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LIÇÃO Nº 17 TEMA: A Transmigração das Almas INTRODUÇÃO Quando o Ser começa a fazer parte do Reino Mineral, evolui até ao Reino Vegetal depois de muito tempo e posteriormente, através de eternidades, ascende à evolução do Reino Animal para depois ascender ao estado Humano, em que nos são atribuídas 108 vidas; se após as 108 vidas não tiver sido atingida a autor-realização, começa a Involução nos Reinos Submergidos do planeta Terra, recapitulando os estados animalóide, vegetalóide e mineralóide. Nas profundezas do Abismo, nos Infernos Atómicos da Natureza, a Essência ou Budhata é purificada, é liberada do Ego através da respectiva desintegração; assim, estando a Essência livre depois de eternidades, volta a ascender começando novamente pelo Reino Mineral, depois passando pelo Vegetal e pelo Animal até escalar ao estado Humano anteriormente perdido. Esta é a Lei da Transmigração das Almas. Só despertando a Consciência saberemos se já involucionámos e voltámos a começar. Estas questões do Retorno e da Transmigração são de tipo Lunar, só a Reencarnação é Solar. As forças solares afastam-se da Lei do Retorno e da Lei da Recorrência. Tudo isso faz parte do Arcano 10. Enquanto não dissolvermos o Ego teremos que retornar.

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LIÇÃO Nº 17 TEMA: A Transmigração das Almas INTRODUÇÃO

Quando o Ser começa a fazer parte do Reino Mineral, evolui até ao Reino Vegetal depois de muito tempo e posteriormente, através de eternidades, ascende à evolução do Reino Animal para depois ascender ao estado Humano, em que nos são atribuídas 108 vidas; se após as 108 vidas não tiver sido atingida a autor-realização, começa a Involução nos Reinos Submergidos do planeta Terra, recapitulando os estados animalóide, vegetalóide e mineralóide.

Nas profundezas do Abismo, nos Infernos Atómicos da Natureza,

a Essência ou Budhata é purificada, é liberada do Ego através da respectiva desintegração; assim, estando a Essência livre depois de eternidades, volta a ascender começando novamente pelo Reino Mineral, depois passando pelo Vegetal e pelo Animal até escalar ao estado Humano anteriormente perdido. Esta é a Lei da Transmigração das Almas.

Só despertando a Consciência saberemos se já involucionámos e voltámos a começar. Estas questões do Retorno e da Transmigração são de tipo Lunar, só a Reencarnação é Solar.

As forças solares afastam-se da Lei do Retorno e da Lei da Recorrência. Tudo isso faz parte do Arcano 10. Enquanto não dissolvermos o Ego teremos que retornar.

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Para nos liberarmos temos de morrer. É indispensável a morte do Ego. Só então poderemos deixar de "retornar".

Se estudamos o "Livro dos Mortos" dos Egípcios, Ísis é chamada a dar morte ao "Ego". Sem a Mãe Divina é impossível a morte do Ego. Com a morte do Ego, a Essência libera-se e perde-se em Osíris, o Cristo Divino. A Essência ressuscita no coração de Osíris. Onde ficam os afectos, o apego às coisas, os nossos desejos? Então, nada disso existirá já.

Osíris é o Cristo Cósmico. Um homem osirificado já tem o Cristo Cósmico, já não tem elementos subjectivos, já se libertou dessa roda trágica de vidas e de mortes onde se encontra a causa da dor.

A luta mais violenta para poder alcançar a eliminação do Ego está na terrível serpente tentadora que é o abominável órgão Kundartiguador, a cauda de Satã, essa é a horrível Pitão que Apolo feriu com os seus dardos. É a antítese da Mãe Divina, matéria densa e espantosa que luta contra nós.

Enquanto não estivermos dentro da "Barca de Ísis", não servimos para nada.

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A TRANSMIGRAÇÃO DAS ALMAS Evolução e Involução

De acordo com a definição comum do dicionário, a palavra evolução significa "um desenvolvimento ordenado e progressivo" governado por certas leis exactas mas desconhecidas.

