9ano 00 Apostila Completa

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    www.portaledumusicalcp2.mus.br

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    Introduo

    Esta apostila fundamentada com base no Plano Poltico Pedaggico para Educao Musical elaborado pelo Colegiado do Departamento de Educao Musical do Colgio Pedro II. Nela esto organizados diversos contedos sugeridos para o 9 Ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de orientar as atividades de ensino e aprendizagem.

    Contedo programtico para o 9 ano:

    1. Elementos da msica O Som e seus parmetros As principais caractersticas ou parmetros do som O Silncio O que msica?

    2. Notao Musical Como se escrever msica? Escalas Naturais o modo maior e menor A linguagem das cifras (noes bsicas)

    3. A Notao Musical no Ocidente: uma Histria CLAVE: o que e para que serve? Durao quadro das duraes e suas pausas Pulso e compassos tipos de compassos Alguns sinais grficos utilizados para facilitar a escrita musical Sinais de repetio Sinais de intensidade Tipos de andamentos e sinais de andamento

    4. Estrutura e forma em msica Forma binria/ternria/rond Textura em msica

    5. Histria da Msica Ocidental A Msica Moderna e Contempornea

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    6. Histria da Msica Popular Brasileira

    Gneros e movimento musicais nacionais: O Teatro de Revista e a Msica A Histria do Samba A Era do Rdio A Histria do Carnaval A Bossa-Nova A Jovem Guarda O Tempo dos Festivais da Cano A Tropiclia Rock Nacional - O BRock dos Anos 1980 Novas Tendncias da Msica Popular Brasileira

    7. Hinos (Hino Nacional Brasileiro, Hino da Proclamao da Repblica e Hino dos Alunos do Colgio Pedro II).

    8. Leitura musical (pauta e cifras) e prtica instrumental:

    Tcnicas bsicas de canto: respirao, afinao e emisso.

    Tcnica bsicas da flauta doce soprano: sopro, respirao, digitao e postura.

    Tcnicas elementares e bsicas de instrumentos disponveis e a critrio do professor (sons corporais, por exemplo).

    Repertrio sugerido para o 9 ano em 2011 (baseado no contedo da Histria da Msica Popular Brasileira):

    Partido Alto (Chico Buarque) gnero: samba e partido alto

    Preciso Saber Viver (Roberto e Erasmo Carlos) gnero/movimento: Jovem Guarda

    Alegria Alegria (Caetano Veloso) gnero/movimento: Tropicalismo

    Sonfera Ilha (Tits) gnero/movimento: BRock Anos 80

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    O SOM E SEUS PARMETROS

    Voc j percebeu como o mundo est cheio de sons? Mas voc j parou para pensar o que o SOM? Pois bem, som tudo o que nossos ouvidos podem ouvir, sejam barulhos, pessoas

    falando ou mesmo msica! Os sons que nos cercam so expresses da vida, da energia e do universo em vibrao e movimento.

    Experimente fechar os olhos e ficar atento aos sons que nos cercam.

    Os cientistas nos ensinam que o som o resultado das vibraes das coisas. Tudo o

    que existe na natureza pode vibrar. Essas vibraes se propagam pelo ar ou por qualquer outro meio de conduo, chegam aos nossos ouvidos e so transmitidas ao crebro para que possam ser identificadas.

    A vibrao regular desses objetos produz sons com altura definida, em que voc percebe como uma nota musical. Esses sons so chamados de sons musicais. Por exemplo, os sons produzidos pela flauta doce ou outros instrumentos musicais.

    Flauta doce e teclado eletrnico

    J a vibrao irregular produz sons sem altura definida, em que voc no consegue distinguir a nota musical. Alguns desses sons so popularmente chamados de barulhos ou rudos. Por exemplo: o som de um avio ou de um liquidificador. Alguns instrumentos de percusso, como os tambores, tambm no possuem altura definida.

    E ento, percebeu como o silncio algo quase impossvel?

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    As principais caractersticas ou parmetros dos sons

    INTENSIDADE a propriedade que nos permite distinguir sons fortes e sons fracos. o grau de volume sonoro. A intensidade do som depende da fora empregada para produzir as vibraes.

    FORTE ou piano

    Algum gritando em um megafone e o canto de um pequeno pssaro so exemplos de sons fortes e fracos

    DURAO a propriedade que nos permite distinguir sons longos e sons curtos. Na msica o som vai ter sua durao definida de acordo com o tempo de emisso das vibraes.

    LOOOOOOOOOOOOOONGO ou CURTO

    ALTURA a propriedade do som que nos permite distinguir sons graves (som mais grossos), mdios e agudos (sons mais finos). A velocidade da vibrao dos objetos que vai definir sua altura. As vibraes lentas produzem sons graves e as vibraes rpidas produzem sons agudos.

    Agudo, Mdio ou Grave

    Curiosidade: a altura dos sons depende tambm do tamanho dos corpos que vibram. Uma corda fina e curta produz sons mais agudos que os de uma corda longa e grossa. Assim como uma flauta pequenina de tubo bem fino tambm produz sons mais agudos do que um instrumento de sopro com um tubo longo e grosso como a TUBA!

    Menina ao flautim e uma Tuba

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    TIMBRE a propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem. O timbre diferencia, personaliza o som. Por meio do timbre identificamos o que est produzindo o som. Por exemplo: quando ouvimos uma pessoa falar, um celular tocando ou mesmo um gatinho miando podemos saber qual fonte sonora produziu o som por causa do timbre.

    O Silncio

    Entendemos por silncio a ausncia de som, mas, na verdade, a ele correspondem os sons que j no somos capazes de ouvir. Tudo vibra, em permanente movimento, mas nem toda vibrao transforma-se em som para os nossos ouvidos!

    Existem sons que so to graves ou to agudos que o ouvido humano no consegue perceber. Alguns animais possuem a capacidade de emitir e at mesmo escutar esses sons! O elefante, por exemplo, emite infra-sons (sons muito graves), que podem ser detectados a uma distncia de 2 km! J o cachorro e o gato conseguem ouvir ultra-sons (sons muito agudos).

    O silncio algo complexo de experimentar: se ficarmos em silncio, em sala de aula, ainda assim ouviremos algum som.

    Psiu! Vamos experimentar?

    O elefante emite e ouve sons muito graves que ns no conseguimos ouvir!

    Curiosidade: um compositor norte-americano chamado John Cage (1912-1992) realizou uma experincia muito interessante: ele queria vivenciar a sensao de plenitude silenciosa e, em busca do silncio total, entrou uma cmara anecica, ou seja, uma cabine totalmente prova de sons. Aps alguns segundos, Cage concluiu que o silncio absoluto no existe, pois mesmo no interior da cmara anecica ele ouvia dois sons: um agudo, produzido por seu sistema nervoso, e outro grave, gerado pela circulao do sangue nas veias! Incrvel!

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    Homem dentro de uma cmara anecica

    O que Msica?

    A msica (palavra derivada do idioma grego e cujo significado a arte das musas) pode ser definida como uma sucesso de sons e silncios organizados com equilbrio e proporo ao longo do tempo.

    A msica uma criao essencialmente humana. uma prtica cultural presente em todo e qualquer grupo humano. No se conhece nenhuma civilizao ou grupo social que no tenha produzido ou possua manifestaes musicais prprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a msica pode ser considerada uma forma de arte: A ARTE DOS SONS!

    Cada grupo humano define msica de uma maneira muito prpria:

    Um grupo de msicos tradicionais chineses

    A msica uma linguagem que pode ser definida e interpretada de vrias maneiras, em sintonia com o modo de pensar e com os valores de cada poca ou cultura em que foi produzida. Muitos instrumentos musicais utilizados hoje, por exemplo, sequer existiam h tempos atrs. Na msica contempornea, por exemplo, comum utilizarmos rudos, sons considerados no musicais, fato inadmissvel na Idade Mdia!

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    Instrumento de pocas diferentes: o antigo alade e as guitarras eltricas modernas

    NOTAO MUSICAL

    Como se escrever msica?

    A msica uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a fala por meio de smbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a msica por meio de uma notao musical.

    Os sistemas de notao musical existem h milhares de anos. Cientistas j encontraram muitas evidncias de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na Mesopotmia por volta de 3.000 antes de Cristo!

    Sabe-se que outros povos tambm desenvolveram sistemas de notao musical em pocas mais recentes, como o caso da civilizao grega.

    Fragmento de antigo papiro grego com notao musical

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    Existem vrios sistemas de leitura e escrita que so utilizados para representar graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as msicas compostas antes do aparecimento dos meios de comunicao modernos pudessem ser preservadas e recriadas novamente. A escrita musical permite que um intrprete toque uma msica tal qual o compositor a prescreveu.

    O sistema de notao ocidental moderno o sistema grfico que utiliza smbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e equidistantes e que formam entre si quatro espaos.

    A pauta musical tambm chamada de PENTAGRAMA. Veja: _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________

    Contam-se as linhas e os espaos da pauta de baixo para cima. A nota que est

    num espao no deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que est numa linha ocupa a metade do espao superior e a metade do espao inferior.

    O elemento bsico de qualquer sistema de notao musical a NOTA, que representa um nico som e suas caractersticas bsicas: DURAO e ALTURA. Veja:

    Os sistemas de notao tambm permitem representar diversas outras

    caractersticas, tais como variaes de intensidade, expresso ou tcnicas de execuo instrumental.

    Para representar a linguagem falada voc usa as letras do alfabeto. J para

    representar os sons musicais voc usa as NOTAS MUSICAIS. O nosso sistema musical tem 7 (sete) notas.

