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A ETNOBOTÂNICA DA MORRARIA MIMOSO NO PANTANAL DE MATO
GROSSO
LUNALVA MOURA SCHWENK1 e CAROLINA JOANA DA SILVA2
RESUMO: A pesquisa "Etnobotânica da Morraria Mimoso no Pantanal Mato-
Grossense" foi realizada na localidade de Mimoso, situada no município de Santo
Antônio do Leverger, Pantanal de Barão de Melgaço, no Estado de Mato Grosso. Teve
por objetivo: a) caracterizar a vegetação da Morraria de Mimoso b) levantar a florística
em uma área mais conservada e outra menos conservada e c) caracterizar o uso das
espécies de plantas pela comunidade mimoseana. A caracterização da vegetação foi
realizada por meio da análise em aerofotogramas escala 1:60.000 e trabalho de campo.
As áreas consideradas mais e menos conservadas foram baseadas na percepção dos
pantaneiros mimoseanos. Para o levantamento florístico da vegetação, foram
amostrados todos os indivíduos, plântulas acima de 0,5 cm de altura, locados em três
parcelas de 10 x 10 m, nas faixas de sopé, intermediária e cume da vertente voltada
para a comunidade de Mimoso, dispostas em três transectos, onde um seguiu o interior
do vale e os outros dois a margem esquerda e direita. A Morraria de Mimoso apresenta
uma vegetação de transição com Savana e Floresta Estacional, predominando, nos
fundos dos vales, falhas, fraturas e meia encosta, a Floresta Estacional e, nas encostas e
cristas, a Savana Florestada. Foram encontradas diferenças quanto ao número de
indivíduos, famílias, gêneros, espécies e altura das árvores nas áreas mais e menos
conservadas mostrando a intervenção humana. O uso pela comunidade mimoseana das
plantas levantadas foi obtido com base em entrevistas com crianças, jovens e adultos,
mulheres e homens e depoimento de um raizeiro da comunidade. Foram identificadas
quatro etnocategorias de uso das espécies levantadas, das quais 53% são de uso
medicinal, 48% de diversas benfeitorias, como construções de cercas, casas, móveis,
pontes, utensílios, 25% de uso desde doméstico na fabricação do sabão até cosmético,
5% na atividade têxtil e artesanal e 12% apresentam frutos comestíveis. Das espécies,
1 Departamento de geografia - Universidade Federal de Mato Grosso.2 Dra. Pesquisadora do Projeto Ecologia do Gran Pantanal – Env:13 /IB – UFMT.
2
10% estão em duas ou mais etnocategorias. Das espécies de trepadeiras, 11% são
utilizadas para amarrar cercas e caibros. Foi observada na área uma pressão sobre
espécies nobres ou de maior utilidade para a comunidade. Espécies como Myracrodruon
urundeuva, Cordia af alliodora e Annona cornifolia são conservadas pela comunidade e
encontradas nos fundos dos quintais, pastagens e fraldas da morraria.
3
ETNOBOTANY OF MIMOSO MOUNTAIN IN THE PANTANAL OF MATO
GROSSO
ABSTRACT: This project was conducted at Mimoso, Santo Antonio de Leverger
County, Pantanal of Barão de Melgaço, Mato Grosso, State. The objectives e were to: a)
Characterize the vegetation of Mimoso mountain; b) Survey plants in a more conserved
area and also in a less conserved area; c) Characterize the use of plant species by the
local community. The vegetation characterization was conducted by analysing
airphotograms in the scale 1:60,000 and field work. The identification of more or less
conserved areas was done with the help of local people. All of the plants above 0,5 m of
height were sampled by using 3 plots of 10 x 10 m in the bottom, middle and upper part
of the slope of the facing the Mimoso community. The results show differences
regarding the number of individuals, families, genera and species and also in the height
of trees in both (more and less conserved) areas, showing human intervention. Plants
used by the community were identified through interviews with children, young people
and adults, men and women, and also a local medicine man. Four etnocategories of
plant use were found, 53% were of medicinal use, 48% of several construction uses,
such as fences, houses, furniture, bridges and utensils, 25% os domestic use from soaps
to cosmetics, 5% of crafts use and 12% of edible fruits. Of all of the species, 10% were
in two on more categories. Of the liana species, 11% are used to tie up fences. It was
observed that there is a pressure on noble species or of greater use by the community.
Species such as Myracrodruon urundeuva, Cordia af allisdora e Annona corrifolia are
conserved by the community and are found in the back yards, pastures and on the
mountains.
4
INTRODUÇÃO
Embora o Pantanal seja constituído, principalmente, de planícies, aparecem
isoladas, ainda, feições, ou relevos ondulados a fortemente ondulados, denominadas, na
região, de morrarias, a exemplo da Morraria de Mimoso, constituída de rochas
pertencentes ao Grupo Cuiabá, apresentando ambiente de deposição marinho com
instabilidade tectônica e influências glaciais, destacando-se nas planícies e contrastando
na região tanto no relevo quanto na cobertura vegetal, recebendo, portanto, uma
ocupação e uso diferenciados.
Entre os recursos naturais existentes no Pantanal e em toda a Bacia do Alto
Paraguai (BAP) está a vegetação, tornando essa região importante fonte de
germoplasma de plantas de interesse econômico e de grande diversidade florística, com
endemismos, logo, de grande interesse para conservação. Estudos mais recentes têm
descoberto novas plantas ainda não citadas para a região e até algumas novas para a
ciência (Brasil, 1997).
No entanto, constata-se que essa vegetação natural, principalmente a floresta,
fisionomicamente, apresenta-se conservada, porém, na comunidade, ela tem sido
manejada de modo que a pressão seja exercida sobre algumas espécies, em especial,
aquelas consideradas nobres de interesses econômicos ou medicinais. Deste modo, a
vegetação apresenta-se com vários níveis de conservação quando estudada em grande
escala, já que ela sofre um maior ou menor grau de uso com desbastes de algumas
espécies, pequenos desmatamentos e outras formas de uso. Assim, muitas espécies
consideradas raras podem ter sido eliminadas das quais muitas nem chegaram a ser
conhecidas pela ciência ou sobre suas potencialidades, como tem acontecido em muitas
formações tropicais constatadas por Silva e Shepherd (1986).
Em termos de extrativismo vegetal, é grande a quantidade da retirada e
comercialização de madeiras nobres na região, principalmente a aroeira (Myracrodruon
urundeuva), cuja qualidade tem-se mostrado insubstituível na construção de diversas
benfeitorias das propriedades rurais, a exemplo de currais, cercas, galpões, entre outros.
