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Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Inglês
A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)
An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary
By W. R. Downing • Copyright © 2008
O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada
Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS
Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)
Publicações Impressas nos Estados Unidos da América
ISBN 978-1-60725-963-3
Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida
em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.
Tradução por Hiriate Luiz Fontouro
Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento
Edição Inicial por Calvin G. Gardner
Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida
Edição Final e Capa por William Teixeira
Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)
1ª Edição: Fevereiro de 2016
As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF
Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e
PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©
2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.
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A Ceia do Senhor Por William R. Downing
[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing • Parte IX]
Pergunta 159: O que é a Ceia do Senhor?
Resposta: A Ceia do Senhor é uma Ordenança do Novo Testamento instituída por nosso
Senhor Jesus Cristo, um rito memorial no qual a igreja se reúne para participar de uma
maneira digna do pão não levedado e do vinho, que simbolizam o corpo partido e o sangue
derramado do Senhor Jesus Cristo, um rito que comemora tanto a Sua morte quanto anteci-
pa o Seu retorno.
1 Coríntios 10:16: “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do
sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?”
1 Coríntios 11:23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor
Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24 e, tendo dado graças, o partiu e disse:
Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo
testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em MEMÓRIA de
mim. 26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a
morte do Senhor, até que venha”.
Veja também: Mateus 26:26-30; 28:18-20; Marcos 14:17-29; Lucas 22:8-22; João 13-17; 1
Coríntios 10:16-17; 11:17-34.
Comentário
Esta observância é simbólica e memorial, e de forma alguma é um sacramento ou “meios
visíveis da graça” de tal forma que a igreja participa de Cristo literalmente como no
Romanismo, ou misticamente como no Luteranismo e tradição Reformada. Este rito é um
“meio da graça” em seu simbolismo enquanto fixa a mente e o coração sobre a Pessoa e
obra do Senhor Jesus Cristo e assim traz os pensamentos de alguém para a verdade e
para a realidade do Evangelho. Como o termo “sacramento” etimológica, histórica e
teologicamente sugere algo misterioso e sacerdotal, é uma terminologia totalmente inade-
quada para uma igreja Neotestamentária. Veja a Pergunta 155. Esta é uma razão para o
uso do termo “Ceia do Senhor” em vez de “comunhão”. Este último termo é igualmente mal
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interpretado e associado a uma relação mística entre o indivíduo e o Senhor, geralmente
por mediação sacerdotal (isto é, por meio de um sacerdote ou igreja), embora seja verdade
que a assembleia local como um corpo esteja em comunhão com o Senhor corporativa e
simbolicamente na observância.
A Igreja de Roma sustenta a transubstanciação, ou seja, que os elementos são manipula-
dos sacerdotalmente para se tornar no corpo e no sangue literal do Senhor, e os comum-
gantes real e literalmente participam de Cristo desta maneira. O Luteranismo sustenta a
consubstanciação, ou seja, que os elementos são um e ao mesmo tempo tanto mística-
mente e literalmente o corpo e o sangue de Cristo, apreendidos pela fé. Tal ensino exige a
doutrina da “Ubiquidade do Corpo de Cristo”, isto é, que Ele pode estar fisicamente em
vários lugares ao mesmo tempo. A tradição Reformada sustenta que os elementos confe-
rem a graça onde a verdadeira fé está ativa na participação. Os Batistas e outros sustentam
que a participação torna-se um meio da graça pela contemplação das realidades espirituais
simbolizadas nos elementos; a Ceia é simplesmente simbólica e memorial.
A Ceia do Senhor é tanto uma Ordenança do Evangelho quanto da igreja, como é o Batis-
mo. Ambos simbolizam as realidades do Evangelho enquanto eles centram na Pessoa e
obra do Senhor Jesus Cristo, e ambos ocorrem dentro do contexto da igreja local; o primeiro
sob sua autoridade, e a segundo sob sua disciplina.
Existem três aspectos da consciência dos participantes na observância deste rito:
Primeiro, deve haver um “olhar para trás” (“Fazei isto em MEMÓRIA de mim”). A igreja
celebra a morte do seu Senhor com todo o seu significado redentor.
