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Reportagem de A Tribuna
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Ci d a d e s
12 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, QUARTA-FEIRA, 27 DE JULHO DE 2011
Centro é obairro líder emlixo eletrônicoDado é de entidade querecolhe computadoresvelhos para reciclá-los.Em Jardim Camburi ePraia da Costa tambémocorre muito descarte
Lis Trancoso
A velocidade da evolução tec-nológica faz com que os pro-dutos eletrônicos sejam tro-
cados por outros muito rápido.Como resultado, a quantidade delixo eletrônico produzido tem au-mentado rapidamente, e na Gran-de Vitória o bairro líder em produ-ção desse tipo de resíduo é o Cen-tro, em Vitória.
Os dados foram divulgados peloComitê para Democratização daInformática do Estado (CDI-ES),em relação aos produtos eletrôni-cos que recebem de doação.
No local, os materiais são avalia-dos pelos assistentes tecnológicos,entre eles Francisco de Assis Pe-
ADRIANO HORTA/AT
ASSISTENTE tecnológico Francisco avalia materiais recebidos no Comitê para Democratização da Info r m át i c a
Oportunidade para jovensA quantidade de lixo eletrônico
no mundo é crescente, e o Brasil éo país com a maior produção porhabitante, com 0,5 quilo por ano,de acordo com levantamento feitopela Organização das Nações Uni-das (ONU).
Pensando nisso, o Comitê paraDemocratização da Informáticado Espírito Santo (CDI-ES) de-senvolveu um projeto que recolheesses materiais e utiliza as máqui-nas para atender e incluir digital-mente jovens carentes, idosos epessoas com deficiências.
De acordo com o coordenado doCDI, Gildasio de Souza Garcia, aorganização tem uma parceriacom diversas empresas para rece-ber doações, e as máquinas sãousadas em dois projetos de inclu-são digital: os telecentros e as es-colas de informática e cidadania.
O coordenador explicou que ostelecentros funcionam em parce-
ria com a Prefeitura de Vitória eoferecem oficinas para atender àsnecessidades das comunidades.
“São 22 telecentros no municí-pio de Vitória, com 10 a 20 compu-tadores cada. Nesses locais sãoofertadas oficinas e minicursos dequalificação profissional e de in-formática. Todos podem partici-par, inclusive moradores de outrosmunicípios”, contou.
Nas escolas de informática e ci-dadania, além dos cursos de infor-mática, os participantes recebemaulas de montagem e manutençãode computadores com as máqui-nas doadas.
“Nós recebemos doações de em-presas e pessoas físicas. E pode serqualquer material de informática.A única restrição é que as máqui-nas precisam de processador Pen-tium II ou superior, HD de no mí-nimo 2 gigas e memória RAM deno mínimo 64 MB”.
CDI
ALUNOS usammáquinasdoadas paraestudar durantecurso demontagem emanutenção dec o m p u ta d o re s
ONDE DOAR
Comitê em Itararé> AS DOAÇÕES devem ser feitas no Co-
mitê para Democratização da Infor-mática do Espírito Santo (CDI-ES),em Vitória.
> O COMITÊ está localizado no mesmoprédio do TecVitória, na rua MarinsAlvarino, número 150, no bairro Ita-ra r é .
> A ASSOCIAÇÃO DE CATADORES deMaterial Reciclável da Ilha de Vitória(Amariv) também recebe doaçõesde produtos de informática.
> A AMARIV também fica no bairro Ita-raré. O endereço do prédio é a ruaDoutor Arlindo Sodré, número 686,atrás do campo do Caxias e MotoHo n d a .
COMO DESCARTAR
Bancos recebem pilhasPilhas> AS PILHAS fazem
parte da catego-ria de resíduossól idos, juntocom equipamen-tos eletrônicos eoutros itens com metais pesados,por isso, não podem ser jogados nolixo doméstico.
> DEVEM ser descartadas em pontosde coleta localizados em bancos, su-permercados, farmácias e lojas deeletrônicos.
Baterias> AS BATERIAS de celulares
não podem ser jogadas nolixo doméstico por causados metais que contêm,como chumbo, cádmio,ársenico, que podemafetar a saúde ao en-trarem em contato coma pele ou serem ingeridos.
