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7B Linguagem e experiência linguística: E se fosse um chimpanzé? Maria Carlota Rosa LEF140 UFRJ/ Faculdade de Letras/ Dept. de Linguística e Filologia - Prof. Maria Carlota Rosa 1

9.2 – E se fosse um chimpanzé? · 2 •A língua do chimpanzé é longa, fina, e forma o limite mais baixo da cavidade oral; nos humanos é mais fina, mais curta e forma o limite

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7B – Linguagem e experiência linguística: E se fosse um chimpanzé?

Maria Carlota RosaLEF140

UFRJ/ Faculdade de Letras/ Dept. de Linguística e Filologia -Prof. Maria Carlota Rosa

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Depois de experiências em que se tentava fazer um chimpanzé vocalizar uma língua humana, alguns pesquisadores concluíram que o insucesso das experiências se devia à anatomia, em razão do trato vocal diferente de macacos e humanos adultos. Isso porque:

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• A língua do chimpanzé é longa, fina, e forma o limite mais baixo da cavidade oral; nos humanos é mais fina, mais curta e forma o limite inferior da cavidade oral e também o limite anterior da faringe.

Lieberman, Philip. 1977. Speech Phisiology and Acoustic Phonetics. New York:Macmillan, p. 183-184.

• A laringe do chimpanzé está mais alta do que nos humanos adultos e abre quase diretamente na cavidade oral; sua faringe fica atrás da laringe e não toma parte no caminho do ar da laringe para os lábios.

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Lieberman (1977: 183-184) chama a atenção para o fato de que o trato vocal supralaríngeo de uma criança recém-nascida é essencialmente igual ao de um chimpanzé adulto:

Lieberman (1977: 183)

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A dificuldade de vocalização dos chimpanzésparece envolver mais que as diferençasanatômicas. Lieberman (1977: 181) nota que adiferença anatômica entre a laringe de um serhumano adulto e de um chimpanzé adultoafetaria a habilidade deste para cantar e suaqualidade vocal mais que a fala propriamentedita; no entanto o trato vocal supralaríngeo dechimpanzés os impediria de produzir a gamacompleta de sons da fala humana.

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Um estudo famoso. E controverso.

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Em 1966, Allen e Beatrice Gardner (Universidade de Nevada em Reno, EUA) começam o Projeto Washoe.

Washoe foi uma chimpanzé-fêmea capturada na África e levada para os EUA. Seu nome faz referência ao povo indígena da região de Nevada para onde foi levada.

O estudo transpôs os círculos acadêmicos e conferiu celebridade à chimpanzé, que se tornou a “chimpanzé falante”.

Assim, compreende-se porque, ao morrer, em 2007, Washoe foi objeto de muitos obituários na imprensa.

Um exemplo a seguir.

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[....]Um macaco que foi o primeiro não humano que se acredita ter adquirido uma língua humana morreu aos 42 anos.Depois de 40 anos “falando inglês”, Washoe, uma chimpanzé-fêmea, morreu de causas naturais [....]Ela aprendeu primeiro um pouco da língua de sinais americana (ASL) num projeto de pesquisa em Nevada e tinha um vocabulário de cerca de 250 palavras, embora críticos questionassem se ela estava realmente usando uma língua.’]

[Washoe, a ‘chimpanzé falante”, morre aos 42 anos

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E ter sua vida em livro, Nest ofkin, traduzido para 12 línguas, entre elas o português, além de um memorial virtual

http://www.friendsofwashoe.org/index.html

O experimento dos Gardners procurou ensinar

a Washoe uma versão modificada da língua de

sinais norte-americana (ou ASL, sigla para

American Sign Language). É Fouts (1997: 28) quem

comenta:

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Praticamente assim que entrei na casa dosGardner notei que todos falavam em sussurros.Isto fazia parte da experiência. Eles não queriamque Washoe soubesse que seus amigos humanospodiam falar através de suas vozes. De outraforma, ela poderia tentar comunicar-sevocalmente ─ tentativa em que outroschimpanzés tinham falhado ─ em vez deaprender a linguagem por sinais.

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Já se havia percebido que ensinar um

chimpanzé a falar não daria certo, por conta da

diferença no trato vocal em relação aos seres

humanos, mas a razão mais forte foi outra (Fouts,

1997: 38):

os Gardner [....] descobriram uma razão aindamais forte pela qual os chimpanzésprovavelmente não conseguiriam falar: deforma geral, eles são animais muito calados

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Além da facilidade atribuída à ASL ,havia um

outro pressuposto por trás da escolha da ASL nesse

projeto. É a hipótese de que a linguagem humana

teve origem em gestos antes de alcançar a etapa

vocal, e isso é explicitado por Fouts (1997: 200),

que parece crer na existência de uma língua de

sinais universal e inata:

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Durante milhares de anos as pessoas observaram doisfatos curiosos sobre a comunicação humana. Emprimeiro lugar, os bebês começam a gesticular ─mostrando, apontando, olhando fixo ─ antes decomeçarem a falar, e, em segundo, a gesticulação é umaespécie de linguagem universal, a que todos nósrecorremos quando não conseguimos nos comunicaratravés de uma linguagem falada comum. Essas duasobservações levaram muitos povos antigos a especularque a linguagem pode ter se originado na gesticulação .