Segundo, um “olhar interior” (“examine-se, pois, o homem a si mesmo”). Isso implica,
neste contexto, uma séria preparação antes da participação, uma preparação que não
centra necessariamente na introspecção, mas em Cristo (Cf. 1 Coríntios 11:27-32).
Finalmente, deve haver um “olhar para a frente” (“até que [Ele] venha”). Uma gloriosa
expectativa deve repousar sobre as mentes e corações dos membros da igreja.
Pergunta 160: Quais são os elementos apropriados para serem utilizados na observância
da Ceia do Senhor?
Resposta: Os elementos apropriados para serem utilizados na observância da Ceia do
Senhor são o pão não levedado e o vinho.
1 Coríntios 11:26: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice
anunciais a morte do Senhor, até que venha”.
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Veja também: Mateus 26:26-30; Marcos 14:17-29; Lucas 22:8-22; João 13-17; 1 Coríntios
10:16-17; 11:17-34.
Comentário
Os elementos da Ceia do Senhor são dois:
O pão não levedado e o vinho. Estes o Senhor usou na finalização da refeição da Páscoa
como os símbolos de Sua Pessoa e obra, para instituir esta Ordenança evangélica. O pão
não levedado (ázimo) não foi utilizado apenas por sua conveniência naquela refeição da
Páscoa quando o Senhor instituiu a Ceia, mas ele possuía um significado simbólico tam-
bém. O fermento (levedura) é o símbolo comum do mal nas Escrituras. (Note que os sacrifí-
cios do Antigo Testamento não deviam ser oferecidos com fermento, veja 1 Coríntios 5:6-
8). O simbolismo final no pão não levedado (ázimo) é a impecabilidade da humanidade do
Senhor. Isto tem uma relação direta e vital sobre a significância de Sua obra redentora.
Assim, o pão não levedado é o único símbolo apropriado e bíblico que se deve usar.
O Senhor instituiu a Ceia a partir dos restantes da ceia da Páscoa. Ele tomou a taça final
de vinho tinto para simbolizar Seu sangue que devia ser derramado em aliança e redenção
por Seu povo. Fortemente contesta-se que “vinho fermentado” (uma redundância) não deve
ser usado para a Ceia do Senhor. Tais objeções são baseadas em uma má interpretação
da Escritura, uma tradição, um mal-entendido de conversão da graça e uma atitude legalista
derivada em última análise da influência gnóstica (veja Colossenses 3:16, 21; 1 Timóteo
4:1-5).
O vinho é o elemento apropriado e deve ser usado. Considere o seguinte:
Primeiro, o vinho foi usado na Ceia do Senhor no Novo Testamento. É digno de nota
que Paulo não repreendeu a igreja em Corinto pelo uso do vinho, mas sim por
embriaguez (1 Coríntios 11:21). O vinho foi usado até o final do século XIX, quando o
processo de pasteurização foi inventado.
Segundo, o consumo de vinho não é condenado nas Escrituras, mas o seu abuso é.
As várias advertências associadas ao consumo de vinho em todos os exemplos impli-
cam os pecados de embriaguez e aquelas coisas associadas com a embriaguez (por
exemplo: Gênesis 9:20-27; Gênesis 19:30-38; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:1-5;
Habacuque 2:15). A temperança era necessariamente um princípio para a considera-
ção dos reis, juízes ou aqueles em autoridade para que eles não pervertessem o
julgamento. A abstinência total foi exigida para os sacerdotes apenas quando eles
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estavam oficiando (Levíticos 10:5-10). Os Recabitas foram abençoados por Deus e
estabelecidos como exemplos, não porque eram abstêmios totais, mas sim porque
tinham obedecido ao mandamento do pai deles (Jeremias 35:10-19). Nas Escrituras,
o vinho é um símbolo de alegria e de bênção Divina (Veja Deuteronômio 14:22-29;
Salmos 104:14-15; Provérbios 3:10; Eclesiastes 9:7-9; Atos 2:13-16). O Nazireu devia
abster-se não só do vinho, mas de tudo o que derivava da videira porque ele estava
carregando uma reprovação por Deus durante o tempo de seu voto (Números 6:1-20).