Para os servidores de Epicuro, os sequazes da Dialética

Materialista, a ideia de evolução exclui a ideia de um plano inteligente e de um Logos Criador.

Os fanáticos dessa farsa escrita por Karl Marx chamada Dialética Materialista pensam que a evolução é um processo independente e mecânico, e sem Deus nem Lei.

Para os servidores das várias escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas, a ideia de evolução inclui a ideia de um plano inteligente e de um Logos Criador.

A palavra evolução encerra um significado dogmático e é precisamente essa a sua característica essencial.

As bases científicas da evolução são, entre outras, as teorias nebulosas sobre a origem do Universo, com todas as suas inumeráveis alterações, modificações, adições, restrições, etcetera, que nada mudam na concepção original e errada do processo mecânico da construção e, em segundo lugar, a caprichosa teoria de Darwin sobre a origem das espécies, com todas as suas correcções e mudanças posteriores.

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Quanto à questão das concepções nebulosas há muito a comentar e sobre a Origem do Universo, nesta época inventaram-se teorias muito engenhosas que não passam de puras especulações fantásticas sem qualquer demonstração, jogos da mente, disparates.

A evolução e a transformação das espécies no sentido mais darwinista fundamentam-se em factos seleccionados artificialmente. Para provar a teoria, recorre-se à anatomia comparada, à morfologia, à embriologia, à paleontologia, etc. Cada década nega os factos da década anterior e substitui-os por novos factos, mas a teoria permanece incomovível.

Na realidade, o surgimento de novas espécies como resultado da lei da evolução não passa de mais uma simples hipótese, porque nunca foi possível verificar, ninguém viu uma nova espécie surgir.

Ao criar a teoria da evolução, o pensamento moderno esqueceu-se dos processos destrutivos da Natureza. A razão de ser disto assenta no campo de visão intelectual, demasiado limitado nos tempos que correm. É por isso que se elaboram teorias deslumbrantes, muito bonitas, mas com um número insuficiente de factos. Nenhum dos processos é certamente conhecido de forma integral e observando apenas parte do processo, os homens dizem que este processo consiste em mudanças de tipo evolutivo.

A mente humana está nos dias modernos de hoje tão degenerada que até se tornou incapaz de compreender o processo inverso involutivo a grande escala. A mente dos eruditos está tão engarrafada no dogma da evolução, que só sabe pensar em função do seu próprio engarrafamento e qualifica os fenómenos de destruição, decadência e degeneração como evolução, desenvolvimento e progresso.

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Os povos e as culturas da Idade da Pedra não são o

princípio nem o fim do mundo. São apenas a declinação e a degeneração de riquíssimas civilizações anteriores e isso encontra-se demonstrado por restos de culturas pré-históricas, pelos dados da filologia comparada que mostram a surpreendente riqueza psicológica das línguas arcaicas, pelos documentos irrefutáveis de arte e literatura antigos.

Nem todos os povos isolados da tão elogiada civilização

moderna são selvagens. Rejeitar a barbárie civilizada não é sinal de selvagismo, mas isto não significa que não existam povos isolados em franco estado de selvagismo.

Os povos realmente selvagens ou semi-selvagens encontrados pelos exploradores modernos são, sem qualquer dúvida, descendentes degenerados de povos extraordinariamente cultos que existiram antes da Idade da Pedra.

Nenhum dos povos realmente encontrados pelos exploradores mostrou sinais de evolução. Pelo contrário, em

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todos os casos, sem excepção, foram encontrados sinais inconfundíveis de degeneração e involução.

Todos os povos selvagens ou semi-selvagens têm lendas ou tradições de uma Idade de Ouro ou de uma etapa heróica, mas na verdade estas tradições e lendas falam do seu próprio passado, da sua própria antiga civilização.

Esse mesmo facto explica com meridiana clareza a superioridade indiscutível dos desenhos paleolíticos, ou seja, dos mais antigos encontrados nas profundas cavernas da Terra, em relação com os desenhos neolíticos, os mais recentes.