A exploração vem ocorrendo de maneira desenfreada e sem manejo adequado e, apesar
de ser nativa, apresenta problemas quanto à disponibilidade para manter a demanda
5
crescente (Brasil, 1997). A exploração extrativista da lenha é também significativa,
principalmente nas regiões próximas a Cuiabá e outras cidades mais populosas da
BAP/MT, pois é utilizada intensivamente nas indústrias de cerâmicas, olarias,
frigoríficos, padarias, unidades de secador de sementes entre outras.
Em estudos já realizados no Pantanal, não são discutidas as formas de utilização
dos recursos naturais disponíveis e sua importância na vida cotidiana dos povos
pantaneiros. Os recursos naturais que tão bem aproveitados e explorados nas diversas
formas de uso por estes povos muitas vezes dão um aspecto aparente de conservação e
manutenção natural. Porém, na realidade, estão esgotados ou em via de esgotamento
pela pressão em determinados ambientes, em virtude da necessidade humana e
sobrevivência e também pela ausência de um plano de manejo e conservação, como de
uma política conservacionista que atenda aos anseios e às necessidades da população
pantaneira, incluindo as áreas de influência.
A vegetação é um exemplo típico disso, não apenas no Pantanal como na BAP e
em todo o Estado de Mato Grosso. Portanto, é necessário o levantamento das espécies
existentes em áreas consideradas “conservadas”, já que o uso crescente de certas
espécies pode deixar de atender à demanda em determinada comunidade pelo
esgotamento. Além disso, a regeneração das plantas pode não acontecer em
conseqüência do pisoteio, ou o tempo necessário para que as plantas se estabeleçam e se
tornem adultas, ou ser prejudicada por causa do corte precoce e das queimadas.
Não existem estudos dessa natureza no Pantanal que comprovem tal fato e,
ainda, aqueles sobre uso de plantas e seu potencial econômico realizados em outras
regiões da Bacia, como de Macedo (1995), Pott e Pott (1994) e Guarim Neto (1991),
estão, em sua maioria, desvinculados de um grupo cultural localizado, em um espaço
definido.
Mediante essa necessidade do conhecimento é que se propôs o estudo sobre
“Etnobotânica na Morraria Mimoso no Pantanal de Mato Grosso". Este faz parte de um
trabalho intitulado: Morraria Mimoso e Entorno: Caracterização Ambiental e Uso Social
da Biodiversidade, por Schwenk (1998). A escolha da referida área deu-se pelo fato de
ser uma região pantaneira carente de pesquisas locais e detalhadas, onde a vegetação das
morrarias existentes, especialmente a Morraria Mimoso ou Morro do Meio, aparenta
6
estar bastante conservada; e ainda por fazer parte da área de estudos do Projeto Gran-
Pantanal.
Essa região, para Da Silva e Silva (1995), é composta de uma comunidade
bastante tradicional, descendente de Rondon e de origem indígena, principalmente
“bororó”, mas hoje sofre transformações e misturas de povos, com atividade econômica
baseada, principalmente, na criação do gado bovino, com aproveitamento dos recursos
forrageiros nas pastagens naturais das savanas.
Entre os problemas de inundações enfrentados por essa comunidade, estão a
dificuldade no transporte e comunicação com as cidades mais próximas e a necessidade
de utilizarem áreas mais elevadas e dos recursos disponíveis. Muitas vezes são
obrigados, conforme levantamento para este trabalho, a ocuparem parte da morraria de
Mimoso onde os sopés são desmatados para dar lugar a pequenas pastagens que servem
de refúgio para o gado e cultivos de subsistência, descaracterizando a vegetação
original. Também as pressões exercidas na rotina da comunidade às espécies nobres
para consumo próprio e benfeitorias da comunidade ou mesmo comercialização têm
prejudicado a regeneração ou o desenvolvimento de plantas.
Em vista desse processo de ocupação e uso na área, o referido estudo tem como
objetivo geral: efetuar o levantamento etnobotânico da Morraria de Mimoso; e
específicos: a) caracterizar a vegetação da Morraria de Mimoso; b) realizar o
levantamento florístico em uma área mais conservada e outra menos conservada; e c)
caracterizar o uso das espécies de plantas pela comunidade mimoseana, com base em
entrevistas com crianças, jovens e adultos, mulheres e homens e depoimento de um
raizeiro da comunidade.
Espera-se, com base nos dados levantados e nos resultados obtidos neste
trabalho, dar uma contribuição e subsídios para o planejamento ambiental para a região,
e ainda servir como orientação para a comunidade local. Acredita-se que o
levantamento de base de dados e discussões, levando em consideração a localidade e a
realidade cultural em escalas maiores, possibilitam uma maior participação da
comunidade no aproveitamento do conhecimento produzido para o manejo e
recuperação do espaço por ela ocupada.
7
ÁREA DE ESTUDO
LOCALIZAÇÃO
O Pantanal brasileiro, com 139.558 km2, está definido como a planície contínua
de inundação, inserida na Bacia do Alto Paraguai, representando 38,93% do território
brasileiro, e posicionado entre os paralelos 16° a 22°S e 55° a 58°W. É visto como um
mosaico complexo de subunidades geomorfológicas, sendo classificado por Adámoli
(1981) em dez pantanais. De acordo com essa classificação, a área de estudo está
inserida no Pantanal de Barão de Melgaço, fazendo parte do município de Santo
Antônio do Leverger, localizado no sudeste do Estado de Mato Grosso, em áreas
periodicamente alagáveis, abrangendo a localidade de Mimoso. Tem como via de
acesso uma estrada vicinal que liga Mimoso à rodovia MT- 316 em Porto de Fora,
distando em linha reta cerca de 70 km da Capital. Localiza-se, aproximadamente, entre
as coordenadas 16o15' de latitude S e 55o45' de longitude W.
Na Morraria de Mimoso, os estudos concentram-se, especialmente, na encosta
com a face voltada para o noroeste e para a comunidade de Mimoso, onde foi dividida
em área mais conservada (Área I) e Área menos conservada (Área II) (FIG. 1).
8
FIG. 1. Mapa de Localização da área de estudo segundo o município do Estado de Mato
Grosso - 1997.