O vinho era utilizado como medicamento, tanto externo quanto interno (veja Lucas
10:34; 1 Timóteo 5:23). Também foi usado para aliviar o sofrimento e depressão
(Salmos 104:14-15; Provérbios 31:6-7). O vinho foi incluído nas libações feitas ao
Senhor (Êxodo 29:40). Assim, a única proibição nas Escrituras é contra o abuso do
vinho ou embriaguez.
Terceiro, o próprio Senhor Jesus Cristo tanto bebeu quanto fez vinho (Mateus 11:19;
Lucas 7:34; João 2:1-11). Se Ele tivesse sido um abstêmio total, a acusação teria sido
sem sentido, pois Ele era evidentemente um homem que se alimentava bem e bebia
de forma equilibrada. Aqueles que ensinam que a abstinência total é absolutamente
essencial e uma exigência para a piedade lançam uma sombra tanto sobre a ética
quanto a moral do Senhor. Além disso, o vinho que Ele fez na festa de casamento não
foi apenas fermentado, mas envelhecido à perfeição, tal como foi reconhecido pelo
mestre-sala da festa.
Quarto, todas as modernas objeções contra o uso do vinho na Mesa do Senhor
pressupõem que o vinho é inerentemente mau ou imoral; no entanto, a questão de
beber vinho é ética, não moral. A moralidade está relacionada com absolutos, coisas
que são certas ou erradas inerentemente como refletindo ou se opondo ao caráter
moral de Deus. A ética está relacionada também com o assunto da liberdade Cristã.
Beber vinho em si não é certo nem errado, mas uma questão de liberdade Cristã. Os
princípios desta liberdade prevalecem na medida em que é o “irmão mais fraco” que
deve abster-se por causa de sua consciência sensível. É o “irmão mais forte”, que
pode desfrutar de sua liberdade, desde que ele não ofenda seu irmão mais fraco. A
carga está sobre o irmão mais forte de se abster de qualquer coisa que possa ofender
o mais fraco. Veja a Pergunta 118.
Quinto, os usos sociais e cerimoniais do vinho devem ser distintos. O último não está
dentro da esfera da liberdade Cristã, mas deve ser governado pelo exemplo do Novo
Testamento.
Finalmente, o simbolismo é perdido em grande parte se suco de uva é usado. O “fruto
da vide” é uma terminologia cerimonial e não necessariamente defende o uso de suco
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de uva. Esta terminologia tradicional judaica era usada na ação de graças pelo vinho
nas refeições. Além disso, existe um fermento natural do suco que é consumido no
processo de fermentação. Se for necessário o uso de pão não levedado, pode ser
argumentado que é igualmente necessário o uso de vinho.
Pergunta 161: Todos os Cristãos devem comungar juntos na Ceia do Senhor?
Resposta: A observância da Ceia do Senhor é para os membros da assembleia local como
um corpo coletivo.
1 Coríntios 11:20-22: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a
ceia do Senhor. Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; 21 e
assim um tem fome e outro embriaga-se. 22 Não tendes porventura casas para comer e
para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos
direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo”.
Veja também: Mateus 26:26-30; Marcos 14:17-29; Lucas 22:8-22; João 13-17; Atos 20:11;
1 Coríntios 10:16-17; 11:17-34.
Comentário
Em nossos dias é comum para os grupos religiosos celebrar a “comunhão” como uma
demonstração de unidade ecumênica, e assim ter “comunhão”, como parte de uma cerimô-
nia de casamento, ou levar os elementos para os doentes ou confinados que não podem
comparecer aos serviços religiosos corporativos. Nenhum destes tem um precedente
bíblico. Os Apóstolos não tinham “comunhão” no alegado “Primeiro Concílio da Igreja”, em
Atos 15, ou na conturbada reunião em Antioquia (Gálatas 2:11ss) para afirmar a unidade
deles. “Comunhão” em uma cerimônia de casamento ecoa o Sacramento do Matrimônio na
Igreja de Roma. O padrão do Novo Testamento era observância quando a assembleia local
se reunia, e somente então (1 Coríntios 11:17ss).