    Elas formam a seguinte sequncia: D R MI F SOL L - SI Essa sequncia organizada de notas chamada de ESCALA. As escalas usadas no

    ocidente se organizam do som mais grave para o mais agudo e se repetem a cada ciclo de 7 notas:

    As notas musicais no teclado do piano

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    Escalas Naturais o modo Maior

    As escalas chamadas naturais so as que no possuem acidentes. Um bom exemplo a escala de D Maior. As sete notas so naturais, no possuem acidentes:

    D R Mi F Sol L Si

    Existe uma relao intervalar entre cada nota. Veja:

    Essa relao intervalar entre cada nota da escala a frma para criar as outras

    escalas maiores:

    Por exemplo, se quisermos comear uma escala em Sol, chamando-a de SOL Maior, a escala seria:

    A escala formada possui uma alterao, o F sustenido! Uma alterao de meio

    tom acima. Isso para que a relao entre os intervalos seja respeitada. s vezes ao invs de alterar a nota em meio tom para cima necessrio alterar meio tom para baixo. Veja a escala de F:

    Neste caso a nota alterada Si Bemol! Uma alterao de meio tom abaixo.

    As alteraes SUSTENIDO (#) e BEMOL (b) servem para ajustar as alturas dentro da frma convencionada para os chamados modos Maior e Menor.

    F Sol L Si b D R Mi F

    Sol L Si D R Mi F # - Sol

    OBS: Se quisermos restaurar o som da nota alterada, ou seja, se quisermos que o si bemol volte a soar como um si natural, colocamos um sinal chamado bequadro:

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    A Escala de L menor

    Se comearmos uma escala pela nota L criamos uma escala cujas relaes intervalares entre cada nota diferente daquela das escalas maiores. Veja:

    Esse o modelo para as chamadas Escalas do Modo Menor, ou seja a escala de L

    Menor!

    FORMAO DOS ACORDES

    Voc j aprendeu como se constri uma escala do modo maior. J sabe que a escala uma sequncia de alturas que se renova a cada ciclo de 7 notas. Em msica a escala representa a dimenso meldica. Com ela podemos criar melodias dentro de um modelo que respeita a frma escolhida. Se minha melodia est em Sol maior, ao aparecer uma nota f, ela ser alterada, ser portanto um f sustenido (f #). A outra dimenso da msica a dimenso harmnica. Alm da melodia, podemos formar blocos sonoros, ou seja, notas que soam ao mesmo tempo: a harmonia. Mas, o que vem a ser harmonia?

    Formao dos acordes (trades)

    Os acordes se formam pela sobreposio das notas de uma escala. Trade um acorde de 3 notas montado sobre uma escala, normalmente a diatnica, cujo exemplo a escala de D maior, com a sobreposio de duas teras (intervalos). Suas trs notas constituintes so a fundamental, nota mais grave e que d o nome ao acorde, a 3, tambm chamada nota modal, que determina o carter do acorde (maior ou menor) e a 5.

    Se tomarmos uma escala maior, podemos formar 3 tipos de trades. So elas:

    L Si D R Mi F Sol L T T T T T

    Harmonia: A harmonia pode ser entendida como uma relao vertical dos sons no pentagrama, enquanto a melodia se baseia na relao horizontal, sequencial, entre as notas. Uma harmonia um bloco sonoro resultante da sobreposio de diferentes notas musicais.

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    1. A trade que forma um acorde maior, chamado assim porque o intervalo entre a fundamental e sua tera de uma tera maior (intervalo de 2 tons). O intervalo entre a tera e a quinta nota da escala de 1 tom e meio nos acordes maiores;

    2. A trade que forma um acorde menor, chamado assim porque o intervalo entre a fundamental e sua tera de uma tera menor (intervalo de 1 tom e meio). O intervalo entre a tera e a quinta do acorde de 2 tons nos acordes menores;

    3. A trade diminuta que forma um acorde diminuto, chamado assim porque tanto o intervalo entre a fundamental e sua tera, quanto o intervalo entre a sua tera e quinta so menores (intervalos de 1 tom e meio).

    Veja os acordes formados na escala de D Maior:

    A LINGUAGEM DAS CIFRAS (noes bsicas)

    Existem outros tipos de escrita musical, como por exemplo, a linguagem cifrada muito usada para instrumentos harmnicos como o violo, a guitarra e o teclado (piano). As cifras so sinais que representam determinado acorde (posio) que o msico deve tocar para o acompanhamento de uma melodia. Para cada nota estabeleceu-se uma letra do alfabeto:

    Assim, se o msico tiver que tocar um acorde de D Maior, a cifra dever ser C. Acordes mais comuns

    D C R D Mi E F F

    Sol G L A Si B

    D Maior C D Menor Cm R Maior D R Menor Dm Mi Maior E Mi Menor Em F Maior F F Menor Fm

    Sol Maior G Sol Menor Gm L Maior A L Menor Am Si Maior B Si Menor Bm

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    Acordes com Sustenido So acordes de escalas que possuem alteraes (sustenidos). A escala de F

    sustenido formada meio tom acima da escala de F.

    F# = F Sustenido Maior C#m = D Sustenido menor Acordes com Bemol

    So acordes de escalas que possuem alteraes (bemis). A escala de Mi bemol formada meio tom abaixo da escala de Mi.

    Eb = Mi Bemol Maior Abm = L Bemol menor

    Exemplo prtico:

    Um acorde de D Maior = C , em sua trade. No violo ele tocado da seguinte maneira:

    J no teclado ele ser tocado da seguinte maneira:

    A Notao Musical no Ocidente: uma Histria O sistema de notao musical moderno teve suas origens nos NEUMAS (do latim:

    sinal), pequenos smbolos que representavam as notas musicais em peas vocais do chamado Canto Gregoriano, por volta do sculo VIII (cerca do ano 700 depois de Cristo).

    Inicialmente, esses neumas eram posicionados sobre as slabas do texto e serviam como um lembrete da forma de execuo para os que j conheciam a msica. Veja:

    Para resolver este problema as notas passaram a ser escritas em relao a uma linha horizontal. Isto permitia representar as alturas. Este sistema evoluiu at uma pauta de quatro linhas.

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    O monge catlico GUIDO DAREZZO

    Um desenho antigo retratando o monge Guido dArezzo

    Grande parte do desenvolvimento da notao musical deriva do trabalho do

    monge catlico italiano Guido dArezzo, que viveu no sculo X d.C. Ele criou os nomes pelos quais as notas so conhecidas atualmente (D, R, Mi, F, Sol, L, Si). Os nomes foram retirados das slabas iniciais do Hino a So Joo Batista. Segundo Kurt Pahlen (em Nova Histria Universal da Msica), o hino latino era usado naquela poca pelos meninos cantores para abrir seu canto, pedindo a S. Joo que lhes concedesse belas vozes. O sistema tonal ainda estava sendo desenvolvido. Guido dArezzo adotou uma pauta musical de quatro linhas. Depois do sculo XII foi adotado o pentagrama, isto , a pauta de cinco linhas que o padro desde ento.

    Hino a So Joo Batista

    Ut queant laxis, Resonare fibris, Mira gestorum, Famuli tuorum,

    Solve polluti, Labii reatum

    Sante Iohannes

    Traduo aproximada:

    Para que os vossos servos possam cantar livremente as maravilhas dos vossos feitos, tirai toda mcula do

    pecado dos seus lbios impuros. Oh, So Joo!

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    Mais tarde, a palavra Ut foi substituda pela slaba D, porque ela era difcil de ser falada. O Si foi formado da unio da primeira letra de Sancte e da primeira de Iohannes.

    CLAVE: o que e para que serve?

    A notao musical relativa e por isso, para escrevermos as notas na pauta precisamos usar CLAVES, espcie de chaves auxiliares.

    A clave indica a posio de uma das notas. Assim, todas as demais so lidas em referncia a essa nota. Cada tipo de clave define uma nota diferente de referncia. Dessa maneira, a "chave" usada para decifrar a pauta a clave, pois ela que vai dizer como as notas devem ser lidas. Se na 2 linha tivermos um sol, no espao seguinte teremos um l e na 3 linha um si.

    As notas so nomeadas sucessivamente de acordo com a ordem das notas da escala.

    Atualmente usam-se trs tipos de clave: de Sol, de F e de D.

    A clave de sol prpria para grafarmos as notas mais agudas, evitando o uso de

    linhas suplementares. A clave de f indicada para as notas mais graves. A clave de d mais usada para os sons mdios.

    A clave de sol indica que a nota sol deve ser escrita na segunda linha da pauta. A partir da nota sol podemos definir a posio de todas as outras notas:

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    DURAO

    Alm da indicao das alturas, necessitamos indicar tambm o tempo de emisso de cada nota, ou seja, quanto tempo ela vai durar. Para representar graficamente a durao do tempo dos sons (notas) na msica usamos sinais chamados FIGURAS DE DURAO. Elas nos indicam quanto tempo devemos emitir determinado som.

    Alm da durao da emisso das alturas tambm precisamos representar graficamente a durao do silncio na msica. Para isso usamos sinais chamados de PAUSAS. Esses sinais tm o mesmo valor das suas respectivas figuras. Para cada valor positivo temos um negativo correspondente. Veja o quadro a seguir:

    Quadro de duraes e suas pausas

    As figuras no possuem um valor (tempo) fixo. Elas so proporcionais entre si. A figura de maior durao a semibreve.

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    Pulso e compasso

    A msica possui um importante elemento: o pulso ou a pulsao. Uma pulsao regular pode ter acentuaes que se repetem de maneira regular. Veja a seguir:

    Acentos que se repetem a cada dois pulsos regulares:

    1______2______1______2______1______2______1______2

    Acentos que se repetem a cada trs pulsos regulares:

    1______2______3______1______2______3______1______2______3

    Acentos que se repetem a cada quatro pulsos regulares:

    1______2______3______4_______1______2______3______4

    Compasso uma frmula expressa em frao que determina a regularidade do pulso. Existem vrias frmulas de compasso como as que seguem:

    Compassos simples (fraes de compasso)

    Compasso simples aquele em que cada unidade de tempo corresponde durao determinada pelo denominador da frmula de compasso. Por exemplo: um compasso 2/4 possui dois pulsos com durao de 1/4 (uma semnima) cada. Os tipos mais comuns de compassos simples possuem o 4 no denominador (2/4, 3/4 ou 4/4).

