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    EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

     

    Douglas Pinto da Silva, nacionalidade brasileira, Solteiro(a), Estudante, CPF nº. 045.907.045-28 eCédula de Identidade nº. 1320796745, com residência e domicilio na 2ª Tv. Abelardo Magalhães,17 Casa - Mata Escura - Salvador, Ba - 41.220-320, vem perante este juízo propor a presente:

     AÇÃO INDENIZATÓRIA - Propaganda enganosa

     

    Em face de EMBRASYSTEM, inscrita no CNPJ nº. 01029712000104, com sede na AlamedaGrajaú, 139/ Apartamento 3º Andar - Conjunto 306 - Alphaville Industrial, Barueri / - CEP:06454-050, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante aduzidos.

     

    I – INICIALMENTE

     I.A – DO ACESSO À JUSTIÇA

     A Lei n°. 9.099/95 estabelece que causas de menor complexidade com valor de até 40 saláriosmínimos podem ser processadas e julgadas pelos Juizados Especiais Cíveis, passando a ser facultativa a assistência de advogado se a causa não ultrapassar o valor de 20 Salários mínimos.

    Os Juizados Especiais Cíveis são um importante instrumento de acesso à justiça permitindo a todocidadão buscar a solução para os seus conflitos do cotidiano que, anteriormente, não costumavamser apreciados pela Justiça brasileira devido à dificuldade do cidadão comum em contratar um advogado para postular em seu favor.

     Assim, pode-se dizer que o processo no Juizado Especial é gratuito perante o primeiro grau deurisdição, pois, não é preciso pagar as custas judiciais, qualquer pessoa maior de 18 anos e

    civilmente capaz pode procurar o posto de primeiro atendimento do Juizado competente na área desua residência, apresentar ali mesmo as provas e protocolar o seu pedido.

    I.B – DOS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO JUIZADO

    O artigo 2° da Lei 9.099/95 dispõe que os processos nos Juizados Especiais devem ser orientadospelos critérios da oralidade, da simplicidade, da informalidade, da economia processual e daceleridade, buscando sempre promover a conciliação.

    O princípio da informalidade significa que, dentro da lei, pode haver dispensa de algum requisitoformal sempre que a ausência não prejudicar terceiros, nem comprometer o interesse público. Umdireito não pode ser negado em razão da inobservância de alguma formalidade instituída paragaranti-lo desde que o interesse público almejado tenha sido atendido. 

    I.C – A BUSCA PELO AMPLO E IRRESTRITO "ACESSO À JUSTIÇA", NO ESTADODEMOCRÁTICO DE DIREITO.

     Ao ingressar com uma ação, o Autor deve indicar de que fato se origina o conflito de interesses queustifica a formação do processo, tratando-se de cidadão comum, o Autor não está obrigado a

    indicar os artigos da Lei nos quais se funda seu pedido, conforme dispõe o brocardo: ‘dá-me os

    fato que eu te darei o direito ’.

      Exposto o fato, o magistrado aplicará o direito, uma vez que os juizados especiais visam oengajamento do judiciário com a cidadania na remoção dos obstáculos ao acesso à justiça.

     Assim, os Juizados Especiais devem promover a acessibilidade geral ao Poder Judiciário para queaquela parte da população que é carente de recursos passa a ter a possibilidade de litigar sem osônus processuais visando a equalização das partes, tornando o juiz mais ativo e informal nodecorrer do processo, com consciência ética e de justiça, permitindo a simplificação da produção deprovas.

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     O artigo 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.078/90 estabeleceu expressamente que constitui direito básicodo consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando ele for hipossuficiente’.

     

    II – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

    Diante da Lei 1.060/50, a parte autora faz jus a GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

     

    III – DOS FATOS

     A empresa com nome social BBOM da Embasystem simplesmente não cumpriu o contratoestabelecido.Prometeu um trabalho com um plano de negócios, porém mudou esse plano, logo, deveria devolver o dinheiro no valor de 3.000 mil reais. Solicitei o cancelamento e ressarcimento, a empresa entrouem contato comigo, porém, nunca me devolveu o dinheiro. Isso já faz 1 ano. Tenho o boleto pago, ee-mails com as conversas.Quero processar a empresa, por propaganda enganosa e até mesmo, mais motivos, pois está mefazendo passar constrangimento perante minha família.

