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1 Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/ TÍTULO: MOVIMENTOS SOCIAIS DOS TRABALHADORES: MOVIMENTO OPERÁRIO AUTORA: MAYARA MORELATO CONTATO: [email protected] OBJETIVO GERAL: O objetivo dessa aula é fazer com que os alunos compreendam, a partir da concepção marxista de movimento social, o surgimento e as reivindicações dos movimentos operários, a fim de perceberem, ao longo das três horas/aula, os diferentes processos históricos e sociais de mobilização da classe trabalhadora e suas reivindicações enquanto classe social. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: OBJETIVO ESPECÍFICO DA PRIMEIRA AULA (DE 50M): a) Demonstrar, com teorias sociológicas, como surgiram as ações da classe trabalhadora enquanto reivindicações e como tais mobilizações tem relação com a incapacidade do Estado Liberal em assegurar os direitos aos trabalhadores, dando condições, por meio da aula, dos alunos analisarem as condições de vida e de trabalho da classe operária nos séculos XVIII, XIX e início do XX, para compreenderema importância das reivindicações do movimento. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS (1h40): b) Apresentar o contexto social e político do Brasil para que os alunos consigam identificar a importância que o movimento operário tem na consolidação de direitos trabalhistas. c) Possibilitar maneiras dos estudantes compreenderem “as diversas possibilidades de se entender a cidadania”, “o contexto histórico do surgimento dos diversos movimentos sociais em suas especificidades”, assim como a “organização do trabalho

24 MAYARA MORELATO - uel.br Edicao/24 MAYARA MORELATO.pdf · Capitalismo para principiantes. São Paulo: Editora Ática. n° 86, 6° edição, 1984. (Coleção de Autores Brasileiros)

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

TÍTULO: MOVIMENTOS SOCIAIS DOS TRABALHADORES: MOVIMENTO OPERÁRIO

AUTORA: MAYARA MORELATO CONTATO: [email protected]

OBJETIVO GERAL: O objetivo dessa aula é fazer com que os alunos compreendam, a

partir da concepção marxista de movimento social, o surgimento e as reivindicações dos

movimentos operários, a fim de perceberem, ao longo das três horas/aula, os diferentes

processos históricos e sociais de mobilização da classe trabalhadora e suas

reivindicações enquanto classe social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

OBJETIVO ESPECÍFICO DA PRIMEIRA AULA (DE 50M):

a) Demonstrar, com teorias sociológicas, como surgiram as ações da classe trabalhadora

enquanto reivindicações e como tais mobilizações tem relação com a incapacidade do

Estado Liberal em assegurar os direitos aos trabalhadores, dando condições, por meio

da aula, dos alunos analisarem as condições de vida e de trabalho da classe operária

nos séculos XVIII, XIX e início do XX, para compreenderema importância das

reivindicações do movimento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS (1h40):

b) Apresentar o contexto social e político do Brasil para que os alunos consigam

identificar a importância que o movimento operário tem na consolidação de direitos

trabalhistas.

c) Possibilitar maneiras dos estudantes compreenderem “as diversas possibilidades de

se entender a cidadania”, “o contexto histórico do surgimento dos diversos

movimentos sociais em suas especificidades”, assim como a “organização do trabalho

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

nas sociedades capitalistas e suas contradições”, focando exemplos do caso

brasileiro, a fim de que compreendam que “as desigualdades sociais são

historicamente construídas, ou seja, não são “naturais”, variam conforme a articulação

e organização das estruturas de apropriação econômica e de dominação política”;

(DCE-Sociologia, 2008, p. 109).

d) A utilização de filmes, imagens, músicas e charges constituem importante elemento

para que os alunos relacionem a teoria com sua prática social, possibilitando a

construção coletiva dos novos saberes. À Sociologia, a pesquisa de campo, quando

viável, deve ser proposta de maneira que articule os dados levantados à teoria

estudada, propiciando um efetivo trabalho de compreensão e crítica de elementos da

realidade social do aluno.

1. PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:

1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS A SEREM TRABALHADOS DURANTE A AULA:

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS DA PRIMEIRA AULA:

a) Elementos constitutivos de um movimento social: projeto, ideologia, organização,

etc;

b) Surgimento da classe operária na Europa;

c) Mobilização da classe operária (Movimento Social Tradicional);

d) Movimentos históricos (Cartista, Ludista, Sindicalismo, Anarco-sindicalismo).

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS DA SEGUNDA AULA/TERCEIRA AULAS:

a) Emergência do movimento operário brasileiro;

b) Relações entre Movimento Operário e a Reforma Trabalhista no Brasil.