Na Bolívia existe algo interessante e curioso. Existe aí uma lenda que não é apenas criação fantasiosa de algumas mentes, mas que parece ter uma realidade objectiva. Essa lenda diz que existiram seres humanos de proporções pequeníssimas (nalguns casos de mais ou menos 15 centímetros e noutros casos até de 25 centímetros) que viviam numa espécie de aldeias ou povoados, com casas construídas por eles, utensílios tais como panelas, etc.

O Mestre Samael explica-nos como na sua infância ouviu dizer que perto da cidade onde vivia tinham existido esses tais seres (precisamente em Lipes, um planalto rodeado pelas montanhas dos Andes e um terreno enorme a este, agora perto de Potosí, a uns 120 quilómetros) de uns 30 centímetros de altura. No interior dessas habitações havia loiça correspondente a seres muito pequenos.

Dizem que esta povoação está rodeada por umas colinas

muito pontiagudas, bastante estranhas, com uma elevação máxima de dois ou três metros, mas que para o casario se assemelham a montanhas. Em redor, erguem-se colinas maiores, com centenas de metros. Segundo dizem, os indígenas do local não admitem que ninguém se aproxime desta curiosidade.

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Trata-se de uma raça lunar muito involucionada. Esta é a

raça Liliputiana e Jina dos místicos cimerianos, verdadeiros nibelungos das suas galerias, homens-formigas, enfim, que deixaram marcas indeléveis até nas próprias pinturas rupestres, que os cientistas dos nossos dias começam agora a estudar.

As chamadas raças primitivas europeias da Idade da Pedra, tais como as de Cro-Magnon, que viviam nas cavernas da Terra, foram muito belas, mas o impulso cíclico descendente, involutivo, pesava terrivelmente sobre essas raças de origem Atlante; finalmente o homem paleolítico deixou ou seu posto ao sucessor, desaparecendo quase por completo de cena.

Dentro de qualquer processo evolutivo existe um processo involutivo. A Lei da Evolução e a sua irmã gémea Lei da Involução trabalham de forma coordenada e harmoniosa em toda a criação.

As Leis de Evolução e Involução constituem o eixo mecânico da Natureza. Inquestionavelmente, sem esse eixo básico não poderia girar a roda dos mecanismos naturais. A vida processa-se em ondas rotativas...

Nós, os gnósticos, não negamos a Lei da Evolução. Essa Lei existe. O que é mau, o que está errado é atribuir a essa Lei factores e princípios equivocados ou falsos.

A Auto-Realização Íntima do Homem é o resultado de tremendos Super-Esforços Auto-Conscientes, feitos pelo próprio indivíduo, dentro do próprio indivíduo, aqui e agora.

Negar a Lei da Evolução seria absurdo, mas atribuir a essa Lei factores que não tem é estúpido.

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Tudo o que existe na criação evolui até certo ponto perfeitamente definido pela Natureza e depois involuciona até regressar ao ponto de partida original.

Nenhum ser vivente pode Auto-Realizar-se, nem sequer liberar-se, com a Lei mecânica da Evolução.

Actualmente, tanto no Oriente como no Ocidente, estão a ser difundidas muitas doutrinas filosóficas fundamentadas no dogma da evolução. A Evolução e a Involução são forças mecânicas que se processam simultaneamente em toda a Natureza. Nós não negamos a realidade dessas duas forças. Limitamo-nos a explicar-las. A Transmigração das Almas

De um ponto de vista rigorosamente académico, a palavra Evolução significa: Desenvolvimento, construção, progressão, adiantamento, avanço, edificação, dignificação, etc. Numa perspectiva gramatical ortodoxa, pura, esclarecemos o termo Involução, que quer dizer: Progressão à inversa, retrocessão, retrocesso, destruição, degeneração, decadência, etc.

É óbvio que urge enfatizar a ideia transcendente de que a Lei da Antítese é coexistencial com qualquer processo exclusivamente natural. Este conceito de conteúdo é absolutamente irrecusável, irrebatível, irrefutável. Por exemplo: Dia e noite, luz e trevas, construção e destruição, crescimento e decrescimento, nascimento e morte, etc.

