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RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO
PLANTIO NAS MARGENS DO CORREGO RESTINGA
BONITO – MS.
1. Apresentação:
No dia 29 de novembro de 2007, o IASB, através do Projeto Plante Bonito, que
prevê ações de reflorestamento, visando contribuir na melhoria da qualidade ambiental
das áreas degradadas, além de ajudar a minimizar os efeitos das emissões de gases na
atmosfera (efeito estufa), realizou o plantio de mudas de espécies nativas às margens do
córrego Restinga, na área urbana de Bonito.
As 104 mudas plantadas foram fornecidas pelo Viveiro Municipal, através da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bonito e patrocinadas pelas empresas: Hotel
Pousada Águas de Bonito, Agência Águas de Bonito Turismo e Lima Limão Conveniência.
As ações de reflorestamento são importantes para a proteção dos solos, rios, matas
e a biodiversidade de Bonito e região.
2. Caracterização da área:
O córrego Restinga, com extensão aproximada de 8 km, deságua no córrego Bonito
que faz parte da bacia do Formoso, rio com alta relevância econômica e social para
Bonito. Ao longo dos anos, o Restinga vem sofrendo diversas ações antrópicas como
despejo de efluentes domésticos, lixo, ocupação desordenada das margens e
desmatamento para plantio de culturas perenes e pasto. Devido a esses problemas
ambientais, o IASB, através do projeto Plante Bonito, iniciou ações de reflorestamento
para contribuir na recuperação das matas ciliares do córrego Restinga, buscando também
estimular a comunidade local a realizar boas práticas ambientais.
O plantio foi realizado na área da Família Bigaton, localizada ao lado da rodovia que
dá acesso a cidade de Anastácio, próximo ao centro da cidade de Bonito. O terreno,
localizado na margem direita do córrego, encontra-se desocupado, porem, mesmo não
havendo construção, a mata ciliar não atinge a faixa dos 30 metros que pela legislação
municipal é destinada à preservação.
O local apresenta um grande potencial de regeneração natural que pode ser
constatada pela presença de arbustos e árvores de grande porte como embaúba, aroeira,
amendoim, sangra d’água, canafístula e ingá. Em virtude dessas árvores, a área
apresenta diversos ambientes, podendo encontrar lugares bem sombreados e outros
ensolarados.
As margens do terreno são todas cercadas, porem é comum encontrar gado na
propriedade, pois moradores da região aproveitam a vegetação para alimentar algumas
cabeças de gado que criam dentro da cidade, e como a área está situada em uma rodovia
de considerável fluxo de veículos e pedestre, foi encontrado bastante lixo/entulho na
propriedade.
Lado esquerdo da propriedade (frente para
córrego)
Lado direito da propriedade (frente para córrego)
3. Metodologia:
Três dias antes do plantio, a área foi preparada com a realização dos seguintes
trabalhos: retirada de lixo, coroamento e aberturas das covas. Além dos técnicos do IASB,
participaram da ação de preparo da área, brigadistas e funcionários das empresas
patrocinadoras.
Equipe realizando coroamento e aberturas de covas
No dia do plantio, foram plantadas ao todo 104 mudas em tubetes, das quais 86
foram demarcadas por estacas (gentilmente cedidas pelo Sr. Otaviano) para facilitar o
posterior acompanhamento. As 10 espécies nativas foram escolhidas por apresentar
grande potencial para a atração de pássaros e animais silvestres que possam fazer a
dispersão de suas sementes.
Em uma única etapa foram plantadas espécies de diferentes estágios sucessionais
(pioneiras, secundarias e clímax), procurando respeitar as exigências de luz e unidade das
espécies, como citado em bibliografias como a de Lorenzi, 1992.
Abaixo, a descrição das espécies utilizadas no plantio:
Chico magro/Mutambo (Guazuma ulmifolia): Planta semidecídua, heliófita, pioneira,
característica das formações secundárias da floresta latifoliada da bacia do Paraná. Sua
dispersão é ampla, porém irregular e descontínua, ocorrendo também em outras
formações vegetais até altitudes de 800m. Produz anualmente grande quantidade de
sementes viáveis.
Angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa): Planta decídua, pioneira, heliófita e
seletiva xerófita, característica das capoeiras e florestas secundárias situadas em
terrenos arenosos e cascalhentos. Comum também no interior da mata primária densa,
tanto sem solos argilosos e férteis como em afloramentos basálticos. É bastante
freqüente nos chamados cerradões e matas de galeria em todo o Brasil Central. Ocorre
preferencialmente em terrenos altos e bem drenados, chegando a formar agrupamentos
quase homogêneos. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis.
Ingá (Ingá sp): Planta semidecídua, heliófita, seletiva hidrófila, pioneira, característica
de floresta pluvial tropical. Ocorre principalmente sobre solos de baixadas que durante o
período chuvoso alagam-se com facilidade, várzeas e matas ciliares. Produz
anualmente uma boa quantidade de sementes viáveis, em vagens que constituem os
frutos.
