A Crítica Do Pensamento Crítico Contemporâneo - PÚBLICO

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A Crítica Do Pensamento Crítico Contemporâneo

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  • DIOGO RAMADA CURTO 30/05/2014 - 09:11 (actualizado s 14:18 de 29/05/2014)

    A propsito de um livro recente, uma anlise dos riscos edos impasses a que os exerccios de filiao poltica e deposicionamento ideolgico podem conduzir a academia

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  • Livros

    Composta por mais de 20 ensaios sobre as vidas e asobras de pensadores contemporneos de esquerda, aantologia Pensamento crtico contemporneo,organizada pela UNIPOP e agora publicada pelasEdies, 70 vai buscar a sua unidade s visesprogressistas de crtica em relao situao presente,de denncia radical das ideologias conservadoras e deproclamao de dimenses utpicas ou revolucionrias.Claro, tais vises no constituem um todo homogneo. E na sua diversidade de perspectivas que se encontrauma enorme riqueza e um gosto pela complexidade.Num panorama nacional e acadmico como o nosso,iniciativas como a deste livro que demonstram ointuito de inverter os termos das trocas desiguais ou damera recepo dos pensadores mais criativos do ponto devista da produo das ideias necessitam de sertratadas com respeito.

    Comeo por um facto que no despiciendo. Osorganizadores inspiraram-se numa ideia de MichelFoucault para designar o que entendem por pensamentocrtico contemporneo: A crtica do que somos simultaneamente a anlise histrica dos limites que nosso impostos e uma experimentao de ir para almdeles. Uma tal formulao feita em 1978, maspublicada s em 1990 sugere aos mesmosorganizadores a seguinte interpretao: (i) a Histriacontempornea foi caracterizada por processos deformao de sociedades demoliberais, promovidos a fimltimo da Histria nos finais do sculo XX, mas tambmincluiu anseios e vontades que animaram as histrias deresistncia e alternativa; (ii) se necessrio reflectirsobre estas ltimas, ser tambm necessrio ir daHistria do sculo XX de modo a situar o pensamentocrtico entre a Histria e os limites visveis por elaestabelecidos; (iii) por ltimo, o pensamento crtico temuma funo desnaturalizadora, capaz de levantar o vuda ideologia que torna aceitvel o mundo em quevivemos e, simultaneamente, de revelar as suascondies de possibilidade (p. 9).

    Fizeram bem os organizadores em chamar a ateno parao clebre texto de Foucault. Porm, tenho muitas dvidasacerca do modo como o interpretaram. Dvidas quantoao significado atribudo ao trecho citado, para j no

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  • falar na sua capacidade para traduzir o essencial dopensamento do filsofo francs dobrado de historiador.Sem mais rodeios, penso que os organizadores foraramo sentido das palavras de Foucault com o intuito de seservirem da sua autoridade para fazer valer o modo comoentendem o pensamento crtico contemporneo. No pelo prazer em apontar os desvios ao sentido original dotexto de Foucault que passo a inventariar os erros deinterpretao, mas antes para clarificar o programa emque convergem organizadores e autores do livro.

    1. Para reconstituir a gnese do pensamento crtico,Foucault recuou a Kant e ao Iluminismo, s formaesdiscursivas dos sculos XV e XVI e, por ltimo, s regrase pastorais definidoras da governamentalidade dosconventos medievais. A este respeito, o texto de Foucaultcorresponde aos exerccios analticos que o mesmo tinhaseguido desde a Histoire de la folie lge classique(1961) e que, no segundo volume da sua Histoire de lasxualit Lusage des plaisirs (1984), o levaram a irainda mais atrs, para tomar os textos da Antiguidadeclssica como um dos seus objectos. A orientaohistrica de Foucault em paralelo com a vitalidade dasinvestigaes histricas francesas suas contemporneas,a comear pelo interesse generalizado em compreendermudanas na longa ou mesmo longussima durao revelou-se, na sua obra, uma preocupao constante coma anlise das diferentes texturas temporais, dascontinuidades e das rupturas dos regimes de saber e depoder, bem como dos processos de formao damodernidade.

