369 - Laicado Dominicano Julho Agosto 2014

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    Julho/Agosto 2014Ano XLIV - n 369

    Directora:ISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95Praa D. Afonso V, n 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

    Fax: 226165769 - E-mail: [email protected]

    LAICADO

    DOMINICANO

    Directora:

    ISSN: 1645-443X - Depsito Legal: 86929/95

    Praa D. Afonso V, n 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

    No mbito do Jubileu da Ordem dos Prega-dores, que comemora os 800 anos da suaaprovao pontifcia, em 2016, a Sociedade deGeografia de Lisboa promoveu a realizao deum congresso internacional consagrado pre-sena e actividade dominicana no mundo luso-hispnico, nos domnios da Histria, Arte ePatrimnio. Este congresso realizou-se entre osdias 23 e 26 do ms de Julho do corrente ano,na Sociedade de Geografia de Lisboa, procu-rando reunir o contributo de investigadores einteressados na matria.

    A comisso organizadora, em cooperaocom diversas instituies, foi composta peloProfessor Doutor Fernando Larcher, pela Pro-fessora Doutora Maria Madalena Larcher epelo Professor Doutor Frei Antnio Jos de

    Almeida, OP.O mesmo congresso reuniu mais de 50 in-

    tervenes e comunicaes em reas de Hist-ria, tais como a fixao dos dominicanos napennsula ibrica e missionao na rea ultra-

    marina, bem como figuras de relevncia para aOrdem dos Pregadores, nomeadamente bisposda mesma Ordem; no domnio da Arte e Pa-trimnio, como por exemplo, a intervenodo Arquivista Geral da Ordem e com inter-

    venes sobre mosteiros, conventos e casas,tais como So Domingos de Benfica, So Do-mingos de Lisboa e Santa Maria da Vitria,

    vulgo Batalha.A Sociedade de Geografia, na sua pgina,

    oficial foi divulgando ao fim de cada dia do

    referido congresso, um pequeno resumo dascomunicaes realizadas, que, certamente, souma boa forma de saber o que, mais a porme-nor se tratou. A seu tempo sero divulgadas asactas deste mesmo congresso.

    E claro est no se podia falar de domi-nicanos na Pennsula Ibrica sem se falar doBeato D. Frei Bartolomeu dos Mrtires, cujoaniversrio de nascimento de comemora esteano (500 anos). Ao falar-se da sua figura, hque falar, tambm, da sua vida e actividade,

    principalmente da actividade ps-Trento. Paracomemorar esta data to importante, os Cor-reios de Portugal (CTT) quiseram, na SessoSolene de Abertura deste Congresso, fazer a

    cerimnia da carimbao do selo oficial e co-memorativo desta figura de grande importn-cia. Aps uma simples interveno do repre-sentante dos Correios de Portugal, na qualexplicou com algum humor a evoluo daactividade transportadora, chamou o Reveren-do Padre Provincial, Frei Pedro Fernandes,OP, a Prof. Dr. Maria Madalena Larcher, oProf. Dr. Lus Aires de Barros para carimbar oselo e assinar o subscrito. No final, o mesmorepresentante dos CTT afirmou que, em2016, tudo faria para que, no Jubileu da Or-dem dos Pregadores, houvesse um selo oficiale comemorativo dos 800 anos da aprovaoPontifcia da j referida Ordem.

    No fim da Sesso Solene, foi inaugurada aexposio bibliogrfica, referente a documen-tos e monografias da Ordem dos Pregadores,no edifcio da Sociedade de Geografia de Lis-boa.

    Ainda no contexto este congresso, realizou-se um passeio Batalha. Aps uma visita ao

    Museu do Concelho da Batalha e sua IgrejaMatriz, realizado da parte da manh, fez-se, daparte da tarde uma visita ao Mosteiro de SantaMaria da Vitria, mandado erigir por D. JooI (Mestre de Aviz), em 1386, na sequncia daclebre batalha de Aljubarrota, contra as for-as de Castela. Neste mosteiro, de estilo gti-co, destacam-se a capela do fundador (que oPanteo da dinastia de Aviz) e o interessanteconjunto de capelas imperfeitas. Fez-se aindauma visita pelos claustros, sala do captulo e se

    explicou no s a arte contida no mosteiro,nomeadamente as grgulas, mas tambm ainovao do sistema hidrulico do mesmo.

    Foram dias intensos que contaram com apresena de vrios ramos da famlia dominica-na, desde leigos dominicanos aos frades emonjas. Foram dias que contriburam para omelhor conhecimento da Ordem dos Pregado-res, nas suas vrias dimenses, desde o cultodivino ao estudo e preservao daquilo que o patrimnio dominicano.

    Jos Manuel Nunes da Silva

    Jos Alberto Oliveira

    (Pr-novios da Ordem dos Pregadores)

    CONGRESSO INTERNACIONAL:OS DOMINICANOS NO MUNDO LUSO-HISPNICO

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    TARDES DE SETEMBRO 2014A famlia tem futuro?

