40
História da África A Formação do Mundo Atlântico sob o Ponto de Vista Africano

A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula sobre escravidão no espaço geográfico do Mar Atlântico (entre América e África).

Citation preview

Page 1: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

História da África

A Formação do Mundo Atlântico sob o Ponto de

Vista Africano

Page 2: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

África no Contexto Histórico do Atlântico.

Primeira Abordagem (Convencional)

História Estrutural/Sistêmica: focada nas origens

África no Atlântico Escravista

Um complexo integrado de escravos africanos trabalhando

em plantações de cana-de-açúcar nas ilhas atlânticas (africanas) e

nas Américas

Page 3: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Açúcar

Produto dinamizador das economias escravistas coloniais que ligava os três continentes (por mais de 3 séculos), através de fluxos/correntes de povos, produtos e minerais preciosos.

Teoria dos Ciclos

Produtos Agro-

Exportadores

Encontro de Povos

Page 4: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 5: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 6: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 7: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Origens Temporal e Geográfica

• Séc. XIV: Mar Mediterrâneo Oriental;

• Sécs. XV e XVI: Depois, desenvolvido nas ilhas atlânticas africanas;

• Sécs. XVII e XVIII: Foi estendido ao Brasil e às Antilhas.

MODELO

Características: Mudava de lugar e aumentava suas dimensões

quantitativas. Mas, mantinha sua NATUREZA.

Complexo de Trabalhadores, “Fábricas Rurais” (Engenhos) de Cana-de-Açúcar

Page 8: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 9: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Segunda AbordagemHistória Atlântica

(História Processual/ Dinâmica)

Modelo

Revela as dimensões cronológicas de um processo integralmente histórico de desenvolvimento, através dos anos, com etapas distintas, de ilha a ilha, lugar a lugar,

continente a continente.400 anos de montagem e de integração de elementos diversos

“Complexo do Atlântico Escravista ”

Foi de algum modo uma “estrutura”. Mas foi, sobretudo, um processo contínuo.

Page 10: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Complexo do Atlântico Escravista

• Escravos (homens, dramas humanos, tensões);

• Açúcar, engenhos;

• “Viagem de Plantas”e Doenças;

• Migração de produtos imateriais (religiões, culturas, línguas, construções

mentais, etc.)

• História Integrada pelo MAR (Regiões Marítimas)

Formação Dinâmica

Migrações Transatlânticas

Page 11: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 12: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 13: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 14: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 15: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 16: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 17: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 18: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 19: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 20: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 21: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 22: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

1º Mapa Impresso da África (Milão, 1508)

Page 23: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Tráfico de Escravos (1501-1600)

Page 24: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Tráfico de Escravos (1601-1700)

Page 25: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Tráfico de Escravos (1701-1800)

Page 26: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Tráfico de Escravos (1800-1866)

Page 27: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Perspectivas Africanas dos Tráficos Atlânticos de

Escravos

O tráfico (ou o comércio de exportação a partir da África) produziu um tipo de

“desenvolvimento por enclaves”, com poucas relações com a economia doméstica.

Por isso, não agiu como um setor piloto.

Houve consequências positivas dos TRÁFICOS?

Foram Muito

Limitadas

Quantitativamente Geográfica Socialmente

Page 28: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Quais os maiores beneficiados?

(África/Africanos):

Reis, Detentores do Poder, Comerciantes

Aqueles que controlavam a “produção” dos bens de troca e a sua venda.

Quais as regiões mais beneficiadas?

> As zonas próximas dos entrepostos sahelianos do comércio transaariano.

> Comerciantes, transportadores, camponeses produzindo bens para a exportação: víveres p/ o comércio atlântico; nozes de cola p/ o comércio

continental.

Page 29: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África
Page 30: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Qual a comparação com a Europa?

Erigida sobre um modelo de “desenvolvimento” econômico de mercado

capitalista.

Significados para a África (LONGA

DURAÇÃO) “Bens” exportados: produtos brutos e mercadoria humana – que não exigiam a transformação em larga escala dos métodos de produção em vigor nas sociedades locais;

Os objetos importados não requeriam nenhuma transformação complementar (não levando à alterações profundas das economias domésticas africanas);

A distribuição dos rendimentos do comércio e do tráfico concentrava-se nas mãos de poucos consumidores africanos (o que emperrou a formação de um mercado de massa).