    Ora, preocupao conjunta pela longa durao e pelasdiferentes camadas de tempo que coexistem na mesmasociedade a que poder sempre acrescentar-se umapermanente inteno de romper com as periodizaeshabituais , os organizadores e autores deste livrorespondem com uma noo acanhada dacontemporaneidade. Claro que poder sempreobjectar-se que se trata de uma resposta deliberada,porque restrita ao sculo XX. No seu interior, agenealogia definida pela vida e pela obra de um conjuntode intelectuais apresenta, se tanto, como paisfundadores, recuados no tempo, Ernst Bloch(1885-1977), Theodor Adorno (1903-1969) ou Jean-Paul

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  • Sartre (1905-1980). Assim, ao contrrio de Foucault, queencontrava numa Histria do tempo longo oslaboratrios de anlise que lhe permitiam fugir slimitaes do presente, este livro parece apostado emlimitar o exerccio da crtica a alguns pensadorescontemporneos. Um tal procedimento, por maisprogressista que queira parecer ao satisfazer-se narememorao de vrios autores na moda, anlogo a umdos modos mais limitados de praticar as cincias sociais. o que sucede na prtica de alguma sociologia,economia ou cincia poltica quando a obsesso dedelimitar territrios para a pesquisa se impe para fazerface s solicitaes dos chamados processos racionais detomada de deciso em reas de polticas pblicas.

    2. Para enunciar o segundo aspecto, comeo por umacitao de Foucault, na sua conferncia de 1978: Acrtica existe apenas em relao a outra coisa que no elamesma ela instrumento, meio para um devir ouverdade que ela no saber e que ela no ser, ela umolhar sobre um domnio onde quer desempenhar o papelde polcia e onde no capaz de fazer a lei. Nestesentido, a crtica constitui-se num instrumento paraanalisar domnios concretos. Se desempenha o papel depolcia, porque se lhe atribui um papel de vigilnciaconstante desempenhado, na prtica do dia-a-dia, porum polcia de rua. Se se considera que no capaz defazer lei, porque, ao confundir-se com uma prtica,no pretende impor modelos normativos. O que equivalea dizer da crtica o mesmo que Marc Bloch e PierreBourdieu disseram dos mtodos: que estes sejustificavam apenas em funo dos resultados, logo, nopodiam ser tomados como um fim em si mesmo. Porestas razes, poder-se- aplicar, aos devotos da crticaconsiderada como um fim em si mesmo, o mesmo tipo dedenncia que Bourdieu formulou recorrendo linguagem quase chocarreira da pardia quando sereferiu aos ces de guarda da metodologia. Por uminstante, e por muito que me custe confess-lo, no possodeixar de imaginar essa imagem dos ces de guarda dopensamento crtico, agarrados ao seu autor. Como secada um tivesse direito ao seu exemplar de pensamentocrtico e s conseguisse existir atravs dele. Num cenriodesta natureza, onde cada autor surge acompanhado doseu guarda, o espao para a construo de alternativas

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  • est ocupado. Enfim, os riscos que existem de cada umessencializar o seu autor para o guardar melhor, mesmoquando se fala em nome de um relativismo cultural, sso ultrapassados pela iluso de que existem prontos-a-pensar radicais e crticos.

