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A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ADOÇÃO DE UM ESTILO DE
VIDA SAUDÁVEL
PHYSICAL EDUCATION IN THE ADOPTION OF A HEALTHY LIFESTYLE
Roseli Maria Ardenghe*
Roseli Terezinha Selicani Teixeira**
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo analisar junto aos alunos, saberes relacionados ao estilo de vida e hábitos saudáveis, na perspectiva de adotarem condutas positivas com relação aos seus hábitos, visando uma melhor qualidade de vida. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário investigativo sobre o nível sócio-econômico e hábitos do cotidiano dos alunos, seguiu as instruções de Hill (2002). Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa, análise de conteúdo e estatística descritiva segundo Minayo (2004). A intervenção ocorreu no primeiro semestre de 2008, envolvendo 100 alunos das três sextas séries do período matutino do Colégio Estadual Costa Monteiro, situado na cidade de Nova Esperança-Paraná. Houve a conceituação de saúde, na perspectiva dos alunos entrevistados, como também a identificação dos seus hábitos, relacionados ao estilo de vida. Observou-se que, no geral, os alunos entrevistados possuem na maioria dos quesitos atitudes positivas. Algumas áreas requerem atenção especial, como o alto consumo de refrigerantes e frituras, a baixa ingesta de frutas e o alto índice de alunos que assistem televisão. Obteve-se também aspectos positivos como a alta porcentagem de alunos que realizam atividades físicas diariamente. Os resultados apontaram a relevância da Educação Física Escolar, na proposta de um estilo de vida saudável e também e a importância da colaboração de outras áreas ligadas à saúde. Acredita-se que essas formas de promoção de um estilo de vida saudável sejam eficazes.
ABSTRACT
This study aimed to examine with the students, knowledge related to lifestyle and healthy habits, with a view to adopting good conduct with respect to their habits, seeking a better quality of life. The instrument used for data collection was a questionnaire investigation on the socio-economic level and the daily habits of students, followed the instructions of Hill (2002). The data were analyzed in a qualitative and quantitative, analysis of content and descriptive statistics Minayo second (2004). The intervention occurred in the first half of 2008, involving 100 students from the three rounds of the morning Friday in State College Costa Monteiro, located in the city of New Hope-Parana. There was the concept of health, in view of the students interviewed, but also the identification of their habits, related to lifestyle. It was observed that, in general, students interviewed in the majority of questions have positive attitudes. Some areas require special attention, as the high consumption of soft drinks and fried food, low intake of fruit and the high rate of students who watch TV. It also received positive aspects as the high percentage of students who perform physical activity daily. The results showed the relevance of Physical Education School, the proposal for a healthy lifestyle as well and the importance of collaboration in other areas related to health. It is believed that these forms of promoting a healthy lifestyle are effective.
Palavras-chave: Estilo de vida saudável. Intervenção escolar. Educação Física.
* Professora de Educação Física da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná – Integrante PDE 2007 **Professora Adjunta da Universidade Estadual de Maringá
2
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos estamos presenciando uma grande explosão de conhecimentos,
informações e industrialização em diferentes setores. Não se pode negar que é visível o
domínio do desenvolvimento econômico e tecnológico no cotidiano do homem moderno, e
que seu bem estar, tem sido dirigido basicamente ao aumento do lucro para um maior
consumo. Este processo que propicia uma gama de conquistas e facilidades para a vida
moderna, nada mais é que uma sociedade voltada aos valores do capitalismo, de poupar
tempo, produzir mais, ganhar mais e adquirir mais.
Para Coelho (2005), parte da nossa felicidade está nas descobertas que o ser humano faz
e na tecnologia que ele vem aprimorando no decorrer dos séculos, especificamente no que diz
respeito à medicina, como por exemplo, a felicidade em sentir o coração bater normalmente
após um transplante ou, voltar a enxergar após uma cirurgia de miopia. Mas, não se pode
condicionar felicidade somente a esses avanços, porque estaria se esquecendo de detalhes
comuns à vida do ser humano, aquilo que realmente prende nossos corações, que vai além do
externo, do conforto, como o afeto e as relações verdadeiramente humanas.
Deve-se enfatizar que esse avanço contribui muito à mudança de estilo de vida do
indivíduo. Se por um lado essa tecnologia proporciona certo conforto, em que parte da
população se apropria dela, por outro lado essas mudanças trouxeram conseqüências não tão
positivas.
Em nosso país, ainda que sejam necessárias estatísticas mais aprimoradas, é cada vez mais evidente a “americanização” dos hábitos alimentares, o que, aliado à progressiva redução da atividade física do cotidiano em razão da mecanização e do avanço tecnológico de nossa sociedade, torna possível prognosticar paulatino aumento na prevalência da obesidade e do sobrepeso nos diferentes segmentos da população brasileira. (GUEDES e GUEDES, 2003, p. 29)
Para Bernardes e Cotes (2006), uma das maiores calamidades que custará bilhões de
reais à saúde pública brasileira, que poderá causar diabetes, problemas cardíacos e depressão
em milhões de pessoas, vindo a reduzir a expectativa de vida da próxima geração é obesidade
infantil. Estima-se que no Brasil um terço das crianças estão obesas ou com sobrepeso, este
fato vem resultando em pesquisas sinalizando que para o ano de 2010, a obesidade atingirá
aproximadamente 61,6% da população.
Segundo Frossard (2005), esse significativo avanço, proporcionou, desde a Revolução
Industrial no século XIX, a homens, mulheres e crianças, o conhecimento do amargo sabor
3
das chamadas “doenças da civilização”. Esse autor ainda afirma que os cientistas creditam ser
espantoso aumento à automatização de nossa sociedade, por meio do tão desejável apelo ao
conforto. Isso tudo reduziu as atividades físicas, criando uma geração sedentária.
Hoje lamentavelmente, o desenvolvimento vem contribuindo para conduzir o homem a
trocar hábitos de vida considerados saudáveis, por outros considerados de risco, como o fumo,
o sedentarismo, a alimentação inadequada,o excesso de trabalho e pouco lazer.
De acordo com Moraes (2003), esse é o paradoxo vivido pelo homem hoje, e é dentro
deste contexto, que está criado o cenário para as doenças modernas:
Artrite, reumatismo, mal de Alzheimer, e de Parkinson, pressão alta, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (A. V. C.), prisão de ventre, osteoporose, as múltiplas formas de câncer, depressão, esquizofrenia, degeneração neurológica, estresse crônico, hiperglicemia, diabetes, obesidade, degeneração ocular, atrofia muscular, síndrome da fadiga crônica, síndrome do pânico, gastrite, cálculo biliar e/ou renal, excesso de colesterol e de triglicerídeos, dificuldades respiratórias, inflamações crônicas, alergias, doenças da pele, queda acentuada de cabelo, perda de libido e redução da fertilidade. Assim fica óbvio porque em meio à tanto progresso, por um lado, temos tanta dor e sofrimento por outro. (MORAES, 2003, p. 20)
Portanto, essas constatações vêm ao encontro à proposta das Diretrizes Curriculares para
o ensino da Educação Física na Escola Pública do Estado do Paraná (2006), que é pautada na
corporalidade, entendida como expressão do conjunto de manifestações corporais, tendo o
desenvolvimento corporal e a construção da saúde como um dos elementos articuladores, os
quais devem estar comprometidos com uma Educação Física transformadora.
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Pública do Paraná (2006), a concepção de
Educação Física constitui um processo pedagógico em que a escola é um lugar onde as
práticas e os discursos são tratados de maneira crítica. Os cuidados com a saúde devem ser
vistos como investimento individual, e os elementos sociais culturais, políticos e econômicos
também devem ser contemplados na construção da saúde para todos.
