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A MENSAGEM DO TERCEIRO ANJO Apocalipse 14:9-12 "Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apoc. 14:9-12). Esta advertência solene é dirigida a cada crente. Convoca a cada um a permanecer firme contra as ameaças de morte do anticristo, e desenvolve a mensagem do segundo anjo de que todas as nações se viram compelidas a "beber o vinho" de Babilônia (Apoc. 14:8): "Se alguém beber o vinho da ira de Babilônia, também terá que beber o vinho da ira de Deus!" O "cálice" simbólico da ira de Deus (Apoc. 14:10; 16:19) era um conceito tradicional nas profecias de juízo de Israel. O "cálice de vinho" na mão de Deus servia como o símbolo de sua justiça punitiva.

27 - A Mensagem Do Terceiro Anjo. Apoc. 14.9-11

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A terceira será todas as mensagens angelicas juntas

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AS PROFECIAS DO TEMPO DO FIM

12A Mensagem do Terceiro Anjo. Apoc. 14:9-11

A MENSAGEM DO TERCEIRO ANJO

Apocalipse 14:9-12

"Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se algum adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mo, tambm esse beber do vinho da clera de Deus, preparado, sem mistura, do clice da sua ira, e ser atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presena do Cordeiro. A fumaa do seu tormento sobe pelos sculos dos sculos, e no tm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui est a perseverana dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a f em Jesus" (Apoc. 14:9-12).

Esta advertncia solene dirigida a cada crente. Convoca a cada um a permanecer firme contra as ameaas de morte do anticristo, e desenvolve a mensagem do segundo anjo de que todas as naes se viram compelidas a "beber o vinho" de Babilnia (Apoc. 14:8): "Se algum beber o vinho da ira de Babilnia, tambm ter que beber o vinho da ira de Deus!" O "clice" simblico da ira de Deus (Apoc. 14:10; 16:19) era um conceito tradicional nas profecias de juzo de Israel. O "clice de vinho" na mo de Deus servia como o smbolo de sua justia punitiva.

At Israel que quebrantou o pacto teve que beber o vinho de sua ira (Jer. 25:15, 16, 17; 49:12; Ezeq. 23:31-34; Isa. 51:17, 22; Sal. 60:3; 75:8). Mas Israel experimentou a taa da ira de Deus s em forma temporria (ver Sal. 60:3; Isa. 51:22). Entretanto, alguns inimigos de Israel tiveram que beber a taa da ira at sua extino: "Bebero, e engoliro, e sero como se no tivessem sido" (Ob. 16). "Bebei, embebedai-vos e vomitai; ca e no torneis a levantar-vos..." (Jer. 25:27; tambm o v. 33).

A aceitao por parte de Jesus da taa da ira divina da mo de Deus no Getsmani pertence essncia do evangelho (Mat. 20:22; 26:39, 42). Declara E. W. Fudge: "Porque ele aceitou aquela taa, seu povo no tem que beb-la. A taa que nos deixa [a taa da comunho] um recordativo constante de que ele ocupou nosso lugar (Mat. 26:27-29)".1

Os adoradores da besta tm que beber a ira de Deus "pura" [em gr., akrtu; "sem diluir", NBE; "sem mistura", CI). Este clice da ira j no est misturado com misericrdia. Derramar-se- com as 7 ltimas pragas (Apoc. 15:1). Isto significa que todas as pragas de Apocalipse 16 constituem uma parte integral da mensagem do terceiro anjo. Uma expresso hebraica nestes versculos tem desafiado os intrpretes:

"Ser atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presena do Cordeiro. A fumaa do seu tormento sobe pelos sculos dos sculos, e no tm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome" (Apoc. 14:10, 11).

