apreenso espiritual da
misericrdia Divina. Antes deste milagre da graa acon- tecer, ela
est possuda, mais ou menos, de um esprito farisaico. Bendizer
sinceramente a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo por Sua
grande misericrdia, o reconhecimen- to sincero de algum que se
afastou com repugnncia dos trapos imundos de sua justia prpria
(Isaas 64:6) e que no coloca nenhuma confiana no carne (Filipenses
3:3). igualmente verdade que nenhuma pessoa no-regenerada j tem a
sua conscincia asper- gida com o sangue apaziguador de Cristo, pois
at que a vida espiritual seja transmitida, arrependimento evanglico
e f salvadora so moralmente impossveis. Portanto, no pode haver
compreenso de nossa desesperada necessidade de um Salvador, ou
qualquer confiana real nEle at que sejamos vivificados (feitos
vivos) pelo Esprito Santo (Efsios 2:1), ou seja, nascermos de novo
(Joo 3:3). Ainda mais evidente que, desde que uma pessoa permanece
morta em pecado, com sua mente posta em inimizade contra Deus
(Romanos 8:7), no pode haver obedincia aceitvel a Ele; porque Ele
nem se ilude nem subornado por rebeldes. E certo que ningum que est
apaixonado pelos enfeites colo- ridos deste mundo se conduzir como
estrangeiros e peregrinos sobre a terra; pois esto perfeitamente em
casa aqui. A Regenerao Produz uma Viva Esperana
14. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Nos gerou de novo para uma
viva esperana. Este o imediato efeito e fruto do novo nascimento, e
uma das marcas caractersticas que distinguem os regenerados dos no-
regenerados. Esperana sempre diz respeito a algo futuro (Romanos
8:24-25), sendo uma grande expectativa de algo desejvel, uma
antecipao de um bem prometido, seja real ou imaginrio. O corao do
homem natural largamente flutuante, e seus espritos mantidos, por
contemplaes de alguma melhoria em sua sorte que aumentar a sua
felicidade neste mundo. Mas na maioria dos casos, as coisas
sonhadas jamais se materializam, e mesmo quando o fazem, o
resultado sempre decepcionante. Pois nenhuma satisfao real da al-
ma pode ser encontrada em qualquer coisa sob o sol. Se tais almas
desiludidas tm estado sob a influncia da religio feita pelo homem,
ento elas tentaro se convencer a olhar para a frente, esperando por
algo muito melhor para eles mesmos no futuro. Mas tais expecta-
tivas provaro ser igualmente vs, pois elas so apenas as fantasias
carnais de homens carnais. A falsa esperana do mpio (J 8:13), a
esperana presunosa de quem nem reve- rencia a santidade de Deus,
nem teme a Sua ira, mas que conta com a Sua misericrdia, e a
esperana morta de um professo sem graa, apenas zombaro de seus
possuidores. A Esperana do Cristo Tanto Viva Quanto Vivificante Em
contraste com as expectativas ilusrias acarinhadas pelo
no-regenerado, os eleitos de Deus so gerados de novo para uma
esperana real e substancial. Esta esperana, que preenche suas
mentes e age sobre suas vontades e afeies (assimalterando
radicalmente a orientao de seus pensamentos, palavras e aes)
baseada nas promessas objetivas da Palavra de Deus (que so
resumidas no v. 4). Na maior parte de suas ocorrncias, o particpio
adjetivo Grego za (viver; N 2198, no Dicionrio Grego de Strong)
traduzido como vivificante, embora em Atos 7:38 (como aqui em 1
Pedro 1:3) ele traduzido por viva. Ambos os significados so
precisos e apropriados neste contexto. A esperana do Cristo segura
e firme (Hebreus 6:19), pois repousa sobre a palavra e juramento
dAquele que no pode mentir. o dom da graa Divina (2 Tessalonicenses
2:16), um fruto do Esprito (Romanos 5:1-5), inseparavelmente ligado
f e ao amor (1 Corntios 13:13). uma esperana viva porque ela
exercida por uma alma vivificada, sendo um exerccio da nova
natureza ou princpio da graa recebida na regenerao. uma esperana
vivificante porque ela tem a vida eterna como o seu objeto (Tito
1:2). Que gloriosa mudana ocorreu antes de sermos gerados de Deus,
muitos de ns ramos cativos de uma certa expectao horrvel de juzo
(Hebreus 10:27), e, com medo da morte, ramos por por toda a [nossa]
vida sujeitos servido (Hebreus 2:15). Ela tambm chamada de uma viva
esperana, porque imperecvel, uma que olha e dura para alm do tmulo.