Devide (2003) apud Bagrichevsky, Palma, Estevão (2003), p. 146, esclarece:
O professor (a) de Educação Física deve estar atualizado ao conceito multifatorial da saúde, à sua dimensão social, portanto, coletiva, para que, munido de instrumentalização teórica consistente, tenha condições de discutir e ampliar a relação de compromissos da Educação Física para além da esfera de aptidão física, como uma via de educação para a saúde dos alunos (as).
4
Portanto, uma das formas de se levar essas concepções ao educando, é por meio da ação
docente de intervenção pelo professor de Educação Física, tendo uma visão global de saúde.
Neste caso a proposta sugerida aos professores de Educação Física é de assumirem um novo papel diante da estrutura educacional, procurando adotar em suas estratégias de ensino não mais uma visão exclusivamente, de prática esportiva e atividade recreativa, mas sim, uma postura pedagógica que possa alcançar metas e objetivos voltados à educação para a saúde, mediante a seleção, a organização e o desenvolvimento de conteúdos e de experiências que venham propiciar aos educandos a incorporação de hábitos saudáveis e que os conduzem a optar por mantê-los nas idades adultas. (GUEDES, 2002, p. 7)
Foram essas constatações que motivaram para a realização desta pesquisa, voltada à
Educação para a saúde, por meio da disciplina de Educação Física, lançando a seguinte
indagação: De que forma pode a Educação Física intervir com conteúdos referentes ao estilo
de vida e hábitos saudáveis, numa perspectiva dos alunos adotarem condutas positivas com
relação aos seus hábitos, possibilitando assim, uma melhor qualidade de vida?
Dessa forma, este estudo tem por objetivo analisar junto aos alunos, saberes
relacionados ao estilo de vida e hábitos saudáveis, na perspectiva de adotarem condutas
positivas com relação aos seus hábitos, visando uma melhor qualidade de vida.
2 DESENVOLVIMENTO
Desde o princípio de sua existência, o ser humano sempre praticou atividades físicas,
seja como forma de defesa ou de sobrevivência. Com o passar do tempo, as atividades
humanas sofreram grandes transformações, assim como sua forma de expressão e movimento.
É certo, que a vida moderna proporcionou maior facilidade e praticidade. As pessoas querem
mais comodidade e tentam o tempo todo diminuir o esforço físico das atividades diárias.
Segundo Helman (1994), todo esse espantoso aumento, da automatização na sociedade gerou
as chamadas doenças da civilização moderna.
Para Gomes e Moreira (2002), a vida moderna possui vantagens e desvantagens,
podendo levar as crianças, adolescentes e adultos a se tornarem inativas, vista que, automóvel,
computador, televisor, telefones, controles, podem ser excelentes instrumentos para
locomoção, comunicação, educação e lazer. No entanto, toda essa tecnologia também
contribui para o atual estilo de vida sedentária, alimentação inadequada, alto índice de
estresse, enfim, hábitos altamente nocivos à saúde.
Para Guedes e Guedes (2003) e Vitolo (2003), a mudança do estilo de vida dos jovens,
associados aos aspectos alimentares e da prática da atividade física, podem contribuir para o
5
aumento do sobrepeso e da obesidade na adolescência. Nesta fase, geralmente se inicia o
comportamento sedentário, em virtude da substituição da atividade física informal, como
andar de bicicleta, uso de patins, skates e atividades lúdicas, por outras de origem social ou
cultural, como os videogames, computador, televisão ou atividades extracurriculares, com
baixa demanda de gasto energético. Com relação aos aspectos alimentares, nesta fase se
percebe que o apetite se torna muitas vezes voraz, e este, associado a uma vasta oferta de
alimentos altamente calóricos oferecidos pelas propagandas das indústrias alimentícias,
influenciam o consumo desses alimentos em maior quantidade tanto dentro como fora de
casa.
É fundamental citar que a atividade física é uma necessidade do ser humano, podendo
ser uma grande aliada à recuperação e a manutenção da saúde. Para Alves (2003), a prática de
atividade física, deve fazer parte dos cuidados de rotina para o bem estar da criança e do
adulto. Ser fisicamente ativo desde a infância apresenta muitos benefícios, não só na área
física, mas também nas áreas social e emocional, podendo levar a um melhor controle das
doenças crônicas da vida adulta.
Segundo Oliveira (2007), muitas pesquisas vêm mostrando os benefícios da prática
regular de exercícios físicos para a saúde, tanto na prevenção como no tratamento de doenças
cardíacas, diabetes, hipertensão, obesidade, entre outros. Além disso, com o avanço da idade,
as pessoas que não fazem exercícios físicos perdem a força e a flexibilidade necessárias para
realizar as atividades do cotidiano. Assim, os especialistas acreditam que as atividades físicas
podem melhorar de modo impressionante a qualidade de vida das pessoas, especialmente as
de mais idade, gerando uma melhor saúde.
A Organização Mundial de Saúde - OMS, define saúde sem se referir apenas à ausência
de doenças, mas ao bem estar físico, psíquico e social. Uma definição mais exata da saúde
pode ser, portanto:
A capacidade que o organismo apresenta de funcionar em completa harmonia com seu ambiente, o que envolve a aptidão para enfrentar física, emocional e mentalmente as tensões do cotidiano. (LIRA, 2007, p. 2)
Lira (2007) complementa que saúde não é, portanto, uma condição estática e representa
uma condição variável de bem-estar físico e emocional continuamente sujeita a pressões
internas e externas como preocupações, excesso de trabalho, variações das condições
ambientais e infecções por bactérias e vírus. Ainda sobre esse aspecto Minayo (1992), p. 10,
acrescenta que:
6
Saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso aos serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.
Assim, podemos dizer que saúde está intimamente relacionada à qualidade de vida que
uma comunidade e família possuem. Nahas (2003) considera qualidade de vida como um
somatório dos fatores que interferem na vida do indivíduo, em suas múltiplas dimensões:
física, biológica, psicológica e sociocultural, associados à longevidade, satisfação no trabalho,
salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer, relações sociais, meio ambiente e até
espiritualidade.
Deve-se considerar que o art. 196 da Constituição Brasileira (1988), declara que saúde é
um dever do estado garantido mediante políticas sociais e econômicas. Tais medidas visam à
redução do risco de doença e de outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e
serviços, para sua promoção, proteção e recuperação da saúde.
No entanto, vale ressaltar que o texto que se refere à Lei, está completo, contudo não é o
que vem acontecendo na prática, o que contribui visivelmente para que o aumento das
doenças e a má qualidade de vida se proliferem em nossa sociedade.
Embora sejam claras todas essas constatações, observa-se também que quando o assunto
é trabalhar atitudes positivas e mostrar os benefícios de hábitos saudáveis à sociedade, isso
implica na divulgação desses hábitos. Para Almeida (2005), isso requer um desenvolvimento
desde a infância, o que poderá impedir o surgimento de muitas doenças crônicas tipicamente
de adultos: pressão alta, taxa de colesterol elevada, alto percentual de gordura corporal, e
diversas enfermidades do coração. Estando comprovado pela O.M.S., que 70% das doenças
estão ligadas ao estilo de vida das pessoas.
Entretanto, quando se fala em promoção da saúde, se permite que as pessoas adquiram
maior controle sobre sua própria qualidade de vida. Uma vez que por meio de hábitos
saudáveis, não só a própria pessoa, mas suas famílias se apropriam desse bem, desse direito,
sendo um valioso recurso aplicável à vida cotidiana.
No que se refere à promoção da saúde, a O.M.S. (1997) define que uma das melhores
formas de promover a saúde é por meio da escola. Isso porque, a escola é um espaço social,
onde muitas pessoas convivem, aprendem, e trabalham, onde os estudantes e os professores
passam a maior parte de seu tempo. Além disso, nas escolas os programas de educação e
saúde podem ter sua maior repercussão beneficiando os alunos na infância e na adolescência.