9
DESCRIÇÃO DA ÁREA
De acordo com Tarifa (1986), o clima do Pantanal recebe a classificação de
Köppen de clima do tipo AW, quente e úmido, com estação chuvosa no verão e
estiagem no inverno. A sua localização em plena faixa tropical, com cerca de 1.500 km
a oeste da faixa atlântica, propicia a ocorrência das maiores amplitudes de temperaturas
anuais do território brasileiro.
No município de Santo Antônio do Leverger, a média mensal da umidade
relativa do ar é de 65,75%, a temperatura do ar máxima é de 39,5°C e, a mínima, de
7,5°C, com uma precipitação média anual de 1.412,6 mm, distribuída em média por um
período seco de cinco meses, de maio a setembro e, um período chuvoso, com maior
intensidade nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
A Morraria de Mimoso, que corta a planície do Pantanal, é datada do pré-
cambriano, pertencendo à unidade Planalto dos Guimarães. Nesta se destacam litologias
pertencentes ao Grupo Cuiabá de composição bastante diversificada, predominando os
metarenitos e quartizitos, onde o ambiente de deposição desse grupo foi marinho, com
instabilidade tectônica e influências glaciais (Del’Árco et al., 1982; Bittencourt Rosa,
1992).
Apresenta um relevo de cristas simétricas e assimétricas de topo contínuo
predominantemente plano, tendo, porém, trechos aguçados na forma de topos
arredondados e ponteagudos, ocorrendo ainda falhas ou fraturas que separam e cortam
essas cristas. A altitude varia entre 280 a 360 m, com picos que chegam até 394 m. A
vertente de declive mais íngreme está voltada para a comunidade de Mimoso, dando um
aspecto fisionômico de uma elevação fortemente acentuada, evidenciando uma área
bastante susceptível à erosão, enquanto que a vertente oposta apresenta-se com declive
bem menos acentuado e prolongado, proporcionando maior intervenção humana.
Embora a vertente apresente declive fortemente acentuado, aparecem ao longo da
mesma trechos com declividades mais amenizadas a quase planas, enquanto outros com
alta declividade formando pequenas rampas. O relevo apresenta ainda diferentes ordens
de grandeza e aprofundamento de drenagem, sendo que, na vertente mais íngreme
voltada para a comunidade, o relevo está separado por vales em forma de V e
10
próximos uns dos outros, enquanto que, no lado oposto, os vales aparecem tanto em
forma de V quanto em forma de ∪, estando mais distantes uns dos outros (Schwenk,
1998).
Com base na análise do relatório de solo descrita por Orioli et al. (1982),
conclui-se que os solos que compõem a morraria são os Litólicos eutróficos, com
afloramentos rochosos apresentando-se bastante pedregoso em toda sua extensão.
Quanto à cobertura vegetal, ocorre uma vegetação com Sistema de Transição Ecológica
de Savana com Floresta Estacional, denominada por Loureiro et al. (1982) de Floresta
Semidecidual e Decidual Submontana.
A referida área é banhada pelos afluentes do rio Cuiabá e, quando ocorrem as
cheias neste rio, no período de janeiro a março, atingem as proximidades da
comunidade de Mimoso, a mais representativa da região, tanto em número populacional
como espacial, localizada ao longo da morraria que leva seu nome.
MATERIAL E MÉTODOS
A delimitação da área de estudo baseou-se na carta topográfica do DSG, folha
SE-21-X-A-III, Barão de Melgaço, na escala de 1:100.000, e a interpretação da
vegetação em fotografias áereas escala 1:60.000 da AST, datada em 1966, seguida de
trabalho de campo. A densidade amostral para quantificação foi estipulada pelo método
do papel milimetrado, onde cada cm2 corresponde a 100 ha no terreno.
O levantamento em campo foi efetuado em 1996. As áreas consideradas mais
conservada e menos conservada foram definidas por meio de observações qualitativas
feitas in loco, e na percepção dos pantaneiros mimoseanos por meio de entrevistas,
levando em conta apenas a vertente voltada para a comunidade de Mimoso,
correspondendo a 900 ha. Considerou-se a área mais conservada aquela em que houve
a menor intervenção humana e, a menos conservada, o oposto. Pela dificuldade de
limitar tais áreas, os levantamentos foram efetuados nos trechos aparentemente mais
conservados em uma área e, os trechos visivelmente mais atingidos pela ação antrópica,
em outra.
11
Para o levantamento das espécies florísticas, foram estabelecidas áreas de
amostragem em três gradientes altitudinais: sopé, numa altitude média de 160 a 215 m,
intermediária, de 215 a 270 m e, cume, de 270 a 320m ou mais tomadas pelo altímetro
(Altimeter Barometer Handy e Accurate). Traçaram-se transectos do sopé ao cume em
cada área de estudo, onde um transecto acompanhou um vale e, os outros dois, em linha
reta, a margem esquerda e direita desse vale. A cada 20 m de distância, foram tomadas
medidas com trena que possibilitou o sorteio de uma área de amostragem com tamanho
de 10 x 10 m, para cada faixa, amostrando portanto 900 m2 por área e no total 1800 m2
ou 0,18 ha. O levantamento de ambas as áreas foi feito no mesmo período.
O registro por espécie acima de 0,5 cm foram lançados em fichas, catalogadas,
prensadas e, posteriormente, levadas para secagem em estufa e identificada. Essa
identificação teve o apoio bibliográfico, a exemplo de Pio Corrêa (1933), Pott e Pott
(1994), Lorenzi (1991 e 1992), e comparação com exemplares depositados no herbário
da UFMT, além do apoio do Prof. Germano Guarim Neto, doutor em Botânica da
UFMT, e do CPAP-EMBRAPA. As espécies estudadas encontram-se amostradas e
depositadas no Herbário da UFMT.
Para identificar o uso das espécies de plantas da Morraria Mimoso, pelos
mimoseanos, realizaram-se entrevistas, por meio de uma ficha previamente elaborada,
com 30 pessoas escolhidas ao acaso, entre elas: cinco crianças (oito a treze anos) e cinco
jovens (catorze a dezoito anos) de ambos os sexos: dez mulheres e treze homens
(adultos). Na Tabela 2, crianças são representadas pela sigla *1, jovens *2, homens *3
e mulheres *4.
Foram considerados os mimoseanos nascidos ou que viviam no local pelo menos
há 20 anos, entre eles estão: lavradores, donas de casa, pescadores, criadores de gado
bovino, raizeiro ou curandeiro, professores e estudantes. O número de entrevistados
mostrou-se suficiente já que em, aproximadamente, 60% da entrevista não houve
diversificação nas respostas.
