3- RESENHA CRÍTICA

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    1/7

     UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ –  UNIOESTE

    CAMPUS  DE CASCAVELPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU  EM LETRAS –  NÍVEL DE MESTRADO E

    DOUTORADO

    Disciplina de Metodologia da Pesquisa em Linguagem / em LiteraturaProfa. Dra. Terezinha da Conceição Costa-Hübes

    abril.2016

    ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO DE UMA RESENHA CRÍTICA

      RESENHA: Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliaçãocrítica. Expõe-se claramente, e com certos detalhes, o conteúdo da obra, o seu propósito e o método quesegue sua organização para, posteriormente, desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo. A descriçãodo assunto do livro, texto ou filme compreende a apresentação das ideias principais e secundárias quesustentam o pensamento do autor. A apreciação crítica deve ser feita em termos de concordância oudiscordância, levando em consideração a validade ou a aplicabilidade do que foi exposto pelo autor. Umaresenha não se faz de partes de textos, de livros ou de filmes, mas de obras completas, todavia sem muitas―delongas‖, pois deve organizar -se num texto breve de, no máximo, três páginas (quando referir-se a obras

    extensas). Basicamente, a resenha crítica é constituída de três partes: apresentação da obra, resumo daobra e apreciação crítica da obra. Vejamos:

    Um resenhador deve apresentar:

    1.  Conhecimento completo da obra;2.  Capacidade de juízo crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo.3.  Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas

    opiniões, mas se foram deduzidas corretamente.4.  Correção e urbanidade, respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções.

    5. 

    Fidelidade ao pensamento do autor, não falsificando suas opiniões, mas assimilando com exatidãosuas ideias, para examinar cuidadosamente e com acerto a sua posição.

    Fonte: MACHADO, Anna Rachel (coord.), OUSADA, Eliane;TARDELLI-ABREU, Lília Santos. Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

    Exemplo de resenha de filme:

    VIDA DE INSETO  Por   Kleber Mendonça Filho 

    Como alguns devem saber, Vida de Inseto é o segundo épico sobre formigas que nos chega em menosde dois meses (o primeiro foi FormiguinhaZ), resultado da competição acirrada entre os estúdios Disney eDreamworks, onde um dos donos, Jeffrey Katzemberg, foi, durante anos, presidente da própria Disney.Boatos em Hollywood indicam que, ao deixar de trabalhar para o Clube do Mickey, ele teria levado para aDreamworks a idéia de realizar um épico animado digitalmente, ambientado numa colônia de formigas.

    Coincidência, ou não, os filmes ficaram prontos simultaneamente, são ambos excelentes, mas com tons bem distintos. FormiguinhaZ, por exemplo, ficou preso numa terra de ninguém, entre filme infantil(imagens) e adulto (conteúdo), com legendas. Mesmo assim, permanece em cartaz, depois de seis semanas,com sua mistura bizarra de política, comédia existencial e aventura infantil. Em Vida de Inseto, a Disneyconseguiu, mais uma vez, desenvolver um excelente produto infantil, espertamente codificado para queadultos também participem. Além disso, o filme vem em cópias dubladas.

    Fonte: Site: www.cf.uol.com.br/cinemascopio  pesquisado em 11/12/2006.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.cf.uol.com.br/cinemascopiohttp://www.cf.uol.com.br/cinemascopiohttp://www.cf.uol.com.br/cinemascopiohttp://www.cf.uol.com.br/cinemascopiomailto:[email protected]

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    2/7

    RESENHA CRÍTICA DO FILME TROPA DE ELITE

    Publicado em: novembro 22, 2007

    http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/urban-sociology/1710392-resenha-cr%C3%ADtica-filme-

    tropa-elite/

    O filme Tropa de Elite é uma obra que descreve fatos ocorridos na segurança pública do Estado do Rio de

    Janeiro na década de 90, durante a visita que o Papa João Paulo ll realizou a Capital Carioca. Sua narrativa é

    intensa em sua descrição da realidade diária da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro  –   PMERJ,

    totalmente paltada em situações que, segundo o autor, baseiam-se em relatos de fatos reais, que lhe foram feitos

     por Policiais Militares. O personagem central da trama é um Capitão PM do Batalhão de Operações Especiais