    Em oposio a um tal cenrio, quais so os domniosconcretos em que o pensamento crtico dever servir?So os que constituem uma j longa tradiohumanstica, interessada nos instrumentos de prova e dedemonstrao, cujas origens o classicista ArnaldoMomigliano encontrava no trabalho de busca de vestgiosmateriais dos antiqurios do Renascimento. Os mesmosdomnios so tambm os que configuramprogressivamente as cincias sociais, a comear pelaformao lenta da economia poltica, que Marx investiude uma forte dimenso emprica com base em anliseshistricas e comparativas. No fiquem igualmenteesquecidas as experincias de investigao e de ensino,academicamente mais institucionalizadas, queprocuraram articulaes de conjunto em torno daformulao analtica e emprica de problemas concretos dos Annales s Actes de la recherche en sciencessociales, de Simmel a Weber, de Wright Mills a RobertMerton, de Panofsky a Francis Hackell, de Jack Goody aJames C. Scott, de Richard Hoggart e Raymond Williamsa E. P. Thompson. Tambm Foucault, na suaconferncia, identificou um dos momentos altos dopensamento crtico no trabalho concreto desenvolvidoem torno da Bblia desde o Renascimento a Pierre Baylee denominada, por Paul Hazard, crise da conscinciaeuropeia (numa obra traduzida por scar Lopes numportugus que deveria servir de padro para reescreveralguns dos captulos do livro em discusso).

    Para que no haja dvidas: h neste livro sobre opensamento crtico uma orientao mais filosfica doque histrica e uma preferncia pelas especificidades deautores individuais, contemporneos, da culturaocidental, em detrimento dos domnios concretos deobjectos sociais e de problemas sociolgicos eantropolgicos sobre os quais estes ltimos, ou pelomenos alguns deles, se debruaram. Mais: h no mesmolivro um tom condescendente em relao s cinciassociais. Estas so representadas, em 23 captulos, quase

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  • exclusivamente pela ateno dada ao pensamento deBenedict Anderson, Bourdieu, Foucault e E. P.Thompson. E a mesma condescendncia prolonga-se napouca ateno que acabam por merecer as questes degnero e do feminismo: no livro, duas professoras deliteratura tratam do pensamento de duas feministas(Braidotti e Spivak), e um antroplogo, bem conhecidopela sua militante defesa do direito diferena numasociedade to machista como a nossa, ocupa-se dasideias de Judith Butler.

    3. No livro em causa, uma mescla de filosofia poltica ede histria das ideias do sculo XX forma as duasdisciplinas a partir das quais se pretende fazerreconhecer como legtimo um novo idealismo. A esterespeito, a insistente necessidade de ultrapassar oslimites da Histria constitui o modo de desenhar umaespcie de nova utopia idealista, cuja bandeira formadapelo pensamento crtico. Ora, a este gnero de utopismoidealista, cujas condies de possibilidade se encontramno exerccio virtuoso das referidas disciplinas, o prprioFoucault contraps um quadro analtico bem diferente.Muito simplesmente, afastou-se das abordagens maisidealistas e do crculo vicioso das ideias que se explicamem funo de outras ideias. que, para ele, entre osmltiplos elementos determinantes, contrrios aqualquer tipo de fechamento explicativo, haveria queconsiderar as relaes que permitem dar conta desseefeito singular. Por sua vez, no seu entender, estasltimas eram sobretudo relaes de interaco entreindivduos ou grupos, isto , elas implicam sujeitos, tiposde comportamentos, decises, escolhas. Porm, seFoucault rompe com o idealismo, incitando a umaanlise relacional das interaces entre indivduos egrupos, os autores deste livro ficaram nele enredados. Setanto, as anlises do social e as referidas interaces sono mesmo livro reduzidas a uma srie de conceitos, ondea voz do sujeito, a governamentalidade, a economiamoral ou a prpria lgica de relaes no interior de umcampo desempenham uma espcie de funocompensatria.

    4. Porqu? Qual a razo por que se sentem autorizadosintelectuais e acadmicos portugueses de esquerda, comuma orientao crtica sincera, a investir de forma

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  • sistemtica na compreenso do pensamento de outrosautores de ampla circulao internacional e a fazer comeles uma espcie de bandeira do pensamento crtico?Ser que o que os move um desejo deinternacionalizao? Inteno bem legtima digo-omais uma vez essa de ir interrogar os grandes autoresno seu pronto de origem, traando-lhes o retrato ereconstituindo as suas intenes. Esta mesmo aprincipal lio a retirar do livro e s por isso vale a penarecomendar a sua leitura.