Quem deve participar da Ceia do Senhor? Algumas igrejas abrem a Mesa do Senhor a
qualquer um, sem exceção, ou seja, são servidos os elementos a qualquer pessoa que está
presente no momento da observância (isto é, comunhão “aberta” ou “irrestrita”). Outros
restringem a participação. Alguns sustentam que o rito é apenas para os crentes (comunhão
“restrita”); outros, que ele é para todos os crentes da mesma fé e prática que são membros
em boa posição de igrejas irmãs e têm sido “biblicamente batizados” (isto é, comunhão
“fechada”). Outros ainda admitem apenas aqueles em boa posição que são membros dessa
assembleia local (isto é, comunhão “estreita”). Este ponto de vista final é simplesmente o
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praticado no Novo Testamento. A única exceção possível é a do apóstolo Paulo, que “partiu
o pão” com os crentes em Trôade (Atos 20:6-11). Isto provavelmente se referiu a uma
refeição comum, e não a Ceia do Senhor. Mas, se fosse, Paulo, como Apóstolo, teria tido
uma autoridade apostólica sobre todas as igrejas. Este único, questionável exemplo não
põe de lado a prática universal de uma comunhão estreita.
Considere os quatro princípios bíblicos seguintes:
Primeiro, a Ceia do Senhor é uma ordenança da igreja, dada à esta como uma institui-
ção na Grande Comissão (Mateus 28:18-20). O Novo Testamento revela que ela só
era observada na assembleia (1 Coríntios 11:17). Assim, qualquer outra instituição
(isto é, organização paraeclesiástica, família ou irmandade informal de crentes) está
impedida de administrar esta ordenança.
Segundo, esta ordenança é para a igreja congregada ou para a igreja reunida, ou seja,
somente para os crentes que pertencem à igreja local e que puderem comparecer no
dia da cerimônia, isto é, os membros que estiverem doentes e acamados e aqueles
que são parentes dos membros da igreja, mas não são convertidos não podem partici-
par e nem a ceia pode ser levada até eles (Veja 1 Coríntios 11:17-34).
Terceiro, este rito está sob a disciplina da assembleia local. Nenhuma pessoa, portan-
to, deve ser admitida que não seja um membro em boa posição com a igreja (Veja
Mateus 18:15-17; Romanos 16:17; 1 Coríntios 5:1-13; 10:16; 2 Tessalonicenses 3:6,
14-15; Tito 3:10-11). Fazer de outra maneira seria ignorar e desobedecer a Palavra
de Deus. Sem disciplina bíblica eclesiástica, a devida observância desta ordenança é
impossível.
Quarto, de acordo com o mandamento do Senhor e o padrão das igrejas apostólicas,
a Ceia do Senhor era observada no contexto da assembleia local (Mateus 28:18-20;
Atos 2:41-42).
Alguns pensam e ensinam que Judas participou da “Última Ceia”, e, portanto, Cristãos
professos, pecaminosos ou até mesmo os incrédulos não devem ser barrados. Considere,
no entanto, o seguinte:
Primeiro, Judas e sua situação permanecem únicos. Nosso Senhor escolheu Judas
como discípulo “para que a Escritura se cumprisse” no propósito inescrutável de Deus,
sabendo que ele não era apenas um não-regenerado, mas um instrumento de Sata-
nás (João 6:64; 6:70-71; 17:12). Ninguém além de nosso Senhor conhecia a mente e
o coração de Judas, e exteriormente, este estava evidentemente acima de qualquer
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suspeita contado como um deles e tesoureiro. Ninguém suspeitava dele ser um ladrão
ou o traidor (João 12:6; Mateus 26:22). Agora é possível que alguém possa ser admi-
tido à Mesa do Senhor e seja um pecador secreto, não-regenerado ou mesmo um cri-
minoso: se ninguém souber de seu estado e ele for contado exteriormente com o povo
de Deus e incluído dentro desse grupo local como foi Judas, mas essa não pode ser
a prática consciente de uma igreja! Nosso Senhor somente conhecia e tinha que man-
ter Judas até o tempo determinado “para que se cumpra a Escritura”, então o removeu
imediatamente (João 13:21-31).