    Lisboa (Convento de S. Domingos):17 de Setembro: Percursos familiares retratos da ac-tualidade - Maria Amlia Nunes

    18 de Setembro: Jesus e a famlia - Frei Bento Do-mingues, o.p.

    19 de Setembro : O questionrio do Snodo dos Bis-pos questes morais - Frei Mateus Peres, o.p.

    Porto (Convento de Cristo-Rei):24 de Setembro : A crise do humano, a famlia e osnovos laos sociais - Moiss Martins

    25 de Setembro: Jesus e a famlia - Frei Bento Do-mingues, o.p.

    26 de Setembro: questionrio do Snodo dos Bispos

    questes morais - Frei Mateus Peres, o.p.

    Sesses s 18h30

    Inscrio (antes das conferncias) : 5 euros.

    Informaes: Instituto S. Toms de Aquino

    Tel.217228370

    e-mail. [email protected]

    PEREGRINAO NACIONAL DO ROSRIOPROGRAMA

    27 de Setembro, Sbado

    14h30Chegada ao Centro Pastoral Paulo VI15h00Apresentao das Dioceses15h30Festa da Famlia Dominicana: O laicado do-

    minicano e a pregao17h00 Procisso para a Capelinha das Aparies e

    saudao a Nossa Senhora21h30 Celebrao do Rosrio (na Capelinha das

    Aparies)22h45Viglia de Orao (no Centro Pastoral Paulo

    VI)

    28 de Setembro, Domingo

    08h30Orao da manh (no Centro Pastoral PauloVI, no Salo do Bom Pastor)

    10h00 Celebrao do Rosrio (na Capelinha dasAparies)

    11h00Eucaristia e Procisso (no Recinto do Santu-rio)

    A Fraternidade de Santa Ana, da Parede, incluiu

    no programa de o atividades para o ano 2014 / 2015,a participao na Peregrinao do Rosrio no Domin-go dia 28 de Setembro 2014.

    O autocarro parte da Parede, pelas 7h00, da ma-nh, junto ao Hospital, passa por Sete Rios e regressacom o mesmo percurso.

    A Famlia Dominicana, Rosaristas, amigos/as e sim-patizantes da zona de Lisboa, que queiram participar,favor contatem com a Ir. Celina, a Maria de Jesus ou aLurdes.

    AGENDA DA FAMLIA DOMINICANA

    PROMESSAS NA FRATERNIDADE DE ELVAS

    No passado dia dez de Junho decorreram asPromessas Definitivas de quatro membros da Frater-nidade que tinham pedido adiamento por mais umano: Maria Antnia Pereira Borba Cardoso, Jos An-tnio Barbas Corado, Joaquina do Bom Sucesso Mi-randa e Ana Maria Bagulho Caldeira. Estiveram pre-sentes o Promotor Provincial, Frei Marcos, o Francis-co e a Filomena Piarra. Convidmos tambm como

    j tradio os nossos irmos Franciscanos da Frater-nidade de Elvas.

    Toz Brito Carlos, o.p.

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    Na continuidade da minha presena no laicado co-mearia por fazer votos de um tempo de vero pacfico,repousante e animador para todos. Os que tiverem f-rias vivam-nas na alegria do Senhor! o modo mais sau-dvel de pregar o Evangelho. Diro: to pouco? Sim,no to pouco, somos convidados alegria pelo Se-

    nhor!Viver a alegria de ser cristo ser pregador do Evan-gelho. Isto para todos, mas para dominicanos, leigosou no, com maior razo. So Domingos era um ho-mem alegre, da alegria que vem de Deus! Ser feliz porser cristo ser anunciador do evangelho da alegria!Impe-se como um mandato que recebemos de JesusCristo. No somos ns, os discpulos de Jesus, aquelecampo onde Ele semeou a boa semente? Disse-vos istopara que a minha alegria esteja em vs e a vossa alegria sejacompleta!(Jo. 15,11)

    Nada de m conscincia em o anunciar, ou no, de

    outro modo. Qualquer ansiedade empalidece a alegriamanifesta na felicidade de ser cristo; empobrece omandato evanglico! Ser cristo ser pregador do evan-gelho. Viv-lo anunci-lo. Converter-se a quanto Elerevela de VIDA, aquela maneira nova de viver quedeixa cair por terra comportamentos e gestos que impe-

    dem que se solte a alegria! tempo de se cumprir oprofete Joel: os velhos tero sonhos e os jovens tero

    vises!...Aqueles que participarem da Peregrinao Nacional

    do Rosrio no esqueam a voz do profeta. luz que dfora ao tema proposto: Laicado Dominicano e a Pre-

    gao. Todos rosaristas e leigos dominicanos tero pre-sente aquela que ao saudar Isabel, sua prima, lhe en-cheu o corao de alegria!Cheia do Esprito Santo excla-mou em alta vozbendita s tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre!Responde Maria com aquele hinoque enche de alegria a terra inteira degerao em gerao!