A exclusão de qualquer uma dessas duas Leis anteriormente citadas (Evolução e Involução) originaria a estática, o quietismo, a parálise radical dos mecanismos naturais. Portanto, negar

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qualquer uma destas ordenanças significa de facto cair num barbarismo.

Existe evolução da planta que germina, se desenvolve e cresce. Existe involução no vegetal que envelhece e decresce lentamente até se transformar num monte de lenha. Existe evolução em qualquer organismo que se gesta, nasce e se desenvolve. Existe involução em toda a criatura que caduca e morre. Existe evolução em qualquer unidade cósmica que surge do Caos. Existe involução em todo o planeta em estado de consumação, chamado a converter-se em lua, em cadáver. Há evolução em toda a civilização ascendente. Há involução em qualquer cultura de tipo descendente.

Muitos pensam que os macacos, símios, orangotangos, gorilas, são de tipo evolutivo. Há quem suponha que o homem vem do macaco, mas esse conceito cai estrepitosamente quando observamos os costumes dessas espécies animalescas. Ponham um símio dentro de um laboratório e observem o que acontece. As diversas famílias de símios são involutivas e descendem do humanóide intelectual.

O humanóide não vem do macaco. A verdade desta questão

é o oposto. Os símios são uma mistura de humanóides involucionantes, degenerados. Observemos a família dos suínos. Nos tempos de Moisés, os israelitas que chegavam a comer essa carne eram decapitados. É óbvio que este tipo de elementais se encontram em franca involução. O estado dos corvos é outro. Embora estes se alimentem da morte, pelo facto de se desenvolverem no Raio de Saturno, têm certos poderes maravilhosos que indicam evolução.

Ondas de Essências iniciam a sua evolução no Reino Mineral, prosseguem com estado vegetal, continuam na escala animal e por última alcançam o nível de tipo humanóide

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intelectivo. Ondas de vidas descendem em seguida, involucionando de acordo com a Lei da Queda, revivendo processos animais, vegetais, minerais, até ao Centro de Gravidade Terrestre.

Não resta dúvida de que os Elementais minerais avançados entram no reino vegetal. Cada planta é o corpo físico de um

elemental vegetal. Cada árvore, cada erva, por insignificante que seja, possui o seu elemental particular. Com isto não pretendemos dizer que esses elementais de plantas, árvores, flores, etcetera, estejam metidos constantemente dentro do seu corpo imóvel. Isso seria absurdo e, além disso, injusto.

Os Elementais vegetais têm plena liberdade para entrar e

sair dos seus corpos à vontade. Assombramo-nos quando os encontramos na Quarta Vertical.

Normalmente, as criaturas Elementais do reino vegetal encontram-se classificadas por famílias. Existe a família das laranjeiras, da hortelã, dos pinheiros, etc.

Os Elementais avançados do Reino Vegetal ingressam mais tarde nos diversos departamentos do Reino Animal. Estas criaturas, distribuídas em múltiplas famílias ou espécies, têm também os seus Guias e os seus Templos, situados no Paraíso Terreal, ou seja, na Quarta Coordenada, a que os ocultistas chamam Mundo Etérico.

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As criaturas elementais mais avançadas ingressam no reino

dos humanóides intelectuais. Não há dúvida de que estes bípedes tri-cerebrados ou tri-centrados são muito mais perigosos.

Muito tem sido dito sobre a Doutrina da Transmigração das almas, exposta pelo Senhor Krishna na Terra Sagrada dos Vedas mil anos antes da Era Cristã. A cada Alma são atribuídas 108 existências para a sua Auto-Realização Íntima; aqueles que não chegam à Auto-Realização dentro do número de existências atribuídas, é obvio que descendem ao interior do Reino Mineral Submergido, o Avitchi indostânico, o Tártaro grego, o Averno romano, o Inferno.

Essas 108 existências têm uma concordância matemática estrita com o número das contas que formam o colar de Buda. Depois de cada época humanóide, de acordo com as Leis do Tempo, Espaço e Movimento, as ondas de vidas involucionantes descendem ao Reino Mineral Submergido até ao Centro de Estabilidade Planetária para reascender evolutivamente um pouco mais tarde. Qualquer novo reascendimento desde o Centro de Gravidade Terrestre exige uma prévia desintegração do Mim Mesmo, do Ego. Essa é a Morte Segunda.