1.2 VIVÊNCIA COTIDIANA DOS ALUNOS: O QUE OS ALUNOS JÁ SABEM SOBRE O CONTEÚDO?

ATIVIDADE DE INTRODUÇÃO (DE PRÁTICA SOCIAL INICIAL) DA PRIMEIRA AULA:

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

Perguntarei o que compreendem pelo conceito/ definição de Movimentos sociais.

Estimularei que vários alunos falem. Anotarei as palavras principais ditas por eles no

quadro de giz. Depois, valorizando as palavras que eles disseram, direi a eles que

movimentos sociais são “mobilizações coletivas, organizadas e contínuas que se

estruturam em torno de demandas por mudança de algum aspecto da estrutura social”.

(TEMPOS MODERNOS TEMPOS DE SOCIOLOGIA, 2013, p. 367). Direi também que

segundo o DCE-Sociologia, 2008, p. 90:

Os movimentos sociais são práticas civis de confronto que desempenham o papel de criar, reformar, manter ou resgatar políticas públicas, provocando impacto no desenvolvimento das coletividades onde ocorrem. Resultados dessas práticas são os rearranjos que os detentores do poder político e econômico têm de fazer para atender as reivindicações desses movimentos.

Perguntarei depois aos alunos: Se os movimentos sociais estavam buscando

mudanças na realidade social após a Revolução Industrial na Inglaterra, o que os

trabalhadores estavam reivindicando enquanto classe? Mais uma vez, estimularei que

vários alunos falem. Anotarei as palavras principais ditas por eles no quadro de giz, para

utilizá-las depois nas minhas explicações sobre os conteúdos.

Entregarei a charge impressa aos alunos. A proposta é que os alunos possam

exercitar sua imaginação sociológica e relacionem a crítica apresentada pela charge de

Vilmar Rodrigues (1984) com uma base teórica em Marx e as condições sociais em que

os trabalhadores ingleses estavam inseridos durante e após a Revolução Industrial na

Europa.

FONTE: NOVAES, Carlos Eduardo. RODRIGUES, Vilmar.Capitalismo para principiantes. São Paulo: Editora Ática. n° 86, 6° edição, 1984. (Coleção de Autores Brasileiros)

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

Como na primeira aula que ministrarei, vamos estudar o surgimento das

mobilizações da classe trabalhadora na Europa e problematizar suas demandas por

mudanças sociais.

Quando aguardar os alunos analisarem individualmente a charge, perguntarei

oralmente aos estudantes:

a) Quais elementos críticos podemos destacar na charge?

b) Por que aconteceram mobilizações de classes trabalhadoras?

c) Em que contexto este trabalhador estava inserido?

ATIVIDADE DE INTRODUÇÃO (DE PRÁTICA SOCIAL INICIAL) DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS:

Entregarei a charge abaixo, numa folha impressa, para cada um dos alunos.

Pedirei que eles analisem a imagem.

FONTE: Pataxó Cartoons, publicado 16 de novembro de 2016.

Enquanto analisam a charge, farei perguntas orais:

a) O que a charge retrata da atual conjuntura brasileira?

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

b) Têm ocorrido mobilizações de classes trabalhadoras no Brasil? Como elas se

fazem?

c) O que sabem sobre as greves no Brasil?

d) O que são sindicatos?

e) Quais as principais e atuais reivindicações das Frentes Sindicais no Brasil?

2. PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 DISCUSSÕES SOBRE OS PROBLEMAS MAIS SIGNIFICATIVOS:

EXPLICAÇÃO TEÓRICA DETALHADA DA PRIMEIRA AULA

Perguntarei para a turma: Por que o proletariado estava descontente na Europa do

século XVIII e XIX? Primeiro ouvirei os alunos. Anotarei as palavras principais ditas por

eles no quadro de giz. Depois, valorizando as palavras que eles disseram, explicarei

outras causas: baixos salários; extensa carga horária de trabalho; exploração da mão de

obra infantil; péssimas condições de salubridade e segurança. Do mesmo modo,

procederei com as demais questões dirigidas aos estudantes: Como foi o

desenvolvimento das mobilizações dos trabalhadores? Qual foi a importância dos

pensadores para a mobilização da classe operária? Qual a relevância dos movimentos

operários para a consolidação de direitos trabalhistas?

Antes de explicar quem foi Karl Marx, F.Engels, suas principais obras e o que eles

disseram sobre todas as perguntas acima, farei a exposição oral da conceituação sobre

os seguintes fenômenos sociais introdutórios do Movimento Operário.

