55 - Chico Xavier - Emmanuel - Fonte Viva

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FONTE VIVA FRANCISCO CANDIDO XAVIER DITADO PELO ESPRITO EMMANUEL12a Edio Federao Esprita Brasileira

1-ANTE A LIO "Considera o que te digo, porque o Senhor te dar entendimento em tudo".- Paulo. II TIMTEO. 2:7. Ante a exposio da verdade, no te esquives meditao sobre as luzes que recebes. Quem fita o cu, de relance, sem contempl-lo, no enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acstica da alma, no lhe percebe as notas divinas. Debalde escutars a palavra inspirada de pregadores ardentes, se no descerrares o corao para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela. Inmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de reteno dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos frente das novas revelaes, e isto porque no dispensam maior trato lio ouvida, demorando-se longo tempo na provncia da distrao e da leviandade. Quando a cmara permanece sombria, somos ns quem desata o ferrolho janela para que o sol nos visite. Dediquemos algum esforo graa da lio e a lio nos responder com as suas graas. O apstolo dos gentios claro na observao. "Considera o que te digo, porque, ento, o Senhor te dar entendimento em tudo." Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar. Estejamos, pois, convencidos de que, prestando ateno aos apontamentos do Cdigo da Vida Eterna, o Senhor, em retribuio nossa boa-vontade, dar-nos- entendimento em tudo. 2-MODO DE FAZER "De sorte que haja em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus.- Paulo. FILIPENSES 2:5. Todos fazem alguma coisa na vida humana, mas raros no voltam carne para desfazer quanto fizeram. Ainda mesmo a criatura ociosa, que passou o tempo entre a inutilidade e a preguia, constrangida a tornar luta, a fim de desintegrar a rede de inrcia que teceu ao redor de si mesma. Somente constri, sem necessidade de reparao ou corrigenda, aquele que se inspira no padro de Jesus para criar o bem. Fazer algo em Cristo fazer sempre o melhor para todos: Sem expectativa de remunerao. Sem exigncias. Sem mostrar-se. Sem exibir superioridade. Sem tributos de reconhecimento. Sem perturbaes. Em todos os passos do Divino Mestre, vemo-lo na ao incessante, em favor do indivduo e da coletividade, sem prender-se. Da carpintaria de Nazar cruz de Jerusalm, passa fazendo o bem,

sem outra paga alm da alegria de estar executando a Vontade do Pai. Exalta o vintm da viva e louva a fortuna de Zaqueu, com a mesma serenidade. Conversa amorosamente com algumas criancinhas e multiplica o po para milhares de pessoas, sem alterar-se. Reergue Lzaro do sepulcro e caminha para o crcere, com a ateno centralizada nos Desgnios Celestes. No te esqueas de agir para a felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia, para que a iluso te no imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glria de ser til, "de modo que haja em ns o mesmo sentimento que vive em Jesus -Cristo". 3-NA GRANDE ROMAGEM Pela f, Abrao, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herana; e saiu, sem saber para onde ia. Paulo. HEBREUS 11:8. Pela f, o aprendiz do Evangelho chamado, como Abrao, sublime herana que lhe destinada. A conscrio atinge a todos. O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia... E ns, por nossa vez, devemos erguer o corao e partir igualmente. Ignoramos as estaes de contacto na caminhada enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo Cristo Jesus. Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calnia? quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreenso? quantos aguaceiros de lgrimas nos alcanaro o esprito? quantas nuvens estaro interpostas, entre o nosso pensamento e o Cu, em largos trechos da senda? Insolvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da prpria redeno, sem esmorecimento. Hoje, o suor intensivo; amanh, a responsabilidade; depois, o sofrimento e, em seguida, a solido... Ainda assim, indispensvel seguir sem desnimo. Quando no seja possvel avanar dois passos por dia, desloquemonos para diante, pelo menos, alguns milmetros... Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminao espiritual e progresso na virtude. Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada: Vencendo desertos... Superando dificuldades... Varando nevoeiros... Eliminando obstculos... Abrao obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realizao da sua felicidade.

Obedeamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinao e convictos de que o Senhor nos espera, alm da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreio. 4-CADA QUAL Ora, h diversidade de dons, mas o Esprito o mesmo.- Paulo. I CORINTIOS 12:4. Em todos os lugares e posies, cada qual pode revelar qualidades divinas para a edificao de quantos com ele convivem. Aprender e ensinar constituem tarefas de cada hora, para que colaboremos no engrandecimento do tesouro comum de sabedoria e de amor. Quem administra, mais freqentemente pode expressar a justia e a magnanimidade. Quem obedece, dispe de recursos mais amplos para demonstrar o dever bem cumprido. O rico, mais que os outros, pode multiplicar o trabalho e dividir as bnos. O pobre, com mais largueza, pode amealhar a fortuna da esperana e da dignidade. O forte, mais facilmente, pode ser generoso, a todo instante. O fraco, sem maiores embaraos, pode mostrar-se humilde, em quaisquer ocasies. O sbio, com dilatados cabedais, pode ajudar a todos, renovando o pensamento geral para o bem. O aprendiz, com oportunidades multiplicadas, pode distribuir sempre a riqueza da boa-vontade. O so, comumente, pode projetar a caridade em todas as direes. O doente, com mais segurana, pode plasmar as lies da pacincia no nimo geral. Os dons diferem, a inteligncia se caracteriza por diversos graus, o merecimento apresenta valores mltiplos, a capacidade fruto do esforo de cada um, mas o Esprito Divino que sustenta as criaturas substancialmente o mesmo. Todos somos suscetveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos. Repara a posio em que te situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a Vontade Divina acima de teus desejos, e a Vontade Divina te aproveitar. 5-CONSEGUES IR? "Vinde a mim..." - Jesus. (MATEUS, 11 :28.) O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abenoadas consolaes. O doutrinador repete-o para comunicar vibraes de conforto espiritual aos ouvintes.

Todos ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o corao atormentado lhe procurem o regao refrigerante... Contudo, se fcil ouvir e repetir o "vinde a mim" do Senhor, quo difcil ir para Ele! Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante blsamo, entretanto, os laos da convenincia imediatista so demasiado fortes; alm, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovao para a jornada redentora, todavia, o crcere do desnimo isola o esprito, atravs de grades resistentes; acol, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas quase impraticvel a libertao dos impedimentos constitudos por pessoas e coisas, situaes e interesses individuais, aparentemente inadiveis. Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braos amorveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se- de valores imperecveis e sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho santificante, na direo da Ptria Universal... Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na f para lhe buscarem a companhia. Em suma, muito doce escutar o vinde a mim... Entretanto, para falar com verdade, j consegues ir? 6-ACEITA A CORREO E, na verdade, toda correo, no presente, no parece ser de gozo, seno de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacfico de justia nos exercitados por ela.- Paulo. (HEBREUS, 12:11). A terra, sob a presso do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos. A rvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rpidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se beleza e fartura. A gua humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcana o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar. Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma. A corrigenda sempre rude, desagradvel, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abenoados de experincia, conhecimento, compreenso e justia. A terra, a rvore e a gua suportam-na, atravs de constrangimento, mas o Homem, campeo da inteligncia no Planeta, livre para receb-la e ambient-la no prprio corao. O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca ser resolvido pela fuga ao processo reparador.

Exterioriza-se a correo celeste em todos os ngulos da Terra. Raros, contudo, lhe aceitam a bno, porque semelhante ddiva, na maior parte das vezes, no chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lbios, no se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acleos ou misturada de fel, guisa de remdio curativo e salutar. No percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeioamento. A dor e o obstculo, o trabalho e a luta so recursos de sublimao que nos compete aproveitar. 7-PELOS FRUTOS Por seus frutos os conhecereis. - Jesus. MATEUS, 7:16 Nem pelo tamanho. Nem pela configurao. Nem pelas ramagens. Nem pela imponncia da copa. Nem pelos rebentos verdes. Nem pelas pontas ressequidas. Nem pelo aspecto brilhante. Nem pela apresentao desagradvel. Nem pela antiguidade do tronco. Nem pela fragilidade das folhas. Nem pela casca rstica ou delicada. Nem pelas flores perfumadas ou inodoras. Nem pelo aroma atraente. Nem pelas emanaes repulsivas. rvore alguma ser conhecida ou amada pelas aparncias exteriores, mas sim pelos frutos, peja utilidade, pela produo. Assim tambm nosso esprito em plena jornada... Ningum que se consagre realmente verdade dar testemunho de ns pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expresses individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substncia de nossa colaborao no progresso comum, pela importncia de nosso concurso no bem geral. - "Pelos frutos os conhecereis" - disse o Mestre. - "Pelas nossas aes seremos conhecidos" - repetiremos ns. 8-OBREIROS A TENTOS Aquele, porm, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, no sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal ser bem-aventurado em seus feitos." - TIAGO, 1 :25.

O discpulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigaes que lhe esto afetas e rende sincero culto lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolher nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dar conta do tribunal, que o administrador responder pela mordomia e que o servo se far responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe prprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providncia Divina, atencioso para com as lies da verdade e aplicado s boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra. Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, est integrado com o dever que lhe cabe, na posio de agir e servir, to naturalmente quanto comunga com o oxignio no ato de respirar. Se dirige, no espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, no reclama instrues reiteradas, quanto s atribuies que lhe so deferidas na disposio regimental dos trabalhos de qualquer natureza. No exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se. Fortalecendo a sua prpria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, atravs da inteira consagrao aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas aes, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevao da vida comum. Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado. 9-ESTEJAMOS CONTENTES "Tendo, porm, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.- Paulo. (1 TIMOTEO, 6:8.) O monopolizador de trigo no poder abastecer-se mesa seno de algumas fatias de po, para saciar as exigncias da sua fome. O proprietrio da fbrica de tecidos no despender seno alguns metros de pano para a confeco de um costume, destinado ao prprio uso. Ningum deve alimentar-se ou vestir-se pelos padres da gula e da vaidade, mas sim de conformidade com os princpios que regem a vida em seus fundamentos naturais. Por que esperas o banquete, a fim de ofereceres algumas migalhas ao companheiro que passa faminto? Por que reclamas um tesouro de moedas na retaguarda, para seres til ao necessitado?

A caridade no depende da bolsa. fonte nascida no corao. sempre respeitvel o desejo de algo possuir no mealheiro para socorro do prximo ou de si mesmo, nos dias de borrasca e insegurana, entretanto, deplorvel a subordinao da prtica do bem ao cofre recheado. Descerra, antes de tudo, as portas da tua alma e deixa que o teu sentimento fulgure para todos, maneira de um astro cujos raios iluminem, balsamizem, alimentem e aqueam. . . A chuva, derramando-se em gotas, fertiliza o solo e sustenta bilhes de vidas. Dividamos o pouco, e a insignificncia da boa-vontade, amparada pelo amor, se converter com o tempo em prosperidade comum.. Algumas sementes, atendidas com carinho, no curso dos anos, podem dominar glebas imensas. Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sbia palavra do apstolo, se possumos a graa de contar com o po e com o agasalho para cada dia, cabenos a obrigao de viver e servir em paz e contentamento. 10-CERTAMENTE Certamente cedo venho.- APOCALIPSE, 22 :20 Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne jovem, a atitude que lhe caracteriza o corao para com a vida a de uma criana que desconhece o valor do tempo. Dias e noites so curtos para a internao em alegrias e aventuras fantasiosas. Engodos mil da iluso efmera lhe obscurecem o olhar e as horas se esvaem num turbilho de anseios inteis. Raras pessoas escapam de semelhante perda. Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma j possui relativo grau de educao, o homem reajusta, apressado, a conceituao do dia. A semana reduzida para o que lhe cabe fazer. Compreende que os mesmos servios, na posio em que se encontra, se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual ocorre s estaes de frio e calor, florao e frutescncia para a Natureza. Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no af de multiplicar as suas foras para enriquecer os minutos ou ampli-los, favorecendo as prprias energias. E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreendeo nos ngulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado recuperar os anos perdidos. No te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de tua habilitao luz espiritual, ante o caminho eterno. No penltimo versculo do Novo Testamento, que a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo

apstolo a sua promessa solene: -. Certamente, cedo venho. Vale-te, pois, do tempo e no te faas tardio na preparao. 11-GLORIFIQUEMOS Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glria para todo o sempre - Paulo FILIPENSES 4:20 Quando o vaso se retirou da cermica, dizia sem palavras: - Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez. Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silncio: - Bendito seja o malho que me deu forma, Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palcio, exclamava, sem voz: - Bendita seja a lmina que me cortou cruelmente, preparando-me a beleza. Quando a seda luziu, formosa.. no templo, asseverava no ntimo: - Bendita seja a feia lagarta que me deu vida. Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu, apressada: - Bendita a terra escura que me encheu de perfume. Quando o enfermo recuperou a sade, gritou, feliz: - Bendita seja a dor que me trouxe a lio do equilbrio. Tudo belo, tudo grande, tudo santo na casa de Deus. Agradeamos a tempestade que renova, a luta que aperfeioa, o sofrimento que ilumina. A alvorada maravilha do cu que vem aps a noite na Terra. Que em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre. 12-IMPEDIMENTOS "Pondo de lado todo o impedimento... corramos com perseverana a carreira que nos est proposta". - Paulo. (HEBREUS, 12:1.) Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua f a derramar-se em boas obras, encontrars sempre impedimentos a granel, dificultando-te a ao. Hoje, o fracasso nas tentativas iniciais de progresso. Amanh, o companheiro que falha. Depois, a perseguio descaridosa ao teu ideal. Afligir-te-s com o fel de muitos lbios que te merecem apreo. Sofrers, de quando em quando, a incompreenso dos outros. Periodicamente encontrars na vanguarda obstculos mil, induzindote inrcia ou negao. A carreira que nos est proposta, no entanto, deve desdobrar-se no roteiro do bem incessante... Que fazer com as pessoas e circunstncias que nos compelem ao

retardamento e imobilidade? O apstolo dos gentios responde, categrico: "Pondo de lado todo o impedimento". Colocar a dificuldade margem, porm, no e desprezar as opinies alheias quando respeitveis ou fugir luta vulgar. respeitar cada individualidade, na posio que lhe prpria, partilhar o ngulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaborao pelo aperfeioamento geral. E, por dentro, na intimidade do corao, prosseguir com Jesus, hoje, amanh e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, at que a luz divina brilhe em nossa conscincia, tanto quanto inconscientemente j nos achamos dentro dela. 13-ERGAMO-NOS Levantar-me-ei e irei ter com meu pai. - (LUCAS, 15:18.) Quando o filho prdigo deliberou tornar aos braos paternos, resolveu intimamente levantar-se. Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ao regeneradora. Erguer-se do cho frio da inrcia para o calor do movimento reconstrutivo. Elevar-se do vale da indeciso para a montanha do servio edificante. Fugir treva e penetrar a luz. Ausentar-se da posio negativa e absorver-se na reestruturao dos prprios ideais. Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno. Quantos de ns, porm, filhos prdigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistncia do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de ns descemos, voluntariamente, ao abismo, e, l dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixes, exigimos que o Todo-Misericordioso se faa presente, ao nosso lado, atravs de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos? Se verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de p e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar. Aperfeioamento pede esforo. Panorama dos cimos pede ascenso. Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padres de Jesus. Levantar-me-ei, disse o moo da parbola. Levantemo-nos, repitamos ns. 14-INDAGAO OPORTUNA

Disse-lhes: - Recebestes vs o Esprito Santo quando crestes? (ATOS: 19:2). A pergunta apostlica vibra ainda em todas as direes, com a maior oportunidade, nos crculos do Cristianismo. Em toda parte, h pessoas que comeam a crer e que j crem, nas mais variadas situaes. Aqui, algum aceita aparentemente o Evangelho para ser agradvel s relaes sociais. Ali, um indagador procura o campo da f, tentando acertar problemas intelectuais que considera importantes. Alm, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara seguidor da Boa Nova, guiando-se pelas impresses de alvio fsico. Amanh, todavia, ressurgem to insatisfeitos e to desesperados quanto antes. Nos arraiais do Espiritismo, tais fenmenos so freqentes. Encontramos grande nmero de companheiros que se afirmam pessoas de f, por haverem identificado a sobrevivncia de algum parente desencarnado, porque se livraram de alguma dor de cabea ou porque obtiveram soluo para certos problemas da luta material; contudo, amanh prosseguem duvidando de amigos espirituais e de mdiuns respeitveis, acolhem novas enfermidades ou se perdem atravs de novos labirintos do aprendizado humano. A interrogao de Paulo continua cheia de atualidade. Que espcie de esprito recebemos no ato de crer na orientao de Jesus? O da fascinao? O da indolncia? O da pesquisa intil? O da reprovao sistemtica s experincias dos outros? Se no abrigamos o esprito de santificao que nos melhore e nos renove para o Cristo, a nossa f representa frgil candeia, suscetvel de apagar-se ao primeiro golpe de vento. 15-FRATERNIDADE Nisto todos conhecero que sois meus discpulos: se vos amardes uns aos outros.- Jesus. (Joo, 13:35.) Desde a vitria de Constantino, que descerrou ao mundo cristo as portas da hegemonia poltica, temos ensaiado diversas experincias para demonstrar na Terra a nossa condio de discpulos de Jesus. Organizamos conclios clebres, formulando atrevidas concluses acerca da natureza de Deus e da Alma, do Universo e da Vida. Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a misria e o terror naqueles que no podiam crer pelo diapaso da nossa f. Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortfera e ateando o fogo devorador. Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e manejando o punhal. Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplcios e

construmos prises para quantos discordassem dos nossos pontos de vista. Estimulamos insurreies que operaram o embate de irmos contra irmos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento Humanidade inteira. Edificamos palcios e baslicas, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memria, esquecidos de que ele, em verdade, no possua uma pedra onde repousar a cabea. E, ainda hoje, alimentamos a separao e a discrdia, erguendo trincheiras de incompreenso e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da interpretao. Entretanto, a palavra do Cristo insofismvel. No nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente atravs das atitudes exteriores. Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligncia, da justia que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assemblias que favoream o estudo; no entanto, toda a movimentao humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras. Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que comea na vida ntima. Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o servio que asseguram a vitria do bem. Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurana: - "Nisto todos conhecero que sois meus discpulos: se vos amardes uns aos outros." 16-NO TE PERTURBES E o mandamento que era para a vida, achei eu que me era para a morte.- Paulo. (ROMANOS, 7:10). Se perguntssemos ao gro de trigo que opinio alimenta acerca do moinho, naturalmente responderia que dentro dele encontra a casa de tortura em que se aflige e sofre; no entanto, de l que ele se ausenta aprimorado para a glria do po na subsistncia do mundo. Se indagssemos da madeira, com respeito ao serrote, informaria que nele identifica o algoz de todos os momentos, a dilacerar-lhe as entranhas; todavia, sob o patrocnio do suposto verdugo, faz-se delicada e til para servir em atividades sempre mais nobres. Se consultarmos a pedra, com aluso ao buril, certo esclarecer que descobriu nele o detestvel, perseguidor de sua tranqilidade, a feriIa, desapiedado, dia e noite; entretanto, dos golpes dele que se eleva aos tesouros terrestres, aperfeioada e brilhante. Assim, a alma. Assim, a luta. Peamos o parecer do homem, quanto carne, e pronunciar talvez impropriedades mil. Ouamo-lo sobre a dor e registraremos velhos