    Desde ento est connosco! Est ao alcance de todosos homens. Maria dirigiu-se apressadamente montanhaparadar a conhecer sua prima. No podia calar tantafelicidade! Me e Mestra! O Papa Francisco fala dumestilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja.(Aleg.Evang.n288) Est-se mesmo a ver que comanda-

    do por Maria que Jesus na cruz nos deu como me! Va-mos deixar que seja tambm nossa mestra na arte dapregaocomo leigos dominicanos, e como ela, mensageirosdaalegria!

    Frei Marcos Vilar, op.

    PALAVRA DO PROMOTOR

    A VIDA COMO DOM

    A vida que temos no nossa,foi-nos dada. No sentido estrita-

    mente biolgico, uma ddiva dosnossos pais e, se alargarmos estaviso a um plano macro, a umaperspetiva social, uma ddiva detodos aqueles que contriburampara sermos o que somos no sos pais mas tambm a famlia, pro-fessores e outros educadores, ami-gos e at gente annima com quemnos cruzamos no dia-a-dia. No pla-no divino, a vida no s nos foidada como continua a ser-nos dada,

    hoje e sempre, quotidianamente ede graa, por graa e com graa,como nascente de gua a jorrar para avida eterna (Jo.4:14). Neste sentidoda gratuidade do amor de Deus, avida de Deus em ns, antecede-nose ultrapassa-nos, excedendo o limitetemporal da nossa existncia. Eusei, uma realidade difcil de com-preender e complicado aceitar-mos o que no vemos, como j o

    foi para S. Tom (Jo.20:24-29). En-contrei, a propsito, uma pequenahistria, no Almanaque das Mis-

    ses (2014), que aqui reproduzocom ligeiras adaptaes de lingua-

    gem e a devida vnia aos seus auto-res:

    Esto dois bebs ainda dentroda mam grvida. Pergunta um aooutro:

    - Tu acreditas na vida depois doparto?

    - Claro que sim. Deve existir al-guma coisa depois do parto. Talvezestejamos aqui porque precisamosde nos preparar para o que seremos

    mais tarde.- Maluquices! No h vida de-

    pois do parto. Como seria essa vi-da?

    - No sei, mas de certeza quedeve haver mais luz do que aqui.Talvez caminhemos pelos nossosps e nos alimentemos pela boca

    - Isso absurdo! impossvelcaminhar. E comer pela boca? Isso ridculo! O cordo umbilical a

    nica forma de nos alimentarmos.E digo-te mais: a vida depois doparto no existe, o cordo umbilical

    demasiado curto- Pois eu acredito que deve haver

    mais alguma coisa. Deve ser dife-rente daquilo a que estamos agorahabituados.

    - Mas ningum voltou do alm,do ps-parto. O parto o fim e avida no mais do que isto.

    - Bom, eu no sei realmente co-mo ser depois do parto, mas decerteza que veremos a nossa mame ela cuidar de ns.

    - Mam?! Tu acreditas na mam?Onde que ela est?

    - Onde est? Est nossa volta. nela e atravs dela que vivemos.Sem ela no existiramos.

    - Pois eu no acredito nisso!Nunca viste a mam, por isso lgi-co que ela no existe.

    - Pois , mas s vezes, no siln-cio, podes ouvi-la cantar ou at aca-riciar o nosso mundo. Sabes? Pensoque deve haver uma outra vida paraalm do parto, uma vida que est

    nossa espera, e que agora estamosapenas a preparar-nos para ela.

    Jos Carlos Gomes da Costa, O.P.

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    O MOSTEIRO DA BATALHA

    Breves notas histricas sobre o ConventoHoje em dia a designao mosteiro aplica -se a

    residncias de monges ou monjas, enquanto as de fra-

    des ou freiras se denominam conventos. Mas, talvezpor a primeira ordem religiosa a implantar-se em Por-tugal ter sido monstica (os beneditinos), os termosmosteiro e convento foram, durante sculos, utilizadoscomo sinnimos. Assim, continua a falar-se de Mostei-ro da Batalha, embora, logo na altura da fundao,tivesse sido designado como Real Convento de NossaSenhora da Vitria, no lugar da Batalha.

    O nome Batalha, que foi dado povoao onde sesitua o monumento, deve-se ao facto de ficar a poucomais de cinco quilmetros dos campos de Aljubarrota,

    onde o exrcito de D. Joo I de Portugal (1357-1433)derrotou, apesar da sua inferioridade numrica, o deD. Joo de Castela, no dia 14 de Agosto de 1385.