Se a morte alcanar o seu possuidor, longe de frustrao, a esperana,
ento, entra em sua fruio. Esta esperana interior do crente no
apenas uma viva, mas vivificante, pois ela como a f e o amor, um
princpio ativo em sua alma, animando-o pacincia, firmeza e
perseve-
15. Issuu.com/oEstandarteDeCristo rana no caminho do dever.
Nisso ela difere radicalmente da esperana morta dos forma- listas
religiosos e professos vazios, porque a f deles nunca os estimula
atividade es- piritual ou no produz nada para distingui-los dos
mundanos respeitveis que no fazem nenhuma profisso de f. a posse e
exerccio desta viva esperana que d demonstrao de que temos sido
gerados de novo. Por gerao Divina uma vida espiritual comunicada, e
esta vida se manifesta por desejos pelas coisas espirituais, por
uma busca de satisfao em objetos espirituais, e por um desempenho
alegre dos deveres espirituais. A autentici- dade e a realidade
desta viva esperana so, por sua vez, evidenciada por sua produo de
uma prontido para a negao de si mesmo e pelo suportar das aflies,
assim agindo como ncora da alma (Hebreus 6:19) em meio s
tempestades da vida. Esta esperana distingue-se ainda mais, ao
purificar o seu possuidor. E qualquer que nele tem esta espe- rana
purifica-se a si mesmo, como tambm ele puro (1 Joo 3:3). tambm uma
viva esperana na medida em que anima e vivifica o seu possuidor;
pois, enquanto ele v o bendito alvo, a coragem transmitida e a
inspirao concedida, habilitando-o a perseverar at o fim de suas
tribulaes. A Virtude Salvfica da Ressurreio de Cristo Em sexto
lugar, consideremos o reconhecimento desta orao, ou seja, a
ressurreio de Jesus Cristo. A partir da posio ocupada por essas
palavras, claro que elas esto rela- cionadas e governam as palavras
anteriores, bem como o versculo que se segue. Igual- mente bvio que
a ressurreio de Cristo implica a Sua vida e morte anteriores,
embora cada uma possua seu prprio valor distintivo e virtude. A
conexo entre a ressurreio de Cristo e o exerccio da grande
misericrdia de Deus o Pai, ao trazer-nos da morte para a vida, e
por colocar em nossos coraes uma viva esperana, e por nos trazer
para uma herana gloriosa algo mui real e profundo e como tal, exige
a nossa ateno devota. O Salvador ressuscitando dentre os mortos foi
a prova crtica da origem Divina de Sua misso e, portanto, uma
ratificao do Seu Evangelho; foi o cumprimento das profecias do
Antigo Testamento a respeito dEle, e, assim, foi provado que Ele o
Messias prometido; foi a rea- lizao de Suas prprias previses, e,
assim, foi certificado que Ele umverdadeiro profeta. Isso
determinou o contexto entre Ele e os lderes judeus. Eles O
condenaram morte como um impostor, mas pela restaurao do templo do
Seu corpo em trs dias, Ele demonstrou que eles eram mentirosos. Ele
testemunhou a aceitao pelo Pai de Sua obra redentora. H, no
entanto, uma ligao muito mais estreita entre a ressurreio de Cristo
dentre os mortos e a esperana da vida eterna que est estabelecida
diante de Seu povo. Sua emer- so em triunfo a partir do sepulcro
forneceu indubitvel prova da eficcia do Seu sacrifcio propiciatrio,
pelo qual Ele havia retirado os pecados daqueles por quem ele foi
oferecido. Isso sendo cumprido, pela Sua ressurreio, Cristo trouxe
justia eterna (Daniel 9:24),
16. Issuu.com/oEstandarteDeCristo garantindo, assim, para o Seu
povo a recompensa eterna, devida a Ele por Seu cum- primento da Lei
de Deus, por Sua prpria obedincia perfeita. Ele, que foi entregue
morte por nossos pecados ressuscitou para nossa justificao (Romanos
4:25). Ouam as palavras de John Brown (a quem, devido ao comentrio
sobre 1 Pedro, eu devo muito): Quando Deus tornou a trazer dentre
os mortos a nosso Senhor Jesus, grande pas- tor das ovelhas, pelo
