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105 TEORIAS DE APRENDIZAGEM SÃO NECESSÁRIAS 1 ? ARE THEORIES OF LEARNING NECESSARY 2 ? B. F. SKINNER 1 Skinner, B. F. (1950). Are theories of learning necessary? Psychological Review, 57, 193-216. Publicado com autorização da American Psychological Association (o texto utilizado para esta tradução foi a reprodução publicada em “Skinner, B. F. (1972). Cumulative Record: A Selection of papers (3ª ed.) New York: Appleton-Century-Crofts). Tradução de Lincoln da Silva Gimenes, David Alan Eckerman e Patrícia Regina Lopes Galvão, do Departamento de Processos Psicológicos Básicos, da Universidade de Brasília. Contatos: [email protected]. Algumas expressões foram traduzidas literalmente para manter a linguagem utilizada pelo autor na época. Assim, expressões como “ter em mente”, “níveis de fome” e outras, representam fielmente as palavras utilizadas pelo autor. As notas no final do artigo são as do original. 2 Parte do material que segue foi obtido em 1941-42, em um estudo cooperativo sobre o comportamento do pombo em que Keller Breland, Norman Guttman, e W. K. Estes colaboraram. Alguns dos experimentos relatados nesse artigo foram financiados pela General Mills, Inc. e pelo Office of Scientific Research and Development. Parte desse trabalho foi selecionado de estudo subseqüente sobre o pombo, ainda não publicado, conduzido pelo autor na Indiana University e Harvard University. Também apresentado como Conferência do Presidente, na Midwestern Psychological Association, em Chicago, Illinois, em maio de1949. Algumas suposições básicas, essenciais a qualquer atividade científica, às vezes são chamadas de teorias. A de que a natureza é ordenada, mais do que caprichosa, é um exemplo. Determinadas afirmações também são teorias simplesmente, até o ponto em que ainda não são fatos. Um cientista pode supor o resultado de um experimento antes que ele seja realizado. A predição e a posterior de- monstração do resultado podem ser compostas dos mes- mos termos, no mesmo arranjo sintático, estando a dife- rença no grau de confiança. Nenhuma afirmação empírica é completamente não-teórica neste sentido, porque a evi- dência nunca é completa e, provavelmente, nenhuma pre- dição é feita completamente sem evidência. O termo teo- ria não irá se referir aqui a afirmações deste tipo, mas a qualquer explicação de um fato observado que apele a eventos que ocorrem em algum outro lugar, em algum ou- tro nível de observação, descrito em termos diferentes e medido, se tanto, em dimensões completamente diferentes. Três tipos de teoria no campo da aprendizagem sa- tisfazem a esta definição. A mais característica é encontra- da no campo da psicologia fisiológica. Nós todos estamos familiarizados com as mudanças que supostamente ocor- rem no sistema nervoso quando um organismo aprende. Conexões sinápticas são feitas ou rompidas, os campos elétricos são desorganizados ou reorganizados, as concen- trações de íons são acumuladas ou dispersas, e assim por diante. Na ciência da neurofisiologia, afirmações deste tipo não são necessariamente teorias, no sentido presente. Mas em uma ciência do comportamento, onde estamos inte- ressados em se um organismo saliva ou não quando um sino toca, ou pula em direção a um triângulo cinza, ou diz bik quando se lê tuz em um cartão, ou ama alguém que se parece com sua mãe, todas as afirmações sobre o sistema nervoso são teorias, no sentido de que não são expressas nos mesmos termos e não poderiam ser confirmadas com os mesmos métodos de observação que os fatos que elas dizem explicar. Um segundo tipo de teoria de aprendizagem está em uso, não muito distante da teoria fisiológica, embora haja menos acordo sobre o método de observação direta. Teorias deste tipo sempre dominaram o campo do com- portamento humano. Elas consistem de referências a even- tos “mentais”, como dizer que um organismo aprende a se comportar de uma determinada maneira porque “acha REVISTA B RASILEIRA DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO / BRAZILIAN JOURNAL OF B EHAVIOR ANALYSIS, 2005, VOL.1 N O . 1, 105-124

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    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS1?ARE THEORIES OF LEARNING NECESSARY 2?

    B. F. SKINNER

    1 Skinner, B. F. (1950). Are theories of learning necessary? Psychological Review, 57, 193-216. Publicado com autorizao da American PsychologicalAssociation (o texto utilizado para esta traduo foi a reproduo publicada em Skinner, B. F. (1972). Cumulative Record: A Selection of papers (3 ed.)New York: Appleton-Century-Crofts). Traduo de Lincoln da Silva Gimenes, David Alan Eckerman e Patrcia Regina Lopes Galvo, do Departamento deProcessos Psicolgicos Bsicos, da Universidade de Braslia. Contatos: [email protected]. Algumas expresses foram traduzidas literalmente para manter alinguagem utilizada pelo autor na poca. Assim, expresses como ter em mente, nveis de fome e outras, representam fielmente as palavras utilizadas peloautor. As notas no final do artigo so as do original.

    2 Parte do material que segue foi obtido em 1941-42, em um estudo cooperativo sobre o comportamento do pombo em que Keller Breland, Norman Guttman,e W. K. Estes colaboraram. Alguns dos experimentos relatados nesse artigo foram financiados pela General Mills, Inc. e pelo Office of Scientific Researchand Development. Parte desse trabalho foi selecionado de estudo subseqente sobre o pombo, ainda no publicado, conduzido pelo autor na IndianaUniversity e Harvard University. Tambm apresentado como Conferncia do Presidente, na Midwestern Psychological Association, em Chicago, Illinois, emmaio de1949.

    Algumas suposies bsicas, essenciais a qualqueratividade cientfica, s vezes so chamadas de teorias. A deque a natureza ordenada, mais do que caprichosa, umexemplo. Determinadas afirmaes tambm so teoriassimplesmente, at o ponto em que ainda no so fatos.Um cientista pode supor o resultado de um experimentoantes que ele seja realizado. A predio e a posterior de-monstrao do resultado podem ser compostas dos mes-mos termos, no mesmo arranjo sinttico, estando a dife-rena no grau de confiana. Nenhuma afirmao emprica completamente no-terica neste sentido, porque a evi-dncia nunca completa e, provavelmente, nenhuma pre-dio feita completamente sem evidncia. O termo teo-ria no ir se referir aqui a afirmaes deste tipo, mas aqualquer explicao de um fato observado que apele aeventos que ocorrem em algum outro lugar, em algum ou-tro nvel de observao, descrito em termos diferentes emedido, se tanto, em dimenses completamente diferentes.

    Trs tipos de teoria no campo da aprendizagem sa-tisfazem a esta definio. A mais caracterstica encontra-da no campo da psicologia fisiolgica. Ns todos estamosfamiliarizados com as mudanas que supostamente ocor-

    rem no sistema nervoso quando um organismo aprende.Conexes sinpticas so feitas ou rompidas, os camposeltricos so desorganizados ou reorganizados, as concen-traes de ons so acumuladas ou dispersas, e assim pordiante. Na cincia da neurofisiologia, afirmaes deste tipono so necessariamente teorias, no sentido presente. Masem uma cincia do comportamento, onde estamos inte-ressados em se um organismo saliva ou no quando umsino toca, ou pula em direo a um tringulo cinza, ou dizbik quando se l tuz em um carto, ou ama algum que separece com sua me, todas as afirmaes sobre o sistemanervoso so teorias, no sentido de que no so expressasnos mesmos termos e no poderiam ser confirmadas comos mesmos mtodos de observao que os fatos que elasdizem explicar.

    Um segundo tipo de teoria de aprendizagem estem uso, no muito distante da teoria fisiolgica, emborahaja menos acordo sobre o mtodo de observao direta.Teorias deste tipo sempre dominaram o campo do com-portamento humano. Elas consistem de referncias a even-tos mentais, como dizer que um organismo aprende a secomportar de uma determinada maneira porque acha

    REVISTA BRASILEIRA DE ANLISE DO COMPORTAMENTO / BRAZILIAN JOURNAL OF BEHAVIOR ANALYSIS, 2005, VOL.1 NO. 1, 105-124

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    algo agradvel ou porque espera que algo acontea. Parao psiclogo mentalista, estes eventos explicativos no somais tericos do que conexes sinpticas so para oneurofisiologista, mas em uma cincia do comportamentoeles so teorias porque os mtodos e os termos apropriadospara os eventos a serem explicados diferem dos mtodos etermos apropriados para os eventos explicativos.

    Em um terceiro tipo de teoria de aprendizagem, oseventos explicativos no so diretamente observados. Asugesto do autor (em O comportamento dos Organis-mos), de que as letras SNC sejam consideradas como re-presentando no o Sistema Nervoso Central, mas o Siste-ma Nervoso Conceitual parece ter sido levada a srio. Muitostericos indicam que no esto falando sobre o sistemanervoso como uma estrutura real que se submete s mu-danas fisiolgicas ou bioqumicas, mas somente como umsistema com um certo produto dinmico. Teorias destetipo esto se multiplicando rapidamente, assim como ver-ses operacionais paralelas de eventos mentais. Uma defi-nio puramente comportamental do comportamento deexpectativa tem a vantagem do problema da observaomental ser evitado e, com isso, o problema de como umevento mental pode causar um evento fsico. Mas tais teo-rias no vo to longe ao ponto de afirmar que os eventosexplicativos so idnticos aos fatos comportamentais queeles pretendem explicar. Uma afirmao sobre o compor-tamento pode sustentar tal teoria, mas nunca ir se asse-melhar a ela nos termos ou na sintaxe. Os postulados sobons exemplos. Os postulados verdadeiros no podem setornar fatos. Teoremas podem ser deduzidos deles os quais,como tentativas de afirmaes sobre o comportamento,podem ou no ser confirmados, mas teoremas no soteorias, no sentido corrente. Postulados continuam sendoteorias at o fim.