    Nas palavras do cronista da Histria de S. Domingos,Frei Lus de Sousa (1555-1632), o rei portugusprocurou, na hora em que se determinou em pelejar,

    valer-se do socorro do Cu, e pedir a vitria queleSenhor que as d e tira, e por isso se chama Deus dosexrcitos. E invocando por medianeira a Virgem Me,porque em vspera da sua gloriosa Assuno foi a jor-nada, prometeu que, saindo vencedor, lhe edificariaum famoso mosteiro. (Frei Lus de Sousa atribui,alis, o favor divino circunstncia de Portugal semanter fiel ao Papa Urbano VI, enquanto Castelaapoiava o antipapa Clemente, quando, com a mortede Gregrio XI, se deu o cisma que durou at 1417).

    Comeada a obra no prprio ano de 1385, trsanos depois determina D. Joo I, a conselho do seuconfessor, Frei Loureno Lampreia e do doutor Joodas Regras (que era terceiro dominicano), entregar omosteiro Ordem dos Pregadores, a ttulo perptuo.

    Foi assim que, em 1388, a doao foi aceite pelaProvncia e confirmada pelo Mestre Geral da Ordem,

    que era ento Frei Raimundo de Cpua, o confessorde Santa Catarina de Sena. Frei Joo Martins, Mestreem Teologia, foi o primeiro Prior do Convento, onde,com alguns companheiros, passou a residir, celebran-do missa e pregando, enquanto decorriam as obras,

    que continuariam at ao sculo XVI.A escolha de um Mestre em Teologia para primeiro

    Prior do Convento significativa, na medida em quecorresponde orientao que, desde S. Domingos,marcou a Ordem o estudo era essencial para que aproclamao da Palavra de Deus se cumprisse de acor-do com o lema dos frades pregadores: veritas, a ver-dade.

    O Convento da Batalha foi, pois, desde a sua fun-dao, um lugar de estudo, que passou a ser sede deuma das Universidades da Provncia por ordenaodo Captulo de 25 de Abril de 1540, assumindo-secomo StudiumArtiumetTheologiae, ou seja, em ter-mos actuais, Faculdade de Letras e de Teologia. O pro-fessor ento nomeado para o ensino das letras (artesliberais, na designao clssica) foi Frei Bartolomeudos Mrtires (1514-1590), cuja passagem pela Batalhahonrou o Convento. Com ele participou no Concliode Trento outro dominicano clebre, o InquisidorFrei Jernimo de Azambuja (Oleastro), que em 1520professou na Batalha e a foi Padre Mestre.

    ArquitecturaO estilo do edifcio o estilo gtico, caracterizado

    pelos arcos em ogiva, que chamado gtico flamejan-te quando, como na Batalha, apresenta grande profu-so de elementos decorativos.

    O material usado na construo o calcrio brancoda zona de Leiria, que adquire com o tempo a tonali-dade amarelo-rsea que contribui para a beleza do mo-numento. Sendo esta pedra fcil de trabalhar, propor-ciona escultura uma delicadeza requintada, embora

    tenha o inconveniente de oferecer pouca resistncia eroso.

    Os arquitectos responsveis pela obra na sua faseinicial foram Afonso Domingues e o francs MestreHuguet, dirigindo-a o primeiro at ao incio do sculo

    XV e o segundo at 1438.Um elemento inovador, que foi introduzido pela

    primeira vez em Portugal na Batalha, so os vitrais(cinquenta na Igreja). Os que datam do sculo XV fo-ram obra de mestres vindos dos Pases Baixos, mas os

    do sculo XVI j se devem aos vidreiros portuguesesseus discpulos.

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    O PortalA entrada principal da Igreja fica a ocidente ( tra-

    dio medieval que a capela-mor se situe a oriente). Oportal, enquadrado entre duas janelas ogivais simtri-cas, est ricamente decorado.

    No tmpano, o Cristo de Majestade, preside ao Ju-

    zo Final, ladeado dos quatro Evangelistas, com os res-pectivos smbolos: Mateus o homem, Lucas o boi,Marcos o leo, Joo a guia, representando os qua-tro momentos da vida do Senhor: Encarnao, Paixo,Ressurreio e Ascenso. Nas arquivoltas h setenta eoito estatuetas de anjos em orao, anjos msicos ecantores, profetas e reis do Antigo Testamento, santose santas. Entre os colunelos esto doze Apstolos: direita de Cristo, Pedro, Barnab, Filipe, Bartolomeu,

    Andr e Joo; esquerda, Paulo, Marcos, Tiago, Si-mo, Lucas e Mateus.

    Sobrepujando o portal, um grupo escultrico repre-senta Cristo coroando a Virgem. Por trs esto os bra-ses de D. Joo I e de D. Filipa de Lencastre.

