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Trabalho de Conclusão de Curso I do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais.
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A CONTRIBUIÇÃO DA ARQUITETURA NOS ESPAÇOS SAGRADOS
Joicymara Coelho Correia1
RESUMO
O ser humano carrega com si a necessidade de crer em algo como forma de dar sentido à sua existência. Na religião, por meio da fé, o homem busca uma relação com o sagrado. Sendo a arquitetura a forma de o homem intervir no espaço, torna-se esta responsável também por contribuir com tal relação, surgindo então os espaços sagrados. Nesse contexto, o artigo busca compreender como a arquitetura de um espaço sagrado interfere em uma imersão religiosa. Para isso realizou-se uma pesquisa exploratória a partir de estudo bibliográfico sobre arquitetura religiosa, análise de projeto arquitetônico e de um edifício/igreja situado na cidade de Ipatinga, no estado de Minas Gerais, Brasil. A partir dessa pesquisa, verificou-se a perda de qualidade dos espaços sagrados na atualidade, na maioria das vezes, devido às possibilidades financeiras das pequenas comunidades, resultando no processo de descaracterização do lugar litúrgico, naquilo que deveria ser e representar, bem como a própria comunidade.
Palavras-Chave: Arquitetura religiosa. Espaços sagrados. Edifício igreja.
ABSTRACT
The human being carries with it the need to believe in something as a way to give meaning to their existence. In religion, through faith, the man seeks a connection with the holy. Being the architecture the way to the man to interfere in space, becomes it responsible also for contribute with such relationship, creating thus the holy spaces. In this context, the article seeks understand how the space in holy architecture interferes in religious immersion. For this, it was conducted exploratory research from of a bibliographical study about religious architecture, analysis of a design architectural and a building/church in the city of Ipatinga, in the state of Minas Gerais, Brazil. From this survey, it was found the loss of quality of holy spaces in current days, most of the time, due to reduced financial possibilities of small religious communities, resulting in the process of mischaracterization of the liturgical place, what should be and represent, well as the community itself.
Keywords: Religious architecture. Holy spaces. Building church.
1 INTRODUÇÃO
A intervenção no espaço como forma de vincular-se ao sagrado está presente
ao longo de toda a história da humanidade, assim como da arquitetura. Desde
1 Acadêmica do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste
de Minas Gerais - UNILESTE/MG.
os primórdios o homem é capaz de intervir e aperfeiçoar o espaço em que vive.
Em suas antigas construções, a forma e os materiais empregados dependiam
do local que se encontravam e das características geográficas. No entanto, a
arquitetura deveria atender duas necessidades: a defesa e a religiosidade.
Sempre houve pelo homem, a noção do sagrado e a necessidade de manifestá-lo na realidade cotidiana da vida na Terra, fato que assumiu maneiras diversas ao longo da existência humana, não só porque a interpretação da transcendência é própria de cada tempo, como porque a forma de expressá-la é característica de cada cultura (OLIVEIRA, 2010, p.18).
Os espaços sagrados na antiguidade, sempre se localizavam em pontos
estratégicos e como consequência transformavam-se em marcos de referência
na paisagem local. Desde as antigas civilizações, tais espaços eram pensados
e construídos como forma de expressar e materializar a doutrina de determinada
religião, assim como representar poder, domínio e fortaleza.
Ao longo dos anos, a forma de conceber o espaço arquitetônico religioso se
modificou e evoluiu, de acordo com as necessidades, condições humanas e
cultura. A arquitetura religiosa já não apresenta tanto um caráter autoritário, no
entanto, a essência permanece, permitir a ligação com o divino.
Segundo Kuchenbecker (1996, p.18), o homem “busca de diversas maneiras se
religar com Deus”. Ou seja, faz parte do ser humano crer em algo e é dessa
forma que ele dá sentido à sua existência. Sendo a arquitetura, a forma de o
homem intervir no espaço, torna-se essa responsável também por contribuir com
essa relação entre o Homem e o Sagrado. Surge então o problema do presente
artigo: como a arquitetura de um espaço sagrado pode interferir de fato em uma
imersão religiosa?
Dentre os mais diversos espaços para práticas religiosas, o artigo aborda o
edifício igreja, local onde os cristãos se reúnem para as celebrações litúrgicas.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o termo "igreja" deriva da reunião das
pessoas que nela acontece. A sua função primordial é acolher a assembleia que
se propõe a realizar o convite de Jesus: "Fazei isto em memória de mim" (Bíblia
Sagrada, 2016).