    Mas outras explicaes existem para compreender omilitante desejo de praticar filosofia poltica, a paredesmeias com a histria das ideias. Por exemplo, na suabreve introduo, os organizadores aduzem o argumentode que o seu modo de fazer e estudar a filosofia polticacontrasta com o predomnio no meio universitrio daideia de que preciso no sujar as mos com o real.Mesmo discordando desta denncia, percebo a estratgiada vitimizao que leva o intelectual comprometido como sucedeu com Sartre no Maio de 1968 arevoltar-se contra a academia e os seus cuidadosasspticos. Julgo, no entanto, que a principal explicaopara tal investimento numa filosofia poltica de largoespectro, capaz de congregar diferentes facesprogressistas e de esquerda, se encontra na necessidadede encontrar respostas credveis, capazes de fornecervises de conjunto, face s investidas de uma direitaconservadora. De facto, os crculos neo-liberais tmexercitado, de forma porventura ainda mais sistemtica,o mesmo gosto idealista pelo raciocnio abstracto e aexegese discursiva, com base nas obras de Heidegger,Carl Schmitt, Leo Strauss, Hayek, Isaiah Berlin, Popper,Raymond Aron ou Robert Nozick.

    Alis, o gosto pela filosofia poltica no se limita, nos diasde hoje, a uma simples luta entre a direita liberal e aesquerda, filiada em Agamben, Badiou, Derrida, Negri ouZizek (este ltimo deixado de fora deste volume). Muitorecentemente, tambm Eduardo Loureno, com aautoridade imposta pelo seu estatuto de ancio, escreveuum escusado posfcio inspirado nos trabalhos filosficosdo Pseudo-Dionsio, o Areopagita, ao livro de JosScrates sobre tortura e democracia. Esta promiscuidadeimposta pelos valores da militncia no indita. A cada

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  • um a sua bandeira e o seu tambor. In illo tempore,menos pasmo suscitou o facto de Jorge Borges deMacedo ter prefaciado uma srie de discursos de SantanaLopes... O mesmo sentido pode ser atribudo aoentusiasmo com que a academia portuguesa convive compresidentes e ministros, criando uma espcie de mesclaou, como disse h muito Miguel Leito de Andrade, umaselada??.

    que, ao contrrio do que julgam os organizadores destelivro, so vrios os acadmicos, como muitos dos queescrevem neste livro, que no querem ser asspticos.Convivem bem de mais tanto com a poltica militantecomo com as suas correspondentes filosofias. E o risco de que o pensamento crtico se submeta ao mundo dobranding em que a academia se transformou.Confundindo alhos com bugalhos, cada qual escolhe umautor, uma escola ou um conceito e submete-se a umalgica em que o prprio pensamento crtico corresponde,acima de tudo, a uma lgica de mera filiao autoral. Eutenho o meu autor e tu tens o teu autor, numa lgica debarricadas, de maniquesmos simplificadores, que reduza academia a ns e a eles.

    Em paralelo, a linguagem da desnaturalizao (que narealidade s muito recentemente deixou de ser a dadesconstruo ps-moderna...) mais parece um lugar-comum. Uma espcie de tambor que todos tocam, semlhe dar precisa substncia. Basta evocar a palavra paraque ela produza um efeito... Tal como se as palavras, aoserem nomeadas, tivessem um poder mgico, conformedocumentou h muito Joo Pedro Ribeiro. Claro que omais importante seria desnaturalizar os discursosfeitos em nome da desnaturalizao e iluminar as suascondies de possibilidade. Estou mesmo convencidode que uma delas est ligada ao estranho desinteressepelas condies histricas da emergncia do seu prprioobjecto de anlise.

    Enfim, atravs de todas estas prticas, erguem-sebandeiras, tocam-se tambores, faz-se a continncia a estee quele autor, mas do que se foge sobretudo naacademia de pr o dedo na ferida, atravs de umaprtica analtica e emprica que parta de problemas e queno se reduza a nenhum modelo, a nenhuma viso de

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    conjunto e a nenhum livro de receitas baseado em teoriaspr-construdas.

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