     

    IV – DO DIREITOReferente à propaganda enganosa dispõe o art. 37, §1º do Código de Defesa do Consumidor:

    Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

    § 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteiraou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erroo consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

    O dispositivo acima reconhece o direito do consumidor de não ser enganado por qualquer informação inteira ou parcialmente falsa ou fraudulenta, capaz de, por ação ou omissão, induzi-loem erro a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preçoe quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

    Para proteção do consumidor exige-se a veracidade da informação, de modo a que o consumidor possa fazer a sua escolha livre e consciente.

    O ato de enganar por parte ré se configura não só pela fraude, mas, também, por qualquer meioque possa levar o consumidor a erro, traduzindo o prejuízo individual e também a indução ao erro.

     

     – DO DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

    Conforme dispõe o art. 14 do CDC "o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência deculpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos".

     

    I – DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente consagrado em nossa CartaMagna, como se vê pela leitura de seu artigo 5º, incisos V e X, os quais transcrevemos:

    "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou àimagem" (artigo 5º, inciso V, CF).

    "São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito àindenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua violação" (artigo 5º, inciso X, CF).

    É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à categoria de garantiaconstitucional, já era previsto em nossa legislação infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.

    O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao direito da parte autora à indenização dosdanos morais sofridos. É um direito constitucional.

    E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex Mater que em seu preâmbuloalicerça solidamente como um dos princípios fundamentais de nossa nação e, via de consequência, da vida emsociedade, a defesa da dignidade da pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela Ré.

     A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito constitucional a todos. E no ordenamento jurídico infra constitucional, além do CDC, está o Código de Leis Substantivas Civis de 2002 a defender omesmo direito da parte autora. Com efeito o artigo 927 do Código Civil apressa-se em vaticinar a obrigação dereparar que recai sobre aquele que causar dano a outrem por ato ilícito.

    E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita no artigo 186 do Códex Civil, aação ou omissão voluntária da ré que vieram a causar dano a parte autora.

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    É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido. Assim é que Sérgio Severo afirma:

    “Dano patrimonial é aquele que repercute, direta ou indiretamente, sobre o patrimônio da vítima, reduzindo-o deforma determinável, gerando uma menos-valia, que deve ser indenizada para que se reconduza o patrimônio aoseu status quo ante, seja por uma reposição in natura ou por equivalente pecuniário.” (In Os DanosExtrapatrimoniais. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).

    “Dano moral é aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, física ou jurídica, bem assim a coletividade, sofreno aspecto não econômico dos seus bens jurídicos”. (Op. Cit. p. 42).

    Quanto ao valor ou critério de seu estabelecimento, já se firmou a jurisprudência:

    “Na indenização a título de danos morais, como é impossível encontrar um critério objetivo e uniforme para aavaliação dos interesses morais afetados, a medida da prestação do ressarcimento deve ser fixada a arbítrio do

     juiz, levando-se em conta as circunstâncias do caso, a situação econômica das partes e a gravidade da ofensa,de modo a produzir, no causador do mal, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo atentado, sem,contudo, significar um enriquecimento sem causa da vítima. (TJ-MG – Ac. da 2ª Câm. Cív. julg. em 22-5-2001 –

     Ap. 000.197.132-4/00-Divinópolis – Rel. Dês. Abreu Leite; in ADCOAS 8204862).

    Como escreve o ilustre magistrado titular da 50ª Vara Cível da Comarca da Capital, Dr. Marco Antônio Ibrahim:

    “Infelizmente, a revelha cantilena do enriquecimento sem causa tem justificado de parte de alguns Tribunaisbrasileiros, tendência em fixar tais indenizações em patamares irrisórios, verificando-se, em certos casos, atéuma certa uniformidade, como pode revelar a mais singela das amostragens. Com isso, resta fragilizado oaspecto punitivo das indenizações e seu correlato caráter educativo e desestimulante da prática de novosilícitos.