Para Machado (2001, p.14), “a igreja é a imagem da comunidade que ela abriga.
A construção reflete um jeito de ser Igreja em determinado tempo e lugar”. Logo,
se faz necessário compreender a comunidade e aquilo que ela deve ser e
representar. Torna-se relevante estudar como a arquitetura pode contribuir para
que esses espaços sagrados contemporâneos possam tornar símbolo,
referência na paisagem e espelho de uma comunidade.
Por base no que foi exposto, o objetivo geral do artigo visa compreender como
a arquitetura de um espaço sagrado interfere em uma imersão religiosa. Para
isso é indispensável analisar a relação do homem e o espaço sagrado ao longo
da humanidade, compreender a importância da Igreja Católica quanto edifício e
símbolo, examinar a relação corpo x espaço no edifício igreja a partir da
semiótica e fenomenologia, atendendo as necessidades de uma comunidade.
Para alcançar tais objetivos será utilizada uma metodologia exploratória a partir
de estudo bibliográfico sobre arquitetura religiosa, análise de projeto
arquitetônico e de um edifício/igreja situado na cidade de Ipatinga/MG.
2 O HOMEM EM BUSCA DO SAGRADO
O ser humano carrega com si, a necessidade de crer em algo como forma de
dar sentido à sua existência. Sua consciência natural o impulsiona a buscar algo
superior a ele mesmo. Trata-se da busca pelo sagrado.
Segundo a Bíblia Sagrada, Deus criou o mundo e todas as coisas. Criou também
o Homem, o fazendo à sua imagem e semelhança. Havia, portanto, uma plena
e perfeita comunhão entre a criatura e seu Criador. Porém, a partir do momento
em que o homem usa de seu livre arbítrio e opta por se entregar ao proibido,
desconhecido e incerto, essa comunhão com Deus é perdida. Segundo
Kuchenbecker (1996, p.18), nesse momento, o homem se afasta do divino e
desde então “busca de diversas maneiras se religar com o seu Deus”. Essa
busca juntamente com diferentes costumes, crenças e ritos, resulta nas mais
diversas religiões.
O termo religião, segundo os dicionários, origina do latim religio, que significa
louvor e reverência aos deuses, ou também a crença na existência de um poder
ou princípio superior. Mas os etimologistas discutem bastante a respeito sobre a
real origem etimológica da palavra religião. Para Kuchenbecker, o termo surgiu
a partir da junção do prefixo re, que funciona como um intensificador da palavra
que o sucede, ligare, que significa unir ou atar. Assim, religare teria o sentido de
ligar novamente, religar, enfim, retornar a comunhão entre a criatura e seu
Criador, que outrora foi perdida.
Em todos os tempos, épocas, povos, civilizações e culturas, a preocupação com o eterno está presente na vida do Homem. A preocupação do homem em se relacionar com um ser superior faz parte da história da humanidade (Kuchenbecker, 1996, p.23).
Para os povos primitivos, toda natureza era sagrada e por meio dela garantiam
sua sobrevivência. Por ser capaz de compreender a si mesmo e às coisas que
o cercam, o homem, desde os primórdios, intervém e aperfeiçoa o meio natural.
Assim como a religiosidade se faz presente ao longo da vida humana na Terra,
ela se faz presente também na arquitetura.
Nos tempos mais antigos, as intervenções arquitetônicas estavam limitadas à
localização geográfica e os poucos materiais e ferramentas à disposição do
homem. No entanto, a arquitetura sempre estava voltada para a defesa e a
religiosidade. Um exemplo disso é Stonehenge (Figura 1), concebido a
aproximadamente 3.100 a.C. na Inglaterra. Trata-se de um conjunto de pedras
dispostas em círculos, a fim de permitir um maior entendimento sobre os astros.
Entretanto, acredita-se que a obra foi, acima de tudo, concebida como um
espaço religioso, ou seja, seu objetivo principal era estabelecer uma conexão
com o Divino. “Os corpos celestes nascendo e pondo-se na estrutura, unificava
céu e terra, homem e deuses”. (LANGER, 1980).
Poderíamos remeter aos significados dos bisões e cavalos das cavernas da Europa paleolítica ou dos santuários cosmogônicos como Stonehenge, no período neolítico, para dizer o quão distante é o desejo de expressar, pela arte, ou materializar pela arquitetura, a imaterialidade dos conflitos humanos ou a inefabilidade da fé (OLIVEIRA, 2010, p.18).