    No a proposta deste artigo mostrar que nenhu-ma destas teorias pode ser posta em boa ordem cientfica,ou que os eventos aos quais elas se referem podem noocorrer realmente ou ser estudados por cincias apropria-das. Seria imprudente negar os feitos das teorias deste tipona histria da cincia. A pergunta de se elas so necessrias,

    entretanto, tem outras implicaes e vale a pena ser feita.Se a resposta for no, ento talvez seja possvel arguir efeti-vamente contra a teoria no campo da aprendizagem. Umacincia do comportamento deve, eventualmente, lidar como comportamento em sua relao com determinadas vari-veis manipulveis. Teorias - seja neural, mental, ouconceitual - falam sobre passos intervenientes nestas rela-es. Mas em vez de nos alertar a procurar e explorar vari-veis relevantes, elas freqentemente tm o efeito comple-tamente contrrio. Quando atribumos comportamento aum evento neural ou mental, real ou conceitual, provavel-mente nos esquecemos de que ainda temos a tarefa deexplicar o evento neural ou mental. Quando afirmarmosque um animal age de uma dada maneira porque esperareceber alimento, ento o que comeou como a tarefa deexplicar o comportamento aprendido torna-se a tarefa deexplicar a expectativa. O problema , no mnimo, igual-mente complexo e, provavelmente, mais difcil. Ns ten-demos a fechar nossos olhos para isso e usamos a teoriapara nos dar respostas no lugar daquelas que poderamosencontrar com mais estudos. Pode-se questionar que a prin-cipal funo da teoria de aprendizagem at agora tem sido,no a de sugerir pesquisas apropriadas, mas criar uma falsasensao de segurana, uma satisfao no garantida como status quo.

    Pesquisa planejada com respeito teoria tambmprovvel de ser desperdiada. O fato de uma teoria gerarpesquisa no prova seu valor, a menos que a pesquisa sejavaliosa. Muita experimentao intil resulta de teorias, emuita energia e habilidade so absorvidas por elas. A mai-oria das teorias eventualmente substituda e a maior par-te da pesquisa associada descartada. Isto poderia ser jus-tificado se fosse verdade que a pesquisa produtiva requeruma teoria - como geralmente defendido, claro. Discu-te-se que a pesquisa seria sem propsito e desorganizadasem uma teoria para gui-la. Esta viso sustentada pelostextos psicolgicos que pegam exemplos dos lgicos aoinvs da cincia emprica e descrevem pensamento comonecessariamente envolvendo estgios de hiptese, dedu-o, teste experimental, e confirmao. Mas esta no a

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    forma como a maioria dos cientistas realmente trabalha. possvel elaborar experimentos significativos por outrasrazes, e a possibilidade a ser examinada de que tal pes-quisa conduzir, mais diretamente, ao tipo de informaoque uma cincia geralmente acumula.

    As alternativas merecem, no mnimo, ser considera-das. O quanto pode ser feito sem teoria? Que outros tiposde atividade cientfica so possveis? E, que luz as prticasalternativas lanam sobre a nossa preocupao atual comteoria?

    Seria inconsistente tentar responder a estas pergun-tas em um nvel terico. Vamos, portanto, nos voltar paraalgum material experimental em trs reas, nas quais asteorias de aprendizagem agora florescem e levantam a ques-to da funo da teoria de forma mais concreta.

    O dado bsico na aprendizagemO que realmente acontece quando um organismo

    aprende no uma pergunta fcil de responder. Aquelesque esto interessados em uma cincia do comportamentoinsistiro que aprendizagem uma mudana no compor-tamento, mas eles tendem a evitar referncias explcitas arespostas ou atos como tal. Aprendizagem ajustamentoou adaptao a uma situao. Mas de que so feitos osajustes e as adaptaes? Eles so dados ou inferncias apartir de dados? Aprendizagem melhoria. Mas melhoriaem qu? E do ponto de vista de quem? Aprendizagem restaurao do equilbrio. Mas o que est em equilbrio, ecomo foi posto em equilbrio? Aprendizagem resoluode problema. Mas quais so as dimenses fsicas de umproblema - ou de uma soluo? Definies deste tipomostram uma relutncia em tomar o que aparece diantedos olhos em um experimento de aprendizagem comoum dado bsico. Observaes particulares parecem muitotriviais. Um escore de erro diminui; mas ns no estamosprontos para dizer que isso aprendizagem e no mera-mente o resultado da aprendizagem. Um organismo satis-faz um critrio de dez tentativas bem sucedidas; mas umcritrio arbitrrio est em discrepncia com a nossa con-cepo de generalidade do processo de aprendizagem.

    a que entra a teoria. Se o que muda na aprendiza-gem no for o tempo requerido para sair de uma caixa-problema, mas a fora de uma ligao, ou a condutividadede uma via neural, ou o potencial de excitao de umhbito, ento os problemas parecem desaparecer. Sair deuma caixa cada vez mais rapidamente no aprendiza-gem; meramente desempenho. A aprendizagem vai maisalm, em um sistema dimensional diferente. E embora otempo requerido dependa de condies arbitrrias,freqentemente varie descontinuamente e esteja sujeito ainverses de magnitude, ns temos certeza de que o pro-cesso de aprendizagem, propriamente, contnuo, orde-nado, e est alm dos acidentes de medio. Nada poderiailustrar melhor o uso da teoria do que um refgio dosdados.

    Mas devemos eventualmente nos voltar para umdado observvel. Se a aprendizagem for o processo quesupomos ser, ento ela deve aparecer como tal nas situa-es nas quais ns a estudamos. Mesmo se o processo bsi-co pertencer a algum outro sistema dimensional, nossasmedidas devem ter propriedades relevantes e compar-veis. Mas situaes experimentais produtivas so difceisde encontrar, particularmente se aceitarmos determinadasrestries plausveis. Mostrar uma mudana ordenada nocomportamento de um rato, macaco ou criana, media-nos, no suficiente, j que a aprendizagem um processono comportamento do indivduo. Registrar o comeo e ofim da aprendizagem de algumas etapas discretas no sero bastante, j que uma srie de observaes pontuais nofornecer uma cobertura completa de um processo cont-nuo. As dimenses da mudana devem vir do prpriocomportamento; elas no devem ser impostas por um jul-gamento de sucesso ou falha, externo, ou por um critrioexterno de perfeio. Mas quando revemos a literaturacom estas exigncias em mente, encontramos pouca justi-ficativa para o processo terico com o qual nos sentimosto confortados.

    O nvel de energia ou o produto-trabalho do com-portamento, por exemplo, no mudam de forma apropri-ada. No tipo de comportamento adaptado para o experi-

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    mento Pavloviano (comportamento respondente) podehaver um aumento progressivo na magnitude de respostadurante a aprendizagem. Mas ns no gritamos nossasrespostas cada vez mais alto quando aprendemos materiaisverbais, assim como um rato no pressiona uma barra cadavez mais forte medida que o condicionamento progride.No comportamento operante, a energia ou a magnitudede resposta muda significativamente somente quando al-gum valor arbitrrio reforado diferencialmente - quan-do tal mudana o que aprendido.

    A emergncia de uma resposta correta, em competi-o com respostas erradas, um outro dado usadofreqentemente no estudo da aprendizagem. O labirintoe a caixa de discriminao produzem resultados que po-dem ser reduzidos a estes termos. Mas uma razo do com-portamento certo versus errado no pode produzir umamedida de mudana contnua em um nico experimentoem um nico organismo. O ponto em que uma respostatem prioridade sobre outra no pode nos dar a histriacompleta da mudana em qualquer das respostas. Calcu-lar curvas mdias para grupos de tentativas ou de organis-mos no resolver este problema.

    Recentemente tem aumentado a ateno em rela-o latncia, a relevncia da qual, como aquela do nvelde energia, sugerida pelas propriedades dos reflexos con-dicionados e incondicionados. Mas no comportamentooperante, a relao com um estmulo diferente. Umamedida de latncia envolve outras consideraes, comouma inspeo de qualquer caso mostrar. A maioria dasrespostas operantes pode ser emitida na ausncia do que considerado um estmulo relevante. Em tal caso, a respos-ta tende a aparecer antes que o estmulo seja apresentado.Travar uma barra, de modo que um organismo no possapression-la at que o estmulo seja apresentado, no nenhuma soluo para escapar deste embarao, j que ra-ramente podemos nos contentar com relaes temporaisque foram foradas a atender nossas expectativas. Latnciasem aparatos do tipo runway esto sujeitas a esta objeo.