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Segundo os defensores do Projeto Washoe, achimpanzé aprendeu a ASL a ponto:• de criar novas expressões como water bird

(literalmente, ‘pássaro aquático’) para designar umcisne;

• de se comunicar com outros chimpanzés em ASL, comona situação de perigo em que, segundo Fouts (1997:145) tentava avisar Bruno (outro chimpanzé) daproximidade de uma cobra, ou quando cumprimentoulinguisticamente o chimpanzé Ally (Fouts, 1997: 183).

Afinal, Fouts (1997:131) declara que “conhecia umachimpanzé que pensava que era humana” e que“absorvera a lição da superioridade humana”.

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Inicialmente, o sucesso do Projeto Washoelevou a um projeto semelhante, que procurava replicar os resultados obtidos pelos Gardners.

Surge assim o estudo com Nim Chimpsky.

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O Projeto Nim

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA

• Herbert Terrace, em conjunto com Laura Ann Petitto,Richard Sanders e Tom Bever, tentou repetir aexperiência levada a cabo com Washoe, usando paraisso um chimpanzé macho de duas semanas, do mesmoInstituto de Oklahoma para onde Washoe fora levadaquando deixou a casa dos Gardners em Nevada.

• Batizaram o animal com o nome Nim Chimpsky, emalusão ao nome do famoso linguista norte-americano,que defende que a linguagem é humana.

• Também nesse projeto foram empregados os sinais daASL.

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Uma surpresa:• ao analisarem as imagens de vídeo, os

pesquisadores concluíram que Nim imitava.

• E não era somente ele. A análise dos vídeos deWashoe os levou a detectar falhasmetodológicas e a concluir que, semperceberem, os que tinham contacto comWashoe lhe davam informações.

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Num artigo que teria muita repercussão, o grupode Terrace, depois de distinguir nas línguas humanas onível das palavras, que têm significado arbitrário epodem ser aprendidas em isolado, do nível dassentenças, em que as palavras mantêm relações entresi numa organização hierárquica, defenderia que(Terrace, Petitto, Sanders & Bevers, 1979: 891):

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[s]e um macaco (ing. ape) pudesseverdadeiramente criar uma sentença haveriarazão para afirmar [...] que a “linguagem não émais o domínio exclusivo do homem”. Aproposta deste artigo é avaliar essa afirmação,o que fazemos sumariando os principais traçosde um amplo corpo de dados que coletamos deum chimpanzé exposto a uma língua de sinaisdurante seus primeiros quatro anos.

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O maior componente desses dados é o primeirocorpus de enunciados do macaco com múltiplossinais. Superficialmente muitos de seusenunciados parecem sentenças. Contudo,análises objetivas de nossos dados bem comodaqueles obtidos em outros estudos nãorevelaram qualquer evidência de umahabilidade do macaco para usar umagramática. Cada exemplo de presumidacompetência gramatical poderia ser explicadoadequadamente por processos não linguísticossimples.

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Diferentemente de uma criança, osenunciados de Nimde três palavras, porexemplo, não tinhamestrutura maiscomplexa que osenunciados de duaspalavras :

play me Nimeat me Nimeat Nim eatbanana Nim eatbanana eat Nimbanana me eatme more eatmore eat Nimnut Nim nuthug me hug

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E isso aconteceu até mesmo com umenunciado de 16 palavras:

Give orange me give eat orange me eat orange giveme eat orange give me you

Uma característica marcante do uso linguístico de Nim foi obter alimento ou outra recompensa, e não para identificar seres ou veicular informação.

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Começava, assim a disputa acerca de o que os resultados com Washoe demonstravam.

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O artigo de Terrace et alii (1979) punha por terra a interpretação dos resultados do projeto e a metodologia empregada:

Um exemplo muito citado da habilidade de Washoepara criar novos significados através decombinações novas de seus sinais é seu enunciadowater bird. Fouts [...] relatou que Washoe sinalizouwater bird na presença de um cisne quando lheperguntaram what that?. A resposta de Washoeparece significativa e criativa, uma vez que justapõedois sinais apropriados de modo consistente com aordem de palavras do inglês. Não há base, noentanto, para concluir que Washoe estavacaracterizando o cisne como ‘um pássaro que vivena água’.