Outra intervenção humana religiosa ainda na Pré-história é o Alinhamento de
Carnac (Figura 2) formado em 1.800 a.C. na França. Ao mesmo tempo em que
os alinhamentos de menires serviam de barragem para o avanço das areias e
do mar para proteger os espaços agrícolas, percebe-se também a motivação
religiosa.
Figura 1: Stonehenge Figura 2: Alinhamento de Carnac
Fonte: Steffen Heilfort (2006) Fonte: Steffen Heilfort (2007)
Os alinhamentos de menires destinavam-se ao culto da fecundidade, para que
os solos se tornassem produtivos e para que as mulheres se tornassem férteis.
Esse rito é considerado como o culto à grande Deusa Mãe, que na Pré-História
se reconhecia como a divindade primordial nutridora de todos os seres vivos.
Percebe-se que durante a pré-história a religião, até então, estava centrada no
culto à Deusa Mãe. Essa forma de cultuar diferentes deuses permaneceu e se
intensificou na Idade Média. As antigas civilizações, como os egípcios, gregos e
romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam e temiam a vários deuses. Nesse
período os sacerdotes eram os responsáveis por interpretar as vontades divinas
e ensinar à sociedade a viver e adorá-los. Sendo assim, na Idade Média os
espaços sagrados ganham destaque.
Os egípcios e outras civilizações, como os incas, maias e astecas,
caracterizavam-se por suas pirâmides monumentais, repletas de associações
místicas. No antigo Egito, as pirâmides construídas em pedra, como tumbas aos
faraós, representavam os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Acreditava-
se que por meio da pirâmide, o faraó se elevaria ao céu, se juntando ao sol e
aos deuses. É na civilização egípcia que surge o primeiro arquiteto conhecido na
história, Imhotep.
Os gregos caracterizavam-se pela intensa busca da beleza e perfeição, dessa
forma, apresentavam belos santuários. O templo era a construção mais
importante por se tratar da morada dos deuses. “O templo grego não era
concebido como a casa dos fiéis, mas como a morada impenetrável dos deuses”
(FRADE, 2007, p.21). Essas características foram absorvidas também pelos
romanos, os quais apresentavam o mesmo ideal de beleza e harmonia. “O
resultado nos templos bem construídos era a obtenção de um equilíbrio perfeito
e harmônico” (FRADE, 2007, p. 21).
Fica evidente também o caráter político por trás desses templos e demais
monumentos. O desejo de impor à sociedade soberania e domínio, por meio da
arquitetura, sempre existiu. Nem por isso, o caráter religioso é desmerecido. O
homem se mostra ao longo da história um ser religioso. A busca em materializar
as crenças e doutrinas de determinada religião é algo que carrega consigo desde
sua existência.
Independente da religião, a busca pelo sagrado torna-se possível por meio da
fé. Fé é ter confiança e crer como verdade, os ensinamento e princípios
difundidos por determinada religião. Pode-se dizer, de forma breve, que a fé
cristã é acreditar em Deus e em sua existência. É crer em Sua palavra - a Bíblia
Sagrada e em seu filho Jesus Cristo.
A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem [...]. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam (Bíblia Sagrada, 2016).
Para a Igreja Católica, por exemplo, ao professar a fé, você confessa que crê em
um só Deus, Pai todo poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis. É possível professar a fé durante a liturgia, momento em que
os cristãos celebram e proclamam o mistério de Cristo. Porém, para que isso se
torne possível se faz necessária a presença do espaço celebrativo, o edifício
igreja.
3 O EDIFCÍO IGREJA
O edifício igreja é o local onde os cristãos se reúnem para as celebrações
litúrgicas. Tal espaço religioso surgiu a partir das necessidades da própria
comunidade cristã, que foi crescente após Constantino, em 313 d.C., elevar o
cristianismo como religião oficial do Império Romano. Até então não havia
lugares específicos para a realização do culto e a partilha do pão. As próprias
residências tornavam-se espaços a serviço da comunidade e da celebração
eucarística.
Os cristãos da era apostólica continuaram a se reunir no Templo para a oração conforme os costumes hebráicos, mas quando se reuniam para o culto especificamente cristão - a fração do pão - usavam edicifios que estivessem mais a mão, normalmente casas comuns (FRADE, 2007, p.31).