7
Nesse sentido, os professores e todos os demais profissionais que atuam na escola devem
tornar-se exemplos positivos para os alunos, suas famílias e para a comunidade na qual estão
inseridos, oferecendo conteúdos não só com relação à vida profissional dos alunos, mas
também, fazer deles cidadãos mais saudáveis, e com isso mais felizes.
Diante disso, percebe-se que a escola de maneira geral, e a disciplina de Educação Física
de modo específico, podem ordenar e sistematizar uma seqüência de conteúdos e experiências
educativas que podem levar o educando a perceberem a importância e a necessidade de se
adotar um estilo de vida saudável por toda a vida. Neste contexto, e a partir das reflexões
realizadas, suscitou a realização de uma pesquisa de campo, com intuito de verificar na
prática a realidade escolar como esse fenômeno tem ocorrido.
O estudo caracterizou-se como descritivo, e conforme Cervo e Bervian (1983),
“observa, registra, analisa e correlaciona fatos sem manipulá-lo, procurando descobrir com
precisão a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua
natureza e características.”
Esta pesquisa está inserida na metodologia de pesquisa-ação que Thiollent (1996),
define como um tipo de pesquisa social com capacidade de agregar diversos métodos e
estratégias baseadas na participação ativa de pesquisadores e atores sociais envolvidos, de
modo cooperativo e participativo em busca de resolução de problemas e de ações
transformadoras, ou seja, vincular o conhecimento da realidade, da própria prática, com a
ação. Sob o caráter científico, a pesquisa-ação é uma proposta metodológica que oferece
subsídios à pesquisa social e ao processo educacional aplicado, dando ênfase aos aspectos da
resolução de problemas, tomada de consciência e produção de conhecimentos. Sendo assim,
esta pesquisa consiste em envolver de modo cooperativo e participativo professor e alunos, na
busca de resoluções de problemas e ações transformadoras, ou seja, vincular o conhecimento
da realidade, da prática e da ação.
A intervenção envolveu 100 alunos das três sextas séries do período matutino do
Colégio Estadual Costa Monteiro, Ensino Fundamental Regular e EJA – Ensino Médio - EJA,
situado na cidade de Nova Esperança – PR. O instrumento utilizado para coleta de dados foi
um questionário misto envolvendo questões sobre nível sócio-econômico e hábitos do
cotidiano dos alunos (conceito de saúde, alimentação, sono, atividade física e lazer), sendo o
mesmo, respondido na escola, no horário das aulas de Educação Física. O instrumento foi
elaborado seguindo as instruções de Hill (2002), e aprovado pelo Comitê Permanente de Ética
em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, da Universidade Estadual de Maringá- UEM,
8
parecer nº. 240/2008. Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa, análise
de conteúdo e estatística descritiva segundo Minayo (2004).
Para a efetiva prática desta intervenção buscou-se diferentes fontes e recursos de
informações (livros, revistas, filmes, documentários, sites, jornais, programas de TV, etc) e
também a parceria com diferentes profissionais da área da saúde, como nutricionista,
psicólogo, fisioterapeuta, dentista, professor de educação física, para ministrar palestras
dentro da temática trabalhada.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos dados obtidos com a aplicação do questionário foi possível
caracterizar os sujeitos da pesquisa e constatar que quanto às idades dos alunos, a grande
maioria (85%), possui entre 11 e 12 anos o que caracteriza a adequação série/idade.
Constatou-se também que 55% dos respondentes moram com pai, mãe e irmãos. Quanto à
renda para o sustento da família, 59% é subsidiada pelos pais, e está concentrada em duas
categorias em que 47% gira em torno de 2 a 3 salários mínimos e, 27% em torno de 1 a 2
salários.
Em relação ao grau de escolaridade dos pais dos alunos, constatou-se que 44% deles
possuem o Ensino Fundamental, 36% o Ensino Médio e 8% são técnicos especializados e,
nenhum pai possui grau universitário. Em relação às mães, 42% delas têm Ensino
Fundamental, 37% o Ensino Médio, 4% são técnicas especializadas e, 10% delas concluíram
o Ensino Superior. Esses indicativos nos mostram que as mães possuem maior grau de
instrução em relação aos pais quanto ao nível universitário.
Segundo Bruschini e Lombardi (1996) e Wanjnman, Queiroz e Liberato (1998), durante
muitas décadas, no Brasil, o homem possuía uma média de escolaridade superior a média da
mulher, tendo em vista que os homens eram os responsáveis pelo sustento da família. E
também havia um incentivo maior ao estudo para os homens do que para as mulheres, pois
essas se dedicavam apenas às atividades domésticas.
No entanto, a partir de 1979, houve uma inversão, a média de escolaridade das mulheres
passa a ser mais elevada do que a dos homens, pois as crises do capitalismo a partir da década
de 60 impõem à mulher a necessidade de entrar no mercado de trabalho, a fim de
complementar a renda familiar.
Com relação ao conceito de saúde, os alunos puderam optar por mais de uma resposta e,
a partir da análise realizada foi possível constatar que 62% dos alunos relacionam o conceito
de saúde à estética e alimentação, 59% afirmam estar relacionados ao equilíbrio corpo e
9
Gráfico 1 – Conceito de saúde para os alunos.
mente e, 33% atribuem o conceito de saúde à harmonia física, emocional espiritual e social,
como nos revela o gráfico 1.
Esses indicadores revelam que grande parte dos alunos (62%) relacionam à saúde a
estética e a alimentação, o que demonstra a necessidade de trabalhar com os mesmos, uma
perspectiva mais ampla, como cita Nahas (2006), a saúde é vista como uma condição humana
que abrange os aspectos físicos, sociais e psicológicos.
Quando questionados sobre os hábitos adotados no dia-a-dia interferirem na saúde, 62%
dos alunos afirmaram que os hábitos incorporados e a saúde estão intimamente ligados, uma
vez que os mesmos tornam o organismo mais resistente para superar as doenças e, 45% dos
alunos também reconhecem essa íntima ligação, ou seja, que a saúde depende muito dos
hábitos adotados com relação à alimentação, sono, atividade física, lazer. É possível, ainda,
inferir que 14% consideram que os hábitos podem interferir, mas não garantem a saúde e,
apenas 8% não relacionam a saúde aos hábitos adotados (Gráfico 2). Ainda com relação à
saúde do indivíduo, 66% dos entrevistados afirmam que o ambiente em que se vive pode
interferir na qualidade de vida, 23% não tem essa opinião e, 11% afirmam que pode interferir
em algumas situações relacionadas à poluição e falta de higiene.
62%
59%
33%
15%
6%1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
2008
Ter um corpo perf. cuidando da alimentação Estar com corpo e mente equilibrados.
Ter harmonia física, emocional, espiritual e social Ausência de doenças no indivíduo
Freq. Acad. e ter um corpo “sarado” Não optou
10
62%
45%
14%
8%4%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%20
08
Torna o org. mais resistente p/ superar doenças Estão intimamente ligadosPodem interferir, mas não garantem a saúde A saúde não depende dos hab. adotadosNão optou
Gráfico 2 – Conceito que os alunos possuem sobre os hábitos adotados se relacionarem com a saúde.
Por meio dos dados acima, pode-se inferir que uma significante parte dos alunos afirma que
os hábitos incorporados ao cotidiano se relacionam com a saúde, o que demonstra a
conscientização dos alunos. Por outro lado, há uma preocupação com 8% dos alunos, que não
relacionam hábitos à saúde. Com esses é preciso trabalhar de forma mais aprofundada o conceito
de saúde, pois, como afirma Jardim et al (1996), a compreensão de saúde é formada por meio da
vivência e experiência pessoal de cada indivíduo, tendo estreita relação com suas crenças, idéias,
valores, pensamentos e sentimentos. Sendo possível, assim, por meio de uma aquisição de
conhecimentos, através do trabalho de educadores, modificarem o conceito que os alunos
possuem de saúde.