    OBS:

    Veja o quadro da pgina 13. Observe as correspondncias entre as figuras de durao e

    os nmeros que a representam nos denominadores das fraes de compasso.

    Binrio Ternrio Quaternrio

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    Barras de compasso

    Barra ou travesso so nomes usados paras as linhas verticais que utilizamos para separar os compassos e facilitar a leitura das notas (durao e altura). As barras mais usadas so:

    Barra simples

    Separa cada compasso completo.

    Barra dupla

    Usada para indicar o fim de um trecho musical ou final da msica. Neste caso a segunda linha mais grossa. Veja:

    Alguns sinais grficos utilizados para facilitar a escrita musical:

    Ligadura

    uma linha curva que une duas ou mais notas, somando os seus valores. Usamos ligaduras somente em figuras de durao, nunca em pausas. Veja:

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    Ponto de aumento

    um ponto colocado direita da figura positiva ou negativa e que aumenta seu valor em sua metade. Veja:

    Linhas suplementares

    Ampliam o pentagrama ou a pauta musical. So linhas colocadas acima ou abaixo

    do pentagrama para indicar notas mais agudas ou mais graves. Veja:

    Sinais de repetio

    Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem

    repetio, ao invs de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos.

    Sinais de repetio mais comuns

    Da Capo - Voltar ao incio da msica. D.C.

    Da Capo ao Fim - Voltar ao incio e ir at a palavra Fine (Fim) ou barra dupla. D.C. al Fine ou D.C. ao Fim

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    Do Sinal (segno) ao Fim - Voltar ao sinal e ir at a palavra Fine (Fim) ou barra dupla.

    Do al Fine ou Do ao Fim

    Ao Segno (sinal) retornar ao sinal.

    Al Ritornello - Repetir o trecho marcado com a barra dupla com dois pontos.

    Ritornello com casa 1, 2, 3 etc... Repetir o trecho respeitando o compasso que deve ser tocado na segunda, na terceira, etc, repeties.

    Sinais de intensidade

    So sinais que indicam a fora com que cada nota deve ser tocada ou cantada. Os sinais de intensidade mais comuns so: pp = pianssimo, tocar muito leve, com pouqussima intensidade p = piano, tocar bem leve, com pouca intensidade mp = mezzo piano ou meio piano, tocar leve, com moderada intensidade mf = mezzo forte ou meio forte, tocar com fora moderada f = forte, tocar com fora ff = fortssimo, tocar com muita fora sfz = sforzando, intensificar subitamente a fora com que se toca determinadas notas Crescendo e decrescendo usa-se quando se quer um aumento gradativo da intensidade.

    Veja o trecho musical:

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    Tipos de andamento e sinais de andamento

    Os andamentos so as velocidades com que as msicas devem ser tocadas. Por tradio em italiano, as indicaes de andamento so colocadas geralmente no incio das partituras musicais, indicando a velocidade com que a msica deve ser interpretada. Tipos de Andamento Lentos Lento, Largo, Adgio Moderados Moderato, Andante, Andantino Rpidos Allegro, Vivo, Presto Sinais de andamento (aggica) So indicaes colocadas na partitura com o intuito de acelerar ou retardar a execuo do trecho musical. Veja:

    Acellerando deve-se acelerar o andamento. A sua abreviatura Acell. Rallentando deve-se retardar o andamento. A sua abreviatura Rall.

    Estrutura e Forma em Msica

    Reconhecendo as partes da msica e sua textura

    Toda vez que ouvimos, tocamos ou cantamos uma msica, percebemos que ela possui partes que se repetem ou partes que se contrastam.

    As cantigas de roda costumam ter uma ou duas partes com melodias simples e repetitivas muitas vezes. Cante e perceba:

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    A Canoa Virou A canoa virou Por deix-la virar Foi por causa da "Fulana" Que no soube remar Se eu fosse um peixinho E soubesse nadar Tirava a "Fulana" Do fundo do mar Nesta cano de roda a melodia se repete vrias vezes. Voc consegue se lembrar

    de outras canes desse tipo? Abre Alas (Chiquinha Gonzaga) Abre Alas que eu quero passar Abre Alas que eu quero passar Eu sou da lira no posso negar Rosa de Ouro quem vai ganhar! Ento, vamos ouvir algumas msica e perceber as suas partes? Se elas so

    parecidas ou diferentes? Quantas vezes se repetem? Quantos instrumentos esto tocando? Existem muitos sons soando ao mesmo tempo? Procure separar em partes as canes do repertrio trabalhado!

    Forma Binria (A B) Quando ao invs de repetir a melodia (a mesma idia musical), resolvemos criar uma parte contrastante, a msica passa a ter duas partes e ento chamamos essa estrutura de Forma Binria.

    A forma binria pode ser abreviada pelas letras A (primeira parte) e B (parte contrastante). Ento temos uma forma:

    A B

    Melodia A

    Melodia A se repete

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    Exemplo musical:

    Mame eu quero Mame eu quero Mame eu quero Mame eu quero mamar D a chupeta D a chupeta D a chupeta pro nenm no chorar Dorme filhinho do meu corao Pega a mamadeira e entra no cordo Eu tenho uma irm que se chama Ana De tanto piscar o olho J ficou sema pestana

    Forma Ternria (A B A)

    A forma chamada de ternria uma extenso da forma binria. Tambm possui uma parte inicial A (exposio) e uma parte contrastante, a parte B. A diferena que a msica termina com um retorno parte A. Assim representamos a forma ternria da seguinte maneira:

    A B A

    Um bom exemplo de forma ternria o Samba de uma nota s de Tom Jobim. Procure ouvir essa cano e perceba as suas partes!

    Forma Rond (A B A C A) Alm das formas binria e ternria temos ainda outra que ao invs de possuir

    somente uma parte contrastante, pode ter mais partes contrastantes. a chamada Forma Rond, que pode ser representada assim:

    A B A C A D A etc...

    Um exemplo de msica com esta forma a famosa Pour Elise de Beethoven. Procure ouvi-la e perceba a forma rond A B A C A.

    Parte A

    Parte B

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    Textura em Msica

    O que uma textura monofnica e textura homofnica?

    Chamamos de textura maneira como os sons so organizados numa msica. Quando ouvimos s uma pessoa cantando ou um nico instrumento soando, dizemos que a msica possui uma textura monofnica.

    Quando existem mais vozes cantando junto, formando um bloco sonoro nico, dizemos que esta msica possui uma textura homofnica. Um exemplo quando um cantor acompanhado por acordes feitos por um instrumento harmnico (violo ou piano).

    Pergunte ao seu professor ou professora quais msicas possuem essas caractersticas!

    Textura Polifnica

    Chamamos de polifonia quando uma melodia acompanhada de uma ou mais melodias simultneas. O auge do estilo polifnico se deu no Perodo Renascentista (meados do sc. XIV ao fim do XVI). Procure ouvir msicas desse perodo. Os estilos polifnicos mais conhecidos so o cnone e a fuga. Uma msica muito conhecida a cano Frre Jacques, um cnone.

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    Histria da Msica Ocidental

    A Msica Moderna e Contempornea

    O sculo XX um perodo marcado por mudanas em relao sonoridade, que resultaram da aplicao de novas tcnicas de composio e de instrumentos com sons inovadores e tecnolgicos.

    A primeira metade do sculo foi marcada pelas duas Grandes Guerras Mundiais.

    Ao lado do grande progresso tecnolgico pairava enorme instabilidade, em todos os aspectos. Nas artes surgiam novidades estticas, muitas delas caracterizadas por sentimento de revolta.

    Por volta de 1920, muitos pases j tinham emissoras de rdio atuantes, trazendo

    aos msicos uma nova e imensa audincia e, junto com o aperfeioamento dos discos, uma era de comercializao da msica de mbito internacional. O cinema, que teve incio nas primeiras dcadas do sculo XX, deu origem a uma nova forma de msica: a msica para o cinema.

    O incessante aperfeioamento de gravao e transmisso dos sons trouxe o

    microfone, os estdios de gravao, os gravadores portteis, os discos long-playing (LP), a fita cassete, os Compact Discs (CD), o MP3 e a demanda por novas profisses correlatas, como o engenheiro de som.

    Foi no sculo XX que surgiram os primeiros instrumentos eletrnicos como a

    guitarra eltrica e os sintetizadores. Esses instrumentos estiveram ligados numa primeira fase msica experimental erudita e posteriormente a gneros populares como o Pop e o Rock. Outros gneros musicais tambm absorveram essa tecnologia, incorporando as novas sonoridades. Alguns gneros como o Hip Hop j nasceram como filhos dessa nova tecnologia.

    Voltemos a nossa ateno para os primrdios do sculo XX: poca de efervescncia

    de ideias sobre novos caminhos em todas as artes, claro que a produo musical erudita tambm aderiu a transformaes estticas. Surgiram tendncias e experimentalismos que procuravam superar os limites do sistema tonal (baseado nas escalas Maiores e menores) que predominava na msica europeia desde o Perodo Renascentista. Nos finais do sculo XIX a msica impressionista surgiu na Frana, com o uso de escalas diferentes, algumas de origem oriental, dando um resultado harmnico extico. Em Viena, j no incio do sc. XX, o expressionismo na pintura desafiava a noo tradicional de beleza, influenciando compositores que tambm resolveram abolir a tonalidade, nascendo a msica atonal, dodecafnica ou serial (baseia-se numa srie qualquer de doze sons naturais e alterados). Muitas outras vertentes surgiram impulsionadas pelos avanos cientficos e tecnolgicos: msica concreta (sons de diversas naturezas gravados isoladamente e depois montados

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    segundo a inteno do compositor), msica eletrnica (uso de sons gerados por aparelhos eletrnicos, registrados em fita magntica para posterior trabalho de montagem), msica aleatria (os elementos do acaso e de indeterminao figuram no ato da execuo musical), msica estocstica (uso de clculo das probabilidades matemticas efetuado atravs de mquinas eletrnicas), e muito mais...