    Em um experimento tpico, a porta de uma caixa de par-tida aberta e o tempo que decorre antes que um rato saiada caixa medido. Abrir a porta no somente um est-mulo, uma mudana na situao, que torna a respostapossvel pela primeira vez. O tempo medido no , deforma alguma, to simples quanto uma latncia, e requeruma outra formulao. Muita coisa depende do que o ratoest fazendo no momento em que o estmulo apresenta-do. Alguns experimentadores esperam at que o rato estejade frente para a porta, mas fazer isso alterar a mensuraoque est sendo feita. Se, por outro lado, a porta for abertasem considerar o que o rato est fazendo, o primeiro efeitoprincipal o condicionamento de um comportamento deespera favorvel. O rato permanece eventualmente perto ede frente para a porta. O menor tempo de partida resul-tante no devido a uma reduo na latncia de umaresposta, mas ao condicionamento de um comportamen-to preliminar favorvel.

    Latncias em um organismo nico no seguem umprocesso de aprendizagem simples. Dados relevantes so-bre este ponto foram obtidos como parte de um amploestudo de tempo de reao. Um pombo, colocado emuma caixa, condicionado a bicar um disco em uma pare-de. Alimento apresentado como reforamento, pela ex-posio de um comedouro atravs de um buraco abaixodo disco. Se as respostas forem reforadas somente depoisque um estmulo tiver sido apresentado, as respostas emoutros momentos desaparecem. Tempos de reao muitocurtos so obtidos pelo reforamento diferencial das res-postas que ocorrem logo aps o estmulo3. Mas as respostastambm se tornam mais rpidas sem reforamento dife-rencial. Uma anlise mostra que isto devido ao desenvol-vimento de comportamento de espera eficaz. O pssarocomea a parar em frente ao disco com sua cabea numaboa posio para bicar. Sob condies timas, semreforamento diferencial, o tempo mdio entre o estmuloe a resposta ser da ordem de 1/3 de segundo. Isto no uma latncia verdadeira de um reflexo, j que o estmulo

    3 Um experimento sobre reforamento diferencial em relao ao tempo foi relatado num encontro da American Psychological Association, em setembrode 1946. Um resumo apresentado em The American Psychologist, 1946, 1, 274-275.

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    discriminativo e no eliciador, mas este um bom exem-plo de latncia usada no estudo da aprendizagem. O pon-to que esta medida no varia continuamente ou de for-ma ordenada. Dando mais alimento ao pssaro, por exem-plo, ns induzimos a uma condio na qual ele nem sem-pre responde. Mas as respostas que ocorrem mostram, apro-ximadamente, a mesma relao temporal com o estmulo(Figura 1, curva do meio). Em extino, de especial inte-resse aqui, h uma disperso das latncias porque a falta dereforamento gera uma condio emocional. Algumas res-postas ocorrem antes e outras so atrasadas, mas o valormais comum permanece inalterado (curva inferior na Fi-gura 1). As latncias mais longas so facilmente explicadaspor uma inspeo. O comportamento emocional, sobre oqual sero mencionados exemplos mais tarde, provvelde estar ocorrendo quando o sinal de prontido for apre-sentado. Ele geralmente no pra antes que o sinal vseja apresentado, e o resultado um longo tempo de par-tida. Comeam tambm a aparecer casos em que o pssarosimplesmente no responde de forma alguma durante umdeterminado tempo. Se calcularmos a mdia de um gran-de nmero de observaes, de um ou de muitos pssaros,podemos criar o que parece um aumento progressivo delatncia. Mas os dados para um nico organismo nomostram um processo contnuo.

    Figura 1

    Um outro dado a ser examinado a taxa em queuma resposta emitida. Felizmente a histria aqui dife-rente. Ns estudamos esta taxa planejando uma situaoem que uma resposta pode ser livremente repetida, esco-lhendo uma resposta que possa ser facilmente observada econtada (por exemplo, tocar ou pressionar uma pequenabarra ou disco). As respostas podem ser registradas em umpolgrafo, mas uma forma mais conveniente uma curvacumulativa na qual a taxa da resposta lida imediatamen-te como inclinao. A taxa em que uma resposta emitidaem tal situao est perto da nossa pr-concepo do pro-cesso de aprendizagem. medida que o organismo apren-de, a taxa aumenta. Quando ele desaprende (por exem-plo, em extino) a taxa cai. Vrios tipos de estmulosdiscriminativos podem ser colocados sob controle da res-posta com modificaes correspondentes da taxa. As mu-danas motivacionais, assim como aqueles eventos que di-zemos serem geradores de emoo, alteram a taxa de formasensvel. Os valores atravs dos quais a taxa varia significa-tivamente podem ser to grande quanto da ordem de1000:1. Mudanas na taxa so satisfatoriamente regularesno caso individual, de modo que no necessrio calculara mdia dos casos. Um determinado valor geralmentemuito estvel: no pombo, uma taxa de 4000 ou 5000respostas por hora pode ser mantida sem interrupo por15 horas.

    A taxa de resposta parece ser o nico dado que variasignificativamente e na direo esperada sob condiesque so relevantes para o processo de aprendizagem. Nspodemos, portanto, ser induzidos a aceit-la como nossato procurada medida da fora de ligao, do potencialexcitatrio, etc. Uma vez de posse de um dado efetivo,entretanto, podemos sentir pouca necessidade de qual-quer constructo terico deste tipo. O progresso em umcampo cientfico geralmente depende da descoberta deuma varivel dependente satisfatria. At que tal varivelseja descoberta, recorremos teoria. As entidades que figu-raram to proeminentemente na teoria de aprendizagem

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    serviram principalmente como substitutas para um dadodiretamente observvel e produtivo. Elas tm pouca razopara sobreviver quando tal dado encontrado.

    No acidente que a taxa de resposta seja bem suce-dida como um dado, porque particularmente apropria-da tarefa fundamental de uma cincia do comportamen-to. Se devemos predizer o comportamento (e, possivel-mente, control-lo), ns devemos lidar com probabilidadede resposta. O papel de uma cincia do comportamento avaliar esta probabilidade e explorar as condies que adeterminam. Fora de ligao, expectativa, potencialexcitatrio, e assim por diante, carregam a noo de proba-bilidade de forma facilmente imaginada, mas as proprie-dades adicionais sugeridas por estes termos impediram abusca por medidas apropriadas. A taxa de resposta no uma medida de probabilidade, mas o nico dado apro-priado em uma formulao nestes termos.

    Como outras disciplinas cientficas podem atestaras probabilidades no so fceis de controlar. Ns quere-mos fazer afirmaes sobre a possibilidade de ocorrnciade uma nica resposta futura, mas nossos dados esto naforma de freqncias de respostas que j ocorreram. Essasrespostas foram, presumidamente, similares entre si e resposta a ser predita. Mas isto levanta o incmodo pro-blema da ocorrncia de uma nica resposta versus classe deresposta. Precisamente, que respostas precisamos levar emconsiderao para predizer um caso futuro? Certamenteno as respostas dadas por uma populao de organismosdiferentes, para a qual um dado estatstico levanta maisproblemas do que os resolve. Considerar a freqncia derespostas repetidas em um indivduo exige algo como asituao experimental acima descrita.

    Esta soluo do problema de um dado bsico baseada na viso de que o comportamento operante es-sencialmente um fenmeno emissor. Latncia e magnitu-de da resposta falham como medidas porque no levamisso em considerao. So conceitos apropriados ao campodo reflexo, onde, o controle quase invarivel exercido peloestmulo eliciador, torna trivial a noo de probabilidadeda resposta. Considere, por exemplo, o caso da latncia.Por causa da nossa compreenso de reflexos simples, nsinferimos que uma resposta que mais provavelmente deser emitida, ser emitida mais rapidamente. Mas isto verdade? O que a palavra rapidamente pode significar? Aprobabilidade da resposta, assim como a predio da res-posta, trata do momento da emisso. Isto se refere a umponto no tempo, mas no tem a dimenso temporal deuma latncia. A execuo pode levar tempo depois que aresposta foi iniciada, mas o momento de ocorrncia notem nenhuma durao4. Ao reconhecer o carter emissordo comportamento operante e a posio central da proba-bilidade de resposta como um dado, a latncia parece serirrelevante para a nossa tarefa presente.

    Vrias objees tm sido feitas ao uso da taxa deresposta como um dado bsico. Por exemplo, tal programapode parecer nos impedir de lidar com muitos eventosque so ocorrncias nicas na vida do indivduo. Um ho-mem no se decide por uma carreira, no se casa, noganha milhes de dlares, nem morre em um acidentefreqentemente o bastante para se ter uma taxa de respos-ta significativa. Mas estas atividades no so respostas. Noso eventos unitrios simples que se prestam prediocomo tais. Se quisermos predizer casamento, sucesso, aci-dentes, e assim por diante, em nada mais do que em ter-

    4 Isso no pode, de fato, ser reduzido ou aumentado. Onde uma latncia parece ser forada em direo a um valor mnimo pelo reforamento diferencial, umaoutra interpretao requerida. Embora possamos reforar diferencialmente um comportamento mais energtico ou a execuo mais rpida do comportamentodepois que ele comeou, no faz sentido falar em respostas reforadas diferencialmente com latncias curtas ou longas. O que realmente reforamosdiferencialmente (a) o comportamento favorvel de espera e (b) respostas mais vigorosas. Quando pedimos a um sujeito que responda o mais rpidopossvel no experimento de tempo de reao com humanos, ns pedimos essencialmente que ele (a) realize tantas respostas quantas possveis sem realmentealcanar o critrio de emisso, (b) faa qualquer outra coisa to pouco quanto possvel e, (c) responda energicamente aps a apresentao do estmulo. Istopode produzir um tempo mensurvel mnimo entre estmulo e resposta, mas este tempo no necessariamente um dado bsico e nem nossas instrues oalterou como tal. Uma interpretao paralela do reforamento diferencial de latncias longas requerida. Isso facilmente estabelecido por inspeo. Nosexperimentos com pombos, citados previamente, o comportamento preliminar condicionado, o qual adia as respostas ao disco at o momento apropriado.O comportamento que marca o tempo geralmente conspcuo.