    Formato e dimenses da IgrejaA Igreja projecta uma cruz latina, com a haste

    transversal pouco pronunciada. Das trs naves em quese divide, a central tem 79,29m de comprimento e7,26m de largura; as laterais tm 4,73m de largura ecada nave tem a sua abbada. A altura at chave da

    abbada de ogiva cruzada de 32,46m. A medida docontorno de cada um dos dezasseis pilares fasciculadosque sustentam os arcos das abbadas de 2,64m. Otransepto tem 33,30m de comprimento e 6,60m delargura. Para ns estas dimenses parecem estranhas,habituados como estamos a nmeros redondos de me-tros quando se trata de edifcios, mas a explicao simples: a unidade do sistema mtrico da poca daconstruo era o palmo, equivalente a oito polega-das, ou 0,225m. Assim, o ajuste das propores torna-se evidente, como se verifica no relato de Frei Lus de

    Sousa, que, por exemplo, a propsito do transepto,escreve o seguinte: O cruzeiro tem de largo trinta pal-mos, que corresponde ao justo quinta parte do seucomprimento, que de cento e cinquenta.

    A Capela do FundadorEntrando na Igreja, do lado direito h um prtico

    que abre para a Capela do Fundador, vasto recinto deplanta quadrada, onde fortes pilares se elevam parasuportar um corpo octogonal coberto por uma cpula

    estrelada. Esta capela j estava concluda em 1434,data em que a foram colocados, ao centro, os tmulosde D. Joo I, falecido no ano anterior, e de D. Filipa,

    que morrera em 1416 e ficara provisoriamente sepul-tada na capela-mor da Igreja. Nas esttuas jacentes so-bre os tmulos, o rei e a rainha tm as mos direitasenlaadas, em sinal de amor conjugal. Na cabeceira

    vem-se as insgnias da Ordem da Jarreteira, fundadapelo av de D. Filipa, Eduardo III de Inglaterra, qual

    D. Joo I pertencera. No friso da tampa tumular repe-tem-se, entre ramos de silvas, as divisas pourbien, dolado do rei e il me plait, do lado da rainha.Frente entrada da capela esto os tmulos dos qua-tro infantes. Da direita para a esquerda: D. Pedro esua mulher, D. Isabel (com as insgnias da Ordem da

    Jarreteira e o lema dsir); D. Henrique (num escudoa jarreteira, no outro a cruz de Cristo e o seu lematalant de bienfaire); D. Joo, Mestre de Santiago, esua mulher, D. Isabel (vieira e o lemajaibienraison); e D. Fernando (coroas de espinhos,

    profetizando o seu martrio, sem inscrio do lema,que era lebien me plait). O tmulo de D. Henrique o nico com esttua jacente, que o representa arma-do e com a cabea sob um dossel. Sobre o tmulo deD. Fernando esto pequenas esculturas figurando aPaixo de Cristo, a mandadas colocar por D. Henri-que, a evocar o martrio do Infante Santo.

    entrada da capela, no pavimento da Igreja, estosepultados Martim Gonalves Maada, que salvou a

    vida de D. Joo I na batalha de Aljubarrota, e DiogoGonalves de Travassos, regedor das terras do infanteD. Pedro.

    A Capela-mor e as capelas lateraisNo tendo a abside deambulatrio, no topo da

    Igreja temos apenas a capela-mor, que contrasta, naverticalidade da sua concepo, com a profundidadeem comprimento das naves. Fica profusamente ilumi-nada de dia pelo sol que entra pelas duas ordens decinco janelas com vitrais. Desses vitrais, os da partesuperior datam de 1514, estando neles representados

    D. Manuel, na janela do lado esquerdo, e sua mulher,D. Maria, na janela do lado direito.

    A enquadrar a capela-mor h quatro capelas late-rais, duas de cada lado, que com ela comunicam poruma abertura rectangular relativamente pequena.

    A ausncia de retbulos torna tanto a capela-mor co-

    mo as capelas da abside de uma simplicidade austera,

    havendo um nico elemento faustoso a destoar: o im-

    ponente tmulo de mrmore negro, assente sobre

    lees dourados, na primeira capela do lado direito.(Continua na pgina 6)

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    (Continuao da pgina 5)

    O Claustro RealLigado parte norte da Igreja, este claustro uma

    construo gtica que data da poca de D. Joo I, comarcos em ogiva e abbada cruzada composta. D. Manu-el encarregou, porm, o seu arquitecto Mateus Fernan-des de preencher os arcos com colunelos e bandeirascom a exuberante decorao tpica do estilo manueli-no (cruz de Cristo, esfera armilar, etc.) e acrescentar, entrada do refeitrio, uma fonte monumental.

    A Mateus Fernandes se deve toda a parte manueli-na do monumento, e do apreo em que era tido pelorei d testemunho o facto de encontrarmos a sua cam-pa colocada na entrada da Igreja.

    Sala do Captulo

    Esta sala, onde se reuniam os frades para tomar de-liberaes, um recinto quadrado, coberto por umaabbada estrelada, em cuja chave central est o escudode D. Joo I e nas circundantes tambm o de D. Filipa.