    As partituras musicais foram sendo adaptadas, como o exemplo de trecho da obra

    Metastasis do compositor grego Iannis Xenakis (1922 2001), que tambm era arquiteto e matemtico. Veja abaixo:

    O JAZZ E SUA INFLUNCIA O jazz nasceu por volta de 1890, na cidade de Nova Orleans, no sul dos EUA,

    combinando ritmos da msica africana com sons e instrumentos da msica europeia. Estilo totalmente novo, rapidamente espalhou sua influncia pelo mundo todo, tanto na chamada msica erudita quanto na popular. Com a vitria na 1 Grande Guerra Mundial, Paris, cheia de soldados americanos, encantou-se com as jazz-bands que os soldados divulgaram.

    Em fins dos anos 20, Pixinguinha organizou o conjunto Oito Batutas, do qual faziam parte ele prprio, Jos Alves, Lus Silva, Jac Palmieri, China (seu irmo), Nelson Alves, Joo Pernambuco, Raul Palmieri e Donga. O conjunto foi a Paris e fez enorme sucesso com a dana do maxixe. E voltaram ao Brasil com as influncias das jazz-bands: baterias, mais sopros, banjos, etc.

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    Uma das formaes do conjunto Oito Batutas: Pixinguinha est ao centro, com seu saxofone.

    Os gneros do jazz daquela poca eram o shimmy, o charleston, o black-

    botton e, sobretudo o fox-trot. Este ltimo adaptou-se msica brasileira sob a forma de fox-cano, produzindo algumas das mais importantes obras da MPB, como Nada Alm, de Mrio Lago e Custdio Mesquita, lanada em 1938.

    Compositores como Debussy, Stravinsky e Ravel usaram livremente a influncia

    jazzstica em suas obras.

    Alguns Compositores

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    Claude Debussy (1862-1918) compositor francs. Foi um renovador da linguagem harmnica, cujo vocabulrio aumentou graas a novas concepes na formao e encadeamento dos acordes. Encantou-se com as artes orientais e a msica javanesa que ele conheceu durante a Exposio Universal de Paris (1889). Tinha estreito contato com os pintores impressionistas. Sua obra mais conhecida Preldio para a tarde de um Fauno.

    Arnold Schoenberg (1874-1951) compositor austraco de msica erudita e criador do dodecafonismo, um dos mais revolucionrios estilos de composio do sculo XX. Uma de suas obras mais famosas a intrigante Pierrot Lunaire (1912): um conjunto de 21 peas com a durao de cerca de um minuto e meio cada uma, atonais e irnicas.

    Igor Stravinsky (1882-1971) compositor russo. Foi um dos mais importantes compositores do sculo XX, fazendo parte da lista divulgada pela prestigiosa revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do sculo. Sua carreira como compositor foi notvel por sua diversidade. Sua obra mais emblemtica a revolucionria Sagrao da Primavera, um bal com ritmo violento e justaposies de blocos sonoros. A obra causou um verdadeiro impacto na sua primeira apresentao em Paris (1913). Pessoas da plateia que detestaram a novidade lutaram com outras que se deslumbraram com o espetculo! Loucuuuura!

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    O MODERNISMO NO BRASIL As novas tendncias nas artes e na literatura tiveram grande repercusso no Brasil,

    onde j havia jovens inquietos contra o academicismo reinante e submisso aos padres estticos europeus. Esses rebeldes se uniram em um empreendimento interdisciplinar que culminou na Semana da Arte Moderna de 1922, em So Paulo. Da rea musical participaram a grande pianista Guiomar Novaes e Villa-Lobos, o compositor brasileiro de maior prestgio internacional. A Semana foi um manifesto contra o passado e contra seus preconceitos e tabus. Foi quando se criou o Movimento Antropfago (ou Antropofgico), cujo objetivo era devorar todas as artes, com o fim de as assimilar. Bem mais tarde, nos anos 60, jovens da MPB reeditaram a simbologia Antropofgica em um movimento que foi batizado de Tropicalismo.

    Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 05/03/1887 Rio de Janeiro, 17/11/1959) Tocava violoncelo em cinemas, teatros e cafs. Tambm tocava violo em rodas populares de Choro. Dos 18 aos 26 anos aventura-se pelo Norte, Centro e Sul do Brasil, tocando, compondo e recolhendo impresses sonoras que usar em suas futuras composies. Em Paris regeu suas prprias obras com enorme sucesso. Sua msica mistura materiais tipicamente brasileiros dentro de formas prprias da msica clssica. Ele foi capaz de juntar na mesma obra o estilo de J. S. Bach (compositor do barroco alemo) e instrumentos exticos, como nas Bachianas Brasileiras.

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    Histria da Msica Popular Brasileira Nossa msica riqussima em estilos, gneros e movimentos. A partir do sculo XX a produo musical se diversificou, acompanhando as inmeras novidades tcnicas que foram surgindo: desde a gravao sonora que permitiu o registro das msicas, at o rdio, a televiso e a internet. Vamos fazer um breve passeio por essa histria!

    Gneros e Movimentos musicais nacionais

    A Histria do Samba

    Origem da palavra SAMBA

    O nome samba , provavelmente, originrio da palavra angolana semba, um ritmo religioso, que significa umbigada, devido forma como era danado. O primeiro registro da palavra "samba" aparece na Revista O Carapuceiro, de Pernambuco, em 3 de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama escreve contra o que chamou de "samba d'almocreve".

    O Samba uma das principais formas de msica com razes africanas criadas no Brasil. O samba carioca possivelmente recebeu muita influncia de ritmos da Bahia, com a transferncia de grande quantidade de escravos para as plantaes de caf no Estado do Rio, onde ganhou novos contornos, instrumentos e histrico prprio, de forma tal que o samba moderno, como gnero musical, surgiu no incio do sculo 20, na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente na Praa Onze, reduto que ficou conhecido como a Pequena frica, por conter uma enorme populao de afrobrasileiros.

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    A Deixa Falar

    Fundada em 1928 no Estcio, a Deixa Falar considerada a primeira Escola de Samba. Os bambas do Estcio criaram um novo tipo de carnaval para tentar acabar com a violncia nos blocos e cordes, reduto dos folies afrodescendentes. Os sambistas do Estcio estavam cansados de apanhar da polcia, conta Maria Thereza, bigrafa de Ismael Silva, o mais emblemtico desses bambas.

    O incio das Escolas

    As primeiras agremiaes no tinham enredo ou samba definidos. Os mestres de canto puxavam os versos e os folies repetiam, mostrando ao pblico duas ou trs msicas compostas durante o ano. A grande novidade da Deixa Falar foi incluir instrumentos de percusso nos desfiles. Isso porque at meados dos anos 20, os sambas eram acompanhados apenas por violes, pandeiros, violinos e at castanholas.

    Ismael Silva

    Em entrevista ao jornal Correio da Manh nos anos 60, Ismael Silva explicou a origem do nome Deixa Falar: Naquela poca, existia uma grande rivalidade entre os blocos e todos se achavam superiores. O pessoal do Estcio dizia: --"Deixa falar!". Eles achavam que os sambistas de l eram melhores e no admitiam que ningum pudesse diminu-los. Sobre a origem do termo Escola de Samba, Ismael esclareceu: Perto da nossa sede ficava a Escola Normal para mulheres. L as professoras ensinavam a cozinhar e na Deixa Falar a gente ensinava o samba. Ficou ento escola de samba.

    As primeiras msicas de carnaval Antigamente no era costume os compositores criarem msicas especialmente para o carnaval. A primeira compositora a fazer uma msica especialmente para o carnaval foi Chiquinha Gonzaga, que criou a marchinha Abre Alas em homenagem ao rancho Rosa de Ouro.

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    A pioneira Chiquinha Gonzaga

    As Primeiras gravaes (o fongrafo) O primeiro fongrafo, inventado por Edison, chegou ao Brasil ainda no sculo XIX. O pioneiro em gravar os sons (discursos, falas e posteriormente msicas) no Brasil foi Fred Figner, um imigrante Tcheco, de origem judaica que fundou a primeira gravadora brasileira, a Casa Edison. Em 1902 A Casa Edison iniciou a gravao musical no pas, gravando inmeras obras entre maxixes, polcas, lundus e choros.

    Thomas Edison e sua genial inveno

    O primeiro samba gravado: Pelo Telefone O primeiro samba carnavalesco foi gravado em 1917 pela Casa Edison (veja o selo do

    disco abaixo). Pelo Telefone foi registrado por Donga e Mauro de Almeida, sambistas

    frequentadores da casa da Tia Ciata onde o samba foi composto, fato que deu origem a uma grande briga pelos direitos autorais, j que outros sambistas da poca

    reivindicaram sua autoria, como o caso do compositor Sinh.

    O selo do disco de 1917

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    A Era do Rdio

    Entre 1940 e 1950, a msica popular brasileira viveu um momento de especial riqueza, tendo como principal meio de difuso o Rdio. Inmeros artistas (compositores e cantores) tornaram-se famosos com os programas de auditrio levados aos ouvintes pelas ondas do rdio.

    Naquela poca, no havendo televiso, os jovens brasileiros estavam sintonizados diariamente s principais emissoras de rdio, cujos prefixos sempre iniciavam com um PR (de prefixo). A primeira rdio brasileira foi a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro (cujo prefixo era PRA-A), que entrou no ar em 1923. O pioneiro do rdio no Brasil foi Roquette Pinto.