Provavelmente a mais antiga casa de oração cristã é a de Dura Europos, na
região do Eufrates. Como mostra a imagem a seguir (Figura 3), a casa era
composta por três salas maiores: uma para a realização do rito eucarístico, uma
para a instrução dos catecúmenos e outra para o batismo. “Nesta última foram
encontrados frescos e grafites batismais, o que revela a grande importância que
os cristãos antigos davam à iniciação cristã” (LIMA, 2010, p.3).
Figura 3: Planta de Dura Europos
Fonte: Silvio Colin (2011)
Com a oficialização da religião e a liberdade de culto, houve o crescimento do
número de fiéis, assim as casas de famílias tornaram-se pequenas para atender
as comunidades que foram se formando e multiplicando. Foi necessário então
adquirir outros espaços destinados exclusivamente para o culto. Ainda no
império de Constantino inicia-se a construção das basílicas, edifícios planejados
como grandes salões destinados a acomodar grandes congregações. Segundo
Frade (2007, p.35), “A origem da basílica em si era, ao que parece, uma
derivação dos palácios da Pérsia. Era a sala de audiências do rei ou, como era
chamado, do basileus, donde o termo basílica”
A basílica de São João de Latrão, construída a partir de 313 e 324 d.C., é
considerada a primeira com finalidade religiosa. Esse edifício apresentava forma
longitudinal e os seguintes elementos arquitetônicos: o átrio (1), responsável por
representar a passagem entre o mundo profano e o recinto sagrado, a nave
central (2), as naves laterais (3), o transepto (4), o altar (5) e a abside (6) onde
ficava o presbitério, conforme planta a seguir:
Figura 4: Planta da Basílica São João de Latrão
Fonte: Silvio Colin (2011)
Tais elementos arquitetônicos permaneceram presentes nas construções que
surgiram posteriormente e ao longo dos anos foram se aperfeiçoando. Pode-se
dizer que tais edifícios encontraram maturidade com as catedrais góticas,
adquirindo sua excelência por meio dos simbolismos inseridos na arquitetura.
Um exemplo é a Catedral de Notre Dame Chartres construída em 1145 e
reconstruída após um incêndio em 1193. A partir da figura 5, percebe-se que
elementos como o átrio (1), a nave central (2), as naves laterais (3) e o transepto
(4) permanecem, porém, há uma valorização do altar (5) e a inserção do coro
(6), o deambulatório (7) e as capelas (8).
[...] um caminho a ser percorrido, onde a imagem da vida humana e profana tem como fim encontrar a Cristo. Isso se traduz na longitudinalidade das catedrais góticas. A trajetória do observador é o
tema interior da construção, definindo o espaço à medida que nele se caminha (OLIVEIRA, 2010, p. 27).
Figura 5: Planta da Catedral Notre Dame Chartres
Fonte: Silvio Colin (2011)
De fato, o estilo gótico contribuiu para valorização e apreciação dos espaços
sagrados, tanto externamente quanto internamente, mas vale pontuar que outros
estilos arquitetônicos presentes na história como o renascimento, maneirismo,
barroco, neoclássico, cada qual com suas características próprias, também
contribuíram de forma positiva para a evolução do edifício igreja.
A arquitetura barroca, por exemplo, surge como resposta ao período de
transformação da Igreja Católica e do Cristianismo, após a Reforma Protestante,
liderada por Martinho Lutero que se colocou contrário à doutrina da Igreja. Nesse
cenário, a igreja elabora uma contrarreforma, através do Concílio de Trento e por
meio da arquitetura busca a perfeição e sedução do espectador com
ornamentação acentuada.
Oliveira (2010, p. 40) afirma que o homem barroco “tentou evadir-se pelo culto
exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como a metáfora, a
antítese, a hipérbole e alegoria” e Brandão (1999, p.138) completa dizendo que
“ao sistema, portanto interessava, persuadir o cidadão, seduzi-lo através do
impacto visual, da imaginação e do arrebatamento. Por isso, o mundo barroco,
se assemelha a um grande teatro”.
Um exemplo significativo desse período conturbado e de transição da Igreja
Católica é a Igreja de Gesu, em Roma, concluída em 1568. Percebemos a
adaptação dos elementos arquitetônicos já apresentados até aqui. Conforme a
figura 6, as capelas laterais (1) substituem as naves laterais para que o culto se
concentrasse na nave central (2) e o transepto (3) se introduz no corpo da
construção.
Figura 6: Planta da Igreja de Gesu
Fonte: Silvio Colin (2011)
O artigo em questão não abordará profundamente todos os estilos citados
anteriormente. Sendo assim, o tema será direcionado ao período vindouro a eles,
o movimento moderno, o qual foi marcado, mais uma vez, por mudanças
significativas no espaço litúrgico, por parte da Igreja Católica.
