Upload
ricardo-araujo
View
1.836
Download
5
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Citation preview
STANISLAVSKI X BRECHT Stanislavski – encenador russo. Pesquisou o que podemos chamar de
VERDADE ÍNTIMA. E ninguém foi mais longe no trabalho de INTERIORIZAÇÃO, cujo ideal é a INTEIRA ENTREGA DO ATOR À PERSONAGEM.
O objetivo de suas pesquisas: estabelecer total intimidade entre ator e personagem, para que haja a identificação de ambos.
“Minha vida na arte” – livro em que narra como os seus atores faziam para “entrar na pele da personagem”.
O espectador – o espectador tem a ilusória possibilidade de estar vendo e ouvindo a personagem.
O ator – age em seu próprio nome, revivendo a vida da personagem.
Brecht – dramaturgo alemão. Defende o AFASTAMENTO /
DISTANCIAMENTO. Gerou a Teoria do Teatro Épico – teatro
com estilo anti-ilusionista (mostrar a personagem sem encarná-la).
Técnicas – utilização de canções, narração, projeções, além de enredo episódico (faz com que o processo de identificação entre personagem e espectador não se estabeleça).
Fortalece a participação intelectual do espectador.
Para afastar-se é necessário estar próximo – teorias se complementando.
Forma dramática X Forma épica
Ação. Espectador envolvido. Catarse (estímulo
físico/emocional). Desperta emoçoes. O homem imutável. Progressão linear. Sentimento.
Narração. Espectador crítico. Estímulo mental. Propõe decisões (envolve
dúvidas). Homem mutável. Montagem de cenas
(episódico). Razão.
“Rua da periferia da cidade” (Brecht) A seguir temos uma cena de uma peça de Brecht chamada Maligno Baal,
o associal, uma peça didática. Esse tipo de texto, as peças didáticas, são jogos de aprendizagem, em que, em cada espetáculo, atores não profissionais e o próprio público – que participa do espetáculo – fazem
uma experiência.
Diante dos cartazes de propaganda de um cinema obscuro, Baal encontra, acompanhado de Lupu, um garotinho que está soluçando . . .
Trecho da peçaBAAL - Por que está chorando?
GAROTO - Eu tinha duas moedas para ir ao cinema, aí veio um menino e me arrancou uma delas. Foi este aí. (Ele mostra.)
BAAL - (para Lupu) Isto é roubo. Como o roubo não aconteceu por voracidade, não é roubo motivado pela fome. Como parece ter acontecido por um bilhete de cinema, é roubo visual. Ainda assim: roubo.
Você não gritou por socorro?
GAROTO - Gritei.
BAAL - (a Lupo) O grito por socorro, expressão do sentimento de solidariedade humana, mais conhecido ou assim chamado, grito de morte.
(Acariciando-o) Ninguém ouviu você?
GAROTO - Não.
BAAL - (para Lupo) Então tire-lhe também a outra moeda. (Lupo tira a outra moeda do garoto e os dois seguem despreocupadamente o seu caminho. (para Lupo) O desenlace comum de todos os apelos dos fracos.
Aula elaborada pelo arte-educador Wagner Bôa Morte.
Sugestões para o e-mail [email protected]
Referências bibliográficas – (Trecho peça - Projeto escola e cidadania para todos, p. 122).
Iniciação ao teatro – Sábato Magaldi.