    A partir dos anos 1940 comearam a aparecer outras emissoras como a Rdio Mayrink Veiga e a Rdio Nacional. Esta ltima se tornou a mais popular de todas, principalmente por causa da programao musical, por conta dos famosos programas de auditrio apresentados por Ary Barroso e Csar de Alencar, entre outros.

    Ary Barroso, o mais famoso apresentador e radialista

    brasileiro foi tambm um grande pianista e compositor de sambas e canes inesquecveis como Aquarela do Brasil

    A Rdio Nacional, entre outros programas famosos, teve em sua programao o

    lendrio programa PRK-30, comandado por Lauro Borges e Castro Barbosa.

    Auditrio lotado na Rdio Nacional

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    Cantores e cantoras: os dolos do rdio no Brasil

    O Rdio brasileiro lanou inmeros artistas, entre compositores e cantores. Nas

    fotos abaixo podemos ver alguns deles: Emilinha Borba, Carmen Miranda, Orlando Silva, Slvio Caldas e Francisco Alves.

    Trs grandes dolos do Rdio brasileiro: Carmen Miranda, Emilinha Borba e Chico Alves

    A Histria do Carnaval

    Todo mundo acha que o Carnaval uma festa tipicamente brasileira. Mas toda

    essa farra teve sua origem h muito tempo atrs... O Carnaval tem sua origem associada aos cultos agrrios da Grcia antiga (cerca do sculo V a.C.). Com o surgimento da agricultura, os homens passaram a comemorar a fertilidade do solo e as colheitas, a cada ano que chegava. Foi desse tipo de comemorao que surgiram os festejos do carnaval.

    Ao longo dos sculos seguintes essa tradio se espalhou pela Grcia, Roma e por toda a Europa medieval. A separao da sociedade em classes fazia com que houvesse a necessidade de vlvulas de escape. Foi na Idade Mdia que sexo e bebida passaram a fazer parte das festas.

    Em seguida, o Carnaval chegou cidade de Veneza, Itlia, para, ento, se espalhar

    pelo mundo. Diz-se que foi l que a festa tomou as caractersticas atuais: mscaras, fantasias, carros alegricos, desfiles...

    Tipo de programao das rdios na poca: A programao das rdios como a Nacional consistia em programas de msica, rdio-novela, programas de humor, programas esportivos, todos realizados ao vivo em seus auditrios abertos ao pblico. Na programao musical, os cantores se apresentavam acompanhados de orquestras ou conjuntos musicais, muitas vezes com o auditrio lotado. A Rdio Nacional foi responsvel pelo sucesso de inmeros artistas, entre cantores e compositores.

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    Mscaras Venezianas

    O Carnaval Cristo passou a existir quando a Igreja Catlica oficializou a festa, em

    590 d.C. Antes dessa data, a instituio condenava a festa por seu carter pecaminoso. No entanto, as autoridades eclesisticas da poca se viram num beco sem sada, pois j no era mais possvel proibir o Carnaval. Foi ento que houve a imposio de cerimnias oficiais srias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa batia de frente com a principal caracterstica do Carnaval: o riso, o deboche, a brincadeira...

    O Carnaval no Brasil

    O Carnaval brasileiro surgiu em 1723, com a chegada dos portugueses das Ilhas da Madeira, Aores e Cabo Verde. A principal diverso dos folies, naquele tempo, era jogar gua uns nos outros. Dava-se a essa manifestao o nome de Entrudo.

    O que era o Entrudo? Espcie de manifestao popular relacionada aos festejos do carnaval. Sua

    caracterstica principal era: Folies fantasiados, principalmente escravos ou pessoas de camadas sociais baixas, correndo pelas ruas da cidade sujando uns

    aos outros com farinha, gua ou limes de cheiro.

    Cena do Entrudo (J. B. Debret) Limes de cheiro

    Os limes de cheiro eram feitos de cera, que variavam da gua pura ao melhor perfume, do mais simples ao mais enfeitado, vendidos em tabuleiros, por

    moleques, ao preo de 20 a 200 ris cada um.

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    E Dom Pedro II probe os excessos...

    O Entrudo passou a significar coisa incivilizada nos tempos imperiais. As ruas acabavam ficando imundas depois das tais batalhas de limes e farinha. Muitos folies acabavam jogando, alm de gua e perfume, urina e outros excrementos. Por causa disso, o imperador D. Pedro II proibiu o entrudo em todo o Imprio.

    Os primeiros cordes, ranchos e bailes

    O primeiro registro de baile carnavalesco no Rio de Janeiro de 1840. Ao

    receberem informaes sobre as festas carnavalescas da Europa, as elites cariocas resolveram criar o seu prprio carnaval, organizando bailes em hotis famosos da cidade como o Hotel Itlia, na atual Praa Tiradentes. Nesses bailes, danavam-se ritmos importados como a valsa, a polca e schottisches. Tambm eram moda as mscaras ao estilo dos carnavais de Veneza.

    Depois surgiram as primeiras Grandes Sociedades Carnavalescas, formadas pela elite social, que saam pelas ruas em carros alegricos. Em contrapartida, as camadas humildes da sociedade tambm comeavam a organizar seu carnaval na forma de Ranchos e Cordes.

    As Grandes Sociedades saam em carros pelas ruas

    Com o passar do tempo o carnaval foi sofrendo modificaes at os dias atuais. Hoje o carnaval possui caractersticas prprias em cada regio do pas. No passado... Desfile das Grandes Sociedades

    Desfile dos Ranchos

    Desfile dos Cordes

    Desfiles das Primeiras Escolas de samba

    Hoje... Desfile das Escolas de Samba

    Desfile de Blocos Carnavalescos

    O Carnaval Nordestino (Trios Eltricos e

    Micaretas, Blocos Afro, Maracatus e

    Orquestras de Frevo)

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    A Bossa Nova Oficialmente, podemos dizer que a Bossa Nova comeou num dia de agosto de 1958, quando chegou s lojas de discos um disco duplo de 78 rotaes, do selo ODEON, do cantor e violonista Joo Gilberto. O disco um marco, pois trazia a msica que dava ttulo ao LP, Chega de Saudade (de Tom Jobim e Vincius de Moraes).

    Joo Gilberto hoje uma dos mais conhecidos artistas brasileiros, justamente porque sua trajetria se confunde com o gnero Bossa Nova. Sua inovadora batida de violo e seu jeito coloquial de cantar so caractersticas incorporadas ao gnero musical que se tornou um smbolo do Brasil no exterior.

    Antes de lanar seu disco, Joo j havia participado, com seu violo moderno,

    de outro importante disco do novo gnero. Trata-se de Cano do Amor Demais, da cantora Elizeth Cardoso. A cano que dava ttulo ao disco tambm era de Tom e Vincius, considerados os papas da Bossa Nova.

    A capa do disco Chega de Saudade de Joo Gilberto, com a cano de Tom Jobim (ao piano) e Vincius de Moraes, seu parceiro poeta e diplomata

    Tom Jobim e Vincius de Moraes deixaram uma obra vastssima com msicas que hoje so grandes sucessos: Garota de Ipanema, Chega de Saudade, Cano do amor demais, Se todos fossem iguais a voc, Eu sei que vou te amar, entre outras. Tom teve outros parceiros tambm. Newton Mendona autor da letra em Samba de uma nota s e Desafinado, dois grandes sucessos do gnero. importante registrar o famoso show do Carnegie Hall em Nova Iorque, quando Tom Jobim e Vincius de Moraes, ao lado de outros artistas, apresentaram suas canes Amrica. O show rendeu diversos convites de trabalho e abriu as portas para a msica brasileira. Frank Sinatra passou a gravar vrios sucessos da dupla brasileira, como Garota de Ipanema, a msica mais gravada em todo o mundo.

    Vincius o Filme A montagem de um pocket show em homenagem a Vincius de Moraes por dois atores (Camila Morgado e Ricardo Blat) o ponto de partida para reconstituio de sua trajetria. O documentrio mostra a vida, a obra, a famlia, os amigos, os amores de Vincius de Moraes, autor centenas de poesias e letras de msica. A essncia

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    criativa do artista e filsofo do cotidiano e as transformaes do Rio de Janeiro atravs de raras imagens de arquivo, entrevistas e interpretaes de muitos de seus clssicos. A direo de Miguel Farias. Vale ver e conferir!

    O filme Vincius conta a histria do poeta da Bossa Nova

    Outros artistas da Bossa Nova A Bossa Nova um gnero musical que j comemorou seus 50 anos de atividades! Ainda est viva na produo contempornea. Muitos artistas brasileiros mantm seu trabalho atrelado ao gnero, como o caso de Roberto Menescal um dos mais influentes artistas ligados Bossa Nova. Produtor, arranjador, compositor (O Barquinho), cantor e violonista (guitarrista) um dos mais ativos representantes do gnero no Brasil e no mundo.

    Roberto Menescal Carlos Lyra um dos grandes compositores do gnero. autor das msicas de um importante espetculo chamado Pobre Menina Rica, que realizou com Vincius de Moraes. Wanda S a cantora, compositora e violonista tem atuado ao lado de Menescal, no Brasil e no mundo, principalmente no Japo. Joyce a compositora, violonista e cantora tambm garantiu seu nome no seleto time da Bossa Nova. Atua no Brasil e no exterior, sempre com muito sucesso. Tamba Trio um dos mais importantes conjuntos de Bossa Nova. Conjunto formado pelo j falecido Luiz Ea (piano, voz e arranjos), Bebeto Castilho (contrabaixo, flauta, sax e voz) e Hlcio Milito (bateria, percusso e voz). Primeiro grupo estvel de msica instrumental, que tocava bossa nova e que exerceu substancial influncia nos padres de execuo musical fora do canto e do violo. Johnny Alf o pianista, compositor e cantor considerado um precursor da Bossa Nova, pelo estilo de tocar seu piano moderno.