disparates verbais. Solicitemos-lhe que se externe com referncia dificuldade, e derramar fel e pranto. Contudo, imperioso reconhecer que do corpo disciplinado, do sofrimento purificador e do obstculo asfixiante, o esprito ressurge sempre mais aformoseado, mais robusto e mais esclarecido para a imortalidade. No te perturbes, pois, diante da luta, e observa. O que te parece derrota, muita vez vitria. E o que se te afigura em favor de tua morte, contribuio para o teu engrandecimento na vida eterna. 17-CRISTO E NS E disse-lhe o Senhor em viso:- Ananias! E ele respondeu: -Eis -me aqui, Senhor!" - (ATOS, 9:10). Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens. Ningum acredite que o mundo se redima sem almas redimidas. O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braos humanos que o realizem e intensifiquem. Comeou o apostolado, buscando o concurso de Pedro e Andr, formando, em seguida; uma assemblia de doze companheiros para atacar o servio da regenerao planetria. E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, Junto das almas, para que se convertam em instrumentos de sua Divina Vontade, dando-nos a perceber que a redeno procede do Alto, mas no se concretizar entre as criaturas sem a co- laborao ativa dos coraes de boa-vontade. Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando algum para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na converso de Paulo, o Mestre no dispensa a cooperao dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procura Ananias, enviando-o a socorrer o novo discpulo. Por que razo Jesus se preocupou em acompanhar o recmconvertido, assistindo-o em pessoa? que, se a Humanidade no pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo no dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimao do mundo. "Ide e pregai". "Eis que vos mando". "Resplandea a vossa luz diante dos homens". "A Seara realmente grande, mas poucos so os ceifeiros". Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importncia por ele atribuda contribuio humana. Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre. Onde estiver um seguidor do Evangelho a se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem. Cristianismo significa Cristo e ns.

18-NO SOMENTE Nem s de po vive o homem.- Jesus. (MATEUS. 4:4). No somente agasalho que proteja o corpo, mas tambm o refgio de conhecimentos superiores que fortaleam a alma. No s a beleza da mscara fisionmica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos. No apenas a eugenia que aprimora os msculos, mas tambm a educao que aperfeioa as maneiras. No somente a cirurgia que extirpa o defeito orgnico, mas igualmente o esforo prprio que anula o defeito ntimo. No s o domiclio confortvel para a vida fsica, mas tambm a casa invisvel dos princpios edificantes em que o esprito se faa til, estimado e respeitvel. No apenas os ttulos honrosos que ilustram a personalidade transitria, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueam a conscincia eterna. No somente claridade para os olhos mortais, mas tambm luz divina para o entendimento imperecvel. No s aspecto agradvel, mas igualmente utilidade viva. No apenas flores, mas tambm frutos. No somente ensino continuado, mas igualmente demonstrao ativa.. No s teoria excelente, mas tambm prtica santificante. No apenas ns, mas igualmente os outros. Disse o Mestre: - "Nem s de po vive o homem". Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo. Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas no nos esqueamos da pureza, da elevao e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade. 19-APASCENTA Apascenta as minhas ovelhas.- Jesus. (JOO, 21:17). Significativo o apelo do Divino Pastor ao corao amoroso de Simo Pedro para que lhe continuasse o apostolado. Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus no recomenda medidas drsticas em favor da disciplina compulsria. Nem gritos, nem xingamentos. Nem cadeia, nem forca. Nem chicote, nem vara. Nem castigo, nem imposio. Nem abandono aos infelizes, nem flagelao aos transviados. Nem lamentao, nem desespero. Pedro, apascenta as minhas ovelhas!.

Isso equivale a dizer: - Irmo, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo. No te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lio benfica surgir depois. Ajuda ao prximo, ao invs de vergast-lo. Educa sempre. Revela-te por trabalhador fiel. S exigente para contigo mesmo e ampara os coraes enfermios e frgeis que te acompanham os passos. Se plantares o bem, o tempo se incumbir da germinao, do desenvolvimento, da florescncia e da frutificao, no instante oportuno. No analises, destruindo. O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanh. Alimenta a "boa parte" do teu irmo e segue para diante. A vida converter o mal em detritos e o Senhor far o resto. 20-DIFERENA Crs que h um s Deus: fazes bem. Tambm os demnios o crem, e estremecem.- (TIAGO, 2:19). A advertncia do apstolo de essencial importncia no aviso espiritual. Esperar benefcios do Cu atitude comum a todos. Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos. Admitir a existncia do Governo Divino . Trao dominante de todas as criaturas. Aceitar o Supremo Poder prprio de bons e maus. Tiago foi divinamente inspirado neste versculo, porque suas palavras definem a diferena entre crer em Deus e fazer-Lhe a Sublime Vontade. A inteligncia atributo de todos. A cognio procede da experincia. O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece. A diferenciao entre o gnio do mal e o gnio do bem permanece na direo do conhecimento. O demnio, como smbolo de maldade, executa os prprios desejos, muita vez desvairados e escuros. O anjo identifica-se com os desgnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra. Recorda, pois, que no basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a soluo desejada. Adorar o Senhor, esperar e crer nEle so atitudes caractersticas de toda a gente. . O nico sinal que te revelar a condio mais nobre estar impresso na ao que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desgnios, porque, em verdade, no adianta muito ao

aperfeioamento o ato de acreditar no bem que vir do Senhor e sim a diligncia em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome. 21-MAIORIDADE ... O menor abenoado pelo maior, - Paulo. (HEBREUS. 7:7). Em todas as atividades da vida, h quem alcance a maioridade natural entre os seus parentes, companheiros ou contemporneos. H quem se faz maior na experincia fsica, no conhecimento, na virtude ou na competncia. De modo geral, contudo, aquele que se v guindado a qualquer nvel de superioridade costuma valer-se da situao para esquecer seu dbito para com o esprito comum. Muitas vezes quem atinge a maioridade financeira torna-se avarento, quem encontra o destaque cientfico faz-se vaidoso e quem se v na galeria do poder abraa o orgulho vo. A Lei da Vida, porm, no recomenda o exclusivismo e a separatividade. Segundo os princpios divinos, todo progresso legtimo se converter em bnos para a coletividade inteira. A prpria Natureza oferece lies sublimes nesse sentido. Cresce a rvore para a frutificao. Cresce a fonte para benefcio do solo. Se cresceste em experincia ou em elevao de qualquer espcie, lembra-te da comunho fraternal com todos. O Sol, com seus raios de luz, no desampara a furna barrenta e no desdenha o verme. Desenvolvimento poder. Repara como empregas as vantagens de que a tua existncia foi acrescentada. O Esprito Mais Alto de quantos j se manifestaram na Terra aceitou o sacrifcio supremo, a fim de auxiliar a todos, sem condies. No te esqueas de que, segundo o Estatuto Divino, o "menor abenoado pelo maior". 22-A RETRIBUIO "Pedro disse-lhe: e ns que deixamos tudo e te seguimos que receberemos?" - (MATEUS. 19:27). A pergunta do apstolo exprime a atitude de muitos coraes nos templos religiosos. Consagra-se o homem a determinado crculo de f e clama, de imediato: - "Que receberei?" A resposta, porm, se derrama silenciosa, atravs da prpria vida. Que recebe o gro maduro, aps a colheita? O triturador que o ajuda a purificar-se.

Que prmio se reserva farinha alva e nobre? O fermento que a transforma para a utilidade geral. Que privilgio caracteriza o po, depois do forno? A graa de servir. No se formam cristos para adornos vivos do mundo e sim para a ao regeneradora e santificante da existncia. Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o esplio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificaes de natureza fsica, com as quais abreviavam a prpria morte. Em Cristo, contudo, o quadro diverso. Vencemos, em' companhia dele, para nos fazermos irmos de quantos nos partilham a experincia, guardando a obrigao de ampar-los e ser-lhes teis. Simo Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adeso Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renncia. Quanto mais se lhe acendrou a f, maiores testemunhos de amor Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, at o sacrifcio extremo. Se deixaste, pois, por devoo a Jesus, os laos que te prendiam s zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Cu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glria de servir. 23-ANTE O SUBLIME "No faas tu comum o que Deus purificou". (ATOS, 10:15). Existem expresses no Evangelho que, maneira de flores a se salientarem num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos ate o seu brilho e perfume peculiares. A voz celeste, que se dirige a Simo Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito mais vastos que o problema individual do apstolo. O homem comum est rodeado de glrias na Terra, entretanto, considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam. Cego diante do espetculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento, tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforo dos sculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeioamento e na seleo dos valores que o rodeiam. Quantos milnios ter exigido a formao da rocha? Quantos ingredientes se harmonizam na elaborao de um simples raio de sol? Quantos bices foram vencidos para que a flor se materializasse? Quanto esforo custou a domesticao das rvores e dos .animais? Quantos sculos ter empregado a Pacincia do Cu na estruturao complexa da mquina orgnica em que o Esprito encarnado se manifesta?