12
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização da vegetação
A Morraria de Mimoso é recoberta pela Floresta Estacional Decidual
Submontana, com transição para os cerrados ou savanas. Predominantemente nas cristas
e encostas em solos mais lixiviados, localiza-se a formação do cerradão. Já a Floresta
Decidual predomina nos fundos de vales e meia encosta, cujos solos possuem maior teor
de umidade e fertilidade. Entretanto, ao longo de toda a morraria, aparecem as espécies
de ambas as formações, formando um ecótono. A floresta submontana, segundo
Loureiro et al., (1982) apresenta mais de 60% de plantas deciduais durante a época
desfavorável ou estiagem, e a submata é também de carácter decidual, e o extrato
inferior é integrado de formas biológicas de geófitas e hemicriptófitas, o que pode ser
confirmado nesta área.
Conforme verificado em campo, no mês de agosto, dentro do período de
estiagem, a área mais conservada (Área I) da Morraria do Mimoso apresenta um
aspecto fisionômico mais seco e cinza, com perca quase total das folhas das espécies
decíduas, enquanto a área conservada (Área II) ainda permanece com um aspecto verde,
o que mostra a provável ocorrência do microclima.
Quanto ao aspecto fisionômico dessa vegetação ao longo da Morraria Mimoso,
com a face voltada para a comunidade, observada do lado de fora ou à distância no
período chuvoso, apresenta-se com um aspecto de floresta fechada, densa e conservada.
Porém, ao adentrá-la, verifica-se que as árvores de copas grandes são espaçadas uma
das outras, apresentando inclusive clareiras causadas por afloramentos rochosos, árvores
mortas ou mesmo retirada e corte de árvores. Todavia, na área menos conservada dessa
morraria observa-se, com maior frequência, a presença da vegetação secundária em
estádios de sucessão avançados, com algumas manchas quase atingindo o clímax, sendo
vestígios de antigos desmatamentos.
Ao longo dos seus cursos intermitentes, fundos dos vales, a vegetação apresenta
uma fisionomia diferenciada dos demais ambientes, sendo que, na área mais
conservada, apresenta-se com um sub-bosque bastante fechado e de difícil acesso,
mostrando espécies características de matas ciliares, embora na faixa dos sopés nota-se
13
a presença marcante da vegetação secundária. Enquanto que, na área menos conservada,
ocorre exatamente o oposto; são trechos bem abertos, praticamente, sem vegetação de
sub-bosque que facilita o acesso à área, com exceção do sopé, onde predominam a
vegetação secundária e capoeira bastante densa.
O sub-bosque na encosta da Morraria Mimoso apresenta-se mais adensado e
com maior quantidade de trepadeiras, plantas jovens e plântulas na área mais
conservada que na área menos conservada. Enquanto que, no cume, apresenta-se mais
aberto, pela predominância do cerradão, principalmente na área mais conservada. O
solo ao longo da vertente é recoberto também por pteridófitos em grande quantidade.
Ao longo dessa morraria, a vegetação apresenta-se ainda nas partes mais baixas
do sopé substituídas pelas pastagens e pequenas plantações. Já nas partes mais altas,
cujo acesso é dificultoso, aparecem cortes selecionados de espécies que são
transportadas com o auxílio da própria declividade, sendo que, empurradas, descem com
grande velocidade e arrancam tudo por onde passam, desde plântulas, inclusive de
espécies nobres e de grande utilidade para a comunidade, até seixos de rochas, deixando
nesses locais o solo desprotegido, favorecendo à erosão. Isto é observado com muita
freqüência na área menos conservada.
Composição Florística da Morraria Mimoso
No levantamento florístico da área estudada (Tabela 1), foram encontradas 49
famílias, 103 espécies distribuídas em 78 gêneros onde, duas espécies apenas chegaram-
à determinação de família e, outra, ficou indeterminada. Entre as famílias de maior
diversidade estão: Bignoniaceae - doze, Sapindaceae - nove, Caesalpinaceae - seis,
Rubiaceae - cinco, Euphorbiaceae - cinco e Myrtaceae com quatro espécies. Aquelas
com maior percentual em números de indivíduos estão: Verbenaceae, com 31,16%;
Bignoniaceae, com 13%; Mimosaceae, 11,60% e, Caesalpinaceae, com 11,51%.
Essas espécies apresentam vários hábitos, desde herbáceas, sub-arbustivas, com
maior representatividade das arbóreas seguida das arbustivas e trepadeiras, onde esta
última aparece com 23 espécies distribuídas em onze famílias. Foram observadas
também na área muitos pteridófitos. Apenas na mais conservada foram encontradas
algumas epífitas e com vestígios de queimadas.
14
Estudos e levantamentos realizados por pesquisadores encontraram espécies
semelhantes na região do Pantanal e Cuiabá e em outras regiões brasileiras (Rizinni
1979; Ratter et al.,1988; Prance e Schller 1982; Cunha 1989; Guarim Neto,1984, 1991;
Lorenzi 1992; Macedo 1980,1993; Pott e Pott 1994; Dubs 1994, Guarim Neto et al.,
1995, entre outros).
TABELA 1. Comparações florísticas entre as áreas consideradas mais conservada (Área
I) e menos conservada (Área II).
Composição florística Área I.3(quantidade)
Área II(quantidade)
Total(quantidade)
Indivíduos 7.350 2.309 9.659
Famílias 43 38 49
Famílias indeterminadas - 1 1
Espécies 84 79 103
Espécies indeterminadas 2 3 3
Gêneros 63 59 78
Gêneros indeterminados 2 3 3
Espécies mortas 20 15 35
Trepadeiras 1.234 446 1.680
Vegetação herbácea 3.350 92 3.442
Plântulas e jovens (0,5 cm a 1 m) 3.562 1.829 5.391
Plantas adultas (> e < 10 cm diâmetros) 418 373 791
Plantas adultas (> 10 cm diâmetro) 144 125 269
Altura máxima 25 16 -
Verificando a Tabela 1, observam-se diferenças nas áreas mais e menos
conservadas quanto ao número de indivíduos, famílias, espécies e alturas das árvores
onde a Área I apresenta-se em maior quantidade, por causa da maior preservação. Na
área I, a altura máxima é de 25 metros, em ordem cronológica, enquanto que, na Área
II, de 16 metros, com interrupções por causa da seleção no corte de árvores. Conforme
as análises efetuadas, muitas espécies consideradas de grande uso ou valor econômico,
pela comunidade mimoseana, nem sempre aparecem na Área II e as que aparecem
apresentam-se com porte pequeno pela pressão exercida sobre elas. Estando, portanto,
as espécies mais importantes em valor econômico e uso, apresentando-se com porte
elevado, chegando ao estádio maduro ou biostático pela conservação, restritas na Área I.