Atualmente são discutidas questões de âmbito mundial que enfatizam a relação das
características do ambiente com a saúde, como, o aumento da poluição atmosférica nas grandes
cidades, aspectos do saneamento básico relativo ao abastecimento de água, coleta de esgoto e
recolhimento de lixo e suas relações com a qualidade de vida. Nesse aspecto, relata Paim (1997),
que a produção, a distribuição da doença e a constituição do espaço se inter-relacionam,
expressando as condições de vida dos segmentos que o ocupam, representando a interferência das
relações entre a sociedade e a saúde. Desta forma, segundo Barreto et al, (1993), faz-se
necessário planejamento de ações de controle, alocação de recursos e a preparação de ações de
emergência.
Os hábitos alimentares são importantíssimos para manter um estilo de vida saudável,
como afirma Neutzling et al (2008), eles exercem grande influência sobre o crescimento,
desenvolvimento e saúde em geral dos indivíduos, principalmente na adolescência. O
consumo alimentar adotado nesse estágio de vida tem sérias implicações no crescimento, na
promoção de saúde em longo prazo e no desenvolvimento do comportamento alimentar
11
durante a vida adulta (CTENAS; VITOLO, 1999). Neste sentido, buscou-se identificar os
hábitos alimentares dos alunos, apresentando os resultados que se seguem nos gráficos.
Em relação ao consumo de líquidos ingeridos diariamente, verifica-se que há um
consumo equilibrado de água, sendo que 47% ingerem de dois a quatro copos e 33% de cinco
a seis copos. Quanto ao consumo refrigerante e suco artificial, percebe-se que ambos
apresentam um consumo bem próximo, onde 48% consomem de 1 a 2 copos de refrigerante e
41% de suco artificial e, 40% consomem, respectivamente, de 2 a 4 copos. Ainda, com
relação ao consumo de líquidos, constata-se que a ingestão de suco natural é baixa, pois, 74%
dos alunos não possuem esse hábito (Gráfico 3).
0%0% 0% 0%0%
48%
9%
41%
4%
15%
40%40%
47%
2%4%
33%
16%
74%
17%
8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
ÁGUA REFRIGERANTE SUCO ARTIFICIAL SUCO NATURAL
2008
1 a 2 copos 2 a 4 copos 5 a 6 copos 6 ou mais Não consome
Gráfico 3 – Quantidade de líquidos que os alunos ingerem diariamente.
Segundo orientações nutricionais quanto ao consumo de líquidos, recomenda-se ingerir
pelo menos cinco copos por dia, sempre dando preferência à água e suco de frutas, evitando o
consumo de refrigerantes e sucos artificiais, pois de acordo com Salgado (2004), a ingestão
habitual dessas bebidas leva a um elevado consumo de calorias inúteis, exatamente por não
adicionar nenhum nutriente ao organismo. São as chamadas "calorias vazias". Ainda de
acordo com Salgado (2004), no Brasil e no mundo tem se visto um alto consumo de
refrigerantes, principalmente entre crianças e adolescentes. Sendo esse um motivo de grande
preocupação uma vez que esse tipo de bebida pode afetar a saúde do indivíduo, resultando em
obesidade, cárie dentária e deficiência de certos minerais como cálcio e ferro.
Verificou-se também que os alunos possuem baixíssimos índices de ingestão de suco de
frutas, aliado ao baixo consumo da fruta in natura, verificado quando questionados sobre os
alimentos que freqüentemente ingeriam nas suas refeições. Segundo Cyrillo (1997), o baixo
12
consumo de frutas pode estar relacionado à renda familiar, a preços relativos dos alimentos,
ao grau de urbanização, a estrutura de oferta alimentar, ao nível educacional e a influências
culturais.
É importante a adoção de frutas na alimentação, pois elas agregam benefícios adicionais
em termos de nutrição e saúde, por possuírem poucas calorias e, muitas vitaminas e fibras.
Dessa forma, entende-se a necessidade de um trabalho de conscientização, visando apresentar
as propriedades funcionais das frutas, bem como buscar consumir as frutas da época por
apresentarem um custo mais acessível.
Com relação ao local onde é feita as refeições, notou-se que os valores se aproximam
entre a cozinha ou sala de jantar com a família (42%) e com aqueles que realizam suas
refeições assistindo TV, sentados no chão ou no sofá (48%), como demonstra o gráfico 4.
48%42%
4% 2% 2%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2008
Assistindo TV, sentado no chão ou sofá
Na cozinha ou sala de jantar, com a família em ambi ente tranqüilo
Em qualquer lugar da casa, sem horário determinado, sozinho e sem a família
Assistindo TV, no quarto, sentado na cama
Em frente ao computador, teclando e comendo
Gráfico 4 – Local onde os alunos realizam suas refeições.
Diante da alta porcentagem (48%) dos alunos que fazem suas refeições em frente à
televisão, sentado no chão ou no sofá, torna-se necessário ressaltar que as condições do local
onde se fazem as refeições podem vir a contribuir ou favorecer a qualidade da saúde. Dessa
forma, o local onde se realiza as refeições deve ser tranqüilo, segundo Pamplona (2006),
deve-se evitar comer em lugares que distraiam a mente, pois isso ocasionará mais vontade de
comer, mesmo que o indivíduo já esteja satisfeito. Ele ainda ressalta que o tradicional
costume de comer em família deve ser resgatado, visto que esse não é um ritual que se vê com
freqüência no dia-a-dia das famílias, em que a correria e a pressa, contribuem de forma
negativa na mudança desse hábito. Outro fator muito importante é mastigar bem os alimentos,
haja vista que esse hábito traz enormes benefícios para a saúde, como, evita a má digestão e a
13
sonolência, além de auxiliar no controle de peso. A absorção de nutrientes pelo organismo
depende da eficácia da mastigação. Portanto, comer devagar, mastigando bem, realça o sabor
dos alimentos, dando mais prazer na hora da refeição. Também foram analisados quais as
refeições que fazem diariamente (gráfico 5) e, os tipos de alimentos mais ingeridos nas
principais refeições.
62%
81%
99%
74%
90%
13%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008
Café da Manhã Lanche na Escola ou Merenda Almoço Lanche da Tarde Jantar Ceia
Gráfico 5 – Refeições que os alunos realizam diariamente.
Com relação ao número de refeições, é importante salientar que o recomendável, de
acordo com Stürmer (2001), realizar de quatro a seis refeições diariamente, com moderadas
porções e com rotina de horário, sendo que esta prática favorece uma menor absorção de
calorias pelo organismo e evita o desequilíbrio nas próximas refeições. Vale ressaltar que boa
parte dos alunos se enquadra quanto ao número de refeições recomendada.
Com relação ao café da manhã, 62% alunos entrevistados, (62%) possuem o hábito de
tomar e com base nas respostas, os alimentos que receberam maior destaque, foram: pão com
margarina (50%), leite com chocolate (44%), bolacha doce (28%) e bolo (23%). Constata-se
que dentre os 100 alunos, (38%) não realizam essa refeição, sendo esse um aspecto negativo,
pois segundo Hirata (2006), o desjejum fornece os primeiros alimentos que irão nutrir e
propiciar a energia necessária para o início das atividades cotidianas do indivíduo. A ausência
do café da manhã pode afetar o desempenho intelectual, a capacidade de concentração, o
reflexo e o raciocínio. E aumentar a sensação de fome no almoço, entre outros impactos
negativos.
Analisando o lanche escolar, (81%) dos alunos lancham na escola, sendo que (68%)
comem chips, (35%) balas, (20%) merenda escolar, (13%) bolacha, e (10%) consomem
salgado assado e chocolate:
14
68%
35%
20%
13% 10% 10%8%
2% 1% 1%
19%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
2008
Chips Balas M erenda EscolarBolacha Salgado assado ChocolateSuco Todinho Lanche de CasaFruta Nada
Gráfico 6 – Alimentos consumidos no lanche escolar dos alunos.