Visto que a Essência está engarrafada no Ego, a dissolução deste último torna-se indispensável a fim de que Ela se libere. No Centro de Estabilidade Planetária, restaura-se a pristina pureza original de qualquer Essência.

Ascendem aqueles que já dissolveram o Ego, descendem aqueles que não o dissolveram. Os vitoriosos convertem-se em Budas, em Mestres. Os fracassados, depois da Morte Segunda, anunciada por nosso Senhor, o Cristo, por João no Apocalipse, transformam-se em Elementais da Natureza. Seria grave que o Ego não tivesse limites e continuasse eternamente a desenvolver-

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se. Nunca teria limite o Mal do mundo. Propagar-se-ia vitorioso pelos espaços infinitos e dominaria todos os Cosmos. Nesse caso sim, existiria injustiça. Felizmente, o Grande Arquitecto do Universo pôs um dique ao Mal.

Aqueles que se querem Auto-Realizar Intimamente com o propósito de evitar a descida aos Mundos Infernos, devem meter-se pela Senda da Revolução da Consciência. Isso significaria separar-se e afastar-se completamente das Leis de Evolução e Involução. Descer ao Mundo Soterrado é radicalmente diferente da ascensão evolutiva sobre a superfície da Terra, a Recapitulação Animalesca no Abismo é de tipo degenerativo, involutivo, descendente, doloroso.

A Recapitulação Vegetalóide nas entranhas da Terra é

espantosa. Aqueles que passam por esse processo parecem mais sombras que deslizam por aqui, por ali e por acolá, em sofrimentos inenarráveis.

A Recapitulação

involutiva descendente Mineral nas entranhas do mundo em que vivemos é mais amarga do que a própria morte. As criaturas fossilizam-se, mineralizam-se e desintegram-se lentamente entre tormentos impossíveis de explicar com palavras.

É evidente que a destruição do Si Mesmo, a aniquilação do Ego, a dissolução do Si Mesmo, nas regiões submergidas do Averno é absolutamente

Estados Vegetalóides - (Gravura de G. Doré)

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indispensável para a destruição do Mal dentro de cada um de nós. Obviamente, só através da morte do Ego se torna possível a liberação da Essência. Então, esta ressurge e volta à superfície planetária, à luz do Sol, para reiniciar um novo processo evolutivo dentro dessas duas Leis mecânicas da Natureza. O reascendimento verifica-se sempre atravessando os estados mineral, vegetal e animal, até reconquistar o estado humanóide que outrora se perdeu.

A Consciência sofre tanto os processos evolutivos como os involutivos. Milhões de humanóides têm a Consciência adormecida, mas ao entrar no Abismo despertam inevitavelmente no Mal e para o Mal.

O importante neste caso é que de todas as maneiras despertam, mesmo que seja para justificar os seus erros nos Mundos Infernos. Aqueles que pensam que chegarão à Cristificação com o tempo, através da evolução e ganhando muitas experiências estão de facto enganados. Aqueles que pensam assim estão a adiar o erro de século em século, de existência em existência, e a realidade é que no fim se perdem no Abismo. Mónadas e Essências

Inquestionavelmente, milhões de criaturas involutivas descendentes estão nestes instantes a atravessar o Aqueronte para entrarem no Averno.

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Ondas de humanóides, depois de completarem o ciclo de existências no mundo físico tridimensional de Euclides, deixam de tomar corpos humanos para se submergirem definitivamente no Reino Mineral.

De facto, o mal do Mundo, por mais monstruoso que seja, tem um dique, um limite definido.

Que seria do Universo

se não existisse um obstáculo intransponível para o Mal?

Obviamente, este último desenvolver-se-ia

infinitamente até reinar soberano em todas as esferas.