    (BOPE), Tropa de Elite da Policia Militar carioca, considerada internacionalmente como a melhor força de

    Combate Urbano do Mundo. A narrativa é intensa e gira em torno do personagem central o Capitão Nascimento,

    que motivado pelo nascimento de seu filho resolve deixar as atividades do Batalhão, mas para isto é necessário

    que ele encontre um substituto que tenha os seus ideais de honra e profissionalismo. Contudo, em uma polícia

     permeada pela corrupção, esta busca acaba se transformando em uma missão quase impossível. Finalmente, eleencontra dois jovens Aspirantes a Oficial, que se enquadram nas características necessárias em um Policial

    Militar do BOPE da PM do Rio de Janeiro, estes Aspirantes, por força do destino, acabam sendo conduzidos ao

    Curso de Operações Especiais que é coordenado pelo Capitão Nascimento. O filme além de fazer uma crítica a

    corrupção da polícia carioca, também mostra a hipocrisia da classe média, representa por estudantes

    universitários, que criticam a violência policial, mas, no enredo do filme - que não está longe da realidade da

    sociedade carioca –  estes mesmos estudantes, realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas estudantis e

    na própria universidade, e assim favorecendo a violência urbana carioca. Tropa de Elite é uma obra de ficção

    que expõem as entranhas de uma corporação policial que existe no Brasil a duzentos anos (Criada em 1808 por

    D. João VI). A PMERJ tem em seus quadros muitos policiais honestos e valorosos, contudo, os maus policiaisexistem, como em qualquer organização policial no mundo, e estes policiais corruptos é que são denunciados

    no filme.

    Resenha crítica do livro “O Código Da Vinci” 

    Publicada em ―El Confidencial Digital‖ (Espanha). 14 de abril de 2004

    São abundantes os romances, bem como as suas correspondentes adaptações cinematográficas, que se

    encaixam na chamada ―teologia-ficção‖ para questionar a veracidade histórica do cristianismo. Não há dúvidade que pretendem aproveitar-se comercialmente do escândalo que suscitam nos fiéis e, ao mesmo tempo, fazersucesso com um público carente de cultura religiosa, mas ainda familiarizado com o imaginário cristão.

    O autor de ‗O Código Da Vinci‘, Dan Brown, emprega a velha fórmula de encher páginas com uma informaçãoaparente que, na realidade, não tem nenhuma base histórica, artística ou religiosa. Por isso, a crítica maiseloqüente é, simplesmente, expôr friamente a sua tese, despojando-a dos fogos de artifício da trama de ação.

    O enredo desse romance se baseia em afirmar que Jesus foi casado com Maria Madalena, com quem teve umafilha. Este fato teria sido supostamente silenciado pela Igreja ao longo dos séculos, através de assassinatos eguerras. A hipótese, repetida por muitos detratores do cristianismo, não tem fundamento histórico algum, demodo que não é sustentada por nenhum exegeta católico ou protestante. No entanto, o autor parece considerarmais confiável o roteiro de ―A última tentação de Cristo‖ do que séculos de estudos bíblicos.  

    A Igreja Católica aparece no livro como uma grande mentira histórica, produto de uma invenção do imperadorConstantino, que procurava uma religião para todo o império. Até esse momento, o cristianismo teria sido umareligião oriental pregada por um profeta judeu chamado Jesus, casado com uma certa Maria Madalena, com

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    3/7

    quem teve uma filha. O imperador teria fundido os ensinamentos cristãos com as tradições pagãs, para quefossem mais facilmente aceitos pelo povo. Ele também promoveu o Concílio de Nicéia, onde submeteu avotação a declaração da divindade de Jesus, que até então era um simples homem. Essa tergiversação fez comque fosse necessário destruir todos os relatos evangélicos e reescrevê-los, para demonstrar a divindade e Cristo. Nessa manipulação teria sido suprimida a figura da mulher de Jesus, convertendo-a na atual Maria Madalena.

    Desde então, o aspecto feminino e sexual da religião cristã teria sido sistematicamente recusado pela Igreja. Estaficção histórica permite ao autor do romance descrever a Igreja Católica  —  representada pelo Vaticano e peloOpus Dei  —   como inimiga da mulher, da verdade e capaz de todo tipo de crimes, chegando a afirmar que

    assassinou cinco milhões de mulheres.

