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O Comércio Justo As instituições do Circuito Justo São vários os participantes, tal como várias as fases, que integram o processo de concretização de Comércio Justo. De seguida apresenta-se uma pequena descrição dos mesmos. Produtores Trata-se de grupos de comunidade de aldeia pobres, de países subdesenvolvidos, onde os agricultores ou artesãos se organizam democraticamente em cooperativa ou em associação, alcançando, dessa forma, uma capacidade de produção que não seria possível alcançar isoladamente. Organizações Importadoras Estas organizações compram os produtos agrícolas e artesanais às organizações de produtores no sul do Globo, a preços justos, com o fito de os vender às “lojas do mundo” ou a outros canais de distribuição no Norte. A acção das organizações importadoras estende-se ainda a outros tipos de serviços como sejam o pré-financiamento e empréstimos, a formação técnica dos trabalhadores e o desenvolvimento do produto e da sua imagem. Lojas do Mundo Para além de venderem os produtos ao consumidor (comprados às importadoras ou directamente aos produtores, tentando ao máximo eliminar as instâncias intermediárias), são responsáveis, não só por organizarem acções de promoção de Comércio Justo, como também por oferecer informação ou realizar campanhas sobre as práticas de comércio correntes no mundo. As lojas operam (e cooperam) em diversos níveis, local, regional, nacional e internacionalmente, com o apoio e em contacto com as associações nacionais de lojas do mundo, sendo coordenadas a nível europeu pela NEWS! (Network of European World Shops). Em Portugal, as organizações ligadas ao Comércio Justo são coordenadas e reúnem-se a fim de trocarem experiências no âmbito da Coordenação Portuguesa para o Comércio Justo (CPCJ). Organizações de certificação e rotulagem Estas organizações fiscalizam a cadeia para garantir que os princípios do comércio justo são cumpridos nas diversas fases da produção, procedendo à certificação dos produtos em conformidade. O JOGO DO CHOCOLATE a

4 Comércio Justo

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  • O Comrcio Justo

    As instituies do Circuito Justo So vrios os participantes, tal como vrias as fases, que integram o processo de concretizao de Comrcio Justo. De seguida apresenta-se uma pequena descrio dos mesmos. Produtores Trata-se de grupos de comunidade de aldeia pobres, de pases subdesenvolvidos, onde os agricultores ou artesos se organizam democraticamente em cooperativa ou em associao, alcanando, dessa forma, uma capacidade de produo que no seria possvel alcanar isoladamente. Organizaes Importadoras Estas organizaes compram os produtos agrcolas e artesanais s organizaes de produtores no sul do Globo, a preos justos, com o fito de os vender s lojas do mundo ou a outros canais de distribuio no Norte. A aco das organizaes importadoras estende-se ainda a outros tipos de servios como sejam o pr-financiamento e emprstimos, a formao tcnica dos trabalhadores e o desenvolvimento do produto e da sua imagem. Lojas do Mundo Para alm de venderem os produtos ao consumidor (comprados s importadoras ou directamente aos produtores, tentando ao mximo eliminar as instncias intermedirias), so responsveis, no s por organizarem aces de promoo de Comrcio Justo, como tambm por oferecer informao ou realizar campanhas sobre as prticas de comrcio correntes no mundo. As lojas operam (e cooperam) em diversos nveis, local, regional, nacional e internacionalmente, com o apoio e em contacto com as associaes nacionais de lojas do mundo, sendo coordenadas a nvel europeu pela NEWS! (Network of European World Shops). Em Portugal, as organizaes ligadas ao Comrcio Justo so coordenadas e renem-se a fim de trocarem experincias no mbito da Coordenao Portuguesa para o Comrcio Justo (CPCJ). Organizaes de certificao e rotulagem Estas organizaes fiscalizam a cadeia para garantir que os princpios do comrcio justo so cumpridos nas diversas fases da produo, procedendo certificao dos produtos em conformidade.

    O JOGO DO

    CHOCOLATE

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  • As iniciativas de rotulagem por elas geridas servem para garantir a autenticidade dos produtos, alm de possibilitarem a sua entrada em canais convencionais do mercado (como os supermercados) o que os torna acessveis a um pblico muito mais vasto. So as associaes referidas - coordenadas e harmonizadas a nvel internacional pela FLO Fairtrade Labelling Organizations Internacional - que definem os requisitos a cumprir pelos produtores e pelas importadoras para que o produto seja certificado como proveniente do Comrcio Justo. Actualmente j existem selos de comrcio justo para sete tipos de produtos: caf, cacau, ch, mel, acar, bananas e sumo de laranja. No s o processo de produo e distribuio do produto, mas tambm as prprias organizaes de comrcio justo, do Norte e do Sul do globo, esto sujeitas a controlo e fiscalizao, pela federao internacional que as rene e coordena (IFAT- Internacional Federation on Alternative Trade), o que aumenta a sua legitimidade e credibilidade junto dos rgos reguladores do comrcio, comerciantes e consumidores. E mais recentemente (em Janeiro de 2004) foi lanada uma iniciativa que leva mais longe esta preocupao, com a introduo de um certificado de Fair Trade Organization concedido pela IFAT aos membros da federao que cumpram todos os requisitos por ela definidos para uma organizao de comrcio justo. Outras organizaes com relevncia Para alm das organizaes anteriormente referidas existem muitas outras que tm um papel relevante neste processo. Por exemplo, a comunicao e cooperao entre as associaes importadoras e as produtoras promovida pela IFAT que rene e coordena cerca de 150 organizaes de Comrcio Justo do Norte e Sul do globo. Para alm da assistncia aos produtores e a distribuio dos produtos, estas organizaes empenham-se em sensibilizar o consumidor e em exercer presso sobre as instncias reguladoras do comrcio internacional no sentido de mudar as suas regras e prticas convencionais. Estas iniciativas so tambm apoiadas e coordenadas a nvel europeu pela EFTA European Fair Trade Association (no confundir com o seu homnimo antagnico EFTA European Free Trade Association), na Amrica do Norte, pela FTF Fair Trade Federation (que rene as importadoras americanas e canadianas com associaes de produtores de todo o Sul do globo, aproximando a sua aco do tipo de aco da IFAT), e na Austrlia e Nova Zelndia pela FTA Fair Trade Association. Por sua vez, os diferentes organismos referidos FLO, IFAT, NEWS!, e EFTA criados nos anos 80 para estreitar os laos, permitir o dilogo, e harmonizar a aco das diferentes organizaes que trabalham com Comrcio Justo comearam a reunir-se no final dos anos 90. So designados no seu trabalho conjunto como FINE (a partir das iniciais de cada um).

    Eles juntam hoje energias e recursos em importantes reas de aco relacionadas com o Comrcio Justo na procura de uma harmonizao e diviso eficaz de tarefas; na definio dos critrios de Comrcio Justo; nas actividades de fiscalizao; nas iniciativas e campanhas de presso sobre governos e rgos reguladores; e ainda na optimizao da rede de informao e comunicao do Comrcio Justo.

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