SÉCULO XIX:

• MOVIMENTO LUDISTA (aqui explicarei que os operários ingleses,

entre os anos de 1811 e 1812, se revoltaram com a situação exploratório que

viviam, e atribuíram a culpa às maquinas. O movimento promovia a destruição das

máquinas)

• MOVIMENTO CARTISTA (aqui explicarei que em 1830 foi criada uma

Associação de Operários na Inglaterra e este movimento possibilitou a luta dos

trabalhadores por melhores condições de vida. O Movimento Cartista tem essa

denominação, pois resultou em uma Carta (manifesto) dos operários.

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• SINDICALISMO (explicarei aos alunos que o surgimento do sindicato

possibilitou a organização das demandas dos trabalhadores)

Depois, direi a eles que Karl Marx e Friedrich Engels foram os percursores do

socialismo científico. Em 1848 lançam a obra “Manifesto do Partido Comunista” (mostrarei

o livro para os alunos manusearem). Falarei que dentre tantas outras obras, esta reflete a

mobilização dos trabalhadores, principalmente na Europa (países industrializados).

Sobre a luta de classes, direi aos alunos que os conflitos decorrentes da

superexploração da mão de obra operária com a emergência do capitalismo industrial são

frutos da incapacidade do Estado em atender demandas básicas da população por

melhores condições de trabalho.

Explicarei a eles que “o pensador alemão Karl Marx foi o primeiro a problematizar

sociologicamente a mobilização da classe trabalhadora. Falarei que para Marx:

[...] as sociedades capitalistas têm uma estrutura própria. Nela, a posição ocupada por indivíduos e grupos resulta de sua forma de inserção nas relações de produção como detentores dos meios materiais e não-materiais de produção. Assim, as classes sociais fundamentais compõem a estrutura de classes, leia-se, uma estrutura de relações. Essas relações entre as classes são antagônicas, desiguais e complementares e caracterizam uma luta entre elas: o trabalhador busca o salário para uma vida melhor e o empresário aufere lucro, ao explorar o trabalhador. (DCE-Sociologia, 2008, p. 81).

EXPLICAÇÃO TEÓRICA DETALHADA DE SEGUNDA E TERCEIRA AULA:

MOVIMENTO OPERÁRIO BRASILEIRO (TEMA CENTRAL):

INDUSTRIALIZAÇÃO INCIPIENTE (sobre isso explicarei aos alunos que o Brasil teve

uma industrialização tardia – principalmente comparada com países europeus).

CONTEXTO DE SURGIMENTO DAS PRIMEIRAS MOBILIZAÇÕES:Chegada dos

imigrantes europeus (sobre isso direi que parte da mão de obra das indústrias brasileiras

do início do século XX era composta por imigrantes europeus, principalmente italianos;

esses imigrantes trouxeram consigo ideais de organização da classe operária/

sindicalismo e anarco-sindicalismo).

A GREVE GERAL 1917 em São Paulo e Rio de Janeiro:

• Classe operária contra: jornada de trabalho de até 16h; exploração da mão de obra

infantil e feminina; baixos salários e insalubridade; e ausência de legislação

trabalhista.

• Fundação de ligas operárias e associações beneficentes;

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• Influência Anarquista na mobilização da greve;

• Forte repressão ao movimento operário (caso de polícia);

• Fundação de ligas operárias e associações beneficentes;

• Nova influência: vitória Bolchevique na Revolução Russa (1917).

CRESCENTE ORGANIZAÇÃO DOS SINDICATOS:

Sobre isso direi aos alunos que com a crescente industrialização, a partir da

década de 1920 e a forte influência do pensamento anarquista e comunista:

• Criação do PCB (Partido Comunista Brasileiro) 1922 e do BOC (Bloco Operário

Camponês) em 1924

DÉCADA DE 1930: VARGAS NO PODER

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT): Trabalhadores urbanos obtiveram

avanços nas questões trabalhistas (regulamentação da jornada de trabalho; férias e

benefícios sociais; regulamentação dos sindicatos).

Perguntarei depois aos estudantes:

a) A consolidação de leis trabalhistas da década de 1930 acabou com os problemas

enfrentados pela classe trabalhadora no Brasil?

b) Quais os problemas que continuaram sendo enfrentados pelos trabalhadores?