Uma vez compreendido isto, podemos prosseguir. É óbvio que a Divina Mãe Kundalini, a Serpente ígnea dos nossos mágicos poderes, tenta atingir a nossa Auto-

Realização Íntima no decurso das 108 existências que são atribuídas a cada um de nós. É claro que, dentro de tal ciclo de vidas sucessivas, temos inúmeras oportunidades para a Auto-Realização. O mais indicado é aproveitá-las. Infelizmente para nós, reincidimos no erro incessantemente e o resultado final acaba por ser o fracasso.

É claro e evidente que nem todos os seres humanos querem caminhar pela senda que nos conduz à liberação final.

Os distintos Mensageiros que vêm do Alto: profetas,

avatares, grandes apóstolos, têm querido sempre indicar-nos com

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precisão exacta a senda pedregosa que conduz à autêntica e legítima felicidade.

Desgraçadamente, as pessoas não querem saber da Sabedoria Divina para nada. As pessoas encarceraram os mestres, assassinaram os avatares, banharam-se com o sangue dos justos e odeiam mortalmente tudo o que tenha sabor a Divindade.

Contudo, todos, tal como Pilatos, lavam as mãos, julgam-se santos e supõem que avançam pelo caminho da perfeição.

Não podemos negar o facto contundente e definitivo de que existem milhões de equivocados sinceros, que muito honradamente se orgulham de serem virtuosos e pensam o melhor deles próprios.

No Tártaro, vivem anacoretas de todos os tipos: místicos equivocados, sublimes faquires, sacerdotes de muitos cultos, penitentes de todos os tipos, que aceitariam tudo menos a tremenda verdade de que estão perdidos e que marcham pelo caminho da maldade.

Com justa razão disse o Grande Kabir Jesus: "De mil que me buscam, um me encontra; de mil que me encontram, um me segue; de mil que me seguem, um é meu."

O Bhagavad--Gita diz, textualmente, o seguinte: "Entre

milhares de homens, talvez um intente chegar à perfeição; entre os que intentam, possivelmente um logra a perfeição; e, entre os perfeitos, quiçá um me conhece perfeitamente."

Jesus, o Grande Kabir, põe ênfase na dificuldade para entrar no Reino: "Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o Reino dos Céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando! Ai de vós, escribas e

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fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso recebereis maior condenação".

O Grande Kabir Jesus, referindo-se a tantos falsos apóstolos que andam por aí, fundando diversas seitas que nunca conduziriam à liberação final, diz: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do Inferno duas vezes mais do que vós."

O Mestre Samael dizia:

"O que é grave, distinguidos amigos, nobres irmãos, respeitáveis damas, é que aqueles que estão perdidos, os equivocados sinceros, pensam sempre que vão muito bem."

"Como fazer compreender às pessoas que vão mal? Como faremos que compreendam que o caminho que conduz ao abismo está empedrado com boas intenções? De que forma poderia demonstrar às pessoas de Consciência adormecida que a seita à qual pertencem ou a escola tenebrosa à qual se afiliaram os hão-de conduzir ao abismo e à Morte Segunda?"

"É inquestionável que ninguém pensa o pior da sua seita. Todos estão convencidos com as palavras dos cegos, guias de cegos."

"Certamente, e em nome da verdade, devemos dizer com grande franqueza que apenas despertando Consciência podemos ver o caminho apertado, estreito e difícil que conduz à Luz."

"Como poderiam ver a senda aqueles que dormem? Poderia a mente descobrir a Verdade?"

"Escrito está com palavras de ouro no Grande Livro da Vida Universal que a mente não pode reconhecer aquilo que nunca conheceu."

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"Acaso pensais que a mente alguma vez conheceu isso que é o

Real, a Verdade?"

É claro que o entendimento vai do conhecido para o desconhecido, move-se dentro de um círculo vicioso, e acontece que a Verdade é o desconhecido de instante em instante.

A mente pode aceitar ou rejeitar o que quiser, acreditar ou duvidar, etcetera, mas nunca poderá conhecer o Real.

Se observarmos cuidadosamente o que acontece nos vários recantos do mundo, fica claro que circulam livros sagrados por todas as partes e que estes servem de base a muitos cultos religiosos.

Contudo, quem entendo os conceitos de conteúdo desses livros? Quem tem plena Consciência do que está escrito em cada versículo? As multidões só se limitam a acreditar ou a negar e isso é tudo.