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    A Jovem Guarda A Jovem Guarda foi um gnero musical surgido na metade dos anos 60. Foi o equivalente nacional ao movimento liderado pelos Beatles, banda inglesa surgida nos anos 1960, mesclando letras romnticas e descontradas com guitarras eltricas, ditando um novo comportamento voltado para a juventude: a moda das calas Saint Tropez, das minissaias, dos cabelos compridos para os rapazes, das blusas com babados e das grias como uma brasa mora, brotinho, papo firme, entre outras.

    As roupas, as grias foram novos comportamentos criados

    pelos artistas do movimento Jovem Guarda

    O gnero tem esse nome devido ao programa homnimo que reunia as maiores estrelas do movimento, como Ronnie Von, Martinha, Eduardo Arajo, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani e as bandas Os Incrveis, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys e The Fever. Apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlia (Calhambeque, Tremendo e Ternurinha), fez um grande sucesso entre o pblico jovem, impulsionando a venda de produtos relacionados marca e esttica da Jovem Guarda.

    Entre os sucessos da Jovem Guarda esto: Quero Que V Tudo Pro Inferno e O Calhambeque (Roberto Carlos); Festa de Arromba (Erasmo Carlos); Biquni de Bolinha Amarelinha (Celly Campello e Ronnie Cord); O Bom (Eduardo Arajo). O programa Jovem Guarda estreou em 1965 e terminou em 1969. Junto tambm terminou o movimento da Jovem Guarda, que perdeu muita fora na poca para a Tropiclia. Segundo Erasmo Carlos: A Tropiclia era uma Jovem Guarda com conscincia das coisas, e nos deixou num branco total. O movimento i-i-i e suas guitarras eltricas influenciaram tanto a Tropiclia quanto a msica da MPB dos anos 70 at os dias de hoje.

    Os quatro garotos de Liverpool (The Beatles) foram

    uma grande inspirao para a juventude brasileira

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    O trio principal do movimento: Roberto Carlos, Wanderlia e Erasmo Carlos

    O Tempo dos Festivais da Cano Os Festivais da Cano, que tiveram seu auge no fim dos anos 60, foram eventos musicais que possuam um apelo similar a de uma final de Copa do Mundo dos dias de hoje, tamanha era a mobilizao da populao que, literalmente, vestia a camisa de seu cantor e/ou msica preferida, comportando-se como um verdadeiro torcedor.

    Em abril de 1965 ocorreu o primeiro festival de msica popular brasileira transmitido pela TV Excelsior, de So Paulo. Devido ao sucesso retumbante, a emissora promoveu, no ano seguinte, a segunda edio do evento, novamente cercado de pleno xito. Foi to grande a repercusso que a TV Record (SP) tambm decidiu investir no modelo e criou o seu prprio festival, ainda no ano de 1966. Em 1967 foi realizado o III Festival de Msica Popular Brasileira, pela TV Excelsior, a verso mais famosa de todas, que revelou vrios novos compositores e intrpretes que acabaram escrevendo um pouco da histria da msica brasileira, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elis Regina.

    Paralelamente aos festivais paulistas, a ento iniciante TV Globo lanou o Festival Internacional da Cano (FIC), que tinha o seu maior destaque na eliminatria brasileira, tambm lanando nomes definitivos na nossa msica, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Raul Seixas, Beth Carvalho e muitos e muitos outros. O que se cantava na dcada de 1960?

    Ao falar-se em msica brasileira da dcada de 60 deve-se pensar em quatro gneros: Jovem Guarda, Bossa Nova, Tropiclia e MPB, que, por sua vez, eram divididos em dois grupos: os alienados (Jovem Guarda e Bossa Nova) e os engajados (MPB e Tropiclia).

    Elis Regina, Jair Rodrigues, Nara Leo e Chico Buarque:

    artistas que se consagraram nos Festivais

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    A Msica de Protesto

    A palavra festival vem do latim festivitas, que significa tanto um dia de festa quanto uma maneira engenhosa de dizer. E essa maneira engenhosa faz-se muito presente nos festivais da dcada de 1960, precisamente pelo carter crtico ditadura militar vigente no perodo.

    Alguns artistas se empenharam em produzir obras que pudessem expressar o momento poltico de ento. Ficaram conhecidos como o grupo da msica de protesto. Exemplo emblemtico a msica Para no dizer que no falei de flores (Caminhando) de Geraldo Vandr, que at hoje cantada nas passeatas e manifestaes polticas, principalmente as da classe dos estudantes. Ela concorreu no III FIC, em 1968, pouco antes da vigncia do Ato Institucional nmero 5 (AI-5), instrumento legal que decretou censura absoluta aos meios de comunicao e nas manifestaes artsticas, sobretudo a msica. De certa forma, o AI-5 decretou, tambm, o fim dos festivais.

    Vandr interpretando Caminhando no III FIC

    A Censura e o declnio dos Festivais

    A ao da censura durante o regime militar, como j foi visto, foi a grande responsvel pelo declnio e fim dos festivais. Curiosamente, iniciou-se um perodo muito frtil na msica brasileira, j que os compositores, diante da necessidade de driblar a censura, criaram inmeras letras de fundo poltico traduzidas em metforas poticas. Mas logo no incio do AI-5, a situao ficou insustentvel. Chico Buarque, depois de preso e interrogado autoexilou-se na Itlia. Caetano e Gil no tiveram a mesma sorte. Depois de presos por um tempo, foram obrigados a abandonar o pas.

    A Tropiclia

    O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da msica popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, alm das participaes da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Z, da banda Mutantes, e do maestro Rogrio Duprat. A cantora Nara Leo e os letristas Jos Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve tambm o artista grfico, compositor e poeta Rogrio Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.

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    A foto da capa do disco-emblema do movimento:

    Tropiclia - Panis et Circenses

    Os tropicalistas deram um histrico passo frente no meio musical brasileiro. A msica brasileira ps-Bossa Nova e a definio da qualidade musical no pas estavam cada vez mais dominadas pelas posies tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados esquerda. Contra essas tendncias, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra eltrica.

    Caetano, Gil e os Mutantes no III FIC

    Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informaes da

    vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogrio Duprat, Jlio Medaglia e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo esttico, as idias tropicalistas acabaram impulsionando a modernizao no s da msica, mas da prpria cultura nacional.

    Fonte de pesquisa: www.tropicalia.com.br

    Rock Nacional (O BRock dos Anos 1980)

    O rock brasileiro da dcada de 80 tambm considerado por muitos como pop rock nacional dos anos 80. Foi um movimento musical que surgiu j no incio daquela dcada. Ganhou o apelido de BRock do jornalista Nelson Motta. O BRock se caracterizou por influncias variadas, indo desde a chamada new wave, passando pelo punk e pela msica pop emergente do final da dcada de 70. Em alguns casos, tomou por referncia ritmos como o reggae e a soul music. Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, no deixando de abordar claro algumas temticas sociais.

    O grande diferencial das bandas deste perodo era a capacidade de falar sobre estes assuntos sem deixar a msica tomar um peso emocional ou poltico exagerados.

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    Fora a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia, outra caracterstica marcante do movimento. Outra particularidade tpica foi o visual prprio da poca; cabelos armados ou bastante curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos e a unissexualidade de tudo isso, herana direta do Glam Rock de Marc Bolan, David Bowie e seus discpulos, como o Kiss e o The Cure.

    O Rock in Rio foi um dos grandes eventos que impulsionaram o BRock

    Tudo comeou com o aparecimento de bandas como a Gang 90, seguida por

    sua contrapartida carioca, a Blitz e seu grande sucesso "Voc no soube me amar". O auge da Blitz aconteceu em 1985, no show do Rock in Rio. Liderada por Evandro Mesquita, a banda tinha como caracterstica marcante as performances teatrais no palco, que se tornaram grandes brincadeiras responsveis pela animao coletiva do pblico que comparecia aos shows.

    O Circo Voador, ainda na praia do Arpoador, foi idealizado por Perfeito Fortuna, tornando-se o

    bero de muitas bandas de sucesso

    Outro marco importante do BRock foram os shows no Circo Voador, local que

    se tornou o bero de vrias bandas que estouraram naquela poca, que revelaram Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Os Abboras Selvagens, Gang 90, Baro Vermelho, entre outras. Destas, as que tiveram mais destaque (e continuam tocando e fazendo relativo sucesso at hoje) so os Paralamas, Kid Abelha e Baro Vermelho.

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    Novas Tendncias da Msica Popular Brasileira FUNK CARIOCA

    O funk carioca, diferente do norte-americano, um tipo de msica eletrnica originado nas favelas do Rio de Janeiro, derivado do Miami Bass, devido sua batida rpida e aos vocais graves.

    Ao longo da nacionalizao do funk, os bailes - at ento, realizados nos clubes dos bairros das periferias da capital e regio metropolitana - expandiram-se cu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam, disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge DJ Marlboro, um dos vrios protagonistas do movimento funk.

    DJ Marlboro, um cone do funk carioca

    Com o tempo, o funk ganhou grande apelo dentre os marginalizados - as msicas tratavam o cotidiano dos frequentadores: abordavam a violncia e a pobreza das favelas. H ainda os funks chamados de proibides, cujas letras que exaltam o crime organizado (trfico de drogas) ou tratam de temas pornogrficos. MANGUE BIT (MANGUE BEAT)

    Mangue beat (tambm grafado como mangue bit) um movimento musical que surgiu no Brasil na dcada de 90 em Recife que mistura ritmos regionais com rock, hip hop, maracatu e msica eletrnica.

    Chico Science, um dos mais importantes criadores do Mangue Bit

    Esse estilo tem como cone o msico Chico Science, ex-vocalista, j falecido, da banda Chico Science e Nao Zumbi, idealizador do rtulo mangue e principal divulgador das idias, ritmos e contestaes do Mangue Bit. Outro grande responsvel

  • 45

    pelo crescimento desse movimento foi Fred 04, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro manifesto do Mangue de 1992, intitulado "Caranguejos com crebro". A CENA DOS BLOCOS SHOW No final dos anos 1990, comea a surgir um movimento de revitalizao do carnaval carioca, com a profissionalizao de blocos que passam a formar batuqueiros dentro de uma concepo inspirada na aprendizagem dos mestres de bateria das Escolas de Samba.