sangue da eterna aliana, Ele manifestou como sendo o Deus da paz, a
Divindade pacificada. Ele o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu
glria, para que a vossa f e esperana estivessem em Deus (1 Pedro
1:21). Se Jesus no tivesse ressuscitado, a nossa f seria v, e
permaneceramos nos nossos pecados (1 Corntios 15:17), e sem
esperana. Mas agora que Ele ressuscitou, Nosso Fiador libertado,
nos declara livres, Por cujas ofensas Ele foi apreendido; Em Sua
libertao, a nossa prpria libertao vemos, E nos alegramos em ver
Jeov satisfeito. Mas mesmo isso no tudo. A ressurreio de Nosso
Senhor deve ser vista no ape- nas em conexo com Sua morte, mas com
a glria que se seguiu. Ressurreto dentre os mortos, Ele recebeu
poder sobre toda a carne, para que d a vida eterna a todos quantos
lhe deste [Joo 17:2]. Como isso projetado para incentivar a
esperana, pode ser facilmente apreendido: Porque ele vive, ns tambm
viveremos. Tendo as chaves da morte e do mundo invisvel, Ele pode e
vai ressuscitar-nos da morte, e dar- nos a vida eterna. Ele est
sentado direita de Deus. Porque j estais mortos, e a vossa vida est
escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que a nossa vida, se
manifestar, ento tambm vs vos manifestareis com ele em glria
[Colossenses 3:3-4]. Ainda no estamos na posse da herana; mas Ele,
nossa cabea e represen- tante, est: Mas agora ainda no vemos que
todas as coisas lhe estejam sujeitas [Hebreus 2:8]. Quanto ao
Capito de nossa salvao, Vemos, porm, coroado de glria e de honra
aquele Jesus... por causa da paixo da morte [Hebreus 2:9]. A
ressurreio de Cristo, quando considerada em referncia morte que a
precedeu e a glria que a seguiu, o grande meio de produo e
fortalecimento da esperana da vida eterna. Pela f, contemple agora
Cristo sentado direita da Majestade nas alturas, de onde Ele est
administrando todo o desenrolar daquela redeno que Ele consumou.
Deus com a sua destra o elevou a Prncipe e Salvador, para dar a
Israel [espiritual] o arrependimento e a remisso dos pecados [Atos
5:31).
17. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Mais especificamente, a
ressurreio de Cristo no somente a base jurdica sobre a qual Deus o
Pai imputa a justia de Cristo aos pecadores crentes, mas tambm o
mandado legal sobre o qual o Esprito Santo passa a regenerar
aqueles pecadores a fim de que eles possam inicialmente crer em
Cristo, se converterem dos seus pecados e serem salvos.
Infelizmente, como tantos outros pontos refinados da doutrina do
Evangelho, isto pouco compreendido hoje. O esprito de um homem deve
ser trazido de sua morte no pecado an- tes que seu corpo seja o
sujeito de uma ressurreio em glria no ltimo dia. E enquanto o
Esprito Santo Aquele que vivifica espiritualmente os eleitos de
Deus, deve ser lembrado que Ele enviado, para fazer a Sua obra de
salvao, pelo poder real de Cristo ressus- citado, a Quem a
autoridade foi dada como recompensa de Sua obra consumada (Mateus
28:18, Atos 2:33; Apocalipse 3:1). Em Tiago 1:18, o novo nascimento
delineado at a soberana vontade do Pai. EmEfsios 1:19 e seguintes,
o novo nascimento e suas graciosas consequncias so atribudos operao
graciosa do Esprito. Aqui em nosso texto, ao relatar a grande
misericrdia do Pai, esta atribuda virtude do triunfo de Cristo
sobre a morte. Deve ser observado que a prpria ressurreio de Cristo
descrita como ger-lO (Salmos 2:7; cf. Atos 13:33), enquanto que a
nossa ressurreio espiritual chamada de regenerao (Tito 3:5). Cristo
expressamente chamado de o primognito dentre os mortos (Apocalipse
1:5). AssimEle chamado porque a Sua ressurreio marcou umnovo comeo
para Ele e para o Seu povo. Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!
Solus Christus! Soli Deo Gloria!