    A histria desta abbada inspirou um conto de Ale-xandre Herculano, protagonizado por Afonso Domin-gues, cuja efgie, segundo a tradio, est patente nu-ma das msulas de apoio s ogivas (uma pequena figuraempunhando uma rgua).

    Data do sculo XVI o vitral gtico, que representa

    cenas da Paixo e o maior do monumento.Nesta sala se encontra, desde 1921, o tmulo doSoldado Desconhecido, que contm as cinzas de doissoldados portugueses, que morreram na Grande Guer-ra de 1914-1918, um deles em Frana (Flandres), ooutro em frica (Moambique).

    Na parede da sala, acima da cabeceira do tmulo,foi colocado em 1958 o Cristo das Trincheiras. A his-tria dessa imagem ficou ligada do Corpo Expedicio-nrio Portugus, porque, quando a segunda diviso deInfantaria foi entrincheirar-se na zona onde viria a dar-se a batalha de La Lys, encontrou a uma imagem doCrucificado que tinha ficado intacta apesar de estarreduzida a escombros a povoao de Neuve-Chapelle aque pertencera. Quando se deu a ofensiva alem, quecausou 7500 baixas no exrcito portugus, o fogo deartilharia destruiu a cruz e mutilou a imagem, mas estaainda ficou erguida no meio dos destroos. Finda aguerra, o Cristo das Trincheiras foi recuperado e vol-tou a ser colocado num cruzeiro em Frana. No entan-to, atendendo ao significado que tinha para os portu-

    gueses, o governo francs, a pedido de Salazar, consen-

    tiu em oferec-lo e, assim, foi trazido para Portugal poruma delegao de antigos combatentes da GrandeGuerra e levado para a Batalha.

    O Busto de D. FernandoJunto porta de sada do Convento est presente-

    mente um busto de D. Fernando II (1816-1885), se-gundo marido de D. Maria II, que salvou a Batalha daruna, promovendo as primeiras obras de conservaodo monumento. (O busto estava antes numa sala maiscondigna, situada na zona que se encontra agora emobras, e de esperar que a volte a ser colocado).

    O Claustro de D. Afonso VConstrudo no reinado do neto de D. Joo I, quan-

    do o arquitecto responsvel pelas obras da Batalha eraFerno de vora (entre 1448 e 1477), o claustro tem

    dois andares, arcos em ogiva de colunelos sem lavorese abbada de cruzaria simples, em cujas chaves se vemos brases reais e os emblemas de D. Afonso V e de D.Duarte.

    As Capelas ImperfeitasA designao correcta desta parte do monumento

    deveria ser Capelas Incompletas. A sua construocomeou ainda no reinado de D. Duarte, que preten-dia ser a sepultado. (De facto o seu tmulo, junto ao

    de D. Leonor, com as respectivas figuras jacentes, rpli-ca modesta do de seus pais, veio a ser l colocado, em-bora muito tardiamente.)

    O estilo inicial das capelas gtico, mas a obra foicontinuada no reinado de D. Manuel, da que nos en-contremos perante uma decorao exuberante no maispuro estilo manuelino. O portal atribudo a MateusFernandes, que morreu em1515, mas os trabalhos noforam interrompidos, sendo o reinado de D. Joo III aaltura em que tero sido introduzidos elementos renas-centistas, como os dois arcos plenos do balco do ter-rao (onde se l a data de1533).

    Infelizmente, a obra iniciada pelo fundador da Di-nastia de Avis ficou inacabada, no tanto devido smudanas polticas, como, sobretudo, porque a arqui-tectura medieval deixou de corresponder ao gosto danova poca, voltada para modelos de inspirao clssi-ca. S no sculo XIX, com a reabilitao romntica daIdade Mdia, a conotao do termo gtico deixou deser pejorativa, e o estilo neogtico passou a estar namoda.

    Maria Leonor Telles

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    Laicado Dominicano Julho/Agosto 2014

    JERUSALM AO LONGO DOS SCULOS - Captulo 6Estimados leitores, hoje terminamos este breve resu-

    mo do nosso curso sobre a Cidade Santa de Jerusalm. o nosso ltimo artigo. Os tempos actuais naquela re-gio, como bem sabemos, esto marcados por um graveconflito militar entre o Hamas e o Estado de Israel, comterrveis consequncias para a populao civil, particu-

    larmente a populao rabe palestiniana.Proponho-vos hoje, com um misto de comoo enostalgia, recordar, no presente histrico, um dia quoti-diano da eclctica vida religiosa desta cidade e respecti-

    vos intervenientes de h apenas dois anos atrs...s 4h:30, Shmuel Rabinowitz, rabi do Muro Oci-

    dental (Muro das Lamentaes ou Kotelem hebraico)e dos Lugares Sagrados judaicos, acorda, comeando odia com a recitao das oraes rituais e leitura daTorah. Atravessa a p o Quarteiro Judaico em direc-o ao Muro das Lamentaes, que est sempre aberto,dia e noite, e onde se podem encontrar judeus a rezar a

    qualquer hora. Segundo nos diz Rabinowitz, o meucorao salta uma batida sempre que se aproxima damaior sinagoga do mundo () No h forma de descre-

    ver, em linguagem deste mundo, a ligao pessoal que-las pedras. Isso espiritual.