NO CONTEXTO DA DITADURA MILITAR (1964-1985): Sobre isso explicarei que nesse

período surgiram os movimentos de contestação do Regime, bem como uma intensa

industrialização do país. Destaque para o Movimento dos Metalúrgicos do ABC Paulista:

• Intensa mobilização das classes trabalhadoras.

• Participação no processo de redemocratização do Brasil 12 DE MAIO DE 1978:

GREVE

• Mobilização dos metalúrgicos em fábrica no ABC Paulista

• Novo ciclo de mobilização sindical espalhou-se por todo o país

• PT (Partido dos Trabalhadores) 1979

• CUT (Central Única dos Trabalhadores) 1983

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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/

2.2 DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADAS NAS TRÊS AULAS:

DIMENSÃO HISTÓRICA: como nasceram as reivindicações e processos históricos de

mobilização da classe trabalhadora?

DIMENSÃO SOCIOLÓGICA: como surgiu e como se dá ainda hoje no Brasil a formação

e mobilização da classe trabalhadora enquanto movimento operário?

DIMENSÃO POLÍTICA: explicar as características da luta política da classe trabalhadora,

enquanto movimento social, que reivindica direitos sociais por meio de greves, protestos e

sindicatos.

3. INSTRUMENTALIZAÇÃO

3.1 AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS:

PRIMEIRA AULA:

a) Exibição de trechos do filme Tempos Modernos (1936)

b) Questões; debates; discussões

c) Explicações dos conteúdos

d) Fechamento da primeira aula com a retomada dos principais temas estudados

(condições de trabalho no século XIX; reinvindicações dos trabalhadores;

Movimento Ludista e Cartista; surgimento dos sindicatos; luta de classes)

SEGUNDA/TERCEIRA AULA:

a) Exposição oral, retomando o conteúdo da aula anterior, usando a charge de Pataxó

Cartoons.

b) Valorizando as falas dos alunos e os conceitos já explicados na aula anterior, fazer

as reflexões sociológicas com eles sobre a mobilização dos trabalhadores no Brasil

atualmente.

c) Explicar da proposta de avaliação dissertativa, que será concluída pelos alunos em

casa.

3.2 RECURSOS PEDAGÓGICOS NECESSÁRIOS PARA A AULA:Uso do quadro de giz,

TV pen-drive e entrega de texto didático.

4. CATARSE

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4.1 SÍNTESE E EXPRESSÃO DA SÍNTESE:

SÍNTESE DA PRIMEIRA AULA: Para o final da primeira aula, queremos que os

estudantes tenham compreendido o contexto social e político em que surgiram os

movimentos operários na Europa. Desejo também que os estudantes tenham

compreendido que as ações de um movimento social são geradas por um grupo coletivo

da sociedade organizado em demandas específicas, por meio de ações articuladas, de

um projeto e de uma proposta ideológica.

EXPRESSÃO DA SÍNTESE PARA FINAL DA PRIMEIRA AULA: Para perceber se

apreenderam o que expliquei nesta primeira aula, farei perguntas orais dirigidas para a

turma. Conforme o tempo disponibilizado anotarei as respostas dos alunos no quadro.

a) O que são movimentos sociais?

b) Por quais razões lutavam os movimentos operários na Europa do final do século

XVIII e século XIX?

c) O que foi o Movimento Ludista?

d) O que foi o Movimento Cartista?

e) Como se formaram os primeiros Sindicatos?

f) O que disseram Marx e Engels sobre os conflitos entre as classes: burguesia e

proletariado na Europa?

SÍNTESE DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS: Para o final da segunda e terceira aulas,

queroque o aluno seja capaz de compreender que as desigualdades sociais, e

principalmente, os problemas de desemprego, superexploração do trabalho e exclusão

social não são fatos naturais da sociedade, mas resultados da organização do sistema

capitalista. Quero que percebam também que os movimentos sociais são forças de

manifestação e organização, com o intuito de atender as demandas de classe, geradas

pela ausência/omissão do Estado burguês em questões relativas às necessidades dos

trabalhadores.

EXPRESSÃO DA SÍNTESE PARA FINAL DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS: Sobre os

Movimentos Operários no Brasil e tomando como referência as explicações das três

aulas, levarei a letra da música impressa para os alunos e solicitarei aos alunos que

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acompanhem a letra junto com a audição da música. Em seguida em sala de aula

debateremos a letra da música Proletário– Garotos Podres (1988), onde o aluno deverá

relacionar a letra da canção com ideias e lutas do movimento operário.Anotarei as

principais referências ditas pelos alunos no quadro. (a intenção é de que eles entendam

um pouco do movimento operário, suas vertentes, reinvindicações e contexto histórico da

década de 1980 com essa letra).