De acordo com a Portaria Interministerial Nº 1.010 de 08 de maio de 2006, a promoção
da alimentação saudável nas escolas é essencial, avaliando o aumento de doenças nesta
população, tais como sobrepeso e obesidade. Reconhecendo que a escola é um espaço
propício à formação de hábitos saudáveis, deve-se considerar que a alimentação no ambiente
escolar passa a ter função pedagógica devendo ser inserida no contexto curricular. No entanto,
se nota que a atual direção escolar deve repensar com mais seriedade tal fato, tendo em vista
que a venda de alimentos não recomendados ainda persiste, dentre esses o consumo de chips,
num índice preocupante. Nesse aspecto, Tirapegui (2002), ressalta que as cantinas escolares
não se empenham em oferecer alimentos saudáveis, como os a base de queijos e saladas, frutas e
leite, pois persistem em oferecer alimentos estritamente calóricos, como salgadinhos, refrigerantes,
doces, balas, alimentos ricos em gorduras saturadas, como as frituras e hambúrgueres, comprometendo
assim, o consumo adequado de vitaminas e minerais.
Há preocupação quanto à qualidade nutricional do lanche por fazer parte das refeições
intermediárias, uma vez que permitem uma melhor distribuição das necessidades calóricas e
de nutrientes. O problema é que muitas vezes o lanche está associado a alimentos com
grandes quantidades de gordura e/ou açúcar, como afirma Guimarães et al (2006), o baixo
consumo de frutas, hortaliças e leite, o consumo cada vez maior de salgadinhos e bolachas
recheadas têm relação com o excesso de peso. Dessa forma, o lanche escolar deve atender às
necessidades nutricionais dos alunos.
15
Com relação ao almoço, (99%) dos alunos realizam essa refeição, e (95%) consomem
arroz, (88%) feijão, (67%) carne frita e (56%) verduras. Constata-se também que 90% dos
alunos possuem o hábito de jantar diariamente. Entre os alimentos mais ingeridos encontram-
se: arroz (80%), feijão (70%), carne-frita (46%), saladas (38%), massas (21%) e lanches
(14%).
95% 88%
67%
56%
30%
17%
13% 12% 11% 10% 10%7% 3% 2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Arroz Fe ijão Carne Frita Salada ve rde
M assas Carne assada/cozia Ovos Lingüiça
Frango Legumes Farofa temperada Batata-frita
Carne de porco Pe ixe
Os alimentos mais ingeridos pelos alunos no almoço e jantar consistem numa
representação básica da alimentação do brasileiro. No entanto, observa-se uma carência de
ingesta de alguns alimentos, como: frango, peixes e ovos (alimentos construtores) e legumes
(reguladores), como se sabe, uma alimentação balanceada deve oferecer em uma mesma
refeição pelo menos um alimento de cada grupo (energéticos, construtores e reguladores),
dessa forma há o consumo de nutrientes indispensáveis ao bom funcionamento do organismo.
A freqüência do consumo diário de carne frita, em ambas as refeições, é considerada
elevada e inadequada, visto que os alimentos à base de frituras contam com um valor calórico
extra e, pode causar muitos transtornos para a saúde, dando origem a problemas como
doenças cardiovasculares. Diante disso, faz-se necessário uma maior conscientização quanto
ao preparo das carnes, em que deve privilegiar a versão assada, cozida ou grelhada.
Quanto ao número de horas de sono (gráfico 8), pode-se constatar que 10% dos alunos
dormem mais de nove horas de sono diariamente, 43% dormem de oito a nove horas, 31%
dormem de sete a oito horas, 13% dormem de seis a sete horas e 3% menos de seis horas.
Quando questionados sobre a disposição após uma noite de sono, 36% declararam ainda sentir
Gráfico 7 – Alimentos que os alunos ingerem diariamente no almoço.
16
sono, porém disposto, 29% declarou acordar com disposição e ânimo e, 18% afirmaram
despertar ainda com sono.
10%
43%
31%
13%
3%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
2008
9 h ou mais 8-9 h 7-8 h 6-7 h 6 ou menos
Gráfico 8 – Número de horas de sono diária dos alunos.
De acordo com Miranda Neto (2001), a necessidade de sono varia no decorrer da vida e
quanto a quantidade ideal de sono nas diferentes faixas etárias, recomenda-se que 9 horas e 30
minutos entre 6 e 12 anos e 8 horas entre treze e quinze anos. Esses dados nos mostram que a
maioria dos alunos se enquadra no número de horas recomendado. Vale salientar a
importância do sono, por ser, segundo Reimão (1996), uma função biológica fundamental na
consolidação da memória e na conservação e restauração da energia.
Com relação ao deslocamento dos alunos da casa para a escola (60%) deles fazem o
percurso a pé, entretanto, (29%), utiliza a bicicleta como mostra o gráfico 9.
60%
29%
7%3% 1% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2008
A pé Bicicleta Carro Transporte Coletivo (Ônibus ou Van) Moto/Biz Outros
Quanto às atividades físicas que os alunos praticam diariamente, conforme o gráfico 10,
e o treinamento esportivo corresponde a 50%, seguido pela caminhada (29%) e aulas de
Educação Física (25%).
Gráfico 9 – Meio de locomoção dos alunos no trajeto casa/escola.
17
50%
29% 25%
15%
7% 5%
0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
2008
Treinamento Esportivo Caminhada
Aula de Ed. Fís. Ballet/Dança/Ginástica
Judô Não realiza ativ. física por por prescrição médica
Natação Capoeira
Observa-se que os alunos têm uma vida ativa de exercícios diários, sendo que o índice
da prática de caminhada (29%) pode estar inserido na trajetória que os alunos percorrem da
escola para a casa, bem como, o meio mais utilizado para se deslocarem em suas atividades de
rotina diária. Considera-se que o deslocamento ativo à escola aumenta as chances de os
estudantes serem mais ativos, e que a atividade física pode contribuir para a manutenção do
peso e da gordura corporal. Poucas coisas na vida são mais importantes do que a saúde e
poucas coisas são tão essenciais para a saúde e o bem-estar como a atividade física (NAHAS,
p. 18, 2006).
O gráfico 11 apresenta as atividades extra-escolares diárias dos alunos.
76%
42%
37%35%
32%28% 26%
19% 19% 18% 17% 17%14% 14%
11%8%
5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
2008
TV Trab. Escolar MSN, Orkut Sites Jogos e brincadeiras Aux. nas tarefas de casa Passeio de bicicleta
Leituras Passeio/Amigos/Fam. Sorv./Lanc./Pizzaria Computação Jogos Elet. Lan House
Passeio Dança Música Inglês Trab. Remunerado Gráfico 11 – Atividades extra-escolares.
Gráfico 10 – Atividades Físicas que os alunos praticam diariamente.
18
Um fato a ser destacado quanto às atividades realizadas pelos alunos é a quantidade de
alunos que têm como rotina diária assistir televisão (76%) e se dedicar diariamente ao uso da
internet (37%). Sendo que esses hábitos são facilitadores ao sedentarismo, o que aumenta a
prevalência da obesidade, pois o tempo em que se passa em frente à televisão ou ao
computador, privam os alunos de exercícios físicos e de atividades que resultam em gasto de
energia. Esse fato é corroborado com Lerner (2000), que afirma que as crianças e
adolescentes, em virtude de tempo despendido no uso do computador, assistindo televisão e
brincando de vídeo game, diminuem de maneira drástica a atividade física e, por conseguinte,
o gasto energético. Ainda, vale citar que, o tempo que dispõem frente da TV ou do
computador é acompanhado de pequenos, mas contínuos lanches, que na maioria das vezes
são altamente calóricos. Nesse aspecto, observa Moraes et al (2006), que o hábito de comer
diante da TV está presente em 81,3% das crianças com excesso de peso, pois o tempo gasto
diante da televisão sugere colaborar duplamente para o aumento da obesidade, porque por um
lado leva o telespectador a consumir os alimentos veiculados e, por outro, acresce o período
de inatividade física.