    Acima do imponente Muro de Herodes, encontra-sea Cpula da Rocha e a mesquita de al-Aqsa, sobre aesplanada que os judeus designam como Har haBayit,qualquer coisa como Montanha da Casa de Deus. En-tretanto, o rabi enrola o tefillin volta do seu brao.Ento, recita as oraes da manh o shacharit -, quetermina com a seguinte petio, de candente actualida-de: Deus abenoe a nao com a paz. O dia junto aoMuro das Lamentaes comeou

    Pouco antes das 4h:00, uma pedrinha lanada janela de Wajeeh al-Nusseibeh, no bairro rabe deSheikh Jarrah. Nusseibeh abre a porta e recebe de Adedal-Judeh, de 80 anos, uma grande e pesada chave medie-

    val: a chave da Baslica do Santo Sepulcro!Wajeeh al-Nusseibeh da linhagem de uma das

    Famlias tradicionais de Jerusalm -, de fato e gravata,entra na Cidade Antiga pela Porta de Damasco, e dirige-se apressadamente para a Baslica do Santo Sepulcro,no Quarteiro Cristo. Nusseibeh, agora com 60 anos,tem sido o custdio do Santo Sepulcro h j mais de 25

    anos.s 4h:00, em ponto, Nusseibeh bate porta da bas-lica (portas imponentes e antiqussimas, de estilo roma-nesco). Dentro da igreja, que ele trancara s 20h:00 dodia anterior, os monges gregos e armnios e os fradeslatinos (franciscanos), entretanto, j chegaram a acordoacerca de quem que lhe haveria de abrir a porta na-quele dia em particular. Ao longo do dia, a Baslica doSanto Sepulcro torna-se aos poucos uma babel de povose culturas, em busca do Deus dos cristos...

    Sensivelmente ao mesmo tempo que o rabi do Mu-ro das Lamentaes acorda e o custdio Nusseibeh ou-

    ve a pedrinha a bater no vidro anunciando a entrega dachave da Baslica do Santo Sepulcro, Adeb al-Ansari, 42anos e pai de 5 filhos, est a sair da sua casa do perodo

    mameluco, registada sob o nome do waqfda sua fam-lia, no Quarteiro Muulmano, e d incio sua brevecaminhada em direco a Bab al-Ghawanmeh, para de-pois entrar no Haram al-Sharif (Monte do Templo).Hoje, a esplanada do Templo est toda coberta comiluminao elctrica, mas o pai de Ansari costumava

    levar cerca de 2h para acender todas as lanternas queantes por l se encontravam.Os Ansari, cuja origem remonta a uma das famlias

    que emigraram com o Profeta Muhammad para Medi-na, tambm afirmam semelhana dos Nusseibeh emrelao Baslica do Santo Sepulcro que foi o califaOmar quem os nomeou como custdios do Haram,tendo sido mais tarde reconfirmados no cargo por Sala-dino.

    Ao mesmo tempo que o rabi caminha para o Murodas Lamentaes, que Nusseibeh chega s portas da Ba-slica do Santo Sepulcro, e que Ansari abre os portes

    do Haram, Naj Qazaz est a sair de casa, na rua de Babal-Hadid, casa que est na posse da sua famlia h maisde 225 anos, para percorrer a pequena distncia que osepara do Haram. Para aqui chegar tem que calcorrearuma antigas ruas mamelucas e atravessar a chamadaPorta de Ferro. Chegado ao Haram, Naj Qazaz dirige-se directamente para a mesquita de al-Aqsa, onde entranuma pequena sala equipada com um microfone, garra-fas de gua mineral e um relgio na parede.

    At 1960, a famlia Qazaz usou o minarete da mes-quita, mas agora usam esta sala, onde se preparam paraa chamada s oraes. Durante 20 min. Qazaz senta-se efaz exerccios fsicos, qual atleta do sagrado. De seguida,toma uns goles de gua e gorgoleja repetidamente; veri-fica se o microfone est ligado; v as horas; vira-se paraMeca; e comea a cantar o Adhan, i.e., o chamamentopara a orao que ecoa por toda a Cidade Velha.

    Os Qazaz tm sido os muezzinde al-Aqsanos lti-mos 500 anos, desde o reinado do sulto (mameluco)Qaitbay.

    agora uma hora antes do nascer do sol em maisum dia na cidade de Jerusalm. A Cpula da Rochaest aberta os muulmanos rezam; o Muro das Lamen-taes est (sempre) aberto os judeus rezam; a Baslicado Santo Sepulcro est aberta os cristos rezam, em

    diversas lnguas.O sol levanta-se sobre Jerusalm e os seus raios

    transluzem nas grandes pedras herodianas do Muro dasLamentaes, assemelhando-as cor da neve exacta-mente como o descreveu Flvio Josefo h 2.000 anosatrs -, ao mesmo tempo que resplandece na fabulosaCpula da Rocha.