A frase "fogo e enxofre" parte da maldio do pacto, maldio que inclui extino ou aniquilao (Deut. 29:23; Sal. 11:6). O juzo sobre Sodoma e Gomorra resultou em que "subia da terra fumo como fumaa de um forno" (Gn. 19:23, 28, CI). Tambm foi o juzo de Deus sobre Edom, um dos arquiinimigos de Israel (Isa. 30:27-33; Ezeq. 38:22):

"Os ribeiros de Edom se transformaro em piche, e o seu p, em enxofre; a sua terra se tornar em piche ardente. Nem de noite nem de dia se apagar; subir para sempre a sua fumaa; de gerao em gerao ser assolada, e para todo o sempre ningum passar por ela" (Isa. 34:9, 10).

evidente que a mensagem do terceiro anjo em Apocalipse 14 toma sua frmula de maldio especificamente de Isaas 34. A desolao e a extino histrica de Edom o modelo ou o tipo da sorte de Babilnia (ver Jud. 6, 7). A natureza deste castigo no reside em um tormento eterno como pode ver-se hoje em dia de Edom, a no ser na conseqncia eterna do fogo: "Subir para sempre a sua fumaa" (ver Isa. 34:10 e 66:24). O fogo inextinguvel at que tenha completado sua obra. Nas palavras do E. W. Fudge: "Os mpios morrem uma morte atormentadora; a fumaa recorda a todos os espectadores que o Deus soberano tem a ltima palavra. Que a fumaa sobe perpetuamente no ar significa que as mensagens de juzo nunca chegaro a ser antiquadas".2

A maldio que diz que os que adorem besta no tero "repouso de dia nem de noite" est tirada de uma maldio especfica do pacto sobre um Israel rebelde: "Por isso, jurei na minha ira: no entraro no meu descanso" (Sal. 95:11). Enquanto que o significado original se referia ao repouso de Israel na terra prometida, o Novo Testamento aplica o repouso prometido ao repouso da graa de Deus no qual cada crente deve entrar agora (Heb. 4:3). Este repouso divino esteve disponvel desde que Deus descansou no stimo dia da semana da criao! (Gn. 2:2, 3). "Portanto, ainda fica um descanso sabtico para o povo de Deus. Porque o que 'entra em seu repouso' descansa ele tambm de suas obras, como Deus das suas" (Heb. 4:9, 10, JS; CI; BJ).

O castigo final ser o rechao de Deus de dar repouso aos adoradores da besta. Por outro lado, uma voz celestial anuncia que os "mortos que, desde agora, morrem no Senhor.... que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham" (Apoc. 14:13). Esta bem-aventurana se refere aos que morrem em Cristo durante as perseguies do anticristo do tempo do fim. Sua perseverana ser recompensada. A mensagem do terceiro anjo pronuncia a resposta de Deus ameaa feita pela besta, como mostra a seguinte comparao.

APOCALIPSE 13:16APOCALIPSE 14:9, 11

"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mo direita ou sobre a fronte"."Se algum adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mo ... e no tm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome".

Estas correspondncias temticas e verbais entre Apocalipse 13 e 14 indicam que a trplice mensagem de Apocalipse 14 depende de uma correta compreenso de Apocalipse 13. Entretanto, toda a informao a respeito da besta est exposta na viso do juzo de Apocalipse 17, o que significa que Apocalipse 17 constitui igualmente uma parte interpretativa essencial da mensagem de advertncia de Apocalipse 14.

A Marca da Besta

Nosso tema agora compreender o significado teolgico de "a marca da besta". a marca identificadora do culto de adorao que se rende besta. "No se pode ter a marca sem o ato de adorao".3 A ambio da besta-anticristo de receber adorao divina a mentalidade de Babilnia. Seu endeusamento prprio entra em conflito com a chamada de Israel a adorar o Criador e Juiz da humanidade (Apoc. 14:7). A mensagem do terceiro anjo o rogo do cu humanidade para que se volte para o Criador, ao Deus do pacto do Israel, tal como est revelado nas Escrituras.

O assunto fundamental no identificar a marca de uma maneira isolada, mas sim v-la como um ato de adorao da besta e por isso, como uma atitude de idolatria. O terceiro anjo "indica a natureza da usurpao: a besta se apropria das prerrogativas do Deus Criador, e adorada".4

A usurpao das prerrogativas divinas pela besta seguida por sua demanda para que a reconheam por meio da "marca em sua fronte ou em sua mo" (Apoc. 14:9). Seu significado chega a ser claro quando se considera luz do dever de Israel de atar os mandamentos e as palavras de Deus: "Ata-as tua mo como um sinal, como um aviso ante teus olhos" (Deut. 6:8; cf. 11:18, BJ). Para Israel, seu significado espiritual era evidente: atuar e pensar em harmonia com a vontade de Deus e recordar diariamente a redeno do xodo (ver Deut. 6:5; xo. 13:8, 9).*