15
Uso das Espécies da Morraria pela Comunidade Mimoseana
Aproximadamente, 84% das espécies levantadas na Morraria Mimoso são
largamente usadas pela comunidade mimoseana em várias etnocategorias. Onde
ocorrem aquelas cuja madeira é de grande utilidade em benfeitorias e valor comercial,
outras destinadas ao valor medicinal, alimentar e diversas formas de uso, como
utilidade doméstica e até cosméticas. Ainda, uma única espécie pode pertencer a várias
etnocategorias, podendo a comunidade beneficiar-se, gratuitamente, de tudo aquilo que
a natureza oferece.
De acordo com a Tabela 2, foram identificadas 86 espécies utilizadas pela
comunidade; destas, 48% são de madeiras úteis consideradas pelos mimoseanos de
“madeiras boas”, utilizadas em várias benfeitorias, como construções de móveis, casas,
canoas, remos, mourões, currais, palanques, cochos, tábuas, vigas, pilão e mão de pilão
ou cabo de ferramenta. Essas são utilizadas e/ou conhecidas por, aproximadamente,
100% dos homens, 50% das mulheres e dos jovens e apenas 13% das crianças.
Dos 48% das espécies, apenas 19% não têm nenhuma outra utilidade. Além da
utilização das madeiras para construções de um modo geral, são utilizadas também
como medicinais, a própria madeira, casca, folhas ou raízes, ou ainda oferecem frutos
comestíveis. Entretanto, em relação à amostragem total, 32% apresentam com apenas
uma etnocategoria ou forma de uso. Apenas 10% das espécies apresentam usos
variados, em mais de duas etnocategorias, como medicinal, comestível, madeiras úteis
ou outras formas de uso.
Entretanto, cerca de 53% das espécies de plantas levantadas são usadas como
medicinais pela maioria dos entrevistados da comunidade de Mimoso. Todavia, as
espécies usadas em enfermidades femininas são mais conhecidas pelas mulheres e, em
doenças de animais domésticos, pela maioria dos homens. Observou-se durante o
trabalho de campo e mesmo nas entrevistas que, apesar do conhecimento e uso dessas
espécies, é muito freqüente, pela comunidade, a consulta a um raízeiro considerado
curandeiro, cujo medicamento adotado aos seus pacientes é a planta medicinal, sendo
que a maioria está levantada e registrada na Tabela 2.
16
TABELA 2. Principais Etnocategorias da Morraria Mimoso utilizadas pela comunidade mimoseana do município de Mimoso, MT. T. Ent. (Total deentrevistado) *1 (criança), *2 (jovens), *3 (homens) *4 (mulheres).
Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.ACANTHACEAEIndeterminada 1. Crista-de-galo - 30 menopausa, ferida brava 1*3; 6*4 - 30 - 30ANACARDIACEAEAstronium fraxinifolium Gonçaleiro - 30 - 30 construção de modo geral,,
móveis, mourão, ponte, poste etc.2*2 ; 13*3
6*4- 30
Myracrodruon urundeuva Aroeira - 30 machucadura, quebradura,inflamação ginecológica, tosse,cicatrizante, vitamina
3*2; 13*310*4
construção de casa, ponte, móveis,mourão, poste, palanques decurrais, esteio de casa, esticadoresde mourões etc.
2*1; 3*213*3; 6*4
- 30
ANNONACEAEAnnona cornifolia Ateira fruto 30 - 30 cabo de machado, cerca para
chiqueiro, lenha, caibro2*2 ;10*3 - 30
APOCYNACEAEAspidospermacylindrocarpon
Peroba-rosa - 30 dores de modo geral, úlcera 6*3 2*4 mourão, móveis, banco,construção em geral, cabo deenxada e ferramentas em geral,tábuas, cocho, ripa , viga etc.
3*2; 13*3 10*4- 30
Aspidosperma polyneuron Peroba-branca - 30 úlcera 1*3 idem ao anterior 13*3; 3*210*4
- 30
Aspidosperma subincanum Guatambu - 30 - 30 construção em geral, tábuas, cabode ferramentas em geral, canoa,lenha
2*2; 13*3 5*4- 30
ARECACEAEOrbignya oleifera Babaçu fruto (paçoca e
óleo comestível) palmito
30 tosse, expectorante (óleo),bronquite e resfriado, colírio
1*1; 2*29*3; 5*4
- 30 cobrir casa(palha), engraxararma
30
ARISTOLOCHIACEAEAristolochia esperanzae Abutua - 30 infecção dos rins, fígado,
estômago, amarelão e malária1*1; 2*2 11*3
10*4- 30 - 30
Aristolochia rídicula Abutua - 30 idem idem - 30 - 30ASTERACEAEEupatorium odoratum Cruzeirinha - 30 disenteria e dores no corpo,
coceira3*1; 3*212*3; 8*4
- 30 - 30
BIGNONIACEAECybistax antisiphilitica Pé-de-anta - 30 enxaqueca, inflamação nos rins 7*3; 5*4 - 30 - 30Jacaranda cuspidifolia Jacaranda - 30 - 30 Lenha, mourão 2*2; 10*3 - 30Macfadyena af. unguis-cati Unha-de-gato - 30 - 30 - 30 amarrar cercas 13*3; 5*4Melloa quadrivalvis Unha-de-gato 30 - 30 amarrar cercas 13*3; 5*4Tabebuia impetiginosa - 30 gastrite 1*3 construção em geral, móveis,
mourão, esteio e viga de casa,canoa, cocho, tábuas
2*1; 5*2;13*3; 5*4
- 30
17
TABELA 2. (Continuação)Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.