18. 10 Sermes R. M. MCheyne Adorao A. W. Pink Agonia de Cristo
J. Edwards Batismo, O John Gill Batismo de Crentes por Imerso, Um
Distintivo Neotestamentrio e Batista William R. Downing Bnos do
Pacto C. H. Spurgeon Biografia de A. W. Pink, Uma Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleio
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismticos Cessaram Peter
Masters Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepo da Eleio A. W.
Pink Como Ser uma Mulher de Deus? Paul Washer Como Toda a Doutrina
da Predestinao corrompida pelos Arminianos J. Owen Confisso de F
Batista de 1689 Converso John Gill Cristo Tudo Em Todos Jeremiah
Burroughs Cristo, Totalmente Desejvel John Flavel Defesa do
Calvinismo, Uma C. H. Spurgeon Deus Salva Quem Ele Quer! J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O W. Bevins Doutrina da Eleio,
A A. W. Pink Eleio & Vocao R. M. MCheyne Eleio Particular C. H.
Spurgeon Especial Origem da Instituio da Igreja Evanglica, A J.
Owen Evangelismo Moderno A. W. Pink Excelncia de Cristo, A J.
Edwards Gloriosa Predestinao, A C. H. Spurgeon Guia Para a Orao
Fervorosa, Um A. W. Pink Igrejas do Novo Testamento A. W. Pink In
Memoriam, a Cano dos Suspiros Susannah Spurgeon Incomparvel
Excelncia e Santidade de Deus, A Jeremiah Burroughs Infinita
Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvao dos Pecadores, A A. W. Pink
Jesus! C. H. Spurgeon Justificao,PropiciaoeDeclarao C.H.Spurgeon
Livre Graa, A C. H. Spurgeon Marcas de Uma Verdadeira Converso G.
Whitefield Mito do Livre-Arbtrio, O Walter J. Chantry Natureza da
Igreja Evanglica, A John Gill OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS
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oEstandarteDeCristo.com. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Sola Fide
Sola Scriptura Sola Gratia Solus Christus Soli Deo Gloria Natureza
e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a John Flavel Necessrio Vos
Nascer de Novo Thomas Boston Necessidade de Decidir-se Pela
Verdade, A C. H. Spurgeon Objees Soberania de Deus Respondidas A.
W. Pink Orao Thomas Watson Pacto da Graa, O Mike Renihan Paixo de
Cristo, A Thomas Adams Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J.
Edwards Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A John Gill Poro do mpios, A J. Edwards
Pregao Chocante Paul Washer Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon
Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado Natural..., A, Edio
Comemorativa de N 200 Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon Quem
So Os Eleitos? C. H. Spurgeon Reformao Pessoal & na Orao
Secreta R. M. M'Cheyne Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer
Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon Sangue, O C. H.
Spurgeon Semper Idem Thomas Adams Sermes de Pscoa Adams, Pink,
Spurgeon, Gill, Owen e Charnock Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a
Graa de Deus) C. H. Spurgeon Soberania da Deus na Salvao dos
Homens, A J. Edwards Sobre aNossa Converso a Deuse Como Essa
Doutrina Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen Somente as
Igrejas Congregacionais se Adequam aos Propsitos de Cristo na
Instituio de Sua Igreja J. Owen Supremacia e o Poder de Deus, A A.
W. Pink Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R. Downing
Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan Tratado Sobre o Amor de Deus,
Um Bernardo de Claraval Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada
Teolgica no Batismo de Crentes Fred Malone
19. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 2 Corntios 4 1 2 Por isso,
tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no
desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se
ocultam, no andando com astcia nem falsificando a palavra de Deus;
e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem, 3 4
entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do
evangelho da glria 5 Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos
servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes, 7 este
tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de
Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados;
perplexos, mas no desanimados. 9 Perseguidos, mas no desamparados;
abatidos, mas no destrudos; 10 Trazendo sempre por toda a parte a
mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste tambm nos nossos corpos; 11 E assim ns, que vivemos,
estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que a vida
de Jesus se manifeste tambm na nossa carne mortal. 12 De maneira
que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13 E temos portanto o
mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns
cremos tambm, por isso tambm falamos. 14 Sabendo que o que
ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar tambm por Jesus, e nos
apresentar convosco. 15 Porque tudo isto por amor de vs, para que a
graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas
para glria de Deus. 16 Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o
nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de
dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentnea tribulao produz para
ns um peso eterno de glria mui excelente; 18 No atentando ns nas
coisas que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem
so temporais, e as que se no veem so eternas.