Gerhard von Rad faz este comentrio sobre o Deuteronmio 6:8: "Provavelmente temos que tratar ainda aqui com uma forma figurada de expresso que mais tarde foi entendida literalmente e levou ao uso dos chamados filactrios".5 De fato, Moiss mesmo explicou o propsito moral de atar os mandamentos de Deus a suas mos e a suas frentes:

"O Senhor, teu Deus, temers, a ele servirs, e, pelo seu nome, jurars. No seguirs outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver roda de ti, porque o Senhor, teu Deus, Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do Senhor, teu Deus, se no acenda contra ti e te destrua de sobre a face da terra... Diligentemente, guardars os mandamentos do Senhor, teu Deus, e os seus testemunhos, e os seus estatutos que te ordenou" (Deut. 6:13-15, 17).

O mandamento do Senhor inclua tambm a observncia ritual da Pscoa e o comer pes sem levedura para comemorar a libertao do xodo:

"E ser como sinal na tua mo e por memorial entre teus olhos; para que a lei do Senhor esteja na tua boca; pois com mo forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto, guardars esta ordenana no determinado tempo, de ano em ano" (xo. 13:9, 10).

Este histrico da adorao de Israel esclarece o propsito da marca da besta "na fronte e na mo" (Apoc. 20:4). A marca evoca a anttese intencional da adorao de Israel. Representa a essncia de um culto falsificado como usurpao e substituio. A besta ameaa com a morte se suas ordens totalitrias so desobedecidas (Apoc. 13:15-17). Promete vida, mas s temporal, a todos os que levem sua marca. R. H. Charles comentou a respeito: "Ambos [o selo e a marca] estavam destinados a mostrar que os que levam as marcas esto sob a proteo sobrenatural: os primeiros sob a proteo de Deus; os ltimos, sob a de Satans".6 Beatrice S. Neall explica mais isto quando diz:

"No Apocalipse, o selo de Deus protege da ira de Deus (Apoc. 15:2, 3; 16:2) mas no da ira da besta (13:15, 17). De maneira similar, a marca da besta protege das sanes econmicas (v. 17) e do decreto de morte (v. 15) da besta, embora faa a seus possuidores elegveis para receber a ira de Deus (14:9-11 )".7

Tanto Cristo como o anticristo desejam a lealdade indivisa de seus adoradores, a devoo completa de seu pensamento (a "fronte") e de seu atuar (a "mo"). O anticristo pode satisfazer-se com a marca ou na mo ou sobre a fronte, como sugere Apocalipse 13:16 e 14:9 (entretanto, ver Apoc. 20:4).

Uma diferena bsica entre os sistemas rivais de adorao que a besta emprega a coero, enquanto que o Cordeiro emprega a persuaso. A prova final da adorao verdadeira no crer porque h milagres, os quais podem ser enganosos (Apoc. 13:14; 19:20; Mat. 24:24), e sim crer na "Palavra de Deus e no testemunho de Jesus" (Apoc. 1:9; 6:9; 12:17; 20:4).

A verdade tanto do Antigo como do Novo Testamento a revelao de que o Deus de Israel o Criador Todo-poderoso e que ele ordenou o stimo dia, no sbado, como um monumento recordativo de sua obra criadora (Gn. 2:2, 3; xo. 20:8-11; 31:12-17). Este mandamento da criao foi enriquecido como o sinal da redeno de Israel da escravido (ver Deut. 5:12-15). A celebrao do sbado identifica o Criador vivente que permanece fiel sua criao (1 Ped. 4:19). Igualmente oferece a participao em sua graa redentora (ver Ezeq. 20:12, 20). Esta verdade chega a ser relevante de uma maneira especial no tempo do fim, quando o dogma da evoluo veio a ser a hiptese da cincia (desde 1859). Por isso a trplice mensagem de Apocalipse 14 assume cada vez mais relevncia. Requer a celebrao do sbado restaurado como "a expresso concreta da f na criao, o sinal da dependncia de um do cu... o sinal de que a salvao vem s de cima".8

O Surgimento do Povo Remanescente de Deus (Apoc. 14:12)

No conflito entre as adoraes rivais, Deus preserva os que se apegam a ele com lealdade. A mensagem do terceiro anjo conclui com uma chamada especial a perseverar na f:

"Aqui est a pacincia dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a f de Jesus" (Apoc. 14:12).