A razo luz gradativa, diante do sublime. No te esqueas, meu irmo, de que o Senhor te situou a experincia terrestre num verdadeiro paraso, onde a semente minscula retribui na mdia do infinito por um e onde guas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicao dos Tesouros Eternos. Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas e com os dons divinos. . . Pensa, estuda, trabalha e serve. No suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu. 24-PELAS OBRAS "E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra". Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:13). Esta passagem de Paulo, na Primeira Epstola aos Tessalonicenses, singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana. Todos experimentamos a tendncia de consagrar a maior estima apenas queles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hbitos enraizados e os princpios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretaes so as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiveis. Da procede o impositivo de desintegrao da concha do nosso egosmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, no pela servido afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum. Se amamos algum to-s pela beleza fsica, provvel encontremos amanh o objeto de nossa afeio a caminho do monturo. Se estimamos em algum amigo apenas a oratria brilhante, possvel esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve. Se nos consagramos a determinada criatura s porque nos obedea cegamente, provvel estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes. imprescindvel aperfeioar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avanarmos no rumo da vida Superior. Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espao em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente aquele que concorda conosco, mas sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de ns. 25-NOS DONS DO CRISTO Mas a graa foi dada a cada um de ns, segundo a medida do dom

do Cristo.-Paulo. (EFSIOS, 4:7.) A alma humana, nestes vinte sculos de Cristianismo, uma conscincia esclarecida pela razo, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos. O campo de luta permanece situado em nossa vida ntima. Animalidade versus espiritual idade. Milnios de sombras cristalizadas contra a luz nascente. E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensveis ascenso, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de ns. Da a razo de a graa divina ocupar a existncia humana ou crescer dentro dela, medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar. Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades crists em ti mesmo, com a vigilante ateno dispensada cultura das plantas preciosas, ao p do lar. Quanto Terra, todos somos suscetveis de produzir para o bem ou para o mal. Ofereamos ao Divino Cultivador o vaso do corao, recordando que se o "solo consciente" do nosso esprito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa-vontade ser convertida em canal milagroso para a exteriorizao do bem, com a multiplicao permanente das graas do Senhor, ao redor de ns. Observa a tua "boa parte" e lembra que podes dilat-la ao Infinito. No intentes destruir milnios de treva de um momento para outro. Vale-te do esforo de auto-aperfeioamento cada dia. Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renncia. No nos esqueamos de que a Graa Divina ocupar o nosso espao individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo. 26-OBREIRO SEM F ... e eu te mostrarei a minha f pelas minhas obras.(TIAGO, 2:18). Em todos os lugares, vemos o obreiro sem f, espalhando inquietao e desnimo. Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandonao, de incio, murmurando: "Para qu? O mundo no presta." Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistncia, se faz demissionrio de obrigaes edificantes, alegando: - No nasci para o servilismo desonroso. Aproxima-se da f religiosa, para desfrutar-lhe os benefcios,

entretanto, logo aps, relega-a ao esquecimento, asseverando: "Tudo isto mentira e complicao." Se convidado a posio de evidncia, repete o velho estribilho: - "No mereo! sou indigno!..." Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta: - Quem me ofende assim? E transita de situao em situao, entre a lamria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado. Em toda parte, o trabalhador que no termina o servio por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lio. No te concentres na f sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, no te consagres ao, sem f no Poder Divino e em teu prprio esforo. O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimnios e glrias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ao no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se s criaes de que ter sido venturoso instrumento. Revelemos a nossa f, atravs das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferir nossa vida o indefinvel acrscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder. 27-DESTRUIO E MISRIA Em seus caminhos h destruio e misria.- Paulo. (ROMANOS 3: 16). Quando o discpulo se distancia da confiana no Mestre e se esquiva ao nas linhas do exemplo que o seu divino apostolado nos legou, preferindo a senda vasta de infidelidade prpria conscincia, cava, sem perceber, largos abismos de destruio e misria por onde passa. Se cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom nimo no corao dos trabalhadores que o cercam e estrangula as suas prprias oportunidades de servir. Se desce ao desfiladeiro da negao, destri as esperanas tenras no sentimento de quantos se abeiram da f e tece vasta rede de sombras para si mesmo. Se transfere a alma para a residncia escura do vcio, sufoca as virtudes nascentes nos companheiros de jornada e adquire dbitos pesados para o futuro. Se asila o desespero, apaga o tnue claro da confiana na alma do prximo e chora inutilmente, sob a tormenta de lgrimas destrutivas. Se busca refgio na casa fria da tristeza, asfixia o otimismo naqueles que o acompanham e perde a riqueza do tempo, em lamentaes improfcuas.

A determinao divina para o aprendiz do Evangelho seguir adiante, ajudando, compreendendo e servindo a todos. Estacionar imobilizar os outros e congelar-se. Revoltar-se chicotear os irmos e ferir-se. Fugir ao bem desorientar os semelhantes e aniquilar-se. Desventurados aqueles que no seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus Cristo em esprito e viver longe dele ser espalhar a destruio, em torno de nossos passos, e conservar a misria dentro de ns mesmos. 28-ALGUMA COISA "No necessitam de mdico os que esto sos, mas sim os que esto enfermos." - Jesus. (LUCAS, 5:31.) Quem sabe ler, no se esquea de amparar o que ainda no se alfabetizou. Quem dispe de palavra esclarecida, ajude ao companheiro, ensinando-lhe a cincia da frase correta e expressiva. Quem desfruta o equilbrio orgnico no despreze a possibilidade de auxiliar o doente. Quem conseguiu acender alguma luz de f no prprio esprito, suporte com pacincia o infeliz que ainda no se abriu a mnima noo de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das trevas. Quem possua recursos para trabalhar, no olvide o irmo menos ajustado ao servio, conduzindo-o, sempre que possvel, a atividade digna. Quem estime a prtica da caridade, compadea-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibraes da prece. Quem j esteja entesourando a humildade no se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensveis ao reajuste. Quem seja detentor da bondade no recuse assistncia aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorncia. Quem estiver em companhia da paz, ajude aos desesperados. Quem guarde alegria.. divida a graa do contentamento com os tristes. Asseverou o Senhor que os sos no precisam de mdico, mas,' sim, os enfermos. Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que as tuas. A vida no reclama o teu sacrifcio integral, em favor dos outros, mas, a benefcio de ti mesmo, no desdenhes fazer alguma coisa na extenso da felicidade comum. 29-SIRVAMOS

"Servindo de boa-vontade, como: sendo ao Senhor, e no aos homens.- Paulo. EFSIOS, 6:7. Se legislas, mas no aplicas a Lei, segundo os desgnios do Senhor, que considera as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, cavados por tuas criaes indbitas, sem recolheres os benefcios de tua gloriosa misso na ordem coletiva. Se administras, mas no observas os interesses do Senhor, na estrada em que te movimentas na posio de mordomo da vida, sofres a ameaa de soterrar o corao em caprichos escuros, sem desfrutares as bnos da funo que exerces no ministrio pblico. Se julgas os semelhantes e no te inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades e circunstncias dos processos em trnsito nos tribunais, vives na probabilidade de cair, espetacularmente, na mesma senda a que se acolhem quantos precipitadamente aprecies, sem retirares, para teu proveito, os dons da sabedoria que a Justia conserva em tua inteligncia. Se trabalhas na cor ou no mrmore, no verbo ou na melodia, sem traduzires em tuas obras a correo, o amor e a luz do Senhor, guardas a tremenda responsabilidade de quem estabelece imagens delituosas para consumo da mente popular, perdendo, em vo, a glria que te enriquece os sentimentos. Se foste chamado obedincia, na estruturao de utilidades para o mundo, sem o esprito de com- preenso com o Senhor, que ajudou as criaturas, amando-as at o sacrifcio pessoal, vives entre os fantasmas da indisciplina e do desnimo, sem fixares em ti mesmo a claridade divina do talento que repousa em tuas mos. Amigo, a passagem pela Terra aprendizado sublime. O trabalho sempre o instrutor do aperfeioamento. Sirvamos sem prender-nos. Em todos os lugares do vale humano, h recursos de ao e aprimoramento para quem deseja seguir adiante. Sirvamos, em qualquer parte, de boa-vontade, como sendo ao Senhor e no s criaturas, e o Senhor nos conduzir para os cimos da vida. 30-EDUCA "No sabeis vs que Bois o templo de Deus e que o Esprito de Deus habita em vs ?" - Paulo. (I CORINTIOS, 3: 16.) Na semente minscula reside o germe do tronco benfeitor. No corao da terra, h melodias da fonte. No bloco de pedra, h obras-primas de estaturia. Entretanto, o pomar reclama esforo ativo. A corrente cristalina pede aquedutos para transportar-se imaculada. A jia de escultura pede milagres do buril. Tambm o esprito traz consigo o gene da Divindade.