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    mos estatsticos, devemos lidar com as unidades menoresdo comportamento que conduzem a, e compem estesepisdios unitrios. Se as unidades aparecerem de formarepetida, a anlise presente pode ser aplicada. No campoda aprendizagem, uma objeo similar toma a forma dapergunta de como a anlise presente pode ser estendida asituaes experimentais nas quais impossvel observarfreqncias. Isso no significa que a aprendizagem noesteja ocorrendo em tais situaes. A noo de probabili-dade geralmente extrapolada para casos em que umaanlise de freqncia no pode ser realizada. No campo docomportamento, ns arranjamos uma situao em que asfreqncias esto disponveis como dados, mas usamos anoo de probabilidade ao analisar e formular exemplosou mesmo tipos de comportamento que no so suscet-veis a esta anlise.

    Uma outra objeo comum a de que uma taxa deresposta como um grupo de latncias e, portanto, deforma alguma um dado novo. Pode-se mostrar facilmen-te que isso est errado. Quando medimos o tempo quedecorre entre duas respostas, ns no temos dvida algu-ma do que o organismo estava fazendo quando dispara-mos o cronmetro. Ns sabemos que ele estava executan-do uma resposta. Este um zero natural bastante dife-rente do ponto arbitrrio a partir do qual as latncias somedidas. A repetio livre de uma resposta produz umdado ritmado e peridico muito diferente da latncia.Muitos processos fsicos peridicos sugerem paralelos.

    Ns no escolhemos taxa de resposta como um dadobsico meramente de uma anlise da tarefa fundamentalde uma cincia do comportamento. O principal interesse o seu sucesso numa cincia experimental. O material quesegue oferecido como uma amostra do que pode serfeito. No se pretende uma demonstrao completa, masisso deve confirmar o fato de que, quando estamos deposse de um dado que varia de forma significativa, nstendemos a recorrer menos a entidades tericas que carre-gam a noo de probabilidade da resposta.

    Porque a aprendizagem ocorre

    Ns podemos definir aprendizagem como umamudana na probabilidade da resposta, mas devemos tam-bm especificar as condies sob as quais ela acontece. Parafazer isto, devemos examinar algumas das variveis inde-pendentes de que a probabilidade da resposta uma fun-o. Aqui ns encontramos outro tipo de teoria de apren-dizagem.

    Uma demonstrao efetiva da Lei do Efeito, emsala de aula, pode ser feita da seguinte maneira. Um pom-bo, reduzido a 80 por cento de seu peso livre, habituadoa uma pequena caixa semicircular, e alimentado l porvarios dias atravs de um comedouro que o experimentadoraciona por meio de interruptor manual. A demonstraoconsiste em estabelecer uma resposta selecionada peloreforamento apropriado com alimento. Por exemplo,olhando uma escala na parede oposta da caixa, possvelapresentar o comedouro sempre que a cabea do pomboest acima de uma determinada altura. Pontos cada vezmais altos so escolhidos at que, dentro de alguns minu-tos, o pombo est andando pela gaiola mantendo sua ca-bea o mais alto possvel. Em uma outra demonstrao, opssaro condicionado a empurrar uma bolinha de gudecolocada no cho da caixa. Isto pode ser feito em poucosminutos reforando passos sucessivos. O alimento apre-sentado primeiramente quando o pssaro est meramentese movimentando perto da bolinha, depois quando eleolha em direo a bolinha, mais tarde quando ele movesua cabea na direo da bolinha e, finalmente, quandoele bica a bolinha. Qualquer um que tenha visto tal de-monstrao sabe que a Lei do Efeito no nenhuma teo-ria. Ela simplesmente especifica um procedimento paraalterar a probabilidade de uma dada resposta.

    Mas quando tentamos dizer por que o reforamentotem este efeito, as teorias aparecem. Diz-se que a aprendi-zagem ocorre porque o reforamento agradvel,satisfatrio, redutor de tenso, e assim por diante. O pro-cesso inverso da extino explicado com teorias compa-rveis. Se a taxa de resposta primeiramente elevada a umponto alto por reforamento e o reforamento ento reti-do, observa-se que a resposta ocorre cada vez menos

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    freqentemente depois disso. Uma teoria comum explicaisto afirmando que um estado se desenvolve, o qual supri-me o comportamento. Esta inibio experimental ouinibio de reao deve ser designada a um sistemadimensional diferente, j que nada no nvel do comporta-mento corresponde a processos opostos de excitao e ini-bio. A taxa de resposta simplesmente aumentada poruma operao e diminuda por outra. Determinados efei-tos, geralmente interpretados como mostrando a liberaode uma fora supressora, podem ser interpretados de ou-tras maneiras. Desinibio, por exemplo, no necessaria-mente a liberao de uma fora suprimida; pode ser umsinal de fora suplementar de uma varivel estranha. Oprocesso de recuperao espontnea, freqentemente ci-tado para sustentar a noo da supresso, tem uma expli-cao alternativa, a ser notada em um momento.Vamos avaliar a questo sobre por que a aprendizagemocorre, voltando a alguns dados. Como condicionamento geralmente muito rpido para ser facilmente acompa-nhado, o processo de extino fornece um exemplo maistil. Um nmero de diferentes tipos de curvas foi obtidoconsistentemente de ratos e pombos, usando vrios esque-mas de reforamento previamente utilizados. Consideran-do algumas das condies relevantes, ns podemos verque espao deixado para processos tericos.

    A mera passagem de tempo entre condicionamentoe extino uma varivel que tem, surpreendentemente,pouco efeito. O rato tem o tempo de vida muito curtopara tornar um longo experimento praticvel, mas o pom-bo, que pode viver dez ou quinze anos, um sujeito ideal.H mais de cinco anos, vinte pombos foram condiciona-dos a bicar um grande disco translcido no um complexopadro visual era projetado. O reforamento era contin-gente manuteno de uma taxa elevada e constante deresposta e bicada a uma determinada caracterstica dopadro visual. Estes pssaros foram reservados para se es-tudar reteno. Eles foram transferidos para cativeiros co-

    muns, onde serviram como reprodutores. Pequenos gru-pos foram testados para extino no fim de seis meses, deum ano, de dois anos, e de quatro anos. Antes do teste,cada pssaro foi transferido para uma gaiola separada. Umesquema de alimentao controlada foi usado para reduziro peso a aproximadamente 80 por cento do peso livre. Opssaro foi alimentado, ento, dentro de um aparato expe-rimental pouco iluminado, na ausncia do disco, por di-versos dias, durante os quais as respostas emocionais aoaparato desapareceram. No dia do teste, o pssaro era colo-cado em uma caixa escura. O disco translcido era apre-sentado, mas no iluminado. Nenhuma resposta ocorreu.Quando o padro foi projetado no disco, todos os quatropssaros responderam rapidamente e extensivamente. AFigura 2 mostra a maior curva obtida. Este pssaro bicouo disco em dois segundos depois da apresentao de umpadro visual que no tinha visto por quatro anos e, nolocal preciso sobre o qual o reforamento diferencial tinhasido baseado antes. Ele continuou a responder pela horaseguinte, emitindo aproximadamente 700 respostas. Isto da ordem de 1/2 a 1/4 das respostas que ele teria emitidose a extino no tivesse sido atrasada quatro anos, masfora isso, a curva razoavelmente tpica.

    Figura 2

    O nvel de motivao outra varivel a ser levadaem considerao. Um exemplo do efeito da privao foirelatado em outro lugar5. A resposta de presso barra foi

    5 O experimento do qual esses dados advm foi relatado em um encontro da American Psychological Association, em setembro de 1940. Um resumo apresentado em Psychological Bulletin, 1940, 37, 243.

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    estabelecida em oito ratos com um esquema de reforamentoperidico. Eles foram alimentados com a maior parte desuas raes em dias alternados, de modo que as taxas deresposta em dias sucessivos fossem alternadamente eleva-das e baixas. Dois subgrupos de quatro ratos foram balan-ceados com base na taxa mantida sob o reforamento pe-ridico nestas condies. A resposta foi, ento, extinta -em um grupo em dias alternados quando a fome era alta,no outro grupo em dias alternados em que a fome erabaixa. (A mesma quantidade de alimento foi ingerida nosdias no-experimentais, como antes) O resultado mos-trado na Figura 3. O grfico superior mostra os dadosbrutos. Os nveis de fome so indicados pelos pontos em Pna abscissa, as taxas prevalecendo sob o reforamento pe-ridico. Os pontos subseqentes mostram o declnio naextino. Se multiplicarmos a curva mais baixa por umfator escolhido para sobrepor os pontos em P, as curvas sosobrepostas razoavelmente prximas, como mostrado nogrfico abaixo. Muitos outros experimentos, sobre ratos epombos, confirmaram este princpio geral. Se uma dadarazo de respostas prevalece sob reforamento peridico,as inclinaes de curvas de extino posteriores mostram amesma razo. O nvel de fome determina a inclinao dacurva de extino, mas no a sua curvatura.