Tabebuia serratifolia Piúva-amarela - 30 gastrite 5*3; 7*4 colher de pau, cabo deferramentas, cumeeira e viga decasa, mourão, lenha
2*2; 13*3; 4*4- 30
Tabebuia roseo-alba Pertinga - 30 estômago e empachado 1*3 colher de pau, cabo deferramentas, cumeeira e viga decasa, mourão, lenha
2*2; 13*3 4*4- 30
Arrabidaea Cipó-de-Balaio-verde
- 30 - 30 têxtil= balaio,pá, peneira eamarrar cerca
3*1; 5*2;13*3; 8*4
Pestonia Cipó-de-macaco - 30 remédio para dores 1*3; 1*4 - 30 têxtil= cadeira 6*3 ; 2*4cf. Arrabidaea Cipó-de-balaio-
branco- 30 - 30 balaio, pá ,
peneira eamarrar cerca
3*1; 5*213*3; 6*4
BOMBACACEAEPseudobombax tomentosum Imbiruçu - 30 - 30 - 30 artesanatos,
cordas etravesseiros,lenha industrial
3*1; 3*213*3 10*4
1*3
BORAGINACEAECordia af alliodora Louro-branco - 30 febre, estômago e vesícula 5*3; 5*4 cabos de ferramentas em geral,
móveis, canoa, construção de casa,etc.
3*1; 5*2 6*4;13*3
30
Cordia glabrata Louro-rajado - 30 - 30 idem 30 - 30BURSERACEAEProtium heptaphyllum Amescla fruto 4*1; 1*3; vitamina, tosse, dores no peito 2*1; 2*2;
12*3; 7*4mourão e lenha (usado mais comolenha)
10*3 - 30
CACTACEAECereus peruvianus Merumbeva fruto 4*1 ; 1*3
2*4doença venérea, coqueluche 2*3 - 30 cola em viola-
de-coxo, dar ligaem sabão
1*1; 4*213*3 10*4
CAESALPINACEAEBauhinia glabra Tripa-de-galinha - 30 para diarréia (humana e de
bezerro), dores de barriga5*2; 13*3
10*4amarrar cerca,ripas, caibros epalhas
5*2; 13*35*4
Bauhinia nitida Pata-de-vaca-branca
- 30 diabetes 8*3; 7*4 - 30 - 30
Bauhinia rufa Pé-de-boi, unha-de-vaca
- 30 diabetes, tosse, derrame 13*3; 10*4 espeteiro 2*3
Copaífera langsdorffii Pau-de-óleo,copaíba
fruto 2*1 pneumonia e inflamação nagarganta (óleo)
3*1; 5*2 13*3;10*4
Construção de canoa , móveis econstrução em geral
5*2 ; 13*3 9*4- 30
Diptychandra aurantiaca Carvão-vermelho
- 30 - 30 mourão, chiqueiro, currais econstrução em geral, móveis
4*2 ; 13*3; 6*4- 30
18
TABELA 2. (Continuação)Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.
Peltogyne confertiflora Coração-de-negro
- 30 - 30 mão de pilão e pilão, cabo deenxada, mourão, palanque,esticada de cerca, móveis e canoa
2*1; 3*2; 13*3; 5*4
- 30
CELASTRACEAEIndeterminado 2 Calonguinha fruto 5*1; 2*2
1*3- 30 lenha, curral, cabo de machado,
caibro5*1; 6*3 isca de anzol
(fruto),5*1; 6*3
COMBRETACEAECombretum duarteanum Sarã-do-cerrado aperitivo, chá
(folha)2*1; 3*2;10*3; 8*4
- 30 construção de casa, tábua, mourão,poço, canoa, jirau, curral etc.
5*2; 13*3 5*4- 30
Combretum leprosum Carne-de-vaca - 30 - 30 lenha 1*2; 2*3 - 30COMMELINACEAEDischorisandra hexandra Cana-de- macaco para suíno (raiz) 7*3 infecção dos rins e da bexiga
(urina presa), febre e ecterícia2*2; 13*3;
8*4;- 30 30
CONVOLVULACEAEIpomoea sp. Batata-brava para suíno (raiz) 5*3 - 30 - 30 - 30CUCURBITACEAEMomordica charantia São-caetano fruto 5*1; 1*2
1*3; 1*4coceira brava, disenteria, piolhoe machucadura (emplasto), tosse
5*1; 5*2 13*310*4
- 30 - 30
EUPHORBIACEAEJatropha sp. Cançançã para suíno (raiz) 6*3 disenteria de bezerro, dor de
dente, coceira, reumatismo,tosse e aceleração cardíaca
1*2; 13*310*4;
- 30 - 30
Manihot sp. Mandioca- brava para suíno 8*3 - 30 - 30 - 30Phyllanthus orbiculatus Quebra-pedra - 30 infecção dos rins 5*2; 13*3;
10*4- 30 - 30
FABACEAEDesmodium adscendens Carrapichinho - 30 infecção nos rins, depurativo
para sangue, inflamação diversae da urina
13*3; 10*4 - 30 - 30
Dipteryx alata Cumbaru fruto para ohomem, suíno e
bovino
30 inflamação na garganta (emforma de gargarejo usando acasca) e feridas (pó da cascatorrada)
2*2; 10*36*4
lenha, mourão, construção de casa,vigas, postes, charrete
2*2; 13*3 - 30
Platypodium elegans Jacarandá - 30 - 30 construção em geral: casa, curral,mourão, pontes etc., móveis, cabode ferramentas
13*3 ; 5*4 - 30
FLACOURTIACEAECasearia decandra Pururuca-preta - 30 - 30 vara de curral, lenha, barrote de
casa13*3 - 30
19
TABELA 2. (Continuação)Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.