    Em contraste com a mentira do cristianismo apresenta como verdadeira religiosidade a dos cultos pré-cristãos,que adoravam a divindade feminina e praticavam o sexo sagrado.

    A conclusão do romance é que não basta revelar a suposta verdade sobre o cristianismo, descobrindo as provasdo casamento de Jesus com Maria Madalena, mas que é necessário que a Igreja Católica reconheça a suaimpostura e os seus crimes, voltando a adorar a divindade feminina, o que a obrigaria a mudar a sua doutrinamoral sobre a sexualidade e sobre o sacerdócio de mulheres.

    À luz do absurdo da sua tese de fundo, a verossimilhança do romance fica completamente comprometida, e assuas afirmações desatinadas caem por seu próprio peso. Há demasiada invenção, demasiada maldade, demasiada

     perversão para que seja ao menos verossímil. Os leitores mais inocentes, no entanto, podem ficar com a idéia deque a Igreja Católica, e em particular o Vaticano e o Opus Dei, é uma instituição pouco digna de confiança.

    Resenha de um capítulo de livro

    DOLZ, J. ;SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita  –  elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In.: DOLZ, J.;SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução de Roxane Rojo eGlaís Sales Cordeiro]. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.

    Resenhado por: ..................

    O livro ―Gêneros orais e escritos na escola‖, organizado por Bernard

    Schneuwly e Joaquim Dolz, divide-se em três partes: 1) Os gêneros do discurso e a

    escola; 2) Planejar o ensino de um gênero; e 3) Propostas de ensino de gêneros. Em

    cada parte há três capítulos, produzidos por diferentes autores. Dentre eles, interessa-

    nos o capítulo 24, que consta na primeira parte do livro: ―Gêneros e progressão em

    expressão oral e escrita  –   elementos para reflexões sobre uma experiência suíça

    (francófona)‖, escrito por Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly. Os autores são

    professores e pesquisadores em didática do francês da Universidade de Genebra

    /Suíça –  e neste capítulo é possível visualizarmos o que entendem por gêneros e como

     propõem o trabalho com os mesmos na escola.

    A discussão pauta-se na problemática da progressão curricular e como a ordem

    temporal dos conteúdos organiza-se na escola. O problema abordado não é próprio

    e unicamente da sociedade suíça e de fato faz parte também do repertório de

    problemas da educação brasileira,  já que no Brasil não podemos contar, ainda,

    com uma proposta curricular capaz de garantir, ao educando, o domínio efetivo

    da língua (embora compreendamos que isso não dependa exclusivamente da

    organização curricular).

    Referências -Identificação daobra e doresenhista.

    Apresentação daobra, do capítuloe dos autores.

    Resumo eapreciaçãocrítica (em

    vermelho).

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    4/7

     

    Os autores, partindo de uma perspectiva interacionista da linguagem,

    acreditam que a sequenciação dos conteúdos, a partir dos gêneros, pode ser uma

    solução para os problemas de ordem temporal. Os PCN, mesmo que timidamente,

    tentam garantir abordagem semelhante ao estabelecer os gêneros textuais como

    objeto de ensino da língua.

    Se no passado abordava-se o gênero como algo que o aluno poderia aprender

     por si só, intuitivamente, a discussão atual deseja trabalhá-lo sistematicamente. Esse

    estudo sistemático do gênero, de acordo com os autores, desenvolverá as capacidades

    mínimas que a escola deve proporcionar aos estudantes que são, entre outras,

     preparação para o uso da língua em diversas situações, mesmo as incomuns, de modo

    que o aluno tenha, com a língua, uma relação consciente, sabendo o que diz e para quê.

    As reflexões dos autores se sustentam, teoricamente, no Interacionismo

    Sociodiscursivo, recorrendo aos preceitos bronckartianos no que se refere à

    compreensão de gêneros textuais e sua configuração como objeto de estudo.

    Consideramos, após a leitura desse capítulo, que algo deve ser feito

    também no Brasil a fim de que as capacidades mínimas de uso da linguagem

    sejam garantidas. A discussão sobre os gêneros cresceu muito nos últimos anos e

    os estudiosos vem defendendo, pelo menos teoricamente, que o ensino da

    linguagem por meio desse instrumento é uma opção viável para garantir, ao

    educando, um domínio mais efetivo da língua nas diferentes situações de

    interação.