Como prova do que estamos a afirmar, vejamos quantas seitas têm sido formadas com os versículos maravilhosos dos quatro Evangelhos cristãos.

Se os devotos tivessem plena Consciência do Evangelho Crístico pregado pelo Grande Kabir Jesus, é óbvio que não existiriam tantas seitas. Na verdade, existiria apenas uma religião crística de tipo cósmico universal. No entanto, os crentes não conseguem chegar a um acordo porque têm a Consciência adormecida. Nada sabem, nada lhes consta, nunca falaram com um anjo, nunca entraram, consciente e positivamente, nas Regiões Celestes. Andam porque os outros andam. Comem porque os outros comem, dizem o que os outros dizem e andam assim, do berço ao caixão, com uma venda nos olhos.

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Desgraçadamente, o tempo passa com uma rapidez

aterradora, o ciclo de existências humanas termina e, por último, os devotos, convencidos de que vão pelo caminho recto, entram na horrível morada de Plutão, onde apenas se ouve o pranto e o ranger de dentes.

É preciso saber, compreender, que é no próprio centro deste planeta, onde milhões e milhões de humanóides passam por essa Morte Segunda de que falava o Apocalipse de São João.

É evidente que a destruição do mim mesmo, a aniquilação do Ego, a dissolução do si mesmo, nas regiões submergidas do Averno é absolutamente indispensável para a destruição do Mal dentro de cada um de nós.

Obviamente, só através da morte do Ego se torna possível a liberação da Essência. Então, esta ressurge e volta à luz do Sol, para iniciar um novo processo evolutivo dentro roda dolorosa do Samsara.

O reascendimento verifica-se sempre atravessando os estados mineral, vegetal e animal, até reconquistar o estado de humanóide que outrora se perdeu.

É claro que ao entrar novamente neste estado, são-nos atribuídas novamente 108 existências, que se não forem devidamente aproveitadas, nos conduzirão pelo caminho descendente de regresso ao Averno. Seja como for, é bom saber que a qualquer Essência, que a qualquer Alma são sempre atribuídos 3.000 destes ciclos de manifestação cósmica.

Aqueles que fracassam definitivamente, aqueles que não sabem aproveitar as inumeráveis oportunidades que estes 3.000 ciclos nos oferecem, nos conferem, ficarão para sempre excluídos

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da mestria. Neste último caso, aquela chispa imortal que todos levamos dentro, a Mónada sublime, recolhe a sua Essência, ou seja, os seus princípios anímicos. Absorve-a em si mesma e depois submerge-se no Espírito Universal de Vida para sempre.

Desta forma, as Mónadas sem mestria, aquelas que não a alcançaram ou que não a quiseram definitivamente, ficaram excluídas de toda a escala hierárquica.

Não é descabido enfatizar a ideia transcendental e transcendente de que não é possível chegar à Grande Realidade

enquanto girarmos incessantemente na roda do Samsara.

De que serve retornar incessantemente a este vale de lágrimas, evolucionar e involucionar constantemente e descer uma e outra vez aos mundos infernos?

É nosso dever despertar Consciência para ver o caminho que nos há-de conduzir com precisão absoluta à liberação final.

Inquestionavelmente, muitas inteligências esclarecidas do saber oculto transmitiram à humanidade, em finais do século XIX e em princípios do século XX um ensinamento elementar e simples.

É claro que tais pessoas apenas se propuseram ensinar publicamente as primeiras letras da Doutrina Secreta.

H. P. Blavatsky

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Então não se detiveram demasiado tempo na análise das Leis evolutivas e involutivas.

Mas R. Steiner, em 1912, asseverou que eles, os iniciados daquela época, tinham apenas entregado um ensinamento incipiente, elementar, mas que mais tarde seria dada à humanidade uma doutrina esotérica superior de ordem transcendental.

Agora, nós estamos a entregar este tipo de doutrina esotérica superior.

Assim, é indispensável não condenar nem criticar aqueles que no passado trabalharam de alguma forma pela humanidade. Eles fizeram o que puderam. Agora devemos elucidar e esclarecer.