    Pois o Princípio da Razoabilidade das indenizações por danos morais é um prêmio aos maus prestadores de

    serviços, públicos e privados. Não se trata, bem de ver, de privilegiar o exagero, o arbítrio absoluto, nem seprega a ruína financeira dos condenados. O que se reclama é uma correção do desvio de perspectiva dos que,à guisa de impedir o enriquecimento sem causa do lesado, sem perceber, admitem um enriquecimento indiretodo causador do dano. (...)

     A verdade é que a timidez do juiz ao arbitrar essas indenizações em alguns poucos salários mínimos, resultaem mal muito maior que o fantasma do enriquecimento sem causa do lesado, pois recrudesce o sentimento deimpunidade e investe contra a força transformadora do Direito. A efetividade do processo judicial implica,fundamentalmente na utilidade e adequação de seus resultados”.

     Assim, faz-se necessária a reparação dos danos morais sofridos pela parte autora, cumprindo a dupla naturezada indenização, qual seja a de trazer satisfação ao interesse lesado e, paralelamente, inibir o comportamentoanti social do lesante.

    Segundo Caio Mário da Silva Pereira (In Responsabilidade Civil. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense,1992, p. 60), “oproblema de sua reparação deve ser posto em termos de que a reparação do dano moral, a par do caráter punitivo imposto ao agente, tem de assumir sentido compensatório”.

     

    Sendo assim, demonstrados o dano e a culpa da Requerida, se mostrando evidente o nexo causal, ficandoevidente o liame lógico entre o acontecimento e o resultado. Ficando desde já a parte Ré na obrigação dereparar.

     

    VII – PEDIDOS

     Ante o exposto requer:

     A) A citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação ou à audiência de instrução eulgamento, sob pena de revelia (serem julgados verdadeiro todos os fatos descritos nesta petição);

    B) Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII, do CDC que constitui direito básico doconsumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;

    C) A condenação da parte ré a pagar a parte autora Dano Material, de acordo com o(s)comprovante(s) de pagamento em anexo;

    D) Seja a parte ré condenada a pagar a parte Autora indenização por Danos Morais, em valor a ser arbitrado pelo juízo em até 20 (vinte) salários-mínimos, tendo em vista a má prestação do serviço, afim de responder não só a efetiva reparação do dano, mas também ao caráter preventivo-pedagógico do instituto, no sentido de que no futuro o fornecedor de serviços tenha maiscuidado e zelo com o consumidor.

     

    Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

    Dá-se a causa o valor de R$14.480,00.

     

    Pede deferimento.

     

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     ___________________________, _____, de __________________, de 20___ 

    Local e data

     

     ____________________________________ 

     Assinatura

     

    TERMO DE RESPONSABILIDADE

     

    Ciente de que:

    Todas as informações da petição inicial são de minha inteira responsabilidade, bem como a

    responsabilidade de dar entrada na petição inicial e acompanhar todo o curso processual, sendocerto que o resultado depende da comprovação dos fatos e do convencimento do juiz.

     A comprovação dos fatos dependem exatamente da entrega das provas necessárias, inclusive,testemunhas, pois, a audiência de conciliação poderá ser convertida em Instrução e Julgamento,desde que não haja pedido de intimação de testemunhas.

     As informações contidas nessa petição inicial (documento de identificação com foto, CPF,comprovante de residência, dados da pessoa que está sendo processada e da(s) testemunha(s), etodas as cópias de documentos), foram livremente fornecidas por mim e a causa de pedir, objeto dareclamação, é de minha opção pessoal e de livre espontaneidade.

    O não comparecimento a(s) audiência(s) poderá acarretar na extinção do processo, bem como, nacondenação ao pagamento das custas judiciais, salvo se for acatada como falta por justo motivo aapresentação de prova justificada da ausência.

     

    ROL DE TESTEMUNHAS QUE DEVERÃO SER INTIMADAS

     

    1) Nome: ______________________________________________________________  

    Endereço: ___________________________________________________________ 

     

    Telefone: ____________________________________________________________ 

     

    2) Nome: ______________________________________________________________ 

     

    Endereço: ___________________________________________________________ 

     

    Telefone: ____________________________________________________________ 

     

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    3) Nome: ______________________________________________________________ 

     

    Endereço: ___________________________________________________________ 

     

    Telefone: ____________________________________________________________