O movimento moderno foi caracterizado pelo advento das novas tecnologias.
Com a revolução industrial, há o crescimento das cidades e consequentemente
surge a demanda por novas construções. Essas mudanças sociais e culturais
refletem também no edifício igreja. A imagem imponente e grandiosa das
catedrais, conservada nos períodos passados, perde autenticidade e valor. De
modo a evitar a perda e o distanciamento cada vez maior de fiéis, principalmente
após a Reforma Protestante, a Igreja Católica percebe a necessidade de
reestruturar-se, fato que já havia acontecido em 1545 no Concílio de Trento.
Nesse cenário e com o intuito de instituir um diálogo entre a igreja e a sociedade
moderna, surge o Movimento Litúrgico e mais tarde o Concilio Vaticano II.
Diante do crescimento e implicações decorrentes do Movimento litúrgico e diante de uma nova sociedade moderna, com novos hábitos,
pensamentos e demandas, a Igreja vê a necessidade de um novo concílio ecumênico, com o objetivo de adequar suas leis e regras frente a esse novo contexto sócio cultural, resgatando suas tradições cristãs mais antigas e suas raízes mais genuínas no que diz respeito à Eucaristia (OLIVEIRA, 2010, p.53).
Iniciado em 1962 pelo Papa João XXIII com fim somente em 1965, sob comando
do Papa João VI, o Concílio determinou diretrizes que vigoram até os dias atuais.
Segundo o próprio Papa João XXIII o objetivo foi "promover o incremento
da fé católica e uma saudável renovação dos costumes dos cristãos, e adaptar
a disciplina eclesiástica às condições do nosso tempo".
Portanto, mais uma vez, a configuração espacial do edifício igreja sofre
alterações. Alguns elementos arquitetônicos predominantes na origem das
basílicas são eliminados. Dentre as mudanças ocorridas, a principal é a
valorização e centralização do altar a fim de proporcionar uma maior participação
da comunidade.
[...] porque com a participação na celebração, os fiéis reunidos pelo espírito podem voltar-se para Deus como seu povo, como Igreja, de modo não abstrato, mas concreto: rezando juntos, cantando com um só coração e uma só alma (TRIACCA, 1956 apud FRADE, 2007, p. 351).
Nesse período modernista e pós Concílio, amplia-se as construções de edifícios
religiosos. Esses apresentam características totalmente diferente das tipologias
apresentadas até aqui. Os projetos a partir desse momento aproveitam-se e
exploram das formas, das disponibilidades de materiais e técnicas. Em busca
dessa arquitetura multifacetada, conceitual e funcional, a arquitetura transcende
o movimento moderno, pós-moderno e chega na contemporaneidade.
Um exemplo dessa nova arquitetura é a Igreja do Jubileu, projetada pelo
arquiteto Richard Méier e construída em Roma entre 1996 e 2003 (figuras 7 e 8).
Segundo o arquiteto, a ousadia nas linhas e o material utilizado na construção
do templo estimulam as experiências do fiel, o convidando a se abrir
espontaneamente para o céu e essa percepção do espaço modifica-se de acordo
com a estação do ano, o tempo, a hora e a intensidade da luz. “A arquitetura cria
a possibilidade da espiritualidade, porquanto não deixa indiferente o fiel, mas o
envolve, suscitando-lhe profundas emoções espirituais” (MEIER).
Figuras 7 e 8: Igreja do Jubileu
Fonte: Scott Frances (2003)
O edifício sagrado, na sua disposição geral, deve reproduzir de algum modo a imagem da assembleia congregada, proporcionar a conveniente coordenação de todos os seus elementos e facilitar o perfeito desempenho da função de cada um (INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO, 2002, p.40).
Dessa forma, percebe-se uma nova forma de se pensar o espaço sagrado,
deixando de lado os estilos históricos predominantes. Sendo assim, o edifício
igreja torna-se o abrigo da comunidade, de forma a atender as necessidades dos
fiéis, as atividades litúrgicas e acolher os equipamentos necessários para a
celebração e comunhão do corpo de Cristo.