Page 31: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

O que o tráfico produziu?(empiricamente):

Estruturas (+ ou - duradouras) de consumo,

produção e troca (Posteriormente

desmanteladas pelos Estados coloniais)

Page 32: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

África:Fachadas do Comércio

Internacional Tráfico Transatlântico;

Comércio Transaariano (Países Sahelianos)

Costa do Oceano Índico

Base das Trocas

“Redes” de comerciantes: transportadores dos produtos até os términos africanos da

cadeia comercial

Lado Atlântic

o

Rede Haussa e Rede Dyula

Preferência: Comércio de Produtos ao Tráfico de HOMENS

Page 33: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Unidades Políticas Locais

Estados Sociedades Linhageiras

Controle das Rotas e do EspaçoEstruturas +

Duradouras: “Criação da Dependência”

Hábitos de Consumo (Dois Tipos de Produtos):

Instrumentos de Poder;

Bens Simbólicos de Prestígio.

Page 34: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

1. Instrumentos de Poder:

Armas de FogoComércio Europa-África

Segunda Metade do Século XVIII: a África Ocidental importou anualmente entre 283

mil a 394 mil espingardas !!

Quais as Relações?

Compra de armas de fogo e a

prática do tráfico de escravos;

Forte acumulação de armas nos Estados e nas regiões implicadas no comércio negreiro.

Page 35: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Rede de Dependência 2: “Produtos de Prestígio”

Fornecidos em troca de escravos

Qual o efeito, quando adquiridos pelos detentores

do poder?

Eram cuidadosamente “redistribuídos” para recompensar e/ou estimular a fidelidade

dos beneficiários:

Metais - Armas - Objetos de Madeira - Marfim - etc.

Page 36: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Estruturas de DependênciaConsumo de

“Produtos de Prestígio”

PRODUÇÃO

Os escravos foram a principal mercadoria com a qual a África

participou nas trocas internacionais

Até o Princípio do Século XIX !!!

Page 37: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Quais os outros produtos?

Que não requeriam nenhuma transformação profunda dos métodos de

produção locais!!!

Metais preciosos (ouro);

Produtos de Caça (peles, marfim);

Produtos de Coleta (goma, cera);

Alguns víveres destinados à alimentação dos escravos.Quadro Geral:

Houve um avanço quase imperceptível nos sistemas e métodos de cultura;

Os produtores das regiões costeiras foram os mais afetados.

Page 38: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

Qual a natureza e intensidade das interações entre as sociedades

africanas e os tráficos esclavagistas?????

Necessidade de

Distinções

Ordem Geográfica e

Ordem Social

Princípios:

O tráfico de escravos através do Atlântico teve efeitos diferentes sobre as diferentes regiões da

África (e no interior destas próprias regiões);

O comércio de escravos afetou diferentemente vários grupos da população africana.

Page 39: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

3 Tipos de Sociedades/ Zonas Geográficas:

Sociedades “produtoras de escravos”

Sujeitas às guerras e razias esclavagistas. Regiões afastadas dos lugares de tráfico, ou próximas das costas e das fronteiras comerciais negras. (Aqui, as fontes são + raras e

+ pobres).

Sociedades captoras de escravos

Fornecedoras dos mercados de exportação e dos mercados interiores.

Sociedades especializadas na venda de escravos

Podem ser intermediárias: asseguram o transporte de longa distância;

Podem ser “retalhistas” ou especializadas na conservação dos escravos nos lugares de venda e no escoamento definitivo.

Page 40: A Formação Do Mundo Atlântico Visto Por África

A Extensão da Escravatura

Consequência social do tráfico negreiro:

generalizações da escravatura interna

Sociedades Africanas (talvez + nas sociedades estatais)

Escravatura

Outras formas de dependênciaFatos Novos provocados pelos

tráficos: Aumento do nº de escravos (mandingas, susu, peul);

Modificação global das relações sociais: as antigas “sociedades com escravos” foram substituídas por “sociedades esclavagistas”.