Em relação ao nível de satisfação concernente ao peso corpóreo (Gráfico 12), 65% dos
alunos afirmam estar satisfeitos, 5% consideram-se abaixo do peso, 15% consideram-se acima
do peso, 10% insatisfeitos com o seu peso e 5% se encontram indiferentes.
65%
5%
15%
5%
10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
2008
Satisfeito Considera-se abaixo do peso Considera-se acima do pesoIndiferente Insatisfe ito com seu peso
Gráfico 12 – Satisfação dos alunos quanto ao peso corporal.
Quanto aos alunos que se consideram abaixo e acima do peso e os indiferentes, faz-se
necessário um trabalho em conjunto com diferentes profissionais da área da saúde que
objetive relacionar a percepção e a satisfação da imagem corporal que o adolescente tem de si
próprio com o seu estado nutricional real. Visto que, segundo Fleitlich et al (2000), os
19
27%
18%
15%
7% 6%
20% 19%
9%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
2008
Alimentação saudávelBenefícios da prática esportivaConhecimento e cuidados com o corpoPrevenção da obesidadeConvivência com a família/amigos e sua relação com a saúdeEstão satisfeitosPreferem aulas práticasNão responderam
40%
7%
46%
3% 4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Com Freqüência Só em datas específicas
Às vezes Nunca
Raramente
adolescentes, mesmo quando estão no peso adequado ou abaixo do peso ideal, costumam se
sentir gordos ou desproporcionais, o que se denomina de distorção da imagem corporal.
Ao serem questionados se nas aulas teóricas de Educação Físicas são trabalhados
assuntos relacionados à saúde, 46% dos alunos responderam que eles são trabalhados às vezes
e 40% afirmam que os mesmos são trabalhados com freqüência (Gráfico 13). E quando
questionados sobre quais assuntos que gostariam que fosse trabalhado nas aulas teóricas de
Educação Física, 27% responderam que alimentação saudável, 18% benefícios da prática
esportiva, 19% preferem aulas práticas e 20% estão satisfeitos, como ilustra o gráfico 14.
Gráfico 13 – Freqüência do tema saúde nas aulas teóricas de Educação Física
Gráfico 14 – Assuntos que os alunos gostariam que fossem trabalhados nas aulas teóricas de Ed. Fís.
Considerando os dados apresentados, pode-se observar que as aulas de Educação Física
se encontram atreladas a temática saúde. Nesse sentido, Guedes (2003), afirma que é
necessário adquirir e construir conceitos relacionados à saúde, de forma individualizada
20
constantemente ao longo de toda a vida, apontando para o fato de que saúde é educável e,
portanto deve ser tratada sobre um contexto didático-pedagógico. E de acordo com Costa
(2001), a escola deve ser um espaço de promoção da saúde:
A escola se apresenta como um espaço e tempo privilegiado para promover saúde, pois os adolescentes passam a maior parte de seu tempo na mesma. O ambiente escolar proporciona condições para desenvolver atividades que reforçam a capacidade da escola de se tornar favorável para promoção de hábitos alimentares saudáveis. (COSTA et al, 2001, p. 226)
No entanto, o que se presencia, ainda, nos programas tradicionais de Educação Física é a
prevalência da prática esportiva, que segundo Nahas (2006), se constitui em um problema,
visto que o esporte passa a ser considerado um fim em si mesmo e, não um meio, gerando um
certo desinteresse ou até exclusão de alunos menos habilidosos ou menos dotados à prática
esportiva, prejudicando àqueles que poderiam ter um bom aproveitamento de atividades
físicas regulares.
Ainda assim, o esporte tem a sua função no meio escolar, portanto deve ser garantido,
visto seus benefícios, dentre eles, Barbosa (1991), destaca: estímulo à socialização, à
prevenção natural de vícios, à um maior empenho na busca de objetivos, reforçando a auto-
estima e ajudando a equilibrar a ingestão e o gasto de calorias resultando numa menor
predisposição a doenças.
Dessa forma, de acordo com Guedes (1999), é preciso estabelecer uma moderação
quanto à abordagem do conjunto de conteúdos em termos teórico e prático nos programas de
educação física direcionados à educação para a saúde. Esta conduta, sem dúvida, demanda
estabelecimento de novo comportamento por parte dos professores, exigindo uma formação
de maior consistência acadêmica.
Ainda, em relação aos assuntos que gostariam que fossem trabalhados nas aulas de
Educação Física, 19% dos alunos afirmaram que preferem apenas aulas práticas. Sendo esse
indicador da necessidade de maior conscientização dos alunos sobre a necessidade de se
trabalhar com aulas teóricas, abordando temas referentes à saúde.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi discutido e dos números apresentados, percebe-se a importância de
apresentar aos alunos conceitos e medidas intervencionistas para a adoção de um estilo de
vida saudável. Quantos aos objetivos da realização desse trabalho, os mesmos foram atingidos
quando foi possível estabelecer uma conceituação de saúde, na perspectiva dos alunos
21
entrevistados, como também a identificação dos seus hábitos, relacionados ao estilo de vida.
Também fez parte desse processo a verificação da contribuição da Educação Física Escolar,
na adoção de um estilo de vida saudável.
Observou-se que, os alunos entrevistados possuem na maioria atitudes positivas. Porém,
algumas áreas merecem atenção especial, como o grande consumo de refrigerantes, sucos
artificiais e frituras; a baixa ingestão de frutas e de alimentos variados nas refeições,
contemplando os alimentos de cada grupo (energéticos, construtores e reguladores); a grande
quantidade de alunos que passam horas frente à TV e ao computador. Outro aspecto
importante é a necessidade trabalhar com os alunos sobre a importância do local onde se
realiza as principais refeições do dia. Por outro lado, temos os aspectos positivos encontrados
em que é possível destacar a alta porcentagem de alunos que realizam atividades físicas
diariamente e a adequada quantidade de horas de sono, porém vale salientar que estes
componentes não bastam para assegurar um estilo de vida saudável, assim uma alimentação e
hábitos saudáveis devem estar alinhados a estas práticas.
Dessa forma, é necessário que as áreas críticas em relação aos hábitos adotados dos
alunos sejam sanadas por meio de uma continuidade de medidas de caráter educativo e
informativo, por meio do currículo escolar e, também da inclusão de alimentos saudáveis por
meio do programa de alimentação escolar.
Outra sugestão é a necessidade de estabelecer uma discussão dos assuntos relacionados
aos hábitos saudáveis e que os mesmos possam ser trabalhados de maneira multidisciplinar.
Pois todas as áreas com interlocução com esse tema podem colaborar à instrução dos hábitos
saudáveis, tendo em vista que uma postura multidisciplinar não implica em perda de
identidade ou de formação específica, mas sim, implica em soma de experiência e de
conhecimento, na ampliação das capacidades de interpretação desse tema. O desafio está em
educar, motivar e inspirar as pessoas a substituir hábitos que destroem a saúde por um estilo
de vida que a promova.
Acredita-se que essas formas de promoção de um estilo de vida saudável sejam eficazes,
pois os prováveis fatores que prejudicam a saúde dos alunos podem ser prevenidos por meio
de orientações que objetive o estabelecimento de hábitos e rotinas, na perspectiva de um estilo
de vida saudável. Dessa forma, poderá haver modificação dos resultados apresentados,
melhorando, por conseguinte, a condição de saúde do indivíduo quando ainda criança ou
adolescente.
