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WALTER BENJAMIN LEITOR DE LEIBNIZ?
Rafael Zacca Fernandes
PUC-RJ (doutorando) / Or. Prof. Dr. Pedro Duarte de Andrade / CNPq
A presente comunicação se apresenta como um breve esboço da relação de W.
Benjamin com a monadologia de G. W. Leibniz. Ela se configura como um percurso
possível de dois movimentos realizados por Benjamin: o primeiro, se constitui como
apropriação e torção da teoria monadológica na elaboração de uma epistemologia que
trata a ideia como Mônada; o segundo, como uma substituição da substância necessária
Deus (Leibniz) pela substância necessária elaborada temporalmente (Benjamin). A
partir do momento em que cresceu a fama dos trabalhos de Walter Benjamin intitulados
Origem do drama barroco alemão e “Sobre o conceito de história” tornou-se nítida a
sua preocupação com a interpretação do mundo a partir dos mínimos fragmentos.
Menos segura é a avaliação a respeito do impacto da obra de Leibniz no conjunto de
escritos de Benjamin. Apesar do nome do pai das Mônadas estar presente nas duas
obras supracitadas (a primeira sendo a obra mais importante produzida por Benjamin, a
segunda um esboço de orientação metodológica para um trabalho interrompido pelo
suicídio), não constam maiores avaliações a respeito da monadologia, sequer entre os
manuscritos de Benjamin. Esta apresentação propõe a seguinte interpretação a propósito
de Benjamin como leitor de Leibniz: o que interessa a Walter Benjamin na monadologia
não é uma ciência do ser das coisas e de sua realidade monádica; o que o interessa é
antes a monadologia enquanto método, e, de certo modo, como uma espécie de teoria
das ideias.
Palavras-chave: Monadologia; Walter Benjamin; G. W. Leibniz