Este texto levou J. M. Ford a fazer o seguinte comentrio:

"Parece que no h caminho intermedirio; ou se adora a besta e est condenado, ou se aceita com paciente resistncia a perseguio da besta, obedece os mandamentos de Deus, morre nele e recebe a recompensa por suas boas obras (v. 13)".9

Autores dispensacionalistas tomam aos santos de Apocalipse 14:12 como crentes judeus cuja parte no est no corpo de Cristo simplesmente porque "guardam os mandamentos de Deus". Mas isto mostra como um dogma preconcebido influi na exegese. Uma comparao de Apocalipse 14:12 com 12:17 e 1:9 demonstra que as caractersticas dos santos no captulo 14:12 so as da igreja apostlica e as mesmas de Joo. A primeira epstola de Joo define o pecado como a transgresso da lei, como anomia ou ilegalidade (1 Joo 3:4). Exorta a todos os crentes cristos a obedecer os mandamentos de Deus, incluindo o mandamento de crer em seu Filho Jesus Cristo e o mandamento de Cristo de amar-se uns aos outros (1 Joo 2:3-6; 3:21-24).

A ameaa final contra a vida dos santos requer uma perseverana [em gr., upomon]. Jesus tinha mencionado esta caracterstica como sendo essencial para o tempo do fim: "Mas o que perseverar [upomenas] at o fim, este ser salvo" (Mat. 24:13). Mas "perseverar" o fruto da fidelidade vontade de Deus, tanto ao evangelho como lei de Deus. A advertncia da epstola aos Hebreus tambm a ter "perseverana [upomon] para que, depois de fazer a vontade de Deus, consigam a promessa" (Heb. 10:36, CI; ver 12:1-3). A epstola aos Hebreus assinala os exemplos dos santos que viveram "por f" [em hebreu, 'emunh, "fidelidade"] em uma crise anterior (Heb. 10:37, 38; Hab. 2:3, 4).

Tiago explica que "a prova de sua f produz pacincia" e a maturidade da estabilidade (Sant. 1:3-8). Por isso anima a todos os santos dizendo: "Feliz o homem que suporta a prova! Superada a prova receber a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam" (v. 12). Um exemplo evidente J, que seguiu confiando em que Deus o vindicaria contra seus falsos acusadores (Tia. 5:11). No entendendo por que tinha que sofrer tanto sendo inocente, J ainda expressou sua f: "Eu sei que meu Redentor [ou "defensor", BJ; ou "reivindicador", CI] vive, e no fim se levantar sobre a terra" (J 19:25).

A ltima gerao de crentes cristos pode ter que suportar uma prova de f similar a do J. A f perseverante se expressa em guardar "os mandamentos de Deus e a f de Jesus" (Apoc. 14:12, RC). Obedecem tanto lei como f de Jesus em suas vidas (ver mais acima sobre Apoc. 12:17 e 19:10).

O Significado Bblico do Sbado do Senhor

Muitos telogos negam que o sbado seja uma ordem da criao. Insistem em que o sbado foi feito por Moiss s para a nao de Israel (xo. 16; Deut. 5:12-15). O assunto mais profundo que est em jogo neste debate teolgico a credibilidade do registro da criao em Gnesis 1 e 2 e seu reflexo no quarto mandamento em xodo 20. Um telogo americano apresentou esta avaliao vlida da origem do sbado:

"De acordo com o cnon da Escritura, a 'interpretao da criao' do sbado se afirma como teologicamente anterior 'interpretao da redeno'. Entretanto, isto significa que o mandamento do sbado sempre obrigatrio para todos os homens, obedeam-no ou no! Na redeno de Israel da terra do Egito no se estabeleceu o sbado pela primeira vez, mas sim se restaurou; a lei moral no foi primeiro proclamada no Sinai, mas sim ali se voltou a proclam-la. Em conseqncia, porque a lei do sbado est fundada na ordem da mesma criao e pertence a todas as criaturas, a interpretao tradicional crist do sbado como uma cerimnia abolida por Jesus Cristo, incorreta".10

O motivo bsico da trplice mensagem de Apocalipse 14 o da restaurao! Desempenha o mesmo propsito que a chamada de Isaas a um Israel extraviado:

"Clama a plenos pulmes, no te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgresso e casa de Jac, os seus pecados" (Isa. 58:1).