22
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Endereço para correspondência: Roseli Maria Ardenghe. Rua Mascarenhas de Moraes, 875, Centro, Nova Esperança, Paraná. E-mail: [email protected]
26
TERMO DE CONSENTIMENTO
Título do Projeto :
“A Educação Física na Adoção de um Estilo de Vida Saudável”.
O presente estudo tem como objetivo analisar junto aos alunos saberes relacionados ao Estilo de Vida saudável, visando uma melhor qualidade de vida. Um Estilo de Vida saudável é constituído de cuidados simples, de fácil aplicação e realmente efetivos que precisa apenas uma pequena dose de esforço e disciplina, que está relacionado de modo direto à saúde das pessoas como: qualidade da alimentação, qualidade do sono, prática diária de atividade física, lazer, relacionamento familiar e social equilibrados e outros. Para alcançar o objetivo proposto, será aplicado um questionário, com perguntas referentes ao tema, a fim de investigar os hábitos do cotidiano dos alunos, relacionados ao Estilo de Vida. Projeto elaborado pela profª Roseli Maria Ardenghe, integrante do Plano de Desenvolvimento Educacional-PDE em Educação Física, sob orientação da Profª Drª Roseli Terezinha Selicani Teixeira, do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá -UEM. O questionário será aplicado aos alunos matriculados nas 6as séries do período matutino, do “Colégio Estadual Costa Monteiro”, da cidade de Nova Esperança-PR. Os dados obtidos por meio do questionário serão elementos constituintes para análise e reflexão da temática da proposta.
Será garantido o sigilo das informações bem como o anonimato dos participantes do estudo. As informações coletadas serão utilizadas exclusivamente para o desenvolvimento deste estudo. Caso deseje, terá total liberdade de recusar ou retirar o consentimento a qualquer momento. Assim, solicita-se o preenchimento do presente termo de consentimento para utilização dos dados.
Eu,_______________________________________________________________, pai / mãe / responsável pelo menor _______________________________________, após ter lido e entendido as informações e esclarecido todas as minhas dúvidas referentes a este estudo, CONCORDO que meu (minha) filho (a), participe do mesmo. Atesto também o recebimento de informações necessárias à minha compreensão do estudo.
________________________________________ Data___/___/______
Assinatura do responsável
Eu, Profª Drª Roseli Terezinha Selicani Teixeira, declaro que forneci todas as informações referentes ao estudo para o aluno.
_________________________________________
Assinatura da Professora
Eu, Profª Roseli Maria Ardenghe, declaro que forneci todas as informações referentes ao estudo para o aluno.
__________________________________________
Assinatura da Professora
Equipe: 1- Roseli Terezinha Selicani Teixeira Rua Prof. Guido Inácio Bersch, 356, Zona 7 – Maringá – Telefone: (44) 3225-3965 2- Roseli Maria Ardenghe – Rua Mascarenhas de Moraes, 875, Centro – Nova Esperança - Telefone: (44) 3252-4519. Qualquer dúvida ou maiores informações entrar em contato com um dos membros da equipe do projeto.
27
TERMO DE CONSENTIMENTO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA
Título do Projeto:
“A Educação Física na Adoção de um Estilo de Vida Saudável”.
Solicitamos ao “Colégio Estadual Costa Monteiro”, por meio de sua diretora
Maria Ivani Z. Matos, autorização para desenvolver o projeto de pesquisa com os
alunos matriculados nas 6as do período matutino do Ensino Fundamental desta
instituição de ensino. O instrumento utilizado será um questionário, cujo objetivo
está em investigar os hábitos do cotidiano dos alunos, relacionado ao Estilo de Vida
adotado. Projeto elaborado pela Profª Roseli Maria Ardenghe - integrante do PDE
em Educação Física, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Roseli Terezinha Selicani
Teixeira, do Departamento de Educação Física da UEM.
Os dados obtidos por meio do referido questionário serão elementos
constituintes para análise e reflexão para a temática proposta, sendo garantidos a
fidelidade dos dados e o anonimato dos sujeitos pesquisados.
Assim, solicitamos o preenchimento do presente termo de consentimento para
coleta de dados para a referida pesquisa.
Data ____/____/______
______________________________________
Assinatura da Diretora
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PERFIL DO ESTILO DE VIDA INDIVIDUAL
O estilo de vida corresponde ao conjunto de ações habituais que refletem as atitudes e valores das pessoas. Estas ações têm grande influência na saúde geral e na qualidade de vida.
As questões foram elaboradas atendendo alguns aspectos importantes na vida das pessoas (atividade física regular,
qualidade da alimentação, relacionamento social, familiar, qualidade de sono, lazer e saúde.
Leia atenciosamente os itens abaixo e observe quais ações estão mais relacionadas aos seus hábitos diários. Você deverá responder todas as questões, tendo a responsabilidade de ser verdadeiro(a)
nas suas escolhas e nas suas respostas.
Obs.: (Suas informações estarão em completo sigilo, pelo fato de não pedirmos o seu nome)
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Colégio:____________________________________________________________________________________ Idade:_______Série:______Turma:_____Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. Número de pessoas que moram em sua casa: ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ou mais Assinale quais pessoas moram com você: ( )Pai ( )Mãe ( )Irmãos ( )Padrasto ( )Madrasta ( )Avô ( )Avó ( )Tio ( )Tia ( )Outros Quantas pessoas trabalham em sua casa?________________________________________________________ Qual o trabalho que eles exercem? a)Pai:________________________b)Mãe:________________________ c) Irmãos:________________________d) Outros: ________________________________________________ Qual a média salarial da família? ( )1 à 2 salários ( )2 à 3 sal. ( )3 a 4 sal. ( )4 à 5 sal. ( )Mais de 5 salários Qual é o grau de escolaridade da sua família? a) Pai: ( )Universitário ( )Técnico Especializado ( )Ens. Méd. ( )Ens. Fund. b) Mãe: ( )Universitário ( )Técnico Especializado ( )Ensino Médio ( )Ens. Fund. c) Irmãos: ( )Universitário ( )Técnico Especializado ( )Ensino Médio ( )Ens. Fund. 1) Conceito de saúde para você é: (assinale uma ou mais opções) ( ) Ausência de doenças no indivíduo ( ) Ter harmonia física, emocional, espiritual e social ( ) Freqüentar academias e ter um corpo “sarado” ( ) Ter um corpo perfeito cuidando da alimentação ( ) Estar com corpo e mente equilibrados 2) Na sua opinião, de que maneira os hábitos adotados no dia a dia, com relação à alimentação, sono, atividade física, lazer, etc, interferem na saúde? (assinale uma ou mais opções) ( ) Estão intimamente ligados ( ) A saúde não depende dos hábitos adotados ( ) Podem interferir, mas não garantem a saúde ( ) Torna o organismo mais resistente para superar as doenças 3) Em sua família quando alguém adoece, qual é o recurso mais utilizado? (escolha apenas uma opção) ( ) Posto de Saúde – SUS ( ) Hospital Municipal ( ) Atendimento Médico Particular ( ) Faz uso de um plano de saúde ( ) Procura farmácia
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4) Em sua opinião, o ambiente em que se vive (casa, barraco, apto, sobrado, favela, vilas, etc.) pode interferir na qualidade da saúde do indivíduo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes. Em quais situações:_______________________________________________________________ 5) Você reside na: ( ) Zona Rural ( ) Zona Urbana 6) Sua moradia possui: ( ) Rede de água e esgoto ( ) Somente Rede de Água ( ) Somente Rede de Esgoto ( ) Nem Rede de Água, nem Rede de Esgoto 7) Quantos cômodos tem a sua casa? ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ou mais 8) Com relação ao consumo de líquidos: água, sucos e refrigerantes. Indique o número de copos ingeridos diariamente? - Água - Refrigerante - Suco Natural Suco Artificial ( ) 0 a 1 copos ( ) 2 a 4 copos ( ) 5 a 6 copos ( ) 6 ou mais ( ) Não consome 9) Onde e como você costuma fazer suas refeições? (escolha apenas uma opção) ( ) Na cozinha ou sala de jantar, com a família, em ambiente tranqüilo ( ) Assistindo TV, sentado no chão ou no sofá ( ) Assistindo TV, no quarto, sentado na cama ( ) Em frente ao computador, teclando e comendo ( ) Em qualquer lugar da casa, sem horários determinados, sozinho, sem a família 10) Das refeições abaixo, quais você faz diariamente? ( ) Café da Manhã ( ) Lanche na Escola ou Merenda ( ) Almoço ( ) Lanche da Tarde ( ) Jantar ( ) Ceia 11) Com base nos itens abaixo, descreva nos espaços em branco o que freqüentemente você ingere em cada uma das respectivas refeições.