    Outra varivel, dificuldade de resposta, especial-mente relevante porque foi usada para testar a teoria deinibio da reao6, na suposio de que uma resposta querequer energia considervel produzir mais inibio reativado que uma resposta fcil e conduzir, portanto, a umaextino mais rpida. A teoria requer que a curvatura dacurva de extino seja alterada, no meramente sua incli-nao. Contudo h evidncia de que a dificuldade daresposta age como o nvel de fome, simplesmente paraalterar a inclinao. Um pombo suspenso por uma ja-queta que prende suas asas e pernas, mas deixa sua cabeae pescoo livre para responder a um disco de resposta e a

    Figura 3

    6 Mowrer, O. H. & Jones, H.M. Extinction and behavior variability as function of effortfulness of task. Journal of Experimental Psychology, 1943, 33, 369-386.

    7 Esse experimento foi relatado em um encontro da Midwestern Psychological Association, em maro de 1946. Um resumo apresentado em AmericanPsychologist, 1946, 1, 462.

    um comedouro7. Seu comportamento nesta situao quantitativamente muito parecido com o de um pssaroque se move livremente em uma caixa experimental. Maso uso do jaqueta tem a vantagem de que a resposta ao discopode ser fcil ou difcil mudando a distncia que o pssarodeve alcanar. Em um experimento, estas distncias foramexpressas em sete unidades iguais, mas arbitrrias. Na dis-

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    tncia 7, o pssaro mal poderia alcanar o disco, em 3 elepoderia bicar sem estender muito seu pescoo. Oreforamento peridico produziu uma linha de base pla-na sobre a qual foi possvel observar o efeito da dificuldadepela rpida mudana de posio durante o perodo expe-rimental. Cada um dos cinco registros na Figura 4 cobreum perodo experimental de 15 minutos sob reforamentoperidico. As distncias entre o pssaro e o disco so indicadaspelos numerais acima dos registros. Pode-se observar que ataxa de resposta na distncia 7 geralmente muito baixa,enquanto na distncia 3, alta. As distncias intermediri-as produzem inclinaes intermedirias. Pode-se notar tam-bm que a mudana de uma posio para outra sentidaimediatamente. Se responder repetidamente em uma po-sio difcil provocar uma quantidade considervel de ini-bio reativa, devemos esperar que a taxa seja baixa porpouco tempo aps o retorno para uma resposta fcil. Aocontrrio, se uma resposta fcil provocar pouca inibioreativa, devemos esperar uma taxa razoavelmente alta deresposta por algum tempo depois que uma posio difcil assumida. Nada parecido com isso ocorre. A extinomais rpida de uma resposta difcil uma expresso am-bgua. A constante da inclinao afetada e, com ela, onmero de respostas para um critrio de extino, maspode haver nenhum efeito na curvatura.

    Figura 4

    Uma forma de considerar a pergunta de por que ascurvas de extino so encurvadas considerar a extinocomo um processo de exausto comparvel perda decalor da fonte para o dissipador ou queda do nvel de umreservatrio quando uma sada est aberta. Condiciona-mento provoca uma pr-disposio para responder - umareserva - que a extino esgota. Esta talvez uma descri-o defensvel no nvel do comportamento. A reserva no, necessariamente, uma teoria no sentido corrente, j queno atribuda a um sistema dimensional diferente. Pode-ria, operacionalmente, ser definida como uma curva pre-dita de extino, mesmo que, lingisticamente, fizesse umaafirmao sobre a condio momentnea de uma resposta.Mas no um conceito particularmente til, nem a visode que a extino um processo de exausto adicionamuito ao fato observado de que as curvas de extino soencurvadas de uma certa maneira.

    H, entretanto, duas variveis que afetam a taxa,sendo que ambas operam durante a extino para alterar acurvatura. Uma destas cai no campo da emoo. Quandono reforamos uma resposta que foi reforada previamen-te, ns no iniciamos somente um processo de extino,ns estabelecemos uma resposta emocional - talvez o quefreqentemente significa frustrao. O pombo arrulha emum padro identificvel, move-se rapidamente pela gaio-la, defeca, ou bate suas asas rapidamente em uma posiode agachamento que sugere iniciar um comportamento(de acasalamento). Isto compete com a resposta de bicarum disco e , talvez, o suficiente para esclarecer o declniona taxa na comeo da extino. tambm possvel que aprobabilidade de uma resposta baseada na privao dealimento seja reduzida diretamente como parte de uma talreao emocional. Qualquer que seja sua natureza, o efeitodesta varivel eliminado atravs da adaptao. As curvasrepetidas de extino tornam-se mais planas e, em algunsdos esquemas a serem descritos brevemente, h pouca ouquase nenhuma evidncia de uma modificao emocionalda taxa.

    Uma segunda varivel tem um efeito muito maissrio. O mximo de respostas durante a extino obtido

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    somente quando as condies sob as quais a resposta foireforada so reproduzidas precisamente. Um rato condi-cionado na presena de uma luz no extinguir completa-mente na ausncia da luz. Ele comear a responder maisrapidamente quando a luz for introduzida novamente.Isto verdade para outros tipos dos estmulos, como oseguinte experimento de sala de aula ilustra. Nove pom-bos foram condicionados a bicar um tringulo amarelosob reforamento intermitente. Na sesso representada pelaFigura 5, os pssaros foram reforados primeiramente nes-te esquema por 30 minutos. A curva cumulativa combi-nada essencialmente uma linha reta, mostrando mais de1100 respostas, por pssaro, durante este perodo. O tri-ngulo amarelo foi ento substitudo pelo vermelho e ne-nhuma resposta foi reforada depois disso. O efeito foiqueda acentuada no responder, com somente uma ligeirarecuperao durante os quinze minutos seguintes. Quan-do o tringulo amarelo foi restitudo, as respostas rpidascomearam imediatamente e a curva usual de extinocontinuou. Experimentos similares mostraram que a to-nalidade de um tom incidental, a forma de um padroque est sendo bicado, ou o tamanho de um padro, sepresentes durante o condicionamento, iro controlar, dealguma forma, a taxa de resposta durante a extino. Al-gumas propriedades so mais eficazes do que outras, euma avaliao quantitativa possvel. Alternando diversosvalores de um estmulo em uma ordem aleatria, repetida-mente, durante o processo de extino, o gradiente degeneralizao de estmulos pode ser lido diretamente nastaxas de resposta sob cada valor.

    Algo muito parecido com isto deve ocorrer durantea extino. Vamos supor que todas as respostas a um discoforam reforadas e que cada uma foi seguida por um curtoperodo de alimentao. Quando extinguimos o compor-tamento, ns criamos uma situao em que respostas noso reforadas, na qual o comportamento de comer noocorre, e na qual h provavelmente novas respostas emoci-onais. A situao poderia facilmente ser to nova como ade um tringulo vermelho aps um amarelo. Se assim,poderia explicar o declnio na taxa durante a extino.

    Figura 5

    Ns podemos obter uma curva suave, com a forma deuma curva de extino, entre as linhas verticais na Figura5 mudando gradualmente a cor do tringulo de amarelopara vermelho. Isto poderia ter acontecido, mesmo quenenhum outro tipo de extino estivesse ocorrendo. Asprprias condies de extino parecem pressupor umanovidade crescente na situao experimental. por istoque a curva de extino curvada?

    Alguma evidncia vem dos dados de recuperaoespontnea. Mesmo depois de extino prolongada, umorganismo frequentemente responder em uma taxa maiselevada por, pelo menos, alguns instantes no comeo deuma outra sesso. Uma teoria sustenta que isto mostra arecuperao espontnea de algum tipo de inibio, mas umaoutra explicao possvel. No importa o quo cuidadosa-mente se segura um animal, a estimulao coincidente como incio de um experimento deve ser extensa e diferente dequalquer coisa que ocorre na etapa final de um perodoexperimental. Respostas foram reforadas na presena, oulogo depois, dessa estimulao. Em extino ela est presen-

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    te por alguns momentos apenas. Quando o organismo colocado de novo na situao experimental, a estimulao restabelecida; mais respostas so emitidas como no caso dotringulo amarelo. A nica maneira de conseguir a extinocompleta na presena da estimulao do incio de um expe-rimento comear repetidamente o experimento.

    Outra evidncia do efeito da novidade vem do es-tudo de reforamento peridico. O fato de que oreforamento intermitente produz curvas de extinomaiores do que o reforamento contnuo uma dificulda-de incmoda para aqueles que esperam uma relao sim-ples entre o nmero de reforamentos e o nmero de res-postas na extino. Mas esta relao realmente muitocomplexa. Um resultado do reforamento peridico queas mudanas emocionais se adaptam. Isto pode ser respon-svel pela suavidade das curvas de extino subseqentes,mas provavelmente no pela sua grande extenso. A lti-ma pode ser atribuda falta de novidade na situao deextino. Sob o reforamento peridico, muitas respostasso dadas sem reforamento e, quando nenhum compor-tamento de comer ocorreu recentemente. A situao naextino no , conseqentemente, completamente nova.