    A leitura desse artigo é recomendada, portanto, a educadores, já que

    poderá orientá-los numa proposta de organização curricular progressiva, na qual

    os conteúdos sejam trabalhados sequencialmente, prevendo sempre um maior

    nível de aprendizagem. E essa orientação ocorre, no decorrer do texto, com uma

    linguagem acessível e agradável, de tal forma que ao lermos, nos colocamos como

    co-autores, respaldando a proposta e relacionando-a com os problemas por nós

    vivenciados. Trata-se, enfim, de um convite à reflexão do ensino-aprendizagem da

    língua materna.

    Resumo eapreciaçãocrítica (emvermelho).

    Conclusões dosautores.

    Quadro dereferênciateórica dosautores

    Conclusão doresenhista

    Indicação daobra.

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    5/7

    Estrutura da Resenha –  

    Mesmo não fazendo parte dos trabalhos científicos de primeiro nível, a resenha crítica apresenta aestrutura descrita abaixo.

    1.  Referência BibliográficaAutor(es)Título (subtítulo)Imprensa (local da edição, editora, data)

     Número de páginasIlustrações (tabelas, gráficos, fotos, etc.)

    2.  Credenciais do AutorInformações gerais sobre o autorAutoridade no campo científicoQuem fez o estudo?Quando? Por quê? Onde?

    3.  ConhecimentoResumo detalhado das ideias principaisDe que trata a obra? O que diz?

    Possui alguma característica especial?Como foi abordado o assunto?Exige conhecimentos prévios para entendê-la?

    4.  Conclusão do AutorO autor faz conclusões? (ou não?)Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?)Quais foram?

    5.  Quadro de Referências do AutorModelo teóricoQue teoria serviu de embasamento?Qual o método utilizado?

    6.  Apreciaçãoa) Julgamento da obra:

    Como se situa o autor em relação:-  às escolas ou correntes científicas, filosóficas, culturais?-  às circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas, etc.?

     b) Mérito da obra:Qual a contribuição dada?Ideias verdadeiras, originais, criativas?

    Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?

    c)  Estilo:Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente?Linguagem correta? Ou o contrário?

    d)  Forma:Lógica, sistematizada?Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?

    e)  Indicação da obraA quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    6/7

    GERALDI, J. W. (org.). Unidades básicas do ensino do português. In:   ______. O texto na sala de aula:Leitura e produção. 2. ed., Cascavel: Assoeste, 1985.1 

    O ensino-aprendizagem da língua portuguesa, há muito, vem se deparando com a problemática da leitura,da produção de textos e da análise linguística abordada em sala de aula.

    A proposta do professor João Wanderley Geraldi, no texto ―Unidades Básicas do Ensino do Português‖,referente a essa problemática, apresenta pontos positivos, os quais podem ser aplicados e/ou adaptados,considerando a realidade vivenciada por nós, professores, em sala de aula; no entanto com algumas ressalvas.

    Tal proposta sugere um trabalho de leitura com textos ―curtos‖: crônicas, reportagens, etc; e com textos

    ―longos‖: romances e novelas, em que o aluno teria de ler pelo simples prazer, sem algum tipo de avaliação. A proposta de leitura em sala de aula, a partir da seleção de diferentes gêneros de textos, a fim de

    desenvolver o gosto pela leitura, pode ser válida; porém o descompromisso em avaliar o aluno, seja por meio defichas, de relatórios, como é proposto pelo autor, é que deixa a desejar. Penso que o aluno não deve deixar deser avaliado, não por critérios rígidos e intransigentes; mas por uma avaliação que considere sua série e suafaixa etária. A tentativa do autor em relacionar os três aspectos  –  a leitura de textos, a produção de textos e aanálise lingüísticas –  é viável. A leitura de textos, considerando o aspecto quantitativo, possibilitará ao aluno omaior contato com os mesmos. Assim, segundo o autor, melhor será o seu desempenho e maior será a possibilidade de desenvolver o gosto pela leitura.