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Washoe tinha uma longa história quanto a lheperguntarem what that? na presença de objetoscomo pássaros e extensões de água. Nesse caso,Washoe podia estar simplesmente respondendo àquestão what that?, identificando corretamenteuma extensão de água e um pássaro, nessa ordem.Antes de concluir que Washoe estava relacionandoo sinal water com o sinal bird, seria necessáriosaber se ela regularmente colocava um adjetivo(water) antes ou depois de um nome (bird). Isso nãopode ser decidido com base numa anedota única,não importa o quão excitante essa anedota pareçaser para um observador falante de inglês(Terrace, Petitto, Sanders & Bevers, 1979: 895-896).

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O trabalho com Washoe era fortemente criticadoquanto à metodologia e quanto à interpretação dosresultados:• os gestos poderiam ser interpretados como simples

imitação, reforçada por prêmios ao animal (Johansson,2005);

• os sinais eram traduzidos pelos pesquisadores: apontarera you, um abraço era o sinal para abraço, um beijoera o sinal para beijo, coçar era o sinal para coçada(Pinker 1994: 338) ─ ou uma outra tradução, se opesquisador entendesse que se adaptava melhor aocontexto.

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Pinker (1994:338) reporta os comentários de umafalante nativa de ASL quanto ao Projeto Washoe:

Eu não via qualquer sinal. Os ouvintes anotavamcada movimento que o chimpanzé fazia como umsinal. Cada vez que o chimpanzé levava o dedo à bocaeles diziam “Oh! Ele está sinalizando para beber”, eeles lhe davam leite .... Quando o chimpanzé secoçava eles registravam o sinal para coçar .... [....] Àsvezes [...] diziam: “Oh, legal, olha isso, é exatamentecomo o sinal da ASL para dar”. Não era.

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Face à repercussão negativa criada pelo artigo de Terrace et alii, de 1979, e da conferência organizada por Thomas Sebeok e Robert Rosenthal no ano seguinte, 1980, com o tema “O fenômeno Clever Hans: comunicação com cavalos, baleias, macacos e pessoas”, Irene Peperberg, responsável pelo Projeto ALEX (sigla para Avian Learning Experiment – ‘Experimento de aprendizagem aviária’), que nomeou o papagaio Alex, retiraria o termo linguagem das descrições de seu projeto:

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Pepperberg (2008 [2009]:86-87)

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Ninguém nega que os animais têm formas decomunicação, como não se nega que animaistenham inteligência, mas não é esse o pontoem debate: eles podem desenvolver umalíngua? Como notaram Gazzaniga &Heatherton (2003: 371) no tocante àsexperiências com chimpanzés e a ASL,

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diferentemente mesmo da criança pequena que com suasprimeiras palavras nomeia, comenta e pede, entre outras coisas,todos os chimpanzés usavam a ASL quase exclusivamente paraobter alguma coisa, para pedir. O que os chimpanzés pareciamapreciar era o poder da linguagem para obter resultados [....].No final, os chimpanzés eram capazes de usar fragmentos delinguagem só para conseguir alguma coisa de seus cuidadores(comida, mais comida) e não para expressar verdadeiramentesignificados, pensamentos e idéias [....].

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Assim, afirmações sobre um animal ter a faculdade dalinguagem tal qual a têm os seres humanos trazem àmente uma observação de Noam Chomsky na Discover(Apud Sternberg, 2006: 322; Eysenck & Keane, 2005:308):

Se um animal tivesse a capacidade biologicamentetão vantajosa quanto a linguagem, mas, poralguma razão, não a tivesse utilizado até agora,seria um milagre evolutivo, como encontrar umailha com seres humanos que pudessem serensinados a voar.

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Referências

• EYSENCK, Michael W. & KEANE, Mark T. 2005. Manual dePsicologia Cognitiva.Trad. Magda França Lopes. 5. ed. PortoAlegre: Artmed, 2007.

• FOUTS, Roger. 1997. O parente mais próximo: o que os chimpanzés meensinaram sobre quem somos. Com Stephen Turkel Mills. Trad. M. H. C.Cortes.[Rio de Janeiro]: Objetiva, 1998.

• LIEBERMAN, Philip. 1977. Speech Phisiology and AcousticPhonetics. New York: Macmillan

• NISHIMURA, Takeshi et alii. 2003. Descent of the larynx in chimpanzee infants . PNAS, 100 (12): 6930–6933. Disponível em: http://www.pnas.org/content/100/12/6930.long

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• PEPPERBERG, Irene M. 2008. Alex e eu. Trad. Márcia Frazão. São Paulo: Record, 2009.

• PINKER, Steven. 1994. The language instinct: How the mind creates language. New York: William Morrow.

• TERRACE, H.S.; PETITTO, L.A; SANDERS, R.J. & BEVER, T.G. 1979. Can an ape create a sentence? Science, 206 (4421): 891-902. Disponível em: http://petitto.gallaudet.edu/~petitto/archive/Science1979.pdf

• STERNBERG, Robert J. 2006. Psicologia Cognitiva. 4a. ed.Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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