PROLETÁRIO: GAROTOS PODRES (1988) Proletários Já não acreditamos Em nenhuma teoria Falsas verdades Da elite minoria Arreiem todas bandeiras Destruam todas as fronteiras Todo proletário Se libertar Do Estado Proletário (refrão) Deixemos os generais Sem seus exércitos Os patrões sem empregados Os demagogos sem nossos votos Os exploradores Sem explorados Proletário Proletários De todo mundo Sobre as ruínas Da hipocrisia Marchem ombro a ombro De cabeças erguidas

Proletário

FONTE: Letra disponível em: http://letras.terra.com.br/garotos-podres/74036/ Composição: Maú / Ciro Gravação: Garotos Podres. Disco: Pior que antes (capa abaixo) Editora: GEL / Continental Ano: 1988

ANEXO: AVALIAÇÃO

PARA CASA - EXERCÍCIO PARA FINAL DA SEGUNDA/TERCEIRA AULAS: VALENDO NOTA

Escreva um texto dissertativo, tomando como referência as explicações das três aulas, os trechos dos autores que constam nesta folha e a charge de Laerte. Na sua redação deverá aparecer a explicação dos conceitos de luta de classes e de movimento operário.

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(TEXTO 01) O Advento do capitalismo e a Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformaram as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar. Muitos operários mudaram-se para a área urbana onde se concentrava os polos industriais e cumpriam jornadas de 12 a 15 horas, na maioria das vezes em condições insalubres. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias só ocorreu no início do século XX em alguns países.

(TEXTO 02) “O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente.” (Fonte: HOBSBAWM, E. J. A Era das Revoluções.São Paulo: Paz e Terra, 1977).

(TEXTO 03)“Já é tempo de os comunistas exporem abertamente perante o mundo todo sua maneira de pensar, os seus objetivos, as suas tendências, e de contraporem ao conto da carochinha sobre o espectro do comunismo um manifesto do próprio partido. [...]. Os comunistas recusam-se a dissimular suas visões e suas intenções. Declaram abertamente que os seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social vigente até aqui. Que tremam as classes dominantes em face de uma revolução comunista. Nela os proletários nada têm a perder senão as suas cadeias. Eles têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!” (Karl Marx e Friedrich Engels. Manifesto do Partido Comunista (1848). Porto Alegre: Editora L&PM, 2011).

Fonte: Laerte, Folha de São Paulo, 02 de julho de 2012.

4.2 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:

Por meio dessas três aulas, queremos que os estudantes compreendam os ideais

e lutas dos movimentos sociais dos trabalhadores, para que quando tiverem acesso às

reportagens na TV, na Internet ou em outros meios de comunicação a respeito de

manifestações, reinvindicações, greves e reformas na legislação o aluno possa entender

o debate e também perceber que os problemas de exclusão social, desemprego,

desigualdade na sociedade brasileira não são algo dado ou natural, mas processos e

determinações sociais, econômicas e políticas e que podem ser alteradas pelas forças

sociais organizadas. (DCE-Sociologia, 2008, p.82).

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Outra intenção para o final dessas três aulas: Gostaríamos que os estudantes

consigam analisar mais criticamente o que está acontecendo no Brasil nas discussões

sobre a Reforma Trabalhista. Objetivamos que eles consigam perceber as mudanças

propostas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que se apresentam, neste

momento, no Projeto de Lei (PL) 6.787/16, tomando por base os conteúdos

problematizados nessas três aulas sobre os movimentos dos trabalhadores no país.

REFERÊNCIAS:

ARAÚJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, BenildeLenzi. Sociologia. São Paulo: Editora Scipione, 2014. ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista (1848). Porto Alegre: Editora L&PM, 2011. Garotos Podres. “Proletário”. Por: Mau, Ciro. Pior que antes. Gel/Continental, 1988. GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. GASPARIN, João Luiz; PETENUCCI, Maria Cristina. Pedagogia Histórico Crítica: Da Teoria À Prática No Contexto Escolar. Disponível em: <http:// www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2289-8.pdf> Acesso em 26/05/2017. NOVAES, Carlos Eduardo. RODRIGUES, Vilmar. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Editora Ática. n° 86, 6° edição, 1984. (Coleção de Autores Brasileiros) Pataxó Cartoons, publicado 16 de novembro de 2016.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 6. ed. Campinas-SP: Autores Associados, 1997. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Sociologia. Paraná, 2008.