"Os teus filhos edificaro as antigas runas; levantars os fundamentos de muitas geraes e sers chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o pas se torne habitvel" (Isa. 58:12).

Para Isaas, a prova da verdadeira adorao era a restaurao da justia do pacto entre o povo de Deus. Isto significava ter amor pelos fracos (Isa. 58:6, 7) e obedincia em louvar a Deus em seu "santo dia" (vs. 13, 14).

No tempo do fim, o cu suplica mais uma vez a seu povo extraviado para que faa frente ao desafio de usurpao e substituio com a chamada pela restaurao e a restituio. Requer o reavivamento dos mandamentos de Deus e do evangelho de Jesus Cristo (Apoc. 14:12). Esta a chamada final para um retorno verdade e autoridade da Bblia. A Escritura deve ter a ltima palavra para determinar a vontade de Deus. Toda certeza da verdade religiosa depende de se se aceitarem as Escrituras como a revelao autorizada da vontade de Deus. "Elas so a norma do carter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experincia religiosa".11

A Mensagem de Preparao para o Segundo Advento

As mensagens de Apocalipse 14 insistem a todos os adoradores a escutar atentamente a voz de Deus e a procurar uma compreenso melhor do evangelho e do testemunho de Jesus. Esta splica assinala a diferena fundamental entre a Bblia e a tradio da igreja. Insiste-nos a aceitar a responsabilidade pessoal para distinguir entre a autoridade bblica e a autoridade da igreja, e a subordinar todos os profetas extrabblicos autoridade suprema da Escritura.

O assunto essencial da trplice mensagem de Apocalipse 14 a questo do que em ltima instncia ata a conscincia humana ante Deus! A splica do cu em Apocalipse 14 nos recorda que a criao e a redeno no podem ser separadas, que o Redentor o Sustentador da criao.

O sbado do Senhor nunca pode ser anulado ou mudado porque o mandamento da criao do Criador e Redentor. o monumento comemorativo de uma criao perfeita por parte de um Criador digno de confiana, Criador que nunca abandonar a obra de suas mos (Sal. 138:8). Entretanto, suplica-nos que lhe respondamos como o "fiel Criador" (ver 1 Ped. 4:19).

"Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jac por seu auxlio, cuja esperana est no Senhor, seu Deus, que fez os cus e a terra, o mar e tudo o que neles h" (Sal. 146:5, 6).

O Convite do ltimo Elias

A relao da trplice mensagem de Apocalipse 14 com a promessa de Malaquias de que Deus enviar o "profeta Elias, antes que venha o grande e terrvel dia do Senhor" (Mal. 4:5, 6), de um significado dramtico. evidente que o ltimo profeta do Antigo Testamento prediz uma chamada final para o reavivamento e a reforma entre o povo do pacto de Deus antes do dia do juzo apocalptico (ver os vs. 1, 2).

Este convite corresponde em essncia ao que Elias fez ao Israel: "Se Jeov Deus, sigam-no; e se Baal, sigam-no" (1 Reis 18:21). O ltimo convite de Deus no Apocalipse se apresenta em sua splica a "adorar" a Deus como o Criador e a no adorar a besta nem a sua imagem (Apoc. 14:6-9).

Para compreender melhor o significado do Elias do tempo do fim, precisamos ler a narrao da misso de Elias em 1 Reis 17 e 18. Malaquias exaltou a misso histrica de Elias, com sua confrontao dramtica em combate com Baal no Monte Carmelo, como um tipo ou smbolo teolgico para o tempo do fim. Uma anlise detalhada desta correspondncia tipo-anttipo da promessa de Elias em Malaquias 4 se oferece em outro lugar.12

A medula deste tipo histrico pode compendiar-se em trs pontos: (1) Elias foi enviado por Deus em um tempo de apostasia moral e religiosa em Israel (1 Reis 16:30-33; 18:18; 21:25); (2) Elias foi enviado com uma mensagem de restaurao do Deus do pacto, que significava um compromisso novo de Israel com seu Deus e uma restaurao de seu sagrado culto de adorao e de seus mandamentos morais (18:18, 21, 30, 31); e (3) a aceitao ou o rechao da mensagem de Elias significava vida ou morte e, portanto, era um assunto de conseqncias eternas (ver 18:39-44).