Aroeira (Myracrodruon urundeuva): Planta decídua, heliófita, seletiva xerófila,
característica de terrenos secos e rochosos; ocorre em agrupamentos densos, tanto em
formações abertas e muito secas (caatinga) até em formações muito úmidas e fechadas
(floresta pluvial com 2.000 mm de precipitação anual).
Peroba – rosa (Aspidosperma cylindrocarpon): Planta decídua, pioneira, heliófita e
seletiva xerófila, característica de florestas semidecídua da bacia do Paraná situada
sobre solos bem drenados e de media a baixa fertilidade. Apresenta dispersão irregular
e descontinua, aumentando sua freqüência a medida que caminha para o rio Paraná ou
seus afluentes. Ocorre tanto no interior da floresta primaria densa, como em formações
abertas a secundarias. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis,
facilmente disseminadas pelo vento.
Canafístula (Peltophorum dubium): Planta deidua, heliófita, pioneira, características
de floresta semidecídua da bacia do Paraná. Ocorre preferencialmente em solos úmidos
e profundos de beiras de rios, tanto na floresta primaria densa como em formações
secundarias. Apresenta dispersão ampla e abundante.
Embaúba (Cecropia pachystachya): Planta perinófila, heliófita, características da
floresta pluvial com altitudes superiores a 500m. Sua dispersão é ampla, ocorrendo
tanto na floresta primaria quanto nas formações secundarias (capoeiras e capeirões).
Produz anualmente grande quantidade de sementes, que ao ser ingerido por pássaros,
tem seu poder germinativo graças a ação de seus sulcos digestivos.
Amendoim (Pterogyne nitens): Planta decídua, heliófita, pioneira, característica da
floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná. Ocorre preferencialmente em solos
argilosos úmidos e profundos de beira de rio, tanto na floresta primaria densa como em
formações secundarias. Apresenta dispersão ampla e abundante.
Ipê (Tabebuia sp): Planta decídua e heliófita. Ocorre tanto no interior de florestas
densas como em formações abertas e secundarias, de maneira esparsa em terrenos
bem drenados no cerrado e, em agrupamentos quase homogêneos em solo úmido ou
até pantanosos no pantanal e na caatinga.
Tarumã (Vitex cymosa): Planta decídua, heliófita, seletiva hidrófila, secundaria,
características exclusiva as matas de galeria, onde apresenta freqüência geralmente
baixa e um tanto descontinua e irregular na sua dispersão ao longo de sua vasta área
de distribuição. Ocorre em terrenos úmidos, onde o solo é fértil e o suprimento de água
em profundidade é abundante. Produz anualmente grande quantidade de sementes
viáveis, a qual é amplamente disseminada pela fauna.
Nome popular Numero de exemplares plantados
Embaúba 14
Aroeira 10
Canafístula 10
Amendoim 10
Angico-vermelho 10
Peroba-rosa 10
Ipê 10
Tarumã 10
Chico - magro 10
Ingá 10
TOTAL 104
Para o plantio foram abertas covas com aproximadamente 20 cm de profundidade e
feito coroamento com diâmetro de 1m, isso auxiliará a muda na proteção contra o mato e
a braquiaria, para que não as sufoquem quando ainda jovens, recém retirada do tubete.
Após o plantio das mudas, o solo exposto pelo coroamento foi coberto com palha de
baquearia para aumentar a retenção de umidade. Além disso, elas foram aguadas para
que a terra se agregue as raízes das mudas plantadas.
Brigadista cobrindo solo exposto com palha
Prevendo a perda de em média 30% das mudas plantadas por diversos motivos
como pisoteio por animais, formigas, tempo, entre outros, essa porcentagem foi incluída
no total de mudas plantadas.
O plantio das mudas contou com a participação de 24 pessoas, entre elas
funcionários e associados do IASB, técnicos e brigadistas do IBAMA, proprietários das
empresas patrocinadoras, proprietário da área onde foi realizado o plantio, autoridades
locais (Secretário Municipal de Meio ambiente, Sr. Edmundo Costa Junior e as
Vereadoras: Maria do Carmo, Terezinha e Luisa), assessoria de imprensa da Prefeitura
Municipal de Bonito, além de pessoas da comunidade que estavam passando no local
durante o plantio.
4. Monitoramento das mudas:
As mudas serão monitoradas pelos técnicos do IASB e pelos funcionários das
empresas patrocinadoras por um período de dois anos para garantir seu desenvolvimento.
Por isso, das 104 mudas plantadas, 86 exemplares foram demarcados com uma estaca de
um 1m, com identificação das espécies e a data do plantio para facilitar o monitoramento.
Plantio e demarcação das mudas com estacas
5. Participação da Comunidade e Divulgação do projeto:
A comunidade foi informada e convidada para participar do plantio através de
entrevista na rádio FM Lago Azul e anúncios no minuto rural divulgados na rádio FM
Bonito. Também foram elaborados releases para imprensa e divulgados no site do IASB e
Portal Bonito, além da distribuição de folder informativo sobre o projeto durante o plantio.
As empresas patrocinadoras receberam certificado atestando a participação no Projeto
Plante Bonito, através do compromisso com o meio ambiente.
6. Referências Bibliográficas:
LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. Vol. 1 e 2. ed. Nova Odessa:SP, 2002.