Casearia gossypiosperma Pururuca- branca fruto 5*1; 2*21*3 ; 2*4
- 30 madeira para casa de palha, vigade casa, espeto para churrasco ecurral
4*2; 13*3 3*4- 30
Casearia silvestrys Chá-de-frade usada comoaperitivo (folha)
2*1; 3*210*3; 5*4
enxaqueca (em forma de chápara beber e banho), bronquite
5*3; 7*4; - 30 - 30
LAMIACEAEOcimum micranthum Tapera-velha - 30 inflamação ginecológica e dores
(chá e banho)8*3; 10*4 - 30 - 30
MALPIGHIACEAEDicella macroptera Cipó-roxo - 30 - 30 - 30 amarrar cerca 7*3MELIACEAECedrella fissilis Cedro-rosa - 30 dores, úlcera, peste de galinha
(casca)’,3*2; 13*3 8*4 tábua, canoa, móveis, mourão,
cocho, construção em geral2*2 ; 12*3 3*4- 30
MIMOSACEAEAlbizia niopioides Angico-branco - 30 para dor (chá da casca) .3*3 ; 4*4 mourão, móveis, lenha,
construção em geral, lenha 3*2; 13*3
7*4curtir sola decouro (casca)
2*1 ;3*213*3 ; 7*4
Anadenanthera colubrina Angico-vermelho
- 30 para dor (chá da casca), ferida 2*2 ;10*3 8*4 construção em geral, mourãomóveis, carvão
4*2 ; 13*3 7*4curtir sola decouro (casca)
2*1; 4*2;13*3; 7*4
Anadenanthera peregrina Angico-amarelo - 30 para dor (casca), tuberculose 3*2 ; 11*310*4
construção em geral, mourão,lenha
3*2; 11*3 curtir sola decouro (casca)
3*2; 11*3
MORACEAEBrosimum lactescens Leiteiro - 30 - 30 lenha 5*1 ; 4*2 11*3isca para anzol
(fruto)5*1 ; 4*2
11*3Maclura tinctoria Moreira, Taiúva-
amarela- 30 reumatismo, dor de dente
(extração de dente)2*2; 8*4 9*3 tábua, pilão, mourão, canoa,
móveis, construção de casa, curral3*2 11*3 2*4 - 30
MYRTACEAEEugenia dysenterica Orvalheira fruto 30 lenha, vara de curral e barrote 5*1; 5*2 10*3isca para anzol
(fruto)5*1 ; 5*2
10*3Eugenia sp1. Mate-bravo aperitivo (folha) 5*3; 3*4 - 30 - 30 - 30Eugenia sp2. - 30 - 30 - 30 - 30Psidium sp. Goiabinha fruto 5*1; 3*2
6*3; 5*4- 30 - 30 - 30
NNCTAGINACEAENeea hermaphrodita Pau-de-sal - 30 - 30 lenha e barrote 6*4; 11*3 sabão 6*4; 11*3POACEAEBrachiaria Capim-
braquiária- 30 - 30 - 30 forrageiro para
bovino30
Panicum sp. Capim - 30 - 30 - 30 forrageiro parabovino
30
20
TABELA 2. (Continuação)Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.
Setaria sp. Capim - 30 - 30 - 30 forrageiro parabovino
30
RHAMNACEAERhamnidium elaeocarpum Cabriteiro fruto 30 enxaqueca e hemorragia do
nariz (casca)8*3; 7*4 lenha, mourão, chiqueiro, curral 3*2 ; 9*3 - 30
RUBIACEAEAlibertia edulis Marmelada- bola fruto 30 - 30 - 30 isca para pescar
pacu (fruto)5*1 ; 5*2
9*3Alibertia sessilis Marmelada-
pretafruto 30 - 30 - 30 isca para anzol
(fruto)5*1 ;5*2
8*3Duroia af. saccifera Pururuca-
amarela- 30 - 30 construção de casa, tábua, caibro,
viga, lenha2*2 ; 10*3 - 30
Guettarda sp. Chichica-de-galinha
- 30 - 30 lenha 2*2 11*3 - 30
RUTACEAEFagara hassleriana Maminha-de-
porca- 30 derrame 1*3 lenha e cocho, remo 13*3 ; 3*4 fazer sabão 13*3 ; 3*4
SAPINDACEAECardiospermumgrandiflorum
Cinco-folhas - 30 febre e constipação 1*3 - 30 amarrar ripas ecercas
3*2 ; 12*37*4
Dilodendron bipinnatum Mulher-pobre - 30 frieira, micose de urina decavalo, feridas
3*2; 4*2;11*3; 8*4
lenha 9*3 fazer sabão(cinza)
9*3
Magonia pubescens Timbó - 30 - 30 mourão, chiqueiro, lenha 1*2 ; 7*412*3
sabão (fruto),soda (cinza)
1*2 ; 7*412*3
Serjania caracasana Nove-folhas - 30 - 30 - 30 amarrar cerca eripa
2*2 10*3
Serjania exarata Cipó-timbó,tingui
- 30 - 30 - 30 para isca deanzol
8*3
Serjania glabrataCinco-folhas - 30 febre e constipação 1*3 - 30 amarrar ripa de
casa e cercas3*2 ; 12*3
7*4Serjania grandiflora Cinco-folhas - 30 febre e constipação 1*3 - 30 amarrar ripa de
casa e cercas3*2; 12*3
7*4Serjania penilaila Cipó- três-
quinas- 30 ferida, cortes - amarrar cerca,
isca para pescarpacu e pacupeva(fruto)
7*3
Talisia esculenta Pitombeira fruto 30 coluna 1*3 lenha 9*3 - 30SMILACACEAESmilax japecanga Salsaparrilha - 30 depurativo de sangue 1*3 - 30 - 30
21
TABELA 2. (Continuação)Família/espécie Nome Vulgar Comes-tível T. Ent. Medicinal T. Ent. Madeiras Úteis T. Ent. Outros Usos T. Ent.
STERCULIACEAEGuazuma ulmifolia Chico-magro fruto 30 bronquite 1*3 lenha 9*3 cosméstico
(alisante eamaciante paracabelo com o cháda casca) ecorda (por meioda imbira ouseda)
2*1; 4*29*3; 10*4
Sterculia striata Manduvi' fruto assado 30 vitamina (chá e xarope da casca) 1*3 cocho 1*3 - 30ULMACEAETrema micrantha Periqueiro - 30 - 30 lenha 2*3 viola 1*3Celtis spinosa Grupiá, Gurupiá fruto 3*1 ; 1*3
1*4rim 4*3 - 30 - 30
URTICACEAEUrera aurantiaca Urtiga-de-pacu - 30 vermífugo 9*3; 6*4 - 30 - 30VITACEAECissus gonyglodes Cipó-de-arraia - 30 derrame, ferradura de arraia 13*3; 10*4 - 30 - 30INDETERMINADO Laranja-brava - 30 - 30 colher de pau, lenha 6*3 - 30
Obs.: 30 é o número total de entrevistados incluindo as crianças, os jovens, mulheres e homens.Fonte: Por entrevistas com moradores da comunidade de Mimoso - 1997.
22
As espécies mais usadas nas enfermidades, de um modo geral, são de uso e/ou
conhecimento de, aproximadamente, 70% dos homens e mulheres entrevistados, 30 %
dos jovens e 14% das crianças. Entretanto, esse último grupo respondeu sobre
enfermidades ou peste relacionadas com os problemas infantis, como: pneumonia e
inflamação na garganta, coceira, disenteria e piolho.
Apenas um entrevistado, raizeiro ou curandeiro, domina o uso de determinadas
espécies relacionadas com as diversas enfermidades. As espécies mais usadas pela
maioria dos entrevistados adultos, nas várias modalidades, podem ser verificadas na
Tabela 2.