    O reforamento peridico no , entretanto, umasoluo simples. Se ns reforarmos em um esquema regu-lar - digamos, cada minuto - o organismo logo formaruma discriminao. Pouca ou nenhuma resposta ocorreimediatamente depois do reforamento, j que aestimulao vindo do comportamento de comer estcorrelacionada com a ausncia de reforamento subseqen-te. O quo rapidamente a discriminao pode se desenvol-ver mostrado na Figura 6, que reproduz as primeirascinco curvas obtidas de um pombo sob reforamento pe-ridico em perodos experimentais de quinze minutos cada.No quinto perodo (ou aps aproximadamente uma hora

    de reforamento peridico) a discriminao produz umapausa aps cada reforamento, resultando em uma curvamarcadamente em forma de escada. Como resultado destadiscriminao, o pssaro est quase sempre respondendorapidamente quando reforado. Esta a base para umaoutra discriminao. A resposta rpida torna-se uma con-dio favoravelmente estimulante. Um bom exemplo doefeito sobre a curva de extino subseqente mostradona Figura 7. Este pombo foi reforado uma vez a cadaminuto durante perodos experimentais dirios de quinzeminutos cada, por diversas semanas. Na curva de extino

    Figura 6

    Figura 7

    mostrada, o pssaro comea a responder na taxa prevalentesob o esquema anterior. Uma rpida acelerao positiva noincio perdida com reduo do registro. O pombo rapi-damente alcana e sustenta uma taxa que mais alta doque a taxa total durante o reforamento peridico. Duran-te este perodo o pombo cria uma condio estimulante,previamente otimamente correlacionada comreforamento. Eventualmente, quando algum tipo deexausto interfere, a taxa cai rapidamente a um valor mui-to mais baixo, mas razoavelmente estvel e, ento, a prati-camente zero. Ento continua uma condio sob a qualuma resposta no reforada normalmente. O pssaro,portanto, tende a no comear a responder novamente.Quando ele responde, entretanto, a situao melhora li-geiramente e, se continua a responder, as condies rapi-damente se tornam similares quelas sob as quais oreforamento foi recebido. Sob esta autocatlise uma taxaelevada alcanada rapidamente, e mais de 500 respostasso emitidas, em um segundo rompante. A taxa declinaento rapidamente e de forma razoavelmente suave, a quase

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    8 O que chamado reforamento peridico neste artigo veio a ser conhecido como reforamento em intervalo fixo e aperidico como intervalo varivel.(Ver Schedules of Reinforcement.)

    Esta suposio pode ser verificada pela elaboraode um esquema de reforamento no qual uma contingn-cia diferencial entre taxa de resposta e reforamento im-possvel. Em tal esquema daquilo que pode ser chamadode reforamento aperidico, um intervalo entre sucessi-vas respostas reforadas to curto que nenhuma respostano-reforada intervem, enquanto o intervalo mais longo de aproximadamente dois minutos8. Outros intervalosso distribudos aritmeticamente entre estes valores, a m-dia permanecendo em um minuto. Os intervalos so gros-seiramente randomizados para compor um programa dereforamento. Sob este programa, a probabilidade dereforamento no muda com respeito aos reforamentosanteriores, e as curvas nunca adquirem a caracterstica deescada da curva E na Figura 6. (A Figura 9 mostra curvasde um programa similar). Como resultado, nenhuma cor-relao entre diferentes taxas de resposta e diferentes pro-babilidades de reforamento pode se estabelecer.

    Uma curva de extino que segue uma exposiobreve ao reforamento aperidico mostrada na Figura 8.Ela comea caracteristicamente na taxa prevalente sob oreforamento aperidico e, ao contrrio da curva que se-gue o reforamento peridico regular, no acelera para umataxa total mais elevada. No h nenhuma evidncia daproduo autocataltica de uma condio estimulantetima. Tambm caracteristicamente, no h nenhumadescontinuidade significativa ou mudana repentina nataxa em uma ou outra direo. A curva se estende por umperodo de oito horas, diferente das quase duas horas na

    Figura 7, e parece representar um nico processo ordena-do. O nmero total de respostas maior, talvez por causado maior tempo permitido para emisso. Tudo isso podeser explicado pelo simples fato de que tornamos imposs-vel para o pombo formar um par de discriminaes base-adas, primeiro, na estimulao do comportamento de co-mer e, segundo, na estimulao do comportamento deresponder rapidamente.

    Figura 8

    J que o intervalo mais longo entre reforamentosera somente dois minutos, certa novidade deve ainda tersido introduzida com o passar do tempo. Se isto explica acurvatura na Figura 8, pode ser testado em alguma medi-da com outros programas de reforamento contendo in-tervalos muito mais longos. Uma progresso geomtricafoi construda comeando com 10 segundos como o in-tervalo mais curto e, repetidamente, multiplicando por1,54. Isto produziu um conjunto de intervalos com m-dia de 5 minutos, dos quais o mais longo foi mais de 21minutos. Tal conjunto foi randomizado em um programade reforamento repetido a cada hora. Ao mudar, da sriearitmtica, para este programa, as taxas primeiramentedecaram durante os intervalos mais longos, mas os pom-bos logo conseguiram manter uma taxa constante de res-postas. Dois registros, na forma como eles foram feitos, somostrados na Figura 9. (O registro recomea do zero apscada mil respostas. Para obter uma nica curva cumulati-va, seria necessrio cortar o registro e juntar as sees paraformar uma linha contnua. A forma bruta pode serreproduzida com menos reduo). Cada reforamento

    zero novamente. Esta curva no de forma algumadesordenada. A maior parte da curva suave. Mas o rom-pante de respostas no 45o minuto mostra uma fora resi-dual considervel que, se a extino for meramente exausto,deveria ter aparecido antes na curva. A curva pode razoa-velmente ser explicada pela suposio de que o pssaro altamente controlado pela falsa correlao anterior entrereforamento e responder rpido.

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    representado por um trao horizontal. O tempo registra-do , aproximadamente, 3 horas. Os registros so mostra-dos para dois pombos que mantiveram taxas totais dife-rentes sob este programa de reforamento.

    Figura 9

    Sob tal esquema, uma taxa constante de resposta mantida por, no mnimo, 21 minutos sem reforamento,tempo aps o qual um reforamento recebido. Menosnovidade deveria, portanto, ocorrer durante extines su-cessivas. Na curva 1 da Figura 10, o pombo tinha sidoexposto a diversas sesses, de vrias horas cada uma, comeste conjunto geomtrico de intervalos. O nmero de res-postas emitidas em extino , aproximadamente, duasvezes aquele da curva na Figura 8 depois do conjuntoaritmtico de intervalos com mdia de um minuto, mas ascurvas, tirando isso, so muito parecidas. Outras exposi-es ao esquema geomtrico produzem jorros de respostasmais longos durante os quais a taxa no muda significati-vamente. A curva 2 foi obtida aps duas horas e meia deexposio ao reforamento aperidico alm daquele queproduziu a curva 1. No dia mostrado na curva 2, algunsreforamentos aperidicos foram inicialmente dados, comomarcado no incio da curva. Quando o reforamento foidescontinuado, uma taxa razoavelmente constante de res-posta prevaleceu por vrios milhares de respostas. Apsuma outra sesso experimental de duas horas e meia com asrie geomtrica, a curva 3 foi registrada. Esta sesso tam-bm comeou com uma srie curta de reforamentosaperidicos, seguido de um jorro mantido por mais de6000 respostas no-reforadas, com pouca mudana nataxa (A). Parece no haver nenhuma razo para que outrassries com mdias de mais de 5 minutos por intervalo e

    contendo intervalos excepcionalmente muito mais lon-gos, no produzam uma linha reta por muito mais tempo.

    Figura 10

    Neste ataque ao problema da extino, ns criamosum esquema de reforamento que muito parecido comas condies que prevalecem durante extino, de quenenhum declnio na taxa acontece durante um longo pe-rodo de tempo. Em outras palavras, ns geramos extinosem nenhuma curvatura. Eventualmente algum tipo deexausto se inicia, mas no abordada gradualmente. Altima parte da curva 3 (infelizmente muito reduzida nafigura) pode possivelmente sugerir exausto na ligeira cur-vatura total, mas isso uma pequena parte do processointeiro. O registro composto principalmente de jorros dealgumas poucas centenas de respostas cada um, a maioriadeles aproximadamente na mesma taxa que aquela mantidasob o reforamento peridico. O pombo pra abrupta-mente; quando comea a responder de novo, atinge rapi-damente a taxa de resposta sob a qual foi reforado. Istolembra a correlao espria entre o responder rpido ereforamento sob reforamento regular. Ns no elimina-mos completamente, claro, esta correlao. Mesmo queno haja mais reforamento diferencial de taxas altas con-tra baixas, praticamente todos os reforamentos ocorreramsob uma taxa constante de resposta.

    Outros estudos de esquemas de reforamento po-dem ou no responder pergunta de se a novidade que

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    aparece na situao de extino inteiramente responsvelpela curvatura. Pareceria ser necessrio tornar as condiesprevalentes durante a extino, idnticas s condiesprevalentes durante o condicionamento. Isto pode serimpossvel, mas naquele caso a pergunta acadmica. Ahiptese, entretanto, no uma teoria no sentido corren-te, j que no faz nenhuma afirmao sobre um processoparalelo em nenhum outro universo de discusso.

    verdade que isso apela para a estimulao geradaem parte pelo prprio comportamento do pombo. Issopode ser difcil de especificar ou manipular, mas no terico no sentido corrente. Desde que estejamos dispos-tos a assumir uma correspondncia uma-a-uma entre aoe estimulao, uma especificao fsica possvel.