Deus est em ns, quanto estamos em Deus. Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, necessrio que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milnios. Somente o corao enobrecido no grande entendimento pode vazar o herosmo santificante. Apenas o crebro cultivado pode produzir iluminadas formas de pensamento. S a grandeza espiritual consegue gerar a palavra equilibrada, o verbo sublime e a voz consoladora. Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso aperfeioamento. Educa e transformars a irracional idade em inteligncia, a inteligncia em humanidade e a humanidade em angelitude. Educa e edificars o paraso na Terra. Se sabemos que o Senhor habita em ns, aperfeioemos a nossa vida, a fim de manifest-lo. 31-LAVRADORES "O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos." Paulo. (li TIMTEO, 2:6.) H lavradores de toda classe. Existem aqueles que compram o campo e expiaram-no, atravs de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as prprias mos. Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada ferrugem, cruzando os braos e imputando chuva ou ao solo fracasso da sementeira que no vigiam. Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantao dos vizinhos, sem qualquer ateno para com os trabalhos que lhes dizem respeito. Temos diversos que falam despropositadamente com referncia a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frgeis. Vemos numerosos acusando a terra como inca- paz de qualquer produo, mas negando gleba que lhes foi confiada a bno da gota dgua e o socorro do adubo. Observamos muitos que se dizem possudos pela dor de cabea, pelo resfriado ou pela indisposio e perdem a sublime oportunidade de semear. A Natureza, no entanto. retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negao e o desapontamento. Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graa do celeiro farto. E assim ocorre na lavoura do esprito. Ningum lograr o resultado excelente, sem es- forar-se, conferindo

obra do bem o melhor de si mesmo. Paulo de Tarso. escrevendo numa poca de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, no nos diz que o semeador distinguido por Csar ou mais endinheirado seria o legtimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutvel acerto, que o lavrador dedicado s prprias obrigaes ser o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto. 32-A BOA PARTE "Maria escolheu a boa parte, que no lhe ser tirada." - Jesus. (LUCAS, 10:42.) No te esqueas da "boa parte" que reside em todas as criaturas e em todas as coisas. O fogo destri, mas transporta consigo o elemento purificador. A pedra contundente, mas consolida a segurana. A ventania aoita impiedosa, todavia, ajuda a renovao. A enxurrada imundcie, entretanto, costuma carrear o adubo indispensvel sementeira vitoriosa. Assim tambm h criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, so extremamente valiosas em outros. A apreciao unilateral sempre ruinosa. A imperfeio completa, tanto quanto a perfeio integral, no existem no plano em que evolumos. O criminoso, acusado por toda a gente, amanh pode ser o enfermeiro que te estende o copo dgua. O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmo sublimado que te convida ao bom exemplo. A tempestade da hora em que vivemos , muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver. Busquemos o lado melhor das situaes, dos acontecimentos e das pessoas. "Maria escolheu a boa parte, que no lhe ser tirada" - disse-nos o Senhor. Assimilemos a essncia da divina lio. Quem procura a "boa parte" e nela se detm, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe ser roubado. 33-ERGUER E AJUDAR "E ele, dando-lhe a mo, a levantou,. ," - (ATOS, 9:41.) Muito significativa a lio dos Atos, quando Pedro restaura a irm Dorcas para a vida. No se contenta o apstolo em pronunciar palavras lindas aos seus

ouvidos, renovando-lhe as foras gerais. D-lhe as mos para que se levante. O ensinamento dos mais simblicos. Observamos muitos companheiros a se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior. Para isso, porm, no bastar a predicao pura e simples. o sermo , realmente, um apelo sublime, do qual no prescindiu o prprio Cristo, mas no podemos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pes para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o nimo. Ns, os que nos achvamos mortos na ignorncia, e que hoje, por acrscimo da Misericrdia Infinita, j podemos desfrutar algumas bnos de luz, precisamos estender o servio de socorro aos demais. No nos desincumbiremos, porm, da. Tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns discursos admirveis. imprescindvel usar nossas mos nas obras do bem. Esforo dos braos significa atividade pessoal. Sem o empenho de nossas energias, na construo do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observaes excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das necessidades da redeno humana. Encontrando o nosso irmo, cado na estrada, faamos o possvel por despert-lo com os recursos do verbo transformador, mas no olvidemos que, para traz-lo de novo vida construtiva, ser indispensvel, segundo a inesquecvel lio de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mos. 34-GUARDEMOS O CUIDADO "...mas nada puro para os contaminados e infiis." - Paulo. (TITO, 1: 15.) O homem enxerga sempre, atravs da viso interior. Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora. Pelo que sente, examina os sentimentos alheios. Na conduta dos outros, supe encontrar os meios e fins das aes que lhe so peculiares. Dai, o imperativo de grande vigilncia para que a nossa conscincia no se contamine pelo mal. Quando a sombra vagueia em nossa mente, no vislumbramos seno sombras em toda parte. Junto das manifestaes do amor mais puro, imaginamos alucinaes carnais. Se encontramos um companheiro trajado com louvvel apuro, pensamos em vaidade.

Ante o amigo chamado carreira pblica, mentalizamos a tirania poltica. Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiana e costumamos tecer longas reflexes em torno de apropriaes indbitas. Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, categoria dos intratveis. Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deplorveis alteraes nos atingem os pensamentos. Virtudes, nessas circunstncias, jamais so vistas. Os males, contudo, sobram sempre. Os mais largos gestos de bno recebem lastimveis interpretaes. Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo cime, pela suspeita ou pela maledicncia. Casos intrincados existem nos quais o silncio o remdio bendito e eficaz, porque, sem dvida, cada esprito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a viso clara ou escura de que dispe. 35-ESTENDAMOS O BEM "No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem." Paulo. (ROMANOS, 12 :21.) Repara que, em plena casa da Natureza, todos os elementos, em face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e para a vitria do bem. Quando o temporal parece haver destrudo toda a paisagem, congregam-se as foras divinas da vida para a obra do refazimento. O Sol envia luz sobre o lamaal, curando as chagas do cho. O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos. O cntico das aves substitui a voz do trovo. A plancie recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso. O ar que suporta o peso das nuvens e o choque da fasca destruidora, torna leveza e suavidade. A rvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em silncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos. A terra, nossa me comum, sofre a chuva de granizos e o banho de Iodo, periodicamente, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez mais. Por que conservaremos, por nossa vez, o fel e o azedume do mal, na intimidade do corao? Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida. A ignorncia apenas uma grande noite que ceder lugar ao sol da sabedoria. Usa o tesouro de teu amor, em todas as direes, e estendamos o

bem por toda parte. A fonte, quando tocada de lama, jamais se d por vencida. Acolhe os detritos no prprio seio e, continuando a fluir, transforma-os em bnos, no curso de suas guas que prosseguem correndo, com brandura e humildade, para benefcio de todos. 36-AFIRMAO ESCLARECEDORA "E no quereis vir a mim para terdes vida." - Jesus. (JOO, 5:40.) Quantos procuram a sublimao da individualidade precisam entender o valor supremo da vontade no aprimoramento prprio. Os templos e as escolas do Cristianismo permanecem repletos de aprendizes que vislumbram os poderes divinos de Jesus e lhe reconhecem a magnanimidade, caminhando, porm, ao sabor de vacilaes cruis. Crem e descrem, ajudam e desajudam, organizam e perturbam, iluminam-se na f e ensombram-se na desconfiana... que esperam a proteo do Senhor para desfrutarem o contentamento imediato no corpo, mas no querem ir at ele para se apossarem da vida eterna. Pedem o milagre das mos do Cristo, mas no lhe aceitam as diretrizes. Solicitam-lhe a presena consoladora, entretanto, no lhe acompanham os passos. Pretendem ouvi-lo, beira do lago sereno, em prelees de esperana e conforto, todavia, negam-se a partilhar com ele o servio da estrada, atravs do sacrifcio pela vitria do bem. Cortejam-no em Jerusalm, adornada de flores, mas fogem aos testemunhos de entendimento e bondade, frente da multido desvairada e enferma. Suplicam-lhe as bnos da ressurreio, no entanto, odeiam a cruz de espinhos que regenera e santifica. Podem ir na vanguarda edificante, mas no querem. Clamam por luz divina, entretanto, receiam abandonar as sombras. Suspiram pela melhoria das condies em que se agitam, todavia, detestam a prpria renovao. Vemos, pois, que fcil comer o po multiplicado pelo infinito amor do Mestre Divino ou; regozijar-se algum com a sua influncia curativa, mas, para alcanar a Vida Abundante de que ele se fez o embaixador sublime, no basta a faculdade de poder e o ato de crer, mas tambm a vontade perseverante de quem aprendeu a trabalhar e servir, aperfeioar e querer. 37-NA OBRA REGENERATIVA "Irmos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa vs, que sois espirituais, orientai-o com esprito de mansido, velando por vs mesmos para que no sejais igualmente tentados." Paulo. (GLATAS, 6:1.)

Se tentamos orientar o irmo perdido nos cipoais do erro, com aguilhes de clera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra ns mesmos. Se lhe impusermos golpes, revidar com outros tantos. Se lhe destacamos as falhas, poder salientar os nossos gestos menos felizes. Se opinamos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal, em derredor de ns. Se lhe aplaudimos a conduta errnea, aprovamos o crime. Se permanecemos indiferentes, sustentamos a perturbao. Mas se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa. Nas horas difceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, no olvidemos que, para auxili-lo, to desaconselhvel a condenao, quanto o elogio. Se no justo atirar petrleo s chamas, com o propsito de apagar a fogueira, ningum cura chagas com a projeo de perfume. Sejamos humanos, antes de tudo. Abeiremo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreenso e da fraternidade. Ningum perder, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas. Situemo-nos na posio do acusado e reflitamos se, nas condies dele, teramos resistido s sugestes do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuzos do prximo, com imparcialidade e boa inteno. Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mnimos aspectos. De outro modo ser sempre fcil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentao. 38-SE SOUBSSEMOS "Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem.. ." - Jesus. (LUCAS, 23 :34.) Se o homicida conhecesse, de antemo, o tributo de dor que a vida lhe cobrar, no reajuste do seu destino, preferiria no ter braos para desferir qualquer golpe. Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a viso, observando o, sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de no se confiar acusao descabida. Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtaro o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.

Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadir, mais tarde, o corao, no perpetraria o delito da indiferena. Se o egosta contemplasse a solido infernal que o aguarda, nunca se apartaria da prtica infatigvel da fraternidade e da cooperao. Se o gluto enxergasse os desequilbrios para os quais encaminha o prprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invarivel frugalidade e harmonia. Se soubssemos quo terrvel o resultado de nosso desrespeito s Leis Divinas, jamais nos afastaramos do caminho reto. Perdoa, pois, a quem te fere e calunia. Em verdade, quantos se rendem s sugestes perturbadoras do mal, no sabem o que fazem. 39-F INOPERANTE Assim tambm a f., se no tiver as obras, morta em si mesma. (TIAGO,2:17.) A f inoperante problema credor da melhor ateno, em todos os tempos, a fim de que os discpulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefcio de todos, ser sempre uma soberba paisagem improdutiva. Que diremos de um motor precioso do qual ningum se utiliza? de uma fonte que no se movimente para fertilizar o campo? de uma luz que no se irradie? Confiaremos com segurana em determinada semente, todavia, se no a plantamos, em que redundar nossa expectativa, seno em simples inutilidade? Sustentaremos absoluta esperana nas obras que a tora de madeira nos fornecer, mas se no nos dispomos a usar o serrote e a plaina, certo a matria-prima repousar, indefinidamente, a caminho da desintegrao. A crena religiosa o meio. O apostolado o fim. A celeste confiana ilumina a inteligncia para que a ao benfica se estenda, improvisando, por toda parte, bnos de paz e alegria, engrandecimento e sublimao. Quem puder receber uma gota de revelao espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de servio que lhe compete, em favor do progresso comum. A f, na essncia, aquele embrio de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, atravs da elevao pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver. Guardar, pois, o xtase religioso no corao! sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no servio da caridade e da educao, ser conservar na terra viva do sentimento um dolo morto, sepultado

entre as flores inteis das promessas brilhantes. 40-ANTE O OBJETIVO "Para ver se de algum modo posso chegar ressurreio." - Paulo. (FILIPENSES, 3 :11.) Alcanaremos o alvo que mantemos em mira: O avarento sonha com tesouros amoedados e chega ao cofre forte. O malfeitor comumente ocupa largo tempo, planificando a ao perturbadora, e comete o delito. O poltico hbil anseia por autoridade e atinge alto posto no domnio terrestre. A mulher desprevenida, que concentra as idias no desperdcio das emoes, penetra o campo das aventuras inquietantes. E cada meta a que nos propomos tem o preo respectivo. O usurrio, para amealhar o dinheiro, quase sempre perde a paz. O delinqente, para efetuar a falta que delineia, avilta o nome. O oportunista, para conseguir o lugar de mando, muitas vezes desfigura o carter. A mulher desajuizada, para alcanar fantasiosos prazeres, abdica, habitualmente, o direito de ser feliz. Se impostos to pesados so exigidos na Terra aos que perseguem resultados puramente inferiores, que tributos pagar o esprito que se candidata glria na vida eterna? O Mestre na cruz a resposta para todos os que procuram a sublimidade da ressurreio. Contemplando esse alvo, soube Paulo busc-lo. atravs de incompreenses, aoites, aflies e pedradas, servindo constantemente, em nome do Senhor. Se desejas,. por tua vez, chegar ao mesmo destino, centraliza as aspiraes no objetivo santificante e segue, com valoroso esforo, na conquista do eterno prmio. 41-NA SENDA ESCABROSA "Nunca te deixarei, nem te desampararei." - Paulo. (HEBREUS, 13: 5.) A palavra do Senhor no se reporta somente sustentao da vida fsica, na subida pedregosa da ascenso. Muito mais que de po do corpo, necessitamos de po do esprito.

Se as clulas do campo fisiolgico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoes da alma provocam, por vezes, aflies desmedidas, exigindo mais ampla alimentao espiritual. H momentos de profunda exausto, em nossas reservas mais ntimas. As energias parecem esgotadas e as esperanas se retraem apticas. Instala-se a sombra, dentro de ns, como se espessa noite nos envolvesse. E qual acontece Natureza, sob o manto noturno, embora guardemos fontes de entendimento e flores de boa-vontade, na vasta extenso do nosso pas interior, tudo permanece velado pelo nevoeiro de nossas inquietaes. O Todo-Misericordioso, contudo, ainda a, no nos deixa completamente relegados treva de nossas indecises e desapontamentos. Assim como faz brilhar as estrelas fulgurantes no alto, desvelando os caminhos constelados do firmamento ao viajor perdido no mundo, acende, no cu de nossos ideais, convices novas e aspiraes mais elevadas, a fim de que nosso esprito no se perca na viagem para a vida superior. "Nunca te deixarei, nem te desampararei" - promete a Divina Bondade. Nem solido, nem abandono. A Providncia Celestial prossegue velando... Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade seguida pela atmosfera tranqila e de que no existe noite sem alvorecer. 42-POR UM POUCO "Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado." - Paulo. (HEBREUS, 11:25.) Nesta passagem refere-se Paulo atitude de Moiss, abstendo-se de gozar por um pouco de tempo das suntuosidades da casa do Fara, a fim de consagrar-se libertao dos companheiros cativos, criando imagem sublime para definir a posio do esprito encarnado na Terra. "Por um pouco", o administrador dirige os interesses do povo. "Por um pouco", o servidor obedece na subalternidade. "Por um pouco", o usurrio retm o dinheiro. "Por um pouco", o infeliz padece privaes. Ah! se o homem reparasse a brevidade dos dias de que dispe na Terra! se visse a exigidade dos recursos com que pode contar no vaso de carne em que se movimenta... Certamente, semelhante percepo, diante da eternidade, dar-lhe-ia novo conceito da bendita oportunidade, preciosa e rpida, que lhe foi concedida no mundo.

Tudo favorece ou aflige a criatura terrestre, simplesmente por um pouco de tempo. Muita gente, contudo, vale-se dessa pequenina frao de horas para complicar-se por muitos anos. indispensvel fixar o crebro e o corao no exemplo de quantos souberam glorificar a romagem apressada no caminho comum. Moiss no se deteve a gozar, "por um pouco", no clima faranico, a fim de deixar-nos a legislao justiceira. Jesus no se abalanou a disputar, nem mesmo "por um pouco", em face da crueldade de quantos o perseguiam, de modo a ensinar-nos o segredo divino da Cruz com Ressurreio Eterna. Paulo no se animou a descansar "por um pouco", depois de encontrar o Mestre s portas de Damasco, de maneira a legar-nos seu exemplo de trabalho e f viva. Meu amigo, onde estiveres, lembra-te de que a permaneces "por um pouco" de tempo. Modera-te na alegria e conforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extenso do bem, porque na demonstrao do "pouco" que caminhars para o "muito" de felicidade ou de sofrimento. 43-LINGUAGEM "Linguagem s e irrepreensvel para que o adversrio se envergonhe, no tendo nenhum mal que dizer de ns." Paulo. (TITO, 2 :8.) Atravs da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda. Ainda mesmo que o nosso ntimo permanea nevoado de problemas, no aconselhvel que a nossa palavra se faa turva ou desequilibrada para os outros. Cada qual tem o seu enigma, a sua necessidade e a sua dor e no justo aumentar as aflies do vizinho com a carga de nossas inquietaes. A exteriorizao da queixa desencoraja, o verbo da aspereza vergasta, a observao do maldizente confunde... Pela nossa manifestao mal conduzi da para com os erros dos outros, afastamos a verdade de ns. Pela nossa expresso verbalista menos enobrecida, repetimos a bno do amor que nos encheria do contentamento de viver. Tenhamos a precisa coragem de eliminar, por ns mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos descontrolados. A palavra canal do "eu". Pela vlvula da lngua, nossas paixes explodem ou nossas virtudes se estendem. Cada vez que arrojamos para fora de ns o vocabulrio que nos prprio, emitimos foras que destroem ou edificam, que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam.