*Arroz *Feijão *Legumes Cozidos *Carne Cozida *Carne Assada *Lingüiça *Legumes Crus *Macarronada *Carne Bovina *Saladas - Folhas Verdes *Lasanha *Mandioca *Farofa *Creme de Milho *Farinha de Mandioca *Purê de Batata *Batata Cozida *Polenta *Frutas *Doces *Pão *Margarina *Nhoque *Lanches *Carne Frita *Fast-Food *Batata-frita *Bolos *Bolachas *Frituras *Ovo Frito *Ovo Cozido *Omelete *Maionese *Sopa *Catchup *Refrigerante *Suco Natural *Suco Industrializado *Frango *Peixe *Carne Suína *Merenda *Salgado Assado *Salgado Frito *Balas, Chicletes *Chocolate *Geladinho
( ) 0 a 1 copos ( ) 2 a 4 copos ( ) 5 a 6 copos ( ) 6 ou mais ( ) Não consome
( ) 0 a 1 copos ( ) 2 a 4 copos ( ) 5 a 6 copos ( ) 6 ou mais ( ) Não consome
( ) 0 a 1 copos ( ) 2 a 4 copos ( ) 5 a 6 copos ( ) 6 ou mais ( ) Não consome
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*Fruta *Iogurte *Toddynho *Bolo Simples *Bolacha Doce *Bolacha Salgada *Bolacha Recheada *Chips *Pão c/ Margarina *Pão c/ Queijo *Café *Panqueca *Bolo Recheado *Torta Salgada *Pão com Presunto *Pão c/ Mussarela *Pão com Mortadela *Biscoito Caseiro *Leite *Chá *Suco Industrializado *Suco natural *Vitamina *Leite com Café *Leite com Chocolate *Cereal *Queijo *Pizzas *Sorvete - Massa *Picolé de Fruta *Picolé de Leite *Brigadeiro *Pipoca *Pastel *Requeijão *Hambúrguer
Café da Manhã:________________________________________________________________________
Lanche na Escola (Recreio):______________________________________________________________
Almoço:______________________________________________________________________________
Lanche da Tarde:______________________________________________________________________
Jantar:_______________________________________________________________________________
Ceia:________________________________________________________________________________
12) Com que freqüência você costuma ingerir bebida alcoólica? (escolha apenas uma opção) ( ) Não tenho hábito de ingerir bebida alcoólica ( ) Bebo nos finais de semana ( ) Bebo freqüentemente (3 à 7 vezes por semana) ( ) Bebo raramente, quando oferecido pelos pais ou amigos ( ) Já experimentei, mas não bebo
13) Quanto ao hábito de fumar: (escolha apenas uma opção) ( ) Não fumo ( ) Fumo ocasionalmente ( ) Convivo na família entre fumantes, mas não fumo ( ) Fumo todos os dias ( ) Fumo raramente, quando oferecidos pelos amigos ( ) Já experimentei, mas não fumo 14) Assinale as alternativas que se enquadram com relação ao nº de horas de sono, ao horário de dormir e à sua disposição após uma noite de sono. (Escolha apenas uma opção de cada coluna)
Nº de horas de sono Horário de dormir Disposição após uma noite de sono ( ) 6 horas ( ) Antes das 21 horas ( ) Com disposição e ânimo ( ) 7 horas ( ) Entre 21-22 horas ( ) Cansado e sem ânimo ( ) 8 horas ( ) Entre 22-23 horas ( ) Ainda com sono ( ) menos de 6 ( ) Entre 23-24 horas ( ) Irritado por precisar levantar ( ) mais de 8 ( ) Após as 24 horas ( ) Ainda com sono, porém disposto 15) Com relação ao deslocamento de sua casa para a escola, e da escola para sua casa, qual o seu meio de transporte mais usado?( escolha apenas uma opção) ( )Carro ( )Bicicleta ( )A pé ( )Moto/Biz ( )Transporte coletivo (Ônibus ou Van) ( )Outros 16) Qual a distância entre sua casa e a escola, e quanto tempo normalmente gasta? (Escolha apenas uma opção de cada coluna) ( ) Mais de uma quadra ( ) Entre 5 a 10 minutos ( ) Entre 1 a 2 quadras ( ) Entre 10 a 20 minutos ( ) Entre 2 a 3 quadras ( ) Entre 20 a 30 minutos ( ) Entre 3 a 4 quadras ( ) Entre 30 minutos a 1 hora
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( ) Entre 4 a 5 quadras ( ) Entre 1 hora a 1:30 minutos ( ) Mais que 5 quadras ( ) Entre 1:30 minutos ou mais 17) Assinale quais as atividades físicas você pratica no seu dia-a-dia e o número de horas semanais gasto em cada uma das opções assinaladas. ( ) Caminho todos os dias, cerca de ______ horas ( ) Ballet/Dança/Ginástica, cerca ______ horas ( ) Apenas as aulas de Educação Física, cerca de ____ horas ( ) Treinamento Esportivo (futsal, futebol, handebol, vôlei, etc), cerca de _____ horas ( ) Judô, cerca de ____ horas ( ) Natação, cerca de ___ horas ( ) Capoeira, cerca de ____ horas ( ) Não participo de nenhuma atividade física por prescrição médica 18) Quantas horas, em média por dia, você gasta com outras atividades fora da escola? ( )Inglês ____ horas ( ) Computação _____ horas ( ) Aulas de Música ____ horas ( )Aula de pintura/ desenho ( )Assistindo TV ____ horas ( ) Jogos Eletrônicos _____ horas ( )Lan House ____ horas ( )Leituras ___ horas ( )Trabalhos Escolares ____ horas ( )Auxílio nas tarefas da casa___horas ( )Trabalho Remunerado fora de casa _____ horas ( )Passeio _____horas ( ) MSN, Orkut, Sites _____ horas ( )Jogos com bola/Brincadeiras com amigos ____horas ( ) Passeio c/ amigos/família_____ horas ( )Passeio de bicicleta_____ ( ) Sorveteria/ lanchonete/pizzaria ____ ( )Dança___ ( ) Outras. Quais?___________________________________________________________________________ 19) Como você se sente em relação ao seu peso corporal?( escolha apenas uma opção) ( ) Satisfeito ( ) Você se considera acima do peso. ( ) Você se considera abaixo do peso. ( ) Insatisfeito com o seu peso. ( ) Indiferente. 20) Qual o seu nível de satisfação em relação ao convívio com sua família e com seus amigos (Escolha apenas uma opção) Família Amigos
( ) Ótimo ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Ruim
21) Nas aulas teóricas de Educação Física são trabalhados assuntos relacionados à saúde? ( )Com freqüência ( )Às vezes ( )Raramente ( )Só em datas específicas ( )Nunca 22) Quais assuntos relacionados à saúde você gostaria que fossem trabalhados nas aulas teóricas de Educação Física? ___________________________________________________________________________________________