4 ELEMENTOS E SÍMBOLOS
A arquitetura contemporânea é acompanhada de certa liberdade estética e
espacial. No entanto, a Igreja Católica apresenta alguns documentos (pós
Concilio Vaticano II), que interferem e auxiliam na forma de conceber o espaço
arquitetônico religioso, como por exemplo, a disposição da assembleia, a qual
deve estar localizada de modo que sua participação se torne mais ativa e
também especificando os elementos que compõem o espaço litúrgico, como o
altar (único, fixo e sólido), o ambão (estável, de fácil acesso e visível), a cadeira
do sacerdote (ao fundo do presbitério e de frente para o povo), o sacrário (não
transparente e inviolável), a ornamentação (simples e digna) e a presença das
imagens, que segundo a Instrução Geral do Missal Romano (2002, p.43),
“imagens do Senhor, da bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, as quais
devem estar dispostas de tal modo no lugar sagrado, que os fiéis sejam levados
aos mistérios da fé que ali se celebram”.
Outra determinação presente na Instrução Geral do Missal Romano (2002, p.40),
referem-se aos símbolos: “os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto
divino devem ser dignos e belos como sinais e símbolos das realidades
celestes”. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, sinais e símbolos são de
suma importância na vida do homem.
Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais por meio de sinais e de símbolos materiais. Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros, pela linguagem, por gestos, por ações. Vale o mesmo para sua relação com Deus (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 1992, § 1146).
Segundo Oliveira (2010, p.15), “O homem recorre ao símbolo para expressar
uma realidade abstrata, um sentimento ou ideia, que é invisível aos sentidos, e
que dá sentido à sua vida, ou seja, faz com que o homem encontre um lugar no
universo”. O homem como ser religioso, imprime esse simbolismo nas coisas
que o cercam e consequentemente na arquitetura. Oliveira (2010, p.100)
completa, “os templos de todas as épocas, sejam medievais, clássicos ou
barrocos, de pedra ou de madeira, comportam todos, elementos simbólicos de
temor e respeito, de efusão e mistério, sem o qual não reconhecemos o
sagrado”.
A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como
Catedral de Brasília (figuras 9 e 10), concebida em 1958 e inaugurada em 1970,
por Oscar Niemeyer, torna-se um exemplo de espaço religioso onde tal
simbolismo se faz presente. Segundo Müller (2003, p. 11), “simultaneamente à
ousadia estrutural, explode, a adequação funcional e a significação litúrgica”.
Do lado externo, a catedral apresenta o campanário e a rampa de acesso ao
subsolo, onde encontram-se o corpo principal, a sacristia e o batistério. No seu
interior, a catedral apresenta capacidade para quatro mil fiéis, estando a 3m
abaixo do nível da Esplanada com 40m de pé-direito e 70m de diâmetro, coberto
pela estrutura, que serve ao mesmo tempo como vedação e cúpula. O corpo
principal é destinado tanto à celebração eucarística quanto à experimentação
íntima do sagrado. O batistério, a sacristia, as salas auxiliares de culto e
escritórios eclesiásticos surgem a parte, como anexos, para não comprometer a
pureza do corpo principal.
Figuras 9 e 10: Catedral de Brasília
Fonte: Ana de Oliveira (2014)
A Catedral alia, na concepção redentoramente simples, o dinamismo formal gótico/expressionista com a estaticidade e pureza geométrica e espacial clássico/renascentista, sintetizando tudo com uma vontade de experimentação da forma e do espaço sedutoramente barroca (MÜLLER, 2003 p. 26).
Niemeyer ousa na solução arquitetônica, tanto espacial quanto estrutural,
exprimindo ao mesmo tempo monumentalidade e simbolismo. “São muitas as
metáforas, signos, símbolos e leituras possíveis [...] indubitavelmente, a forma
da Catedral de Brasília emana sentido religioso; é apelo contundente ao
sagrado” (Müller, 2003, p. 25).
A composição, que toma o céu cheio de sugestões simbólicas para esvair-se no infinito, é das realizações mais significativas da arquitetura religiosa mundial no século XX [...]. A unidade alcançada entre forma, volume, estrutura e simbolismo religioso faz concepção revolucionária tão ou mais importante que Gaudí na Sagrada Família, Perret em Raincy, Corbusier em Ronchamp, ícones consagrados em termos de arquitetura religiosa cristã do século XX (MÜLLER, 2003 p. 31).
4.1 Semiótica e fenomenologia
O edifício igreja, como qualquer outro espaço arquitetônico, quanto construção
já interfere em um determinado tempo e espaço. Tal construção quando se
apropria de sinais e símbolos e refletem a existência humana, tornam-se muito
mais que simples formas geométricas, tornam-se uma experiência, capaz de
influenciar o físico e o mental, o cultural e biológico, o coletivo e o individual,
assim como na Catedral de Brasília.