> O DESCARTE deve ser feito nos pos-tos de coleta das empresas que co-mercializam os celulares. Além dis-so, também podem ser entreguesnas lojas autorizadas dos fabrican-tes do produto.
Perigo de contaminaçãoOs produtos eletrônicos são fa-
bricados com diversos metais pe-sados, como chumbo e mercúrio,que em contato com o organismopodem provocar alterações nas cé-lulas e até levar a pessoa a desen-volver um câncer.
Por conta desses materiais usa-dos na fabricação, esses produtossão denominados resíduos pesa-dos. E fazem parte da lista compu-tadores, notebooks, impressoras,monitores, televisores, pilhas, ba-terias de celular, micro-ondas, ge-ladeiras, fogões, e todos os tipos deequipamentos de telecomunica-ção, eletroeletrônicos e eletrodo-m é st i c o s.
Segundo o clínico geral JoãoEvangelista, esses metais pesadosprovocam doenças se forem ma-nuseados ou ingeridos direta oui n d i re t a m e n t e.
“Muitos desses equipamentostêm chumbo, mercúrio, arsênico,cádmio e outros. Eles provocam
uma aceleração das células, o queconhecemos como câncer. O pro-blema é que se essas substânciasestiverem em animais e vegetais,também causam os mesmos pro-blemas quando consumidos”, ex-plicou.
Evangelista esclarece que, alémde tumores, esses materias tam-bém provocam dores de cabeça,anemia, diminuem as defesas dosistema imunológico, entre outrosproblemas de saúde.
O oncologista Wesley VargasMoura alerta que os metais pesa-dos, principalmente os existen-tes nos celulares, se acumulamno organismo.
“Os componentes dos celularessão muito perigosos. Sua concen-tração no organismo é acumulati-va e pode causar inúmeros proble-mas de saúde. Por isso, é precisoque o descarte seja feito nos postosde coleta e nunca jogados no lixod o m é st i c o ”, destacou.
reira Junior, 19, e aproveitados noscentros de inclusão digital.
De acordo com o coordenadordo CDI, Gildasio de Souza Garcia,nos cinco anos em que atua naárea, foi possível detectar que oCentro, seguido de Jardim Cam-buri e Praia da Costa são os bairrosque mais descartam eletrônicos.
“Nesses bairros existem muitasempresas pequenas ou famíliasque têm a oportunidade de com-prar, em um tempo muito peque-no, produtos novos”, afirmou.
Garcia defende que o principalmotivo para esses descartes é o fá-cil acesso às novidades.
“Hoje, os itens tecnológicos evo-luem rapidamente. Com isso, aspessoas querem comprar novosprodutos o tempo todo. É comumrecebermos computadores commenos de um ano de uso que se-riam jogados no lixo.”
A coordenadora da Associaçãode Catadores de Material Reciclá-vel da Ilha de Vitória (Amariv),Maria Aparecida da Silva Pereira,revelou que a associação recebecerca de três mil quilos de lixo ele-
trônico por mês.“Nós recebemos quase todo o li-
xo eletrônico de Vitória. São mui-tos caminhões lotados por mês. Emuitas vezes os equipamentos nãoestão estragados e são novos.”
Porém, ela explica que esses ma-teriais não são reciclados no Esta-do, pois se tratam de resíduos quepodem provocar danos à saúde.
“Como esses produtos são feitos
com metais pesados perigosos pa-ra a saúde, nós guardamos tudo emcontêineres e enviamos para umaempresa no Rio de Janeiro.”
Sobre o descarte correto, a Se-cretaria de Meio Ambiente de Vi-tória informou que os fabricantesdos produtos são os responsáveispelo recolhimento do lixo, masque também oferece o serviço nomunicípio pelo 156.
SAIBA MAIS
Metais causam danos cerebraisCHUMBO> USADO em TVs, celulares e compu-
tadores. Causa danos cerebrais, re-nais e câncer no sangue.
MERCÚRIO> USADO em lâmpadas, telas e monito-
res de LCD. Sua ingestãoou inalaçãocausa danos ao sistema nervosocentral e aos rins.
CÁ D M I O> USADO em baterias de celulares, re-
sistores e tubos de TV antigas. Podecausar danos na estrutura óssea,além de ser cancerígeno.
ARSÊNICO> USADO em celulares. Prejudica o sis-
tema nervoso central, causa doen-ças de pele e até câncer de pulmão.