    A divina esplanada onde o cu e a terra se encon-tram, onde Deus vem ao encontro do homem conti-nua a ser um reino que ultrapassa a cartografia humana.Finalmente, a luz atinge, dourando, o local mais miste-rioso da cidade: a Porta Dourada. S os raios de sol o

    podem fazer.A Porta Dourada, essa, mantm-se fechada esperada chegada dos ltimos Dias dias de Paz!

    Frei Gonalo Diniz, O.P.

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    F i c h a T c n i c aJornal bimensalPublicao Peridican 119112ISSN: 1645-443XPropriedade: Fraternidade Leigas de So DomingosContribuinte:502 294 833Depsito legal: 86929/95Direco e RedacoCristina Busto (933286355)Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)Colaborao: Maria da Paz Ramos

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    Laicado Dominicano Julho/Agosto 2014

    Na visita ao Mosteiro dedi-cado a Nossa Senhora da

    Vitria na Batalha foi-nosapresentado entre outrospormenores importantes o

    O Cristo das Trincheiras.Esta imagem de Cristo cru-cificado era propriedade dosFranceses, mas foi encontra-do junto das trincheirasentre as hostes que se guer-reavam com os soldados

    portugueses na 1 guerra mundial de 1914 1918Os nossos soldados pegaram nesta cruz com Cristo

    sem pernas e trouxeram-nO com muito carinho e res-peito, como relquia sagrada e est colocado na pare-

    de dum salo nobre do Mosteiro da Batalha enciman-do o tmulo do Soldado desconhecido e permanente-mente com guarda de honra de dois soldados.

    Olhei impressionada a ver o que me dizia este Cris-to e esta cena. Um Cristo mutilado, sem pernas de-pendurado na Cruz quasi da cor do carvo. Recordeiquadros semelhantes que vi em Angola, durante aguerra tambm, mas de cristos humanos mutilados nocorpo e na alma, por armas e bombas resultado dos

    interesses gananciosos de outros homens.Um monto de perguntas me surgiu no esprito

    que deixo aqui para reflexo de quem isto ler e, tam-bm minha...1. O que ter, este Cristo mutilado encontrado

    numa trincheira de guerra, a ver com a nossa misso,herana recebida do Arauto da pregao da Verdade,Domingos de Gusmo?2. O que significa para ns este Cristo sem pernasno meio dos que se degladiam hoje na nossa socieda-de e comunidades crists, talvez. Ser este Cristo, parans algum apelo escaldante?3. Como fizeram aqueles soldados, levaremos nsCristo mutilado no corao para nos dar coragem decurar e fazer felizes nossos irmos mutilados, tambmeles, deitados pelas valetas da vida, sem sequer algum

    que olhe para eles?4. Sentimo-nos ns membros do exrcito dos arau-tos, seguidores daquele Domingos que pregava a Ver-dade, o perdo e se ajoelhava junto do Sacrrio a su-plicar misericrdia para os pecadores, (aqueles queprovocam no mundo os males dos outros)?

    Este um recado do Cristo das trincheiras sempernas.

    Ir. Roslia Lincho

    O CRISTO DAS TRINCHEIRAS

    Um mtodo de orao cuja autoria atribuda aoPapa Francisco, quando era ainda bispo de Buenos

    Aires, Argentina.1. O dedo polegar o que est mais perto de ti.

    Assim, comea por orar por aqueles que esto maisprximo de ti. So os mais fceis de recordar. Rezarpor aqueles que amamos uma doce tarefa.

    2. O dedo seguinte o indicador: reza pelos queensinam, instruem e curam. Eles precisam de apoio esabedoria ao conduzir outros na direco correta.Mantm-nos nas tuas oraes.

    3. A seguir o maior. Recorda-nos os nossos che-fes, os governantes, os que tm autoridade. Eles neces-sitam de orientao divina.

    4. O prximo dedo o anelar. Surpreendentemen-te, este o nosso dedo mais dbil. Ele lembra-nos quedevemos rezar pelos dbeis, doentes ou pelos atormen-tados por problemas. Todos eles necessitam das nos-sas oraes.

    5. E finalmente temos o nosso dedo pequeno, omais pequeno de todos. Este deveria lembrar-te derezar por ti mesmo. Quando terminares de rezar pelosprimeiros quatro grupos, as tuas prprias necessidadesaparecer-te-o numa perspectiva correcta e estars pre-parado para orar por ti mesmo de uma maneira maisefectiva.

    Deus nos abenoe a todos. Boa orao!

    ORAO DOS CINCO DEDOS - Papa Francisco