Uma obra arquitetônica não é apenas um espaço cujo significado se esgota no fato de abrigar as pessoas com suas atividades específicas. Não importa se com ou sem projeto ou com intencionalidade alguém a produz, ela se torna algo autônomo, refletindo os que a construíram e os que a habitam (MORAES, 2008 apud VALBUZA, 2015, p. 80).
Nesse contexto simbólico, surgem dois conceitos a serem analisados: a
semiótica e a fenomenologia. Esses fenômenos quando aplicados na arquitetura
são capazes de interferir na forma de vivenciar e apropriar o espaço. No edifício
igreja, por exemplo, tais conceitos contribuem na imersão espiritual durante o rito
eucarístico e a comunhão com Deus e o próximo.
Semiótica é a ciência que estuda as linguagens e o fenômeno de produção de
significação e de sentido. Essas linguagens são as formas do homem se
expressar. Como apresentado anteriormente, os símbolos são responsáveis
pela significação humana, sendo assim, contata-se que semiótica está
diretamente relacionada aos símbolos. Segundo Broadbent “a arquitetura é o
sistema de signos mais interessante e mais complexo”.
Já a fenomenologia é capaz de dar significado ao ambiente. Para o arquiteto
Norberg-Schulz (2010) para entender melhor o conceito de fenomenologia, basta
pensarmos em objetos tangíveis como por exemplo os edifícios e as mobílias, e
intangíveis como os sentimentos gerados na existência do ser e por meio de
suas memórias. Para ele a fenomenologia estuda os ambientes, considerando
seus aspectos físicos e simbólicos. Juhani Pallasma (2010) completa que a
fenomenologia é olhar a arquitetura a partir da consciência que a vivencia e faz
uma crítica: “As construções de nosso tempo talvez despertem curiosidade pela
ousadia e criatividade, mas dificilmente provocam uma percepção do significado
do mundo ou de nossa própria existência”.
Esses conceitos são perceptíveis no projeto da Capela da Divina Misericórdia,
em Coronel Fabriciano/MG, de Thaynara Valbuza, a qual por meio de um
seminário2 pôde expor o problema, o conceito e a estratégia de projeto
desenvolvida. Em busca de responder o seguinte problema: “Será que as
construções religiosas da contemporaneidade podem refletir a ideologia da igreja
e produzir espaços mistagógicos?”, Valbuza propôs um templo católico, dotado
de semiótica e fenomenologia, com flexibilidade para promover atividades
culturais, a fim de estimular a apropriação da comunidade e do bairro. A
estratégia de projeto torna-se “uma arquitetura que dobre e se desdobre para
colocar o homem sempre em uma dimensão de introspecção ou adoração”.
O edifício igreja é um local de refúgio, introspecção e interiorização, tanto para o
corpo, como para a alma, no qual o indivíduo reflete sua própria conduta perante
o “olhar” de Deus e também um local de adoração, louvor e comunhão com o
próximo. É o local de agradecimento, mas ao mesmo tempo de súplica e perdão.
Após os conceitos de semiótica e fenomenologia, percebe-se que esses
influenciam diretamente na vivência e relação corpo e espaço e que por meio
dos sinais e símbolos aplicados ao espaço sagrado, o edifício torna-se também
um receptáculo de memórias e sentimentos.
5 O EDIFÍCIO IGREJA EM IPATINGA: COMUNIDADE NOSSA SENHORA DO
ROSÁRIO
A partir da constante busca do homem em relação ao sagrado e o histórico
arquitetônico religioso acompanhado de significativas mudanças no edifício
igreja e dos demais assuntos abordados no presente artigo, se fez necessário
aplicar tais conhecimentos em um edifício igreja da região. Nesse contexto,
surge a Comunidade Nossa Senhora do Rosário, localizada no bairro Bethânia,
na cidade de Ipatinga, Minas Gerais. Trata-se de uma pequena comunidade,
existente há aproximadamente 30 anos, pertencente a Paróquia Cristo Redentor
- responsável também por outras 9 comunidades locais. Sua formação se deu a
partir de um desejo comum dos moradores mais antigos do bairro. Inicialmente,
2 Seminário realizado por Thaynara Valbuza em 13/04/2016 durante a 27º Semana Integrada do curso de Arquitetura e Urbanismo, no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso II: Projeto arquitetônico da Capela da Divina Misericórdia.
o espaço foi adaptado e improvisado para a realização das missas e
celebrações, mas ainda nos primeiros anos, surge os primeiros investimentos e
posteriormente, a comunidade junto com a Paróquia, consegue erguer seu
primeiro edifício igreja.