    O estudo da extino aps diferentes esquemas dereforamento aperidico no direcionado totalmente aesta hiptese. O objeto uma descrio econmica dascondies prevalentes durante reforamento e extino edas relaes entre elas. Ao usar taxa de resposta como umdado bsico, podemos apelar a condies que soobservveis e manipulveis, e podemos expressar as rela-es entre elas em termos objetivos. At ao ponto em quenosso dado torna isso possvel, reduz a necessidade deteoria. Quando observamos um pombo emitindo 7000respostas em uma taxa constante sem reforamento, notendemos a explicar uma curva de extino contendo tal-vez algumas centenas de respostas, apelando para umacmulo de inibio reativa ou a qualquer outro produtoda fadiga. A pesquisa que conduzida sem compromissocom teoria mais provvel de conduzir o estudo da extinopara novas reas e novas ordens de magnitude. Aceleran-do a acumulao de dados, ns apressamos a partida dasteorias. Se as teorias no tiveram nenhuma participao naelaborao de nossos experimentos, no precisamos lamen-tar ao v-las partir.

    Aprendizagem complexaUm terceiro tipo de teoria de aprendizagem ilus-

    trado por termos como preferindo, escolhendo, discrimi-nando e igualando. Um esforo pode ser feito para defini-

    los unicamente em termos de comportamento, mas naprtica tradicional eles se referem a processos em um outrosistema dimensional. Uma resposta a um de dois estmu-los disponveis pode ser chamada de escolha, mas maiscomum dizer que ela o resultado da escolha, significan-do, pela ltima, uma terica atividade pr-comportamental. Os processos mentais superiores so osmelhores exemplos das teorias deste tipo; os paralelos neu-rolgicos no tm sido bem trabalhados. A apelao teo-ria incentivada pelo fato de que escolher (como discrimi-nar, igualar e assim por diante) no um pedao particularde comportamento. No uma resposta ou uma ao comtopografia especificada. O termo caracteriza um segmentomaior de comportamento em relao a outras variveis oueventos. Ns podemos formular e estudar o comporta-mento aos quais estes termos seriam geralmente aplicados,sem recorrer s teorias que geralmente os acompanham?

    Discriminao um caso relativamente simples.Suponha que descobrimos que a probabilidade de emis-so de uma determinada resposta no afetada significati-vamente pela mudana de um de dois estmulos para ooutro. Ns ento tornamos o reforamento da respostacontingente presena de um deles. O resultado bemestabelecido que a probabilidade de resposta permanecealta sob este estmulo e atinge um ponto muito baixo sobo outro. Ns dizemos que o organismo agora discriminaentre os estmulos. Mas a discriminao no uma aoem si mesma, ou necessariamente mesmo um nico pro-cesso. Problemas no campo da discriminao podem serelaborados em outros termos. Quanta induo se obtmentre estmulos de diferentes magnitudes ou classes? Quaisso as menores diferenas nos estmulos que produzemuma diferena no controle? E assim por diante. Perguntasdeste tipo no pressupem atividades tericas em outrossistemas dimensionais.

    Um segmento um pouco maior deve ser especifica-do ao lidar com o comportamento de escolher um de doisestmulos concorrentes. Isto foi estudado no pombo exa-minando-se respostas a dois discos diferindo em posio(direita ou esquerda) ou em alguma propriedade como a

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    cor randomizada com respeito posio. Reforando oca-sionalmente uma resposta em um disco ou no outro, semfavorecer qualquer disco, obtemos taxas iguais de respostanos dois discos. O comportamento se aproxima a umasimples alternao de um disco para o outro. Isto segue aregra de que as tendncias a responder eventualmentecorrespondem s probabilidades de reforamento. Dadoum sistema no qual um ou outro disco est ocasionalmen-te conectado com o comedouro por um relgio externo,ento se o disco direito acabou de ser bicado, a probabili-dade de reforamento via disco da esquerda maior quevia disco da direita, uma vez que um intervalo maior detempo transcorreu durante o qual o relgio pode ter fe-chado o circuito para o disco esquerdo. Mas o comporta-mento do pssaro no corresponde a esta probabilidademeramente em respeito matemtica. O resultado espec-fico de tal contingncia de reforamento que mudar-para-outro-disco-e-bicar geralmente mais reforado quebicar-o-mesmo-disco-uma-segunda-vez. No estamos maislidando apenas com duas respostas. Para analisar escolha,devemos considerar uma nica resposta final, bicar, semreferncia posio ou cor do disco e, alm disso, s respos-tas de mudar de um disco ou cor para outra.

    Resultados quantitativos so compatveis com estaanlise. Se reforarmos periodicamente somente as respos-tas ao disco direito, a taxa de resposta direita aumentarenquanto esquerda cair. A resposta de mudar-da-direi-ta-para-a-esquerda nunca reforada enquanto a respostade mudar-da-esquerda-para-a-direita o , ocasionalmente.Quando o pssaro est bicando direita, no h nenhumagrande tendncia para mudar de discos; quando ele estbicando esquerda, h uma forte tendncia para mudar.Muito mais respostas comeam a acontecer no disco dadireita. A necessidade de considerar o comportamento decomutar claramente mostrada se invertermos agora estascondies e reforarmos somente as respostas ao disco daesquerda. O resultado final uma alta taxa de respostas nodisco da esquerda e uma baixa taxa no da direita. Inver-tendo as condies novamente, a taxa alta pode serdeslocada de volta para o disco da direita. Na Figura 11,

    um grupo de oito curvas foram agrupadas pela mdia paraacompanhar esta mudana durante seis perodos experi-mentais de 45 minutos cada. Comeando no segundo diano grfico, as respostas ao disco da direita (RR) declinamem extino, enquanto as respostas ao disco da esquerda(RL) aumentam com reforamento peridico. A taxa m-dia no mostra nenhuma variao significativa, j que oreforamento peridico mantido no mesmo esquema. Ataxa mdia mostra a condio da fora da resposta de bicarum disco independente da posio. A distribuio dasrespostas entre direita e esquerda depende da fora relativadas respostas de comutar. Se este fosse simplesmente umcaso de extino de uma resposta e o recondicionamentoconcorrente de outra, a curva mdia no permaneceriaaproximadamente horizontal, j que recondicionamentoocorre muito mais rapidamente que extino (Duas res-postas topograficamente independentes, capazes de emis-so ao mesmo tempo e, portanto, no requerendo mudan-a, mostram processos separados de recondicionamento eextino, e a taxa combinada de respostas varia).

    Figura 11

    A taxa com que o pssaro muda de um disco paraoutro depende da distncia entre os discos. Esta distncia uma medida grosseira da diferena de estmulos entre osdois discos. Ela tambm determina a latitude da resposta

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    de mudar, com uma diferena implcita em feedback sen-sorial. Ela tambm modifica a distribuio do reforamentopara respostas supostamente no reforadas, j que se osdiscos forem prximos um do outro, uma resposta refor-ada em um lado pode ocorrer mais cedo aps uma respos-ta precedente no outro lado. Na Figura 11, os dois discoseram separados por, aproximadamente, uma polegada.Eram, portanto, razoavelmente similares em relao po-sio na caixa experimental. Mudar de um para outroenvolvia um mnimo de feedback sensorial, e o reforamentode uma resposta a um disco poderia ocorrer logo aps umaresposta ao outro. Quando os discos so separados poruma distncia de at quatro polegadas, a mudana nofortalecimento muito mais rpida. A Figura 12 mostraduas curvas registradas simultaneamente de um nicopombo durante um perodo experimental de aproxima-damente 40 minutos. Uma elevada taxa para o disco dadireita e uma taxa baixa para o da esquerda tinham sidoestabelecidas previamente. Na figura, nenhuma resposta direita foi reforada, mas aquelas esquerda foram refora-das a cada minuto, como indicado pelos traos verticaisacima da curva L. A inclinao de R declina de formarazoavelmente suave enquanto a de L aumenta, tambmrazoavelmente suave, para um valor comparvel ao valorinicial de R. O pssaro conformou-se contingncia mu-dada dentro de um nico perodo experimental. A taxamdia de resposta mostrada pela linha pontilhada, queno mostra novamente nenhuma curvatura significativa.

    Figura 12

    O que chamado de preferncia entra nesta for-mulao. Em qualquer estgio do processo mostrado naFigura 12, preferncia pode ser expressa em termos dastaxas relativas de resposta aos dois discos. Esta preferncia,entretanto, no est em bicar um disco, mas em mudar deum disco para outro. A probabilidade de que o pssarobicar um disco, a despeito das suas propriedadesidentificadoras, comporta-se independentemente da res-posta preferencial de mudar de um disco para outro. V-rios experimentos tm revelado um fato adicional. Umapreferncia permanece fixa se o reforamento for retido. AFigura 13 um exemplo. Ela mostra curvas simultneasde extino de dois discos durante sete perodos experi-mentais dirios, de uma hora cada. Antes da extino, afora relativa das respostas de mudar-para-a-direita e mu-dar-para-a-esquerda produziu uma preferncia de apro-ximadamente 3 para 1 pela direita. A constncia da taxadurante todo o processo de extino foi mostrada na figu-ra multiplicando-se L por uma constante apropriada eincorporando os pontos como pequenos crculos em R. Sea extino alterasse a preferncia, as duas curvas no pode-riam ser sobrepostas desta maneira.