A chave para a aplicao do tempo do fim ns a encontramos na mensagem de Joo Batista, porque sua mensagem em preparar o caminho para a vinda do Messias continha os fundamentos da mensagem de Elias (ver Luc. 1:11-17). Jesus reconheceu que Joo era o Elias da profecia mesmo que o judasmo contemporneo no o reconheceu (Mat. 17:10-13).

A misso de Joo era preparar a Israel para a vinda do Messias (Joo 1:23) e para "restaurar todas as coisas" (Mat. 17:11). Sua presena era o sinal visvel do advento iminente do Messias (ver Joo 1:29; Mat. 3:10-12). Joo negou que ele fora uma reencarnao do Elias (Joo 1:21), mas afirmou que ele era a mensagem de Elias "com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Luc. 1:17; ver Joo 1:23). Joo foi enviado no momento correto, com uma mensagem urgente de arrependimento para despertar Israel vontade de Deus e a sua visitao iminente. Sua mensagem criou um povo remanescente novo dentro da nao de Israel. Jesus aceitou o batismo de Joo e chegou a ser parte deste remanescente. Escolheu a seus primeiros apstolos dentre os seguidores de Joo Batista.

A mensagem de Apocalipse 14 a mensagem de preparao para o tempo do fim. Sua ativao cria um povo que est preparado para encontrar-se com seu Criador. Assim como Elias, so fiis lei do pacto original de Deus. Escolheram estar ao lado de Deus, o Criador. Tornaram seus coraes ao Deus de seus ascendentes espirituais e mantm uma continuidade com o Israel do Antigo Testamento (Mal. 4:6).

A mensagem de Elias para o tempo do fim est desenvolvido pelo Esprito de profecia em Apocalipse 14:6-12. Sua proclamao mundial ser seguida pela segunda vinda de Cristo como o Rei e Juiz (ver os vs. 14-20), o que define a trplice mensagem como a chamada a despertar com o fim de preparar um povo para a segunda vinda de Cristo. Leva hora da deciso, da mesma maneira que Elias e Joo Batista levaram ao Israel apstata a um compromisso novo com seu Senhor.

Hoje a mensagem de Elias convoca a todas as pessoas para que deixem de idolatrar a criao e que adorem o Criador (Apoc. 14:7). Uma mensagem assim oportuna considerando o surgimento da hiptese da evoluo e o triunfo da filosofia materialista. Esta chamada de Deus tem aplicaes de longo alcance:

"Na exaltao do humano sobre o divino, no louvor aos lderes populares, no culto a Mamom, e na exaltao dos ensinos da cincia sobre as verdades da Revelao, multides hoje esto seguindo a Baal".13

Necessita-se cada vez mais a voz de Elias em nossa civilizao decadente. Reverberar por toda a sociedade e est refletida no movimento mundial de cristos guardadores do sbado. Fizeram um compromisso com o Deus de Israel e com seu Cristo neste tempo do fim. Aceitam como seu credo a Bblia e a Bblia s.

Referncias

A Bibliografia para Apocalipse 12-14 (caps. XXI-XXIII deste livro) encontrar nas pginas 458-466.

1 Fudge, The Fire That Consumes, p. 296.

2 Ibid., p. 298.

3 R. H. Charles, The Revelation of St. John, t. 1, p. 360.

4 Doukhan, Daniel: The Vision of the End, p. 69.

5 Von Rad, Deuteronomy, p. 64.

6 Charles, The Revelation of St. John, t. 1, p. 363.

7 Neall, The Concept of Character in the Apocalypse with Implications for Character Education, p. 151.

8 Doukhan, Daniel: The Vision of the End, p. 71.

9 J. M. Ford, Revelation, p. 249.

10 Richardson, Toward an American Theology, p. 115.

11 Ellen White, GC 7.

12 Ver LaRondelle, Chariots of Salvation, cap. 11.

13 Ellen White, PR 170.

* Nota do Tradutor: A nota da verso Cantera-Iglesias diz que a interpretao literal de Deuteronmio 6:8 deu origem aos filactrios, "par de pequenas caixas de couro usadas ritualmente, amarradas ao brao e testa por correias, tambm de couro, e que contm trechos das Escrituras" Dic. Aurlio.