Construído com poucos recursos financeiros e sem assessoramento técnico
para auxiliar na produção do espaço religioso, o edifício apresenta sistema
construtivo de alvenaria com planta (figura 11) e volumetria simples,
contrastando ao máximo com as grandes basílicas e catedrais surgidas desde a
Idade Média, nos períodos góticos, renascentista, barroco e neoclássico. A falta
de um mapeamento, conceito e estratégia de projeto arquitetônico no edifício
resultou em uma deficiência quanto as soluções de conforto ambiental, inserção
de luz e cor nos ambientes e conceitos como semiótica e fenomenologia, já
discutidos no artigo em questão. Essa deficiência influencia diretamente na
vivência e relação corpo e espaço no edifício igreja e como consequência
interferem na imersão religiosa por parte do fiel durante a celebração da
Eucaristia.
Figura 11: Planta Comunidade Nossa Senhora do Rosário
Fonte: Autora (2016)
Percebe-se que o edifício igreja apresenta elementos arquitetônicos, como a
nave (1), o altar (2), o batistério (3), o sacrário (4), a sacristia (5) e o coro (6).
Porém segundo os estudos da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (número 166) o programa mínimo necessário para se construir um edifico
com as características da Comunidade Nossa Senhora do Rosário são: nave,
altar, coro, capela do santíssimo, batistério, sacristia, sala de reunião, secretaria,
campanário, jardim e átrium. No entanto, se faz necessário também espaços
para suporte nas atividades pastorais, como: salas para a realização da
catequese, depósito, cozinha e sanitários. Contudo, percebe-se mais uma vez,
a deficiência do edifício devido à falta de planejamento e programa de
necessidades completo e eficaz que atenda além das celebrações, as atividades
pastorais, culturais e as comemorações festivas realizadas na comunidade.
6 CONCLUSÃO
A partir dos pressupostos teóricos estudados e apresentados no presente artigo
foi possível perceber a constante busca do homem em relação ao sagrado ao
longo da história da humanidade. Percebe-se que tal necessidade foi
responsável pelo surgimento de diferentes culturas, crenças e religiões e
consequentemente nos espaços destinados ás práticas de cada uma delas.
Através da pesquisa bibliográfica e análise da evolução histórica arquitetônica
comprovou-se mudanças significativas nos templos católicos - o edifício igreja.
Pode-se concluir que tais mudanças ocorreram principalmente após a revolução
industrial, com o advento das novas tecnologias e movimentos reformadores
como o Movimento litúrgico e o Concílio Vaticano II, contribuindo positivamente
na concepção dos espaços religiosos, aproximando cada vez mais os fiéis do
rito Eucarístico.
Por meio de análises de projetos arquitetônicos, como o projeto da Catedral de
Brasília, de Niemeyer e até mesmo o projeto da Capela da Divina Misericórdia
apresentado no seminário por Valbuza, fica claro a importância de se pensar e
projetar espaços religiosos simbólicos, dotados de semiótica e fenomenologia,
os quais possam atender as necessidades da comunidade que abriga e ao
mesmo tempo representa-la. Ao aplicar tais conhecimentos em um edifício igreja
situado na cidade de Ipatigna/MG, mais especificamente na Comunidade Nossa
Senhora do Rosário, foi possível perceber um processo de descaracterização do
espaço litúrgico em pequenas comunidades que se formam com poucos
recursos financeiros e sem assessoramento técnico, havendo a perda de
qualidade desses espaços.
Com base nesses entendimentos, fica evidente que na contemporaneidade, ao
conceber um espaço religioso é necessário explorar das formas, volumes,
disponibilidades de materiais e técnicas. A escolha do sistema construtivo, as
soluções de conforto ambiental e até mesmo os mobiliários adotados em projeto
influenciam diretamente na vivência e relação do corpo no espaço sagrado.
Portanto, ressalta-se que o edifício igreja deve ser resultado de uma arquitetura
conceitual e funcional, que dotada de semiótica e fenomenologia propicie ao fiel
uma imersão religiosa durante a celebração. Para finalizar, conclui-se que o
edifício igreja deve quanto arquitetura, tornar-se um receptáculo tanto para o
corpo, quanto para alma.
REFERÊNCIAS
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