Segundo, como a situação de Judas permanece como a única, ele não pode ser usado
intencionalmente como exemplo de admissão de um pecador não-regenerado ou
deliberado à Mesa do Senhor. Nosso Senhor não somente escolheu este homem e
chamou-o como Seu discípulo (“para que se cumprisse a Escritura”), mas capacitou-
o para pregar o Evangelho, curar os doentes e expulsar demônios (Mateus 10:1-4;
Lucas 9:1-2). Agora, se for argumentado que nós devemos admitir qualquer um ou
todo mundo sem exceção porque Judas supostamente estava na Ceia com o Senhor
e os discípulos, então também devemos permitir um ministério não-regenerado e
tolerar aqueles que supostamente possuem certos “dons” sem qualquer relação com
a doutrina, ética ou estado e condição espiritual deles: como Judas demonstrou; estes
também demonstram!
Terceiro, Judas não estava presente na instituição da Ceia do Senhor. É evidente que
ele já havia deixado o aposento superior antes de sua observância (Mateus 26:20-30;
Marcos 14:17-26; Lucas 22:14-24; João 13:1-30; 18:1).
O seguinte deve ser observado para o necessário esclarecimento:
Primeiro, Mateus, Marcos e João, todos colocam o anúncio da traição no início ou
durante a refeição da Páscoa, que precedeu a instituição da Ceia do Senhor.
Segundo, em cada caso a instituição da Ceia do Senhor começa um novo parágrafo,
denotando uma mudança de assunto e de tempo. É absolutamente possível que
Lucas se refira ao primeiro copo de vinho tinto durante a refeição da Páscoa, ao invés
da taça final com a qual nosso Senhor provavelmente instituiu a ordenança (Lucas
22:14-23).
Terceiro, João afirma que Judas saiu durante a ceia Pascal imediatamente depois de
receber o bocado (Nota: João 13:1-2 deve ser lido, “a ceia tendo começado”, “durante
a ceia” ou “começando a ceia”, e não “acabada a ceia”. Cf. vv. 4, 12, 26). Assim, o tes-
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temunho da Escritura é que Judas não estava presente na instituição desta Orde-
nança.
Você está em comunhão com a assembleia reunida a qual biblicamente participa da Ceia
do Senhor?
Pergunta 162: Quem deve participar da Ceia do Senhor?
Resposta: Devem participar da Ceia do Senhor, somente os crentes que foram batizados
e, são membros dessa assembleia local e mantêm um caminhar ordenado.
Atos 2:41-42: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra;
e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, 42 e perseveravam na doutrina dos após-
tolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.
1 Coríntios 5:11: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-
se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador;
com o tal nem ainda comais”.
Veja também: 1 Coríntios 11:17-34.
Comentário
Existem quatro pré-requisitos para participação da Ordenança:
Primeiro, conversão. Como este rito é uma Ordenança do Evangelho, não tem qual-
quer significado para uma pessoa não-salva. O Novo Testamento ensina a salvação
antes da Ceia do Senhor. Assim, membresia infantil da igreja, relações familiares ou
simples participação nos cultos não qualificam ninguém a participar.
Segundo, o Batismo. Esta Ordenança é sempre antecedente à Ceia do Senhor. É
antibíblico admitir à Mesa do Senhor alguém que não foi biblicamente imerso como
um crente. Isto exclui com base na Escritura quaisquer que tenham sido batizados ou
aspergidos na infância antes de terem se convertido, ou batizados para qualquer outro
propósito que não seja de um crente em obediência à Palavra de Deus.
Terceiro, membresia da igreja. Como a Ceia deve ser observada no contexto da as-
sembleia local, ocorre dentro de sua comunhão e sob a sua disciplina. Admitir aqueles
de outras assembleias seria fazer uma exceção desconhecida no Novo Testamento.
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Quarto: um andar ordenado. A Mesa do Senhor é coextensiva com a disciplina da
igreja. É impossível observar apropriada e biblicamente a Ceia do Senhor na assem-
bleia se não houver disciplina bíblica (Veja Mateus 18:15-17; Romanos 16:17; 1
Coríntios 5:1-13; 10:16; 2 Tessalonicenses 3:6, 14-15; Tito 3:10-11). A assembleia
local deve ser unificada na verdade ou ela não pode observar corretamente o rito. Se
existem divisões ou cismas, a verdadeira participação é impedida. (1 Coríntios 10:16-
18; 11:17-20). Assim, um andar ordenado é um pré-requisito necessário.
Você está biblicamente preparado para observar esta Ordenança tanto no coração quanto
na mente?
ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos
ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!
Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!
Solus Christus! Soli Deo Gloria!
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.