    A prática da leitura subsidiará o trabalho com a produção de textos, pois quanto maior o número deleitura, maior será a reflexão do aluno e melhor serão seu desenvolvimento na formação de idéias, afirmaGeraldi.

    É bastante pertinente a proposta do professor, pois acredito que uma das maiores dificuldades do alunona produção de textos é a falta do que dizer,a falta de organização de idéias.

    Sugere que, a partir da produção textual do próprio aluno, pode-se iniciar a prática da análise lingüística.Concordo com essa sugestão, mas o professor não pode se esquecer de criar meios para não constranger essealuno. Essa análise não pode limitar-se a simples correção de aspectos gramaticais, mas sim deve conduzir oaluno a reescrever seu próprio texto, fazendo com que ele consiga elaborar conscientemente textos comsentidos.

    A proposta do professor Geraldi referente ao trabalho com textos em sala de aula é salutar, uma vez queconcebe linguagem enquanto interação entre produtor, texto e leitor.

    Creio que o aluno, para desenvolver a habilidade de produção de textos,precisa previamente de bastanteleitura. Somente a partir daí ele poderá compreender a estrutura de seu código lingüístico e utilizá-lo de formaconsciente na produção de textos.

    Percebo que os professores de língua materna, em geral, sabem que o ensino de português está em crise.O problema da linguagem foi exaustivamente tratado por vários autores que tematizam a questão da crise ou dofracasso do ensino/aprendizagem de língua, entre eles é relevante citar Rocco (1981), Travaglia e outros (1984),Ilari (1984), Geraldi (1985-a), entre outros. Esses autores apresentam uma situação lingüístico-padagógica quemerece cuidado e apontam para a necessidade de uma mudança no ensino da língua portuguesa.

    A própria prática pedagógica, em todos os níveis, deixa clara essa crise. Há professores insatisfeitos comseu trabalho, inseguros em suas aulas, com problemas em todos os setores, desde o econômico até a falta deinteresse dos alunos. Na verdade, alguns se acham incapacitados, sem saber como e o que ensinar nas aulas delíngua portuguesa.

    Penso que se deve fazer um diagnóstico da situação de ―crise‖, e a partir  daí instaurar e alimentar umamplo debate sobre a língua portuguesa e seu ensino, considerando a situação da escola como um todo. O

     professor deve utilizar-se desses diferentes aspectos de acordo com a realidade na qual sua prática está inserida.Os objetivos a serem alcançados na aplicação das atividades devem ser bem claros, assim o próprio alunoentende a funcionalidade do que está sendo desenvolvido pelo professor e sente-se motivado em fazer parte do processo de ensino/aprendizagem.

    Acredito que as propostas de leitura em sala de aula, como a apresentada por Geraldi, representamsempre um dos caminhos para uma tentativa de compreensão do processo ensino-aprendizagem de línguamaterna tanto de crianças quanto de adultos. A utilidade do ensino está no preparar para o exercício dacidadania e para se chegar a este fim é preciso reavaliar as práticas em sala de aula, replanejar, ver no aluno umconstrutor do conhecimento, um sujeito capaz de influenciar no processo de ensino-aprendizagem.

    1 Resenha elaborada pelo Prof. Marcos Nahmias (2004)

  • 8/18/2019 3- RESENHA CRÍTICA

    7/7

     

    REFERÊNCIAS

    MACHADO, Anna Rachel (coord.), OUSADA, Eliane; TARDELLI-ABREU, Lília Santos. Resenha. SãoPaulo: Parábola Editorial, 2004.

     ______; ______; ______. Planejar gêneros acadêmicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

     ______; ______; ______.  Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

    PIOVESAN, Lauciane; OLIVEIRA,Sara Camargo Barreto de. Gênero textual ―resumo‖. In: BAUMGARTNER,Carmen Teresinha; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição (orgs.). Sequência Didática: uma proposta para oensino da língua portuguesa. Cascavel –  PR: Assoeste, 2009. Caderno Pedagógico 02.

     ______; ______. Gênero textual ―resenha crítica‖. In: COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição;BAUMGARTNER, Carmen Teresinha (orgs.). Sequência Didática: uma proposta para o ensino da língua portuguesa. Cascavel –  PR: Assoeste, 2009. Caderno Pedagógico 03.