    Figura 13

    Estas formulaes de discriminao e escolha per-mitem-nos lidar com o que geralmente considerado umprocesso muito mais complexo escolha de acordo com omodelo. Suponha que arranjemos trs discos translcidos,cada um podendo ser iluminado com luz vermelha ouverde. O disco do meio funciona como um modelo e nso colorimos de vermelho ou verde, em ordem randmica.

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    Ns colorimos os dois discos laterais, um de vermelho eum de verde, tambm em ordem randmica. O proble-ma bicar o disco lateral que corresponde, na cor, ao discodo meio. H somente quatro padres de trs-discos em talcaso, e possvel que um pombo pudesse aprender a emi-tir uma resposta apropriada para cada padro. Isto noacontece, pelo menos no perodo de tempo coberto pelosexperimentos realizados at o momento. Se simplesmenteapresentamos uma srie de configuraes de trs cores ereforamos respostas bem sucedidas, o pombo bicar osdiscos laterais sem referncia cor ou ao padro e serreforado 50 por cento do tempo. Isto , de fato, umesquema de reforamento de razo fixa que adequadopara manter uma alta taxa de resposta.

    Entretanto possvel fazer um pombo escolher deacordo com o modelo reforando as respostasdiscriminativas de bicar-vermelho-aps-ser-estmulado-por-vermelho e bicar-verde-aps-ser-estmulado-por-ver-de enquanto se extingue as outras duas possibilidades. Adificuldade est em arranjar a estimulao apropriada nomomento da resposta. O modelo pode ser apresentado deforma conspcua - por exemplo, utilizando a cor do mode-lo na iluminao geral da caixa experimental. Em tal casoo pombo aprenderia a bicar discos vermelhos em um am-biente vermelho e discos verdes em um ambiente verde(supondo-se uma iluminao neutra, como fundo para osdiscos). Mas um procedimento que est mais prximo danoo de escolha de acordo com o modelo induzir opombo a olhar para o modelo por meio de umreforamento separado. Ns podemos fazer isto apresen-tando a cor no disco do meio primeiramente, deixando osdiscos laterais sem cor. Uma resposta ao disco do meio ento reforada (secundariamente) pela iluminao dosdiscos laterais. O pombo aprende a dar duas respostas emrpida sucesso ao disco do meio e, ento, a um discolateral. A resposta ao disco lateral segue rapidamente aestimulao visual do disco do meio, que a condiorequisito para uma discriminao. A escolha bem sucedidafoi estabelecida prontamente em todos os dez pombostestados com esta tcnica. Escolher o oposto tambm

    facilmente planejado. A resposta discriminativa de bicar-vermelho-aps-ser-estmulado-por-vermelho no , apa-rentemente, mais fcil de estabelecer do que bicar-verme-lho-aps-ser-estmulado-por-verde. Quando a resposta a um disco da mesma cor, entretanto, a generalizao podetornar possvel ao pssaro escolher de acordo com umanova cor. Esta uma extenso da noo de escolha aomodelo que ainda no foi estudada com este mtodo.

    Mesmo quando o comportamento de escolha foibem estabelecido, o pssaro no responder corretamentese todos os trs discos forem apresentados ao mesmo tem-po. O pssaro no tem um forte comportamento de olharpara o modelo. O experimentador deve manter umreforamento separado para conservar este comportamen-to em sua fora. Em sujeitos macacos, chimpanzs e hu-manos, o sucesso final da escolha aparentemente sufici-ente para reforar e manter o comportamento de olharpara o modelo. possvel que esta diferena entre espciesseja simplesmente uma diferena nas relaes temporaisrequeridas para o reforamento.

    O comportamento de escolha ao modelo sobreviveimutvel quando todo o reforamento retido. Um casointermedirio foi estabelecido em que a resposta correta deescolha reforada somente periodicamente. Em um ex-perimento, uma cor aparecia no disco do meio por umminuto; era ento mudada ou no, randomicamente, paraa outra cor. Uma resposta a este disco iluminava os discoslaterais, um vermelho e um verde, em ordem randmica.Uma resposta a um disco lateral cortava a iluminao deambos os discos laterais, at que o disco do meio fossebicado novamente. O aparato registrava todas as respostasde escolha ao modelo em um grfico, e todas as de no-escolha em outro. Pombos que adquiriram o comporta-mento de escolha do modelo sob reforamento contnuo,mantiveram este comportamento quando reforados nomais que uma vez por minuto, em mdia. Eles podememitir milhares de respostas de escolha ao modelo por hora,enquanto so reforados por no mais de sessenta delas.Este esquema no desenvolver, necessariamente, o com-portamento de escolha ao modelo em um pssaro ing-

    TEORIAS DE APRENDIZAGEM SO NECESSRIAS?

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    nuo, porque o problema pode ser resolvido de trs manei-ras. O pssaro receber praticamente o mesmo nmero dereforamentos se ele responder (1) somente a um disco ou(2) somente a uma cor, j que a programao do experi-mento torna qualquer resposta persistente eventualmentea resposta correta.

    Um exemplo dos dados obtidos em um experi-mento complexo deste tipo apresentado na Figura 14.Embora este pombo tenha aprendido a escolher cor sobreforamento contnuo, ele mudou para a espria soluode uma preferncia de cor sob reforamento peridico.Sempre que o modelo era vermelho, ele bicou o modelo eo disco lateral vermelho e recebeu todos os reforamentos.Quando o modelo era verde, ele no respondeu e os discoslaterais no foram iluminados. O resultado mostrado nocomeo do grfico na Figura 14 uma taxa elevada deresposta no grfico superior, que registra respostas de esco-lha ao modelo. (O registro realmente em forma de de-graus, seguindo a presena ou a ausncia do modelo ver-melha, mas isso perdido na reduo da figura.) Umapreferncia de cor, entretanto, no uma soluo para oproblema de opostos. Mudando para este problema, foipossvel mudar o comportamento do pssaro, como mos-trado entre as duas linhas verticais na figura. A curva supe-rior entre essas linhas mostra o declnio nas respostas deescolha ao modelo que havia resultado da preferncia decor. A curva inferior entre as mesmas linhas mostra o de-senvolvimento da resposta a, e escolha da cor oposta. Nasegunda linha vertical, reforamento foi novamente apre-sentado contingente escolha ao modelo. A curva superi-or mostra o re-estabelecimento do comportamento de es-colha ao modelo enquanto a curva inferior mostrar umdeclnio em bicar a cor oposta. O resultado foi uma solu-o verdadeira: o pombo bicou o modelo, no importan-do qual era sua cor, e depois o disco lateral correspondente.A linha mais clara conecta as mdias de uma srie de pon-tos nas duas curvas. Parece seguir a mesma regra que nocaso de escolha: mudanas na distribuio de respostasentre os dois discos no envolvem a taxa total de respostasa um disco. Esta taxa mdia no permanecer constante

    sob a espria soluo alcanada com uma preferncia decor, como no comeo desta figura.

    Figura 14

    Estes experimentos sobre alguns processos superio-res foram necessariamente, muito brevemente descritos. Elesno so oferecidos como provas de que as teorias de apren-dizagem no so necessrias, mas eles podem sugerir umprograma alternativo nesta difcil rea. Os dados no campodos processos mentais superiores transcendem respostasnicas ou relaes nicas de estmulo-resposta. Mas elesparecem ser suscetveis formulao em termos de diferen-ciao de respostas concorrentes, a discriminao de estmu-los, o estabelecimento de vrias seqncias de respostas, eassim por diante. No parece haver nenhuma razo a prioripor que uma completa explicao no seja possvel sem ape-lao a processos tericos em outros sistemas dimensionais.

    ConclusoFazer (cincia) completamente sem teorias, talvez

    seja um desempenho supremo, o que demasiado para se

    B. F. SKINNER

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    esperar como uma prtica geral. Teorias so divertidas. Mas possvel que o progresso mais rpido em direo a umacompreenso da aprendizagem possa ser feita pela pesqui-sa que no planejada para testar teorias. Um mpetoadequado dado pela inclinao a obter dados que mos-trem mudanas ordenadas caractersticas do processo deaprendizagem. Um programa cientfico aceitvel coletardados deste tipo e relacion-los s variveis manipulveis,selecionadas para o estudo atravs de uma explorao desenso comum da rea.

    Isto no exclui a possibilidade de teoria em um ou-tro sentido. Alm da coleo de relaes uniformes, h anecessidade de uma representao formal dos dados, re-duzida a um nmero mnimo de termos. Uma construoterica pode produzir maior generalidade do que qual-quer conjunto de fatos. Mas tal construo no se referira um outro sistema dimensional e no ir, portanto, entrar

    na nossa definio corrente. No ficar no caminho denossa busca por relaes funcionais, porque aparecer so-mente depois que variveis relevantes tiverem sido encon-tradas e estudadas. Embora seja difcil compreender, issono ser facilmente mal compreendido e no ter nenhumdos efeitos contestveis das teorias aqui consideradas.

    Ns parecemos no estar prontos para teoria nestesentido. No momento, fazemos pouco uso efetivo de equa-es empricas, sem mencionar as, racionais. Algumas daspresentes curvas poderiam ter sido ajustadas bem prxi-mas umas das outras. Mas a mais elementar das pesquisaspreliminares mostra que h muitas variveis relevantes, eat que sua importncia seja determinada experimental-mente, uma equao que as abrigue, ter tantas constantesarbitrrias que um bom ajuste ser uma questo de tempoe uma causa para pouqussima satisfao.

    MS. original recebido em 5 de dezembro de 1949

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