Das espécies levantadas, apenas 12 % têm frutos comestíveis conhecidos e
consumidos pelos 100% dos entrevistados. Do babaçu (Orbignya oleifera), além do
fruto, é feito óleo comestível, sendo também aproveitado do caule, o palmito. Muitos
frutos considerados comestíveis são usados também como isca para pescado pela
maioria dos entrevistados masculinos e das crianças. Apenas 4% das folhas das espécies
são aproveitadas na forma de aperitivos e chás de acordo com 50% dos entrevistados.
Cerca de 60% dos homens entrevistados disseram que alguns frutos ou raízes são
aproveitados na alimentação de animais domésticos, como suínos e bovinos.
De acordo com 100 % dos homens entrevistados e de 40% a 80% das mulheres,
jovens e crianças, outras atividades também são beneficiadas por meio de algumas
espécies, como a têxtil e artesanal (balaios, cadeiras, peneiras etc.) de um total de 5 %
das espécies. Na fabricação de viola-de-cocho são conhecidas por 15% dos homens
entrevistados. No uso cosmético, Guazuma ulmifolia atua como alisante e amaciante
para cabelo, conhecida e/ou usada por 100% das mulheres, 70% dos homens, 80% dos
jovens e 20% das crianças, isto é, em torno de 70% dos entrevistados. Algumas
espécies são aproveitadas também na fabricação de sabão de acordo com 64% dos
homens e mulheres e ainda para amarrar cercas e ripas na construção de casa, com 11%
das espécies de trepadeiras levantadas, segundo, aproximadamente, 90% dos homens e
60% das mulheres e dos jovens.
Para mais de 80% dos entrevistados, muitas madeiras são utilizadas para lenhas,
tanto as consideradas “madeiras boas” como aquelas “ruins”. Do mesmo modo, as
espécies, cuja madeira ou parte da planta é usada em construções ou benfeitorias
23
diversas, são mais conhecidas e usadas pelos homens, e este conhecimento está sendo
repassado para os jovens do sexo masculino. Cerca de 50% das mulheres entrevistadas
mostraram não conhecer muitas delas e a sua utilidade, e algumas têm conhecimento
basicamente daquelas consideradas nobres. No entanto, para as plantas usadas para
artesanato, as mulheres, como os jovens e as crianças, têm mais envolvimento, assim
como aquelas com alguma utilidade doméstica ou cosmética.
Observa-se, então, que a população mimoseana exerce uma pressão sobre as
espécies na Morraria Mimoso, para consumo próprio e sobrevivência por causa da
grande distância aos centros polarizados. No entanto, como foi verificado, muitas das
espécies, principalmente as de madeira “nobre”, estão desaparecendo e algumas delas
foram encontradas apenas na fase jovem, como o caso de Diptychandra aurantiaca, não
havendo a preocupação de reposição das mesmas.
Tal fato é confirmado, principalmente na área onde o uso é mais acentuado, e,
conseqüentemente, a comunidade mimoseana deixa de se beneficiar não apenas da
madeira, mas de outros atributos oferecidos pela planta, uma vez que não se pode mais
atender à demanda da mesma, levando a uma dificuldade maior de sobrevivência dessa
comunidade. O próprio pisoteio, a retirada da madeira, transportada pela declividade
destruindo tudo por onde passa, e as trilhas formadas para acesso à morraria eliminam a
possibilidade de recomposição das espécies atingidas por esses fatores.
Entretanto, por se tratar de uma encosta, são encontradas, nas terras baixas
próximas às morrarias, ocupando os quintais ou pequenas culturas, mudas de espécies
consideradas pelos moradores de “madeira boa” como Myracrodruon urundeuva,
germinada das sementes que foram transportadas pelas águas e que são conservadas e
protegidas por moradores mais sensibilizados. Da mesma forma, Cordia af. Alliodora,
de valor ornamental, medicinal e madeireiro, é encontrada com freqüência nas
proximidades das casas, fundos de quintais e nas pastagens, sendo protegidas e
conservadas pelos moradores. Outras espécies de valor comestível e/ou medicinal são
encontradas com maior ou menor freqüência, como Annona corniflolia, Protium
heptaphyllum, Dischorisandra hexandra e Dipteryx alata.
24
CONCLUSÕES
A Morraria de Mimoso apresenta uma vegetação de transição com Savana e
Floresta Estacional, predominando, nos fundos dos vales, falhas, fraturas e meia encosta
a Floresta Estacional e, nas encostas e cristas, a Savana Florestada (cerradão).
O levantamento florístico, na amostragem total das áreas mais conservada (Área
I) e menos conservada (Área II), na Morraria Mimoso, apresentou 103 espécies
distribuídas em 73 gêneros e 49 famílias a partir de plântulas com 9.659 indivíduos.
Porém, três espécies são indeterminadas, da qual duas chegaram-se apenas à família.
Entre as famílias de maior diversidade estão: Bignoniaceae - doze, Sapindaceae - nove,
Caesalpinaceae - seis, Rubiaceae - cinco, Euphorbiaceae - cinco e Myrtaceae, com
quatro espécies.
Foram detectadas diferenças quanto ao número de famílias, espécies, indivíduos
e alturas. Na Área I, ocorrem 43 famílias, 84 espécies, 7.350 indivíduos, sendo 3.562 na
fase de plântulas e jovens, e altura máxima de 25 metros em ordem cronológica. Na
Área II, 39 famílias, 79 espécies, 2.309 indivíduos, sendo 1.829 na fase de plântulas e
jovens, e altura máxima de 16 metros, com interrupções.
Foram identificadas quatro etnocategorias de uso das espécies utilizadas pela
comunidade, com predominância da etnocategoria de uso medicinal, com 53% de
indicação da maioria dos entrevistados, seguida de madeiras úteis, com 48% utilizados
em benfeitorias de um modo geral, 25 % fazem parte da etnocategorias de outros usos
desde doméstico até cosméstico, do qual 11% das espécies de trepadeiras são utilizadas
para amarrar cercas e caibros e 5%, representam a atividade têxtil e artesanal. Apenas
12% das espécies estão na etnocategoria de frutos comestíveis consumidos por 100%
dos entrevistados. Dez por cento das espécies de uso pela comunidade são utilizadas em
duas ou mais etnocategorias.
Espécies como Myracrodruon urundeuva, Cordia af alliodora e Annona
cornifolia são conservadas pela comunidade e encontradas nos fundos dos quintais,
pastagens e fraldas da morraria.
25
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