Linguagem, a nosso entender, se constitui de trs elementos essenciais: expresso, maneira e voz. Se no aclaramos a frase, se no apuramos o modo e se no educamos a voz, de acordo com as situaes, somos suscetveis de perder as nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevao. Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho. Nem linguagem doce demais, nem amarga em excesso. Nem branda em demasia, afugentando a confiana, nem spera ou contundente, quebrando a simpatia, mas sim "linguagem s e irrepreensvel para que o adversrio se envergonhe, no tendo nenhum mal que dizer de ns". 44-TENHAMOS F "..vou preparar-vos lugar." - Jesus, (JOO, 14:2.) Sabia o Mestre que, at construo do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condio de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, "sem lugar" adequado aos sublimes ideais que entesouram. Efetivamente, o cristo leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe devido: Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda no completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinio de muitos. Se exercita a humildade, tido conta de covarde. Se adota a vida simples, acusado pelo delito de relaxamento. Se busca ser bondoso, categorizado por tolo. Se administra dignamente, julgado orgulhoso. Se obedece quanto justo, considerado servil. Se usa a tolerncia, visto por incompetente. Se mobiliza a energia, conhecido por cruel. Se trabalha, devotado, interpretado por vaidoso. Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforo intensivo das boas obras ou das prelees consoladoras, indicado por fingido. Se tenta ajudar ao prximo, abeirando-se da multido, com os seus gestos de bondade espontnea, muitas vezes tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses prprios. Apesar de semelhantes conflitos, porm, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor. Reconhecendo que o domiclio de seus seguidores no se ergue sobre o cho do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta. Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, maneira de servidores provisoriamente distanciados do

verdadeiro raro "H muitas moradas na Casa do Pai." E o Cristo segue servindo, adiante de ns. Tenhamos f. 45-SOMENTE ASSIM "Nisto glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discpulos." - Jesus. (JOO, 15:8.) Em nossas aflies, o Pai invocado. Nas alegrias, adorado. Na noite tempestuosa, sempre esperado com nsia. No dia festivo, reverenciado solenemente. Louvado pelos filhos reconhecidos e olvidado pelos ingratos, o Pai d sempre, espalhando as bnos de sua bondade infinita entre bons e maus, justos e injustos. Ensina o verme a rastejar, o arbusto a desenvolver-se e o homem a raciocinar. Ningum duvide, porm, quanto expectativa do Supremo Senhor a nosso respeito. De existncia em existncia, ajuda-nos a crescer e a servi-Lo, para que, um dia, nos integremos, vitoriosos, em seu divino amor e possamos glorific-Lo. Nunca chegaremos, contudo, a semelhante condio, simplesmente atravs dos mil modos de colorao brilhante dos nossos sentimentos e raciocnios. Nossos ideais superiores so imprescindveis, e no fundo assemelham-se s flores mais belas e perfumosas da rvore. Nossa cultura , sem dvida, indispensvel, e, em essncia, constitui a robustez do tronco respeitvel. Nossas aspiraes elevadas so preciosas e necessrias, e representam as folhas vivas e promissoras. Todos esses requisitos so imperativos da colheita. Assim tambm ocorre nos domnios da alma. Somente possvel glorificar o Pai quando nos abrimos aos seus decretos de amor universal, produzindo para o bem eterno. Por isso mesmo, o Mestre foi claro em sua afirmao. Que nossa atividade, dentro da vida, produza muito fruto de paz e sabedoria, amor e esperana, f e alegria, justia e misericrdia, em trabalho pessoal digno e constante, porquanto, somente assim o Pai ser por ns glorificado e s nessa condio seremos discpulos do Mestre Crucificado e Redivivo. 46-NA CRUZ "Ele salvou a muitos e a si mesmo no pde salvar-se." - (MATEUS, 27:42.)

Sim, ele redimira a muitos... Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos. Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladres. Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pinculo, sugerindo indiretamente a prpria condio de Redentor e Rei, a queda era enorme... Era o Prncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores. Era o Salvador e no se salvava. Era o Justo e padecia a suprema injustia. Jazia o Senhor flagelado e vencido. Para o consenso humano era a extrema perda. Cara, todavia, na cruz. Sangrando, mas de p. Supliciado, mas de braos abertos. Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra. Rodeado de dio e sarcasmo, mas de corao iado ao Amor. Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a prpria dor em glria divina. Pendera-lhe a fronte, em pastada de sangue, no madeiro, e ressurgia, luz do sol, ao hlito de um jardim. Convertia-se a derrota escura em vitria resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira. Assim tambm ocorre no crculo de nossas vidas. No tropeces no fcil triunfo ou na aurola barata dos crucificadores. Toda vez que as circunstncias te compelirem a modificar o roteiro da prpria vida, prefere o sacrifcio de ti mesmo, transformando a tua dor em auxlio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreio. 47-AUTOLIBERTAO "...Nada trouxemos para este mundo e manifesto que nada podemos levar dele," - Paulo, (I TIMOTEO, 6:7.) Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do "eu", comea o teu curso de auto-libertao, aprendendo a viver "como possuindo tudo a nada tendo", "com todos e sem ningum". Se chegaste Terra na condio de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes; que te retirars dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade. Lembra-te de que, por fora das leis que governam os destinos, cada criatura est ou estar em solido, a seu modo, adquirindo a cincia da auto-superao.

Consagra-te ao bem, no s pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao prprio bem. Realmente grande aquele que conhece a prpria pequenez, ante a vida infinita. No te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; no dispensars o concurso alheio na execuo de tua tarefa. Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situaes do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmo. Sobretudo, combate a tendncia ao melindre pessoal com a mesma persistncia empregada no servio de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada peso intil ao corao. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros no ser o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa? Desanuvia a mente, cada manh, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e no com os homens que a malbaratam. Deixa que a realidade te auxilie a viso e encontrars a divina felicidade do anjo annimo, que se confunde na glria do bem comum. Aprende a ser s, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, no nos esqueamos da advertncia de Paulo, quando nos diz que, com aluso a quaisquer patrimnios de ordem material, "nada trouxemos para este mundo e manifesto que nada podemos levar dele". 48-DIANTE DO SENHOR "Por que no entendeis a minha linguagem? Por no poderdes ouvir a minha palavra." - Jesus. (JOO, 8:43.) A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrvel e estranha. Fazer todo o bem possvel, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos. Emprestar sem exigir retribuio. Desculpar incessantemente. Amar os prprios adversrios. Ajudar aos caluniadores e aos maus. Muita gente escuta a Boa Nova, mas no lhe penetra os ensinamentos. Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da fora mental em outros setores. Crem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porm, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicao das leis divinas.

A preocupao da posse lhes absorve a existncia. Reclamam o ouro do solo, o po do celeiro, o linho usvel, o equilbrio da carne, o prazer dos sentidos e a considerao social, com tamanha volpia que no se recordam da posio de simples usufruturios do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimnios materiais, cuja funo nica a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do esprito eterno. Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a ateno aos apelos da vida primria. Percebem, mas no ouvem. Informam-se, mas no entendem. Nesse campo de contradies, temos sempre respeitveis personalidades humanas e, por vezes, admirveis amigos. Conservam no corao enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecveis. So preciosas estaes de servio aproveitvel, com o equipamento, porm, ocupado em atividades mais ou menos inteis. No nos esqueamos, pois, de que sempre fcil assinalar a linguagem do Senhor, mas preciso apresentar-lhe o corao vazio de resduos da Terra, para receber-lhe, em esprito e verdade, a palavra divina. 49-UNIO FRATERNAL "Procurando guardar a unidade do esprito pelo vnculo da paz." Paulo. (EFSIOS, 4:3.) frente de teus olhos, mil caminhos se descerram, cada vez que te lembras de fixar a vanguarda distante. So milhes de sendas que marginam a tua. No olvides a estrada que te prpria e avana, destemeroso. Estimarias, talvez, que todas as rotas se subordinassem tua e reportas-te unio, como se os demais viajores da vida devessem gravitar ao redor de teus passos.:. Une-te aos outros, sem exigir que os outros se unam a ti. Procura o que seja til e belo, santo e sublime e segue adiante... A nascente busca o regato, o regato procura o rio e o rio liga-se ao mar. No nos esqueamos de que a unidade espiritual servio bsico da paz. Observas o irmo que se devota s crianas? Reparas o companheiro que se disps a ajudar aos doentes? Identificas o cuidado daquele que se fez o amigo dos velhos e dos jovens? Assinalas o esforo de quem se consagrou ao aprimoramento do solo ou educao dos animais?

Aprecias o servio daquele que se converteu em doutrinador na extenso do bem? Honra a cada um deles, com o teu gesto de compreenso e serenidade, convencido de que s pelas razes do entendimento pode sustentar-se a rvore da unio fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta. No admitas que os outros estejam enxergando a vida atravs de teus olhos. A evoluo escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com o degrau em que se coloca. Aproxima-te de cada servidor do bem, oferecendo-lhe o melhor que puderes, e ele te responder com a sua melhor parte. A guerra sempre o fruto venenoso da violncia. A contenda estril resultado da imposio. A unio fraternal o sonho sublime da alma humana, entretanto, no se realizar sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, face do ambiente que fomos chamados a servir. Somente alcanaremos semelhante realizao "procurando guardar a unidade do esprito pelo vnculo da paz". 50-AVANCEMOS "Irmos, quanto a mim, no julgo que haja alcanado a perfeio, mas uma coisa fao, e que, esquecendo-me das coisas que atrs ficam, avano para as que se encontram diante de mim," - Paulo, (FILIPENSES, 3:13 e 14,) Na estrada crist, somos defrontados sempre por grande nmero de irmos que se aquietaram sombra da improdutividade, declarandose acidentados por desastres espirituais. algum que chora a perda de um parente querido, chamado transformao do tmulo. o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreenso de um amigo. o missionrio que se imobilizou face da calnia. algum que lastima a desero de um conscio da boa luta. o operrio do bem que clama indefinidamente contra a fuga da companheira que lhe no percebeu a dedicao afetiva. o idealista que espera uma fortuna material para dar incio s realizaes que lhe competem. o cooperador que permanece na expectativa do emprego ricamente remunerado para consagrar-se s boas obras. a mulher que se enrola no cipoal da queixa contra os familiares incompreensivos. o colaborador que se escandaliza com os defeitos do prximo, congelando as possibilidades de servir. algum que deplora um erro cometido, menosprezando as bnos