    O pioneiro nesse processo o MONOBLOCO. Com formao de escola de samba, o grupo carnavalesco criado no ano 2000 pelo grupo Pedro Lus e A Parede - mistura samba, batucada coco, funk e charm. Sai com uma bateria de cerca de 120 batuqueiros, comandados pelo maestro Celso Alvim.

    O Monobloco, com seus 120 integrantes, em cena na Fundio Progresso

    A partir da foram surgindo muitos outros blocos como o Bangalafumenga, o

    Empolga s 9, o Quizomba, o Cordo do Boitat, o Mulheres de Chico (grupo s de mulheres que interpreta somente msicas de Chico Buarque) e a Orquestra Cu na Terra, que toca marchinhas do passado e do presente.

    O Mulheres de Chico e a Orquestra Popular Cu na Terra, novidades da cena musical carioca

    Elaborao e edio da apostila

  • 46

    Prof Mnica Leme (edio final, textos para 9 Ano Elementos da Msica e Histria

    da Msica)

    Prof Milena Tibrcio (pesquisa e textos Elementos da Msica)

    Prof Isabel Cristina P. Campos (pesquisa, textos e reviso final) Prof Mnica Repsold (formatao final)

    Carolina Couto (Ilustraes da capa)

    Referncias Bibliogrficas BENNETT, Roy. Forma e Estrutura na Msica. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1986. BENNETT, Roy. Como Ler uma partitura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. BENNETT, Roy. Elementos bsicos da msica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. GROUT, D. J & PALISCA, C. V. Histria da Msica Ocidental. Lisboa: Gradiva, 2001. MASSIN, Brigitte e Jean. Histria da Msica Ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

    1998. SCHAFER, Murray R. O Ouvido Pensante. So Paulo: UNESP, 2003. SCLIAR, Esther. Elementos de Teoria Musical. So Paulo: Novas Metas, 1985. SWANWICK, Keith. Ensinando msica musicalmente. Rio de Janeiro: Editora Moderna,

    2003. VENEZIANO, Neyde. O teatro de revista. In: O TEATRO atravs da histria. Rio de

    Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. WISNIK, Jos Miguel. O Som e o Sentido. So Paulo: Cia da Letras, 1999.

    Enciclopdias e Dicionrios 500 Anos da Msica Popular Brasileira com CD homnimo Edio do Museu da

    Imagem e do Som (MIS-RJ), 2001. Dicionrio GROVE de Msica - Edio concisa. Rio de Janeiro: J. Zahar.

  • 47

    ATIVIDADES DE FIXAO

    Atividade de fixao N 1

    O SOM E SEUS PARMETROS

    1. Complete as sentenas com a palavra adequada:

    a) O som o resultado da ________________________ dos corpos.

    b) As vibraes se propagam pelo _____ ou qualquer outro _________ de

    conduo, tais como a gua, a madeira, os metais, etc.

    c) As vibraes regulares produzem sons de altura definida, que so chamados de

    _____________ musicais.

    d) As vibraes irregulares produzem ______________, como por exemplo o som

    de um avio decolando.

    2. Defina cada parmetro do som com suas palavras:

    a) Intensidade:

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    b) Durao:

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    c) Altura:

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

  • 48

    d) Timbre: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    3. Complete as frases com as palavras corretas:

    a) Alguns animais possuem a capacidade de emitir e at mesmo escutar esses

    sons! O elefante, por exemplo, emite _____________________________ (sons

    muito graves), que podem ser detectados a uma distncia de 2 km! J o

    cachorro e o gato conseguem ouvir ________________________________

    (sons muito agudos).

    b) Ao entrar em um ambiente prova de sons, passamos a ouvir os sons do nosso

    ___________________.

  • 49

    Atividade de fixao N 2

    DURAES

    Complete o quadro de duraes abaixo com as figuras ou palavras adequadas:

    Denominador da frao de

    compasso

    Figura de durao

    Pausa

    Nome

    da figura

    wwww

    2

    Semnima

    eeee

    16

    Semicolcheia

    64

    Semifusa

  • 50

    Atividade de fixao N 3

    Nome das notas na pauta / compassos

    Nos pentagramas abaixo escreva cada figura na sequncia pedida:

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________

    1) Uma clave de sol

    2) Uma frao de compasso quaternrio

    3) Uma pausa com durao de semnima

    4) Uma nota d 3 com durao de mnima

    5) Uma nota mi 3 com durao de semnima

    6) Uma barra simples

    7) Quatro notas l 3 com durao de colcheias

    8) Uma pausa com durao de semnima pontuada

    9) Uma nota sol com durao de colcheia

    10) Uma barra simples

    11) Uma nota d 3 com durao de semibreve

    12) Uma barra dupla com sinal de ritornello

    13) No incio do trecho meldico, sobre a frao de compasso coloque uma

    indicao de andamento

    14) Embaixo do compasso 1 coloque uma sinal de intensidade

    15) Embaixo do compasso 2 coloque um sinal de aggica (variao de andamento)

  • 51

    Atividade de fixao N 4

    Linhas suplementares no pentagrama

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Nos pentagramas acima escreva na ordem solicitada:

    1) Uma clave de sol

    2) Uma frao de compasso binrio

    3) Um D 3 com durao de mnima

    4) Uma barra simples

    5) Um SI 2 com durao de semnima

    6) Uma pausa de colcheia

    7) Um L 4 com durao de colcheia

    8) Uma barra simples

    9) Um SI 4 com durao de mnima

    10) Uma barra dupla com o sinal Da Capo ao Fim

  • 52

    Atividade de fixao N 5

    Nome das notas na pauta / compassos

    Nos pentagramas abaixo escreva cada figura na sequncia pedida:

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________________________________________________

    1) Uma clave de sol

    2) Uma frao de compasso ternrio

    3) Uma nota r 3 com durao de mnima

    4) Uma nota mi 3 com durao de semnima

    5) Uma barra simples

    6) Uma nota f 3 com durao de semnima pontuada

    7) Uma pausa de colcheia

    8) Uma nota f 4 com durao de semnima

    9) Uma barra simples

    10) Quatro notas sol 3 com durao de semicolcheias

    11) Quatro notas l 3 com durao de colcheias

    12) Uma barra dupla

    13) No incio do trecho meldico, sobre a frao de compasso coloque uma

    indicao de andamento

    14) Embaixo do compasso 1 coloque um sinal de intensidade

    15) Ao final da msica coloque o sinal de repetio que indica que devemos voltar

    ao incio da msica e ir at o fim

  • 53

    Atividade de fixao N 6

    ESCALAS E CIFRAS

    I) Escalas Naturais: As escalas chamadas naturais so as que no possuem

    acidentes. Um bom exemplo a escala de D Maior. As sete notas so

    naturais, no possuem acidentes: D R Mi F Sol L Si

    1. Veja a escala abaixo e escreva abaixo das setinhas qual o intervalo (se um

    intervalo de 1 tom ou de meio tom) correspondente. Esses intervalos formatam as escalas do modo maior:

    D - R - MI - F - SOL - L - SI - D Intervalos:

    2. Marque a alternativa correta:

    a. Que nome se d alterao que eleva em meio tom a nota?

    ( ) bemol ( ) sustenido ( ) bequadro

    b. Se quisermos criar uma escala comeando com anota F, criaremos uma escala de F maior. Para isso haver uma alterao na nota: ( ) D ( ) SI ( ) R ( ) SOL

    II) A Linguagem das cifras

    A linguagem musical cifrada muito usada para tocar instrumentos harmnicos como o violo, a guitarra e o teclado (piano). As cifras so sinais que representam determinado acorde (posio) que o msico deve tocar para o acompanhamento de uma melodia. 1. Escreva a letra do alfabeto que a cifra do acorde pedido:

    D Maior _________ D Menor _________ R Maior _________ R Menor _________ Mi Maior _________ Mi Menor _________ F Maior _________ F Menor _________ Sol Maior _________ Sol Menor _________ L Maior _________ L Menor _________ Si Maior _________ Si Menor _________

    2. Diga os nomes dos 3 acordes cifrados do trecho musical abaixo:

  • 54

    Pais e Filhos (Legio Urbana) C D G Esttuas e cofres e paredes pintadas C D G Ningum sabe o que aconteceu Atividade de fixao N 7

    FORMAO DE ACORDES (TRADES EM D MAIOR)

    1. Baseando-se na escala de D Maior abaixo responda: D R Mi F Sol L Si - D

    a) Quais acordes (nomes) se formam no I grau, no IV grau e no V grau da escala?

    I Grau: ______________

    IV Grau: _____________

    V Grau: ______________

    2. O acorde (trade) de I grau formado por quais notas da escala? R: ________________________________________________________________

    3. Escreva na pauta esse acorde (com a clave de sol): ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    4. O acorde (trade) de IV grau formado por quais notas da escala? R: ___________________________________________________________________ 5. Escreva na pauta esse acorde (com a clave de sol):

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    6. O acorde (trade) de V grau formado por quais notas da escala? R: ___________________________________________________________________

    Acorde: Nome:

    C D G

  • 55

    7. Escreva na pauta esse acorde (com a clave de sol):

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    RESPONDA O MESMO EXERCCIO, TROCANDO A ESCALA DE D MAIOR PELAS ESCALAS DE F MAIOR E SOL MAIOR

    Atividade de fixao N 8

    A Histria do Samba e o Fongrafo (pginas 26 a 28 da apostila)

    (EM GRUPO)

    INTEGRANTES DO GRUPO: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    RESPONDA AS QUESTES: 1. Qual a origem do nome samba? 2. Como se chama o primeiro samba carnavalesco gravado em 1917? 3. Quais os seus autores? 4. Que regio do centro da cidade do Rio de Janeiro considerada o bero do samba? 5. Qual o nome da primeira Escola de Samba fundada no Rio de Janeiro? Em que bairro ela foi fundada?