do tempo em remorso destrutivo. O passado, porm, se guarda as virtudes da experincia, nem sempre o melhor condutor da vida para o futuro. imprescindvel exumar o corao de todos os envoltrios entorpecentes que, por vezes, nos amortalham a alma. A contrio, a saudade, a esperana e o escrpulo so sagrados, mas no devem representar impedimento ao acesso de nosso esprito Esfera Superior. Paulo de Tarso, que conhecera terrveis aspectos do combate humano, na intimidade do prprio corao, e que subiu s culminncias do apostolado com o Cristo, nos oferece roteiro seguro ao aprimoramento. "Esqueamos todas as expresses inferiores do dia de ontem e avancemos para os dias iluminados que nos esperam" - eis a essncia de seu aviso fraternal comunidade de Filipos. Centralizemos nossas energias em Jesus e caminhemos para diante. Ningum progride sem renovar-se. 51-SEPULCROS ABERTOS A sua garganta um sepulcro aberto. - Paulo. (ROMANOS, 3: 13.) Reportando-se aos espritos transviados da luz, asseverou Paulo que tm a garganta semelhante a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinqente. Logo se instalam no imprio escuro do "eu", olvidando as obrigaes que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura se -lhes a garganta em verdadeiro tmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do ntimo, maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros. Enxergam apenas os defeitos, os pontos frgeis e as zonas enfermias das pessoas de boa-vontade que lhes partilham a marcha. Tecem longos comentrios no exame de lceras alheias, ao invs de cur-las. Eliminam precioso tempo em palestras compridas e feri nas, enegrecendo as intenes dos outros. Sobrecarregam a imaginao de quadros deprimentes, nos domnios da suspeita e da intemperana mental. Sobretudo, queixam-se de tudo e de todos. Projetam emanaes entorpecentes de m-f, estendendo o desnimo e a desconfiana contra a prosperidade da santificao, por onde passam, crestando as flores da esperana e aniquilando os

frutos imaturos da caridade. Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram se - nos, de fato, sepulcros abertos... Exalam runas e txicos de morte. Quando te desviares, pois, para o resvaladio terreno das lamentaes e das acusaes, quase sempre indbitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois s assim se expressar, por ela, o verbo sublime do Senhor. 52-SERVIR E MARCHAR "Portanto, tornai a levantar as mos cansadas e os joelhos desconjuntados." - Paulo. (HEBREUS, I 12:12.) Se difcil a produo de fruto sadio na lavoura comum, para que no falte o po do corpo aos celeiros do mundo, quase sacrificial o servio de aquisio dos valores espirituais que significam o alimento vivo e Imperecvel da alma. Planta-se a semente da boa-vontade, mas obstculos mil lhe prejudicam a germinao e o crescimento. a aluvio de futilidades da vida inferior. A invaso de vermes simbolizados nos aborrecimentos de toda sorte. A lama da inveja e do despeito. As trovoadas da incompreenso. Os granizos da maldade. Os detritos da calnia. A cancula da responsabilidade. O frio da indiferena. A secura do desentendimento. O escalracho da ignorncia. As nuvens de preocupaes. A poeira do desencanto. Todas as foras imponderveis da experincia humana como que se conjugam contra aquele que deseja avanar no roteiro do bem. Enquanto no alcanarmos a herana divina a que somos destinados, qualquer descida sempre fcil... A elevao, porm, obra de suor, persistncia e sacrifcio. No recues diante da luta, se realmente j podes interessar o corao nos climas superiores da vida. No obstante defrontado por toda a espcie de dificuldades, segue para a frente, oferecendo ao servio da perfeio quanto possuas de nobre, belo e til. Recorda o conselho de Paulo e no te imobilizes. Movimenta as mos cansadas para o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados, na certeza de que para a obteno da melhor parte da vida preciso servir e marchar, incessantemente.

53-NA PREGAO "Eu de muito boa-vontade gasta- rei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada .vez mais, seja menos amado." - Paulo. (II CORINTIOS, 12:15.) H numerosos companheiros da pregao salvacionista que, de bom grado, se elevam a tribunas douradas, discorrendo preciosamente sobre os mritos da bondade e da f, mas, se convidados a contribuir nas boas obras, sentem-se feridos na bolsa e recuam apressados, sob disparatadas alegaes. Impedimentos mil lhes probem o exerccio da caridade e afastam-se para diferentes setores, onde a boa doutrina lhes no constitua incmodo vida calma. Efetivamente, no entanto, na prtica legtima do Evangelho no nos cabe apenas gastar o que temos, mas tambm dar do que somos. No. basta derramar o cofre e solucionar questes ligadas experincia do corpo. E imprescindvel darmo-nos, atravs do suor da colaborao e do esforo espontneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as nossas obrigaes primrias, frente do Cristo. Quem, de algum modo, no se empenha a benefcio dos companheiros, apenas conhece as lies do Alto nos crculos da palavra. Muita gente espera o amor alheio, a fim de amar, quando tal atitude somente significa dilao nos empreendimentos santificadores que nos competem. Quem ajuda e sofre por devoo Boa Nova, recolhe suprimentos celestes de fora para agir no progresso geral. Lembremo-nos de que Jesus no s cedeu, em favor de todos, quanto poderia reter em seu prprio benefcio, mas igualmente fez a doao de si mesmo pela elevao comum. Pregadores que no gastam e nem se gastam pelo engrandecimento das idias redentoras do Cristianismo so orqudeas do Evangelho sobre o apoio problemtico das possibilidades alheias; mas aquele que ensina e exemplifica, aprendendo a sacrificar-se pelo erguimento de todos, a rvore robusta do Eterno Bem, manifestando o Senhor no solo rico da verdadeira fraternidade. 54-PROCUREMOS COM ZELO "Procurai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente." - Paulo. (I CORINTIOS, 12 :31.) A idia de que ningum deve procurar aprender e melhorar-se para ser mais til Revelao Divina muito mais uma tentativa de consagrao ociosidade que um ensaio de humildade incipiente. A vida curso avanado de aprimoramento, atravs do esforo e da

luta, e se a prpria pedra deve sofrer o burilamento para refletir a luz, que dizer de ns mesmos, chamados, desde agora, a exteriorizar os recursos divinos? Ningum interrompa o servio abenoado da sua educao, a pretexto de cooperar com o Cu, porque o progresso um comboio de rodas infatigveis que relega para trs os que se rebelam contra os imperativos da frente. indispensvel avanar com a melhoria conseqente de tudo o que nos rodeia. E o Evangelho no endossa qualquer atitude de expectativa displicente. A palavra de Paulo demasiado significativa. Dirigindo-se aos corntios, o apstolo da gentil idade exorta-os a procurarem com fervor os melhores dons. imprescindvel nos disponhamos a adquirir as qualidades mais nobres de inteligncia e corao, sublimando a individualidade imperecvel. Cultura e santificao, atravs do trabalho e da fraternidade, constituem dever para todas as criaturas. Auto-aperfeioamento obrigao comum. Busquemos, zelosos, a elevao de ns mesmos, assinalando a nossa presena, seja onde for, com as bnos do servio a todos, e to logo estejamos integrados no esforo digno, dentro da ao pessoal e incessante no bem, o Alto nos descortinar mais iluminados caminhos para a ascenso. 55-ELUCIDAES "Porque no pregamos a ns mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus." - Paulo. (II CORNTIOS, 4 :5.) Ns, os aprendizes da Boa Nova, quando em verdadeira comunho com o Senhor, no podemos desconhecer a necessidade de retraimento da nossa individualidade, a fim de projetarmos para a multido, com o proveito desejvel, os ensinamentos do Mestre. Em assuntos da vida crist, propriamente considerada.. as nicas paixes justificveis so as de aprender, ajudar e servir, porquanto sabemos que o Cristo o Grande Planificador das nossas realizaes. Se recordarmos que a superviso dele age sempre em favor de quanto possamos produzir de melhor, viveremos atentos ao trabalho que nos toque, convencidos de que a sua pronunciao permanece invarivel nas circunstncias da vida. A nossa preocupao fundamental, em qualquer parte, portanto, deve ser a da prestao de servio em Seu Nome, compreendendo que a pregao de ns mesmos, com a propaganda dos particularismos peculiares nossa personalidade, ser a simples interferncia do nosso "eu" em obras da vida eterna que se reportam

ao Reino de Deus. Escrevendo aos corntios, Paulo define a posio dele e dos demais apstolos, como sendo a de servidores da comunidade por amor a Jesus. No existe indicao mais clara das funes que nos cabem. A chefia do Divino Mestre est sempre mais viva e a programao geral dos servios reservados aos discpulos de todas as condies permanece estruturada em seu Evangelho de. Sabedoria e de Amor. Procuremos as bases do Cristo para no agirmos em vo. Ajustemo-nos conscincia do Grande Renovador, a fim de no sermos tentados pelos nossos impulsos de dominao, porque, em todos os climas e situaes, o companheiro da Boa Nova convidado, chamado e constrangido a servir. 56-RENASCE AGORA Aquele que no nascer de novo no pode ver o Reino de Deus. Jesus. (JOO, 3:3.) A prpria Natureza apresenta preciosas lies, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemtica preciso, mas os dias so sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasies de aprendizado e recomeo, anualmente, quantas oportunidades de renovao moral encontrar a criatura, no abenoado perodo de uma existncia? Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas no guardes do pretrito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento. Faze por ti mesmo, nos domnios da tua iniciat