  • 56

    6. Qual o nome do sambista considerado o pai das escolas, fundador desta primeira Escola de Samba? 7. Cite uma das grandes novidades implantadas por esse sambista. Antes dessa novidade como eram tocados os samba? 8. Porque ele escolheu o nome Escola de Samba para sua agremiao? 9. Quando surgiram as primeiras gravaes no Brasil? 10. Quem comeou a gravar msicas no Brasil?

    Atividade de fixao N 9

    A ERA DO RDIO NO BRASIL

    1. Marque as alternativas corretas:

    a) Entre 1940 e 1950, a msica popular brasileira viveu um momento de especial riqueza. Porque?

    ( ) Por causa do surgimento da televiso no Brasil. ( ) Por causa do surgimento do ipod no Brasil. ( ) Por causa do surgimento do rdio no Brasil. b) A pioneira Rdio Sociedade do Rio de Janeiro (cujo prefixo era PRA-A) entrou no ar em ( ) 1890 ( ) 1923 ( ) 2008 c) A emissora que se tornou mais popular no Brasil, na dcada de 1940, foi a ( ) Rdio Club ( ) Rdio Jovem Pan ( ) Rdio Nacional

  • 57

    2. Complete as frases com a palavra adequada: a) Os mais famosos apresentadores de programas de rdio foram ________________________________ e _____________________________. b) Um dos programas mais famosos da Rdio Nacional chamava-se ___________________.

    3. A programao das rdios como a Nacional era muito variada. Marque somente aquelas que faziam parte dessa programao: ( ) Programas de msica ao vivo ( ) Rdionovelas ( ) Programas de surf ( ) Programas esportivos ( ) Programas de auditrio ( ) Programas de msica gravados ( ) Programas humorsticos

    4. Muitos artistas se consagraram na dcada de 1940 e 1950, por causa do rdio. Marque com um X somente nos nomes de artistas dessa poca: ( ) Ivete Sangalo ( ) Emilinha Borba ( ) Carmen Miranda ( ) Daniel ( ) Francisco Alves ( ) Slvio Caldas ( ) Xitozinho e Choror ( ) Orlando Silva

    Atividade fixao N 9 O Carnaval no Brasil

    UM DIA DE ENTRUDO (Machado de Assis) Era no tempo em que ao carnaval se chamava entrudo, o tempo em que em vez das mscaras brilhavam os limes de cheiro, as caarolas dgua, os banhos, e vrias graas que foram substitudas por outras, no sei se melhores se piores. Dois dias antes de chegar o entrudo j a famlia de D. Anglica Sanches estava entregue aos profundos trabalhos de fabricar limes de cheiro. Era de ver como as moas, as mucamas, os rapazes e os moleques, sentados volta de uma grande mesa compunham as laranjas e limes que deviam no domingo prximo molhar o paciente transeunte ou confiado amigo da casa. [...] Amanheceu o dia de domingo com um belssimo sol; era um verdadeiro dia de entrudo. Desde manh puseram-se os tabuleiros em ordem para a batalha. [...] Correu assim uma hora sem incidente notvel. Constante fogo de gua trazia a rua agitada. Os gamenhos, munidos de limes iam atirando s senhoras que estavam s janelas, e estas correspondiam ao ataque com um vigor nunca visto.

  • 58

    [...] Havia em casa de D. Anglica cerca de 1.200 limes; imaginem se o combate podia fraquear. Ao cabo duma hora de combate, desapareceu Lucinda pelo interior da casa. D. Maria e D. Anglica que estavam assentadas na sala conversavam sobre os sucessos da sua mocidade. De quando em quando algum limo ia bater numa e noutra, o que as fazia rir. D. Maria quis ir ao interior da casa e saiu por alguns instantes. Da a pouco voltou espavorida. -- Jesus! Acuda-me prima Anglica! Credo! Vingana! Surpresa geral. As moas voltaram-se para dentro e os rapazes vendo aquela muralha de costas fizeram uma descarga em regra. [...] A tarde caa; os rapazes adiaram a festa para os dias seguintes. Mudaram tambm de roupa e deixaram-se ficar na sala de jantar. Batista voltou sala um pouco envergonhado. Tibrcio j estava mais calmo; D. Maria comeou a rir e D. Anglica encaixou uma anedota a respeito de Sanches. As moas sentaram-se tambm. -- Gastaram todos os limes? perguntou D. Maria sem ver dois tabuleiros cheios. --Todos, no, disse Ermelinda; ainda temos para amanh. -- Isso, sim, disse Tibrcio, isso brincadeira que eu aprovo; o limo delicado e diverte a gente. -- Diz muito bem, assentiu Batista. Mas o banho! -- selvagem! -- brutal! -- Deve acabar! -- E h de acabar! -- A civilizao no comporta... -- Apoiado! Fonte: http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/machadodeassis/umdiadeentrudo.htm

    Interpretao do texto:

    1. O texto de Machado de Assis fala de uma tradio carnavalesca de antigamente. Qual? 2. No sculo XIX, que tipo de artefato era fabricado pelas pessoas para serem utilizados

    nos dias de carnaval? 3. Onde as pessoas costumavam colocar seus limes de cheiro para fazerem batalhas

    de entrudo pelas ruas? 4. Os gamenhos,* munidos de limes iam atirando s senhoras que estavam s janelas,

    e estas correspondiam ao ataque com um vigor nunca visto. Pela narrativa destacada do texto, como voc imagina que ficavam as ruas da cidade depois das tais batalhas?

    5. O que voc acha que o personagem da histria quis dizer com a civilizao no comporta...?

    6. Porque o ___________________________ acabou sendo proibido por Dom Pedro II? 7. Voc apoiaria o Imperador, se vivesse naquele tempo? Por que?

  • 59

    8. Hoje me dia existem costumes parecidos, que ocorrem durante o carnaval. Que tipo de brincadeira atual se parece com as antigas batalhas do entrudo? Respostas: _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

  • 60

    Atividade de fixao N10

    A Histria do Carnaval

    Baseado no texto das pginas 30 a 32 desta apostila, responda:

    1. Qual cidade da Europa ficou famosa pelos seus carnavais cheios de mscaras? 2. Em que ano surgiu o carnaval no Brasil e qual a brincadeira que mais agradava

    s pessoas daquele tempo? 3. Em que ano se realizou o primeiro baile carnavalesco no Rio de Janeiro? 4. Que tipo de msica era tocado nestes primeiros bailes?

    5. Complete as frases com a palavra adequada:

    5.1. Depois surgiram as primeiras ___________________________________ carnavalescas, formadas pela elite social, que saam pelas ruas em carros alegricos. 5.2. Em contrapartida, as camadas humildes da sociedade tambm comeavam a organizar seu carnaval na forma de ____________________ e __________________.

    6. Organize no quadro abaixo as manifestaes carnavalescas do presente e do passado:

    Desfile das Grandes Sociedades

    Desfile das Escolas de Samba

    O Carnaval Nordestino (Trios Eltricos e Micaretas, Blocos Afro, Maracatus e Orquestras de Frevo)

    Desfile dos Ranchos

    Desfiles das Primeiras Escolas de samba

    Desfile dos Cordes

    Desfile de Blocos Carnavalescos

    No passado... Hoje...

  • 61

    Atividade de fixao N 11 A Bossa-Nova

    1. Porque o ano de 1958 considerado um marco para a bossa-nova?

    _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    2. Qual o nome do cantor e violonista que gravou o primeiro disco considerado de bossa-nova? ________________________________________________________________

    3. Porque ele considerado um dos pais da bossa-nova?

    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    4. Cite 5 msicas de autoria de Tom Jobim, o compositor da bossa-nova mais famoso do mundo. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    5. Qual a msica mais gravada no mundo de sua autoria? ________________________________________________________________

    6. Que cantor americano gravou essa msica com grande sucesso? ________________________________________________________________

  • 62

    7. A Bossa-Nova um gnero musical que j comemorou seus 50 anos de atividades em 2008! Ainda est viva na produo contempornea. Muitos artistas brasileiros mantm seu trabalho atrelado ao gnero, Coloque o nome do artista ao qual corresponde a minibiografia:

    ______________________________ a compositora, violonista e cantora tambm garantiu seu nome no seleto time da Bossa Nova. Atua no Brasil e no exterior, sempre com muito sucesso.

    ____________________________________ um dos mais influentes artistas ligados Bossa Nova. Produtor, arranjador, compositor (O Barquinho), cantor e violonista (guitarrista) um dos mais ativos representantes do gnero no Brasil e no mundo.

    _________________________________________ o pianista, compositor e cantor considerado um precursor da Bossa Nova, pelo estilo de tocar seu piano moderno.

    __________________________________ um dos grandes compositores do gnero. autor das msicas de um importante espetculo chamado Pobre Menina Rica, que realizou com Vincius de Moraes.

    ________________________________________ a cantora, compositora e violonista tem atuado ao lado de Menescal, no Brasil e no mundo, principalmente no Japo.

    ________________________________________ um dos mais importantes conjuntos de Bossa Nova. Conjunto formado pelo j falecido Luiz Ea (piano, voz e arranjos), Bebeto Castilho (contrabaixo, flauta, sax e voz) e Hlcio Milito (bateria, percusso e voz). Primeiro grupo estvel de msica instrumental, que tocava bossa nova e que exerceu substancial influncia nos padres de execuo musical fora do canto e do violo.

    Fotos: http://cotidianorecordable.files.wordpress.com/2008/08/joao_gilberto.jpg http://veja.abril.com.br/150999/imagens/musica8.jpg http://1.bp.blogspot.com/_qqEZaS1fcnM/SHtt